Raja Ampat Aventura & Ação

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Paraíso dentro e fora d’água Maior arquipélago do mundo, a Indonésia ostenta a mais importante biodiversidade marinha do planeta. Abrigando florestas tropicais - com direito a tigres e elefantes - cercadas pelo mar de águas turquesas, suas ilhas Raja Ampat receberam o status de último paraíso da Terra

Texto e fotos Cláudio e Joyce Guimarães

Texto e fotos Joyce e Cláudio Guimarães

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o Oceano Índico ao Pacífico, através da linha do Equador, o maior arquipélago do mundo imerge e ressurge com um ar chocante de tanta beleza. São aproximadamente 18 mil ilhas, das quais 6 mil são inabitadas, o que torna as possibilidades de aventura por ali infindáveis. Além dos conhecidos atrativos submersos, a ilha encanta por sua vibrante vida selvagem que inclui tigres, elefantes e orangotangos, fora os cenários em terra: praias idílicas de areias brancas, nobres arrozais e templos exóticos.

Viajar para e pela Indonésia é, acima de tudo, desafiante. A primeira viagem começa no planejamento. O que se faz num arquipélago tão inóspito e distante de nós, brasileiros? Sem dúvida, admirar imagens e relatos de viajantes experientes torna ainda mais inquietante a vontade de alçar voo, mesmo que este dure mais de 30 horas. O trajeto passa a ser apenas um detalhe diante da grandeza das paisagens que aguardam os viajantes. As caminhadas pelas trilhas do lugar revelam uma fauna endêmica muito peculiar e os mergulhos nas águas cristalinas de tons surreais propiciam encontros com peixes “extraterrenos”, ora bizarros, ora deslumbrantes, como a raia-jamanta.

O sobrevoo ali é hipnotizante, pois propicia a vista de centenas de ilhas que fazem deste arquipélago um labirinto selvagem a ser explorado. É neste gigante país que se encontra o insólito arquipélago de Raja Ampat, cobiçado pelos melhores fotógrafos, cientistas e mergulhadores de toda parte do globo. Sem dúvida, um farto banquete a ser degustado sem pressa.

Mais uma dica? Vale a pena descobrir por si só porque o lugar recebeu o título de “último paraíso da Terra”, pela organização Conservation International (CI). Seus pesquisadores garantem que Adão e Eva passaram por ali.

Texto e fotos Cláudio e Joyce Guimarães

A última fronteira do mergulho

BLUE MAGIC É um point de mergulho imperdível! Centenas de peixes, conchas gigantes e grande variedade de vida marinha causam um paredão deixando-o imperceptível à visão de qualquer outro mergulhador

Raja Ampat é um arquipélago localizado entre as ilhas Mollucas e Bird’s Head, na Península de Papua. É o coração do Triângulo de Corais, região compreendida por Indonésia, Filipinas e Papua Nova Guiné. São 753 km de praias de areia fina que convidam para um mergulho em meio a mais rica variedade de espécies de coral do mundo, não só nas quatro ilhas maiores, mas nas centenas de pequenas e lindas porções de terra que fazem parte do arquipélago. Por sua localização remota, é pouco habitado e tem vida marinha abundante, daí a expressão “a última fronteira do mergulho”.

O desafio da distância se compensa cada segundo submerso, quando podemos ver, sentir e “tocar” a imensidão azul: são mais de 600 tipos de corais, representando 75% das espécies do mundo, e mais de 1.400 tipos de peixes Aventura & Ação | 2

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VISTA AÉREA O mundo terreno e subaquático já revelam maravilhas encantadoras, só faltava mesmo esta bela vista aérea, das inúmeras ilhotas que compõe o arquipélago do Raja Ampat, para completar o cenário paradisíaco

Raja Ampat e o Bird’s Head Seascape em números surpreendentes Bird’s Head Seascape, ao largo da província da Papua, é uma zona única em termos de número e variedade de espécies que têm sido registradas. Mais de 50 foram descobertas em duas expedições recentes feitas pelos cientistas da Conservation International : dois novos tubarões, um dos quais parece “andar” sobre as suas barbatanas, vários tipos de coloridos peixes de recife, novos tipos de camarões e cerca de 20 novas formações de coral. Um total de mais de 1.200 espécies de peixe e 600 de coral estão registradas, três quartos do existente no mundo inteiro.

75% de todas as espécies de coral conhecidas no mundo estão ali, representam 10 vezes o número de espécies de corais-

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duros encontradas em todo o Caribe.

A região também exibe florestas cársticas cheias de orquídeas raras, aves-do-paraíso, cangurus de árvore, colônias de tartarugasverdes e de pente, baleias e agregações de golfinhos, além da maior nidificação do mundo de tartarugas-de-couro, na praia de Jamursba-Medi-Warmon.

Há uma série de ONGs e instituições dedicadas à preservação deste paraíso, como a própria Conservation International, , a The Nature Conservancy (TNC), o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), bem como órgãos do governo indonésio, que têm uma parceria ambiciosa para proteger todo o Arquipélago.

Texto e fotos Cláudio e Joyce Guimarães

biodiversidade

Texto e fotos Cláudio e Joyce Guimarães

o que ver e fazer Indiscutivelmente, o mergulho autônomo.

Snorkel na área dos hotéis, dali já é possível descobrir um fundo do mar espetacular.

Imperdível fazer a trilha para avistar a ave-do-paraíso.

Nas saídas para os mergulhos, aproveitar para conhecer um pouco do povo local nas ilhas próximas.

Dicas

● A moeda local é a rúpia . Leve dólar para trocar no aeroporto

ou faça saques na moeda local com o cartão de crédito. ● É necessário retirar o visto para a Indonésia, o que pode ser feito na chegada ao país, limitado a 30 dias, prorrogável por mais 30. ● Por ser uma área de preservação ambiental, paga-se uma taxa no valor de 500.000,00 rúpias (aproximadamente U$55,00). ● Pode-se visitar a região o ano todo. O período da seca vai de maio a setembro.

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NO FUNDO DO MAR Em sentido horário: Manta Point é a área de limpeza das raiasjamanta, onde peixes menores comem os seus parasitas, é pura adrenalina; nudibrânquios de todas as cores e espécies fazem um espetáculo nos mergulhos

atraindo os mais ávidos investigadores da natureza.

Quanto mais se descobre sobre o Raja Ampat, sua importância aumenta. Há evidências claras de que o coral em seu entorno pode ser naturalmente mais resistente às variações de temperatura e, portanto, mais propenso a suportar os impactos da mudança climática no planeta.

Correntes oceânicas poderosas carregam larvas do Raja Ampat aos recifes em outras partes da Indonésia e do Pacífico, fazendo com que a região possa ser considerada o coração da “cadeia de fornecimento” de espécies. Esse transporte pode ajudar a repor os recifes de outros lugares que foram danificados por poluição ou pesca predatória. Por isso, o arquipélago é peça-chave para a conservação marinha global.

Ilha Kri

Entre as muitas ilhas no Raja Ampat, a Ilha Kri torna-se especial pela imensa e apaixonada dedicação do holandês Max Ammer, que ali fixou residência e construiu dois eco resorts para receber turistas de toda parte do mundo, sempre preocupado com a preservação do lugar. “Nós temos mergulhado e explorado o Raja Ampat por mais de 20 anos e tudo o que temos visto aqui, ainda hoje, nos deixa completamente sem fôlego”, afirma Max. Para a sorte do holandês e dos turistas que querem se render às extravagâncias da beleza natura do lugar, há 17 anos, uma reserva protege esse paraíso, com suas águas azuis, manguezais transparentes, baías, lagos e pequenos rios.

Os mergulhos ali não só revelam uma profusão de cores, como uma diversidade única de animais, desde espécies minúsculas, só per5 | Aventura & Ação

cebidas com a ajuda dos guias, até as gigantes, lindas e assombrosas raias- jamantas. A expectativa deste mergulho é tão grande quanto as próprias. Há um ritual para observá-las. Você vai até o seu point e, como que brincando de estátua, espera a vinda do grupo. Mesmo sabendo que lá vem algo colossal, na hora, é inacreditável! Elas bailam na sua frente como numa grande apresentação de dança – um momento incrível!

São muitos os points de mergulho. É difícil avaliar o melhor, pois todos são indiscutivelmente maravilhosos; Kuburan Reef, Cape Mansuar, Blue Magic, Sardines Reef, Sleeping Barracuda, Mios Kan, South Kri, Cape Kri, Mandarin Fish, Mantas Sandy, Mikes Point, dentre muitos outros de biodiversidade inimaginável. A temperatura da água possui média de 29º C, tudo mais que perfeito. E, apesar das correntes fortes em alguns momentos, nada substitui o prazer de ver de perto além das raias-jamantas, as anêmonas coloridas, diversas espécies de tubarão – como o exótico tubarão-carpete –, napoleões, minúsculos cavalos- marinhos, infinidades de peixes coloridos, o pequenino mandarin e uma grande variedade de corais, sem falar dos peixes-palhaços que defendem seus filhotes de forma especial.

Texto e fotos Cláudio e Joyce Guimarães

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ESPETÁCULO DAS ÁGUAS Apesar do pouco tamanho, os peixes palhaço, em sua linda anêmona, protegem seus filhotes com muita valentia

nononon Ro vit, coritio bla dolentis di cuptat ius.

Ovit dolo corerferibus sunt facesequi omnis re, quis sus illendae cor aut volupis et es corruntia quamusa non esequi occusae. Nem libusapero ea volor sam

Texto e fotos Cláudio e Joyce Guimarães

como chegar Há algumas opções para ir à Indonésia.

Você pode aproveitar a distância e conhecer outras ilhas além do Raja Ampat, em Papua (antiga Irian Jaya). Há voos pelas empresas KLM e Emirates.

KLM

O trajeto é a partir de São Paulo até Jacarta, com uma parada em Amsterdã, e totaliza 36 horas de voo. Já o retorno é de 33 horas.

Emirates

O trajeto é São Paulo–Dubai–Jacarta e dura aproximadamente 30 horas, ida e volta.

Traslados

Na Indonésia há voos pelas empresas Garuda, Lion Air e Merpati (esta última não aconselhamos, devido às más condições das aeronaves).

Em Sorong, permanece-se uma noite para, no dia seguinte, pegar uma lancha rápida até a Ilha Kri – aproximadamente duas horas, dependendo das condições do mar. Há também outras ilhas e resorts espalhados pelo arquipélago afora.

Mais informações www.diverajaampat.org Papua Diving www.papua-diving.com

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