E assim chegaram os brinquedos

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[E ASSIM CHEGARAM OS BRINQUEDOS!!] Autoria: Ana Paula Feitosa Função: Coordenadora pedagógica Instituição: CMEI Rosane Collor Município: Maceió (AL) Tia!! O que é isso!!? De quem é? Você comprou foi? É da gente? Foi com algumas dessas indagações e muita euforia que as crianças da Creche Rosane Collor receberam os brinquedos adquiridos por essa gestão que, caminhando junto com a coordenação pedagógica, foram colocados como prioridade para compra, fazendo valer às crianças o direito ao brincar, que é, também, para nós, a principal atividade delas. Até então, os brinquedos utilizados pelas crianças eram poucos e fruto de doações. A equipe desta instituição sempre sonhou em povoar os espaços com brinquedos diversos, mas como adquiri-los? Com quais recursos? Parecia um sonho distante, mas... em uma das formações do Paralapracá, a diretora do CMEI Tobias Granja socializou sua experiência e quais caminhos percorreu para comprar brinquedos, utilizando os recursos que chegam na instituição. E nosso sonho se fez luz!! Os recursos do *PDDE [Programa Dinheiro Direto na Escola, do MEC] custeio e PDDE capital foram então utilizados para a aquisição dos brinquedos que hoje povoam as salas de referência, a sala mágica e o pátio da creche/escola. Uma das principais inquietações das professoras e dos demais profissionais era a falta de brinquedos para as crianças... Hoje podemos nos deliciar com estas falas: - Os brinquedos são lindos, eu sinto que é bom, gosto de bonecas porque parece que elas são minhas filhas (Adrielly, 5 anos). - Quem tem brinquedos é mais feliz, a escola ficou muito, muito melhor! (Pablo, 5 anos) O brinquedo é muito importante, ele potencializa as interações e as brincadeiras. Quando brincam, as crianças repetem e recriam ações prazerosas, o brinquedo é o ingrediente para enriquecer a imaginação das crianças, é um verdadeiro banquete de experiências... - Gosto de bonecas, porque eu brinco de doutora... (Alexia, 5 anos) - Eu tô fazendo meu nenê dormir, viu tia? (embalando uma boneca no colo), depois vou fazer a feira na minha moto (apontando para um engradado). (Kauã, 3 anos) - Meu brinquedo preferido é o de escorregar, dá um friozinho na barriga. (Amanda, 5 anos)


Foram comprados: carrinhos e bonecas, carros grandes e pequenos, kits de médico, carrinhos de boneca, caçambas, tratores, utensílios de cozinha, mini mobílias, liquidificador, batedeiras, ferros de passar roupa, fogãozinho, carrinhos de mão grandes e pequenos, jogos de montar e encaixar... Além dos brinquedos grandes de escorrega, balanço e gira-gira. A escolha por estes brinquedos se deu a partir da observação atenta às brincadeiras das crianças e suas preferências e, também, da escuta das professoras que por sinal, ficaram tão felizes quanto as crianças. - Quando olho para estes brinquedos, parece um sonho... Me belisca!! (Professora Nara) - Foi muito bom, a variedade de brinquedos, a descontração das crianças que criam várias situações a partir dos brinquedos. (Professora Eleni) E agora, com tantos brinquedos, como acomodá-los? Em que espaços? Como dividir? Propus uma assembleia, na qual as crianças puderam conhecer todos os brinquedos comprados e também opinar... - Tia esses brinquedos grandes tem que ficar livre, num lugar grande, não é? (Carlos Gabriel, 4 anos). Apaixonante!! Concordei com ele, e os demais colegas também concordaram, e fomos conversando, muitas perguntas: Quem deu? Quem comprou? Uma graça! Expliquei que a instituição recebe dinheiro para comprar várias coisas, como: alimentação, produtos para limpar a escola, e que com parte desse dinheiro as diretoras Rita e Neide compraram os brinquedos... - Tia Paula, se eu te der R$ 2,00 você deixa eu levar um pra casa?? (William, 5 anos) Olha só! Conversei com eles que aqueles brinquedos eles iriam poder brincar bastante, mas que foram comprados para usarem na escola... E assim, em meio à euforia para botar a mão na massa, decidimos que os brinquedos maiores seriam usados no pátio e os menores nas salas de referência e na sala mágica. Em uma das salas, as crianças decidiram colocar os carros num canto, embaixo da bancada, pois ali seria a garagem... As bonecas em uma caixa e as coisas de casa, como elas dizem, em uma outra caixa... Dias depois, as prateleiras chegaram e foi possível acomodar melhor os brinquedos, que ficam sempre ao alcance das crianças. Eu e as diretoras passamos uma tarde percorrendo lojas para escolher pessoalmente os brinquedos e o que nos chamou atenção foi a pouca quantidade de bonecas negras. O único brinquedo que não conseguimos comprar em maior quantidade. As palavras vão findando aqui...


Ressalto a disposição das gestoras desta instituição em abrir mão de comprar outros materiais que também necessitamos (datashow, computador, TV e outros), para fazer valer o direito das crianças. As inúmeras e ricas vivências que aconteciam com pedaços de madeira, pneus, engradados/caixotes, tecidos diversos, potes plásticos, latas, continuam acontecendo junto com os brinquedos comprados, que proporcionaram ainda mais sabor, cor, uma alegria sem tamanho para as crianças. - Tia Neide, você fez uma mágica aqui foi?? (Bruna, 5 anos) Perplexa ao entrar na escola e ver os brinquedos no pátio. E assim chegaram os brinquedos!! *

O PDDE consiste na assistência financeira às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação especial, mantidas por entidades sem fins lucrativos. O objetivo desses recursos é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o reforço da autogestão escolar e a elevação dos índices de desempenho da educação básica. Os recursos do programa são transferidos de acordo com o número de alunos, de acordo com o censo escolar do ano anterior ao do repasse.




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