Jornal PANROTAS 1240

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R$ 11,00 - Ano 24 - nº 1.240

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19 a 25 de outubro de 2016

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VIAGENS EM FAMÍLIA Como conquistar clientes que podem se tornar fiéis ao profissional de viagens por várias gerações > Páginas 19 a 33

Edição especial

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LEIA NESTA EDIÇÃO

19 a 25 de outubro de 2016 JORNAL PANROTAS

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Páginas 06 e 07 Tivoli Ecoresort anuncia investimentos na crise

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Página 08 e 09 Gol faz primeiro voo com wi-fi e anuncia cronograma

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3,9 BILHÕES

em vendas na operadora Crescimento de 4,2%

R$ 6,5 BILHÕES

no grupo Queda de 0,7%

Vendas internacionais aumentaram

14,6%

no terceiro trimestre

Passageiros embarcados:

Página 10 Alatur JTB traz ao Brasil ferramenta de gestão de eventos

Crescimento por canal:

+8,2%

Lojas CVC: +4,1% Agências multimarcas: On-line: -6%

Página 12 Sabre implanta sede para a América Latina no Uruguai

2,8 MILHÕES

Páginas 16 e 17 Malha da American Airlines já dá sinais de recuperação no País

Editorial

> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br

Sem rótulos Página 36 Como foi a Fit Argentina, em Buenos Aires Com esta edição circula Guia PANROTAS RESORTS e Hotéis de Lazer 2016-2017 OTAS

GUIA PANR

TAS Guia PANRO

RHOETÉSISO RT S E R D E L A Z0 E 17 2016-2

017 LAZER 2016/2 HOTÉI S DE RESORTS E

Um dos grandes erros do profissional, em qualquer área, é rotular o cliente. Julgá-lo e assumir intenções baseando-se em sua visão do mundo, que muitas vezes é cercada de puro preconceito. Basta lembrar de Julia Roberts tentando fazer compras na Rodeo Drive, no filme Uma Linda Mulher. Pior: uma das mulheres mais ricas do mundo, a apresentadora Oprah Winfrey foi vítima de preconceito racial em uma loja de luxo na Suíça. O mesmo vale para dois homens que querem uma cama de casal em um hotel ou para uma família pedindo cotação para o réveillon em Brasília. O profissional de viagens não tem de julgar e sim entender e fazer as melhores escolhas possíveis

para os clientes. A alternativa, no caso de dúvidas, é perguntar, de forma neutra e respeitosa. O mundo mudou e a curadoria de um agente ou consultor de viagens se torna muito importante nesses casos de entendimento do cliente e suas necessidades. Nesta edição do Jornal PANROTAS, trazemos uma reportagem especial sobre viagens em família, um nicho que não apenas requer muita atenção aos detalhes de logística e planejamento, mas também cuidado à própria definição de família. Quando pensamos em família nos vêm à mente o casal e dois filhos... e todos brancos, loiros e lindos. É claro que o profissional não vai entrar em questões íntimas, como o ódio entre irmãos

e a crise conjugal do casal em questão, mas a família brasileira é muito mais que essa de comercial de margarina. Dois irmãos viajando, avós com netos, grupo de primos, um tio e os sobrinhos, dois pais e os filhos, duas mães e os filhos, pais solteiros, ex-marido e ex-mulher... laços afetivos que falam muito mais que qualquer rótulo. Aproveitem as dicas práticas que reunimos e deixem qualquer ideia pré-concebida de lado na hora de organizar a viagem. Como em qualquer nicho ou grupo, importante é entender bem o cliente e seus anseios. Uma família feliz pode gerar negócios por muitos e muitos anos. Boas vendas.

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16/09/2016

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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora

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PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br) CHIEF INTERNATIONAL OFFICER (CINO) Marianna C. Alcorta CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa REDAÇÃO

CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Reportagens: Brunna Castro, Felippe Constancio,

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E U Q A DEST

DO PORTAL

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PANROTAS

6 a 12/10

1 Furacão Matthew: parques fecham e voos são cancelados – em 6/10

2 Avianca Brasil recebe 1° A320neo e vai operar no Recife – em 11/10

3 Ryanair contratará 2 mil comissários e 1,3 mil pilotos – em 6/10

4 Fãs de Harry Potter poderão jantar em Hogwarts no Natal – em 7/10

5 Qatar Airways, Alagev e Latam Travel contratam; confira – em 6/10

6 Hostel em SP oferece acampamento no topo de prédio – em 7/10

7 Moradores e imprensa relatam furacão Matthew; assista – em 7/10

8 Turistas escolhem as 10 melhores cidades para compras – em 7/10

9 Nova classe da American chega ao Brasil em novembro – em 10/10

10 Era do Jumbo pode estar chegando ao fim; entenda – em 11/10

11 Gol e Smiles aumentam benefícios aos clientes; saiba – em 6/10

12 Qatar Airways, CVC e Alatur contratam; confira vagas – em 11/10

13 Buscapé passa a vender passagem aérea e seguro viagem – em 11/10

14 A retomada do País em 10 notícias da American Airlines – em 11/10

15 Gol e Emirates anunciam acordos de codeshare e milhas – em 11/10

Henrique Santiago, Karina Cedeño, Renato Machado e Roberta Queiroz Estagiários: Fernanda Cordeiro, Janize Viana e Vitor Ventura Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Katia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) Executivo sênior São Paulo: Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Tel: (21) 2529-2415/8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)

PARCERIAS ESTRATÉGICAS

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05 Operadoras

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>> Maria Izabel Reigada

Um destino só FALA-SE MUITO EM ESPECIALIZAÇÃO, MAS POUCAS OPERADORAS LEVAM ISSO TÃO AO PÉ DA LETRA como a Machu Picchu Brasil. A começar pelo próprio nome, que dá a ideia exata do carro-chefe da empresa, criada pelos irmãos Ricardo e Willian Cavalcante. Com equipe de 16 profissionais em São Paulo e outros oito funcionários em Cusco, cidade peruana que serve de ponto de partida para a visita à histórica Machu Picchu e seus arredores, a operadora é referência em qualquer viagem para a região – em todos os nichos de mercado. “No início, a operação atendia principalmente aos mochileiros, mas hoje o público que deseja fazer as trilhas Inca ou Salkantay, por exemplo, representa cerca de 5% das vendas”, conta Willian Cavalcante. Comercializando exclusivamente um destino internacional, a Machu Picchu Brasil deu a volta por cima após passar, no ano passado, por um terceiro trimeste dificíl. “Naquele período, o desespero maior não foi a queda nas vendas, mas na procura, a paralisação do interesse pelo destino”, diz, lembrando que foi um momento de início da alta do dólar e de aguçamento da crise econômica. Neste ano, a operadora viu crescer em 70% as vendas em relação a 2015. Mesmo se tratando de uma base fraca de comparação, já que o resultado do ano passado foi afetado pela crise, a recuperação em 2016 surpreendeu os sócios. “Acho que houve uma migração dos passageiros de Europa e Estados Unidos para destinos mais próximos e não tão atrelados ao dólar”, justifica. Para Willian, o desempenho do mercado de luxo também contribuiu com o resultado. “Entre 50% e 60% de nossas vendas são para hotéis quatro e cinco estrelas. E foi essa a demanda que mais registramos neste ano.” Cerca de 25% de suas vendas são realizadas por meio de agências de viagens. p

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Os irmãos e fundadores da Machu Picchu Brasil, Ricardo e Willian Cavalcante

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06 Hotelaria

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>> Roberta Queiroz — Praia do Forte (BA)

Equilíbrio e

sofisticação

Perspectiva artística do parque de piscinas vista do alto

QUANDO PERGUNTAMOS ÀS EMPRESAS QUAL O SALDO PREVISTO PARA ESTE ANO DE crise, aumento de lucro é uma resposta rara. O Tivoli Ecoresort Praia do Forte, na Bahia, está na lista das exceções graças a uma estratégia que aliou modernização, gestão de pessoas e estímulo às viagens nacionais. A chegada do capital do Minor Group, que finalizou a compra da rede Tivoli em fevereiro, também influenciou nessa estabilidade. “Nos adaptamos às dificuldades, conseguimos manter os nossos planos de investimento de R$ 10 milhões e esperamos fechar o ano com a mesma receita do ano passado. Algo absolutamente notável em um período de crise”, cravou o diretor do empreendimento, João Eça Ribeiro. O valor foi distribuído na construção de um novo complexo de piscinas, na renovação de 133 quartos e em algumas outras melhorias. Previsto para ser aberto no final deste mês, o complexo aquático possui três piscinas: uma para adultos e outra para crianças. A terceira, no entanto, promete ser o novo cartão-postal do resort. Com 24 espreguiçadeiras duplas flutuantes e inspirada em design asiático, a estrutura terá uma cascata

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de três andares e, assim como as anteriores, vista para o mar. “Somos um catalizador de turistas para o destino e queremos melhorar a estrutura para acompanhar a evolução dos resorts. O parque de piscinas irá misturar as nossas características tropicais com algumas inspiradas na Ásia”, explicou Ribeiro, lembrando que o projeto quer complementar a experiência da icônica piscina de borda infinita. Enquanto isso, as suítes reformadas já podem ser usufruídas pelos hóspedes. Aqueles que forem à Praia do Forte e escolherem a categoria Master, uma das mais procuradas devido à proximidade com as áreas sociais, encontrarão novo piso, ar condicionado e sistema elétrico. A mudança atingiu ainda o banheiro e a estrutura de internet, que foi amplificada para favorecer a conectividade. O design, porém, permanece o mesmo.

BRASILEIROS

A repercussão de temas negativos relacionados ao Brasil na mídia internacional, principalmente as epidemias de dengue, zika e chicungunha, fizeram o Tivoli e diversos outros resorts assistirem à queda de estrangeiros. Segundo Ribeiro, “o assunto não foi explicado

com a profundidade e cautela devidas pela imprensa” e isso atrapalhou o setor. Apesar disso, o resort baiano protagonizou as suas ações e encontrou no público local a fonte capaz de suprir a demanda, pelo menos a de lazer, que costumava vir de outros países. Atualmente, os brasileiros representam 80% dos hóspedes do Tivoli Praia do Forte. “É claro que gostaríamos de apresentar outros números, mas os contratempos foram muitos. Os estrangeiros ficaram com medo”, enfatizou o diretor. “Algumas companhias aéreas diminuíram a oferta, outras até deixaram de voar para Salvador, como a American Airlines. Isso fez o preço da diária subir e piorar a situação”, acrescentou. Baianos, paulistas e mineiros encontram-se entre os que mais se hospedam no ecoresort, sobretudo, a lazer. Indagado sobre o principal canal de vendas desse público, Ribeiro repetiu um discurso similar ao do ano passado, ou seja, a venda direta continua ganhando espaço. “Vejo o aumento da venda sem intermediação como uma tendência, ainda mais no caso do Tivoli Praia do Forte, que possui uma alta taxa de fidelização”, argumentou. “Os agentes e operadores ainda possuem uma grande fatia da comercialização e nós

João Eça Ribeiro é diretor geral do resort

incentivamos esses parceiros, eles são fundamentais”, pontuou. O diretor faz parte do grupo de empresários que se dizem otimistas com a retomada econômica do Brasil. Quando isso acontecer, aliás, Ribeiro garantiu que o Tivoli já estará preparado para reconquistar tanto o público internacional, como o mercado corporativo. Como prova de organização, ele citou o aumento do quadro de funcionários, com 43 pessoas a mais em relação a 2015, e a ocupação do réveillon. Dos 287 quartos do resort, apenas 32 estão disponíveis. “Momentos de crise acontecem regularmente em qualquer lugar do mundo. O que precisamos é desenvolver capacidade de vivê-lo e vencê-lo.”

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E X PA N S Ã O A COMPRA DA TIVOLI HOTELS & RESORTS POR 294,2 MILHÕES DE EUROS PELO MINOR GROUP

Ribeiro ao lado do vice-presidente da Avianca Brasil, Tarcísio Gargioni

foi considerada a maior negociação hoteleira já realizada em Portugal. Depois de mais de um ano de negociação, a compra marcou a entrada do grupo na Europa e na América Latina. Segundo o vice-presidente de Desenvolvimento do Minor Group no Brasil, Marco Amaral, a companhia está prestes a assinar de três a quatro novos hotéis. Endereço e outros detalhes foram mantidos em segredo, mas Amaral garantiu que eles ficarão nos Estados da Bahia, do Ceará e de São Paulo.p

João Eça Ribeiro ao lado de Marco Amaral, do Minor Group

PRÊMIO

Vendedores e parceiros do Tivoli Praia do Forte continuam sendo reconhecidos pelo seu empenho ao longo do ano. O Golden Friends chegou à 20ª edição e reuniu diversos profissionais da indústria de viagens. Trinta troféus esculpidos por um artesão local foram distribuídos para representantes de agências, operadoras, veículos de imprensa, entre eles a PANROTAS, além da Avianca Brasil, a companhia aérea parceira do evento. “Muitos dos que estão aqui tem uma coleção desse singelo presente na estante. Sem a ajuda de vocês, o ano teria sido ainda mais difícil”, disse Ribeiro, acompanhado da diretora de Vendas, Maria Helena Sant´Anna. Os vendedores agraciados foram Abreu, Agaxtur, Azul Viagens, Blumar, Check Out, CVC, Exótico On Line, Flytour, Interpool, Journeys, Latam Travel, Litoral Verde, Master Turismo, MMTGapnet, Prime (Abreu & Vargas), Solferias, Teresa Perez, Território, Tour House, Tours Bahia, Trend, Turnet, Visual Turismo e Walpax.

NO RITMO DO AXÉ Como de costume, o Golden Friends aconteceu em paralelo ao Tivoli Tropical, festival de música que reúne artistas de axé para festejar o aniversário do resort. Durval Lélys, do Asa de Águia, e Carlinhos Brown, subiram ao palco em 30 de setembro e 1º de outubro, respectivamente. No compasso do carnaval, os cantores colocaram hóspedes e convidados para dançar em shows exclusivos. O festival contou ainda com dois desfiles de moda e uma pool party.p

--- O Jornal PANROTAS

viajou a convite do Tivoli Ecoresort Praia do Forte

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08 Aviação

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>> Renato Machado

No ar e on-line ESTAR CONECTADO A TODO INSTANTE. UMA NECESSIDADE COTIDIANA QUE NÃO SE restringe ao lazer, passa também por trabalho, estudos e tantas outras atividades do nosso dia a dia. Tudo isso agora é possível de ser realizado a bordo de voos da Gol Linhas Aéreas, que fez no início do mês seu primeiro voo comercial com oferta de internet. Uma nova era na aviação nacional que se inicia, atingindo um patamar do mercado internacional, que já fornece o serviço há pelo menos oito anos. A bordo do Boeing 737-800 o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, celebrou o feito. “Estamos sendo pioneiros à medida que fazemos essa transmissão“, disse a jornalistas, tripulantes e passageiros, enquanto o discurso era transmitido pelas redes sociais da companhia aérea. O serviço estará liberado ao público durante os seis meses iniciais, “é um período de estresse do sistema para analisarmos seu funcionamento”, explica o presidente. “É importante que haja um acesso simultâneo para que todos vejam

Paulo Kakinoff, presidente da Gol Linhas Aéreas

a capacidade.” De acordo com a empresa, após o anúncio de lançamento no voo, houve um pico de 147 acessos simultâneos – o que fez com que a velocidade caísse drasticamente e fosse difícil aces-

sar páginas da web. Num segundo teste, com a rede sendo utilizada por cerca de 20 pessoas de acordo com a Gol, o sistema mostrou seu propósito, proporcionando navegação fluida por sites, redes sociais e aplicativos de mensagens. Kakinoff contou que “a Delta, nossa parceira e que tem aeronaves maiores que as nossas, contabiliza uma média de 40 passageiros utilizando o sistema por voo. Nosso nível de utilização simultânea deve girar em torno de 30 pessoas por voo”. Após o período de degustação o serviço passará a ser cobrado. Ainda sem preços definidos, o presidente da companhia garantiu que os pacotes disponíveis ficarão entre US$ 5 e US$ 20 por pessoa por voo. “Nós iremos basear o preço nos valores praticados em lan houses, variando de acordo com o pacote escolhido”, afirmou, explicando que o valor mais baixo irá se restringir ao uso de Whatsapp, por exemplo. A tecnologia é oferecida aos clientes da Gol em parceria com a Gogo, uma das líderes no mercado de serviços aeronáuticos de comunicação. A instalação da antena compatível com a tecnologia 2Ku na primeira aeronave foi feita pela própria Gogo em Miami. Uma equipe da Gol acompanhou o processo e trouxe a expertise para o Brasil. Daqui para frente, as demais instalações serão feitas no centro de manutenção da Gol, em Confins (MG).

EVOLUÇÃO

O próximo passo é oferecer o serviço desde o solo, gate to gate . A evolução do sistema chega logo, no fim de outubro, revelou Kakinoff. “Isso vai fazer com que a gente dobre o tempo total de acesso nas pontes aéreas, onde a duração do voo é curta.” “Vai mudar a percepção da experiência de voar. Ficar no avião vai ser algo produtivo, quem quiser vai poder se comunicar e trabalhar durante o voo”, comemora. Os dois primeiros Boeing com a tecnologia não irão ficar “presos” a uma rota específica. “Queremos que essas primeiras aeronaves rodem nossa malha toda”, conta. O presidente revelou que, “quando chegarmos em dez aeronaves instaladas, o que deve acontecer no fim de novembro, vamos anunciar algum mercado específico que terá sempre a conexão”. A Gol promete ter 100% de sua frota com o sistema instalado e operando até o fim de 2018. p

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E N T R E T E N I M E N TO

E N T R E T E N I M E N TO O LANÇAMENTO DA INTERNET A BORDO DE SEUS VOOS É APENAS UM DOS PASSOS QUE A GOL DÁ EM DIREÇÃO A UM OBJETIVO MAIOR. ENTRE OUTUBRO E NOVEMBRO SERÁ DISPONIBILIZADO UM PORTAL

de entretenimento, acessível pelos dispositivos dos passageiros (necessário o download de um aplicativo), com cerca de 30 títulos entre filmes e séries (chegando a 50 títulos ao fim de 2016). “O uso desse serviço não irá concorrer com o tráfego de dados do wi-fi”, garantiu o executivo. No primeiro trimestre de 2017 estará disponível o streaming de seis canais de TV, completando o que Kakinoff chamou de “o sistema de entretenimento mais completo da aviação mundial”. “O passageiro terá acesso à internet, filmes, séries, TV ao vivo. Não há mais nada que se possa adicionar a isso.”

Detalhe mostra a antena instalada no topo do Boeing da Gol

A PRIMEIRA

Tanto a Gol quanto a Avianca Brasil se intitulam as primeiras companhias aéreas da América do Sul a disponibilizar o serviço de internet a bordo de uma aeronave. A Gol promoveu o lançamento da semana passada com a hashtag #wifiPRIMEIROnaGOL, com Kakinoff defendendo que o sistema da empresa concorrente ainda está em fase de testes. “O que eles estão fazendo nós já fizemos por 42, 43 dias. Onde está esse voo que eles falaram? Vocês viram? Eu não vi. A gente considera pronto quando o sistema está lançado para clientes”, disse. A Avianca Brasil afirmou por meio de assessoria de imprensa que não irá comentar as declarações de Paulo Kakinoff, mas assegurou que o sistema está no ar, disponível ao público e em constantes melhorias. A empresa ainda fez um convite à redação do Jornal PANROTAS para voar com a companhia e testar seu serviço. p

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corporativo

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Te c n o l o g i a

>> Rafael Faustino

Nova solução para eventos Marcos Balsamão, Francisco Carpinelli e Ricardo Ferreira, da Alatur JTB, com Brian Ludwig, da Cvent (penúltimo da esquerda para a direita)

Ricardo Ferreira apresenta o conceito do Cvent: gerenciar toda a jornada do participante de eventos, em passos bem definidos que podem ser parametrizados objetivamente

QUATRO AGÊNCIAS DE VIAGENS, ATENDIMENTO A LAZER E CORPORATIVO, UMA OPERAdora e ainda uma universidade corporativa. Parece muita coisa, mas não é o suficiente para a Alatur JTB, terceiro maior grupo de Turismo do País, que agora tem uma nova frente de atuação: o gerenciamento tecnológico de eventos, fornecido por meio do Cvent, produto com 16 mil clientes em todo o mundo e que é o mais novo parceiro do grupo brasileiro. A Alatur JTB será a revendedora máster do Cvent no Brasil, por meio de seu Programa Estratégico de Gerenciamento de Eventos (PEGE+). A empresa não só utilizará o sistema junto a seus clientes como também comercializará licenças a outras TMCs do mercado. “As empresas estão mudando a forma de se relacionar com o mercado. O Concur é o maior exemplo na gestão de viagens, e na área de eventos, o Cvent é a grande solução já utilizada no Exterior. Tenho certeza que será um grande e lucrativo negócio para a Alatur JTB”, aposta o sócio do grupo, Ricardo Ferreira, em entrevista exclusiva ao Jornal PANROTAS, em que apresentou a novidade antes do anúncio oficial.

FUNCIONAMENTO

Quando se fala em gerenciar todo o evento, não é exagero. O Cvent tem ferramentas – todas hospedadas na nuvem – para comunicação entre organização e público, gerenciamento de participantes, agenda e controle de acesso, e muitos eteceteras. Até mesmo um hot-

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site e aplicativo podem ser criados com as soluções automatizadas. E, ao final, também há recursos para medir os impactos e coletar opiniões de todos os presentes. Assim, fecha o que a empresa chama de “ciclo de vida” do evento, envolvendo toda a “jornada” dos participantes. A ideia é transformar os eventos em uma experiência cujos resultados podem ser medidos do começo ao fim. O uso vai de acordo com a necessidade. “Pode ser contratado o pacote completo ou apenas etapas específicas. O interessado define isso com os especialistas da Alatur JTB, e recebe uma solução sob medida”, explica o vice-presidente de Vendas da Cvent, Brian Ludwig, que esteve em São Paulo para o lançamento. A comercialização ocorre por meio de licenças, que podem ser adquiridas para um evento específico ou para um período de tempo. “Nos Estados Unidos, as empresas normalmente testam o serviço e depois de entender o funcionamento acabam fazendo uso regular”, ressalta o norte-americano. Neste primeiro momento, a solução

fornecida será a Event Cloud, que reúne todos os módulos do evento. No ano que vem, será acrescentada a Hospitality Cloud, trazendo o gerenciamento da hospedagem dos participantes.

CRESCIMENTO

Os dois lados concordam que foi um casamento perfeito de necessidades. “Nós queríamos há algum tempo entrar no Brasil, que é um mercado grande onde os eventos ainda têm muitos processos manuais. Mas faltava o conhecimento local. Para a Alatur, era o contrário: conhece o mercado, mas faltava uma tecnologia desse porte”, diz Ludwig. Com mais esse recurso a oferecer, a Alatur JTB espera multiplicar sua receita com eventos. Atualmente beirando os R$ 400 milhões ao ano, segundo Ricardo Ferreira, esse valor poderá chegar a R$ 1 bilhão em “poucos anos", de acordo com ele. “Combinaremos a gestão, por meio da tecnologia, com a realização do evento em si, que fazemos com a AJ Eventos e Incentivos”, explica, citando outro braço do grupo.p

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>> Maria Izabel Reigada

Charme

português PROPRIEDADES HISTÓRICAS E CHARMOSAS EM ÁREAS DE DESTACADA beleza natural. Essas são as condições essenciais para ingressar na associação Hotéis Rurais de Portugal, hoje com 101 unidades em todo o país — com exceção do arquipélago dos Açores. Criada há dois anos, a rede conta principalmente com hotéis-butique e pousadas charmosas, algo afastadas dos grandes centros urbanos. “Sabemos que aqui no Brasil há um conceito de rural diferente do que temos em Portugal”, conta a portuguesa Raquel Cruz, que participou da última edição da Feira da Abav e Encontro Braztoa ao lado do presidente da associação, João Monteiro. “Nossas propriedades não são fazendas nem estão localizadas a muitos quilômetros de qualquer cidade, mesmo porque o tamanho de Portugal não permite isso”, brinca a hoteleira. “São hotéis-butique e pousadas que priorizam o entorno natural, seja na praia, nas serras ou nas cidades históricas portuguesas.” História é, também, outro ponto em comum entre muitos dos empreendimentos associados. “Oferecemos a possibilidade do hóspede dormir em uma cela em um antigo mosteiro ou visitar um claustro dentro do próprio hotel que o recebe”, conta. A rede trabalha há um ano com a Mikape Brasil como representante por aqui. “Tenho feito um trabalho de apresentação, analisando aqueles hotéis com o melhor perfil para os hóspedes brasileiros, seja pelos locais mais procurados ou pela combinação de oferta adicional, sobretudo a gastronomia”, conta a diretora da Mikape, Michele Muhlbauer. Com 101 hotéis em 86 locais portugueses — sendo que a região do Porto e Norte de Portugal é a mais bem representada, com 43 propriedades —, a representante brasileira tem apostado na formatação de pacotes para comercialização no Brasil.p

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INFORMAÇÕES E-mail: reservas@hoteisruraisdeportugal.com.br Site: www.hoteisruraisdeportugal.com

Raquel Cruz, Patricia Fernandez, o presidente da associação, João Monteiro, e a diretora da Mikape Brasil e representante da Hotéis Rurais de Portugal no País, Michele Muhlbauer

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12 Te c n o l o g i a

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>> Artur Luiz Andrade

Nova estrutura A SEDE DO SABRE TRAVEL NETWORK NA AMÉRICA LATINA PASSARÁ A SER, EM 2017,

em Montevidéu, no Uruguai. Hoje os executivos da região se reportam aos Estados Unidos, mas a empresa anunciou a contratação de Ricardo Carreón, mexicano, que ocupará a posição de vice-presidente para toda a América Latina. Ele já trabalhou em empresas como a Intel, Novell e NCR Corporation, fornecedor de serviços e soluções multicanais nos setores de varejo, financeiro, viagens, hotelaria e telecomunicações. Carreón mora em São Paulo há 11 anos e antes de ingressar no Sabre cuidava da área de Hospitality na NCR, baseado na capital paulista. Casado com uma brasileira, fala português fluente. Com a mudança, será inaugurado um terceiro prédio do Sabre em Montevidéu, no começo de 2017, com um total de 170 funcionários voltados às operações na América Latina. O vice-presidente para o Brasil, Luiz Ambar, continua no comando da empresa no mercado brasileiro, sediado em São Paulo, e recebeu ainda a liderança da unidade de Hospitality Solutions no País (a parte de hotéis estava em outra divisão até esta mudança). Julia de Jesus, que cuidava de outra parte da América Latina, continua baseada em Porto Rico, cuidando de projetos especiais do Sabre. "Desde que iniciamos nossas operações na América Latina e Caribe, em 1980, como o primeiro GDS e fornecedor de tecnologia para viagens, nós mantivemos a liderança em oferecer soluções críticas para nossos clientes que impulsionam seus negócios e aumentam sua margem de lucro. Além do desafio permanente em inovar", disse o vice-presidente sênior do Sabre Travel Network para as Américas, Jay Jones. "Um novo capítulo começa hoje para nós e para a indústria na região, e estou confiante que o comprovado histórico de sucesso do Ricardo nos ajudará a expandir nossos relacionamentos e negócios na América Latina e Caribe. Sua carreira traz a especialização fundamental para expandir nossas operações e continuar a investir em uma das regiões estratégicas para o Sabre, pela extensa comunidade de empresas parceiras e usuárias do nosso portfólio de soluções."

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Luiz Ambar, VP para o Brasil, e Ricardo Carreón, novo VP para a América Latina do Sabre Travel Network

Ricardo Carreón é bacharel em Ciência da Computação pelo Instituto Tecnológico de Monterrey, no México. Em sua nova posição, ele se reportará ao vice-presidente sênior para as Américas, Jay Jones.

PELA REGIÃO

A nova sede latino-americana em Montevidéu, onde já funciona o Centro de Serviços e Suporte Global do Sabre, será uma expansão dessa estrutura, e não significa o fechamento dos escritórios regionais. A empresa de tecnologia para a indústria de Viagens manterá bases em São Paulo, Cidade do México, Bogotá (cuidando do norte da América Latina e do Caribe), Buenos Aires, Lima (também abrangendo Venezuela) e Santiago. A nova sede unificará os serviços de suporte, implementação de software

Jay Jones, VP sênior para as Américas

e consultoria na região. Outras áreas estratégicas incluirão o gerenciamento de contas, soluções de comércio para fornecedores, contas globais, finanças e marketing. “A expansão solidificará a posição do Sabre como uma das maiores empresas privadas a empregar funcionários no Uruguai”, afirma a empresa em comunicado. Desde 2004, o Sabre vem expandin-

do sua presença no Uruguai, ao estabelecer o Centro Global que provê suporte para mais de 90 países, em 12 idiomas, contando hoje com mais de 950 profissionais. “Este anúncio confirma a projeção do Sabre em continuar a otimizar seu modelo de serviço, atuando agora com uma organização exclusiva focada em toda a América Latina e Caribe.”p

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13 Destinos

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>> Roberta Queiroz

Além da

França

RUMO À AMAZÔNIA. ESSE É O SIGNIFICADO DE CAP AMAZON, EMPRESA QUE

este ano festeja cinco anos no mercado brasileiro. Criada por Caroline Putnoki, a companhia iniciou a sua trajetória e se consolidou no setor representando marcas de Turismo e Gastronomia dentro do eixo França, Polinésia Francesa e Caribe Francês. Como todo bom aniversário, o da Cap Amazon teve surpresas. Surpresas com um quê de amadurecimento e, obviamente, desafio. Segundo Caroline, a nova estratégia da “agência butique” é desenvolver e ampliar o portfólio de clientes que extrapolem a França. A primeira ação concreta do plano envolve a oficialização de Jean-Bruno Gillot como sócio-diretor. Jean-Bruno, que até então era responsável pelo marketing, assume a posição para prospectar contas de outras regiões e “tropicalizar o marketing” de cada uma delas, isto é, entregar a chave para que elas desvendem o perfil do viajante brasileiro. “A decisão surgiu de forma conjunta. Eu manifestei vontade de crescer dentro da empresa e do Turismo de forma geral e a Caroline fez o convite incentivada pela nova estratégia”, comentou. Poucas semanas no cargo foram suficientes para o sócio-diretor apresentar resultados consistentes da iniciativa. Gillot trouxe dois clientes exclusivos para a carteira da Cap Amazon, o Dakkak Group e a Star Clippers, ambos representados pela primeira vez no Brasil. Enquanto a primeira empresa é um receptivo do Oriente Médio — que serve destinos como Jordânia, Jerusalém (Israel), Egito, Líbano, Síria, Dubai, Abu Dhabi (ambos nos Emirados Árabes Unidos), Omã e Catar —, a segunda opera três das maiores e mais altas embarcações de vela do mundo. Para reforçar o time de marcas francesas, Jean-Bruno conquistou ainda o receptivo KTS Voyages. “Nossa meta para o próximo ano é acrescentar mais um destino ao nosso portfólio. Pode ser uma cidade, região

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ou mesmo um país”, apontou Gillot. “Em paralelo, também queremos aumentar a visibilidade dos nossos clientes em territórios hispânicos, principalmente na Argentina, Colômbia e no Chile”, completou. O serviço da Cap Amazon inclui gestão de eventos e mídias sociais, direção de arte e relacionamento com o trade local.p

Ana Lúcia Severo, Fernanda Sarubbi, René Pérol, Caroline Putnoki, Jean-Bruno Gillot e Wenna Guimarães cortam o bolo em comemoração aos cinco anos da Cap Amazon

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14 Serviços

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>> Rafael Faustino

O valor da experiência RCD Hotels

Nos hotéis Hard Rock All Inclusive, a experiência do hóspede é privilegiada com o sistema all inclusive e diversas atrações musicais, que são a marca registrada da rede

CONHECER BELOS LUGARES, TER VÁRIOS VOOS À DISPOSIÇÃO E UMA HOSPEDAGEM CONFOR-

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Entre eles estão os hotéis Hard Rock, que ganharam um braço de hotéis com tudo incluso com a entrada da administradora RCD Hotels, que abriu propriedades da marca em Vallarta, Riviera Maya e Cancún (México) e Punta Cana (República Dominicana). Todas recentes, a partir de 2012, e com o já tradicional apelo musical das propriedades Hard Rock. Nesses hotéis, a experiência all inclusive é complementada pelo clima rock ‘n roll e atrações musicais que não podem ser encontradas em outro lugar. “Nossos visitantes esperam uma experiência musical, e nós a damos em todos os sentidos. Quer escutar? Há trilha sonora em todos ambientes do hotel.

Quer tê-la com você? Temos as playlists gratuitas para baixar. Quer criá-la? Disponibilizamos guitarras Fender e mesas de DJ”, cita o vibe manager do Hard Rock Hotel em Cancún, Carlos Sasha Cuevas. Seu cargo, aliás, é outra marca registrada da rede: os vibe managers estão em cada unidade apenas para cuidar da experiência do hóspede. Junte isso a variados restaurantes, bares e bebidas à vontade no próprio quarto, nas piscinas e até na praia, e o hóspede, que já pagou por tudo isso antes de chegar ao hotel, só precisa desfrutar. Tudo isso leva a taxas de ocupação médias acima de 90%, como é o caso da unidade de Cancún.p Airbnb

tável não são mais o suficiente. Quem trabalha com Turismo sabe que, hoje, o nível de exigência de viajantes cresceu, e além do produto em si, a experiência em cada etapa torna-se cada vez mais importante. Não é à toa que soluções baseadas em aplicativos, como o Airbnb, em hospedagens alternativas, e o Uber, de transporte terrestre, ganharam espaço rapidamente. Além de reduzir custos, ambas tornaram muito mais simples o processo de escolha e uso dos serviços, assim como o pagamento. No caso do Airbnb, a flexibilidade na escolha e a facilidade na reserva tornaram, rapidamente, a plataforma uma das mais utilizadas no mundo, com reservas que giraram em torno de US$ 7,5 bilhões no ano passado, segundo a Phocuswright. A ascensão ocorreu principalmente baseada na preferência de consumidores da geração dos millennials, mais familiarizados com as tecnologias digitais e dispostos a testar métodos alternativos de hospedagem. “O Airbnb mudou a forma como o viajante vê a hospedagem. O hóspede quer sentir que faz parte daquele ambiente,

que pertence a um grupo e a uma tendência que define sua era e seu jeito de ser”, aponta a vice-presidente de Marketing Global para as Soluções de Hospitalidade do Sabre, Sarah Kennedy Ellis, que coordenou um estudo sobre os hábitos da geração Y. Movimento semelhante ocorreu com o Uber, que confronta os táxis tradicionais nas cidades onde entra. No Brasil, finalmente foi obtida, neste ano, a regulamentação em algumas cidades, como São Paulo, o que permitiu melhorar os serviços fornecidos por aqui. E também motivou a conversão de concorrentes, que só atuavam com táxis, a esse modo de transporte particular: 99 Táxis e Easy Táxi são os maiores exemplos.

LUXO SE APROVEITA Não só as startups, entretanto, promoveram novas experiências no Turismo recentemente. Redes hoteleiras também vêm aprimorando seus serviços e atuando em modelos que facilitam a vida de seus hóspedes. Um dos maiores exemplos é o conceito all inclusive, que ganhou novos adeptos nos últimos anos e, tratando-se de resorts completos, atendem um público diferente do Airbnb.

A facilidade de escolha e pagamento no aplicativo, com uma variedade de casas à disposição no mundo inteiro, faz a diferença para o Airbnb se tornar cada vez mais popular

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16 Aviação

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>> Artur Luiz Andrade

Pronta para a retomada O AUGE DA CRISE NO BRASIL É PASSADO PARA A AMERICAN AIRLINES E A EMPRESA ESPERA um 2017 de retomada de investimentos, voos e bons resultados. Alguns deles já estão aparecendo neste segundo semestre, como os 34% de recuperação tarifária em relação ao ápice da crise e a previsão de frequências maiores na baixa estação (casos de Belo Horizonte e Brasília). A American Airlines, por conta da crise, cortou ligações de Curitiba, Porto Alegre, Campinas, Recife e Salvador e ainda diminuiu frequências em outros mercados brasileiros. “Não deu tempo desses mercados amadurecerem”, disse o diretor da companhia, Dilson Verçosa Jr. Segundo ele, são cidades mais emissivas do que receptivas, por isso a dependência era muito grande do brasileiro em viagem ao Exterior. Diferente de Rio e São Paulo, por exemplo, que têm um bom fluxo inbound, seja a lazer ou negócios, o que compensa a crise emissiva. A liberação dos vistos durante a Olimpíada foi um fator que ajudou no estímulo às visitas de estrangeiros. A continuidade da medida, uma reivindicação do trade, é vista com bons olhos pela American, pois é grande o interesse do americano em visitar o Brasil. Um dado da Argentina pode servir de base para nossas autoridades: 50% dos assentos da AA para Buenos Aires têm vendas nos Estados Unidos, índice bem maior que o daqui. Em visita à sede da PANROTAS, em São Paulo, Verçosa contou que os números da empresa em setembro no Brasil foram positivos e que a curva é de ascensão desde junho e julho passados. Mais que uma luz no fim do túnel, há uma volta de investimentos e de planos para o País. Some a isso o novo astral dos vizinhos argentinos e a América Latina volta a respirar. A American é a maior operadora aérea norte-americana na região, com cerca de 25 voos semanais na Argentina e mais de 70 no Brasil (onde já teve mais de 100 operações por semana). Confira a seguir dez boas notícias que mostram essa recuperação e que vão ajudar os profissionais de Turismo a se planejar para 2017 e a tão esperada retomada.

MAIS VOOS

A American Airlines reduz todos os anos a frequência de voos na baixa temporada em alguns mercados, como Belo Horizonte e Brasília. Um ajuste natural de oferta e demanda, comum a todas as

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Dilson Verçosa Jr. e José Roberto Trinca

empresas aéreas. Na capital federal, no entanto, o voo para Miami já se tornou diário de forma fixa, beneficiado pela saída de alguns players e pela aposta na cidade. E em Belo Horizonte em vez da redução de sete para três, o que costumava acontecer em temporadas anteriores, o sistema da aérea já aponta que serão cinco voos semanais na baixa. A partir de dezembro, o terceiro voo São Paulo-Miami ficará diário para a temporada (é um voo diurno), assim como o segundo Rio-Miami. Ainda não se sabe se na baixa eles terão a redução normal de voos ou se acontecerá o mesmo que houve com Belo Horizonte e Brasília.

PARA LAX

Los Angeles está se transformando em um novo hub da empresa, com voos para o Japão e a Ásia em geral, e a American se beneficiou da saída da Korean do Brasil para aumentar sua ocupação na ligação GRU-LAX. Assim, o Boeing 777-200 reconfigurado com as novas classes da empresa entrará em operação, oferecendo 64 mais assentos e mais conforto aos passageiros. Ainda em Los Angeles, a companhia está fazendo obras no aeroporto para aumentar seu espaço e atender melhor clientes do Brasil e de todo o mundo. Los Angeles não era um hub da empresa, mas com a fusão com a US Airways e os investimentos em voos para o Japão, Austrália e Nova Zelândia, a empresa deu nova atenção à cidade.

DREAMLINER

O 787-900 da American Airlines vai estrear em duas rotas: Dallas-Madri e Dallas-São Paulo. O fato de a empresa colocar uma nova aeronave para o Brasil mostra que as perspectivas são boas e que o mercado continua sendo uma forte aposta. O Dreamliner já vem com a nova configuração de classes da AA. A aeronave tem mais assentos na executiva e novo design interno.

CONTRATANDO

O diretor geral da American no Brasil, Dilson Verçosa Jr., diz que o interesse pelo País voltou. Uma prova disso é o aumento do call center, que reúne 180 funcionários em São Paulo. Somente este ano a companhia contratou 20 novos colaboradores no setor, que fica no bairro de Pinheiros, e ainda tem oito vagas em aberto, que serão preenchidas em breve. A American ocupa três andares no prédio.

VENDAS

Apesar do fechamento dos voos de Curitiba, Porto Alegre, Campinas, Recife e Salvador, a companhia manteve os profissionais de vendas nesses mercados. Não houve demissões, pois há uma demanda a ser atendida e outra potencial que já está retornando.

NOVA CLASSE

O Brasil, segundo Verçosa, já está sendo estudado para investimentos a

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partir de 2017. A companhia pode até retomar ao menos um dos voos cancelados no Nordeste, além de continuar trazendo novas aeronaves. A frota de 777-200 estará totalmente renovada com a configuração que inclui a premium economy até maio do próximo ano. A nova classe, aliás, só será vendida no sistema a partir de fevereiro, apesar de já constar das novas aeronaves.

TARIFAS

A tarifa média já se recuperou em 34% este ano. No auge da crise, houve promoções a menos de US$ 200 para Miami.

Guillermo Alcorta, Heloisa Prass e Artur Luiz Andrade receberam Dilson Verçosa Jr. e José Roberto Trinca na PANROTAS

ÚLTIMA HORA

Os números de julho em diante já estão mais positivos que negativos. Setembro se mostra o melhor mês, com tudo azul. Mas o brasileiro passou a comprar bem em cima da hora, o que continua sendo um desafio. “Estamos com uma boa tarifa, ocupação e rentabilidade”, afirma Verçosa Jr.

OPEN SKIES

A companhia está otimista também com o encaminhamento da entrada em vigor da política de céus abertos, que está atrasada, mas voltou a andar. Isso permitirá uma flexibilidade de operações, inclusive na parceria com a Latam Airlines, outro ponto positivo destacado por Verçosa no Brasil. No momento de crise, as parcerias são mais importantes ainda para criar alternativas aos clientes. A recuperação da confiança dos vizinhos argentinos também ajuda na visão do novo momento da América Latina. Também os voos para Cuba entram nessa nova onda. A companhia já opera para cinco cidades de Cuba e Havana será o próximo destino.

VISUAL

A empresa já trouxe para o Brasil os novos uniformes da tripulação e pessoal de aeroporto, que estrearam na semana passada. No mundo, chegou a 120 mil funcionários (no meio da fusão com a US Airways chegou a 100 mil) e terminou a última etapa dessa união (um acordo que unificou as tripulações das duas companhias). A American também anunciou que está construindo uma nova sede em Dallas, que ficará dentro da Flagship University, da companhia.p

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18 Hotelaria

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>> Roberta Queiroz

O novo hotel

BRAND EXPERIENCE, OU EXPERIÊNCIA DE MARCA, É A CAPACIDADE DA EMPRESA DE CRIAR

sensações dentro de um determinado espaço e, assim, associá-las ao seu nome. A estratégia deixou de ser tendência para se transformar em uma realidade necessária. Tudo graças à mudança constante do comportamento do consumidor, influenciado pela evolução e democratização da tecnologia. Esse foi o assunto escolhido para debate pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), em parceria com a fabricante de produtos de consumo e soluções 3M. Regido pelo tema “Como gerar experiências memoráveis nos hóspedes”, o evento realizado no Grand Mercure Ibirapuera, em São Paulo, no início do mês, discutiu a brand experience dentro da hotelaria como uma forma de fidelizar o cliente em tempos de instabilidade econômica, Airbnb e OTAs. De acordo com o presidente do conselho do Fohb e diretor geral da Bonadona Hospitality Consulting, Roland de Bonadona, os novos perfis dos clientes que buscam um hotel transformaram o próprio papel do empreendimento – algo que, há 20 anos, não era mutável, muito menos questionado. “Se antes o hotel era um local de refúgio, hoje ele é um espaço de imersão no destino”, opinou o consultor e ex-CEO da Accor. Para ele, o hóspede de antigamente chegava ao hotel ávido para conhecer o destino, isto é, o mundo fora do hotel. Hoje, porém, o cliente deseja que o a hospedagem seja a porta de entrada e o início de todas as experiências que o aguarda durante a viagem, seja ela a lazer ou a negócios. “Atualmente, o concierge acompanha o viajante desde a reserva, para que a experiência seja completa e de acordo com a preferência de cada um”, pontuou. A criação de emoções, segundo o executivo, está totalmente ligada à combinação de gestão de pessoas e incorporação de tecnologia. Afinal, o hóspede já não enxerga a conectividade como regalia, mas sim como serviço obrigatório. O CEO da Accor Hotels, Patrick Men-

O presidente do Fohb, Manuel Gama, na abertura do evento realizado no Grand Mercure Ibirapuera, em São Paulo

des, vê na ampliação de bandeiras disponíveis no portfólio da rede francesa a fórmula para atender e conquistar os diversos tipos de hóspedes. Tipos que, vale destacar, tendem a aumentar. “Não existe somente um hotel do futuro. Existem vários. Temos 15 marcas só no Brasil e esse número deve aumentar nos próximos anos conforme os anseios do consumidor”, garantiu. À frente da vice-presidência de Design e Implantação da Accor, Paulo Mancio também deu alguns palpites sobre o hotel do futuro, pelo menos em relação à infraestrutura. “Vejo esse hotel com luminárias, camas e outros acessórios totalmente móveis. Adaptados aos perfis de clientes e às diferentes necessidade deles ao longo do dia”, observou. Mancio indicou ainda a aproximação do hotel a plataformas de negócios formadas por três pilares: eventos, design e customização. “As plataformas digitais empoderaram as pessoas e o que nos resta é interpretar o hóspede, ou seja, estar atento e captar o máximo de informações para aplicá-las às marcas oferecidas pela rede e fidelizar aqueles que nos escolhem.”p

Manuel Gama, do Fohb, Roland de Bonadona, da Bonadona Hospitality Consulting, Paulo Mancio, da Accor, Jorge Lopez, da 3M, Patrick Mendes, também da Accor, Roberto Rotter, da Rede Plaza, Orlando Souza, do Fohb, e Herman Railef, da 3M

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Patrick Mendes e Roland de Bonadona avaliaram o cenário e apontaram tendências

HUM A NIZ A Ç Ã O COMO ADIANTADO POR BONADONA, ENCORAJAR SENTIMENTOS E FORTALECER A BRAND EXPERIENCE TAMBÉM

envolve gestão de pessoas. Pensando nisso, o Fohb levou ao evento com seus associados a psicóloga especializada em concierge, Rosana Bueno, para aprofundar e discutir a relação entre hotel e hóspede. “O cliente sabe que é cliente. Vocês precisam perceber e fazer com que os seus colaboradores percebam a pessoa, e não o cliente”, disse Rosana em um dos seus primeiros alertas aos hoteleiros. Na visão da psicóloga, a percepção de pessoas é cada vez mais escassa e influenciada pela mecanização dos processos, algo que atrapalha diretamente a naturalidade da experiência, a fidelização do cliente, a receita do hotel ou, quem sabe, a sobrevivência dele no mercado. Enriquecer o suporte de produtos e contratar funcionários avaliando apenas o seu extenso currículo, portanto, pode ser um caminho enganoso. Rosana acredita que, para requintar o relacionamento com o cliente e mantê-

“Perceba a pessoa e não o cliente”, advertiu a psicóloga Rosana Buerno

-lo no nível da excelência, é preciso encontrar pessoas predispostas a servir, isto é, pessoas que não tenham dúvidas sobre a profissão e que estejam interessadas em humanizar tanto a si próprias quanto seu serviço. “Uma pessoa com essa predisposição é uma pessoa que repara. Repara no caminho que o leva para casa, no aniversário dos amigos, no número de roupa dos filhos. Você e a sua equipe reparam?”, questionou.p

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VIAGENS EM FAMÍLIA

A viagem em família nunca foi tão valorizada (por viajantes, destinos e fornecedores), mas também nunca foi tão complexa, devido à variedade de alternativas e à logística especial que cada grupo requer, por menor que seja.

O papel de curadoria do profissional de viagens cai como uma luva para esse tipo de viagem, que envolve questões como segurança, conforto, alojamento e transporte e ainda um roteiro que satisfaça a todos, deixando tempo livre para os gostos individuais e bastante espaço para a convivência familiar. Ouvimos especialistas de nossa indústria e preparamos algumas dicas para que o planejamento garanta dias memoráveis com quem se ama. Algo que ficará para sempre na lembrança de todos.

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Viagens em família em

dicas

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Passar tempo com os filhos, sobrinhos, primos... até com a sogra. Cada vez mais o habitante estressado das grandes cidades valoriza o tempo com a família e em uma viagem isso se dá em um ambiente diferente, sem a pressão do trabalho e dos horários e com foco na diversão. Uma boa oportunidade de vendas: a qualidade do tempo passado com quem você ama e acaba negligenciando ocasionalmente por causa do dia a dia atarefado.

2

Família que viaja junta... leva amigos. Uma viagem em família pode virar um grupo. Pode gerar uma tradição que, se bem organizada pela agência ou pelo profissional de viagem, também significará fidelidade pelos anos por vir.

3

Seja um cruzeiro ou um resort, uma grande cidade ou um hotel fazenda, os destinos estão cada vez mais diversos. Até Las Vegas sabe que é preciso ter algo para as crianças, para quem não gosta de jogo. Vejam como a cidade se transformou. A elaboração de um roteiro que agrade a todos os gostos e contemple o tempo de convivência é fundamental. Não adianta a família viajar junta e cada um ir para um lado. Mas cada viajante deve fazer o que gosta e nem tudo deve ser feito por todos ao mesmo tempo.

4

Viajar com crianças requer cuidados e planejamento. Dos remédios ao seguro viagem, da escolha de assentos no voo ao aluguel de um carro espaçoso, da seleção da

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hospedagem (com ou sem quartos conjugados, por exemplo) à compra de ingressos antecipados... O papel do profissional é fundamental para ajudar à família a não se perder na check-list.

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Assim como Las Vegas soube ser atraente para crianças, os parques temáticos, no Brasil e no Exterior, sabem que precisam agradar a todos. Boa gastronomia, hotéis mais luxuosos, atrações contemplativas ou com emoção, spas e personagens de todas as épocas garantem a diversão de pais e filhos, seja no Beto Carrero World, no Brasil, seja em Walt Disney World, nos Estados Unidos.

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A viagem em família depende da agenda de mais pessoas. Geralmente as férias das crianças são o guia para marcar a data, mas nem sempre. Se os filhos são pequenos ou se as viagens são curtas, elas podem acontecer o ano todo. Um alívio para os meses de baixa temporada. Basta planejamento. Em alguns casos, a família se programa para férias longas na baixa estação, para fugir de filas e dos preços maiores. Não custa consultar a disponibilidade dos viajantes e fugir de julho e janeiro.

7

A viagem em família está cada vez mais multigeracional. Avós, pais e filhos (e agregados) em um mesmo itinerário. Atenção redobrada a gostos e cuidados. Avós viajando apenas com netos também estão se tornando mais comuns. E casais amigos sem crianças também são uma tendência. Ah sim: o conceito

de família mudou. Abra a sua mente e se prepare para cada vez mais ver duas mães, dois pais, pais solteiros... Não deixe o preconceito falar mais alto e prepare uma viagem para laços afetivos e relações humanas e não baseando-se em cor da pele, raça, nível social, escolha política, sexualidade...

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Uma família é um grupo. Se for muito numerosa, é preciso de flexibilidade para as atividades que não são de interesse geral. Alugar mais de um carro quando a família é formada por duas famílias menores é uma dica importante. Na hora do impasse, em Orlando, por exemplo, cada grupo segue para seu lado.

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Comemorações são uma boa oportunidade para viagens em família. Do aniversário de um dos filhos (com ou sem direito a levar amiguinhos) às bodas dos avós, de um casamento à renovação de votos... Pergunte; quem sabe a viagem do casal não vira um simpático evento fora de casa?

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O luxo é um dos segmentos que mais se encaixam na viagem em família. Grandes suítes, todos de classe executiva, roteiros exclusivos, passeios de iate... Mas há espaço para as viagens econômicas e até para as escapadas de última hora. A hotelaria está bem criativa para a hospedagem em família, com apartamentos para até cinco membros, e não se deve ignorar a economia compartilhada. Pode ser um dos itens na hora do planejamento da viagem.

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Henrique Santiago

Viagem a

viagens. Essa experiência única se torna ainda mais especial quando feita com a família reunida. O Brasil é um destino e tanto para explorar com pai, mãe, filhos e até mesmo colocar na mesma lista primos, avós e netos. É fato que um pacote completo é um presente que substitui hoje em dia a festa de formatura e cria lembranças duradouras, seja naquele roteiro inesquecível na Bahia ou a primeira ida para ver os castelos da Disney. Uma coisa é certa: convocar seus entes queridos para passar ao menos uma semana de descanso em uma praia em um hotel virou quase que uma “lei’ nos lares brasileiros. Na crise, a viagem com a família é a última a ser cortada. Pensando nisso, o Jornal PANROTAS conversou com diversos players do Turismo para dar as melhores dicas e recomendações de produtos, destinos e muito mais.

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CONHECER OUTRA CIDADE OU OUTRO PAÍS É ALGO CADA VEZ MAIS COMUM NA INDÚSTRIA DE

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OPERADORAS Quando o assunto é viajar com seus familiares, ninguém quer dor de cabeça. “O primeiro cuidado é em relação ao destino. Deve-se focar em um lugar que atenda às suas necessidades, seja praia, serra ou um cruzeiro que esteja dentro da disponibilidade financeira”, disse a gerente de Vendas em São Paulo da Visual Turismo, Simone Rodrigues. Mas o destino pode estar em um lugar bem em conta para famílias. Os resorts brasileiros espalhados pelo Nordeste são os favoritos desse público, segundo apontou o diretor de Produtos Nacionais da CVC, Claiton Armelin. A promoção de criança que viaja de graça é um atrativo maior para quem busca um all inclusive, completou. O mesmo acontece na Flytour Viagens, cujo departamento de Produtos Nacionais e Operações é liderado por Daniel Firmino. Segundo ele, o “clássico familiar” são dois adultos e duas crianças. Às vezes, os avós também se

aventuram em uma viagem de cinco ou seis noites. Para isso, é necessário se planejar; e a antecedência desses clientes é maior que a dos demais, geralmente de 45 dias ou mais. “Eles não viajam apenas na alta, como também embarcam na baixa temporada. Escolhem também datas comemorativas, já não são apenas as férias escolares”, disse Firmino, apontando que os all inclusive estão no topo da lista, uma vez que sabem o quanto vão gastar no local. Junto com os resorts, os operadores têm notado maior procura na Serra Gaúcha, especialmente Gramado, e minicruzeiros pela costa brasileira. Mas e quanto a produtos internacionais? Se você pensou em Orlando (EUA), uma das capitais mundiais do entretenimento, a resposta está correta. Entendida no assunto, a gerente de Produtos de Estados Unidos da MMTGapnet, Georgia Mariano, diz que a procura por Disney é tamanha que os

Georgia Mariano, da MMTGapnet

clientes confundem a cidade de Orlando com o nome do complexo Walt Disney World. Mas ela garante: conhecer apenas o Mickey, a Minnie e as princesas é coisa do passado. “A Universal cresceu como resort e por ser mais contemporânea [em relação a atrativos]. Já o Legoland é ideal para crianças pequenas, mesmo sendo a uns 50 minutos de Orlando”, sugeriu. > Continua na pág. 26

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Sea World Orlando Halloween Spooktacular

As operadoras tradicionais dizem e afirmam que famílias não compram viagens com as agências de viagens on-line, as populares OTAs. Colocar à disposição ferramentas seguras e rápidas para “bookar” o aéreo ou o hotel tem migrado essa parcela para o canal virtual, atesta o sócio-fundador do Viajanet, Alex Todres. Ele explica que um dos trunfos é o acesso à ferramenta Quando Viajar, do site, que permite ao comprador checar o preço do bilhete aéreo nos próximos seis meses. “Eles têm a possibilidade de reservar o hotel e cancelar, caso mudem de ideia. O cliente pode entrar no site, reservar várias opções de hotéis, e, conforme vai definindo a viagem, eles vão cancelando os que não forem usar”, salientou. Muito se bate na questão de assistência ao consumidor. Embora não tenha um contato físico, as OTAs mantêm um canal aberto para ouvir elogios e reclamações dos viajantes. De acordo com o gerente de Cross Selling Pacotes da Decolar.com, Samuel Molina, os clientes têm maior segurança ao adquirir sua viagem diretamente no site. “Em relação ao pós-venda, oferecemos uma central de atendimento que

funciona 24 horas por dia, e uma área on-line, chamada ‘Meu Decolar’, foi desenvolvida para que o cliente consulte sua reserva e tenha facilidades que agilizam e automatizam os processos. Essa ferramenta pode ser acessada em desktops ou por aplicativos mobile”, detalhou Molina. Ainda em relação ao pós-venda, o Viajanet investiu em uma plataforma si-

Alex Todres, do Viajanet

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AGÊNCIAS ON-LINE

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O ideal nesses parques, segundo ela, é alternar um dia inteiro de atividades com momentos de relaxamento e compras. Em média, as famílias passam 11 noites em Orlando. Para a diretora da Trade Tours, Silvia Fagundes, o agente de viagens tem de tratar a venda do destino como a verdadeira viagem dos sonhos. É preciso buscar entender a fundo o passageiro, o tipo de hospedagem procurado — a dica para crianças pequenas é ficar dentro do complexo —, o tipo de ingresso e os planos de refeição. De acordo com ela, quem vai à Disney uma vez acaba voltando pela segunda vez e, tão importante quanto, acaba agregando outros produtos, como os próprios parques da Universal e do Sea World. À parte do destino mais procurado, o internacional é explorado por pais e filhos em outros continentes. O diretor de Produtos Internacionais da CVC, Fabio Mader, salienta o mesmo ponto de escolha desses viajantes: os resorts all inclusive, agora no Caribe, especificamente em Cancun, no México, e Punta Cana, na República Dominicana. “Eles querem aproveitar o destino e o que a cidade tem a oferecer, como passeios. Por isso, saem daqui com o plano já montado. Mas nem sempre compram de uma vez só. Hoje vai o aéreo e dias depois o hotel, por exemplo. No dia do embarque, já têm o produto completo”, analisou. Nas empresas voltadas ao luxo, o envolvimento de famílias é ainda maior. Segundo o diretor da Teresa Perez, Tomas Perez, os parentes se “aglomeram” e juntam três ou quatro gerações para celebrar casamentos ou bodas de algum membro. Mas todos querem uma coisa só: consultoria, independentemente se for a primeira ou a décima viagem. Dentro desse universo familiar, a operadora upscale entende que o cliente pode decidir ou não um destino se atender aos seus filhos pequenos e, com isso, tem o desafio de oferecer uma experiência memorável, como assinalou o executivo.

Samuel Molina, da Decolar.com

milar em seu aplicativo para famílias que desejam dar seu feedback. Por meio dela, é possível se conectar via chat e relatar alguma dificuldade com o call center da empresa. Convictos de que este nicho não é apenas para agências ou operadoras, as OTAs têm enxergado uma leve mudança no momento da compra. Segundo Todres, isso pode ser resumido em uma palavra: fragmentação. “Cada vez mais, é possível ver os clientes comprando os produtos de forma separada. O momento de decisão é diferente e, dessa forma, podem pesquisar melhor os produtos e serviços que estão comprando.” Os pacotes dinâmicos são vistos pela Decolar como uma isca para novos consumidores. “Se você viaja com a família, pode escolher um hotel que tenha espaço para crianças. Caso seu driver seja preço, em segundos você cria um filtro para favorecer essa escolha, além de contar com a avaliação dos próprios clientes que já estiveram no mesmo local”, finalizou. > Continua na pág. 28

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SEIS DESTINOS PARA SE

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S UR P R EEND ER

OS ESPECIALISTAS EM VIAGENS REUNIRAM LUGARES NO BRASIL E NO MUNDO QUE VALEM A PENA SEREM MAIS CONHECIDOS.

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Cartagena (Colômbia) – oferece uma experiência de praia e mar legitimamente caribenha;

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Miami e Nova York (Estados Unidos) — Após hospedagem em Orlando, ambas as cidades têm sido escolhidas em viagens conjugadas pelos brasileiros. As praias de Miami e os espetáculos da Broadway são diferenciais;

Gramado (RS) – tem sido cada vez vendida para esse público, afinal, sua arquitetura, seu charme e atrações como Snowland e o Museu de Cera convidam crianças para uma visita;

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Beto Carrero World (SC) – em tempos de crise, o complexo localizado em Penha passou a ser descoberto. As atrações em parceria com o estúdio Dreamworks, de Shrek e Madagascar, não deixam a desejar em relação aos parques internacionais;

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Chile – o país pode ser a primeira aventura internacional desse público. Conhecer a cosmopolita capital Santiago e combinar com locais mais extremos, como São Pedro de Atacama e a Patagônia, são uma ótima pedida.p

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COMPANHIAS AÉREAS Planejar a viagem, comprar o pacote, preparar as malas e, por fim, despachar. Esse último passo talvez seja o que dê maior dor de cabeça para pais e mães, afinal, seus filhos querem levar tudo para o avião, desde o travesseiro ao bichinho de estimação. Com a concorrência entre si e a de estrangeiras, as quatro principais companhias aéreas brasileiras depositam suas fichas no atendimento para fidelizar esse público. Antes do embarque, é indicada a chegada de famílias em voos nacionais com duas horas de antecedência e três horas em saídas internacionais. Para evitar transtornos, a gerente de Corporativo de Aeroportos da Gol, Camila Borges, recomenda que elas devem estar mais atentas à inspeção de raio-X, que, desde os Jogos Olímpicos, se tornou “mais rigorosa”. De acordo com o vice-presidente da Avianca, Tarcísio Gargioni, além do período de férias, há um fluxo considerável em feriados prolongados e fins de semana. Ele assinala que o cliente geralmente respeita o limite de bagagem — crianças de colo têm dez quilos e acima de dois anos e adultos, 23 quilos, mas oferece a compra antecipada de excesso de bagagem, podendo ser de cinco até 30 quilos. Homens e mulheres com filhos de colo precisam do carrinho de bebê ou da cadeirinha dobrável. As regras de cada empresa podem parecer complexas, mas na Avianca, Gargioni esclarece que esse item pode ser transportado de acordo com a disponibilidade de espaço a bordo. Por sua vez, a Azul permite a chegada do carrinho até a entrada da aeronave, sendo depois despachado no porão do jato. Nos voos da Latam Brasil, as crianças podem viajar com o bebê conforto em rotas nacionais e internacionais, na classe econômica, desde que tenha sido homologado e certificado para tal uso. Para isso, o bilhete deve ser adquirido com a tarifa infantil, explicou a aérea. Porém, ainda nas palavras da Latam, quem viaja na premium não pode levar o filho no colo. É necessário comprar a tarifa cheia, como a de adulto, e levar a cadeira para o transporte no avião. Em busca de oferecer um deslocamento mais tranquilo, a Azul disponibiliza o serviço de berço em voos para Estados Unidos e Europa a bebês de zero a dois anos incompletos. > Continua na pág. 30

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Gratuito, o passageiro tem de pedir com, no mínimo, 48 horas de antecedência. O item fica alocado na primeira fileira e o pai ou a mãe responsável se acomoda em uma das poltronas no local mais espaçoso. Os viajantes mais habituados geralmente se deparam com choro de crianças. Não há filme ou desenho no

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entretenimento de bordo que ajude. Há casos nos quais a tripulação deve interferir ou ajudar? Gargioni responde: “todas as nossas tripulações de cabine estão treinadas e aptas para auxiliar os pais, sempre que houver necessidade. Durante os treinamentos, os comissários aprendem técnicas para acalmar ou distrair as crian-

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ças durante o voo.” Na Gol, além dos objetos citados, o transporte de itens maiores como prancha de surfe, windsurfe ou caiaque é feita via Gollog, unidade de cargas, cujo valor é precificado de acordo com o trecho, segundo explicou Camila. Porém, um assunto preocupante, sobretudo para crianças, é o que fazer

com seu animal de estimação em um voo. De acordo com a executiva, a Gol permite a presença de até quatro pets (cachorros e gatos) em um serviço. O limite de peso deve chegar a dez quilos, incluindo já a caixa de transporte. Se o peso do animal excede o limite, ele será transportado no porão, em um ambiente pressurizado, garantiu ela.

HOTELARIA Depois de um voo longo, o que os viajantes mais desejam é uma boa hospedagem, ainda mais quando se está em família. Clientes de todo Brasil depositam esforços e dinheiro para ter uma experiência agradável em um all inclusive. Os resorts, por sua vez, aproveitam essa alta demanda para fazer com que eles fiquem o máximo de tempo curtindo os benefícios. O diretor comercial da Iberostar no Brasil, Orlando Giglio, sente uma forte movimentação dos hóspedes nas dependências dos resorts da rede na Bahia. “Observamos também que quem nunca teve oportunidade de conhecer Salvador gosta de fazer um tour pela cidade”, disse ele. Por outro lado, seu colega de empresa, o gerente de Marketing para República Dominicana e América Latina da rede, Yoanki Neves, vê que os brasileiros viajam ao Caribe e aproveitam mais o tempo dentro do resort. Segundo ele, o tipo de apartamento escolhido são dois quartos conectados, com vídeo game. Para as crianças, isso pode ser um complicador para sair do quarto e aproveitar a praia e o sol. Combinando o misto de praia e fazenda, o Portobello Resort & Safari deixa aos seus clientes o “cuidado” de se divertir. Para o gerente comercial e de Marketing, Ricardo Peixoto, tem-se uma ideia deturpada que um hotel próximo ao mar só vende na alta temporada do País. Ao proporcionar um “safári à brasileira” em uma área de 300 mil me-

Orlando Giglio e Yoanki Nieves, ambos da Iberostar

tros quadrados, a maior preocupação do Portobello é surpreender os hóspedes com a gastronomia em seus restaurantes de pizza e sushi. “Famílias são (um segmento) muito forte para nós." Em águas mais quentes, exatamente em Caldas Novas (GO), o Grupo Prive tem nas férias o período de maior demanda, mas tem em turistas de cidades vizinhas, como Brasília, Goiânia e Belo Horizonte a facilidade de trazer mais visitantes aos fins de semana. Conhecido por seus hotéis com piscinas de águas termais e parques aquáticos, o diretor de Marketing do Grupo Prive, Giuliano Menegassi, afirma que pais deixam seus filhos brincarem sem maiores preocupa-

ções na água. “Nossas atrações, tanto dos hotéis como dos parques aquáticos, são adaptadas para o público adulto e infantil, não oferecendo perigo”, comentou, completando que há salva-vidas a postos em casos de emergência. Localizado no Leblon, um dos lugares mais emblemáticos do Rio de Janeiro, o Sheraton Grand Rio poderia ser apenas um hotel para tomar café da manhã e dormir à noite, certo? Bem, nem tanto. A gerente geral do empreendimento, Sintia Gomes, garante que a piscina é a atividade mais utilizada para relaxamento nesse verdadeiro resort urbano. Em um quarto com duas camas de casal, as famílias não têm preocu-

pação quanto ao conforto, continua a executiva. A internet, no caso, se torna item secundário para eles, utilizando apenas o wi-fi gratuito oferecido pelo hotel. Com transporte gratuito que percorre do Leblon ao Shopping Rio Sul, o Sheraton Grand Rio treina sua equipe para cuidar de crianças sem seus pais a qualquer momento com atividades de lazer e educativas. “Elas normalmente são ‘obrigadas’ [pelos pais] a sair da área. É muito difícil ver um pequeno chorar ou querer largar do recreador”, disse. “Crianças em piscina requerem muita atenção. Então, sempre pedimos para os pais ficarem juntos. Elas querem olhar para o pai ou a mãe e tê-los sempre por perto”, analisou.

LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS Quem põe o pé na estrada precisa de um bom carro. A viagem pode ser curta, de uma hora, ou de centenas de quilômetros cruzando cidade a cidade em uma semana. Por isso, segurança, conforto e aparato tecnológico, como GPS e entretenimento, se fazem necessários. As locadoras têm de entregar uma experiência cômoda para adultos e, principalmente, para crianças, que podem facilmente se estressar em um ambiente fechado. A diretora de Atendimento da Localiza, Cristina Chaves, diz que a locação de diárias é uma forte realidade hoje no Brasil. Os circuitos mais

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explorados são praias, parques e cidades históricas. Famílias com apenas uma criança podem se acomodar em um modelo econômico com ar-condicionado, apontou a executiva. A diretora de Marketing da Hertz, Ana Paula Ide, complementa que deve-se pensar não apenas nos pequenos, mas também na viagem como um todo. “Eles podem escolher um carro menor, embora seja importante considerar a quantidade de bagagem levada, que geralmente muda conforme a idade da criança. Bebês costumam ter mais bagagem, como carrinho, cadeira, bolsas para troca

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de fralda etc.” Para grupos com mais integrantes, o diretor comercial da Movida, Jamyl Jarrus Jr., recomenda minivans, SUV e até mesmo sedãs. O Vito, uma espécie de furgão da Mercedes-Benz, comporta até nove pessoas e é indicado por ter um porta-malas amplo. Como crianças adoram levar seus pertences, o agente de viagens deve pensar no item bagagem. O executivo indica os modelos Renault Duster, Chevrolet Spin, e o Fiat Doblô. À parte do aluguel diário, crianças de até sete anos devem ser transportadas em cadeira especial, segundo a resolução 277 do Conselho Nacional de Trânsito, o Contran. As empresas oferecem a facilidade, porém o preço pode chegar a R$ 20 por dia. As crianças de colo devem estar acomodadas no bebê conforto e os demais pequenos no booster. Para corridas mais longas, todo entretenimento para a família é necessário. Sem revelar preços, a Hertz oferece DVD portátil para toda frota fora do Brasil, pontuou Ana Paula. A Movida, por sua vez, tem o seu próprio aplicativo como opção gratuita de diversão, o qual conta com uma rádio. A opção de um aparelho, com preço de R$ 15 ao dia, capaz de rotear o sinal de internet para até cinco pessoas se faz útil para quem quiser ver filmes e séries, por exemplo. > Continua na pág. 32

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Ana Paula Ide, da Hertz

Cristina Chaves, da Localiza


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CARTÃO DE ASSISTÊNCIA É bom ter, mas melhor ainda não usar. Essa é a máxima dos seguros viagem, que servem para resolver qualquer imprevisto ou complicador. Esse item deve estar cada vez mais listado em prioridades de famílias, concordam empresários. O diretor comercial do Intermac Seguros, Wellington Morato, acredita na preocupação de familiares com seus entes para maior adesão desse item. Afinal, ninguém quer que seu filho, mulher ou marido passe as férias doente em um hospital (e a um custo alto). Em razão disso, o presidente da GTA, Celso Guelfi, assegura que o produto tem sido comercializado nas viagens tanto no Brasil, hábito menos usual, e no Exterior. Embora não tenham coberturas exclusivas para esse público, as empresas de cartão assistência adaptam com o fator promoção em toda a prateleira para angariar novos clientes. “Temos uma média de 2,8 pessoas por família. Para eles, o titular da conta paga 100% e os demais 25%”, explicou ele. O valor off realmente chama atenção

Celso Guelfi, da GTA

de pais em busca de maior segurança para seus filhos. Para o supervisor de Vendas da Travel Ace, Gilberto Silva, o agente de viagens necessita colocar esse produto na prateleira. “Queremos que ele passe para o consumidor é a proteção à sua família,

Wellington Morato, do Intermac Seguros

do seu patrimônio”, disse. Em vista disso, os turistas adquirem mais o produto em sua primeira experiência. Essas companhias transmitem o pensamento que não se trata de um convênio médico, mas tem “uma gama de serviços muito maior”,

elucidou Silva, citando a repatriação de menores de 16 anos. “É preciso fidelizar e vender para esse ‘cara’ para que na segunda ou terceira vez ele fique com a interrogação na cabeça e compre. Ele investe em suvenir, mas não na proteção”, finalizou.

e com atividades sempre orientadas por profissionais qualificados”, disse a empresa em comunicado. O serviço de baby-sitter, assim digamos, também é utilizado quando pais desejam uma atividade mais privativa, a exemplo de um jantar ou um passeio terrestre. Mesmo com a diminuição de armadoras marítimas no Brasil, as empresas apostam em mini viagens de Santos (SP) a Búzios (RJ) e, sem deixar de lado, o Nordeste. Os mares caribenhos e europeu são a pedida do público mais experiente.p

Dario Parazzoli, da Costa Cruzeiros

CRUZEIROS

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nas, festas, entre outros. Parazolli aconselha ao pai ou à mãe acompanhar o filho ou a filha nos espaços de recreação em horários de menor movimento, como o fim de tarde. A Norwegian Cruise Line incluiu berçário e atividades sensoriais para bebês a partir de seis meses. E, claro, o monitoramento é feito minuto a minuto por uma equipe capacitada. “Essas facilidades a bordo fazem com que eles aproveitem as férias, com tempo em comum e períodos com suas próprias turmas, na faixa etária correta

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Um dos programas favoritos de crianças e adultos, os cruzeiros marítimos combinam a hospedagem e o preço de um all inclusive com o atividades de lazer de parques temáticos. Assim como diz o clichê, é no navio que as famílias se encontram. Em razão disso, o gerente comercial da MSC, Bruno Cordaro, considera um meio democrático. Uma vez em um navio, pais e filhos se encontram e desencontram ao longo de todo o dia, deixando a noite como o momento de confraternização. Na alta temporada brasileira, que corresponde de novembro a abril, é comum ver esse grande público distribuído em navios para dois ou três mil cruzeiristas. Para isso, é necessário encontrar uma cabine que preencha bem esse espaço. O gerente de Vendas e Marketing da Costa Cruzeiros no Brasil, Dario Parazolli, sugere uma cabine quádrupla. Nela, pai e mãe se acomodam tranquilamente com duas crianças menores de 18 anos. “O primeiro viajante busca um melhor custo-benefício, ou seja, promoções e preços mais baratos. A bordo, ele se depara com as novidades além da cabine. Já [o cruzeirista] de segunda viagem tem interesse no serviço, valoriza mais a acomodação e a experiência de tomar uma bebida ou passar em um spa”, perfilou Cordaro. É normal se deparar com pais sem seus filhos ao longo do dia. Isso porque as armadoras investem em áreas de entretenimento para pequenos de três anos a jovens de 17 anos, como jogos eletrônicos, pisci-

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Emoções piauienses CONSOLIDADA COMO PRODUTO TURÍSTICO, A ROTA DAS EMOÇÕES HOJE É PROMOVIDA CONjuntamente pelos três Estados que a integram: Maranhão, Piauí e Ceará. Não apenas pelas secretarias de Turismo estaduais, mas principalmente pela iniciativa privada, com receptivos, pousadas e hotéis organizados em torno do produto. Mesmo sem estande na Feira da Abav e no Encontro Braztoa, a Rota das Emoções esteve representada pela consultora Tânia Brizolla, da Prisma, uma das idealizadoras do projeto, e pela presidente do Litoral Piauiense Convention & Visitors Bureau, Carina Camara (LPCVB). No centro do roteiro, é o Piauí o Estado que tem despontado como o principal beneficiado pelo produto. “O Nordeste tem um apelo turístico muito forte, muito marcado por suas praias, mas os visitantes não chegavam ao Piauí”, conta Tânia Brizolla. No roteiro, com entrada por Fortaleza ou por São Luís, as atrações vão dos Lençóis Maranhenses à cearense Jericoacoara, passando pelo Delta do

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Parnaíba, no litoral do Piauí. “Como estamos no centro do roteiro, acabamos nos beneficiando. Poucos turistas completam o trajeto, que é extenso, precisando de ao menos dez dias. A maioria opta pela combinação de dois Estados”, analisa a presidente do LPCVB e também diretora da Natur Turismo, um dos receptivos envolvidos na Rota das Emoções. “Aí aparece nossa vantagem.” No centro do roteiro, como conta a presidente do CVB, o Piauí tem sido incluído na programação de quem começa a descobrir o produto tanto pelo Maranhão quanto pelo Ceará; segundo Carina, 90% dos turistas que visitam o Piauí já o fazem motivados pela Rota das Emoções. “A grande chave do sucesso desse projeto é justamente a complementaridade da oferta dos destinos", reforça Tânia.

ESTRUTURA

Embora existam 65 agências de receptivo credenciadas para o atendimento dos passageiros da Rota das Emoções, há seis agências “oficiais”, ou seja, aquelas

Carina Camara, presidente do LPCVB e diretora da Natur Turismo, Carolina Miranda, da Pousada BGK, e Tânia Brizolla, da Prisma Consultoria

que atuam ativamente na promoção do destino – e visitaram São Paulo na semana da Feira da Abav, agendando reuniões com operadoras da capital paulista durante os dias que antecederam o evento. “Na verdade, o operador escolhe com quem tem mais afinidade de trabalhar. Não há nenhum problema que seja outro receptivo e não um daqueles que o visitou. O trabalho é de captação de turistas para a Rota das Emoções”, conta Carina. A diretora da Natur Turismo lembra que a infraestrutura oferecida ao passageiro, em 2005, no início do projeto, ganhou melhorias sensíveis. “Hoje temos uma hotelaria ímpar. Em Jericoacoara, por exemplo, há pousadas procuradas para casamentos. O segmento Mice (reuniões, incentivos, congressos e eventos) cresceu muito na região”, diz. Há opções, inclusive, no segmento de luxo, com em-

preendimentos como a pousada BGK, em Barra Grande, no litoral do Piauí. “Hoje temos toda a estrutura para atender o passageiro mais exigente, não apenas o mochileiro ou aventureiro que quer descobrir novas regiões”, conta a representante da pousada, Carolina Miranda. Para homogeneizar a oferta de serviços e a qualidade no atendimento entre as empresas dos três Estados, será realizada uma nova edição do Salão da Rota das Emoções. “O objetivo é que os parceiros aprendam com as experiências realizadas nos demais destinos. Quanto mais homogêneo for o serviço oferecido, mais integrado estará o produto”, avalia Carina. Hoje, segundo ela, a Rota das Emoções já tem roteiros oferecidos nos catálogos de operadoras como a Flytour Viagens, Flot, Venturas, Pisa Trekking, RCA e Queensberry, entre outras. p

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Ônibus como

alternativa

COM SEDE EM MENDOZA, NA ARGENTINA, A VOY EN BUS É POSSIVELMENTE uma das poucas empresas do Turismo que não lamentam o fechamento do aeroporto da cidade, capital da província de mesmo nome, de setembro a dezembro deste ano. Isso porque a empresa vende passagens de ônibus on-line, tendo sido o primeiro site a fazer isso na Argentina, em 2004. “Temos mais de 90 companhias de ônibus em nosso sistema, na Argentina, com cobertura completa no país”, contou em visita à Feira da Abav e ao Encontro Comercial Braztoa o CEO da companhia, Diego Marin. Com emissões diárias entre 1,5 mil e dois mil tíquetes na Argentina, a empresa já está no Brasil, onde adaptou seu nome para Vou de Bus (www. voudebus.com). O Brasil foi o segundo mercado internacional da empresa, que abriu primeiro na Espanha. “Encontramos lá plataformas mais integradas, o que foi determinante para a expansão. Mas desde o início, o Brasil era nosso alvo”, diz Marin. No Brasil desde abril, a empresa conta hoje com 80% das empresas de transporte rodoviário regular, com cobertura de 95% do País. “Não avançamos mais por conta da integração de sistemas. Quem não tem um sistema informatizado não pode ingressar em nossa plataforma”, justifica. Investindo no Brasil em um ano em que poucas empresas fizeram isso, a Vou de Bus está integrada ao Sabre, sendo um dos aplicativos disponíveis para download no Sabre Red App Centre, acessado por todos os usuários do sistema. “Também estamos vinculados ao Argo e ao E-Facil Plus”, conta Marin. Com escritório em São Paulo coordenado pela analista de Negócios Priscila Furtado de Oliveira, o Vou de Bus conta com a J3 como desenvolvedora própria da tecnologia. Nos últimos quatro meses, segundo Marin, houve muitas implementações no Brasil,

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Diego Marin, CEO da argentina Voy en Bus, que virou Vou de Bus aqui no Brasil

com interesse de empresas como a Carlson Wagonlit Travel, a HRG e a Amex. Para o CEO da Vou de Bus, as agências de viagens devem ter cada vez mais opções para oferecer a seus passageiros. “Alguns preconceitos devem ser evitados. Se ele vende um hotel mais econômico, por que não vender a passagem de ônibus em um pacote rodoviário?”, questiona.p

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Eventos

Sem perder a essência A 21ª EDIÇÃO DA FEIRA INTERNACIONAL DE TURISMO (FIT) DA AMÉRICA LATINA VOLTOU A ocupar parte importante do cenário político e comercial da indústria, consolidando e sustentando seu protagonismo. Realizado de 1º a 4 de outubro no La Rural de Buenos Aires, na Argentina, o evento registrou este ano uma redução de 7% (total de 14,8 mil metros quadrados) no espaço dos expositores em relação ao ano passado, embora o número de visitantes tenha crescido 0,3%, totalizando 63 mil pessoas, e o número de profissionais que estiveram no evento tenha permanecido o mesmo, em torno de 31 mil. Estiveram presentes 34 países e 1,6 mil expositores, e foram realizadas 135 palestras em seis auditorios. Em relação aos negócios, a feira procura se modernizar a cada ano, e nesta edição foram realizados diversos eventos paralelos, como o FIT Tech by Knowtech, o Fórum de Cidade, Comércio e Turismo da Cámara Argentina da Empresa Mediana (Came) e o Congresso de Turismo Acessível, lembrando que este ano 100% das reuniões de negócios foram transferidas para os estandes. “Gostei muito da feira porque, em termos gerais, foi útil. Cada visitante pôde ter a sua própria experiência, e a implantação do espaço tecnológico (FIT Tech) foi algo muito positivo, sendo bastante valorizado também pelos participantes”, afirmou o presidente da Federação de

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O tradicional corte da fita, com Fabricio Di Giambattista ao centro

Associações de Empresas de Viagens e Turismo da Argentina (Faevyt), Fabricio Di Giambattista. Efetivamente a montagem da FIT Tech foi diferente de tudo já visto até agora no evento, ainda que não tenha atraído um interesse massivo. A adição do fórum da Came foi outra boa experiência. “Os 1,7 mil inscritos (nem todos profissionais do setor de Turismo), puderam conhecer as ofertas do setor e saber como interagir com os destinos participantes, os prestadores de serviço e as agências de viagens”, ressaltou Giambattista. Um dos pontos fortes da feira foi o fato de como ela tem se consolidado

na preferência do público em geral. Durante o final de semana o evento esteve lotado, embora isso também tenha trazido problemas. O barulho e a desordem que os destinos participantes provocaram com seus espetáculos para atrair a atenção do público foram, por momentos, insuportáveis. Outra mudança que está em estudo é segmentar as ilhas, oque deverá incluir um espaço LGBT. “Já há muitos setores pedindo para que a feira ampare este segmento, promovendo ofertas para ele”, adiantou Giambattista. No planejamento para a próxima edição da FIT, é provável que ela seja realizada na primeira semana de no-

vembro do ano que vem, data que não agrada nem aos próprios organizadores. “Havíamos fixado a data para a última semana de setembro ou a primeira de outubro. Mas em outubro, a primeira já está cheia, na segunda temos um feriado prolongado, na terceira cai o Dia das Mães e, na quarta, provavelmente serão realizadas as eleições legislativas. Por isso nos dispusemos a realizar o evento na primeira semana de novembro, mas já falamos com o La Rural para nos reservar também a primeira semana de outubro para as demais edições que realizaremos neste espaço”, conclui Giambattista.p

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Opção na Argentina A PROVÍNCIA ARGENTINA DE JUJUY PODE AINDA NÃO SER DAS MAIS CONHECIDAS NO BRASIL, MAS SE depender do trabalho do ministro de Cultura e Turismo do destino, Carlos Oehler, isso vai mudar já no curto prazo. Depois de receber um grupo de 11 operadores brasileiros em agosto, ele visitou pessoalmente a Feira da Abav e o Encontro Braztoa para manter os contatos — e buscar novos parceiros. A participação foi conjunta com o estande da Argentina, e o ministro de Jujuy comemorou a inclusão de um dos principais cartões postais do destino entre as fotos destacadas no estande argentino. “Isso é um primeiro passo. Os agentes de viagens que passarem por aqui poderão ver esta paisagem, que foge do que se imagina em relação à Argentina”, contou, apontando para as areias coloridas da Quebrada de Humahuaca, um dos Patrimônios da Humanidade da Unesco na Argentina. Em parceria com a Vida Latam, agência que coordena as ações do Ministério de Turismo de Jujuy (o equivalente às Secretarias Estaduais de Turismo brasileiras) por aqui, Carlos Oehler reuniu-se com representantes de operadoras como a Ambiental, Venturas, Nova Operadora, Ancoradouro e BWT, entre outras. “Nosso objetivo é definir com vocês quais são as ações mais eficazes para atingirmos os agentes de viagens. Também estamos atentos ao consumidor final e o resultado disso é o trabalho que pode ser lido hoje na Folha de S. Paulo”, disse o diretor da Vida Latam, Hector Badino, comemorando matéria publicada na quinta-feira de realização da Feira da Abav sobre o destino, no jornal de circulação nacional. Os recursos, segundo o Ministério do Turismo e a Vida Latam, estão assegurados. E a primeira utilização deles deve ser na elaboração de uma capacitação on-line para os agentes de viagens. Paralelamente, também deverão ser promovidas viagens com personalidades — cantores, atores —, divulgando o destino em redes sociais, de olho no passageiro final. “Construir um destino é um trabalho longo, é como subir uma escada. Vamos caminhar passo a passo”, disse aos operadores o ministro de Jujuy,

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que aproveitou a reunião para listar alguns dos atrativos locais, com destaque para a produção de vinho em altitude, o potencial em Turismo de aventura e o Turismo esportivo, com maratona que atraiu 2,5 mil corredores para a região neste ano.

INFRAESTRUTURA

Com cerca de 10,7 mil acomodações em hotéis e pousadas, a província de Jujuy tem 80% delas em sua capital, San Salvador de Jujuy,

e as demais divididas entre Tilcara — principal cidade no caminho para a Quebrada de Humahuaca — e Purmamarca, mais próxima da fronteira com o Chile e dos desertos de sal da província. A capital de Jujuy conta ainda com aeroporto, a 30 quilômetros do centro, com voos para Salta e Córdoba, além das três ligações diárias da Aerolíneas Argentinas para Buenos Aires. Em 2015, a província recebeu 900 mil visitantes, 90% deles argentinos.p

Marcela de Freitas, da Vida Latam, e o ministro do Turismo de Jujuy, Hector Badino

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SurFACE

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Ciro Camargo, da Gol, Luciana Fantes e Stephane Perard, da Emirates, e Carlos Mauad, da Smiles

Gol-Emirates

Patricia Niscior, diretora de Vendas Internacionais do Cirque du Soleil, entre Gabryel da Silva e Jonas Oliveira, dois dos artistas brasileiros dos espetáculos

Cirque du soleil

Ciente de que o Brasil é o quarto principal mercado emissivo internacional para Las Vegas (220 mil turistas em 2015), o Cirque du Soleil está com planos de estreitar relações com nosso mercado para aumentar o volume de brasileiros nas plateias de seus sete espetáculos na capital norte-americana do entretenimento adulto. A empresa deve trazer, ainda neste ano, treinamento B2B em português e conteúdo em vídeos curtos para que as agências de viagens transmitam seu portfólio ao cliente final. “Muitos brasileiros nem sequer sabem que há Cirque du Soleil em Vegas. É muito importante capacitarmos não só os agentes de viagens, mas também os passageiros”, afirma a diretora de Vendas Internacionais da rede, Patricia Niscior. De acordo com ela, as vendas via agências e operadoras estão à frente das vendas diretas no Brasil, mas ainda há um espaço grande para crescer.

A Emirates e a Gol Linhas Aéreas anunciaram um acordo de compartilhamento de voos entre as duas companhias. A parceria inclui também os programas de fidelidade de ambas, e está sujeita à aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A previsão é de liberação até o fim do mês, passando a valer em 31 de outubro. São 25 destinos brasileiros ao todo que agora estarão ao alcance da companhia árabe, incluindo capitais como Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília, entre outras cidades. Isso a partir dos voos diários que chegam de Dubai a São Paulo e Rio de Janeiro. Para os passageiros da Gol, ficam disponíveis mercados no Oriente Médio, Extremo Oriente, África e outros próximos, a partir do hub da Emirates em Dubai, de onde partem 1,8 mil voos semanais da aérea.

Aurélio Guzzoni e Fabrizio Guzzoni, respectivamente diretor e gerente do Hotel Ca’d’Oro, reaberto na capital paulista

Reinaugurado

Roberto Santos, presidente da Esferatur

Home-office

A consolidadora Esferatur, com sedes em Blumenau (SC) e São Paulo, transformou suas bases físicas em Londrina e Maringá, no Paraná, em pontos de home-office. O gerente Paulo Cesar Oliveira, há 20 anos no grupo, continua na região e conta com o apoio de três promotores, um para Maringá, um para Londrina e outro para o Oeste do Paraná. “Não saímos desses mercados. Continuamos lá, com quatro profissionais para atender os agentes, mas adaptando os custos à realidade da economia. Toda a emissão e atendimento telefônico serão feitos em nossa base de Curitiba”, revela o presidente do grupo, Beto Santos. Segundo ele, em apenas três dias a receptividade nessas cidades foi muito boa. “Já temos isso em Recife, que é uma base nova e atende também Bahia e Sergipe”, explicou.

O Ca’d’Oro, um dos antigos ícones da hotelaria paulistana, foi reaberto em São Paulo, mais precisamente na rua Augusta, 129. O hotel agora faz parte de um complexo que conta com unidades residenciais, hotel e restaurante, além de espaços para eventos, fitness center e biblioteca. A volta do hotel a São Paulo se deu por meio de uma parceria entre a Brookfield Incorporações e a família Guzzoni, que fundou o hotel em 1956. A administração do novo empreendimento fica sob os cuidados da quarta geração da família, com Fabrizio Guzzoni, neto do fundador, como gerente. Na torre residencial, estão 374 apartamentos, com até três quartos. Na outra, encontram-se bar e restaurante, além dos 147 quartos de hotel, que ocupam do 19º ao 26º andares.

High Light

Ponto a ponto ● Daniel Gozalo é o mais novo contratado em São Paulo da operadora Orinter Tour & Travel, do Grupo Esferatur. ● Paula Caetano, Larissa Reimberg e Talita Galeano são as novas gerentes da Mobility. Monica Afonso, nova diretora comercial da High Light

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A consolidadora High Light acaba de contratar uma nova diretora comercial. Trata-se de Monica Afonso, que atuava como gerente da Delta Air Lines há 18 anos no Brasil. Ela ficará à frente de toda análise de mercados, além de liderar o relacionamento com fornecedores e agentes de viagens. No início, Monica ficará no Rio de Janeiro, onde está a sede da empresa, para se ambientar ao funcionamento, à estrutura e à equipe da consolidadora. “Após essa primeira etapa, na qual ela também conhecerá mais sobre nosso portal e o desenvolvimento da nossa hotelaria, ela entrará na segunda fase, que é de relacionamento com nossas filiais”, explica a diretora da High Light, Wania Fasulo. Monica Afonso pode ser contatada no monica.afonso@ highlight.tur.br ou pelo telefone (21) 99679-6761.

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19 a 25 de outubro de 2016 JORNAL PANROTAS

corporativo

www.pancorp.com.br

Novidades em distribuição

Claudio dos Anjos, da Gol, com Solange Vabo, Tiago Quintanilha e Luís Vabo, do Reserve

O sistema Reserve iniciou um novo projeto piloto para desenvolvimento de integração via webservice no padrão Iata NDC (New Distribution Capability). A iniciativa ocorre em parceria com a Gol e a fornecedora de sistema de reservas de bilhetes aéreos, Navitaire. "Este novo projeto NDC com a Gol difere do anterior em alguns aspectos importantes", explica o diretor de Tecnologia e Operações do Reserve, Tiago Quintanilha. "Será um piloto NDC para voos domésticos e internacionais, com uma companhia aérea brasileira e com o 'hosting' da Navitaire, que é diferente do anterior", complementa. As empresas não mencionam quando será a emissão do primeiro bilhete padrão NDC de uma aérea brasileira no sistema, mas segundo o Reserve, isso deve acontecer no primeiro trimestre de 2017.p

Mice em Salvador

A Salvador Destination e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) fizeram uma parceria para incentivar os congressos e convenções a serem sediados na capital baiana. De olho nos eventos corporativos e viagens de incentivo, as entidades promoveram, entre 6 e 9 de outubro, o primeiro de três encontros voltados ao segmento de Mice. Segundo o presidente da Salvador Destination, Paulo Gaudenzi, o foco agora está na Costa de Itapuã, que tem um total de 1,4 mil leitos disponíveis. Deste primeiro encontro, participaram quatro empresas, que fizeram uma rodada de negócios e conheceram hotéis e atrativos culturais e turísticos de Salvador. Assim, Salvador espera se recuperar do desabamento do seu Centro de Convenções, cujo substituto não deve aparecer antes de 2018.p

Fidelidade na Atlantica

Os hotéis da bandeira Go Inn, da Atlantica Hotels, estão distribuindo pontuação do programa de fidelidade Dotz a seus hóspedes, agentes de viagens e secretárias que reservarem hospedagem em uma das sete unidades da marca no País. Os hóspedes acumulam um ponto a cada real referente ao valor da diária. "É uma forma que a Atlantica encontrou para fidelizar as pessoas que se hospedam e reservam com frequência nos nossos hotéis da marca. Ao mesmo tempo, queremos atuar na mudança de comportamento de consumo, já que hóspedes que possuem programas de fidelidade chegam a consumir até 30% mais em suas hospedagens”, explica o gerente sênior de Marketing da Atlantica, Gustavo Minatel.p

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