Temas bíblicos Padre Fernando Capra
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Carta aos Efésios (5) Ef 4,7-32 A santificação segundo a vocação de cada um
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ada fiel deve promover a sua santificação enquanto deixa o Espírito desenvolver nele as virtudes da fé, da esperança e da caridade. Isto acontece quando o cristão corresponde aos anseios da específica graça segundo a qual foi chamado a servir na Igreja. Somos o povo que Cristo conquistou. Tendo dele recebido seus dons, somos chamados a fazê-los frutificar. Segundo a condição divina, que a sua glorificação manifestou, Jesus, o Senhor da igreja, pode levar cada fiel à sua plenitude. O processo acontece através do ministério dos Apóstolos, dos Profetas, dos Evangelistas, dos Pastores e Doutores, que exercem a sua tarefa, enquanto orientam os fiéis no exercício da sua função. No que lhe concerne, os fiéis, tornados capazes de viver a sua “diaconia” na condição de membros da Igreja, contribuem segundo a medida da graça que Cristo lhes concedeu. Todos, sob a influência de Cristo Cabeça, enquanto vivem a unidade da fé e da caridade, edificam o Corpo de Cristo. A vida da Igreja é possível somente enquanto todos levam à perfeição a sua fé e vivem a perfeita caridade que o Filho de Deus nos mereceu, tornando-se homens perfeitos, segundo a medida da estatura estabelecida por aquele que plenifica tudo em todos. Segundo este processo, desaparece a nossa fragilidade na doutrina, que nos tornaria palha levada pelo vento. Tendo-nos tornado verdadeiros, por ter seguido Cristo Caminho, teremos crescido segundo as aspirações de Cristo Cabeça. A caridade ter-se-á desenvolvido em nós na sua plenitude. Devemos nos esquivar da vaidade à qual nos leva a nossa percepção subjetiva. Por causa dela, o nosso intelecto poderia acabar entenebrecido, vítima da falta de conhecimento. Os nossos corações se entregariam a toda impudicícia, imundícia e avareza. Não é este o modelo no qual devemos nos espelhar. Não foi assim que o Verdadeiro nos ensinou enquanto dizia de depor o velho homem segundo o qual andávamos antes, caminhando para a corrupção, enquanto seguíamos os desejos do erro. É preciso renovar o espírito das
nossas mentes e vestir o homem novo suscitado por Deus, na justiça e na santidade do Verdadeiro. Estamos ouvindo Paulo que, movido pela compreensão única do Mistério, nos suplica a segui-lo no Caminho, de modo a viver em Cristo. Num primeiro momento, foi tornado prisioneiro do Senhor. Agora, ele está totalmente ligado a ele pela perfeita caridade com que sempre exerceu o seu ministério, tendo-o imitado no serviço, no exercício do seu apostolado. Exorta-nos, a imitá-lo segundo a nossa específica vocação. Isto preservará a unidade da Igreja. Ninguém será levado por doutrinas estranhas ditadas por homens inescrupulosos. Cada fiel, tendo alcançado a esperança que não pode ser confundida, que, aliás, se tornará uma âncora lançada no céu, pela efusão da caridade, nele atuada pelo Espírito, guardará a sua unidade com Deus. De fato, há uma única fé, professada no único batismo recebido em Nome do Senhor; e ela será mantida pela unidade com Deus, que o Espírito preserva naqueles que vivem na paz que Cristo conquistou. Será, também, preservada a unidade da Igreja, onde há um só Deus, o criador que tudo governa e que age em todos, como pai de todos. Tendo cada membro recebido dele a graça segundo a medida do dom de Cristo, isto é segundo a sua específica vocação, terá que caminhar segundo o chamado que recebeu, na plenitude da sabedoria do pobre de Iahweh e na humildade, com longanimidade e amor fraterno. Vivendo essa caridade com toda solicitude estará em plena comunhão de vida com Deus e com todos os membros da Igreja. Na plenitude da caridade, agindo integralmente segundo a verdade, conseguiremos crescer sempre mais, porque viveremos a vida de Cristo, Cabeça do Corpo da Igreja. É por ele que o Corpo todo, agora harmoniosamente estruturado e composto, pela cooperação de toda e cada junta, com força, na medida da contribuição de cada um, opera o seu crescimento na sua edificação no amor.
