#128 10 A 16 DEZ 2016 PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO AMPARO, SP
CORAÇÕES ABERTOS E MISERICORDIOSOS COMO O PAI Por Adilson Jorge Pastoral da Comunicação
As Portas Santas - espalhadas por todo o mundo - se fecharam. O Ano Santo Extraordinário terminou. O que nos sobra? O que nos provoca? Tive a alegria de trabalhar como voluntário na Basílica de São Pedro, no Vaticano, durante sete semanas (entre setembro, outubro e novembro). Acolhendo os peregrinos, não sei quantos fiéis encontrei. Foram milhares. Não sei quantas perguntas respondi. Foram inúmeras. Não sei quantas perguntas não sabia responder. Foram tantas também. Não consigo mensurar também o quanto aprendi. Mas não foi qualquer aprendizado, mas algo muito maior do que aperfeiçoar um idioma, saber caminhos e tanto mais. O aprendizado foi de compreender que a vida só tem sentido se estamos à serviço dos outros (“Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo”, dizia o escritor John Donne), e que a misericórdia de Deus
encontra mesmo que seja a mínima brecha para entrar e preencher o coração. O Ano Santo terminou no último dia 20 de novembro, Solenidade de Cristo Rei do Universo, com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro pelo Papa Francisco. Para compreender o valor que este ano teve na vida da Igreja - finalidades propostas e efeitos - é necessário que tenhamos à mão dois documentos: a Bula de Proclamação do Ano Santo, “Misericordiae Vultus”, e a Carta Apostólica “Misericordia et Misera”, assinada pelo Santo Padre no dia mesmo dia 20 de novembro. Na Bula de Proclamação, Papa Francisco deixa claro seu desejo que os fiéis experimentassem a misericórdia e tornassem instrumentos do agir de Deus, não escondendo-o mas usando-se a si mesmo na propagação de seu amor redentor. Não há dúvidas que a misericórdia tornou-se protagonista do agir da Igreja nesses últimos meses, mas não podemos cair no engano de, agora, colocá-la em segundo plano. A misericórdia é razão do caminhar da comunidade cristã. A realidade que o mundo nos apresenta é terreno