Ano XXXV - nº 415 Junho de 2019 Distribuição gratuita
Informativo da Paróquia e Santuário Nossa Senhora de Loreto Fundada em 6.3.1661 www.loreto.org.br
Índice Expediente EDITOR CHEFE: Pe. Sebastião N. Cintra DIREÇÃO ESPIRITUAL: Pe. Sebastião N. Cintra COORDENAÇÃO EMÉRITA: Hélia Fraga COORDENAÇÃO E EDIÇÃO: Ana Clébia FOTOS: Pascom Loreto CAPA: Corredeira COMERCIAL: Bira e Claudete DIAGRAMAÇÃO: Lionel Mota IMPRESSÃO: Gráfica SILPIN Tiragem: 2 mil exemplares
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Editorial................................................................................................................................ 3 Temas Bíblicos.................................................................................................................... 4 Oração Cristã...................................................................................................................... 5 Espaço teológico ................................................................................................................ 6 Loretando............................................................................................................................. 7 Bem-Estar............................................................................................................................. 8 Dom Orani.........................................................................................................................10 Loreto em Ação - Escola Paroquial �����������������������������������������������������������������������������������12 Loreto em Ação - Auditório do Cepar ������������������������������������������������������������������������14 Coluna Jovem....................................................................................................................15 Colaboração do Leitor....................................................................................................16 Coluna Cultural................................................................................................................18 Pé na estrada, terço na mão ������������������������������������������������������������������������������������������19 Santuário de Loreto.........................................................................................................20 Sagrado Coração de Jesus ����������������������������������������������������������������������������������������������21 Santuário da Adoção.......................................................................................................22 Fé e Política........................................................................................................................24 Anote em sua Agenda......................................................................................................25 Loretinho............................................................................................................................26
Expediente Paroquial MATRIZ PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LORETO End.: Ladeira da Freguesia, 375 - Freguesia Jacarepaguá - RJ - CEP 22760-090 Tel.: 3392-4402 e 2425-0900 Emails: adm@loreto.org.br (Administração) secretaria@loreto.org.br (Secretaria) Site: www.loreto.org.br
HORÁRIO DA SECRETARIA Segunda a Domingo das 08:00 às 20:00 horas HORÁRIO DAS MISSAS Segunda a sexta: 7h e 19h30. Sábado: 7h e 18h30. Dom: 7h; 8h30 (crianças); 10h30 e 19h. CONFISSÕES 3ª a 6ª: de 9 às 11h e de 15 às 17h
Sábado: de 9 às 11h na secretaria EUCARISTIA para doentes Atendimento domiciliar e hospitalar. Marcar por telefone com a Secretaria. BATISMO Atendimento na Sacristia Inscrições - 5ª e Sábado: das 9h às 11h
CAPELAS Endereços das Capelas e os Horários das Missas NOSSA SENHORA DO AMPARO
NOSSA SENHORA DE BELÉM
SANTO ANTONIO
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Terça a sexta: 18h Sábados: 18h Domingos: 10h30 NOSSA SENHORA DA PENNA: Ladeira N. S. da Penna, s/nº Tel. 2447-9570
Domingo: 11h
Sagrado Coração de Jesus
Editorial Pe. Sebastião Noronha Cintra*
Querido paroquiano, prezado leitor. Este mês de junho é o mês do Sagrado Coração de Jesus. Devoção muito cara aos nossos fiéis, surgiu do pedido de Jesus a Santa Margarida Maria de gestos de reparação pelos pecados que tanto magoam o seu Coração. E Jesus abençoa todos os que se comprometem nessa devoção com as suas promessas de proteção e socorro. Em nossas necessidades, recorramos à imensa misericórdia do Coração de Jesus. O Artigo de capa da nossa revista lembra os 10 anos de Dom Orani frente a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Exemplo de atitudes de pastor tem sido a marca da sua atuação como Bispo da nossa Arquidiocese. Quero lembrar aqui hoje um fato marcante. Nos primeiros dias de sua presença na Arquidiocese, ele compareceu a uma reunião do clero do Vicariato. Tínhamos marcado uma missa a ser presidida por ele no Rio das Pedras naquela mesma semana à noite. Na reunião soubemos que ele teria um encontro com os Bispos da região Leste I da CNBB e não poderia, em tempo, se deslocar para Jacarepaguá para a missa. Fui então falar com o bispo do nosso Vicariato, Dom Edson, pedindo que fosse substituir o Arcebispo. Eles estavam próximos na mesa do almoço e ele escutou o que eu tinha falado. E tomou a iniciativa: Eu vou! E, mesmo chegando um pouco atrasado, presidiu a missa na quadra da Escola do Rio das Pedras. “Santuário da Adoção” traz, neste número, uma página maravilhosa do Papa Francisco incentivando a adoção, num encontro com um grupo de uma instituição italiana que há muitos anos trabalha com crianças abandonadas. O papa se referiu a um antigo costume que acontecia quando as mães deixavam um filho na instituição porque não podiam criá-lo, mas gostaria de reencontrá-lo mais tarde, quando sua situação melhorasse, usavam uma medalha partida em dois, cujas partes ficavam uma com a mãe e a outra na instituição, com a criança. Linda a conclusão do papa, dizendo que muitas crianças de hoje têm idealmente uma metade das medalhas, mas outra metade está com a mãe Igreja. Cabe aos casais cristãos tomar a iniciativa de oferecer um lar a criança abandonada por tantos diversos motivos. A página do Loreto em ação vem apresentar hoje a Escola Paroquial de Nossa Senhora de Loreto para a alfabetização de jovens e adultos. Um trabalho de grande amor pelos mais carentes. A carência da leitura e escrita, coisas tão necessárias e essenciais para a vida no mundo de hoje são os dons que são partilhados com muito amor na escola. Começou com o Padre Victor há vinte anos. Nossa Senhora de Loreto, nossa Mãe e Padroeira, rogai por nós.
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Jesus abençoa todos os que se comprometem nessa devoção com as suas promessas de proteção e socorro. Em nossas necessidades, recorramos à imensa misericórdia do Coração de Jesus
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Temas bíblicos
O Evangelho de São Marcos Marcos (15) Mc 12
Padre Fernando Capra
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comentariosbiblicospadrefernandocapra.blogspot.com.br
c 12 apresenta elementos que detalham a animosidade das autoridades religiosas judaicas, que começou a ser lembrada pelo evangelista desde o início de Mc 2. Diante da aberta declaração que Jesus faz da sua divindade, comprovada pelo sinal da cura do paralítico, os fariseus, como o prova a reação negativa que mostraram quando Jesus, em dia de sábado, para provar que era o Senhor do sábado, curou o homem da mão ressequida, endurecem o seu coração (Mc 3,5). Foi o momento em que “os fariseus com os herodianos imediatamente conspiraram contra ele sobre como o destruiriam” (v.6). O ódio já tinha provocado a calúnia. De fato, os escribas tinham chegado a acusar Jesus de expulsar os demônios “pelo príncipe dos demônios” (3,22). O evangelista anota, agora, que as autoridades religiosas já querem prender Jesus porque são por ele acusadas de quererem matá-lo. Movidos por esse intuito tentam comprometer Jesus com questões capciosas, quais a do imposto a ser pago a César e a da ressurreição dos mortos. Em contraste, não obstante a atitude desleal dos seus adversários, Jesus continua a oferecer uma doutrina rica em verdade, para todos aqueles que mostram ser pessoas de boa vontade. Lembra qual é o primeiro mandamento da Lei ao escriba que o interroga e que até elogia pela sua sinceridade dizendo: “Tu não estás longe do Reino de Deus” (12,34). Em relação à pobre viúva que ofertou no templo duas moedinhas, esclarece, mais uma vez, que o que agrada a Deus é a sinceridade do coração. Os escribas, não obstante o seu saber, são pessoas detestáveis porque agem com hipocrisia, “devorando as casas das viúvas e simulando fazer longas preces” (v.40). Jesus os desafia questionando-os sobre o sentido profético da abertura do Sl 110: “O Senhor disse ao meu Senhor…”. É a sua resposta a todas as tentativas frustradas dos escribas e fariseus hipócritas que queriam encontrar motivos para
desacreditá-lo diante do povo. Ele é o Senhor, exatamente como vinha proclamando desde quando sugeriu aos escribas que deixassem em paz os seus discípulos que não faziam nenhum mal ao debulhar espigas ao longo do caminho, enquanto saciavam a sua fome. É fundamental, enquanto advertimos a condição divina de Jesus, valorizar o seu ensinamento. Ele não reduz a Lei a meros preceitos humanos; a interpreta segundo o seu espírito. Aquele que, portanto, guarda os seus mandamentos encontra na verdade a condição da sua realização. A sabedoria de Jesus se apresenta através da santidade da sua vida, a visão clara que ele tem do plano de Deus que ele atua aceitando até a imolação de cruz, os pronunciamentos proféticos que como uma espada separam a sua pessoa da condição decadente das autoridades religiosas, que se tornaram guias cegos. Em virtude do Espírito Santo, que está com ele, anuncia até “as coisas futuras”; fato que se repetirá com os Apóstolos, após tê-lo merecido para eles com a sua imolação de cruz: “Que fará o dono da vinha? Virá e destruirá os vinhateiros e dará a vinha a outros” (12,8). Ao tomar conhecimento da tentativa dos saduceus de comprometer Jesus com a ridícula problemática de quem seria o marido da mulher, na outra vida se ela teve sete maridos, descobrimos que a realidade que Deus oferece ao homem é infinitamente superior à visão que podemos ter. Jesus tem a visão de quem participa da sabedoria do Pai e do Espírito. Enquanto nós nos apegamos aos termos de uma lei ditada por Deus e os analisamos segundo as nossas categorias, Jesus discute o mesmo problema à luz da visão que Deus tem. Se o homem é destinado à vida em Deus, é evidente que a condição do homem para dela participar não está vinculada às condições próprias de uma vida terrena: “Quando ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem elas se dão em casamento, mas serão como anjos nos céus (12,25).
Oração cristã Jane do Térsio
A Oração Mental
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oração mental é também conhecida como oração contemplativa. É um simples olhar sobre Deus, no silêncio e no amor. É um dom de Deus, não pode ser acolhida senão na humildade e na pobreza. É um momento de fé pura durante o qual o orante procura Cristo, remete-se à vontade amorosa do Pai e recolhe o seu ser sob a moção do Espírito Santo. A oração mental busca Jesus e, nele, o Pai. A escolha do tempo e da duração da oração mental depende de uma vontade determinada, reveladora dos segredos do coração e, sobretudo, de um coração puro. Não fazemos oração quando temos tempo: reservamos um tempo para sermos do Senhor, com a firme determinação de, durante o caminho, não o tomarmos de volta enquanto caminhamos, quaisquer que sejam as provações e a aridez do encontro. Nem sempre se pode meditar, mas sempre se pode estar em oração, independente das condições de saúde, trabalho ou afetividade. O coração é o lugar da busca e do encontro, na pobreza e na fé. Entrar em oração é algo análogo ao que ocorre na Liturgia eucarística: “reunir” o coração, recolher todo o nosso ser sob a moção do Espírito Santo, habitar na morada do Senhor (e esta morada somos nós), despertar a fé, para entrar na Presença daquele que nos espera, fazer cair nossas máscaras e voltar nosso coração para o Senhor que nos ama, a fim de nos entregar a Ele como uma oferenda que precisa ser purificada e transformada. A oração é a prece do filho de Deus, do pecador perdoado numa entrega humilde e pobre à vontade amorosa do Pai, em união cada vez mais profunda com seu Filho bem-amado. É uma etapa preliminar para a união do amor com o Senhor. A oração é comunhão: a Santíssima Trindade, nesta relação, conforma o homem, imagem de Deus, “à sua semelhança”. A oração mental é também um tempo forte por excelência da prece para que se fortifique em nós o homem interior, para que Cristo habite em nossos corações pela fé e sejamos arraigados e fundados no amor. A contemplação é olhar de fé fito em Jesus: “Eu olho para Ele e Ele olha para mim” dizia São João Maria Vianey. A luz do olhar de Jesus ilumina os olhos de nosso
coração; ensina-nos a ver tudo na luz da sua verdade e de sua compaixão por todos os homens. A contemplação considera também os mistérios da vida de Cristo, proporcionando-nos “o conhecimento íntimo do Senhor”, para mais O amar e seguir, nos diz Santo Inácio de Loyola. A oração mental é escuta da Palavra de Deus. Longe de ser passiva, essa escuta é a obediência da fé, acolhida incondicional do servo e adesão amorosa do filho. Participa do “sim” do Filho que se tornou Servo e do “Fiat” de sua humilde serva. A oração mental é silêncio. É neste silêncio, insuportável ao homem “exterior”, que o Pai nos diz seu Verbo encarnado, sofredor, morto e ressuscitado, e que o Espírito filial nos faz participar na oração de Jesus. As palavras da oração não são discursos. A oração mental é união à prece de Cristo na medida em que nos faz participar de seu Mistério. O Mistério de Cristo é celebrado pela Igreja na Eucaristia, e o Espírito o faz viver na oração, para que Mistério seja manifestado pela caridade em ato. A oração mental é uma comunhão de amor portadora de Vida para a multidão, na medida em que ela é consentimento a habitar na noite da fé. A Noite pascal da Ressurreição passa pela da agonia e do túmulo. São esses três tempos fortes da Hora de Jesus que seu Espírito faz viver na oração. É preciso consentir em “vigiar uma hora com ele”. Terminamos com a definição de Santa Teresa de Ávila: “A oração mental, a meu ver, é apenas um relacionamento íntimo de amizade em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados”. Junho 2019
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Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio
Ascensão do Senhor
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esse mês de junho, nossa Igreja vivência várias solenidades: Ascensão de Jesus, Pentecoste1 e Corpus Christis, todas com datas móveis. Nesse artigo iremos conversar, um pouco, sobre a festa da Ascensão de Jesus aos céus. Esta solenidade está conecta ao Ciclo da Páscoa e é celebrada 40 dias após a solenidade da Páscoa. Depois de ter ressuscitado, Jesus permaneceu com seus discípulos os ensinando sobre o Reino de Deus. Após o período de 40 dias, Ele promete enviar o Espírito Santo para amparar seus discípulos na tarefa de divulgar o Evangelho ao mundo como descrito em Atos dos Apóstolos 1,7-11. A Ascensão nos faz olhar para o céu, onde, como o Credo nos lembra, Jesus glorificado está “sentado à direita do Pai”. Ele que desde sempre esteve com o Pai, agora senta junto do Pai, como homem. Desta forma, a humanidade, que outrora fora expulsa do Paraíso, agora volta para o convívio de Deus, restabelecendo assim a intimidade perdida. Sendo assim, Jesus se torna o nosso único mediador nos lembrando que o Reino de Deus é possível para toda a humanidade e que devemos cumprir as tarefas que o Senhor nos confiou, evangelizar até os confins da Terra (cf. Mc 16,15). Não devemos ver a Ascensão como uma separação, mas sim como o fim da missão que o Filho recebeu do Pai e o início missão dos discípulos, da Igreja, que é dar continuidade a missão que Ele recebeu. Ela é uma preparação e antecipação da glorificação também de cada cristão que O segue fielmente. Devemos testemunhar como nossos atos e sermos capazes de ver no nosso irmão o próprio Cristo, para que possamos dar sinais concretos e visíveis de esperança.
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“Porque Jesus que nos dá a esperança, foi elevado ao céu, abriu as portas do céu e a esperança que nós para lá iremos” (Papa Francisco). Devemos lembra que todos nós batizados somos a Igreja e possuímos responsabilidade de anunciar o Reino ao mundo, testemunhando e vivendo o Evangelho em qualquer ambiente. “É somente com a luz e a força do Espírito Santo que podemos realizar eficazmente a nossa missão de fazer conhecer cada vez mais e tornar possível a outras pessoas de fazerem a experiência do amor e da ternura de Jesus”. (Papa Francisco – Festa da Ascensão – 2017) 1 Veja sobre essa solenidade no artigo escrito em maio de 2015 ou no meu Blog Caminhando com a Teologia.
`Loretando Loretando Paulo Sobrinho e Solange - loretando@oi.com.br
Desesperança
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esesperança: Ausência ou falta de esperança; descrença ou desilusão. Circunstância de quem está ou se encontra em desespero (sem esperança).
Só quem vive isso sabe o peso dessa palavra, só quem está como um marisco sabe a força das ondas contra o rochedo. Como brasileiro nato, raiz, daqueles que abraçou com as duas mãos as diversas crises desse Brasil de meu Deus, sabe que o momento que estamos passando é único negativamente. Vivemos uma história de mocinho e bandido onde ninguém pode saber para que lado você torce, pois se souberem vão te atacar com unhas e dentes. Sua opinião tornou-se alavanca para brigas; tudo virou motivo para brigas. Todo mundo entende de tudo para defender suas preferências, todos discutem e contestam todos os assuntos, vi gente afirmando que o holocausto nunca existiu, que a ditadura é uma falácia e até que Deus merece desconfianças principalmente quanto a seu (sic) filho supostamente chamado de Jesus. Procurei ver a arvore genealógica da pessoa que disse isso, pois poderia ser mais uma nova aberração de conhecimentos históricos, mas não, era apenas um daqueles que repete o que ouviu em algum lugar e não sabe aonde. Vivemos hoje num país onde a desesperança está exposta nos olhos de cada cidadão, ou pelo menos daqueles que se julgam apenas um cidadão, não mais que isso, enquanto assistem os entendidos se digladiarem sobre o certo e o errado de cada um, o povo passa fome, sem emprego, sem uma luz no fim do túnel, na verdade não estamos nem vendo o túnel. O sociólogo Betinho estava certíssimo: quem tem fome tem pressa. Não podemos nos dar ao luxo de ficar discutindo sobre governos anteriores, bons ou maus, porque isso não enche barriga,
precisamos de atitudes positivas para dar alento aos que passam necessidades, precisamos apontar para um porto seguro para ver se dá para agüentar a fome até lá. É difícil ouvir de quem tem quatro refeições diárias, discurso de que “em dez anos tudo vai melhorar se a previdência for alterada.” Não temos como esperar até lá. As Ações Sociais das igrejas trabalham como nunca para saciar a fome e as necessidades dos seus assistidos, mas até isso está difícil, pois quem ajudava e contribuía também está passando por dificuldades. O Papa Francisco vem alertando em suas homilias o quanto é importante nesse momento deixarmos a ganância de lado para enxergarmos os mais necessitados. Sem essa visão mais amorosa e menos política não chegaremos a lugar nenhum. Sabemos o quanto a maioria de nossos políticos são corruptos, até aqueles que se dizem imunes a isso, quando são investigados, dizem que é culpa da mídia por ter descoberto suas falcatruas, mas isso para quem está no osso, pouco importa se vão prende-los ou não, até porque, prisão para eles dura dois dias e vira prisão domiciliar numa mansão dos deuses regada a todas as mordomias possíveis. Não podemos mais discutir políticas assistencialistas na mesa de uma churrascaria ou restaurante grã-fino e ainda questionar por que pobre tem tanta fome. O assunto é puxado, é difícil e delicado, mas deveríamos “policar” menos e agir mais. Quem tem fome tem pressa. Não nos interessa saber quem roubou mais ou menos, queremos empregos e comida na mesa para agora, ou melhor para ontem. P.S. Para aqueles que diziam que política e religião não se misturam; tai o resultado. P.S. do P.S. Agora, por favor, não vamos dizer: Deus quis assim...
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Bem Estar
Você costuma fazer atividade física regularmente?
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om a rotina atribulada vivida pela maioria da população brasileira, o tempo se tornou o maior empecilho para a prática de uma atividade física. A adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas, proporciona redução de peso, reversão da obesidade e facilita a manutenção de uma vida saudável. A atividade física é recomendada para todos. Crianças a partir de 6 meses de vida já podem fazer natação, gestantes podem fazer caminhadas e corridas, assim como os idosos. A atividade física traz benefícios para a saúde física e mental, no entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que apenas 27% da população mundial prática algum exercício físico. No Brasil, 45% da população é sedentária. A caminhada é a melhor opção para quem vai começar a se exercitar. No entanto, independente do tipo de
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atividade, é recomendável consultar um médico ou um profissional de educação física para uma avaliação muscular e do sistema circulatório. “O importante, em todos os casos, é começar devagar e ajustar a intensidade gradualmente” A prática frequente fortalece o músculo cardíaco, normaliza a pressão arterial, reduz a frequência car-
díaca, aumenta o HDL (colesterol bom) e diminui as taxas de colesterol ruim no sangue. Além disso, durante os exercícios, o organismo produz substâncias favoráveis, como a endorfina, que ajuda o corpo relaxar e diminui a liberação de hormônios como o cortisol, relacionado ao estresse. Os benefícios vão muito além do
controle de peso. Hipertensão, diabetes e colesterol são alguns dos fatores de risco que podem ser controlados através dos exercícios. Também controla melhor o estresse, ansiedade e, até a depressão. Também é benefício no controle da osteoporose que acomete, principalmente, mulheres acima de 60 anos, porém, ela deve ser prevenida desde a infância. O Mal de Alzheimer, por exemplo, é uma doença degenerativa em idosos e que se agrava com o tempo. No entanto, a prática de atividades físicas deve começar muito antes da terceira idade. “O exercício físico, para ter benefícios, tem que ser diário. Não adianta estimular o processo metabólico no fim de semana e interrompê-lo nos outros dias”. Os “atletas de fim de semana” que, além de não colherem os benefícios da prática, podem estar colocando a saúde em risco. “Essas pessoas, geralmente, tentam compensar no fim de semana, os dias que não se exercitaram e acabam exagerando”. Caminhadas diárias de 30 minutos é uma boa opção para começar. Beba bastante água durante o
exercício e escolha uma roupa bem confortável. Independentemente da quantidade, vale lembrar que a prática de exercícios físicos pode ser distribuída ao longo do dia para se adequar às rotinas agitadas. Para saber se você está com o peso ideal, os profissionais de saúde utilizam o IMC (Índice de Massa Corporal) que é uma medida universal para a classificação do grau de obesidade. É calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. Por exemplo, uma pessoa com 1,70m e 70 Kg fará o seguinte cálculo: 1,70X1,70 = 2,89 (Peso dividido pelo quadrado da al-
tura: 70/ 2,89 = 24,22). Então esta pessoa tem um IMC de 24. Valores de referência para cálculo do IMC • yy Menor que 18,5 Abaixo do peso yy Entre 18,5 e 24,9 - Peso normal yy Entre 25 e 29,9 - Sobrepeso (acima do peso desejado) yy Igual ou acima de 30 Obesidade. Dra. Lucia Cristina Figueiredo Lenzi Cardiologista Estrada de Jacarepaguá, 7709 Sala 512 Tel: 2447-4080
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“Ut Omnes Unum Sint” (Para que todos sejam um)
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á dez anos Dom Orani assumiu sua missão junto a igreja do Rio de Janeiro. E durante esse tempo ele foi nos mostrando um pouquinho de quem ele é e também do seu lema – Que Todos Sejam Um – na diversidade de Dons e carismas da igreja temos uma grande riqueza, mas que na unidade entre todos nós fazemos a razão da própria evangelização, para que o mundo creia. Essa unidade é bem para o nosso tempo, tão violento e intolerante. E, com essas palavras, começava a missão de Dom Orani junto a nós.
Mas quem realmente é Dom Orani? Nascido no dia 23 de junho de 1950 em São José do Rio Pardo, esse paulista, ainda menino, ingressou na Ordem Cisterciense antes de completar seus 18 anos. Durante os anos de 1961 e 1970 estudou filosofia no Mosteiro de São Bento e nesse mesmo período fez seus votos simples na profissão religiosa. De 1971 a 1974 estudou Teologia, também em São Paulo, no Instituto de Teologia Pio XI, onde durante o ano de 1972 realizou a sua profissão solene e 1973 recebeu os ministérios de acólito e leitor e também a sua ordenação diaconal em sua cidade natal. Daí em diante, seguiu seu chamado, primeiro pelo interior de São Paulo – ficando em São José do Rio Pardo, depois em São Bernardo, até que em 1997 é eleito Bispo de sua diocese pelo Papa João Paulo II. Em 2004 toma posse como Arcebispo de Belém e em 2009 toma posse como Arcebispo do Rio de Janeiro. O PASTOR DA UNIDADE Sempre disposto e disponível, Dom Orani é um Bispo que está sempre junto do seu povo. Não há uma paróquia dentre as 272 de nossa arquidiocese que ele não tenha visitado. Com seu dom peregrino, ele faz da unidade a sua missão. Sempre conectado, quando não está fisicamente junto a seu povo, se faz sempre presente por meio de mensagens enviadas – sejam textos ou vídeos – de forma a falar com todos os seus. Construindo sempre pontes de diálogo, ele mostra a 10
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unidade da igreja não só entre os nossos, mas também indo até nossos irmãos e inclusive nos territórios mais hostis de nossa cidade, mostrando de fato que somos irmãos. Como diz seu lema, para que todos sejam um. Se faz presente em celebrações com celebridades e autoridades e também em distribuição de alimentos e atendimento em cracolândias e locais de risco. Dessa mesma forma, no período das eleições, sempre recebe a todos, levando as questões e preocupações da igreja aqueles que porventura hão de governar e dirigir nosso estado e nosso país. O BISPO DA COMUNICAÇÃO Pode até parecer um pouco estranho para quem não conhece tão bem Dom Orani, mas para quem de fato já teve algum contato ou participou de algum momento ou entrevista com ele, sabe que ele tem o dom também da comunicação. Profundo conhecedor do funcionamento das redes e da comunicação, está sempre conecta-
do, possui uma compreensão de mundo e de sociedade e consegue expor de forma clara todos os ensinamentos de cristo, como poucos. Não por acaso, desde o início da sua vida religiosa, Dom Orani já possuía esse dom, esse chamado a comunicação, tendo sido, ainda em São Paulo, coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação e, logo depois como bispo, o responsável durante os anos de 1998 a 2003 pelo Setor de Comunicação do Regional Sul 1 da CNBB. Além disso foi presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação Social de 2003 a 2011 e desde agosto de 2012 é Presidente do Conselho Nacional de Comunicação Social do Senado Federal. Na comemoração pelo dia Mundial das Comunicações Sociais 2019, a Pascom se reuniu no Encontro de comunicadores (E-com) na arquidiocese, em 01/06. Quando para surpresa de todos, eis que discretamente ele surgiu entre os participantes, visitando todas as salas onde estava acontecendo as oficinas de formação e partilhou com todos, momentos enriquecedores e de muito estímulo à missão de cada um, demostrando alegria e grande interesse pelas atividades desenvolvidas pela pastoral e demais grupos envolvidos com a comunicação católica. Foram momentos de muita proximidade que se viu lá, onde ele calmamente, fez selfs, conversou e animou o ambiente. É realmente o pastor que segue junto com as ovelhas, sem desviar o olhar. SOLDADO DA FÉ Em Dom Orani, o povo carioca pode perceber um pouco do que também percebemos em São Sebastião, nosso padroeiro. Um Bispo forte, guerreiro, que não tem limites e não mede esforços para levar a palavra de Cristo a todos os lugares. A trezena é um dos momentos em que podemos perceber essa força e sua missão. Sempre alegre e com sorriso no rosto, mas não deixando de
anunciar o evangelho, Dom Orani e São Sebastião percorrem todo o Rio de Janeiro. Fortalecendo assim o povo católico também em seus serviços e em sua missão, onde quer que estejam. Além da Trezena, com a sua chegada à nossa Arquidiocese, também passamos a receber a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e com isso temos um pequeno momento para vivermos e refletirmos sobre o Círio de Nazaré. Também outro momento forte é a Festa da Unidade – realizações que não ocorriam antes em nossa cidade, culminando com a vigília de Ano Novo no Cristo Redentor. Não descuidando do seu pastoreio, alavancou o plano pastoral de conjunto, convocando o 11º e 12º PPC. Além disso, dentre várias atribuições pertinentes ao seu posto também de Cardeal, todos os anos a arquidiocese propõe uma reflexão sobre um tema de importância para igreja. Esse ano, solicitou a toda a igreja do Rio de Janeiro nossas orações pelas Vocações Sacerdotais. Que possamos rezar pelas vocações, mas também para que Deus fortaleça cada dia mais a missão desse Bom Pastor. Nossa Senhora de Loreto e São João Maria Vianney, rogai por nosso Cardeal Arcebispo, Dom Orani João Tempesta. Reportagem: Thiago Santos, Pascom Loreto. Foto: Gustavo de Oliveira Junho 2019
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Loreto em Ação
Escola Paroquial: Projeto de Alfabetização de Adultos
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esta matéria falaremos sobre o projeto de alfabetização de adultos na Escola Municipal Paroquial Nossa Senhora do Loreto. Entrevistamos nossa querida paroquiana, Tânia Regina Capistrano do Nascimento - a Taninha – que além de seu trabalho na escola, também participa da Liturgia, Fé e Dons e Toca do Assis. Pedimos a ela que procurasse a Sra. Aurora para responder a primeira pergunta, já que foi coordenadora e que muito contribuiu para trazer o projeto para a escola. Conte-nos como se deu a ideia para a criação da Escola Paroquial de jovens e adultos e o caminho até a sua fundação? O curso de alfabetização de jovens e adultos foi fundado pelo Pe. Vitor, que foi o Pároco na época, a partir da CF de 1998 – “Erradicação do Analfabetismo no Brasil”. Inicialmente foi cedida uma sala na escola com a participação de professores voluntários, funcionando de segunda a quinta-feira das 19:00h às 20:30h. Mais tarde, a pedido dos alunos, o horário foi estendido até 21:00h. Naquela época o curso tinha alunos de 20 a 80 anos. Numa determinada época, a irmã Elci sugeriu o ingresso de alguns assistidos da casa de Betânia. Essa foi uma excelente experiência para todos, 12
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sendo que nossos alunos que conseguiam a ler e escrever e que queriam continuar seus aprendizados, eram encaminhados para a escola regular. Nesta época alguns voltaram para nos contar o progresso alcançado, o que nos fez ter certeza que estávamos no caminho certo, tamanha nossa dedicação para com eles. Porém, quando o município do Rio de Janeiro abriu suas escolas para o curso EJA, tivemos uma evasão já que a prefeitura além de oferecer o vale transporte, oferecia refeição aos alunos. Tivemos que perseverar e tudo no tempo de Deus. Qual o objetivo do projeto? É o de adequar e inserir da melhor forma possível o ser humano na sociedade, dando maior autonomia em suas atividades no dia-a-dia, lendo e fazendo contas, por exemplo. A autoestima do aluno também nos preocupa, pois passamos segurança e os estimulamos a cada conquista. Isto não tem preço, porque para nós, voluntários, é uma benção participar desse projeto. Daquela época há algum fato relevante que queira destacar? Sim, a alegria dos alunos mediante suas conquistas. Tivemos um aluno chamado Josenildo que não sabia ler e escre-
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ver. Começamos um trabalho muito delicado com ele, já que trabalhava numa empresa como auxiliar de serviços gerais e onde precisava comprar algumas miudezas a pedido de sua supervisora. Ela escrevia tudo que precisava e passava para ele, sendo que, quando chegava ao local para as compras, ele entregava o papel dizendo com muita vergonha (a pessoa que pedia para que lesse a lista) que não sabia ler. Passados anos esse aluno, já totalmente alfabetizado, e encaminhado a escola regular dizia com orgulho: “Hoje eu mesmo faço a minha relação de compras”. Atualmente qual são os projetos e voluntários envolvidos? Estamos focados sempre na expansão, no avanço dos objetivos e na melhoria sempre de nossas condições. Hoje temos uma coordenadora pedagógica – Elizabeth (Beth), o atual coordenador, Ricardo, e contamos com voluntários tanto novos quanto antigos. Não podemos deixar de citar pessoas importantíssimas que sustentaram com sua experiência e dedicação a nossa “Escolinha”: Gílson (in memoriam), César, Rosane, Cleusa, Eliane, Aurora, Elazir, Hilda, Cláudia, Paulinha, Celly, Luciane, Denise, Beatriz e tantas outras que se dedicaram de coração e que tiveram que se ausentar por problemas particulares.
Hoje a Escola Paroquial conta com o seguinte voluntariado: yy Segunda-feira: Turma A com Celinha e as estagiárias Silvia, Camile e Vitória. Turma B com Ricardo e Tânia; yy Terça-feira: Turma A com Nadja e Turma B com João Francisco, Vânia e esposo; yy Quarta-feira: Turma A com Beth e Regina e Turma B com Terezinha e Magda; yy Quinta-feira: Turma A com Ida e Turma B com Zélia e Vânia. Hoje a coordenação e voluntários doam R$10/mês para compra do café e biscoito, além da doação de outros materiais como descartáveis. Oferecemos todos os dias um lanche para os alunos com café e biscoitos e, em algumas vezes, bolo, suco e sanduíches. Também comemoramos todas as datas que consideramos importantes como Páscoa, Festa Junina, festa do Folclore, Natal e outras. Participamos das diversas atividades da nossa Paróquia como a confecção do
tapete de sal, com a participação dos alunos. Tudo isso com muita ajuda e alegria de toda a equipe de voluntários! O que hoje mais precisam e no que a comunidade Loretana pode ajudar? Sem dúvida nenhuma é a divulgação do projeto. Que nossa comunidade se conscientize e se engaje na Escola, para que este projeto tão abençoado não se acabe. Temos hoje uma média total de 12 alunos divididos nos 2 turnos, porém temos dias de baixa frequência. A maioria trabalha em casa de família, serviços gerais e outros, chegando muito cansados e, por esse motivo, ausentando-se das aulas. Um projeto como este, criado pela Professora Daise e sustentado por muitos, não pode acabar. Gostaria de dizer mais alguma coisa? Sim. O nosso apelo é para que o leitor amigo deste importante instrumento de comunicação da Pa-
róquia divulgue o nosso trabalho pois sabemos que, apesar dos avisos paroquiais, muitas pessoas de nossa comunidade desconhecem esta importante obra social. Incentive o seu vizinho, seu parente ou o seu amigo a estudar. O saber não ocupa espaço. O saber não tem idade. Saber ler um livro, fazer contas, não se enrolar quando vai as compras, poder estudar e ajudar filhos e netos nas tarefas escolares é mais simples do que lhe parece. Basta coragem, determinação e força de vontade. A pessoa não deve se culpar pelo fato de não ter tido a oportunidade de aprender, basta agir e de tomar uma atitude positiva. Hoje temos exemplos de pessoas com idade que foram à luta e estão formados. Advogados, professores, engenheiros e tantas outras belas profissões. Faça a diferença! Finalmente, se seu coração foi tocado por esta obra e se interessou em participar, procure o Ricardo (Coordenador Geral) e a Tânia (Coordenadora de Finanças) nas segundas e a Beth (Coordenadora Pedagógica) nas terças-feiras, no período noturno.
Estamos sempre de braços abertos esperando por novos alunos e voluntários. Entrevista: Paulo Renato Pascom, Movimentos ECC e Fé e Dons
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Loreto em Ação
O novo Auditório do CEPAR
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o dia 30/05, foi inaugurado o auditório do CEPAR. Completamente remodelado, ele recebeu um sistema de som, ar condicionado e espaço para 350 pessoas, confortavelmente instaladas. O espaço será utilizado para as atividades da paróquia, podendo ser alugado para atividades externas. Na oportunidade foi celebrada missa pelo Bispo Auxiliar Dom Roque, concelebrada pelo Vigário Episcopal, Pe. Robert, pelo Provincial dos Barnabitas, Pe. Paulo, por nosso Pároco Pe. Sebastião, pelos sacerdotes, Pe. Sivonaldo, Pe. Miguel, Pe. Manuel, Pe. Miguelito, Pe. Marco Aurélio, e pelo pároco da Paróquia N. Sra. da Saúde, Pe. Daniel, e o Diácono Marcio. No início da celebração Dom Roque aspergiu todo o auditório e os presentes. Tivemos ainda a participação do Coral N.Sa. de Loreto. Em suas colocações no final da celebração o Pe. Sebastião lembrou que o CEPAR foi construído no período de 1998/1999 e inaugurado no ano de 2000, quando o Pe. Vitor era o pároco. Só o Auditório ficou de fora do “habite-se” porque não estava concluído. A Paróquia decidiu fazer agora o que era possível para atender às exigências dos bombeiros para começar a usar. O sistema do ar condicionado, o rebaixamento do teto, a iluminação do salão e do palco, as cortinas anti-fogo, as portas antipânico, a sonorização e extintores foram providenciados para 14
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pagamento parcelado, conforme as possibilidades de caixa. Lembrou ainda que o período 2020/2021, será de grandes celebrações jubilares no Loreto, pois comemoraremos os 50 anos do título de Santuário, os 100 anos dos Barnabitas em Jacarepaguá e os 360 anos da nossa paróquia.
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Não podemos esquecer que serão também comemorados os 50 anos de ordenação sacerdotal do Pe. Sebastião e do Pe. Luiz Antônio. Ao final da Missa foi descerrada placa comemorativa da inauguração. Colaborou: João Adauto Ramos Pascom Loreto
#ColunaJovem Criatividade: Mágica ou trabalho?
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or muito tempo, eu achei que ser criativo era algo herdado geneticamente pelo indivíduo. Para mim havia apenas dois grupos os criativos e os esforçados. Felizmente, cresci e aprendi que a vida não é uma eterna dualidade maquiavélica, bem ou mal, certo ou errado, em resumo a humanidade está o tempo todo transitando pelos dois lados da moeda. Assim sendo, podemos ter mais de uma personalidade dentro dos nossos meios de convivência. Você pode estar pensando agora, somos todos malucos? Longe disso, apenas assumimos papéis dentro dos nossos ambientes, trabalho, escola, igreja etc., para sermos bem aceitos pelo grupo, pois o ser humano por mais que negue, vive buscando a aceitação do próximo. Isso nada mais é que a tese naturalista, que afirma que o Homem só é capaz de desenvolver as suas capacidades por completo quando possui relações com outros Homens. Portanto, o Homem é criatura da sociedade e vive por ela cumprindo suas normas. Mas o que a criatividade tem a ver com isso? Simples, seria muito fácil resumir o Homem a uma predestinação, a um caráter biológico, a um modo de agir ou a um tipo de inteligência. Ou seja, o Homem tem a capacidade de desenvolver qualquer característica que ele necessita. Sendo assim, o Homem pode construir seu lado criativo e aprimorar ao longo do tempo. Porém, como isso é possível? É um trabalho que exige muita dedicação e que é infinito, pois requer constante atualização. Se você for pesquisar sobre criatividade no Google, além de documentários da Netflix, livros, vídeos no Youtube, irá aparecer diversos textos de blogs ou sites dando dicas de como se tornar uma pessoa criativa. Mas irei facilitar para você, todos eles vão citar o seguinte ponto: ter referências. Esse fator é o que eu destacaria como mais importante para ser criativo, no entanto, estou aqui para não deixar que se enganem pelos escritores que colocam isso como se fosse algo fácil e imediato. Longe disso, ter referências é uma construção para vida toda, desde que viemos ao mundo até falecermos estaremos adquirindo informações, que vão criando conexões no nosso cérebro e vão ser acionadas quan-
do precisarmos criar, seja um texto, uma música, um filme, uma campanha etc. Tudo que consumimos gera bagagem cultural, portanto a melhor forma de criamos referências é assistindo produtos culturais e com isso, absorvendo outras criações humanas. Não é preciso ser algo diretamente ligado a criatividade, porém as minhas dicas são produtos que consumi recentemente e abordam a capacidade criativa do ser humano. A primeira dica é um livro chamado Grande Magia: Vida criativa sem medo, que fala da necessidade de se estar sempre preparado para quando uma ideia surgir e a ser uma pessoa desapegada das suas criações. A segunda é um documentário da Netflix chamado “Como o cérebro cria”, que mostra o processo criativo de vários profissionais e maneiras de desenvolver, estimular, a criatividade. Por fim, a última dica não é diretamente sobre criatividade, mas é um documentário chamado “Brené Brown: Um chamado a coragem”, que aborda a necessidade de trocar a zona de conforto pela coragem, pois somente assim somos capazes de realizarmos nossos projetos. E se mover, ser ativo, é a base do ser criativo, afinal criatividade é literalmente a atividade de criar. E toda atividade é possibilidade de agir, de se mover, de fazer, empreender coisas. Portanto, movimente-se, enriqueça sua bagagem cultural para que seu cérebro seja regado de conexões e para que assim você possa criar produtos incríveis. Beatriz Santos – Jornalista Pascom Loreto e Liturgia 10:30 Junho 2019
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Colaboração do Leitor
O Pecado
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pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo. Fere a natureza do homem. Foi definido, por Santo Agostinho, como “uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei eterna”. O acúmulo de pecados nos enfraquece, vai nos distanciando de Deus e, consequentemente, nos expõe à distúrbios psicológicos, doenças físicas, morais e à possessão diabólica. O pecado é ofensa à Deus. É uma desobediência, uma revolta contra Deus. “O pecado é o amor de si mesmo até o desprezo de Deus”, explica Santo Agostinho. A variedade dos pecados é grande. As Escrituras nos fornecem extensa lista. A Carta aos Gálatas destaca as obras da carne em oposição ao fruto do Espírito: “As obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdias, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais coisas praticam não herdarão o Reino de Deus” (5,19-21). A Gravidade do Pecado: Pecado Mortal e Venial O Catecismo da Igreja Católica (CIC) destaca que os pecados são avaliados segundo a sua gravidade. “O pecado mortal destrói a carida16
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de no coração do homem; desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem-aventurança”. Já o pecado venial “deixa subsistir a caridade, embora a ofenda e fira”. Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições: ato grave cometido conscientemente e deliberadamente, como a blasfêmia, que é contra o amor a Deus; ou o homicídio e o adultério, que são contra o amor ao próximo. Quando, porém, a vontade do pecador é um retrato de uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como palavra ociosa e riso supérfluo, tais pecados são venias. O pecado mortal acarreta a pri-
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vação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do reino de Cristo e a morte eterna no inferno. No entanto, devemos confiar o julgamento sobre si próprio ou sobre as pessoas à justiça e misericórdia de Deus. Já o pecado venial é uma desordem moral que enfraquece a caridade e impede o progresso da alma no exercício das virtudes. Mas é importante lembrar que o pecado venial deliberado, e que fica sem arrependimento dispõe-nos, pouco a pouco, a cometer o pecado mortal!
Pecado Contra o Espírito Santo “Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não terá remissão, para sempre. Pelo contrário, é culpado de um pecado eterno” (Mc 3,29). A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa, deliberadamente, a acolher a misericórdia de Deus, pelo arrependimento, rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à perdição eterna. Pecado Social O pecado é um ato pessoal, mas também temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros,
quando neles cooperamos: participando direta e voluntariamente; mandando; aconselhando; louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os impedindo, quando a isso somos obrigados; ou protegendo os que fazem o mal. Assim o pecado torna os homens cúmplices uns dos outros. A Misericórdia e o Pecado O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores. O anjo o anuncia a José: “Tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). O mesmo se dá com a Eucaris-
tia, sacramento da Redenção: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados” (Mt 26,28). “Deus nos criou sem nós, mas não quis salvar-nos sem nós”, disse Santo Agostinho. Portanto, acolher sua misericórdia exige da nossa parte a confissão de nossas faltas: “Se dissermos: “Não temos pecados”, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos purificará de toda injustiça” (1Jo 1,8-9).
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Colaborou: Solange Ribeiro
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Coluna Cultural A coluna cultural desse mês apresenta o primeiro livro de nosso querido amigo e membro da PASCOM, Alan Luís de Abreu. O livro intitulado de “Reflexões sobre a vida” é uma seleção de textos, onde ele nos apresenta um momento de calma e paz num mundo de muita informação. Baseado em suas experiências de vida e análise pessoais sobre diversos momentos que ele viveu, seus textos conseguem nos levar a um estágio de reflexão acerca das lições ali apresentadas e de como encaramos as nossas experiências e o nosso dia a dia. São 25 páginas recheadas de curtos textos, porém com grande significado, onde conseguimos ver, não o escritor, mas perguntas que Deus nos faz, diariamente, através dos seus escritos. A cada página, um texto; e a cada texto, no mínimo um mergulho num emaranhado de perguntas que muitas vezes nunca paramos para responder. Espero que vocês possam tirar um tempo e fazer essa maravilhosa leitura. Tenho certeza que vocês vão passar a valorizar os bons momentos e as coisas boas da vida. Nossos parabéns Alan, e que essa possa ser a primeira de muitas publicações !! Thiago Santos – Pascom Loreto
Que tal partilhar conosco sua sugestão para a Coluna Cultural?! Envie sua sugestão (texto e uma foto) para pascom@loreto.org.br com o título “Coluna Cultural”, participe!
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Pé na estrada Terço na mão
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u e Márcia Kristina estivemos há uns dias em Paraty (RJ). Por sugestão de uma agência de turismo local fizemos um passeio ecológico para conhecer diversas cascatas, cachoeiras, trilhas e mirantes. Em uma destas trilhas, cujo destino era a Cachoeira do Tarzan, nos deparamos com uma pequena igreja. As igrejas mais conhecidas de Paraty ficam no Centro Histórico. Já a igreja do passeio ecológico fica na Estrada Paraty-Cunha (RJ 165). Onde hoje é esta estrada antigamente era o Caminho do Ouro (Estrada Real). Os portugueses criaram esta estrada no século 18 para levar as pedras preciosas extraídas nas Minas Gerais até o porto de Paraty, e de lá para a Europa. Esta Igreja se chama Nossa Senhora da Penha. Ela foi construída por católicos alemães “recentemente”, considerando as fundações das Igrejas no Centro Histórico: entre 1983 e 1985, conforme descrito em uma placa na entrada da igreja. Uma igreja pequena, mas bem aconchegante, que nos trouxe uma paz interior e nos revigorou na continuidade do passeio. Quem tiver oportunidade de ir à Paraty não deixe de fazer o passeio ecológico e de visitar a Igrejinha de Nossa Senhora da Penha! Colaborou: Edson Lanzarini
Você já viveu uma experiência parecida? Encontrou em suas andanças uma igreja ou uma devoção local, que pode ser indicada a outros “viajantes”? Partilhe conosco, enviando texto e foto para a nossa coluna Pé na Estrada, Terço na Mão, pelo e-mail: pascom@loreto.org.br.
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Santuário de Loreto
O Santuário que a gente não vê Esta coluna tem como um de seus objetivos trazer curiosidades de nosso Santuário que muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos, mas que fazem parte de nossa história, por isso começaremos uma série de colunas do “Santuário que a gente não vê”: Vivenciamos há pouco a alegria do Cristo Ressuscitado, na Páscoa, e o sino é um dos símbolos que vem anunciar a Ressurreição de Cristo. Aliás, você já parou para olhar quantos sinos o Santuário possui? Um? Dois? Três? Você sabia que eles possuem nomes? Para tirar nossas dúvidas transcrevemos um trecho do Livro das Crônicas da Comunidade Barnabita de Jacarepaguá que cita como os sinos foram adquiridos: “Já há vários anos, os sinos feitos em bronze emitiam um som desagradável, pois tinham sofrido uma lamentável rachadura ou pelo descaso dos sacristães, ou antes, pelas incursões de estranhos. Como a Casa alemã Bromberg desejasse insistentemente ganhar fama com os seus novos sinos feitos de aço, ofereceu-nos os primeiros por um preço mínimo, propondo também a colocação dos mesmos, estas propostas agradaram a todos e assim tendo o pároco desembolsado a quantia de 13 mil Liras, a Igreja adquiriu 3 sinos que foram colocados no alto da torre com grande júbilo do povo, depois que o ilustríssimo Sr. Bisco, D. Mamede da Silva Leite, Bispo de Sabaste, ter dado a bênção, no dia 14 de agosto de 1927.” Os três sinos existentes – acredite, existem 3 sinos no alto da torre do Santuário - possuem nomes, são eles: Mãe da Divina Providência (o maior), São Paulo (o médio) e Santa Terezinha do Menino Jesus (o menor). Apesar de não haver nenhum registro oficial com a explicação do motivo destes nomes acredita-se que: o nome Mãe da Divina Providência foi escolhido por ser a Padroeira dos Barnabitas; o nome São Paulo foi escolhido por ser o titular da Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo, por ser exemplo de evangelização querido por Santo Antonio Maria para a Congregação; já o nome Santa Terezinha não se sabe ao certo o motivo da escolha, mas acredita-se que tenha sido uma sugestão do Pe. Eliseu Coroli, que morava na Comunidade do Loreto naquela época, muito devoto desta Santa que tinha 20
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sido canonizada no dia 17 de maio de 1927, mesmo ano da colocação dos novos sinos do Loreto. Em 1996 os sinos foram automatizados, “a pedido de Dom Augusto Zini que na sua visita pastoral em junho deste mesmo ano sugeriu que a Paróquia passasse por uma modernização implantando o sistema eletrônico para os sinos da nossa histórica igreja”. (Mensageiro de Novembro de 1996 – Ano XII – Nº 143). Foi no dia 20 de outubro de 1996. Poucos sabemos quantas curiosidades nosso Santuário guarda, esta coluna ao longo de suas edições buscará esclarecer e mostrar a todos quão rico historicamente nosso Santuário é, muito mais do que nós imaginamos.
Ano Sacerdotal Junho: Festa do Sagrado Coração de Jesus – Dia 28.
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unho é o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, tempo forte de oração e devoção. É um tempo favorável para aprofundarmos nossa espiritualidade e aumentar o nosso amor por Jesus. A devoção ao Sagrado Coração, de um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: no gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). Em um acontecimento, temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade. Esses dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito, em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque: “Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios e indiferenças. Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.” O Sagrado Coração de Jesus é um ícone que nos traz 12 promessas importantes de salvação e proteção para quem orar com sinceridade e prestar louvores com verdadeira fé a Jesus Cristo. O Papa
Bento XVI afirmou que, “a contemplação do ‘lado transpassado pela lança’, na qual resplandece a vontade infinita de salvação por parte de Deus, não pode ser considerada, portanto, como uma forma passageira de culto ou de devoção: a adoração do amor de Deus, que encontrou no símbolo do ‘coração transpassado’ sua expressão histórico-devocional, continua sendo imprescindível para uma relação viva com Deus” No mesmo dia do Sagrado Coração é realizado o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes: São João Paulo II tinha muito carinho pelo Sagrado Coração de Jesus e ordenou que na festa do divino coração fosse realizado o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Desta forma, a intenção do mês do Santo Padre, o Papa Francisco, pede pela evangelização: “Pelos sacerdotes, para que, com a sobriedade e humildade da sua vida, se empenhem numa solidariedade ativa para com os mais pobres”.
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Santuário da Adoção
Papa Francisco exorta a promover a “cultura da criança” e da adoção Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
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Papa recebeu em audiência na manhã de sexta-feira (24/05/19), na Sala Clementina, no Vaticano, os membros do Instituto Hospital dos Inocentes de Florença – região italiana da Toscana, um grupo de 70 pessoas. Há seiscentos anos, a instituição acolhe, assiste e promove a infância. Tendo deixado de lado o texto previamente preparado para a ocasião, o qual foi entregue aos presentes, Francisco dirigiu-se espontaneamente falando inicialmente – a partir das palavras de saudação da presidente do Instituto – da “cultura da criança”. Hoje devemos retomá-la, disse. “Há uma cultura da surpresa no ver crescer, ver como se surpreendem com a vida, como entram em contato com a vida. E nós devemos aprender a fazer o mesmo. Este caminho, essa estrada
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que todos nós percorremos como criança, devemos retomá-la”, enfatizou. Recuperar a capacidade de surpreender-nos Mencionando a passagem do evangelista São Marcos previamente citada: “Deixai vir a mim as criancinhas”; o Pontífice ressaltou que há outras passagens do Evangelho em que Jesus vai além: não somente fala em acolher as crianças, e quem as acolhe, a Ele acolhe, vai além, prosseguiu. “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos céus.” Francisco lembrou que o nosso Deus é o Deus das surpresas que nós devemos, de algum modo, voltar à simplicidade de uma criança e, sobretudo, à capacidade de surpreender-nos. “Neste instituto de seis séculos de história, muitas vezes as mães deixavam, junto a seus recém-
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-nascidos, medalhas quebradas ao meio, com as quais esperavam, apresentando a outra metade, poder reconhecer seus filhos em tempos melhores.” Retomando esse fato histórico, o Papa disse querer dizer outra coisa acerca daquelas medalhas quebradas (metade para a criança e metade para a mãe que o deixava no Instituto). “Hoje no mundo há muitas crianças que idealmente têm a metade das medalhas. Estão sozinhas. As vítimas das guerras, das migrações, as crianças não acompanhadas, as vítimas da fome. Crianças com metade da medalha. E quem tem a outra metade? A Mãe Igreja”, destacou o Pontífice. Colocar a adoção em prática “Nós temos a outra metade. É preciso refletir e fazer entender às pessoas que nós somos responsá-
No Brasil acontece em junho o XXIV ENAPA (Encontro Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção) este ano em Blumenau. É um evento de nível nacional, girando as suas discussões em torno dos diversos aspectos do instituto da adoção, envolvendo todos os atores sociais que têm participação direta e indireta na promoção da Cultura da Adoção.
veis por esta outra metade e ajudar a fazer hoje outra ‘casa dos inocentes’, mas mundial, colocando em prática a adoção”, frisou. Francisco evidenciou que muitas vezes as pessoas querem adotar crianças, mas que há uma grande burocracia – isso quando não há corrupção pelo meio, em que se
paga... O Papa pediu para ser ajudado nisso: a semear a consciência de que nós temos a outra metade da medalha daquela criança. “Muitas famílias sem filhos– disse por fim – que certamente teriam o desejo de ter uma com a adoção: seguir adiante, criar uma cultura da adoção porque as
crianças abandonadas, sozinhas, vítimas de guerras, e outros, são muitas; que as pessoas aprendam a olhar para a outra metade e a dizer: ‘Também eu tenho a outra metade’.” Francisco concluiu pedindo que eles trabalhassem nisso.
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(Fonte: Vatican News)
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Fé e Política Robson Leite
“Capitalismo selvagem é pleonasmo”
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capitalismo moderno, que possui suas bases no liberalismo econômico de Adam Smith onde o deus mercado está acima de tudo e de todos e que o estado precisa ser mínimo para não intervir nessa lógica mercadológica, está em crise. O consumismo desenfreado, que aprofunda a desigualdade e consequentemente o aumento da pobreza e da violência nos países pobres, é o sustentáculo da sobrevivência desse modelo. Não quero propor, através dessa reflexão, um novo modo de funcionamento do estado ou anunciar o fim do capitalismo, mas alguns elementos dessa crise nos conduzem a uma análise importante do que está acontecendo no mundo. “Consumismo: o alimento do problema” Há alguns anos, ao me dirigir para ministrar uma palestra em uma comunidade pobre e esquecida pelo poder público aqui no Rio de Janeiro, encontrei com um ex-aluno meu que, infelizmente, havia ingressado no tráfico de drogas. Ao vê-lo, questionei sobre os motivos que o levaram a essa triste decisão. Ele, de cabeça baixa e sem ter muito que dizer, falou-me que o seu desejo era ter um “carrão” igual ao de um famoso cantor popular que aparecia na televisão. Aquilo me marcou profundamente, principalmente porque ao assistir recentemente a um comercial televisivo em horário nobre, eu vi o anúncio de um carro de quase duzentos mil reais onde se passava a mensagem que dentro dele todos os problemas da vida moderna ficariam do lado de fora e aparentariam não mais existir. Quantas pessoas podem comprar um carro naquele valor hoje no Brasil? Menos de 1%, segundo os dados econômicos de concentração de renda e riqueza divulgado nesse ano pela FGV e que apontam que, lamentavelmente, atingimos o maior patamar de concentração de renda da nossa história. Qual o objetivo então desse comercial em horário nobre, uma vez que apenas um público muito restrito poderá adquirir um bem desse valor? Quantos jovens nossos, ao assistir um comercial desses, serão influenciados por essa mensagem? Será que não foi esse tipo de “propaganda enganosa” que influenciou o meu aluno a ingressar no tráfico de drogas? Até quando a própria sociedade será responsável pela sua destruição nessa busca incansável e insaciável pelo “ter”? “Sociedade moderna versus as primeiras comunidades cristãs” Os países de primeiro mundo já investiram, ao longo 24
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das históricas crises do capitalismo nos últimos anos, – e pelo que parece continuarão a investir – bilhões de dólares em pacotes econômicos para salvar “bancos privados” com dinheiro público a fim de saciar a “fome” desse famigerado mercado de capitais. Por outro lado, a miséria, a AIDS, a verdadeira fome e o trabalho escravo continuam matando milhares de pessoas na África, na América Latina e, no período mais recente, no Brasil. Tudo como consequência da falta de investimentos públicos nas áreas sociais. Enquanto isso, nós ficamos anestesiados, passivos e inertes assistindo a tudo isso. Já está passando da hora de revermos essa lógica perversa do mercado consumista que invade as nossas vidas e os nossos lares sem pedir licença e nos afastando, a cada dia, dos valores deixados pelo Cristo em seu Evangelho. Nunca é tarde para lembrar o livro dos Atos dos Apóstolos, onde fica evidente que as primeiras comunidades cristãs partilhavam tudo entre si e, dessa forma, impediam o surgimento da indigência entre eles. É sempre bom lembrar que esse livro fala de “atos” e não de discursos. Até porque, os discursos convencem, mas são as atitudes que arrastam e convertem. “A nossa atitude é a chave da mudança” Precisamos começar a mudança a partir da nossa casa e da nossa família. Construir a nossa atitude sobre valores verdadeiramente cristãos e, acima de tudo, rever a nossa escala de valores, principalmente quando estamos com os nossos filhos, é um bom começo. Questionar se realmente precisamos daquele carro novo, daquele celular novo ou de uma roupa nova também é um bom caminho. O consumo sustentável e equilibrado não é apenas uma moda, mas uma necessidade para revertermos um pouco esse quadro selvagem e perverso provocado pelo capitalismo. Pode até ser que não conseguiremos mudar o mundo, mas, dessa forma, certamente evitaremos que o mundo nos mude. (*) Robson Leite é professor, escritor, membro da nossa paróquia, Ex-Superintendente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego no RJ e foi Deputado Estadual de 2011 a Janeiro de 2014. Site: www.robsonleite.com.br Página do Facebook: www.facebook.com.br/ robsonleiteprofessor
Anote em sua agenda
As demais atividades do mês estão em: www.loreto.org.br
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DATA
HORÁRIO
EVENTO
07/06
18H30
MISSA NO COLÉGIO BAHIENSE
14/06
16:00hs
MISSA NO CATI
19/06
19:30hs
MISSA NUCLEO INDEPENDÊNCIA
21/06
16:00hs
MISSA NA ESTANCIA S. JOSE
28/06
15:00hs
MISSA NO HOSPITAL RIO’S DOR
DATA
HORÁRIO
PASTORAL
LOCAL
EVENTO
10/06
07H00 às 19H00
COMISSÃO SANTUÁRIO
SANTUÁRIO
SANTUÁRIO ABERTO
12/06
20h00
FÉ E DONS
SALÃO CEPAR
MISSA DE ENTREGA
14, 15 e 16/6
07H00 às 22H00
FÉ E DONS
TODO CEPAR
37º ENCONTRO FÉ E DONS
19/6
18H00
TODAS
PRAÇA DO SANTUÁRIO
PREPARAÇÃO DO TAPETE DE SAL
20/6
09H00
TODAS
CAPELA S. ANTONIO
SAIDA DA PROCISSÃO DE CORPUS CHRISTI
20/6
10H30
TODAS
LORETÃO
MISSA SOLENE DE CORPUS CHRISTI
21/6
20H00
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AUDITÓRIO
PRÉ PHN COM DUNGA
23/6
14H00
FÉ E DONS
SALÃO CEPAR
REENCONTRO DO 37º FÉ E DONS
23/6
08H00 às 12H00
PASTORAL FAMILIAR
PLENÁRIO
ENCONTRO DE GESTANTES
23/6
14H00 às 17H00
EPVM
PLENÁRIO
PAPO DE NOIVOS
25, 26 e 27/6
07H30
APOSTOLADO
SANTUÁRIO
TRÍDUO EM HONRA AO SCJ
28/6
07H00
TODAS
SANTUARIO
MISSA SOLENE SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
29 e 30/6
8H00 às 18:00
ESCOLA SANTO ANDRE
PLENARIO
CURSO NOVA VIDA
30/6
07H00 às 12H00
AÇAO SOCIAL
ZACCARIA
ENTREGA DAS CESTAS AOS ASSISTIDOS
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Junho 2019
O Mensageiro
25
loretinho
Elaborado pelas Irmãs de Belém
Junho, mês do Sagrado Coração de Jesus!
Querido (a) amigo (a), “O Coração de Jesus foi aberto pela lança. Jorrou Sangue e água. Amou-nos até o fim. Não é fácil ser bom, às vezes nos tomam por bobos ou por fracos, mas vale apena acreditar que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus, que possui a chama desse Divino Coração e anseia por amor e felicidade...” (Madre Maria Helena Cavalcanti) Neste mês a Igreja nos convida a contemplar de modo particular o Sagrado Coração de Jesus, e anunciar como Ele pediu a Santa Faustina: “Minha filha, diz que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa.” Chegou a hora de a mensagem da Misericórdia Divina derramar a esperança nos corações. O mundo precisa desse Amor e o próprio Jesus nos convida a sermos praticantes da doçura e do perdão: “sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso.”
“Console o Coração de Jesus, rico em misericórdia. Ele se queixa de que procura quem O console e não encontra.” Me. Maria Helena Cavalcanti CAÇA-PALAVRAS... PROCURE RESPOSTA NO DIAGRAMA: yy Foi chamado a ser apóstolo por Cristo ressuscitado. yy Nome do Papa atual. yy Dom do Espírito Santo. yy virtude do Coração de Jesus. yy Festa da Eucaristia.
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LENDO A BÍBLIA Lendo e completando o Evangelho de Jesus segundo São Lucas 7,36-47, aprendemos um pouco mais sobre a Misericórdia e a Compaixão de Jesus. Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se à mesa. Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que _______ estava à mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com _________, e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de _______ e os ungia com o perfume.Vendo isso, o fariseu que o havia ________ ficou pensando: Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele,pois é uma pecadora. ‘Jesus disse então ao fariseu: ‘Simão, tenho uma coisa para te dizer. ‘Simão respondeu: ‘Fala, ________!’ ‘Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia __________ moedas de prata, o outro cinqüenta. Como não tivessem com que pagar, o homem _________ os dois. Qual deles o amará mais? ‘Simão respondeu: ‘Acho que é aquele ao qual perdoou mais.’ Jesus lhe disse: ‘Tu julgaste corretamente.’ Então ________virou-se para a mulher e disse a Simão: ‘Estás vendo esta mulher? Quando entrei em tua casa, tu não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus _______ com lágrimas e enxugou-os com os cabelos.Tu não me deste o ________ de saudação. Ela, porém, ungiu meus pés com o perfume. Por esta razão, eu te declaro, os muitos ___________ que ela cometeu estão perdoados, porque ela mostrou muito amou”. 26
O Mensageiro
Junho 2019
Sagrado Coração de Jesus