Jornal PANROTAS 1242

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R$ 11,00 - Ano 24 - nº 1.242

2 a 8 de novembro de 2016

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O LUXO NÃO PARA

Quinta edição da ILTM Americas revela os lançamentos do segmento de viagens de alto padrão e experiências e mostra que muitos fornecedores veem o Brasil como um dos expoentes no consumo desses produtos

> Páginas 04 a 07

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LEIA NESTA EDIÇÃO

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Check-IN

Página 09 Christophe Didier destaca diferenciais da Copa Airlines

TURISMO DE BEM-ESTAR

VIAGENS Páginas 10 a 12 Passado torna o presente da Assist Card vibrante e dinâmico Páginas 14 e 15 Os melhores promotores do Rio de Janeiro – Assistência em viagem

O tamanho da indústria de viagens que pretende melhorar o estado da mente e do corpo dos viajantes. E não estamos falando apenas de tratamentos, mas também de alimentação saudável, esportes e saúde, entre outros.

Em receita gerada: 2013: US$ 494,1 bilhões 2015: US$ 563,2 bilhões crescimento de 14%

Em viagens: 2013: 587 milhões 2015: 691 milhões crescimento de 17%

GASTOS REPRESENTAM 15,6% DO TOTAL DO TURISMO GLOBAL

SPAS

Páginas 18 e 19 Vice-presidente do Fohb analisa o embate “economia compartilhada x redes hoteleiras”

Em receita gerada: 2013: US$ 94 bilhões 2015: US$ 98,6 bilhões crescimento de 4,8%

Unidades 2013: 105,5 mil 2015: 121,5 mil

crescimento de 15,1%

OUTROS ITENS (números de 2015)

Páginas 20 a 24 Trade se reúne no Festival de Turismo e no Next João Pessoa Páginas 26 a 28 Aviesp tira a poeira e parte rumo à modernização

Páginas 30 a 34 África do Sul se beneficia de novo voo da Latam e momento econômico Páginas 36 e 37 O Gestor: equilíbrio de canais e players na venda de hotéis

Academias: US$ 542 bilhões Alimentação saudável, nutrição e perda de peso: US$ 648 bilhões Estações termais: US$ 51 bilhões TOTAL DA INDÚSTRIA MUNDIAL DE BEM-ESTAR:

US$ 3,7 TRILHÕES

Editorial

Fonte: Global Wellness Institute

> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br

Amarrados aos estereótipos A falta de continuidade da política brasileira pode ser apontada como uma das grandes culpadas pela imagem fragmentada, estereotipada e incompleta que o Brasil tem no Exterior como destino turístico. Cada presidente de Embratur, ministro de Turismo, dirigente de órgão público, embaixador ou mesmo diretor de uma empresa privada tem uma visão do que é o País turístico e a cada mandato redescobre-se uma nova forma de promover nossos atrativos lá fora. Recente pesquisa do Ipsos com líderes e formadores de opinião da América Latina (ou seja, não estamos falando de americanos que desconhecem geografia, de europeus que possuem dezenas de opções a poucos passos ou de chineses desbravando o mundo, e sim de vizinhos), apontou que somos líderes em belezas naturais e música. Praia e samba, litoral e bossa nova, dunas e

lambada. Amazônia e danças exóticas. Em atividades culturais deu Argentina na cabeça, em história, México, em gastronomia, Peru (seguido de México e Argentina) e em segurança para os cidadãos, a Colômbia prova que fez excelente serviço interno e de imagem e aparece em terceiro lugar, depois de Chile e Uruguai. Os colombianos também são vistos como os mais amáveis da região, categoria em que ficamos em segundo lugar. Um país do tamanho do Brasil, com sua diversidade e complexidade, não ser lembrado em gastronomia e história (México e Peru lideram) mostram que continuamos focados em natureza e na alegria musical. E sorte nossa que não houve pergunta sobre o turismo sexual. Não temos dinheiro para promoção e nem estratégia contínua. Uma hora falamos de nichos, outra hora nos esquecemos da melhor idade. Uma hora

decidimos que o Brasil não é praia, em outra só temos praia. O Rio de Janeiro, um dos símbolos máximos do nosso Turismo, é amado e odiado na cabeça dos profissionais de promoção. Depois de uma olimpíada impactante, alguns hotéis amargam 15% de ocupação. Não digitamos errado: quinze por cento. Foz do Iguaçu dá de dez em Niagara Falls, mas não em promoção, conectividade, facilidade para a visitação. O americano chega na fronteira, do lado argentino, mas, como não tem visto, se contenta com o lado de lá. Os chineses já são os maiores emissores do mundo no Turismo, mas só vamos descobrir isso tarde demais... Enfim, ainda bem que ainda temos praias e florestas. Bossa nova e o baile de favela. Isso enquanto o Peru e a Colômbia não resolverem inventar nova moda...

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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora

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S

E U Q A DEST

PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br) CHIEF INTERNATIONAL OFFICER (CINO) Marianna C. Alcorta CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa REDAÇÃO

CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Reportagens: Brunna Castro, Felippe Constancio,

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DO PORTAL

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PANROTAS

20 a 26/10

1 Gol libera transporte de pets em voos internacionais – em 21/10

2 3

6 Google avisa quando passagem

11 Investidor de Azul e Tap compra

está mais barata; entenda –em 20/10

25% da Hilton; saiba mais – em 24/10

7 Ex-agente da CIA lista 9 precauções para segurança nos hotéis – em 24/10

Avianca suspende voos a Caracas após incidente com caça – em 24/10

8 Azul recebe seu primeiro A320neo

Site contrata viajante para conhecer o mundo e tirar fotos – em 21/10

e planeja seus destinos – em 20/10

4 Vertemati (ex-CVC) assume comercial do Beto Carrero – em 21/10

5 Itália terá greve geral amanhã; Alitalia cancela voos – em 20/10

9 Acidente deixa 4 mortos em parque temático da Austrália – em 25/10

10 Latam anuncia novos voos de Congonhas ao Nordeste – em 26/10

12 Crise financeira: Alas Uruguay opera hoje seu último voo – em 24/10

13 Agente “tem vergonha” de cobrar por um bom serviço – em 22/10

14 CVC e Latam são as principais marcas para os brasileiros – em 26/10

15 “Google de viagens” chega ao País apoiado pela Telefónica – em 26/10

Henrique Santiago, Karina Cedeño, Renato Machado e Roberta Queiroz Estagiários: Fernanda Cordeiro, Janize Viana e Vitor Ventura Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Katia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) Executivo sênior São Paulo: Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Tel: (21) 2529-2415/8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)

PARCERIAS ESTRATÉGICAS

MEDIA PARTNER

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04 Atrações

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Carla Lencastre, especial para o Jornal PANROTAS — Playa Del Carmen, México

Luxo nas

Américas TREZENTOS EXPOSITORES DE 49 PAÍSES. OUTROS 300 COMPRADORES DE 135 LOCAIS, PRINCIPALMENTE DOS ESTAdos Unidos, sólido consumidor de viagens de luxo, e do México, mercado emergente que cresce rapidamente. Quinze mil reuniões em quatro dias. Grandes e pequenos grupos hoteleiros, além de hotéis independentes de luxo, apresentando para operadores e 35 jornalistas seus projetos futuros e promovendo os recém-inaugurados. Em sua quinta edição, a International Luxury Travel Market Americas (ILTM Americas) mostrou-se maior, mais profissional e repleta de novidades. Como todas as edições anteriores, a versão 2016 do evento voltado para a indústria de Viagens e Turismo de luxo foi realizada na última semana de setembro no belo complexo hoteleiro de Mayakoba, banhado pelo Mar do Caribe, na Rivera Maya. Organizado pela Reed Travel Exhibitions, a feira tem a PANROTAS como media partner. Quem acompanha a ILTM Americas desde o início percebe claramente a evolução que números e fatos comprovam. Os números registram um crescimento de 16% em relação ao ano passado. Simon Mayle, gerente da feira e que está baseado em São Paulo, diz que “o evento convidou os mais exclusivos agentes de viagem de luxo da região. O mercado americano é o segundo no mundo em volume de despesas em consumo e cresceu globalmente 9% em 2015. O México tem um dos potenciais de desenvolvimento mais promissores, com previsão de aumento de gastos em consumo ao ritmo de 3,6% por ano até 2030. Este otimismo nos dois mercados foi evidente durante o ILTM

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Americas 2016, a nossa maior edição até hoje." Entre os compradores, 71% estrearam na feira, e também 71% não vieram de Nova York, Los Angeles ou da Cidade do México. Mayle ressalta que seu objetivo é ter a cada ano pelo menos 70% de compradores diferentes das edições anteriores. Do Brasil, foram nove operadores e quatro fornecedores. Representaram o mercado de luxo Frederico Fajardo, da Fred Tour, de Belo Horizonte; Todd Cooper e Giuseppe Sironi, da Hermes Travel, no Rio; Eduardo Gaz, do TTW Group (agora com um escritório em Miami); Giulia Sarlo, da Selections TTW Group; Heloisa de Palma, da Matueté; Francisco Robredo e Felipe Soubhia, da PHD Travel, e Flavio Corrêa, da Teresa Perez Tours, todos de São Paulo. Os expositores foram Sofitel, Pullman, MGallery & Grand Mercure South America; Cristalino Lodge, do Mato Grosso; Hotel Unique, de São Paulo; e o novo Grand Hyatt Rio de Janeiro, inaugurado no início deste ano. O mercado brasileiro Os operadores de luxo do Brasil se concentram na Travelweek São Paulo by ILTM e no evento de Cannes, realizado no início de dezembro e o maior do portfólio ILTM. Mas mesmo com o mercado brasileiro não sendo prioridade na ILTM Americas, os fornecedores estrangeiros se mostram satisfeitos com os prognósticos de vendas para o País, principalmente de novos produtos, e dizem que qualidade é a palavra-chave para se adequar ao momento econômico, O Park Hyatt na caribenha St. Kitts (ou Ilha de São Cristóvão, a maior do arquipélago de São Cristóvão e Nevis), com abertura prevista para algum momento entre dezembro de 2016 e

O fórum de abertura do evento foi apresentado pelo jornalista brasileiro Pedro Andrade

março de 2017, já faz sucesso prévio em publicações estrangeiras. Alvaro Valeriani, vice-presidente regional de Vendas e Marketing para a América Latina e Caribe, está otimista em relação a futuros hóspedes: “Brasileiro adora a marca Park Hyatt. Este será o primeiro Park Hyatt no Caribe. E em St. Kitts, que é um Caribe mais autêntico." Outro hotel com expectativas de receber brasileiros é o suntuoso Palazzo Versace, em Dubai. Funcionando em soft opening desde o fim do ano passado, será inaugurado em novembro. A gerente de Vendas Yara Misske, brasileira há sete anos nos Emirados Árabes Unidos, diz que estará na Travelweek em 2017: “Versace e Dubai formam uma combinação perfeita, clássica e elegante, que os brasileiros vão amar. Quem conhece a grife vai perceber a consistência da marca. Até as saídas do ar-condicionado são inspiradas nos padrões Versace”. A operadora Journey Mexico, estreante na feira e especializada em roteiros

exclusivos, também conta com os brasileiros. “Matueté, Selections e Teresa Perez, por exemplo, estão nos enviando mais clientes. Podemos organizar qualquer viagem que você imaginar. Combinamos esqui nos Estados Unidos com a região da Baja California e de Los Cabos, um programa perfeito para brasileiros”, exemplifica Matteo Luthi, diretor de Operações. Frederido Fajardo, da Fred Tour, em Belo Horizonte, foi um dos que perceberam o interesse dos estrangeiros pela possível crescimento do mercado brasileiro: “Todos os fornecedores com quem conversei perguntaram sobre a nossa retomada, e como será este processo. As ILTM são sempre muito bem organizadas, com pluralidade de fornecedores. Senti falta de alguns, mas com certeza estarão em Cannes. O evento tem um formato simples, o que facilita as reuniões, pois tudo acontece em um único andar. Este ano, a feira foi voltada para os compradores da América do Norte. Há muitos novos hotéis de grandes

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Fotos: Divulgação

redes. Para o mercado brasileiro, uma tendência que está se tornando uma excelente opção é a locação de villas, que há vários anos já fazem sucesso nos mercados europeu e americano. Os locais mais procurados são Toscana e estações de esqui na França. Nas capitais existe a concorrência com o Airbnb, mas o setor de luxo se diferencia pela gama de serviços oferecidos além do aluguel. Um renomado chef de cozinha, por exemplo, pode fazer parte do pacote.” Outra compradora brasileira, Giulia Sarlo, analista de produtos da Selections TTW Group, em São Paulo, participou pela primeira vez da ILTM Americas e também elogiou o evento: “Minha expectativa era bem alta, porque tinha acabado de conhecer a Pure, em Marrakech. A organização foi excelente, a seleção de fornecedores estava muito boa e a minha agenda, ótima. Oitenta por cento eram fornecedores que eu havia escolhido. Destaque especial para três produtos: Icehotel, o primeiro hotel em gelo do mundo, na Suécia; Kulm Hotel, em St. Moritz, e The Mark Hotel, no Upper East Side novaiorquino." Eduardo Gaz, CEO do TTW Group, esteve na feira como comprador, através da Selections, e como fornecedor, com sua nova Ski USA. Com 23 anos de experiência no mercado de esqui e fundador da Ski Brasil, Gaz abriu um escritório em Miami mês passado. O

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Houve tempo para atrações musicais na ILTM

evento foi seu pontapé inicial: “A receptividade dos buyers da América do Norte e da América Latina foi muito maior do que eu esperava. Em 100% das 60 reuniões de que participamos ficou claro que a Ski USA estava resolvendo um problema para as agências. O resultado nas duas semanas depois da feira foi tão bom que contratei duas pessoas para dar conta do trabalho. Meu objetivo ao abrir o escritório em Miami é conquistar um mercado novo e maior. Em todo o Brasil, há 100 mil esquiadores. Somente na Flórida, são 450 mil. Oferecemos um serviço

de qualidade superior ao das companhias americanas nesta área." Fundador do Cristalino e diretor administrativo deste premiado ecolodge na porção sul da Floresta Amazônica, entre Mato Grosso e Pará, Alex da Riva estreou na ILTM Americas e destaca a importância do evento para quem, como ele, tem um público majoritariamente estrangeiro. “Setenta por cento de nossos hóspedes são dos Estados Unidos e do Reino Unido. Apresentamos para os americanos o conceito de luxo em um santuário amazônico. Como ficamos a 400 metros de altitu-

Encontros de negócios durante a feira

Simon Mayle, gerente da ILTM Americas (ao fundo), recebe convidados no evento

de, temos noites frescas que permitem tomar um bom vinho em um bom copo em volta da fogueira”, exemplifica. Com apenas 18 bangalôs em madeira e acesso somente por barco, o Cristalino tem Gisele Bündchen entre seus hóspedes brasileiros. Carolina Mogames, gerente de Vendas, do Hotel Unique, em São Paulo, participou pela segunda vez consecutiva da feira. Como no ano anterior, ficou satisfeita com o resultado: “Gosto muito do formato. Todos os participantes ficam em um mesmo andar e é fácil se mover entre os salões. Este ano percebi mais buyers mexicanos e canadenses. Apesar de nosso interesse maior ser por americanos, o resultado foi novamente bem positivo. A organização é sempre espetacular, como todas as ILTMs."

A OPINIÃO DOS ESTRANGEIROS

Entre os estrangeiros, a diretora regional de Vendas para as Américas da Belmond, Annette Kishon-Pines, apresentou novidades da companhia nos trilhos e nos rios e não economizou elogios à versão 2016 do ILTM Americas. “É um evento extraordinário, com ótimos compradores. Fiquei muito feliz”, diz Anette. Um dos maiores grupos hoteleiros do mundo, o Intercontinental organizou um almoço para mostrar aos jornalistas suas novidades na Europa. Na feira, 11 de seus hotéis ocupavam uma sala exclusiva. Glenn Carroll, vice-presidente comercial, garante que volta em 2017: “Noventa por cento de nossas reuniões foram com novos clientes, e isso foi muito bom." Matthias Kaesweber, vice-presidente de Vendas e Marketing do Set Hotels, esteve no ILTM Americas para promover a terceira adição ao seu portfólio de hotéis em prédios históricos. Depois do Café Royal, em Londres, e do Conservatorium, em Amsterdã, vem aí o clássico Lutetia, em Paris, com > Continua na pág. 06

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reabertura prevista para daqui a um ano. “Participamos desde o primeiro ano, e vamos continuar. A qualidade dos compradores é excepcional. E o México é um mercado com importante potencial de negócios para o Set Hotels”, avalia Kaesweber.

PAÍS ANFITRIÃO

O Turismo do México aproveitou o evento para divulgar seus sempre impressionantes números de visitantes estrangeiros. Em 2015, foram 32 milhões. “Com esta marca, o México agora faz parte do top 10 dos países mais visitados do mundo, no nono lugar”, diz o diretor do Turismo do México para a Costa Leste americana, Ivan Martinez. Somente na Riviera Maya, região que vai de Cancún a Tulum, na Península de Yucatán, foram 4,6 milhões de turistas no ano passado, com taxa de ocupação média na rede hoteleira (43 mil quartos) de 81%. A maioria dos visitantes é dos Estados Unidos. O próprio México, Canadá e Reino Unido aparecem em seguida. O mercado de luxo mexicano é um dos que mais crescem em todo o mundo e, recentemente, uma pesquisa da Virtuoso apontou o país como o principal destino de viagens de luxo. Para comemorar o bom momento, o México vai ao circo. Após Montreal e Toronto, segue para São Francisco em novembro um espetáculo do Cirque du Soleil inspirado no país, “Luzia”. A ILTM Americas volta à Riviera Maya em 2017, de 25 a 28 de setembro. O último evento do ILTM Porfolio este ano será em Cannes, na Riviera Francesa, de 5 a 8 de dezembro. A Travelweek São Paulo by ILTM será realizada de 25 a 28 de abril de 2017. p --- O Jornal PANROTAS

Os criadores da Summit Powder Mountain, projeto em construção nos Estados Unidos

Alex da Riva, fundador do Cristalino Lodge, no Mato Grosso, com compradora do evento

Carla Santiago e Alvaro Valeriani, do Hyatt para América Latina

viajou a convite da ILTM Americas, com proteção GTA

NOVIDADES NA HOTELARIA DE LUXO HOTÉIS DE LUXO INDEPENDENTES, PEQUENOS GRUPOS HOTELEIROS E GRANDES REDES MOVIMENTAram com seus novos empreendimentos a quinta edição da ILTM Americas. A seguir algumas das principais novidades apresentadas no evento.

AMÉRICAS

Aberto mês passado, The Beekman é um dos dois novos hotéis de luxo de Lower Manhattan (o outro é o Four Seasons Downtown, também recém-inaugurado). Em um prédio de 1881 na Nassau Street, The Beekman tem 287 quartos e dois restaurantes. Fowler & Wells leva a assinatura do chef Tom Colicchio. Augustine é uma brasserie do restaurateur Keith McNally (do Balthazar e do Pastis, entre muitos outros). O Downtown de Nova York é a região da cidade que mais concentra novidades atualmente. Entre os hotéis de luxo mais aguardados dos últimos anos, o Andaz Mayakoba, na Riviera Maya, foi uma das sensações da ILTM Americas. A rede Hyatt Hotels aproveitou a feira vizinha à sua nova propriedade para promover o Andaz, que tem inauguração prevista para meados de dezembro e faz parte do complexo Mayakoba junto com Fairmont, Rosewood e Banyan Tree. São 214 quartos com balcões ou terraços, quatro restaurantes, três piscinas, spa com seis salas de tratamento e duas áreas de hidroterapia. O Park Hyatt St. Kitts, com abertura prevista entre dezembro de 2016 e março de 2017, tem 126 quartos, todos com balcão ou terraço e vista para o Mar do Caribe. O hotel vai oferecer diversas atividades que vão proporcionar experiências diferentes, como

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O The Beekman, hotel em Nova York

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conhecer a história da ilha de colonização britânica através de suas fazendas de cana-de-açúcar. A artista plástica e hoteleira Sandra Pérez Lozano, do Casa Sandra, na pequena ilha de Holbox, a uma hora e meia de Cancún, vai inaugurar um hotel em Cuba, no final de 2017. O Habiramy terá 30 quartos em um prédio de 1905 no centro histórico de Havana, perto do Capitólio. Os dois hotéis formam a nova Ser Collection. Belmond, a companhia que opera o Copacabana Palace, no Rio, e o Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, apresentou o Belmond Andean Explorer, que começa a percorrer os Andes peruanos em maio de 2017. Sua viagem inaugural já está esgotada. São quatro opções de itinerários, de uma ou duas noites, passando por Cusco, Lago Titicaca e Arequipa.

EUROPA

O Intercontinental (IHG) anunciou três novos hotéis com o slogan “Unexpected Europe” (Europa inesperada, ou surpreendente), em Liubliana, na Eslovênia; Tbilisi, na Geórgia, e Sofia, na Bulgária. Com 165 quartos, o hotel da capital eslovena tem inauguração prevista para o início de 2017 e terá um restaurante italiano de chef estrelado pelo guia Michelin. O Intercontinental Tbilisi também abre no início do próximo ano, com 205 quartos e restaurante especializado em cozinha basca. Os menus serão assinados por Eneko Atxa, três estrelas Michelin no Azurmendi, em Larrabtzu, no País Basco. O hotel de Sofia é o ex-Radisson Blu, que passa por reformas e será reaberto em julho de 2017, com 190 quartos. Set Hotels agora chega a Paris com o tradicionalíssimo Lutetia. Único hotel palácio na margem esquerda do rio Sena, o Lutetia foi redesenhado pelo arquiteto francês Jean-Michel Wilmotte, o mesmo do Mandarin Oriental

O La Clef Champs Elysées, em Paris, terceiro hotel da Crest Collection na capital francesa

Paris. Seus 231 quartos serão reduzidos para 180 ou 190. A inauguração está prevista para setembro de 2017. Também em Paris, a Crest Collection vai abrir seu terceiro prédio de apartamentos com serviços de hotel de luxo. Previsto para 2018, La Clef ChampsElysées vai se juntar a La Clef Louvre e La Clef Tour Eiffel, inaugurados em abril deste ano. Os três empreendimentos eram conhecidos como Citadines Suites e foram inteiramente reformulados. Com 70 quartos e suítes La Clef Champs-Elysées fica em um prédio de cinco andares de 1907, que originalmente foi residência da família Hennessy, a mesma do conhaque. O grupo britânico Rocco Forte, que leva o nome de seu fundador, está em processo de expansão e pretende dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Atualmente são dez estabelecimentos, todos na Europa. Um deles é o Hotel de Russie, em Roma. Entre as novidades apresentadas na ILTM Americas está um segundo endereço na capital Italiana. O Hotel de La

FORUM DE

A B ERT UR A O FÓRUM QUE ABRIU A EDIÇÃO 2016 DA ILTM AMERICAS MANTEVE A TRADIÇÃO DO EVENTO DE CONVIDAR PALESTRANTES DE ÁREAS DIVERSAS COM IDEIAS INSPIRADORAS PARA RESSALTAR como é importante que a indústria de Turismo e viagens de luxo saiba contar boas histórias para impulsionar seus negócios. Matthew Luhn, roteirista de filmes de animação como Toy Story; David Denberg, Jeremy Schwartz e Brett Leve, criadores da Summit Powder Mountain (cidade inovadora que está sendo construída em Utah, Estados Unidos), e William Saturno, arqueólogo da National Geographic, foram os conferencistas do fórum apresentado pelo jornalista brasileiro Pedro Andrade. Há mais de 20 anos criando e desenvolvendo filmes de animação para estúdios como a Pixar, Matthew Luhn falou sobre “o que a indústria de viagens de luxo pode aprender com a indústria do entretenimento”. Luhn destacou a importância de se criar histórias relevantes com personagens marcantes. “Há mais chances de alguém se lembrar de uma informação se ela estiver relacionada a uma história. Quando você conta algo ao mesmo tempo me-

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Ville, no topo da escadaria da Piazza di Spagna, um dos cartões-postais da cidade, reabre no final de 2018 com 105 quartos (hoje são 192). Nos rios e trilhos europeus, as novidades ficam por conta da Belmond. Dois novos barcos de luxo farão cruzeiros fluviais pelas regiões francesas de Champanhe e Alsácia. Cada embarcação tem capacidade para apenas oito passageiros e itinerários exclusivos de seis noites, que incluem visitas privadas a vinícolas e castelos. A navegação deve começar em meados de 2017. Já o trem Grand Hibernian encerrou sua temporada inaugural e volta em 18 de abril de 2017. Com capacidade para 40 pessoas, o Grand Hibernian tem roteiros a partir de Dublin com duas, quatro ou seis noites pela Irlanda e pela Irlanda do Norte.

ORIENTE MÉDIO E ÁSIA

A 15 minutos do aeroporto de Dubai e perto do Burj Khalifa e do Dubai

Creek, o Palazzo Versace tem 215 quartos decorados por Donatella Versace, irmã do falecido estilista Gianni Versace. Há três piscinas ao ar livre cercadas de palmeiras, spa, oito bares e restaurantes e três butiques com objetos e roupa de cama e banho da Versace Home Collection. Em breve, barcos próprios levarão os hóspedes para passear pelo Creek e visitar os mercados. O hotel de Dubai é o segundo da grife Versace. O primeiro abriu em 2000 na Gold Coast, em Queensland, no litoral leste da Austrália. Está marcada para 2018 a estreia da rede Rocco Forte na China. O novo hotel de sir Rocco será em Xangai, com 280 quartos e suítes em 15 andares de um dos prédios mais altos da cidade, em construção na área conhecida como West Bund. E até o fim do ano será reaberto o Belmond La Residence d’Angkor, em Siem Reap, no Camboja. O hotel fica perto de Angkor Wat, patrimônio da humanidade pela Unesco. p

morável e impactante, automaticamente se conecta com a audiência. E se quer se conectar com as pessoas, seja autêntico”, disse. Pedro Andrade conduziu um talk show com Brett Leve, David Denberg e Jeremy Schwartz, os nomes por trás do Summit Powder Mountain, um vilarejo que está sendo construído em meio a trilhas e pistas de esqui nas Wasatch Mountains, em Utah. Apresentados como “jovens empreendedores que mudam comunidades”, eles dizem que o objetivo do lugar é conectar pessoas, estimular a criatividade e desenvolver negócios. A ideia já atraiu a atenção de gente como Richard Branson, fundador da Virgin, e Reed Hastings, um dos criadores da Netflix. O fórum de abertura da ILTM Americas foi encerrado por William Saturno, arqueólogo da National Geographic especializado em civilização maia, que falou sobre “o que podemos aprender com as grandes civilizações do passado”. “Quando as pessoas visitam novos lugares, principalmente os menos conhecidos, o que elas mais querem ouvir são histórias de pessoas reais. Quando vão a ruínas antigas, os turistas se interessam pela vida de quem vivia naquelas construções. Contamos histórias do passado para que as pessoas entendam melhor os lugares que elas visitam no presente”, afirmou Saturno. “Quando você viaja, o que fica são as pessoas que você encontra”, disse Alison Gilmore, diretora do ILTM Portfolio. “E isso é o ILTM, uma semana para se conectar com as pessoas e construir relacionamentos reais”, concluiu Alison Gilmore, diretora do evento.

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>> Artur Luiz Andrade

Francês na Copa NOVO VICE-PRESIDENTE DE VENDAS GLOBAIS DA COPA AIRLINES, BASEADO na Cidade do Panamá, o francês Christophe Didier, que já passou pelas empresas Air France, Delta Air Lines e Etihad Airways no Brasil, falou ao Jornal PANROTAS sobre seus planos na empresa panamenha.

frotas mais jovens e modernas da região, e nossos serviços estão qualificados como um dos melhores do continente por importantes organizações como Skytrax, OAG, Flight Stats e World Travel Awards. Desde 2013, fazemos parte da rede global de aéreas mais importantes do mundo, a Star Alliance. JP — Qual a importância do Brasil para a Copa e os planos para o futuro?

CHRISTOPHE — O Brasil é um dos principais mercados da Copa. Seguiremos observando com prudência o cenário futuro do País e, a partir daí, avaliaremos adequações em nossas operações. Atualmente, no Brasil, temos uma operação robusta com quase 70 voos semanais, e através do Hub das Américas, na Cidade do Panamá, nossos passageiros podem conectar com mais de 50 destinos na América Central, Caribe e América do Norte.p

Christophe Didier, vice-presidente de Vendas Globais

JORNAL PANROTAS — O que pesou em sua decisão de aceitar o desafio da Copa Airlines? CHRISTOPHE DIDIER — Em primeiro lugar, a empresa por si mesma. A Copa Airlines possui um modelo de negócios, visão e valores extraordinários, comprovados por seus muitos anos de êxitos operando, principalmente, a mesma estratégia. Issto se vê refletido em sua consistência e rentabilidade financeira. O Centro de Conexões das Américas, no Aeroporto Internacional de Tocumen, no Panamá, é hoje o centro de conexões aéreas líder na América Latina. Também me chamou a atenção o enfoque e a orientação da Copa em prestar um serviço de classe mundial. Finalmente, o Panamá. É um país maravilhoso que se encontra em um processo de pleno crescimento, com boas perspectivas econômicas e de desenvolvimento. JP — Como está posicionada a aérea na América Latina? CHRISTOPHE — A Copa Airlines é uma das aéreas líderes na América Latina, com uma extensa rede de rotas em todo o continente americano. Nosso modelo de negócio tem como foco a geração da melhor conectividade entre as Américas, por meio do nosso Centro de Conexões das Américas, como ativo estratégico que abre um mundo de oportunidades econômicas, comerciais e turísticas a todas as cidades a que servimos e, neste caso, para o Brasil. Graças à nossa extensa rede aérea, fazemos do Aeroporto Internacional de Tocumen o centro de conexões aéreas com mais destinos internacionais na América Latina, superando os 80, enquanto que o segundo e o terceiro possuem 52 e 42, respectivamente. Além disso, temos uma das

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10 Seguro viagem

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>> Artur Luiz Andrade

Assistência no DNA

O diretor da Assist Card no Brasil, Alexandre Camargo, com a CEO Alexia Keglevich: metas ousadas no País

A ORIGEM DA ASSIST CARD EXPLICA MUITO SOBRE O LADO MULTICULTURAL E GLOBAL DA empresa, presente em 36 países (para vendas) e mais de 190 (para assistência aos viajantes). E também sobre seu pioneirismo em produtos, atendimento e novos mercados. Se a interlocutora for a CEO da empresa, Alexia Keglevich, filha do fundador, Nicolas Keglevich, podemos acrescentar ao enredo a paixão pela assistência aos passageiros, que é traduzida em uma obsessão por resultados aliada à ex-

celência dos serviços. E ainda o olhar aguçado de quem entende sobre esse mercado há algumas décadas e sabe usar todo o marketing para envelopar um produto que está ligado a problemas na viagem ou, como muitos pensam, a algo que não será usado. Alexia tem todas as respostas para essas visões distorcidas do produto, mas, antes, vamos voltar ao final da Segunda Guerra Mundial. O avô, húngaro, nobre, havia perdido tudo com a invasão soviética e a família virou refugiada pela Cruz Verme-

Alexia tem a história de sua família marcada por migrações internacionais e dedicação na criação de um grande negócio

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lha. Com o fim da guerra, depois de dois anos na Bélgica, a família estava dividida e sem saber onde estavam todos os membros. O patriarca, na Hungria. A mãe daquela família, na França. Apenas dois anos depois houve o reencontro, que foi seguido de outra separação: o avô de Alexia, engenheiro agrônomo, seguiu para Porto Alegre, para trabalhar na empresa argentina Bunge y Born; a avó seguiu para a Argentina, casou-se novamente, agora com um brasileiro. Chegou a morar no Rio, pois o marido era gerente geral da Lufthansa. Nicolas, pai de Alexia, morou na Suíça e também na Argentina. Foi na Suíça, onde até hoje fica a sede operacional da Assist Card, que ele entrou em contato com o primeiro modelo de assistência em viagem. Era um produto voltado para franceses que viajavam para a Espanha e compravam a cobertura para qualquer problema com o carro, idioma ou outras surpresas. “Estamos falando dos anos 1960. Meu pai tinha vivido em vários lugares sem falar o idioma e sabia dessa dificuldade. Ele então aperfeiçoou o modelo e foi para Buenos Aires, onde conheceu uma italiana que morava na capital argentina, minha mãe”, conta Alexia. Em 1972 foi criada a Assist Card, em um momento em que as viagens para a Europa, por exemplo, levavam até 19 horas a partir de Buenos Aires. “Logo nos expandimos para Chile, Uruguai e Brasil, onde estamos há 40 anos. Conquistamos o

mundo a partir da América Latina”, diz a CEO da empresa. Em 1985, Alexia, com 16 anos, consegue seu primeiro emprego na agência de viagens Mountain Club, especializada em esqui. Pouco tempo depois, ouvindo as histórias do pai e encarando cedo o desafio de trabalhar na empresa da família, começa na Assist Card como mensageira. “Meu pai exigia perfeição de minha parte. Tinha de ser a primeira a chegar e a última a sair. Depois do recado dado no primeiro dia ele ficou um ano e meio sem falar comigo na empresa. Segui o caminho normal na companhia, como qualquer funcionário, mas com essa pressão adicional. Como dizemos na Argentina, 'o que não te mata te fortalece'." Logo, Alexia descobriu sua paixão pelo marketing e iniciou cedo o departamento na Assist Card, em uma época em que as empresas não davam muito valor a esse setor. Aos 25 anos, já com uma filha e com a Assist Card em contínuo crescimento, viu que precisava de mais desafios e saiu da empresa, para encontrar um novo trabalho. “Achei que ia ser fácil, pois tinha relacionamento, havia aberto a Assist Card em vários países da Ásia, mas a realidade é diferente. Eu só tinha trabalhado com meu pai e isso pesou contra na hora de me contratarem. Passei um período difícil, com risco de perder meu apartamento e o orgulho não me deixava voltar para a empresa

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ANÁLISES E PROGNÓSTICOS COM O PASSADO REVISITADO E EM SEU DEVIDO LUGAR, A ASSIST CARD SE POSICIONA HOJE COMO UMA EMPRESA global, com faturamento bruto de US$ 300 milhões e neto de US$ 175 milhões. “Temos concorrentes locais, mas nenhum tem esse alcance global e esses números”, garante a CEO da empresa. Uma das metas atuais é fazer do Brasil o maior mercado (hoje ocupamos a segunda posição). Pelo tamanho do País e pelo perfil dos viajantes, que demandam cada vez mais servi-

ços e exploram tipos de viagens diferenciados, Alexia acredita que o Brasil deveria ser o líder em vendas da Assist Card na América Latina. Segundo ela, o potencial de crescimento vem do desenvolvimento do Turismo no País, mas também de segmentos como o corporativo e dos produtos segmentados. O corporativo, que corresponde a 25% das vendas da Assist Card (lazer e nichos ficam com 50%), tem a imagem de que está coberto pelo cartão de crédito empresarial. “As agências precisam saber como funciona essa > Continua na pág. 12

do meu pai. Como diz outro ditado argentino, 'Deus não enforca, mas aperta.' Consegui um trabalho no Banco Santander Río, virei chefe de cartão de crédito, tive minha segunda filha e minha vida deslanchou novamente”, resume Alexia. Até que em 2000, o pai a chamou de volta e ela aceitou, mesmo sabendo do quanto havia lhe custado construir uma carreira independente. Voltou em 2000 e em 2001 o mundo entra em crise após o 11 de setembro. “O Turismo foi a zero. Tivemos de desenhar um programa de recuperação da companhia, que passou por lançamentos que são fortes em nosso portfólio até hoje, como o corporativo; o Young, produto para estudantes; e a promoção 2 por 1, que existe até hoje. Somos pioneiros na segmentação. Também reforçamos nossa presença na América Latina e lançamos o Euroclassic, um divisor de águas na história da Assist Card. O resultado é que a empresa, de 2002 a 2008. aumentou quatro vezes de tamanho." Como qualquer empresa com forte presença latino-americana, a Assist Card se acostumou às crises regionais, mas em 2008 o novo terremoto internacional fez o pai de Alexia passar a considerar a venda da companhia, o que foi feito em 2011, para a Starr Companies, holding americana de seguros e investimentos baseada em Nova York. A sede operacional da Assist Card, porém, continua sendo na Suíça. CEO desde 2006, Alexia foi mantida no cargo e garante ter ainda a mesma paixão pelo trabalho. “Ou até mais, pois a paixão pela assistência está em meu sangue." p

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Para Alexia, muita coisa mudou ao longo do tempo na Assist Card, mas não os valores da empresa

ASSIST CARD CEO: Alexia Keglevich

Faturamento bruto: US$ 300 milhões

Diretor Brasil: Alexandre Camargo

Neto: US$ 175 milhões

Funcionários no mundo: 1,4 mil

Clientes por ano: 8 milhões

Funcionários no Brasil: 170

Países: 197 para atendimento e 36 com bases de vendas

cobertura do cartão corporativo, muitas vezes cobrindo apenas uma pequena parcela dos gastos, e conscientizar os clientes, vender um produto que atenda a suas necessidades. Fizemos uma pesquisa com 400 passageiros no Aeroporto de Guarulhos e 80% não sabiam o tipo de seguro que tinham. Muitos diziam que seus cartões de crédito ofereciam o seguro, mas quando pedíamos para ver esse cartão, víamos que não havia cobertura”, exemplifica Alexia. A CEO considera que o Brasil pode crescer mais que os 10% deste ano e colocou metas ousadas para o diretor Alexandre Camargo. No País, 65% das vendas são feitas via agências de viagens e ela não vê a crise atual como problema. “A pirâmide do Turismo no Brasil está cada vez com uma base mais larga. Viajar para fora está entre as prioridades do brasileiro, que está acostumado com as diversas crises do País. Estamos investindo em capacitação dos agentes, para que eles não percam vendas e aproveitem esse crescimento das viagens. Se o passageiro compra um seguro em Guarulhos, é porque ele passou por uma agência e não fez essa compra”, comenta. Para ela, a loja da Assist Card na avenida Paulista e as nos principais aeroportos da América Latina servem mais como ponto de marketing e exposição da marca do que de vendas, além de servirem de ponto de apoio imediato para os clientes. “Uma segurança que nenhuma outra dá."

NOVOS PRODUTOS

Alexia acha que as mudanças de regras no Brasil trouxeram mais clareza ao mercado, apesar de alguns itens que só existem no País, como a cobertura de doenças pré-existentes. No momento a empresa está testando um novo produto, o Flexible, em que o cliente vai comprar apenas as coberturas que quiser. Por exemplo, compra a assistência médica e adiciona bagagem (e escolhe a cobertura), ajuda legal, acompanhamento de menor... Também há um produto para animais de estimação sendo planejado e um outro, para esportes de alto risco, como pular de paraquedas, que já é vendido lá fora mas ainda não chegou ao Brasil. “É um pioneirismo da Assist Card”, garante. Ela promete ainda produtos mais personalizados para o brasileiro, com mais benefícios para seus gostos por compras, aventura e viagens em famílias, entre outros. Dividindo-se entre Miami e Buenos Aires, Alexia promete estar mais presente no mercado brasileiro, onde a Assist Card trabalha com seis mil agências de viagens. E garante que, apesar das adaptações locais, muitas vezes tendo a ver com a legislação de cada país, a Assist Card tem em seus 1,4 mil funcionários e 36 bases globais os mesmos valores: “paixão, proatividade, audácia, tenaciedade e paixão por resultados”, elenca ela, que afirma ter todos os colaboradores no Whatsapp, com acesso direto à CEO. “As margens mudaram desde a época em que meu pai fundou a empresa, o viajante mudou, mas não nossos valores. Precisamos sim ser criativos, rentáveis, parceiros, mas com os mesmos valores. Estamos sempre nos reinventando, com o mesmo DNA”, finaliza. 

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14 Melhores promotores 2016

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Diego Verticchio

Cuidando dos

passageiros VIAJAR PROTEGIDO AINDA É UM GRANDE DESAFIO NA INDÚSTRIA DO TURISMO. AINDA QUE O SEGURO VIAGEM SEJA exigido por uma lista de países, o passageiro costuma deixar por último esse item na hora do checklist, acreditando que não irá precisar usar e que portanto será um gasto desnecessário. Cabe ao agente de viagens lembrar o passageiro dessa importância. Qual o melhor cartão de assistência na viagem ou o mais adequado às necessidades daquele cliente? Desde o ano passado essa atividade passou

a ser regulamentada pela Susep e todas as empresas de cartões de assistência passaram a oferecer basicamente o mesmo produto, com alguns diferenciais como preços e benefícios extras. Outro diferencial está no atendimento prestado por cada empresa, e nesse quesito quatro executivos de quatro diferentes empresas se destacaram, segundo a pesquisa do Jornal PANROTAS para escolher os melhores promotores de Vendas do Rio de Janeiro. Confira a seguir o ranking com os quatro nomes mais votados.

RJ

Melhores promotores Assistência em viagem (RJ) ROGÉRIO GOMES Affinity Seguros Com quase três décadas de Turismo, Rogério Gomes é um velho conhecido do trade carioca, tendo passado por importantes empresas que têm ou tiveram sede na capital fluminense, entre elas a Urbi et Orbi, Soletur e Marsans. Com 27 anos de experiência, foi nos últimos dois que Gomes se viu em um novo desafio: trabalhar na área de cartões de assistência. Ele faz parte do time que ajudou a montar a Affinity Seguros no Brasil e está na lista dos primeiros executivos a serem contratados pela nova empresa. Com grande bagagem nas costas, Rogério Gomes ensina que para um bom atendimento o segredo é ter foco no produto que está apresentando. Ele garante ser mais do que um executivo de Contas, se apresenta como um amigo dos agentes de viagens, a quem está disposto a ajudar a qualquer hora do dia, de segunda a segunda.

Empresa: Affinity Seguros Idade: 45 anos Cargo: executivo de Contas Tempo de empresa: dois anos Tempo de Turismo: 27 anos Empresas em que trabalhou: Urbi et Orbi, Soletur, Americatur e Marsans, entre outras Estado civil: solteiro Por que você está entre os melhores: em primeiro lugar, quero agradecer e falar que estou muito feliz em saber que fui uns dos mais votados. Mas se estou entre os melhores certamente foi pela base que recebi da Affinity. Muito trabalho, determinação, honestidade e cumplicidade com os meus clientes. Qual é a grande conquista da sua carreira: sem dúvida alguma foi essa notícia, por ter sido reconhecido pelos meus clientes. Quem é sua fonte de inspiração na vida: minha filha Barbara! Por ela e sempre para ela! Quem é sua fonte de inspiração no Turismo: trabalhei com pessoas maravilhosas em todos esses anos, mas como estou nesse segmento de seguro viagem há pouco mais de dois anos, sinto-me honrado em fazer parte desta empresa, que tem uns dos maiores gerentes comercias com quem trabalhei e trabalharei por

muitos anos: Alexandre Lança. Dicas para quem está começando na profissão: em primeiro lugar, determinação sempre. Eu costumo dizer que no Turismo, se você não for curioso, não vai adiante. Procure sempre fazer e desempenhar o seu melhor! Hoje, com toda tecnologia, fica mais fácil. Na minha época era, muito mais difícil o acesso [às informações]. Em tempo de crise, como ser diferente: ser diferente já é o suficiente. Apenas visitar por visitar não resolve, procuro ocupar sempre o foco nas minhas visitas falando do meu produto. Não sou apenas um executivo de Contas, sou um amigo, sempre disposto a ajudar, não importa o dia e nem a hora.

Erika Alonso April Empresa: April Brasil Idade: 32 anos Cargo: executiva de Contas Tempo de empresa: três anos Tempo de Turismo: seis anos Empresas em que trabalhou: Intermac Assistance Estado civil: casada Por que você está entre os melhores: a gente atrai o que transmite. Todos os dias saio disposta a oferecer o meu melhor aos meus clientes e acredito que esse seja o retorno positivo da minha dedicação. Qual é a grande conquista da sua carreira: estou

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na melhor fase da minha vida profissional, esse reconhecimento é uma grande conquista. Quem é sua fonte de inspiração na vida: meus pais. Quem é sua fonte de inspiração no Turismo: Claudia Brito, exemplo de mulher guerreira, que não foge à luta até que seus resultados sejam alcançados. Com ela, aprendo todos os dias. Dicas para quem está começando na profissão: seja focado, dê o seu melhor, adquira conhecimento, seja autêntico e faça networking. Em tempo de crise, como ser diferente: crie, acredite em si mesmo, seja otimista!

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Rick Ferreira

Carlos Costa Intermac

Empresa: Intermac Assistance Idade: 54 anos Cargo: gerente de Contas Tempo de empresa: sete anos Tempo de Turismo: 22 anos Empresas em que trabalhou: Top Flight Turismo, Diversão Turismo, Touristcard e Coris/ April Estado civil: casado Por que você está entre os melhores: primeiro, quero agradecer pelos votos. Acredito que seja por tentar ser sempre profissional e parceiro comercial, associado à credibilidade e liderança de mercado da Intermac Assistance. Qual é a grande conquista da sua carreira: poder ter o seu nome e o da empresa que você representa lembrado neste grupo seleto de excelentes profissionais. Quem é sua fonte de inspiração na vida: Deus. Olhe para as estrelas quando achar que nossas técnicas ou conhecimentos são inigualáveis. Quem é sua fonte de inspiração no Turismo: a Intermac Assistance e nossos clientes, que me fazem procurar evoluir sempre. Dicas para quem está começando na profissão: expertise em vendas, marketing pessoal, conhecer bem as qualidades da empresa em que trabalha, do seu negócio, do mercado, ter iniciativa, ser ético, comprometido, ter respeito aos clientes, atitudes positivas e estar atento as novas tecnologias. Em tempo de crise, como ser diferente: aumentando a produtividade, otimizando as vendas com redução de custos, observando as novas necessidades dos clientes, as tendências do mercado, sermos criativos, aplicando inovações aos nossos produtos e serviços, procurando fazer mais por menos. Sabendo que tanto na vida quanto nos negócios, tudo passa. Que nos momentos difíceis podemos nos tornar mais fortes. Na adversidade melhoramos nossas técnicas.

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Empresa: Flycard Travel Assistance Idade: 40 anos Cargo: executivo de Contas Rio de Janeiro Tempo de empresa: quatro anos Tempo de Turismo: 18 anos Empresas em que trabalhou: Club Med Estado civil: casado Por que você está entre os melhores: porque busco sempre a excelência no trabalho que realizo e me coloco sempre no lugar do cliente para entregar um produto com excelência e responsabilidade. Qual é a grande conquista da sua carreira: na verdade a grande conquista ainda está por vir, mas até o momento diria que é ser gerente em uma empresa que me proporcionou viajar e conhecer culturas

Flycard

de outros países. Quem é sua fonte de inspiração na vida: minha mãe, pois lutou muito para eu poder estudar. Dicas para quem está começando na profissão: ser disciplinado, acreditar, insistir, ter perseverança todos os dias, nunca desistir de um cliente. Acredito no trabalho personalizado: fidelize seu cliente, visite, visite, visite. Um dia as portas vão se abrir, e esteja pronto para a oportunidade, pois o trabalho com seriedade vai te trazer bons resultados. Em tempo de crise, como ser diferente: às vezes algumas situações fogem de nossas ações, mas temos que acreditar sempre no trabalho sério de cada dia.

Muitas vezes, ser diferente é continuar o trabalho, pois muitos desanimam, e aí que vêm os problemas maiores. Na crise, procure observar e escutar os clientes, descubra as oportunidades que o próprio cliente pode te dar.

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Aviação

À espera das low costs HÁ MESES, NA ARGENTINA, VEM SE FALANDO SOBRE O INTERESSE DE DIVERSAS COMPAnhias aéreas de baixo custo em operar no país. Isso envolve intenções manifestadas pelo diretor da Irelandia Aviation (da qual fazem parte a Ryanair e o grupo Viva), Declan Ryan, e também pelo diretor da Norwegian Air International, Bjorn Kjos, passando pela companhia regional Flybondi e também pela chilena Sky Airline. Porém, a questão é: elas virão? Está tudo pronto para que cheguem? Impulsionarão o mercado aéreo argentino? As autoridades do novo governo estabeleceram a meta de duplicar o tamanho do mercado aéreo doméstico, e a entrada das companhias low cost se enquadraria perfeitamente neste objetivo, já que expandiriam de forma rápida os negócios por incorporarem ao sistema consumidores que nunca voaram, atraídos pelas baixas tarifas. Mas nesse ponto é importante diferenciar o que significa operar e montar uma lowcost argentina para o mercado doméstico do fato de uma low cost estrangeira resolver voar na Argentina. No país, já operam a Gol Linhas Aéreas e a Sky Airline, enquanto a Azul Linhas Aéreas planeja também a sua entrada. É questão de tempo até que a Azul comece e operar na Argentina, e é pos-

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sível que também o faça a Norwegian Air International. Esta última é uma subsidiária da low cost Norwegian Air Shuttle e está baseada na Irlanda (o que significa estar dentro da União Europeia), e que anunciou que operaria a partir de diversos hubs continentais. É pouco provável que haja tráfego para voar entre Buenos Aires e Oslo, sendo mais adequado pensar em rotas como Bueno Aires-Londres ou Buenos Aires-Barcelona (um dos hubs eleitos pela nova empresa do executivo Bjorn Kjos). Por outro lado, o grupo Viva (composto pela Irelandia Aviation e pelo grupo Iamsa, donos da mexicana Viva Aerobus e da Viva Colombia) tem em andamento um pedido de 52 A320 e planeja criar uma terceira low cost na América Latina. Caso o destino dessa empresa seja o Peru, o resultado esperado seria o de que algumas de suas primeiras rotas internacionais tivessem como destino Buenos Aires. Por enquanto, a rota mais longa que a Viva Colombia opera é entre Bogotá e Miami (EUA), que leva três horas e meia — lembrando que o trecho entre a capital colombiana e o aeroporto de Ezeiza (Buenos Aires) demanda praticamente o dobro do tempo. No que se refere à low cost argentina Flybondi, muito tem se falado em sair

A Azul Linhas Aéreas planeja sua entrada no mercado argentino

do Aeroparque de Buenos Aires e utilizar o aeroporto de La Plata, situado a 60 quilômetros do centro portenho. Mas esse terminal não está preparado para receber voos comerciais, já que quase não possui sistema de rádio e tecnologias modernas (ILS, por exemplo), as duas pistas são pequenas e só uma está sinalizada e pintada. Sem contar que o prédio do terminal tem apenas 60 metros quadrados (enquanto o Aeroparque tem 30 mil metros quadrados) e não há muitas vagas para estacionamento de automóveis nem boas vias de acesso ao local. Sendo assim, pode-se colocar o La Plata em condições de receber voos comerciais? Sim, mas isso demanda investimentos e tempo para reformas. Curiosamente, o plano de investimentos

anunciado pelo governo não inclui o La Plata (nem o El Palomar, ainda que este seja uma base aérea militar). É bom lembrar que as low costs são, em geral, contra os sindicatos, motivo pelo qual estes últimos também não são a favor delas. Em declarações feitas a jornais locais, o secretário da Asociación del Personal Aeronáutico (APA), Sergio Mercó, comentou: “Iremos impedir a chegada das low costs. Macri quer impor um mercado de céus abertos, o que acabaria com as conquistas obtidas pelo setor por meio da Aerolíneas Argentinas." Mas ter uma low cost argentina que opere em cabotagem seria muito mais complexo e o processo de implantação levaria tempo. O jeito é esperar e ver o que acontecerá nos próximos meses.p

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Mercado

Reforços anticrise O COO DE AVIAÇÃO DA AVIAREPS, OLIVER KUECHLER, VEIO DA ALEMAnha com boas novidades para o escritório da empresa no Brasil. Como se não bastassem os recentes anúncios das contas do Visit Florida e da Singapore Airlines, a Aviareps Brasil está dando seus primeiros passos no setor hoteleiro. A empresa, gerenciada por Marcelo Kaiser, ganhou a representação dos hotéis Warwick. A ideia é combinar as expertises da Aviareps em aviação e destinos, e a partir daí realizar um trabalho comercial e de trade marketing, com diálogo e capacitação de profissionais brasileiros. A rede tem 55 unidades quatro e cinco estrelas espalhadas pelo mundo, com força maior de mercado na Europa e nos Estados Unidos. É uma marca que atende hóspedes de lazer e corporativo, forte em eventos e viagens de incentivo. Um papel fundamental da Aviareps, segundo Kaiser, será o de mostrar que a marca ultrapassa as fronteiras de Nova York e Paris, cujas unidades são as mais famosas no Brasil. Ainda em adaptação com a marca, ele destaca o diferente perfil de cada um dos hotéis. “O interessante dessa marca é a distinção entre cada hotel. Alguns não têm mais de 80 quartos, como o de Genebra, enquanto outros tem mais de 200, como o de Nova York”, afirma o executivo, classificando a Warwick como “rede upscale com excelência em business e lazer." Outra novidade é a representação como GSA da Bangkok Airways. O que já entra em um processo mais natural da Aviareps, já que a aviação está no DNA da empresa desde a sua fundação, na Alemanha. A “companhia de butique na Ásia”, como se autodefine, serve mais de 20 destinos “estratégicos” no sudeste do continente. De seu hub na capital tailandesa, a aérea voa para destinos como Mianmar, Laos, Camboja, Malásia, Singapura, Índia, Bangladesh e Maldivas. Para o alemão, em momentos de crise como o vivido pelo Brasil, é importantíssi-

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mo manter os investimentos e ter a consciência de que o cenário é cíclico. “Não apenas fizemos isso como conquistamos grandes contas neste ano. Isso fará com que 2017 seja o melhor ano da Aviareps no Brasil, além de me fazer acreditar que o pior momento da economia do País já passou.” p

Marcelo Kaiser, gerente geral da Aviareps Brasil, e Oliver Kuechler, COO de Aviação da Aviareps

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Patrick Mendes VP de Estudos e Tendências do Fohb e presidente da Accor Hotels na América do Sul

O fenômeno da sharing economy e a hotelaria

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ria disponível caso não fosse solicitado pelo passageiro, portanto é uma relação de compra e não de compartilhamento. A polêmica também ronda a atuação de outras empresas da sharing economy, principalmente porque se utilizam de modelos de negócio inovadores e ainda pouco comuns, que geram discussões e interpretações variadas dos atores envolvidos, sejam eles consumidores, poder público ou trade setorial. Polêmicas à parte, o fato é que a sharing economy chegou para ficar.

O CONCEITO NA HOTELARIA

No caso da hotelaria, a sharing economy possibilitou o surgimento de uma oferta de hospitalidade alternativa, baseada em

empresas detentoras de plataformas virtuais que possibilitam que viajantes loquem quartos e imóveis para pernoite ou temporada em propriedades particulares de outras pessoas, disponibilizadas por meio de websites e aplicativos. A autonomia dos consumidores e a baixa influência do intermediário, nesse caso a plataforma, são as principais características dessa interação de consumo. A plataforma não se responsabiliza pelos processos de check-in ou check-out, as condições de uso e cancelamento, que são em sua maioria definidas pelos próprios anunciantes (locadores), e as avaliações da hospedagem são feitas virtualmente pelos hóspedes (locatários). Além disso, apesar do crescimento da oferta de serviços

Em relação á distancia e reserva Hotelaria Hotel Central de reservas Agências e operadoras No hotel

plataformas virtuais e com baixa interferência do intermediário; o estilo de vida colaborativo, em que pessoas com mesmos hábitos e costumes compartilham recursos; o product-service system (sistema de produtos-serviço), modalidade em que o consumidor paga por um produto para utilizá-lo por um período de tempo – o recurso é devolvido ao proprietário após o uso. Essas iniciativas têm em seus principais expoentes marcas conhecidas do público, como Uber, Airbnb e Ebay. Além dessas, outras companhias da sharing economy já atingiram valores de mercado estimados na casa dos bilhões de dólares. Apesar do rápido avanço dessas companhias, algumas vêm enfrentando problemas, como é o caso do Uber. Em diversos países do mundo, o serviço de transporte vem sofrendo pressões internas, protestos e até boicotes de outros setores, como os taxistas. A principal alegação é de que o serviço não segue as leis municipais, que sobre ele não incide nenhum tipo de regulamentação e que, por isso, acaba por oferecer uma concorrência desleal aos taxistas regulamentados. Estudiosos do assunto também ampliam a polêmica e afirmam que a plataforma não pode ser considerada um empreendimento da sharing economy — na realidade, o motorista não está compartilhando uma viagem ou trajeto com o passageiro, mas sim realizando-o exclusivamente. O serviço não esta-

Website

O que é sharing economy? O avanço da tecnologia nos últimos anos vem promovendo revoluções no modo de se consumir em todo o planeta, desde o advento das plataformas de comércio virtual até a veiculação de mídias digitais em serviços de streaming. A mais recente mudança observada é o que os especialistas chamam de sharing economy ou economia compartilhada. Ela tem como base o consumo colaborativo e sua origem está muito associada ao comportamento dos millennials, que já têm o compartilhamento e a colaboração em ações e conteúdo como um hábito, por serem muito familiarizados com o meio virtual. Influenciadas por fatores externos, como a crise econômica em 2008/2009 e as mudanças climáticas, utilizando-se dessa matriz tecnológica e do conceito de compartilhamento já muito disseminado em meio virtual, começaram a surgir companhias nos últimos anos que propuseram novos modelos de negócios, baseados no consumo colaborativo e na estrutura do mercado de dois lados (M2L), com a criação de plataformas que permitem o encontro de dois grupos de consumidores, incentivando o encontro de ambos os grupos e criando condições para que realizem o maior número de transações entre si, possibilitado pela rede. São três os pilares que definem o consumo colaborativo: a redistribuição de recursos subutilizados por proprietários aos consumidores por meio de

Hóspede

Sharing Economuy Anfitrião Plataforma de empresa de sharing economy

Hóspede 27/10/2016 19:31:44


19 adicionais, esta ainda é quase inexistente, restringindo as suas atividades basicamente à locação dos quartos e imóveis. Enquanto na hotelaria tradicional há constante disponibilidade da recepção para a realização de check-in e check-out, flexibilidade e complexidade nas formas de reserva e pagamento, nas empresas da sharing economy essa flexibilidade é bastante restrita. Além disso, a oferta de unidades habitacionais na hotelaria tradicional abarca variadas categorias, que em geral seguem uma padronização, em especial na hotelaria de rede. Essa padronização, valiosa para os viajantes a negócios, não existe na sharing economy. A segurança dos hóspedes e proprietários é outro ponto de diferenciação, uma vez que os hotéis seguem normas, procedimentos e legislações que regulam suas atividades. Por sua vez, os empreendimentos da sharing economy alegam ofertar para seus clientes o diferencial de viver a perspectiva de moradores locais durante a visita a um destino, o que proporciona uma imersão na cultura local da região visitada.

AS GRANDES DA SHARING ECONOMY A atuação das empresas enquadradas nesse novo modelo vem sendo destaque no setor de hospedagem. Entre os principais expoentes dessa alternativa à hospedagem tradicional estão o Wimdu, criado em 2011 com sede na Alemanha e foco no mercado europeu, que já atingiu mais de um milhão de listing (anúncios) desde sua criação; o Home Away, criado em 2005, incorporou diversas plataformas concorrentes durante os últimos dez anos e hoje é uma das principais companhias desse mercado, no Brasil faz parte da família Home Away o Alugue Temporada; e o Airbnb, a empresa de sharing economy de maior destaque no setor de acomodações. Como algumas das outras companhias do mesmo segmento, o Airbnb surgiu em 2008, mas ganhou notoriedade de mercado a partir do ano de 2010. A companhia teve um crescimento rápido e hoje tem seu valor de mercado estimado em US$ 30 bilhões, segundo o The Wall Street Journal, sendo, portanto, a segunda maior empresa de consumo cola-

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borativo em valor de mercado, atrás apenas do Uber. O número de quartos disponíveis já chegou ao patamar de dois milhões, distribuídos em cerca de 34 mil cidades em 191 países, e a expectativa da companhia é que sua receita cresça dos US$ 900 milhões de 2015 para US$ 10 bilhões em 2020, sendo necessário aumentar de 1% para 10% seu share no mercado global de hospedagem, de acordo com a Phocuswright. No Brasil, o Airbnb já ultrapassou 95 mil listing, quase metade deles na cidade do Rio de Janeiro. O País hoje representa o quarto maior mercado da empresa no mundo, o que a levou a abrir um escritório em São Paulo. Durante a Copa do Mundo, 6% das reservas foram efetuadas por brasileiros, diferentemente dos Jogos Olímpicos 2016, em que foi anunciada uma parceria entre a companhia e o Comitê Organizador dos jogos, atingindo 55% de brasileiros, de um total de mais de 80 mil hóspedes. No setor hoteleiro, o impacto dessa atividade também já vem sendo sentido. Estudos da Boston University apontam que um aumento de 10% na atividade da empresa reflete em uma redução de 0,39% ao mês na receita dos hotéis. Os empreendimentos que mais perdem participação de mercado com os avanços da atividade são os hotéis de lazer e da categoria econômica. Segundo o documento, os hotéis independentes também seriam razoavelmente atingidos e os segmentos menos afetados por enquanto seriam o corporativo e de luxo das grandes redes hoteleiras, além dos hotéis-boutique. No entanto, com a nova solução Airbnb for Business, já são mais de 50 mil empresas fazendo reservas em 172 países, totalizando 10% de todas as viagens reservadas por meio da plataforma. Nos próximos anos, o Airbnb espera aumentar sua participação de mercado, expandindo suas atividades com a oferta de serviços complementares, como passeios guiados, serviços de A&B, e o já lançado serviço de Hosts “Likebr”. Os números impressionam e já preocupam as autoridades. A empresa tem enfrentado problemas jurídicos em cidades como Barcelona, Nova York e Berlim, em sua maioria relacionados à falta de regulamentação da atividade exercida pelos anfitriões. Na Catalunha, Espanha, o Airbnb foi multado por comercializar apartamentos turísticos ilegais, não inscritos no registro de Turismo catalão.

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Em relação ao produto Hotelaria Hotel

Sharing Economuy Anfitrião

Serviços 24h Check-in e checkout flexíveis Segurança Confiabilidade Oferta por categoria Serviços adicionais Limpeza diária

Experiência Viver como um "local" Relação com anfitrião Espaços Amplos

Em decorrência da multa, estabeleceram um marco legal específico para regulamentar o Airbnb na região. No caso de Nova York, parte da polêmica está relacionada à sublocação de imóveis para curta temporada, o que é proibido pela legislação municipal. Outra polêmica está relacionada à segurança de hóspedes e anfitriões. São cada vez mais comuns casos de roubos e vandalismo praticados por hóspedes e grandes divergências entre as informações cadastradas no site por anfitriões e a realidade encontrada pelos hóspedes. A profissionalização dos anfitriões também vem gerando críticas à empresa. Cresce o número de anúncios provenientes de anunciantes profissionais, anfitriões que não são os proprietários dos imóveis, mas sim espécies de “agentes” que possuem vários anúncios de imóveis de terceiros listados. Essa intermediação de hospedagem evidencia uma necessidade de regulamentação não apenas dessa oferta, mas também dos novos players que emergem a partir dela – como esses agenciadores. What’s next? Apesar das polêmicas, as empresas de hospitalidade da chamada sharing economy já não são mais uma tendência, mas sim uma realidade, provocando mudanças no setor. É necessário estar atento a essas novas iniciativas e modelos de negócio e consumo para detectar nelas oportunidades e necessidades de adequação a consumidores cada vez mais variados – tanto em relação a seus perfis, como à forma que consomem. O fato é que essas empresas, que surgiram como startups, hoje são grandes companhias e representam uma parte significativa dos mercados em que atuam. Como toda e qualquer inovação, exigem regulamentação por par-

te das autoridades competentes para que possibilitem uma competição justa entre os modelos apresentados, gerando desenvolvimento para seus setores. Para o futuro, outros mercados relacionados à hospitalidade devem ser explorados. Algumas ideias já são iniciativas de destaque: Blabla Car - Passageiros encontram condutores para uma viagem compartilhada. Traveler Car - Chegando ao seu destino, o passageiro localiza um carro estacionado em um aeroporto pelo seu dono e o aluga. Likebr – Comunidade de hosts com serviços de recepção, limpeza, manutenção, administração de imóvel e outros serviços para anfitriões de sites de aluguel de curta duração.

VOCÊ SABIA?

Atualmente vem ocorrendo uma interpenetração entre a hotelaria, as OTAs (On-line Travel Agencies) e a sharing economy. O Airbnb finalizou seu primeiro “hotel” no Japão, que recebeu o nome de Samara. Ele é uma propriedade comercial, comunitária, cuidada por moradores locais e alugada para turistas, para explorar novas atitudes relacionadas à confiança. Existem hoteleiros investindo na economia compartilhada, a exemplo temos a Accor Hotels que comprou a One Fine Stay, ofertando apartamentos e casas de alto padrão nos mesmos moldes do Airbnb, com anfitriões e visitantes. As OTAs também têm investido no setor. A Expedia comprou a Home Away por US$ 4 bilhões, acrescentando o inventário de aluguéis por temporada em sua plataforma. Pergunta: O que a sharing economy significa para a hotelaria? 

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>> Roberta Queiroz

Integração soc COMPARADA ÀS PRINCIPAIS FEIRAS DO SUL E DO SUDESTE, A ESTRUTURA do Festival do Turismo de João Pessoa é compacta. Os corredores desenham um caminho sistemático e que pode ser percorrido em poucos minutos. Esse tempo, no entanto, foi multiplicado em massa pelos agentes de viagens durante a sexta edição, realizada entre 21 e 22 de outubro, por um motivo capaz de evidenciar a força e a singularidade do evento em solo nordestino: o alto grau de interesse. A utilidade do Festival JPA para os profissionais paraibanos e de outras regiões do Norte e Nordeste do Brasil rendeu avanços percentuais. Avanços tímidos, mas celebrados diante de um ano repleto de más notícias, tanto para o Turismo como para os demais setores da economia. Segundo o diretor comercial do evento, Claudio Junior, 3.424 pessoas compareceram ao Centro de Convenções da Paraíba, número 14% maior do que o registrado na edição do ano passado. Desse montante, 1.025 eram agentes de viagens, oriundos de 15 Estados brasileiros. A maioria desses profissionais se deslocou até João Pessoa por meio de caravanas promovidas pelas Abavs e empresas como FRT, G7, Iberoservice, Masterop, Trend e West Central, além da MMTGapnet que, unida à Flytour Viagens, levou 120 agentes — o maior grupo registrado pelo festival em sua história. Aqueles que desembarcaram em João Pessoa encontraram, ao todo, 207 estandes, 10% a mais em relação à marca alcançada na edição anterior. Junior creditou o saldo positivo ao empenho da organização. “Vimos a gravidade da crise e decidimos visitar mais feiras para atrair expositores tanto nacionais como internacionais, no caso, WTM Londres, BTL Lisboa, Fitur (Espanha) e Tianguis (México)”, afirmou. “Tivemos que trabalhar mais, e isso fez o número de representantes de hotéis e de empresas estrangeiras subir”, comple-

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tou, destacando que dos 207 estandes, 33 eram de destinos internacionais. Outro fator importante para a superação de projeções, na visão do diretor operacional do Festival JPA, Bruno Mesquita, está relacionado à extensão do networking. “Com a retração econômica, as empresas decidiram focar em feiras específicas e consideraram nosso evento como referência no mercado de Turismo

do Norte e Nordeste do País”, avaliou. “Aqui, elas podem conversar e atingir, principalmente, os agentes do interior de ambas as regiões, como, por exemplo Caruaru, Petrolina e Campina Grande”, acrescentou. De acordo com Mesquita, a extensão de networking proporcionada pela feira beneficia a empresa, ao passo que a restrição do orçamento impossibilita a

chegada da equipe de vendas às cidades afastadas dos grandes centros. O profissional de Turismo que vive e comercializa no interior, por outro lado, tem a oportunidade de estreitar relações com as grandes marcas da indústria e ampliar o portfólio de produtos. “Nós detectamos essa necessidade nas primeiras edições do festival e os expositores, em resposta, pediram para

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ocial que nós continuássemos focando no agente de viagens do interior”, contou Mesquita. São os fatores apontados por Junior e Mesquita que justificam a meta de crescimento no quesito geração de negócios. A sexta edição do evento pretende gerar 15% a mais de acordos empresariais ante a edição de 2015 – que rendeu cerca de R$ 50 milhões.

Corredores da feira foram tomados pelos agentes nos dois dias de feira

Claudio Junior e Bruno Mesquita dirigem o comercial e o operacional do Festival JPA, respectivamente

LIMITAÇÕES

Quando questionado sobre as dificuldades do agente de viagens da Paraíba, Mesquita retoma o fato de as empresas concentrarem o investimento nos grandes centros. “Falta informação. O agente daqui não recebe tantos treinamentos e, consequentemente, só sabe o superficial do produto. Quando o cliente pergunta algo que exige um conhecimento mais apurado, ele não sabe responder e compromete a venda”, opinou, lembrando que isso também se aplica aos agentes dos demais Estados do Nordeste e Norte. Para Mesquita, além do orçamento apertado, falta o empresariado acreditar no potencial de ambas as regiões. “Muitos acham que, por não sermos privilegiados economicamente, não podemos comprar e vender viagens“, lamentou. “Porém, quando as empresas dão uma chance ao festival, isso é descontruído e elas se surpreendem. Nosso povo é muito interessado e comprometido. Uma das provas disso é a ausência de desperdício dos materiais distribuídos nos estandes, uma queixa recorrente nas feiras realizadas em outras regiões”, argumentou. > Continua na pág. 22

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TREINAMENTOS

Caracterizado como um ponto de encontro anual, o Festival do Turismo de João Pessoa decidiu assumir um papel social e disponibilizar mais espaço para capacitações de operadoras, companhias aéreas, hotéis, destinos e empresas de seguro viagem. Segundo Junior, nove salas (duas a mais do que o último ano) convidaram agentes a aprender e tirar dúvidas. Desse número, quatro foram comandadas pelas âncoras Flytour Viagens e MMTGapnet, Iberoservice, Trend e FRT. Um ambiente também foi dedicado ao Sebrae, outro à Embratur e outros três ao próprio Festival JPA – que entregou o espaço a outras empresas interessadas.

PARAÍBA NO MAPA

O desembarque do trade em João Pessoa para participar da feira, obviamente, promove um marketing de destino espontâneo, pelo menos no que diz respeito a João Pessoa. A capital, entretanto, não é o único atrativo da Paraíba, que ainda busca consolidação no mapa de destinos turísticos, seja o de lazer ou corporativo. “A Paraíba demorou muito tempo para se mostrar ao Turismo, e um dos poucos lados positivos disso foi o crescimento ordenado do parque hoteleiro, das atrações e a estruturação do

“Nordeste tem potencial para ser um Caribe”, incentivou o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho

PELOS

Rafael Adam ministrou uma das capacitações da MMTGapnet

mercado”, considerou Claudio Junior. O diretor comercial comentou sobre as iniciativas do Estado nos últimos cinco anos para alcançar uma posição melhor frente a outros destinos do Nordeste. A entrega do Centro de Convenções foi uma delas. Junior afirma que o local movimentou o parque hoteleiro ao captar eventos de pequeno e médio portes — os grandes não estão autorizados devido à falta de leitos. O executivo ressaltou ainda a união do trade, que inclui o CVB de João Pessoa, Sebrae, ABIH, Abav e Fecomercio. “Muitos vão ficar chateados com a minha defesa, mas preciso falar da gestão de Ruth Avelino, a presidente da PBTur. Ela não só fez roadshows como conseguiu desconto no combustível de aeronaves e novos voos com destino e a partir da Paraíba”, elogiou. “É claro que precisamos melhorar, mas estamos trilhando um bom caminho, se comparado há dez anos.” O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, defendeu outro tipo de união durante a cerimônia de abertura da feira. Coutinho acredita que é preciso atrair divisas, ou seja, rejeitar o conceito de disputa e fazer uma aliança entre os Estados para promover a região Nordeste como um todo.

Uma região que, segundo ele, “tem potencial para ser um Caribe”. “É claro que Estados como Bahia e Ceará têm uma caminhada mais longa no Turismo, mas acredito que somente juntos iremos mostrar o que a região tem para oferecer em cultura, história e belezas naturais e, dessa forma, atrair turistas e gerar emprego e renda”, declarou, sugerindo a criação de um produto único para a região, pauta que há tempos não era colocada em debate.

MINISTÉRIO

Esta foi a primeira vez que um ministro do Turismo aceitou participar de uma edição do Festival JPA. Empossado em 5 de outubro, o alagoano Marx Beltrão fez seu primeiro pronunciamento no Nordeste e classificou a falta de vontade política como principal gargalo do Turismo — algo que, de acordo com ele, não acontecerá desta vez. A proposta de Beltrão para reverter este cenário é aliar a iniciativa pública à privada para criar um terreno fértil para o desenvolvimento da indústria e integração da sociedade. “Isso se faz com infraestrutura de qualidade, garantia de saneamento básico, urbanização, iluminação, segurança, profissionalização e, claro, minimizando a burocra-

Beltrão em seu primeiro discurso como ministro do Turismo no Nordeste

cia da máquina pública”, detalhou. Em relação à Paraíba, o ministro afirmou que há 64 obras em andamento, na ordem de R$ 7 bilhões. Não obstante, 97 estão paralisadas e 63 esperam aval do governo para iniciar. “As obras que estão paralisadas ou que ainda não saíram do papel vão começar a andar. E além do investimento aplicado direto pelo ministério, teremos mais recursos vindos do governo federal em breve”, garantiu. Sobre o futuro, Beltrão sinalizou projetos ligados à conectividade aérea e à modernização do aeroporto de João Pessoa, além da necessidade de atrair mais navios para a costa brasileira. Outra demanda do trade paraibano é a contenção da Barreira do Cabo Branco, o ponto mais oriental do Brasil. Segundo Bruno Mesquita, a atração turística está prestes a desmoronar por causa do impacto das ondas do mar e chegou a ser interditada diversas vezes. “Há um esforço do governo, em pareceria com a prefeitura, para iniciar as obras de contenção da barreira. Eles estão realizando estudos das correntes marítimas para colocar o projeto em prática. Ainda não há previsão, mas precisamos de agilidade”, disse, preocupado.p --- O Jornal PANROTAS viajou a convite do Festival de Turismo de João Pessoa

C O R R ED O R ES Jones Ferraz, da Delta, entre Christiano Lapis e Bruno Lyra, da Gol

Wagner Moraes, Ary Xavier, Daniel Firmino, Victor Lara e Mauricio Oliveira, todos da Flytour Viagens

Waldir Munhoz e Christiano Santos, da MSC Cruzeiros

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Patricia Curralo, Eduarda Pereira e Andrezza Maia, todas do Grupo Schultz

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JORNADA DE SUCESSO PORTO ALEGRE, CAXIAS (RS), RIBEIRÃO PRETO (SP), GOIÂNIA, SALVADOR e Porto Seguro (BA) abriram as portas para receber o PANROTAS Next e debater, sobretudo, tendências ligadas à tecnologia aplicada no Turismo. Agentes e operadores ocuparam a plateia em cada uma dessas cidades em busca de inspirações e insights para inovar não só o seu modo de trabalhar, mas também o de sua equipe ou empresa. Em 22 de outubro, foi a vez de João Pessoa acolher e interagir com o Next. O diretor da Agência de Marketing B2A, Bruno Fisbhen foi o primeiro a subir no palco de uma das salas do Centro de Convenções da Paraíba e provocar os participantes ávidos por informação. Descontraído, o bate-papo começou com um alerta. Fisbhen pediu para que os profissionais parassem de disparar pacotes de viagens em todas as redes sociais e repensassem a estratégia de marketing para que a conversão em vendas fosse real. “Realmente, replicar é o mais fácil, mas não é o que dá resultado. Pode parecer clichê, mas a principal dificuldade da agência ao usar as redes sociais continua sendo trabalhar o conteúdo de forma segmentada”, aconselhou. “O seguidor do Facebook dificilmente vai se engajar em um pacote de e-mail marketing. Não é o perfil da rede”, emendou. Na perspectiva de Fisbhen, a conversão de vendas se dá a partir da combinação de três ações. A primeira delas é o conteúdo segmentado. “Você não pode misturar quem já comprou o seu produto com quem cotou e não comprou, ou com aquele que ainda não conhece a sua marca”, disse. A segmentação é necessária, pois enquanto algumas pessoas ainda precisam ser cativadas e transformadas em clientes, outras desejam apenas novidades. Na sequência, está o relacionamento com o cliente. Segundo Fisbhen, depois que a fanpage da empresa alcança curtidas e compartilhamentos é hora de alçar novas estratégias.

Renê Castro e José Guilherme Alcorta, ambos da PANROTAS, nas pontas, com os palestrantes German Carmona, da Air France-KLM, Bruno Fisbhen, da agência de Marketing B2A, e Lucas Foster, do Project Hub

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“De tempos em tempos leve as pessoas que estão no Facebook para plataformas que as tornem mais próximas à empresa. Encaminhem o seguidor para o site, por exemplo. Lembrem que 300 curtidas significam 300 potenciais clientes”, indicou. A terceira ação envolve táticas de publicação nas redes. Fisbhen afirma que a tendência é que o alcance orgânico não atinja mais ninguém daqui a um ou dois anos no Facebook. Portanto, é preciso saber como distribuir os anúncios nos dias e horários conforme o perfil do público-alvo.

Bruno Fisbhen, da B2A, citou uma série de erros que o agente comete nas redes sociais e apontou algumas soluções

CASE DE SUCESSO

German Carmona dirige o Marketing da Air France-KLM no Brasil

aéreas de forma genérica, ou seja, incluindo as demais empresas que atuam no Brasil. “Vejo um esforço enorme das empresas em facilitar a vida do cliente, mas não enxergo esse mesmo empenho quando o assunto é o agente de viagens”, analisou. “Quando somos nós, agentes de viagens, que vendemos o bilhete e entramos em contato com a companhia aérea, sempre há dificuldade e bloqueio. Muitas vezes saímos com papel de vilão”, argumentou o profissional. Carmona rebateu a crítica e esclareceu que a criação de um novo serviço não significa a substituição do agente

Depois da série de conselhos e advertências, o diretor de Marketing da Air France-KLM, German Carmona apresentou o case da companhia aérea holandesa em mídias como Facebook, Linkedin, We Chat e, mais recentemente, Messenger, também do Facebook. Vídeos criativos e respostas a reclamações regadas a muito humor despertaram a atenção dos participantes e renderam até algumas observações. O agente de viagens Fabiano Souza, da FC Souza Turismo, criticou a postura de atendimento das companhias

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de viagens. “A sua fala não se aplica à Air France-KLM, afinal, acabamos de completar 70 anos de Brasil e isso comprova nosso compromisso e parceria com o trade local”, respondeu. “O que oferecemos para o cliente que compra diretamente é o mesmo que oferecemos para o agente de viagens, não há diferença”, assegurou. Para finalizar o PANROTAS Next e contribuir para o debate, o fundador do Project Hub, Lucas Foster, sugeriu alguns aplicativos capazes de customizar a experiência do cliente — pelo menos aquela que antecede a viagem. Foster, que também é psicólogo

Lucas Foster, fundador do Project Hub focou na experiência personalizada do viajante

e consultor, salientou que é possível estreitar a relação com o comprador e, assim, contribuir para a fidelização, utilizando ferramentas simples e gratuitas. Além do popular Whatsapp, o palestrante citou aplicativos como 99 Táxis, Climatempo, Google Tradutor, Pinterest e Tripadvisor. Questionado pela plateia sobre mecanismos para editar vídeos, Foster citou ainda o Magisto, que cria vídeos de 30 segundos a um minuto em instantes. --- O PANROTAS Next João Pessoa teve o patrocínio do Turismo da Argentina, Cruzeiro Pantanal, Hard Rock Hotel, Tropical Tambaú e o apoio do Festival de Turismo de João Pessoa e da Bione

Flashes PANROTAS Next 1 Robson Santos, da Lania Viagens, Vanderly Costa, da Sil Tour, e Macreno Oliveira, da Veramar Viagens e Eventos 2 Guilherme Alcorta, da PANROTAS, com Glaucia Barbosa, da RCD Hotels 3 Amanda Josino e Renata Bufarat, ambas da Decolar.com 4 Guilherme Alcorta, CEO da PANROTAS, entre Eduardo Pereira, e Fernando Souza, ambos do Tropical Hotel 5 Alexandre Dantas, do Circuito de Eventos e Turismo 6 Leonardo Barros, da Smart Hotelaria, ao lado de Juliana Loureiro, da Claras Turismo 7 Jamile Oliveira, representando a Egeu Turismo 8 Guilherme Alcorta, CEO da PANROTAS, com Liese Nobrega, da Rhema Operadora 9 Stephanie Lima, da Eurotur, com Bruna Lessa, da Global Viagens e Turismo 10 Victor Nobrega e Thya1 3

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go Portella, ambos da Vip Home Viagens

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>> Rafael Faustino — Dourado (SP)

Sem medo de mudar

Os integrantes da diretoria e conselho deliberativo da Aviesp, principais responsáveis pelas mudanças que a entidade pretende realizar

EXPANSÃO, TRANSPARÊNCIA E MODERNIZAÇÃO. TRÊS PALAVRAS-CHAVE QUE, SE NÃO resumem tudo o que foi a segunda edição da Convenção da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp), realizada nos dias 23 e 24 de outubro, em Dourado (SP), dão uma boa ideia de onde esteve o principal foco do evento: tornar a entidade mais profissional, baseada em números e tecnologia, com maior espaço para participação dos associados e abrangendo uma área maior do que a de sua origem. “A Aviesp está mudando, pois precisa se tornar mais profissional. Aquela época de atitude ‘mãezona’, de uma associação que está ali só para levar todos de graça para os lugares, não é mais assim. Estamos implementando mudanças para nos tornarmos mais eficientes”, resumiu o presidente da entidade, Fernando Santos, após o evento, considerado bem-sucedido pela entidade. De fato, propostas de mudanças vieram, e não apenas da boca para fora. A diretoria da Aviesp propôs oficialmente alterações no estatuto, que

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venham a ampliar o escopo de atuação e agilizar a tomada de decisões. Na mais emblemática das alterações sugeridas, o termo “independentes” será excluído do nome da associação. Também foi sugerido permitir a associação de empresas de qualquer Estado que faça fronteira com São Paulo. Ou seja: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul poderiam fazer parte. E a Aviesp deixará de ter sede e foro exclusivamente em Campinas, para poder estar em qualquer cidade do Estado. Há ainda outras mudanças, como o aumento de modalidades de associado e a possibilidade de trabalhos conjuntos, divisão de espaços e associação com outras entidades do Turismo. “É o que achamos que a Aviesp precisa. Uma proposta de ampliação, a partir do que enxergamos de demandas vindas do mercado e de nossos associados”, explica o vice-presidente da Aviesp, Marcos Lucas, que comandou a elaboração do novo estatuto.

DEBATE

As alterações não serão impostas, mas ficarão abertas a sugestões dos cerca de 250 associados no site da

Aviesp, diz Fernando Santos. “A intenção é absorver nos próximos meses a reação das agências e propor uma votação na próxima Aviesp Expo”, disse, citando o evento que acontecerá nos dias 30 e 31 de março do ano que vem, em Campinas. Com isso, o presidente reforça o que deseja tornar características permanentes da Aviesp: a participação direta do associado nas decisões e uma maior transparência por parte da direção. Isso pôde ser sentido no formato da convenção realizada no Eco Resort Santa Clara, que, em relação à primeira edição, trouxe como novidade uma faixa de horário para debates sobre a própria associação. “Ampliamos a participação dos agentes para propor ideias e tirar dúvidas, a pedidos deles próprios. E também aproveitamos o espaço para fazer uma prestação de contas, porque vemos que muitas vezes o associado reclama da associação, mas não está prestando atenção aos comunicados”, explica Santos . Nesse sentido, outra novidade recente foi a criação de grupos no Whatsapp para o envio de informações e troca de ideias. E, no futuro próximo,

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Fernando Santos, presidente da Aviesp

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Mariana Bellucci, da Local Turismo, Andrea Guimarães, da Perfil Viagens, e Marcelo Gatti, da G Tour, no jantar peruano

a Aviesp ganhará um site reformulado. “Estamos finalizando o site da Expo 2017, e em seguida tocaremos esse projeto com o mesmo fornecedor”, prometeu a gerente executiva da associação, Juliana Assumpção.

PARCERIAS

A relevância da convenção da Aviesp foi reforçada pela presença de parceiros que estão somando recursos aos associados: enquanto o Peru foi o destino anfitrião e apresentou suas novidades aos cerca de 70 donos de agências presentes, o presidente da Abav, Edmar Bull, e o country manager Brasil da Travelport, Luis Carlos Vargas, estiveram presentes para falar sobre novos recursos que estão sendo disponibilizados aos profissionais do interior paulista. O mais recente deles é o My PNR, plataforma on-line da Travelport que permite às agências a emissão de passagens aéreas e remuneração por unidade vendida, utilizando qualquer consolidador e oferecendo ferramentas de gestão do negócio. “Queremos oferecer às pequenas agências conteúdos e condições diferenciadas para que concorram com as grandes. Fizemos essa parceria para dar a ferramenta aos associados Abav, e estamos trazendo também para a Aviesp”, destacou Vargas, lembrando também que não há nenhum custo envolvido para os agentes. Por cada trecho internacional comercializado, as agências associadas receberão R$ 1,80. No caso dos nacionais – por hora, apenas a Latam está disponível –, o valor cai para R$ 0,50, mas uma ação promocional de adesão irá aumentar esse valor para R$ 2,50 nas > Continua na pág. 28

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emissões feitas até o final deste ano. “Em uma única viagem de quatro pessoas para a Europa, contando que elas possam fazer quatro trechos para conhecer mais de um destino, a agência arrecada R$ 40”, exemplificou o country manager da Travelport. Com isso, fica completa a equiparação dos benefícios dos agentes Aviesp e Abav, conforme anunciado no início de outubro. A redução de fronteiras entre diferentes entidades, e até mesmo entre associados e não associados, foi enfatizada por Edmar Bull: “Defendemos a cadeia produtiva como um todo. Não importa se é associado, se não é, estamos trabalhando para o Turismo”, pontuou o presidente da Abav, que também apresentou na convenção as demandas do setor que vem tocando junto ao governo federal. Entre elas estão a aprovação da abertura de cassinos e a liberação da entrada de turistas dos Estados Unidos e mais alguns países no Brasil sem a necessidade de visto.

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Milagros Ochoa, representante no Brasil da Comissão de Promoção do Peru para a Exportação e Turismo (Promperú), apresentou o destino e ainda ofereceu um jantar típico do país aos presentes na convenção

Rafael Biancareli, da Sonho Real, comandou a apresentação dos cases de sucesso da Aviesp

NÚMEROS E PESQUISAS Para contribuir ainda mais com o desenvolvimento da Aviesp, Bull também prometeu disponibilizar à entidade presidida por Fernando Santos a ferramenta utilizada no recadastramento feito pela Abav, que reduziu o número de agências de cerca de 3,5 mil para em torno de três mil. A necessidade de se consolidar os números da Aviesp foi citada pelos dois dirigentes, para que mais parcerias possam ser feitas no futuro. Em Brasília não se consegue nada sem números”, lembrou Bull. Conversando com o Jornal PANROTAS, Fernando Santos corroborou a necessidade: “muitas vezes queremos buscar novos negócios e esbarramos na falta de números que mostrem quanto arrecadam as agências, quantos funcionários têm, e outras informações”, la-

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Luis Carlos Vargas, country manager da Travelport, e Edmar Bull, presidente da Abav, com Fernando Santos. A integração entre associações e o acesso a novas plataformas foram duas das marcas da Convenção Aviesp 2016

mentou. Para mudar essa situação, já foi encaminhada às agências da Aviesp uma pesquisa rápida para a obtenção desses dados. Outra sondagem foi entregue aos associados no próprio evento para avaliação da programação, e vai aju-

dar a moldar a convenção de 2017. Novidades apresentadas neste ano, como as palestras motivacionais e de cultura organizacional, além da exposição de cases e práticas de sucesso entre os próprios associados, foram bem recebidas a princípio, e

podem ficar. Da mesma forma, o Eco Resort Santa Clara, bem próximo ao centro geográfico do Estado, foi aprovado pela Aviesp, tanto pela facilidade que representa em relação às várias regiões do Estado, qanto pela comodidade oferecida.p

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>> Karina Cedeño

Semana peruana Ingrid Davidovich (New Age), Pedro Shiray (Schultz), Ian Gillespie (Avianca), Milagros Ochoa (Promperu), Lucila Nedelciu (Raidho), Aldo Leone (Agaxtur), José Zuquim (Ambiental Turismo), Eduardo Barbosa (Flot) e Antonio Castilho (Mincetur)

ABRANGENDO 17 ESTADOS E 25 CIDADES BRASILEIRAS, A QUARTA EDIÇÃO DA Peru Week chega a São Paulo trazendo número maior de participantes: serão 67 operadoras de Turismo (28% a mais do que o ano passado) e 35 restaurantes, número 47% superior a 2015. O evento ocorre até 10 de novembro e é promovido pela Comissão de Promoção do Peru para Exportação e Turismo (Promperu) e pelo Escritório Comercial do Peru no Brasil (Mincetur). "Na edição do ano passado foi gerado um volume de vendas de US$ 1,5 milhão e esperamos manter o mesmo valor esse ano", conta a diretora da Promperu, Milagros Ochoa.

MICE

Além dela, esteve presente na cerimônia de abertura da Peru Week o diretor do Escritório Comercial do Peru no Brasil (Mincetur), Antonio Castillo, que afirmou que o país irá se posicionar como destino Mice (Eventos e Incentivos) no ano que vem, aumentando o segmento em 30%, fato impulsionado pela recente criação de um centro de eventos com capacidade para dez mil pessoas na cidade de Lima. A cerimônia de abertura da Peru Week ainda contou com uma homenagem às operadoras que participam do evento desde a sua primeira edição, em 2013: Agaxtur, Flot, Raidho, New Age, Schultz e Ambiental Turismo.p

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Felippe Constancio — Joanesburgo, África do Sul

África do Sul no horizonte

Manada de elefantes no Kruger Park

O BRASILEIRO VAI VOLTAR A VIAJAR. DADA A EXPECTATIVA DE QUE A TAXA DE JUROS DOS Estados Unidos se mantenha e a reação positiva do mercado quanto às mudanças no cenário político no Brasil, o dólar deve manter a trajetória de queda, conforme prevê o operador de câmbio da Ourominas, Ademar Pereira Mendes. "Desde janeiro, o dólar caiu 25% em relação ao real. É possível que o dólar turismo fique em torno dos R$ 3,15 no final do ano, podendo até oscilar a R$ 3." Atenta à "virada" que a economia brasileira começa a esboçar, a África do Sul espera se fortalecer como destino tanto de lazer quanto de negócios ao brasileiro, fazendo com que os cidadãos passem a subir na lista de principais visitantes. Atualmente, o brasileiro é o 16º turista que mais vai à África do Sul, se não forem contados turistas do próprio continente. "Esses países menores (vide gráfico ao lado) são mercados mais maduros, onde o destino é divulgado há bem mais tempo do que no Brasil. Além disso, é comum ter turistas desses países indo várias vezes para África do Sul, diferente do Brasil em que o turista visita a África do Sul geralmente só uma vez", observa o gerente de Relacionamento Comercial da South African Tourism, que promove o destino, Marcelo Marques. Ainda confundida com países africanos mais desfavorecidos socialmente, a África do Sul chegou a sofrer um ba-

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que em seus números de visitantes, incluindo brasileiros, por conta do último surto de ebola na porção oeste do continente em 2013. Contudo, a retomada deve ser encorpada, já que a desvalorização do dólar deve estimular o fluxo de viagens internacionais e o Turismo sul-africano investe em sua promoção. Só no Brasil, o destino foi promovido em peso com um roadshow que aconteceu em três cidades em meados de setembro. O Meet Africa, que passou pelas capitais Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, reuniu expositores sul-afrícanos e operadores do Brasil inteiro. Com voos diários da South African Airways (SAA) e a estreia da Latam Airlines para Joanesburgo em outubro, a África do Sul estará cada vez mais no horizonte do brasileiro. "Um dos grandes atrativos do destino é seu custo benefício claramente visto na sua enogastronomia. É muito barato fazer uma boa refeição na África do Sul com excelentes vinhos", acredita Marques.

PORTA DE ENTRADA

Dificilmente um profissional do Turismo discordaria da premissa de que a África do Sul é a porta de entrada a quem quiser conhecer o continente africano. Com um histórico recente de sólida estabilidade política e econômica, uma Constituição elogiada por muitos, o país

tem estrutura e segurança atestada mundialmente desde a Copa do Mundo de 2010. Não houve nenhum registro de violência envolvendo turistas no evento. Além de aproveitar o legado da Copa na urbanização e hotelaria, o Turismo da África do Sul tem muito o que compartilhar com os brasileiros, como sua diversidade cultural, sua história de segregação racial de "lição universal" — que agora tem roteiros em aplicativo — e sua gastronomia única. "O povo é extremamente acolhedor e acontece um entrosamento muito rápido entre brasileiros e sul-africanos", ressalta o gerente de relacionamento da South African Tourism. Se depender do aéreo, o destino deve ocupar as primeiras posições da lista de lugares a se conhecer do turista brasileiro e de fato funcionar como uma porta de entrada ao continente africano. Com a inauguração da rota São Paulo (GRU)-Joanesburgo da Latam Airlines, a África do Sul espera receber cerca de 40 mil brasileiros até o fim de 2016 e ainda levá-los para mais longe, já que selou uma parceria com a South African Airways na oferta de voos dentro da África. Muitas vezes, além da África do Sul, casais em lua de mel e empresas dispostas a reconhecer funcionários com viagens de incentivo optam pelo bush and beach, um passeio de safári nas reservas sul-africanas com posterior viagem a praias nas Ilhas Maurício ou Seychelles.

O QUE OFERECE

Mais do que uma oportunidade a partir da conjuntura econômica de forte desvalorização do rand sul-africano (moeda local), a África do Sul oferece experiências que por si são grandes motivos para visitá-la, como os safáris, os museus e as paisagens naturais. Ainda assim, o preço do acesso a tudo isso (e mais um pouco) impressiona, já que é possível fazer um roteiro de cerca de R$ 6 mil e de uma semana para tudo aquilo que não pode deixar de ser visto em uma primeira viagem ao país. Agências de viagens no Brasil chegam a oferecer pacotes de R$ 4,5 mil com duas noites de hospedagem para conhecer as principais regiões de Joanesburgo, duas noites e transporte incluso para fazer safári no vasto Kruger Park e mais duas noites e o voo interno para se apaixonar pela Cidade do Cabo. Pacotes como o mencionado chegam a serem parcelados em até dez vezes, mas não incluem o custo da taxa de embarque e adicional de emissão em parcelas. Quem quiser comprar tudo separadamente, o preço da passagem ida e volta é de aproximadamente R$ 1,6 mil. Com R$ 1,5 mil (pouco mais de seis mil rands) é possível incluir esporádicos restaurantes de padrão mais elevado e preço baixo, pagar entradas de passeio adicionais em reservas e ainda garantir uma ou outra bela garrafa de Pinotage como souvenir. > Continua na pág. 32

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DIVERSIDADE

É possível seguir boa parte das pegadas do Nobel da Paz Nelson Mandela em Joanesburgo. Para visitar alguns dos lugares pelos quais passou, basta baixar o aplicativo Madiba's Journey. Acima, uma das celas onde ficou por 27 anos na capital financeira do país

No caminho para a grande reserva do Kruger é bem-vindo um "singelo" desvio de 200 quilômetros para ver o Blyde River Canyon com os próprios olhos. Terceiro maior canyon do planeta, ele é o único verde (não árido) dos mais conhecidos – e o único em que você pode encontrar babuínos apreciando a mesma paisagem

JOANESBURGO

Uma das bolsas de valores mais importantes do mundo e parte da história guardada em museus do Apartheid, além de monumentos em homenagem a Nelson Mandela e pontos turísticos estruturados para receber visitantes de todos os lugares do mundo. Mais que uma grande cidade, a capital financeira sul-africana, Joanesburgo, tem um centro moderno, entretenimento cultural de sobra, restaurantes de padrão elevado a preço baixo e ainda cassinos. A maior cidade da África do Sul é indispensável a quem visita o país pelos pontos históricos, suas galerias de arte com muito da cultura africana, zoológicos e o cativeiro de leões Lion Park e lugares como o jardim botâ-

nico e o estádio Ellis Park. Antes de se programar e traçar um roteiro que alie tempo e valores, é importante o viajante ter planejada sua mobilidade. Projetada para carros, a cidade otimiza o tempo de quem está com as chaves, mas é fundamental evitar os horários de pico, em que os motoristas desrespeitam o sinal vermelho e agravam o congestionamento nas regiões mais movimentadas. Desde o ano passado, explorar Joanesburgo com objetividade ficou mais fácil com o aplicativo "Madiba's Journey" (jornada de Madiba, em português), que traz informações dos lugares por quais Nelson Mandela passou no país do começo ao fim de sua trajetória, sendo grande parte deles na maior cidade sul-africana.

LATAM AIRLINES INVESTE JORNAL PANROTAS — A Latam detém a concessão para voos para a África do Sul desde 2009. Por que só agora o início da operação? LATAM AIRLINES — A Latam Airlines Brasil está sempre atenta às necessidades dos clientes para iniciar ou ampliar operações, tanto domésticas quanto internacionais. Os voos da companhia são constantemente avaliados conforme a demanda das regiões. A empresa cuidou para anunciar a rota São Paulo/Guarulhos-Joanesburgo no mesmo primeiro dia da nova marca Latam. Desta maneira, esta é a primeira nova rota internacional da Latam Airlines Brasil, que conecta a América Latina à África desde de 2 de outubro.

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É indispensável aproveitar paradas na estrada no caminho das reservas para fazer safári e visitar as comunidades locais. Em geral, os vilarejos são simples, policiados e têm diversas tendas para compra de suvenires

KRUGER PARK

A África do Sul é um dos países mais ricos em parques nacionais e reservas particulares. Há opções, literalmente, de leste a oeste, de norte a sul. Por isso, não é preciso fazer grandes desvios no roteiro da viagem pelo país para fazer o passeio. Geralmente, seleciona-se o mais conveniente à viagem, mas, quanto maior e conhecido o parque, mais opções para tudo. Uma vez que os voos que partem do Brasil chegam a Joanesburgo, o Kruger National Park é sem dúvida a melhor escolha. A cerca de 300 quilômetros da capital financeira, o parque nacional é o terceiro maior do país e o único que não tem intervenção humana quando a variação climática influencia na proporção da

N A Á FR I C A

Ela simboliza também o compromisso de levar a nossa região ainda mais longe, uma vez que é mais um novo continente na operação regular do Grupo Latam Airlines. Com o lançamento, o Grupo Latam Airlines torna-se o único grupo de companhias aéreas latino-americano com voos a um país do continente africano, ampliando a conectividade oferecida aos nossos passageiros. A rota é operada por aeronave Boeing 767 com 191 assentos em classe econômica e 30 em premium business. JP — O foco nesta rota é buscar o lazer ou corporativo? LATAM — O foco é aberto para ambos. Joanesburgo, que recebe via-

jantes de todo o mundo, é uma das principais portas de entrada do continente africano, com conexão facilitada para outros destinos – como Cidade do Cabo, Durban e as ilhas paradisíacas de Maurício, Seychelles e Maldivas. Além de safáris, são destaques da região as reservas naturais do famoso Kruger National Park, as praias para surfistas e as rotas de vinhos e outras propícias para excursões culturais e naturais. A Latam Airlines mantém uma rede de destinos única na América Latina, e nenhuma companhia conectará melhor essa região à África do Sul. O lançamento atende o propósito da Latam de levar a América Latina ao mundo.p

fauna (exceto casos extremos). Quanto à estrutura para visitação, a África do Sul permite que turistas façam visitas independentes com carro particular, mas há uma estrutura de primeira linha para quem preferir um passeio com mais aproveitamento. Entre os receptivos, a Kobo Safaris se destaca por ser a maior de todo o continente e promover visitas orientadas com guias de língua portuguesa, além de ter representação no Brasil através do coordenadora de marketing Mari Magalhães, que dá apoio às operadoras.

CIDADE DO CABO

A segunda maior cidade do país é uma espécie de "Rio de Janeiro africana" que impressiona pela sua urbanização, limpeza e desenvolvimento, além de oferecer entretenimento cultural e diversão a qualquer hora do dia. Em uma viagem de uma semana à África do Sul, três dias é o mínimo para conhecer a Cidade do Cabo. Ir sem passar por alguns lugares, no entanto, é o mesmo que deixar de vê-la, como é o caso da Table Mountain. Eleita uma das Sete Maravilhas do Mundo em 2011, ela lembra nada menos que o Corcovado (outra das novas maravilhas) – até mesmo pela urbanização moderna das regiões mais avançadas da cidade, que lembram o Rio. Entre as regiões indispensáveis da cidade do Cabo está o Waterfront, shopping que tem um cais com barcos para passeio. Mas nada impressiona mais que o Cabo da Boa Esperança, região da cidade que guarda uma reserva onde há o santuário de pinguins Boulders Penguin Colony, passeio que pode ser feito por 120 rands (R$ 30).p

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SAFÁRI É OBRIGATÓRIO >> Diego Verticchio

O "rei da selva", leão é encontrado durante safári

O DIA AINDA NEM AMANHECEU E UM GRUPO DE TURISTAS SE PREPARA, EM MEIO AO FRIO DA savana africana, para encarar uma jornada “sem rumo” dentro de um carro aberto. Nessa curta viagem que dura cerca de duas horas e meia não há um ponto de chegada, e sim um objetivo: encontrar o máximo de animais possível, entre eles os big five — leão, leopardo, elefante, rinoceronte e búfalo. Estamos na África do Sul, mais precisamente na reserva de Sabi Sands, uma área privada que faz fronteira com o Kruger Park, um imenso parque natural sul-africano, maior do que o território da Bélgica. Para usufruir de Sabi Sands é preciso estar hospedado em um dos lodges da área. E a vantagem é que hóspedes em Sabi Sands têm acesso ao Kruger Park, embora quase nunca apareçam por lá já que se trata de uma reserva grande o suficiente para ver os animais. O grupo embarca no veículo, uma Land Rover adaptada para o safári sul-africano: carros com assentos elevados e protegidos com barra de ferro. Nos assentos, uma manta e uma bolsa de água quente, que tem como função principal ajudar a aquecer enquanto o sol não dá as caras. Logo de cara avistamos um grupo de empalas, uma espécie de antílope que vive saltitando pela savana e serve de alimento para quase todos

Rinocerontes também fazem parte dos big five

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os animais carnívoros. Como o grupo havia feito um safári na noite anterior e visto centenas deste animal, já não era novidade. A Land Rover seguia seu caminho por entre estradas e vez ou outra entrava mato a dentro. Essa, aliás, é uma das vantagens de se estar numa reserva privada. No Kruger, os veículos são obrigados a seguir pela estrada, em reservas privadas são livres para seguir qualquer caminho. Dentro do veículo estavam ainda dois guias, conhecidos como rangers: o principal, responsável pela direção e por nos explicar e tirar todas as dúvidas e um tracker, profissional que vai à frente no carro, sentado acima do capô, e tem como função olhar e identificar as pegadas dos animais. Este trabalho se torna ainda mais importante no início da manhã quando as pegadas estão “frescas”. Ao lado do motorista uma espingarda que só é usada em casos extremamente raros. Nosso ranger segue pela estrada e mesmo de longe consegue ver uma manada de búfalos que marcha na direção oposta ao carro. De forma lenta e segura conseguimos nos aproximar dos animais que têm como principal característica andar em grupo. Depois de fotos e vídeos, seguimos em busca dos outros. Faltam quatro dos big five e o sol já raiou. Se por um lado é bom que esquenta, por outro é ruim que, quanto mais quente, mais escondido fica o animal. A viagem segue e no caminho macacos, mais empalas, zebras e algumas poucas girafas, até que muito distante, visto pelos olhos de um ranger treinado, um grupo de elefantes se aproxima. A olho nu estavam a cerca de dois quilômetros. O ranger desligou o motor e disse que esperaríamos ali já que os animais vinham em nossa direção. Menos de cinco minutos já estavam do nosso lado. Eram muitos. Uns 20

Búfalos andam sempre em grupos para se proteger

elefantes, o menor do grupo era do tamanho do carro. Alguns passaram calmos, outros nem tanto. Os rangers são treinados para detectar pelo gesto e caminhar dos animais suas vontades. Um deles levantou as orelhas e parou em frente ao carro numa distância de cerca de 20 metros. Foi a senha para sairmos dali. Depois ficamos sabendo que para nossa segurança o melhor era nos afastar dos elefantes. Vale destacar que de frente para os elefantes a ordem é não desligar o motor do carro. Embora sejam pesados, estes mamíferos chegam a incríveis 50 km/h e, se quiserem, derrubam o carro com uma cabeçada. Ciente desta informação e felizes por estarmos longe dos elefantes, seguimos para um imenso lago onde, segundo o ranger, sempre há hipopótamos e rinocerontes. Touchê! O ranger acertou mais uma vez e além dos dois animais quem visitou o lago foi o mesmo grupo de elefantes que havíamos visto minutos antes. Felizes, mas ainda não satisfeitos, voltamos ao hotel para o café da manhã. > Continua na pág. 34

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LEÃO E LEOPARDO

Os safáris acontecem em diversos horários do dia. Para quem fica numa reserva privada como a Sabi Sands, os tours são feitos de manhã bem cedo, antes do sol nascer, e no final da tarde, com retorno já à noite. No entardecer fizemos mais um safári. Nosso tracker conseguiu identificar uma pegada que acreditava ser de leão. Seguimos por alguns metros, mas nada. O rei da selva não apareceu. Pelo menos não naquele momento. Faltando pouco para o pôr do sol, nosso veículo se aproxima de uma estonteante árvore em meio à savana, tipo de vegetação que se destaca por ser plana e com mato baixo. Mais surpreendente do que a própria árvore era o que estava em cima dela: um leopardo. E o plus era o que ele fazia ali em cima. O animal havia acabado de caçar um empala e estava terminando sua refeição na copa da árvore. Segundo o ranger, o fato de levar sua vítima para o alto o protegia das hienas, que são animais carnívoros e que comem carniça. Naquele dia o pôr do sol foi vendo um leopardo devorar sua presa, uma espécie de “Discovery Channel” da vida real. No dia seguinte o mesmo enredo: acorda cedo, toma café, se protege

do frio com mantas e bolsa de água quente e vamos savana a dentro. Era nossa última manhã e o foco era um só: ver o leão, o rei da selva, o último dos big five. Já prevendo um possível fracasso, o ranger deixa o Singita Castleton, lodge em que estávamos hospedados e uma das redes mais luxuosas de toda África do Sul, dizendo o quão difícil é ver um leão. “Natureza é imprevisível. Às vezes vemos no mesmo dia grupos grandes de leões e leopardos, às vezes não vemos nenhum”. O discurso talvez tenha sido para nos preparar um eventual fracasso, mas o grupo permanecia esperançoso. Eis então que nosso ranger aumenta a velocidade da Land Rover. Volta para a estrada e acelera. Acelera como se estivesse fugindo de um animal.... ou atrás dele. No veículo seguíamos sem entender o motivo de tanta velocidade, um dos turistas coloca a mão para o alto simulando estar numa montanha russa. Para mim era como se estivesse numa daqueles passeios com emoção pelas dunas de Natal. O sol já tinha saído e amenizava o vento frio que insistia em bater em nossos rostos. E cerca de dez minutos depois, o carro sai da estrada e se “embrenha”

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no mato. Passa por algumas árvores e avistamos outro veículo parado, da mesma rede Singita, mas de um outro lodge. Sabíamos que havia um animal, mas qual? E como num roteiro de filme, onde o melhor fica para o final e o final sempre é feliz, nos deparamos com o leão. O rei da selva. O bichano estava lá, largadão, deitado na grama e tomando um banho de sol. E assim terminou o safári, que se fosse descrito como um filme, teria um enredo emocionante, cheio de surpresas e com um final feliz. Um filme filmado em 4D e onde o autor “amarra”

até o final e deixa a melhor surpresa para a última cena. Mas não era filme, muito menos um zoológico, onde os animais estão tristes e mal cuidados. Foi real, com história e personagens da vida real.p

O leopardo, um dos animais mais preciosos nos safáris

DICAS DE ESPECIALISTAS FAZER UM SAFÁRI NÃO É SIMPLESMENTE EMBARCAR EM UM VEÍCULO ABERTO E DIRIGIR SAVANA ADENTRO. REQUER PLANEJAMENTO PARA ESCOLHER A MELHOR opção — e há várias, acredite! Desde carros privados a bicicletas. Por isso, ouvimos quem entende. O Jornal PANROTAS perguntou a alguns dos operadores especialistas em África do Sul quando ir, onde ir, qual tipo de safári escolher, entre tantos outros questionamentos. Confira abaixo o que eles disseram:

Antes de integrar o time da Teresa Perez, Erik Sadao trabalhou com o Turismo da África do Sul e com produtos e é um dos maiores especialistas do destino no Brasil. Com uma década de experiência no destino, Sadao é assertivo ao cravar sua melhor reserva: “pessoalmente, sou muito fã dos safáris no Kalahari — na província de Northern Cape — onde o visitante tem contato com uma vegetação extremamente desértica, combinado a uma experiência convencional na área do Kruger Park. Este safári permite, por exemplo, ver os suricatos (o Timão do filme O Rei Leão) de perto”, afirmou. Erik Sadao já esteve inúmeras vezes no país de Nelson Mandela e destaca que é possível fazer o game (como safári é chamado na África do Sul) em qualquer época do ano, mas a primavera é abençoada com um pôr do sol inigualável. Erik Sadao, diretor de Marketing e Atendimento da Teresa Perez

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Com sede em São Paulo, a TGK é uma das operadoras que mais comercializam o destino África do Sul, segundo o South African Tourism no Brasil e por isso tem expertise no assunto. Embora tenha uma capilaridade de produtos, a empresa garante operar quase 100% safáris privados. E entre as opções, o analista de Produtos da empresa, Roberto Tamiso, destaca a reserva privada Sabi Sands. “Este tem feedback ótimo de nossos clientes, tanto pela visualização de animais como pela ótima estrutura dos lodges”, destaca Tamiso. Com larga experiência no destino, Tamiso destaca ainda que os safáris na África do Sul são ideais pela fácil combinação com a cidade de Cape Town quanto pelo fácil acesso e grande oferta de lodges, permitindo que o cliente desfrute em torno de duas noites no safári e siga para uma experiência em uma área mais urbana, como experimentar os vinhos sul africanos, mergulhar com tubarões ou baleias, e visitar sítios históricos, entre tantas outras opções. Roberto Tamiso, analista de Produtos da TGK Operadora

Operadora que mais vende África do Sul no Brasil, a CVC oferece um roteiro completo pelo país sul-africano, trabalhando com safáris a partir de US$ 140 a noite até aqueles lodges mais exclusivos. Na avaliação da supervisora do Departamento de Produtos Exóticos da CVC, Nathália Moura, o melhor período para se avistar os animais é de maio a setembro, período em que chove menos e o clima está mais fresco. Entre os motivos para escolher a África do Sul como destino de safári, Nathália Moura destaca a moeda local (rand), que está cotada abaixo do real tornando o destino “barato”, se comparado a países da Europa, por exemplo. Nathália Moura, supervisora do Departamento de Produtos Exóticos da CVC --- O Jornal PANROTAS viajou a convite da South African Tourism voando South African Airways e com proteção Intermac Assistance

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O GESTOR

EVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS Edição 10 – 2 a 8 de novembro de 2016

w w w. a l a g e v. o r g

Parte integrante do Jornal PANROTAS

MANTENEDORES ALAGEV

Novo

ecossistema , mesma natureza MUNDO COM CADA VEZ MAIS CELULARES E TABLETS, PESSOAS COM MAIS ACESSO À TECNOLOGIA E MAIS INFORMAÇÕES NAS MÃOS. MUNDO EM

O vice-presidente da CWT, Gustavo Elbaum

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crise e empresas buscando novas alternativas para gerenciar custos de viagem. Necessidade de mudança nos serviços. Novas formas de se hospedar. Enquanto nenhuma bola de cristal revela o papel de cada stakeholder no futuro mercado de viagens corporativas, este vive um tênue equilíbrio entre hotéis, TMCs, OTAs e clientes corporativos. Nas palavras de alguns especialistas, o ecossistema mudou, e dificilmente há metáfora melhor para ilustrar que a natureza dos participantes do mercado é a mesma, mas a estratégia na hora de ir à caça e construir abrigo, não. “O ecossistema mudou totalmente. Há dois anos, por exemplo, você não tinha uma HRS disponibilizando conteúdo que pode ser acessado diretamente ou via TMC. O fato é que há um processo de desintermediação ocorrendo, por mais que muitos não gostem desse termo. Então, é natural que o cliente corporativo questione o principal canal de compra dele, que é a TMC. Com essa mudança do ecossistema, o gestor de viagem hoje tem muito mais exposição a outras despesas e não só as ‘tradicionais’. Hoje ele tem acesso a despesas com táxi e alimentação, coisas que não via”, observa o chefe de Operações da Argo Solutions, Alexandre Arruda. Uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, a Astra Zeneca foi uma das que questionaram o papel das TMCs. Por conta disso, a companhia optou por certas mudanças na administração e gerenciamento das viagens. “Nós tiramos a escolha das mãos das agências. Se você disser que o limite é de determinado valor, qual (fornecedor) a TMC deve provavelmente escolher? Há um conflito de interesse tanto nas viagens corporativas quanto nos eventos no modelo de remuneração de fee por valor”, revela a gestora da companhia sueco-inglesa, Roberta Nonis. “Há dois anos optamos por fazer acordos diretamente com os hotéis e redes hoteleiras, porque controlar o budget era prioridade. Uma política de viagem com limite de hospedagem ao viajante, deixando a cargo da TMC a oferta de hotéis, por mais que se tenha um contrato que mencione as tarifas e que a remuneração da TMC seja à parte, não há como ver, por exemplo, se a tarifa é neta”, comenta a executiva, ressaltando que o termômetro para medir os benefícios da nova estratégia é o contato dos hotéis que procuram acordos de fixação, bem como o volume de fornecedores interessados em entrar no catálogo. “Para a agência ficou melhor, porque não é mais preciso fazer sempre as cotações. Para o viajante também teve melhora: ele escolhe o hotel e o voucher chega em questão de horas. Mas vale lembrar que muito disso só é possível por conta do cartão corporativo individual”. Hoje a Astra Zeneca tem internalizadas as negociações com hotéis em sua área de procurement, a partir de onde busca firmar tarifas com café da manhã e wi-fi.

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O GESTOR

EVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS

A gestora de viagens da Astra Zeneca Brasil, Roberta Nonis

ESTRATÉGICO Com as tantas novas opções de hospedagem ganhando aderência ao compliance nas recentes reformas das políticas de viagem das empresas, oferecer mais opções e dar mais valor agregado à estada pode ser uma saída dos hotéis para amenizar o “impacto Airbnb”. “Personalizar a estada das pessoas. Isso tem muito a ver com a digitalização do mundo das viagens, pois a tecnologia possibilita dar grande personalização aos serviços. Ela vem no sentido de proporcionar mais experiências”, acredita o diretor sênior para América Latina da CWT Meetings & Events, Gustavo Elbaum. Naturalmente, não é só a hotelaria que se atenta para a personalização e valor da experiência no corporativo. Também é fato que toda TMC hoje precisa ter tecnologia para obter sucesso na oferta de processos mais eficientes e econômicos aos clientes. “Hoje a TMC leva as opções aos clientes, dá apoio em sua política de viagem. Integramos mais e mais conteúdos e disponibilizamos pelo mobile, para que o usuário corporativo tenha opções de interação de e-booking e check-in e viva na tendência atual. Afinal, temos atualmente cerca de seis bilhões de dispositivos móveis no mundo”, pontua Elbaum. Sendo a tarefa da TMC prestar um novo serviço de assistência aos

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clientes, big data é o tema da vez para elas. Integrar dados de compras que estão fora de seus canais, compras que são feitas com cartão de crédito durante a viagem e o desafio de unificar todos os custos também entraram para a “to do list” das TMCs. “O trabalho de uma TMC ficou muito mais bonito nesse sentido, ela é mais estratégica ao cliente”. Um exemplo em que a inteligência da TMC se mostra indispensável ao cliente corporativo é o controle sobre a segurança. Tema recorrente no mundo das viagens a trabalho, o safety and security volta à tona na atual conjuntura de ameaças terroristas e pandemias, desta vez com a expectativa de que a tecnologia é o meio para acompanhar e assegurar a condição do viajante. “Uma das questões relacionadas a isso é o imprevisto de viagem. Como a TMC atua e como a tecnologia está por trás disso. De que maneira as integrações com hotéis atuam nisso? Temos investido bastante nisso”, releva Elbaum. Assim como uma TMC sem tecnologia deve ficar para trás no darwinismo do ecossistema que está se formando, o cliente que não repaginar sua política de viagens também pode amargar altos custos. “Às vezes o cliente não está disposto a mudar seu processo. Al-

O chefe de Operações da Argo Solutions, Alexandre Arruda

guns chegam a ter políticas de viagens obsoletas ao terem resistido às mudanças. Assim, eles acabam pressionando as TMCs para que ofereçam algo mais complexo pelo mesmo preço. Muitas empresas ainda não têm essa maturidade. Hoje o exemplo das três cotações parece antigo, e já não faz muito sentido com tanta tecnologia”, menciona Arruda, da Argo. “Muitas vezes o cliente tem disponível a ferramenta on-line da TMC, que tem transaction fee menor por ser on-line. Está provado que o processo eletrônico é mais eficiente e mais barato, porque é mais em conta entrar na hora e ver as tarifas de hotéis do que pedir cotações”.

“Muitos têm uma cultura conservadora frente a mudanças de políticas de viagem em relação a empresas americanas ou europeias. Existe uma liberdade maior de empresas estrangeiras de permitir compras em portais, ou via share economy . Aqui na região é um pouco mais demorada essa flexibilização, e assim mudar a política de viagens pode se tornar um processo demorado. Mas se ela não acontecer, não haverá interação com outros canais”, espera Elbaum. Segundo pesquisas, clientes corporativos dos Estados Unidos têm motivado estada em Airbnb de forma acentuada em viagens corporativas mais longas, de cerca de oito dias.

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SurFACE Divulgação/Gustavo Morita

Artur Andrade, da PANROTAS, entre Fernanda Pajares e Fabiana Andrade, da CVC

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Premiação

A revista Negócios da Comunicação e o Centro de Estudos da Comunicação (Cecom) entregaram a segunda edição do Prêmio Especialistas, que reconhece, a partir de votação aberta, jornalistas de 33 áreas. Em Turismo e Hotelaria, o CCO da PANROTAS e editor-chefe do Jornal PANROTAS, Artur Luiz Andrade, recebeu o prêmio pela segunda vez. Também foram premiados na categoria Adriana Moreira, editora do caderno Viagem do Estado de S. Paulo, e Angélica Santa Cruz, da Viagem e Turismo. Entre os premiados também estiveram nomes como André Trigueiro e Ananda Apple, da TV Globo (Sustentabilidade), Ricardo Cruz, da GQ (Têxteis & Vestuário), Ethevaldo Siqueira, da CBN (TI), Mariana Ferrão, da TV Globo (Saúde), Ivo Ribeiro, do Valor Econômico, e Juca Kfouri, do Uol (Esportes). “Estes jornalistas entregam ao público informação de qualidade, bem apurada e relevante para o cotidiano do leitor em seus respectivos segmentos, por isso merecem ser reconhecidos” disse o publisher da revista Negócios da Comunicação, Márcio Cardial. A revista também promove a premiação das empresas que mais se destacam no relacionamento com a imprensa. Este ano, em Turismo e Hotelaria, as premiadas foram Accor Hotels, CVC e Hotéis Transamerica, e em Logística e Transporte a Embraer, GRU Airport e Latam Airlines.

50 mil likes

A PANROTAS alcançou na última semana 50 mil likes no Facebook, mais uma marca que atesta a preferência pelo veículo entre o trade do Turismo. Somam-se a eles 16 mil seguidores no Twitter e 6,8 mil no Instagram, confirmando o posto de líder do segmento nas redes sociais.

Errata

No especial do Jornal PANROTAS sobre de viagens em família, publicado na última edição, informamos na página 31 que “a Hertz oferece DVD portátil para toda frota no Brasil”. Na verdade, esse é um opcional que está disponível em lojas da Hertz fora do País.

Sakuratur

As vendas da consolidadora Sakuratur cresceram 41% em setembro. Em expansão, a empresa já está com 90 funcionários, sendo oito executivos de Vendas, e teve de ampliar sua estrutura na capital paulista: agora tem três andares em um prédio da Liberdade. Segundo Wagner Chaves, diretor e escolhido um dos 50 Mais Poderosos do Turismo este ano pela PANROTAS, houve sim uma queda natural em clientes mais antigos da empresa, devido à crise, mas o crescimento veio com novos clientes e mercados. “Agora já somos muito fortes na venda de Estados Unidos e Europa, por exemplo”, destacou.

Paula Monasque, da PANROTAS, e Wagner Chaves, da Sakuratur

Wet’n Wild 18 anos

Orinter em RAO

A De olho na expansão do mercado do interior de São Paulo, a Orinter Tour & Travel está chegando em Ribeirão Preto (SP). No dia 8 de novembro, a operadora da Esferatur, que já tem base em Campinas (SP), atenderá o noroeste paulista com um gerente, um executivo de contas e três atendentes. A carência de informação e de produtos de qualidade por parte dos agentes de viagens na região é um dos principais motivos para a decisão, de acordo com a vice-presidente da Esferatur, Elza Breia (foto). A alta demanda em Campinas e a representatividade do interior paulista para a operadora é outra razão da abertura. O interior de São Paulo representa 27% do movimento da operadora em escala nacional, quase empatado com a capital, líder em vendas.

Ponto a ponto ● Flávio Monteiro substitui Ana Luisa Masagão e é o novo diretor de Marketing e Vendas no Grupo Rio Quente. ● O ex-diretor geral de Aviação Civil da Turquia Bilal Eksi é o novo CEO da Turkish Airlines, substituindo Temel Kotil.

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Alain Baldacci, presidente do parque

O parque aquático já tradicional do interior paulista, Wet’n Wild, comemorou 18 anos no dia 24 de outubro, e a cantora Anitta foi a responsável por animar a festa. Um mega show agitou as piscinas do local gratuitamente, já que os visitantes não precisaram pagar a mais para prestigiar a estrela pop. “É com muita alegria que comemoramos os 18 anos do Wet’n Wild. E nada mais justo que presentear nossos visitantes com uma atração especial”, celebrou o gerente de Marketing, Bruno Baldacci.

Beto Carrero

Roberto Vertemati (foto) se tornou o diretor da área comercial do Beto Carrero World (SC). Com 22 anos de experiência em operadoras, o executivo planeja impulsionar as vendas e trabalhar com a fidelização dos clientes. "Aprendi a me apaixonar pelos projetos e cada dia é uma oportunidade de fazer melhor. Nosso time comercial estará alinhado com todas as áreas para garantir ainda mais a expectativa dos clientes com a qualidade do negócio", comentou Vertemati. O profissional atuou até 2015 como diretor da rede de varejo da CVC, onde foi responsável pelo desenvolvimento e implantação do plano de expansão. Também já atuou como diretor de Turismo Receptivo da regional de São Paulo da Abav e foi representante por mais de dez anos na Braztoa. Entre 2007 e 2008 foi conselheiro suplente do Conselho Nacional do Turismo.

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2 a 8 de novembro de 2016 JORNAL PANROTAS

corporativo

www.pancorp.com.br

Vivence em Palmas

Parte de seu plano estratégico de expansão para até 2020, Palmas tem o mais novo empreendimento da rede Vivence Hotéis & Resorts. O Cosmopolitan Home & Office Complex é um complexo da bandeira Vivence com residencial e diversas instalações para encontros empresariais. Erguido em parceria com a Construtora Canadá, o complexo teve um investimento de R$ 50 milhões para construção em sua área de 15,6 mil metros quadrados. O hotel tem 175 unidades residenciais e hoteleiras, restaurante, sala de ginástica e piscina. Com foco no corporativo, o hotel terá também 65 salas comerciais e salas de convenções. Até 2020, a Vivence espera alcançar 19 empreendimentos no País, com mais duas unidades previstas para Goiânia em construção atualmente.p

AA recupera A receita com operações da American Airlines caiu 1,1% no comparativo anual, para US$ 10 bilhões, no terceiro trimestre deste ano. Entretanto, executivos da companhia aérea enxergam que a demanda corporativa está "voltando a subir". Tanto a receita total quanto a que vem do corporativo aumentaram ao longo da terceira parte do ano na AA, conforme observou o presidente da companhia, Robert Isom, em conferência nos Estados Unidos. Segundo ele, os negócios estão guiando esse aumento. Durante o trimestre, a frequência doméstica teve queda de 1,6% no comparativo anual da companhia, enquanto a capacidade avançou 1,2%. Quanto ao transporte de cargas, houve uma retração de 2,3 pontos percentuais, para 83,3%. O lucro líquido da AA foi de US$ 737 milhões no terceiro trimestre - uma queda de US$ 1,7 bilhão em relação ao mesmo período de 2015.p

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