Revista Brasil Mais Jovem 2ª Edição

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POLÍTICAS PÚBLICAS

- Mês da Juventude - Plano Nacional de Juventude - Apoximando o Diálogo com Estados e Municípios - CONJUVE

INTERNACIONAL

COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E CULTURA

DIVERSIDADE E IGUALDADE

TRABALHO E RENDA

EDUCAÇÃO

- Política Internacional de Juventude

- Programa Juventude Vlogueira

- Nossos Corpos, Nossas Vozes

- A Riqueza das Favelas - Inovar é Preciso

- ENEM

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MEIO AMBIENTE

- Terra de Tradição - Água Para Todos

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

- Projeto Rondon - SNJ Convida População a Contribuir com o Desenvolvimento de Programas

MATERIA DE CAPA

ESPORTE E LAZER

SAÚDE

SEGURANÇA

- Amapô de Carne de Osso - Lições da Preta - Onde Mora o Funk

- Juventude, Cultura e Território

- Cartilha Propõe Soluções e Debate Sobre Sexualidade e Saúde de Adolescentes

- Fortalecimento de Conselhos Tutelares


Combater preconceitos e violências

N

ão há um dia em que não nos deparamos com noticiário de violência contra as mulheres. A cada hora uma mulher é assassinada no Brasil. Elas ainda enfrentam discriminação no mercado de trabalho. Recebem, em média, salários 20% menores que os homens. E, se forem negras, são vítimas ainda do preconceito racial. Em relação aos jovens negros, o quadro também é dramático: segundo o Mapa da Violência, são 4.290 mortes por ano, uma a cada 23 minutos. São estatísticas que revelam o enorme desafio que temos pela frente. Há muitas iniciativas exitosas e histórias de superação, como poderão conhecer adiante, que inspiram e também cobram uma eficiente ação governamental. Nesse sentido, a Secretaria Nacional de Juventude tem muito a contribuir por meio dos seus programas. O Plano Juventude Viva é um bom exemplo e será coordenado também pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Está em reformulação e reunirá ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros em situações de violência a partir da criação de oportunidades de inclusão social.

O Governo Federal assumiu desde o seu início, há um ano e oito meses, um caráter fortemente reformista. O objetivo é modernizar o Brasil para prepará-lo para o futuro, para o desenvolvimento sustentável, para que esteja pacificado e seja mais justo. E esse processo das reformas estruturantes também envolve superar desigualdades, combater preconceitos que impedem que o Brasil avance, não apenas em termos econômicos, mas nas questões de direitos e oportunidades e justiça social. Se quisermos crescer como país e evoluir como sociedade – e isso todos queremos – não podemos assistir resignadamente ao noticiário sobre pessoas que foram discriminadas, agredidas ou violentadas pelo simples fato de serem mulheres ou negras. Governo e sociedade precisam agir. Antonio Imbassahy Ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República

e t n e i d e Exp

Presidência da República Michel Temer Presidente da República

Secretaria Nacional de Juventude Francisco de Assis Costa Filho Secretário Nacional de Juventude

Secretaria de governo Antônio Imbassahy Ministro Chefe da Secretaria de Governo Ivani dos Santos Secretária-Executiva

COIJUV José Antonio de Melo Filho Secretário Executivo do COIJUV Ludmila Ribeiro Oliveira Assessora Técnica


Fala, secretário!

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lá amigos e amigas! Nesta segunda edição da Revista Brasil Mais Jovem trouxemos inúmeros programas atualizados do Governo Federal, neste, que é maior pacote de ações voltados para os jovens de 15 a 29 anos. Foram meses de intenso trabalho e dedicação, servindo ao nosso país, construindo alicerces para aqueles que estão chegando. A grande novidade desta edição fica por conta da celebração do mês da consciência negra, novembro, que destaca a luta do povo negro para garantir seu espaço na sociedade e suas inúmeras conquistas. Trouxemos personalidades marcantes da atualidade que se dispuseram a nos contar sobre sua trajetória em busca do sucesso. Que sirva de inspiração para você também, por aqui, nós ficamos entusiasmados em reafirmar que: quem determina a sua história, é você mesmo. Não a sua condição, não a cor da sua pele, mas a sua força de vontade e inquietude. Em um país onde mais da metade da população é negra, a valorização desta cultura tem conquistado degrau a degrau o espaço que lhe é de direito e vemos cada vez mais jovens negros empoderados, assumindo o papel de protagonistas das suas próprias histórias. Para ampliar ainda mais a voz destes jovens e criar políticas públicas que diminuam as desigualdades, a Secretaria

Nacional de Juventude, em parceria com a Unesco, solicitou ao Fórum Brasileiro da Segurança Pública atualização do Índice de Vulnerabilidade Juvenil - IVJ 2017, que terá um recorte voltado para os jovens negros. O índice compõe o esforço do novo Plano Juventude Viva, que reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens a situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos. Não podemos permitir que o racismo gere violência e desigualdade. Como dizia Januário Garcia: “Existe uma história do povo negro sem o Brasil. Mas não existe uma história do Brasil sem o povo negro.” Vamos nos unir para que possamos juntos construir o país que queremos ver! Boa leitura! Francisco de Assis Costa Filho Secretário Nacional de Juventude

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) Diretoria Cecília Leite de Oliveira Coordenação Geral de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Produtos (CGPD) Colaboradores especiais Mariana Lozzi Jacqueline Bogdezevicius Estela Monteiro Vanessa Cordeiro Luana Melody Brasil

Diagramação e arte Diego Barreto Nuielle Medeiros Fotos Galileu Oldenburg Adnilton Farias Gráficos Freepik

A Revista Brasil Mais Jovem é uma publicação da Secretaria Nacional de Juventude. Endereço: Pavilhão das Metas, Via N1 - Leste s/nº Praça dos Três Poderes Zona Cívico Administrativa CEP: 70150-908 Telefone: (61) 3411.1700 E-mail: juventude@presidencia.gov.br Site: www.juventude.org.br


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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

MÊS DA JUVENTUDE

Fique por dentro das ações que empoderaram os jovens brasileiros pelo país na comemoração do mês da juventude

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Dia Nacional da Juventude é comemorado no Brasil desde o dia 12 de agosto de 2002. A data foi instituída em nosso calendário por meio da Lei 10.515, de 11 de julho de 2002. Além de acompanhar a decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de dezembro de 1999, que estipulou 12 de agosto como Dia Internacional de Juventude, a iniciativa se propõe a corrigir e prevenir todos os problemas e mazelas que perturbam os jovens, como marginalização social, desemprego, violência, falta de acesso à educação, doenças, abuso de drogas e outros tóxicos.

Para promover os direitos dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos, a Secretaria Nacional de Juventude promoveu uma série de eventos no mês de agosto, em todo o país. Realizamos um encontro com mais de 200 gestores de juventude de todo o País, em Brasília (DF); retomamos programas que estavam parados, como o Juventude Viva e o Estação Juventude 2.0; demos posse aos integrantes do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e a Revista Brasil Mais Jovem. Confira como foi a programação do Mês da Juventude:

Entre as principais ações, foi lançado o Brasil Mais Jovem, pacote que contempla 39 iniciativas distribuídas em 13 ministérios.

02/08 Lançamento do ID Jovem em Maceió (AL) e Junqueiro (AL)

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

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Aniversário de 4 anos do Estatuto da Juventude

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04/08

Início do envio das propostas para o Estação Juventude 2.0, que investirá R$ 11 milhões. Cada convênio com município ou estado poderá chegar ao valor de R$ 300 mil.

estacao juventude

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Lançamento do ID Jovem em Vila Velha (ES)

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Dia “D” do ID Jovem no Rio de Janeiro (RJ) ação em 16 escolas públicas, com atendimento a 8 mil jovens

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Capacitação de servidores de Itajaí (SC) sobre o ID Jovem. SNJ participa de seminário na Câmara dos Deputados sobre os 16 anos da Lei da Aprendizagem

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

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Plano Nacional

de Juventude

Por uma política de estado para a juventude

Posse do Comitê Gestor do Plano Nacional Juventude Viva (ações para a redução da violência contra a juventude negra), na sede da Unesco, em Brasília (DF). Mutirão para cadastramento do ID Jovem no Colégio Estadual Dom Pedro II, em Petrópolis (RJ).

11/08

12/08

Shows, atividades esportivas e cadastramento do ID Jovem na periferia do Distrito Federal, nas cidades de Planaltina, Recanto das Emas e Ceilândia.

15/08 Posse dos 60 integrantes do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Encontro Nacional de Gestores Estaduais e Municipais de Juventude, na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília (DF), reúne mais de 200 gestores estaduais e municipais.

Coordenador de Políticas Transversais da Secretaria Nacional da Juventude, Vitor Otoni Damasceno, participou do Seminário de Estado, Racismo e Violência, na Universidade de Brasília (UnB) e falou sobre o Juventude Viva.

16/08

23 e 24/08

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Realização de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater os principais pontos do Sistema Nacional de Juventude (SINAJUVE), que vai prever as competências de União, Estados e Municípios na implementação da Política Nacional de Juventude. DF publica decreto que cria o Comitê Distrital de Acompanhamento e Fiscalização do programa Identidade Jovem (ID Jovem).

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Secretaria Nacional de Juventude lança o Brasil Mais Jovem, pacote com 39 iniciativas distribuídas em 13 ministérios que visam o empoderamento e a emancipação de jovens de 15 a 29 anos.


POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

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Publicação de alterações no Edital do Estação Juventude 2.0, permitindo que estados e municípios que tinham convênio vigente com o Programa possam participar do edital atual. A alteração atende a uma solicitação do Fórum Nacional de Gestores Municipais de Juventude (FOMJUV). O secretário nacional de Juventude, Assis Filho, participa do Dia Municipal da Juventude em Aparecida de Goiânia (GO), em meio a apresentações esportivas, culturais e musicais. A SNJ lançou o programa ID Jovem.

SNJ participa da 4ª Semana Estadual do Jovem Empreendedor de Mato Grosso do Sul.

24/08 29 e 01/0

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30/08

Criação do Fórum Nacional de Gestores Municipais de Juventude (FOMJUVE) e eleição de sua diretoria-executiva. Ele será comandado por Maicon Nogueira, subsecretário de Políticas de Juventude de Campo Grande (MS).

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Plano Nacional

de Juventude

Por uma política de estado para a juventude

Primeira reunião com os consultores do Plano Nacional de Juventude (PNJ), que vão elaborar uma proposta de um plano de governo decenal para atender aos 11 eixos temáticos previstos no Estatuto da Juventude. 2º Encontro do Comitê de Desenvolvimento de Startups para Juventude, em Brasília (DF).

PLANO NACIONAL DE

ST RTUP 11


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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Plano Nacional

de Juventude

Por uma política de estado para a juventude

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O secretário da Juventude da Câmara dos Deputados, deputado Rafael Motta (PSB-RN), sugeriu que seja feita uma Comissão Geral para discutir a atualização do Plano Nacional de Juventude (PNJ). Na foto: Da esquerda para a direita: o presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Anderson Pavin Neto, o secretário nacional de Juventude, Assis Filho, o secretário da Juventude da Câmara dos Deputados, deputado Rafael Motta (PSB-RN) e o secretário-executivo do Comitê Interministerial da Política de Juventude (Coijuv), José Antônio de Melo Filho.

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Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), em parceria com o Fórum Nacional de Gestores Municipais de Juventude (Fomjuve), o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e o Fórum Nacional de Gestores e Secretários Estaduais de Juventude (Forjuve), está trabalhando na reestruturação do Plano Nacional de Juventude. A reformulação do Plano contou com consultorias, realizadas em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que forneceu estudos e relatórios atualizados que fomentaram o texto do novo Plano, nos meses de novembro e dezembro, estão previstas uma série de ações que irão contribuir na consolidação do documento. Fazem parte da programação audiências públicas nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os estados que representarão as regiões


POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

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foram escolhidos no Fórum Nacional de Gestores e Secretários Estaduais de Juventude (Forjuve): Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Ceará, São Paulo e Tocantins. As audiências públicas nos estados vão contar com a participação da sociedade civil, além de gestores de políticas públicas e conselhos de juventude. Além disso, ocorrerão também reuniões com conselhos e juventudes partidárias. Além das audiências, será realizada uma consulta pública online. acesse aqui! O deputado federal André Amaral (PMDB-PB) solicitou a realização de uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa, marcada para dia 14 de dezembro, “é necessário debater o Plano Nacional de Juventude, pois este integra o Sistema Nacional tda Juventude (Sinajuve) e estabelece metas para o Governo Federal no cumprimento das políticas públicas voltadas para os jovens”, afirmou o deputado.

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) atuou na Comissão Especial criada para acompanhar e estudar propostas de Políticas Públicas para a Juventude, em 2004. O PL 4530/2004 é resultado dos trabalhos dessa comissão. Ele é relator de uma proposta substitutiva apresentada em 2006, que contém 250 objetivos e metas para a juventude.

Na foto: O presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Anderson Pavin Neto, junto ao deputado federal Reginaldo Lopes e o presidente do Comitê Interministerial dta Política de Juventude (Coijuv), José Antônio de Melo Filho.

Aos 28 anos, o deputado federal Wilson Filho (PTB-PB) é um dos parlamentares mais jovens da casa e autor de um requerimento que pedia a inclusão da proposta na pauta de votação. “Os jovens precisam ser incorporados ao processo de desenvolvimento do país, por meio de uma política nacional de juventude voltada aos aspectos humanos, culturais e educacionais”, defende o jovem parlamentar. Na foto: O deputado federal Wilson Filho, expressa todo seu apoio ao secretário nacional de Juventude, Assis Filho.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Região Centro-Oeste recebe audiência pública para debater o Plano Nacional de Juventude A capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande foi a sede oficial no Centro-Oeste para tratar das discussões que irão reestruturar o PNJ que ocorreram dia 27/11. O debate foi realizado na Câmara Municipal, representantes de todos os poderes e da sociedade civil debatem os principais temas que envolvem o jovem e como promover políticas públicas especificas para a categoria.

Estiveram presentes o secretário nacional de juventude, Assis Filho; o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad; o subsecretario da subsecretaria de políticas para a juventude (SUBJUV), Maicon Nogueira; a representante do ministério público do trabalho do Mato Grosso do Sul da 24ª Região, procuradora Simone Rezende; o superintendente de políticas sócio educativas do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, Celso Almeida de Oliveira; o consultor da UNESCO, Joel Borges; a coordenadora de apoio as articulações inter institucionais, Noemia Ani e o secretário executivo do conselho nacional de juventude, Saulo Spinely.

Centro-Oeste

O estado de Santa Catarina, Florianópolis foi escolhido pelo Fórum Nacional de Gestores e Secretários Estaduais de Juventude (Forjuve) para representar a região Sul no debate que aconteceu dia 27/11. O evento, que ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado, reuniu cerca de cem jovens da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração, que puderam contribuir dando sugestões para o texto do PNJ através de um formulário escrito. Na foto: Participaram o secretário de estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação Valmir Comin, Anderson Pavin Neto, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Teilor Topanotti, coordenador estadual da Juventude de Santa Catarina, Edson Lau Filho, coordenador estadual de Juventude do Paraná, José Antônio de Melo Filho, secretário executivo do Comitê Interministerial da Política de Juventude (Coijuv), Fernando Fernandes, coordenador de políticas públicas para a juventude da Prefeitura de Florianópolis, o diretor institucional do Fórum Nacional de Gestores Municipais de Juventude e conselheiro do Conjuve, Juliano Luiz Baumgarten, o presidente estadual do Fórum dos Gestores Municipais do Rio Grande do Sul e Samuel Bastos, consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Sul

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

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O Ceará foi escolhido para representar a região Nordeste no debate que ocorreu dia 28/11. O evento reuniu gestores municipais de Políticas Públicas para a Juventude (PPJs) e mais de cem alunos da rede estadual de educação do Ceará, além do consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Joel Borges, que respondeu às perguntas do público. Participaram da mesa diretora da audiência Julio Brizzi, secretário de PPJs de Fortaleza; Eriverton Aguiar, presidente do centro acadêmico de direito da faculdade Estácio de Sá, Edvard Neto; presidente do Conselho Municipal de Juventude de Fortaleza; Roberto Viana, presidente do Conselho Estadual de Juventude do Ceará; Venício Moura Jr., presidente do Conselho Estadual do Piauí; Vicente Gomes, coordenador estadual de juventude do Piauí; Bruno Pedrosa, presidente da Comissão de Juventude da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará; Igor Bezerra, secretário municipal de Cultura e Esporte de Fortaleza; Saulo Spinelly, secretário executivo do Conselho Nacional de Juventude; David Barros, coordenador especial de PPJs do Ceará; Adriana Luz, gerente de PPJs do Pernambuco; Vitor Pontes, coordenador de Juventude municipal de Sobral-CE; Igor Bezerra, coordenador especial de PPJs de Sobral-CE; Ritchele Rodrigues, gestor municipal de Juventude de Fortaleza; Italo Alves, líder regional do Movimento Renovação Política - Acredito; Pedro Alcino, vice-presidente da União dos Vereadores do Ceará; Talita da Silva, Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Ceará; José Antônio de Melo Filho, secretário executivo do Comitê Interministerial de Políticas de Juventude.

Nordeste

Presidente da Câmara garante votação do Plano Nacional de Juventude O Secretário Nacional de Juventude, Francisco de Assis Costa Filho, se reuniu com o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no dia 29/11 para tratar sobre a atualização do Projeto de Lei (PL) nº 4.530 de 2004, que institui o Plano Nacional de Juventude para o próximo decênio. Na ocasião também estiveram presentes o Secretário de Juventude da Câmara dos Deputados, Rafael Motta (PSB/ RN), os deputados federais André Amaral (PMDB/PB), Victor Mendes (PSD/MA) e Baleia Rossi (PMDB/SP) e o presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Anderson Pavin Neto. Consultores da UNESCO, representantes do grupo Juventude Avante e da Juventude do Partido Social Cristão (PSC) também marcaram presença no encontro, em apoio à votação do Plano Nacional de Juventude. Ficou acertada a realização da Comissão Geral para o próximo dia 15 de dezembro, para discutir o PNJ com a classe política e os movimentos sociais de todo o Brasil. E o último passo acertado com a Presidência da Câmara é a realização da sessão deliberativa para votar definitivamente o Plano Nacional de Juventude e vários projetos relacionados à nossa pauta que tramitam na Câmara.

Confira o cronograma de audiências públicas no Portal da SNJ – www.juventude.gov.br - e participe!

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

APROXIMANDO O DIÁLOGO COM ESTADOS E MUNICÍPIOS

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nova comissão diretora do Fórum Nacional de Gestores Municipais de Juventude (Fomjuve) foi eleita em agosto, no II Encontro de Gestores Municipais e Estaduais de Juventude, em Brasília. Após dois dias de diálogo entre os participantes do evento, representantes dos 26 estados da fe-deração e do Distrito Federal, a votação elegeu a chapa de Maicon Nogueira, líder do movimento jovem do PMDB no Mato Grosso do Sul, para dirigir o Fórum.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

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A diretoria executiva do Fomjuve, presidida pelo sul-mato-grossense, é também composta por Wellington Paulo, vice-presidente, Rogério Alves, secretário geral, Murilo Ferreira, tesoureiro, Michel Oliveira, tesoureiro adjunto, Fernando Fernandes, diretor de Assuntos Institucionais, Luciano Lacerda, coordenador da região Norte, Mateus Albuquerque, coordenador região Nordeste, Sandro Gonzales, coordenador da região Centro-Oeste, Robson Guimarães, coordenador da região Sudeste, Marco Antonio Freire Figueiredo, coordenador da região Sul.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

GOVERNO AVANÇA PARA INSTITUIR O SISTEMA NACIONAL DE JUVENTUDE

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secretário nacional de juventude Assis Filho reuniu-se, no mês de novembro, com o ministro da Secretaria de Governo Antônio Imbassahy para discutir a regulamentação e implantação do Sistema Nacional de Juventude (Sinajuve). Na ocasião, os dois alinharam os pontos principais que estarão no decreto que instituirá o Sistema, que segue para a assinatura do presidente Michel Temer.

“A regulamentação e o decreto são a recuperação de uma dívida histórica do Estatuto da Juventude. O texto recebeu milhares de contribuições dos jovens brasileiros, da sociedade civil, de representantes de diversos segmentos, de entidades de atuação nacional e regionais. O decreto vai atender as expectativas de governança, de ativação de políticas públicas e efetivação dos direitos previstos em nossa Constituição”, declarou Assis Filho.

Saiba mais

O Sinajuve é um desdobramento do Estatuto da Juventude (Lei 12852/13 que determina quais são os direitos dos jovens, de 15 a 29 anos, garantidos e promovidos pelo Estado brasileiro). Nele, está previsto a criação do Sistema, que garantirá maior efetividade das ações governamentais no campo das Políticas Públicas de Juventude, atribuindo responsabilidades à Federação, estados e municípios de implementarem políticas públicas para a juventude (PPJs). Basicamente, o Sinajuve estabelece as medidas práticas para que as PPJs saiam do papel.

COMITÊ PARTIDÁRIO DE ARTICULAÇÃO POLÍTICAS DE JUVENTUDE (CPAPJ)

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m sua última reunião, que ocorreu em setembro, em Brasília, o Comitê Partidário de Articulação de Políticas Públicas para a Juventude (CPAPJ) discutiu sobre a Criação da Comissão Permanente da Juventude, da Criança e do Adolescente. Os membros do Comitê concordaram em buscar junto aos seus parlamentares, membros da Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-

dania da Câmara dos Deputados, apoio para que a Comissão fosse criada. Além disso, discutiram também a respeito dos projetos de lei para a redução da maioridade penal, sobre o movimento estudantil e o movimento secundarista, entre outros assuntos. A próxima reunião do CPAPJ está prevista para acontecer em dezembro deste ano.

Saiba mais

O comitê é formado pelas juventudes do DEM, PMDB, PP, PPS, PR, PRB, PSC, PSD, PSDB, PSDC, PTB e PV. A presidente nacional da Juventude do PTB, Graciela Nienov, coordenadora-geral do Comitê Partidário de Articulação Política de Juventude (CPAPJ). A Mesa Diretora do CPAPJ é composta por mais três membros: Samuel Oliveira (PSC), subcoordenador; Alexandre Almeida (DEM), secretário-geral; e Marco Meneghetti (PRB), subsecretário. O mandato é de dois anos. “O objetivo do comitê é oportunizar o empoderamento dos jovens, para que eles exerçam o controle social, que é o instrumento para o exercício pleno da democracia”, explicou Assis Filho, Secretário Nacional de Juventude.

ACESSE WWW.JUVENTUDE.GOV.BR E FIQUE POR DENTRO DE OUTRAS POLÍTICAS PÚBLICAS DA SNJ FÓRUM NACIONAL DE GESTORES E SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE JUVENTUDE – FORJUVE COMITÊ INTERMINISTERIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE – COIJUV 18


POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Dez conselheiros do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) estiveram entre os dias 14 e 22 de outubro, em Sochi, na Rússia, participando de discussões, programas culturais e conferências abertas do 19º Festival Mundial de Juventude e dos Estudantes. O Conjuve é um dos principais espaços de debate e de proposição de instrumentos de cooperação dos jovens brasileiros. E a participação brasileira no Festival reforçou laços internacionais em um dos mais relevantes espaços para intercâmbios entre organizações juvenis nacionais e internacionais. O evento reuniu cerca de 20 mil jovens de 185 países. Na Rússia, o presidente do Conjuve, Anderson Pavin neto, e o vice-presidente, Marcus Barão, também participaram do Fórum de Jovens Parlamentares dos Países do BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul), ao lado do secretário da Juventude da Câmara dos Deputados, Rafael Motta, e do Presidente da Comissão de Relações Internacionais do Conjuve, Rodrigo Reis. Eles ajudaram a construir, em parceria com os outros países dos

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BRICS, um Plano de Ação elencando as prioridades para as juventudes desses países e estabelecendo uma rede de cooperação entre as partes. O Conjuve é um órgão consultivo composto por 60 conselheiros, um terço deles representantes do poder público e o restante representante da sociedade civil, num total de 40 entidades e organizações eleitas. Na primeira reunião deste ano, realizada dia 15 de agosto, em Brasília (DF), foram eleitos e empossados o presidente, Anderson Pavin (representando o poder público), e o vice-presidente, Marcus Barão (representando a sociedade civil). Na ocasião, também foi aprovado o Regimento Interno e criadas cinco comissões permanentes (bem como eleitos os seus presidentes): Relações Internacionais (Rodrigo Reis); Programas e Políticas (Maria das Neves); Parlamento (Misael Mendes da Rocha Junior e Antonio Zanette); Comunicação (Camila Ribeiro); e 19


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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Articulação e Diálogo (Jessica Ohana Tavares). De acordo com o Regimento Interno, cada eixo do Estatuto da Juventude conta com um Grupo de Trabalho: Participação, Educação, Trabalho, Diversidade e Igualdade, Saúde, Cultura, Direito à Comunicação, Esporte e Lazer, Meio Ambiente, Território e Mobilidade e Segurança e Paz. Além das cinco comissões permanentes, foram criadas duas novas comissões, de Empreendedorismo e Inovação, presidente Gabriel de Mesquita, voltada para enfrentar a questão da empregabilidade hoje no país; e Especial para acompanhamento do Sinajuve (Sistema Nacional de Juventude), presidido por Neilson Amatal Marques. Os conselheiros Rodrigo Reis (Global Attitude) e Lorena Stephanie (AIESEC) assumiram seus mandatos e já foram colocando a mão na massa. Ambos tiveram papel fundamental na Rússia, onde construíram uma agenda com a WAY – World Assembly of Youth (Conselho Mundial dos Conselhos de Juventude). Depois da reunião com a presidente da WAY, Ediola Pashollari, ficou acertada a adesão do Conjuve à organização que reúne juventudes de mais de 140 países. “Queremos ser responsáveis pelo Brasil que teremos em 20, 30 anos e temos consciência que ele 20

é construído pelas nossas ações hoje. A AIESEC no Brasil acredita que o desenvolvimento de liderança jovem é a solução fundamental para a transformação do Brasil e por isso engajamos milhares de jovens”, defende Lorena, diretora da AIESEC no Brasil. O processo eleitoral dos representantes da sociedade civil para o biênio 2017/2019 foi amplamente divulgado e debatido. A designação de 20 vagas de acordo com os 11 eixos do Estatuto da Juventude e a regionalização das 20 vagas restantes ajudaram a resgatar o Conselho, para que ele possa de fato representar a totalidade e a diversidade dos jovens brasileiros. “Hoje nós temos representações em todas as regiões do Brasil, o que nos permite avaliar, deliberar e construir pautas de ações dentro da realidade que condiz com a necessidade específica de cada estado ou município”, certifica o secretário-executivo do Conjuve, Saulo Spinelly. Foi assim que o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans) chegou às cadeiras do conselho, graças à distribuição de vagas de acordo com os 11 eixos do Estatuto da Juventude. “Queremos que o Conjuve seja um espaço transparente e de poder para toda a juventude”, explica Ayune Soares, mulher transexual designa-


POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

da para representar a organização no conselho. A titularidade da cadeira LGBT está com a entidade Diversidade Tucana. De acordo com o regimento do Conjuve, há um revezamento entre as entidades eleitas e após um ano os suplentes trocam de lugar com os titulares e vice-versa. A formação da agenda governamental e a introdução de novos direitos para os jovens na pauta de políticas públicas por meio do controle social são as áreas nas quais o Conjuve tem obtido maior êxito. O conselho teve atuação marcante na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 138/2003, mais conhecida como PEC da Juventude, que incluiu os jovens de 15 a 29 anos entre as prioridades do Estado em direitos como saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização e cultura. O conselho também teve atuação marcante no Congresso quando defendeu a aprovação do Estatuto da Juventude, em agosto de 2013. “De 2005 pra cá, o conselho teve participação fundamental em diversas demandas relevantes com nas três Conferências Nacionais de Juventu-

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de (2008/2011/2015) e na aprovação do Estatuto”, explica o presidente do Conjuve, Anderson Pavin Neto. “O Estatuto da Juventude completou um ciclo geracional, porque até então o país contava com os Estatutos da Criança, do Adolescente e do Idoso, mas nada voltado para a juventude.” O colegiado é um dos principais espaços de participação social dos jovens na proposição e no controle social de políticas públicas e vem fazendo um forte acompanhamento dos projetos relacionados à juventude que estão sendo elaboradas no Congresso Nacional. Em setembro, o Conjuve se colocou contra a criminalização do funk, durante audiência pública no Senado Federal, e lançou uma carta pública contra a redução da maioridade penal, na qual esclarece que reduzir a maioridade penal é tratar o efeito e não a causa, já que os adolescentes são as maiores vítimas e não os principais autores da violência. “Reduzir a maioridade, não reduz a violência. Queremos mais escolas e investimentos em educação,” explica a carta pública. Os conselheiros também consideram que

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

criminalizar o funk é discriminar as juventudes das periferias. O debate foi motivado por uma Ideia Legislativa apresentada ao Portal e-Cidadania do Senado por um cidadão que pedia que o funk fosse considerado “crime de saúde pública” contra “crianças, adolescentes e a família”. Bruno Ramos, representante da Liga do Funk no Conjuve no eixo da Cultura, se preocupa com o avanço das pautas conservadoras no País. “Primeiro tentaram reduzir a maioridade penal e agora querem criminalizar o funk e nós não podemos permitir que os estereótipos e preconceitos calem uma manifestação artística que é a marca registrada da periferia, dos indivíduos em situação de vulnerabilidade.” Marcus Barão, vice-presidente do Conjuve, esclarece que todo jovem brasileiro é bem vindo no Conjuve. “Queremos que eles participem, enviem suas contribuições e falem sobre as particularidades das comunidades em que vivem, que descortinem suas angústias.” Para estimular essa participação, eles vão lançar a campanha Conselho Presente, que num primeiro momento vai mapear os conselhos estaduais e municipais de juventude existentes. A partir desse mapeamento, serão identificados os locais onde não existem conselhos e será feito um trabalho

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de divulgação para ampliar o número de conselhos e formar novos conselheiros em todo país. O planejamento estratégico e participativo montado pela gestão 2017/2019 prevê a descentralização das reuniões, com encontros em todas as regiões do Brasil até o final do mandato. Bruno Dias Pereira, representante da organização Um Teto para meu País, defende uma participação maior dos jovens nos processos de decisão. “Queremos mais participação da juventude e cidades sustentáveis, dignas e seguras”. Nesse processo de fortalecimento e retomada do Conjuve, a mesa diretora tem participado ativamente de seminários, cursos, congressos e eventos correlatos para o debate de temas relativos à juventude. Participou do Encontro Nacional de Gestores Municipais de Juventude, pediu prioridade na implementação de políticas públicas para a juventude no Fórum Interconselhos 2017 e marcou presença na Semana de Juventude da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa e Cascais, em Portugal. Na sua 45ª Reunião Ordinária, os conselheiros vão debater o Plano Nacional de Juventude, que foi atualizado por consultores contratados por meio de uma parceria entre Secretaria Nacional de Juventude e Unesco.


INTERNACIONAL

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Política Intercional de Juventude SNJ participa de eventos internacionais e troca experiência sobre PPJs

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Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) valoriza a troca de experiências em Políticas Públicas para a Juventude (PPJs) com outros países. De olho nos benefícios que esta interação pode trazer para o Brasil, o órgão esteve presente em dois eventos internacionais, em Honduras, em novembro deste ano, e na Rússia, em outubro. Secretário Adjunto da SNJ, Felipe Vinhas, representou o país no Fórum Internacional de Juventude e na 5ª Conferência Extraordinária de Ministros e Chefes de Juventude da Ibero-América. Os eventos ocorreram na cidade de Teguci-galpa, em Honduras, no início de novembro. O Brasil apresentou na 5ª Conferência Extraordinária de Ministros e Chefes de Juventude da Ibero-América, os avanços que têm implementado em favor da juventude por meio de ações e programas, além de regulamentos, e as diferentes políticas públicas que são realizadas pela SNJ e outros 13 ministérios que estão incluídos no pacote Brasil Mais Jovem. O evento internacional contou com a pre-

sença do presidente de Honduras Juan Orlando Hernández e reuniu 21 representantes de Es-tado em questões juvenis. A Conferência foi promovida pela Organização Internacional da Juventu-de para a Ibero-América (OIJ- Ibero-América). Já o Fórum Internacional de Juventude foi um espaço para troca de experiências e rodas de diálogo. O Instituto Nacional da Juventude de Honduras selecionou 400 jovens que debateram o tema central “Os jovens e o futuro do emprego: o que é imprescindível para o desenvolvimento sustentável?”. O tema foi escolhido de acordo com um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), estabelecidos pela Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas. Além disso, participaram também representantes do setor público, empresarial e terceiro setor de vários países da América Latina, trocando ideias e boas práticas. As rodas de diálogos foram realizadas em sessões plenárias, com o objetivo de conhecer e articular oportunidades e recursos disponíveis em cooperação internacional.

“É uma oportunidade que nós temos de nos reaproximar de organismos internacionais, especialmente os que têm vínculo com países vizinhos, para que a gente possa fortalecer não só os conhecimentos e as interações com as políticas públicas de juventude e programas que possam de alguma maneira beneficiar o Brasil, mas também ajudá-los na conquista de perspectivas melhores para o povo da América Latina”, explica Felipe Vinhas, secretário-adjunto da SNJ. 23


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INTERNACIONAL

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XIX FESTIVAL MUNDIAL DA JUVENTUDE E DOS ESTUDANTES

utro evento internacional que contou com a contribuição da SNJ foi o XIX Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, que ocorreu em Sóchi, na Rússia, no final de outubro. Organizado pela Federação Mundial da Juventude Democrática (WFDY) e pelo Comitê Nacional Preparatório da Rússia (CNP), teve como objetivo consolidar e discutir o movimento estudantil, as políticas para a juventude e fortalecer a cooperação entre as nações. Cerca de 20 mil jovens de 185 países - representantes da comunidade estudantil que alcançaram sucesso em ciências, artes, esportes e política participaram do Festival, no Parque Olímpico da cidade. Entre eles, 115 brasileiros. O Conselho Nacional de Juventude (Conju-

ve), também participou dos Festival, com uma delegação de nove representantes. O presidente do Conjuve Anderson Pavin ressaltou a grandiosidade do evento e a dimensão do protagonismo histórico da juventude no mundo. “É um privilégio participar de um evento dessa magnitude logo nos primeiros meses após a formação do nova gestão do Conselho, que representa a juventude brasileira”, disse Pavin. No Festival foram apresentados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para serem cumpridos nas políticas públicas para os jovens, levando em consideração que o mundo vive um momento denominado bônus demográfico da juventude, quando a população jovem é proporcionalmente maior que o restante.

ENCONTRO INTERNACIONAL DE MINISTROS DA JUVENTUDE Como parte da programação do Festival, a SNJ também esteve presente no Encontro Internacional de Ministros da Juventude. O evento ocorreu nos dias 12 e 13 de outubro, em Moscou e reuniu mais de 100 países. O objetivo foi consolidar a comunidade de jovens de todo o planeta em torno da ideia de justiça, reforçar os laços internacionais e desenvolver a interação intercultural entre eles. Participaram do encontro o vice-Primeiro-Ministro da Rússia, Vitaly Mutko e a enviada da Secretaria Geral das Nações Unidas para a Juventude, J. Wickramanayake. Na ocasião, o Secretário Nacional de Juventude Assis Filho discursou sobre os mais de 51 mi24

lhões de jovens brasileiros e do empenho do governo federal em institucionalizar as políticas públicas de juventude. Ele citou como parte das ações de fortalecimento dos jovens a reativação do Conselho Nacional de Juventude, a atualização do Plano Nacional de Juventude, a instituição do Sistema Nacional de Juventude e a criação do Fundo Nacional de Juventude. Para ele, essas iniciativas tornam o Brasil um dos primeiros países do mundo a implantar uma política de estado na sua integralidade. Ressaltou ainda o lançamento do pacote de ações Brasil Mais Jovem, o maior programa de políticas públicas voltadas aos jovens brasileiros.


INTERNACIONAL

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JUVENTUDE DO BRICS

s representantes do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) também participaram do Fórum de Parlamentares Jovens dos países dos BRICS - bloco econômico de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia e China, que ocorreu em São Petersburgo, no fim de outubro. “Fomos convidados pelos organizadores do Fórum, Rodrigo Reis, do Instituto Global Attitude e componente do Conjuve, e Roman Chukov, tivemos a oportunidade de representar o Conjuve na construção do plano de ação em favor da Juventude que será apresentado para o presidente do parlamento russo e para as lideranças de alto nível dos BRICS”, completa o vice- presidente do Conjuve Marcus Barão.

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39ª CONFERÊNCIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA

secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, reuniu-se com o ministro da Educação português, Tiago Brandão Rodrigues, para um balanço sobre a educação em Portugal e no Brasil. O encontro ocorreu durante a 39ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), evento realizado no início de novembro em Paris, na França, e do qual participaram representantes de todos os 195 países membros da organização. No encontro, a secretária-executiva e o ministro português destacaram a importância de programas como a residência pedagógica na formação inicial de professores, iniciativa que Portugal já vem realizando. Outro tema abordado foi a flexibilização do currículo do ensino médio com a oferta de cursos técnicos profissionalizantes em Portugal,

permitindo que alunos terminem essa etapa do ensino com dupla certificação. Maria Helena de Castro também se reuniu com o ministro da Educação da Argentina, Alejandro Oscar Finochiaro. Durante o encontro, eles abordaram o futuro da educação, as prioridades de cada país e a importância de incrementar os temas educacionais no G-20 (Grupo dos 20, formado por ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, incluída a União Europeia). As discussões realizadas durante a 39ª Conferência Geral da Unesco ajudarão governos a desenharem políticas públicas que oferecem apoio a professores e gestores públicos no preparo dos estudantes para os desafios deste século. Dentre as deliberações, ficou acertado que, em 2018, Brasil, Argentina e México vão participar da coordenação regional do G-20, em Buenos Aires. 25


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COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E CULTURA

PROGRAMA JUVENTUDE VLOGUEIRA

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e olho na capacidade da internet em ser mais um ambiente no qual jovens podem expressar sua arte e produzir cultura e entretenimento, o Ministério da Cultura (MinC) vai financiar, pela primeira vez, projetos culturais no formato de canais web. O projeto Juventude Vlogueira faz parte do Programa Nacional de Fomento do Audiovisual e selecionou 16 projetos de canais de conteúdos audiovisuais culturais brasileiros inéditos e originais, com temática cultural livre e que serão veiculados de forma gratuita na internet. Cada um dos contemplados receberá R$ 50 mil para investir no projeto. Além do Juventude Vlogueira, também fo-

ram lançados editais para Novos Roteiristas, Curtas-Metragens (parte destinada a diretoras mulheres), Apoio a Festivais e Mostras e um de produção de aplicativos e jogos eletrônicos, o App para Cultura. No total, os seis editais destinarão mais de R$ 8,6 milhões para 135 projetos do setor audiovisual. Desde 2011, o MinC não lançava com recursos próprios um pacote de editais tão amplo para o setor de audiovisual. Ao todo, foram inscritos 1232 projetos para o edital de Novos Roteiristas, 1055 para o de Curtas-Metragens, 149 para o de Festivais e Mostras, 364 para o App para Cultura e 361 para o Juventude Vlogueira.

CONHEÇA OUTROS PROGRAMAS DE TECNOLOGIA E CULTURA PARA JOVENS: SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE - BIBLIOTECA DE JUVENTUDE (SNJ) MINISTÉRIO DA CULTURA - PROGRAMA CENTROS DE ARTES E ESPORTES UNIFICADOS (CEUS) - PROGRAMA CULTURA VIVA - PROGRAMA DE CULTURA DO TRABALHADOR - PROGRAMA MAIS CULTURA MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES - PROGRAMA BRASIL MAIS TI - PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE AGENTES DE INCLUSÃO DIGITAL - PROGRAMA CENTROS VOCACIONAIS TECNOLÓGICOS 26


COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E CULTURA

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CONFIRA A LISTA DOS PROJETOS QUE FORAM SELECIONADOS PELO JUVENTUDE VLOGUEIRA!

OS GRANDES CAMPEÕES

Grupo 1: Unidades Federativas da Região Norte: Canal no País das Amazonas – Sarah Gabriela da Silva de Farias (Amazonas) RE CONHE-SER - Leandro Costa Xavier (Amazonas) Grupo 2: Unidades Federativas da Região Centro-Oeste: Cultura Indígena Contemporânea em Vídeo – “Cristian Wariu” - Cristian Wariu Tseremey Wa (Mato Grosso) Compacty - Patrícia de Souza Porto Gonçalves (Mato Grosso do Sul) Descobrindo o Brasil - João Luis Bispo de Oliveira Júnior (Goiás) Grupo 3: Unidades Federativas da Região Nordeste: Futuca a Tuia: O Canal da Juventude Rural Ariele de Andrade Nunes (Bahia) Janela dos Dias – Carlos Eduardo de Oliveira (Pernambuco) Passos da Cultura: O cariri como vejo - Kayo Filipe Alves da Silva (Ceará)

Grupo 4: Unidades Federativas da Região Sul, do Espírito Santo e de Minas Gerais: Canal Vai Vendo – Juane Valentim Miranda (Espírito Santo) Corpo Flor: Afeto, Negritude e Transgenereidade em Webdocumentário Episódico - Izah Candido Siham Silva (Espírito Santo) Bambaré com Babaya e Nadja - Lucas Raphael de Medeiros (Minas Gerais) Grupo 5: Unidades Federativas de São Paulo e do Rio de Janeiro: Coé, Charlin?! - Igor Moreno da Silva (Rio de Janeiro) Yourucum - O canal da Urucum no Youtube Haydée Lima Lacerda (Rio de Janeiro) O Álbum Das Mulheres Incríveis Natalia Rodrigues Milano (São Paulo) Canal A Terra do Faz de Conta - Amanda Aparecida de Souza Martini (São Paulo) Canal Sessão Popular – Luis Fernando Rodrigues Agustinho (São Paulo)

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DIVERSIDADE E IGUALDADE

NOSSOS CORPOS, NOSSAS VOZES

A Coordenadora-Geral de Promoção de Igualdade Racial da Seppir fala sobre o racismo institucional e sobre a incansável luta por respeito protagonizada por mulheres negras

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Brasil ainda carrega a marca assombrosa da violência contra as mulheres. Só para se ter uma ideia, 12 milhões de mulheres sofreram algum tipo de ofensa verbal em 2016. 5,2 milhões foram assediadas ou humilhadas publicamente no transporte público. 4,4 milhões sofreram violências físicas como tapa, chute ou soco. 1,4 milhões foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento. Em 61% dos casos, as agressões e ofensas foram feitas por conhecidos. Os dados fazem parte da pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto DataFolha com o apoio do Instituto Avon e do Governo do Canadá. Estes números podem mudar e o governo federal está trabalhando para isso. Em entrevista à Revista Brasil Mais Jovem, a coordenadora-geral de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Gabriela Cruz, fala sobre sua história de luta contra o racismo e dos desafios que o Brasil precisa enfrentar para mudar essa realidade.

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DIVERSIDADE E IGUALDADE

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Como é possível erradicar ou combater o racismo institucional? Quando se fala em emprego, em oportunidade de trabalho, ainda existem barreiras de acesso dentro das empresas, tanto de órgãos públicos, como de privados. Mesmo com formação e qualificação, sabemos que, para a pessoa negra, conquistar oportunidades tão básicas, tão fundamentais pode ser exaustivo, devido à necessidade de se auto-afirmar constantemente, além de provar competência e competitividade. A educação e os regimes internos das empresas precisam mudar, superar as práticas conservadoras e trabalhar para a melhor implementação e monitoramento de ações afirmativas. Para a mulher esse caminho é mais difícil? Já que, além do racismo institucional, existe a questão do machismo no mercado de trabalho? Sem dúvidas. O machismo e o racismo são uma dupla opressão. O Mapa da Violência de 2016, da autoria de Julio Jacobo Waiselfisz, que conduz um estudo dos homicídios por armas de fogo no Brasil, demonstra o aumento do número de registros de violência contra a mulher negra ao longo do tempo. É preciso frisar que essa violência não é somente física. É moral, psíquica, sexual, e pode ser muito sutil.

Ainda hoje muitas mulheres são vítimas de assédio sexual. Como enfrentar esse problema?

As mulheres negras continuam a carregar as marcas do racismo estrutural, o corpo delas ainda é visto como espaço público, como se fosse mais disponível do que o das demais mulheres. É um corpo mais vulnerável à sexualização, seja por parte da mídia ou de indivíduos do sexo masculino, o que indiretamente as torna mais propensas a sofrer assédio sexual e outras violências decorrentes disso. É triste constatar, mas o Brasil ainda carrega uma carga histórica escravagista de subalternidade e objetificação que reforça as práticas discriminatórias. 29


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DIVERSIDADE E IGUALDADE

Qual o papel da juventude na luta contra a discriminação racial?

Vimos que os jovens possuem uma capacidade imensa de inovar e enfrentar desafios, além de pensar a realidade de forma lúcida e inovadora. A juventude brasileira está avançando na contribuição dessas mudanças e se destaca na formação de grupos, coletivos culturais, projetos de comunicação comunitária e diversos outros movimentos que compartilham a capacidade de enfrentar as barreiras do preconceito e do racismo.

Ouvidoria Nacional de Igualdade Racial As reclamações ou denúncias encaminhadas à Ouvidoria dão origem a procedimentos administrativos e são agrupadas de acordo com o tema, passando por um processo de avaliação antes de serem encaminhadas às autoridades competentes. Cada caso tem um fluxo distinto a depender das características específicas, porém, em situações de racismo, a Ouvidoria acompanha os procedimentos adotados pela delegacia relacionada, assegurando o pronunciamento do Ministério Público.

Em 2016, foram registradas 422 demandas. Desse total, 326 foram denúncias, podendo ser assim categorizadas: 69 sobre violações de direitos referentes a Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Quilombolas e Ciganos; e 328 referentes a casos de racismo e injúria racial envolvendo a população negra em geral. A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial pode ser acionada pelo e-mail ouvidoria@seppir.gov.br e pelo telefone (61) 2025-7000.

Quem é Gabriela Cruz?

Natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Gabriela Cruz é Graduada em Serviço Social pela Faculdade IPA Metodista, pós-graduada em Educação pela Faculdade Santo Augusto/RS. Foi aluna cotista e suas ações em defesa da construção e implementação de políticas afirmativas e da garantia de direitos para a população negra a levaram à Coordenadoria da Igualdade Racial do Rio Grande do Sul em 2008. Em 2016, a convite da Desembargadora Luislinda Valóis, assumiu as funções

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de Gerente de Projetos e Secretária Nacional de Políticas de Ações Afirmativas Substituta, Secretária Executiva do Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial e Coordenadora dos Projetos de Cooperação Técnica Internacional da ONU, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ligada ao antigo Ministério da Justiça e Cidadania, hoje Ministério dos Direitos Humanos. Atualmente, exerce o cargo de Coordenadora-Geral de Promoção da Igualdade Racial.


DIVERSIDADE E IGUALDADE

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demanda por espaços para jovens – centros de juventude, parques e praças, centros de referência e espaços culturais – é uma preocupação constante e uma necessidade manifestada pelos jovens. Pensando nisso, a SNJ criou, em 2012, o Estação Juventude. O programa busca equipar espaços públicos de acesso livre (fixos ou itinerantes) com instrumentos e administradores capacitados para disponibilizar informações, orientações e atividades aos jovens. O objetivo é permitir o acesso à serviços e ações que contribuam para a inclusão, a autonomia e a participação social. A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ)

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estacao juventude

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lançou edital para o programa Estação Juventude 2.0, que teve como objetivo tornar mais fácil a execução do convênio com estados e municípios. Com essa flexibilização, o governo federal, por meio da SNJ, permitiu que o programa atenda às necessidades dos jovens de cada região. Serão investidos mais de R$ 11 milhões no programa e cada convênio poderá chegar ao valor de R$ 300 mil. O período para envio das propostas começou em 4 de agosto e foi até 2 de setembro deste ano. O edital recebeu quase 500 propostas de convênio e aprovou mais 80, beneficiando municípios de vários estados do Brasil.

PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA POLÍTICAS ARTICULADAS PELA SECRETARIA NACIONAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

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Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SNDPD) do Ministério dos Direitos Humanos participou, em agosto deste ano, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, com o objetivo de debater o Projeto de Lei nº 2.157, de 2015. O PL institui o Cadastro Nacional de Pessoas com Deficiência, instrumento que irá ajudar o Governo Federal a elaborar políticas públicas que melhorem a qualidade de vida das pessoas com deficiência.

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Ministério de Desenvolvimento prevê um reajuste acima da inflação para o Bolsa-família no próximo ano. O ministro da pasta Osmar Terra declarou que o orçamento do próximo ano deve ser suficiente para garantir o reajuste do programa e a sua manutenção sem filas, além da manutenção de outros programas sociais. Após dois anos sem reajuste com inflação de 10% ao ano, o programa se beneficia da recuperação da economia.

CONHEÇA OUTROS PROGRAMAS DE DIVERSIDADE E TECNOLOGIA PARA JOVENS: SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE - NOVO PLANO JUVENTUDE VIVA (SAIBA MAIS NA PÁGINA XX) SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES - PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL - SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL A ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISTIDA E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

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TRABALHO E RENDA

A RIQUEZA DAS FAVELAS

Especialista em empreendedorismo dentro de comunidades carentes traça o perfil do pequeno empreendedor brasileiro

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inicius Mendes descreve sua vida como “uma série de improbabilidades”. Professor na Universidad de Buenos Aires, ele também é autor de A Riqueza das Favelas: Empreendedorismo Entre Morros e Vielas. O livro chamou a atenção da imprensa por se debruçar sobre o perfil do micro e pequeno empreendedor em comunidades carentes. Aos 31 anos, o empresário e professor é dono de uma trajetória marcada tanto pela necessidade de assumir riscos nos negócios como de refletir em cima da cultura empreendedora na América do Sul. Desde a infância e adolescência em Porto Alegre, em uma periferia, até a entrada no mundo do em-

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preendedorismo com um carrinho de crepe aos 14 anos passando pela venda de filiais de uma empresa de eventos da qual era proprietário, Vinicius Mendes teve o empreendedorismo como uma constante em sua vida. Intrigado com a escassez de levantamentos e estudos sobre a economia nas favelas e curioso a respeito da dinâmica dos micro e pequenos empreendedores, o empresário gaúcho traçou perfis que escapam dos ambientes das grandes companhias e desembocam nas ruas. Em uma conversa com a Revista Brasil Mais Jovem, Vinícius fala sobre a rica complexidade do empreendedorismo nas favelas latino-americanas.


TRABALHO E RENDA

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Há aproximadamente 200 mil favelas no planeta e 827 milhões de pessoas que as habitam, sendo que, até o ano de 2050, a previsão é de 3 bilhões de moradores. Como você entende a escassez de estudos e pesquisas sobre esses ecossistemas empreendedores? Os pesquisadores e as instituições de ensino e pesquisa não se sensibilizam para esses temas porque se trata de uma necessidade silenciada. Essa parcela da população é constantemente evitada porque não é vista como fonte potencial de riqueza, sim de problemas. Grande parte dos estudos e levantamentos oficiais restringem a favela ao recorte da violência, pobreza e das atividades criminosas, como se esses aspectos bastassem para entender a situação em toda sua complexidade.

Qual o perfil do empreendedor ‘por necessidade’? O empreendedor por necessidade é criativo, com pouca técnica e escasso conhecimento em relação ao mundo dos negócios. Ou seja: ele desenvolveu habilidades específicas em algum ofício, mas não sobre o ecossistema que cerca esse ofício. São pessoas de classe baixa, algumas de médio-baixa e, iniciam empreendimentos para sanar necessidades básicas, como alimentação.

Como podemos ter uma ideia da dimensão do impacto dos micro e pequenos empreendedores na economia? Estamos falando de um impacto de aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Essa é a análise econômica, mas, a nível de desenvolvimento social, existem aspectos que não podem ser ignorados. Dentro de comunidades carentes, são numerosos os exemplos de pessoas que ascenderam socialmente de formas ilegais, e isso passa uma mensagem. Com as referências de micro e pequenos empreendedores nas figuras de pais, amigos e parentes, as crianças e os jovens em idades decisivas se veem diante de novos sonhos e horizontes, o que representa uma chance real de diminuição da violência.

Quais características são consideradas típicas da juventude dentro do empreendedorismo? A ansiedade é a primeira característica que me vem em mente (ri). Ao mesmo tempo em que ela pode atrapalhar na modelagem de um negócio, é importante e positiva no ponto em que serve como combustível emancipador da juventude. O jovem não se amedronta por desafios ou pela burocracia envolvida neles e isso se deve ao espírito aventureiro, que está intimamente ligado à vocação para empreender. A facilidade com as conexões -- sejam elas online ou offline, visto que são ambas imprescindíveis no mundo dos negócios, mas de maneiras diferentes -- também é uma qualidade distintiva dessa geração. 33


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TRABALHO E RENDA

Inovar é Preciso P

Startups surgem como alternativa para revolucionar o mercado de trabalho

essoas com alergias, intolerâncias e outras restrições alimentares costumam ter dificuldades para encontrar a refeição apropriada em restaurantes ou mesmo escolher os alimentos adequados no mercado. Atentos a esse problema, os maranhenses Mayane Reis, de 27 anos, Betiane Silva, de 24, Emilly Martins, de 27, e João Pedro Maciel, de 20, bolaram o projeto do aplicativo Posso Comer?, que avalia se determinada comida pode ser prejudicial e também mapeia locais que oferecem cardápios para pessoas com restrições. Com a ideia, o time levou o ouro no Desafio Universitário Empreendedor do Sebrae, que ocorreu em abril de 2017. Eles concorreram com mais de 90 mil estudantes de todo o Brasil e, após participarem de provas em jogos empresariais e oficinas, apresentaram o modelo de negócio do Posso Comer? a uma banca de ju-

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rados formada por investidores, empresários e especialistas em empreendedorismo e inovação. “Sempre tive vontade de ter uma empresa, uma coisa minha”, conta Mayane. O essencial para abrir um negócio é, na visão da estudante de ciências contábeis da Universidade Federal do Maranhão, a inovação. “É um conceito que abrange várias definições. Pode ser algo que já exista no mercado, mas você aperfeiçoa uma determinada etapa do processo e encontra aí um diferencial que é decisivo. O importante é que você faça algo diferente, para alcançar um resultado ímpar”, destaca Mayane. A jovem teve no pai, dono de um mercado, a referência empreendedora que a acompanhou desde a formação escolar até a vida universitária. Encantada com a possibilidade de, a todo momento, fazer escolhas que determinariam o futuro do seu


+ negócio, Mayane não pensou duas vezes antes de seguir o exemplo paterno e se atirar de cabeça na oportunidade oferecida pelo Sebrae. Alexandre Ferreira, de 24 anos, compartilha com Mayane a vontade de inovar e empreender. Estudante de engenharia elétrica da Universidade Federal do Ceará, o jovem desenvolveu, em parceria com Gustavo Barbosa, de 21 anos, Jacó Moraes, de 20, e Marcus Bezerra, de 24, um aplicativo que auxilia empresas na redução dos gastos com contas de energia. “Na empresa júnior do curso de engenharia elétrica damos consultoria para empresas reduzirem custos e aumentarem lucros. O aplicativo vem para abranger esse serviço”, explica Alexandre. A equipe do estudante ficou em segundo lugar no campeonato promovido pelo Se-

TRABALHO E RENDA

brae e, desde então, vem buscando investidores para colocá-los no circuito empresarial. “Tenho muita vontade de empreender. Estou me inserindo no mercado por meio do estágio, mas sempre de olho nas carências e demandas de públicos potenciais. Acredito que o empreendedorismo precisa ser melhor difundido para o jovem se identificar e ter o próprio negócio”, observa. Tanto a equipe de Mayane quanto a de Alexandre se enquadram no perfil do jovem empreendedor brasileiro. De acordo com o último levantamento realizado pela Pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), em 2016, a maioria dos empreendedores no país estão na faixa etária entre 18 e 34 anos. Confira mais no infográfico:

Negócio de jovens Na China o valor é de 23% Nos EUA, esse valor é de 26%

ou 43%, dos brasileiros entre 18 e 34 anos começaram o próprio empreendimento em 2016 Fonte: Pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), 2016

O Brasil está em 5º lugar no ranking dos empreendedores mais determinados do mundo

ranking: 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

Botsuana Malta Timor-Leste Gabão Brasil Belize Antígua e Barbuda Bulgária

9º Croácia 10º Suriname 11º Vanuatu 12º Estados Unidos 13º África do Sul 14º Uganda 15º Chipre

empreendedores mais determinados são aqueles que encaram todas as burocracias e dificuldades para abrir um negócio

Fonte: Expert Market, 2016

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TRABALHO E RENDA

Segundo Rafael Ribeiro, diretor executivo na Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o perfil de quem empreende se identifica, em geral, com a figura do universitário recém-formado, da pessoa que já trabalhou em uma grande empresa e descobriu lá uma carência do mercado ou ainda de alguém que participou de uma startup e descobriu o potencial para empreender por conta própria. “O contexto de crise econômica marcada por altos níveis de desemprego

Saiba como criar uma startup Time

utilize sua rede de contatos e convide ao menos quatro pessoas para construir em conjunto a Startup

Execução

busque investidores (incubadoras, programas de capacitação, aceleradoras de empresas, entre outros)

Sócios

estabeleça um acordo de negócios para determinar o que acontece caso haja desentendimentos ou alguém queira abandonar o projeto

Planejamento

trace um plano de investimento e captação de recursos

pode servir como combustível para jovens que já pensavam em empreender. Eles têm consciência que entrar no mercado de trabalho pode não ser o movimento mais prudente durante a recessão, então aproveitam o cenário aparentemente desfavorável para correr riscos e investir em inovação”, avalia o diretor executivo da ABStartups, sobre a relação entre a crise econômica e surgimento de novas empresas.

Ideia

nessa fase, é importante conversar com diversas pessoas e participar de eventos para aperfeiçoar o projeto

Modelo

faça a maior quantidade possível de testes (pré-venda, pesquisas de mercado, entre outros) para diminuir os riscos de que o negócio não funcione

Cultura

busque valorizar os colaboradores e manter a cultura Startup (empresas ágeis, flexíveis e abertas para sonhos coletivos)

Validação

teste a ideia com clientes “reais” para ter mais segurança de que vale a pena seguir adiante

Métricas

busque quais são as melhores métricas para avaliar o sucesso da sua Startup (por exemplo, quantidade de transações realizadas ou quantidade de visitantes que se tornaram compradores)

Crescimento

amplie os horizontes, não restrinja seu negócio a apenas uma região

Fonte: Sebrae

“O jovem brasileiro quer ter autonomia, é conectado às tecnologias digitais e está agregando inovação ao mercado do país”, avalia Enio Pinto, gerente de Atendimento Individual do Sebrae Nacional. Ainda na visão de Pinto, o contexto de alto índice de desemprego entre a população jovem também é um fator que favorece o empreendedorismo. Mesmo assim, segundo o gerente, é característico da juventude se aventurar em negócios que podem demorar a gerar lucros, como é o caso das startups. “O jovem é muito mais movido

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pela oportunidade que pela necessidade. Não é empreender para sobreviver, ele quer experimentar”, destaca. Nesse cenário de experimentações, estão as startups, que oferecem soluções inteligentes, com forte base tecnológica, em um modelo de negócios escalável, ou seja, que pode ser produzido repetitivamente e com ganho de produtividade. O que diferencia uma startup de outros tipos de negócios é o custo do investimento: em geral, as startups requerem baixíssimos custos


+ de manutenção, porém, com potencial para crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Além disso, é característico de uma startup ter um grupo de pessoas investindo em um modelo de negócios de “produção em massa”, como franquias, em ambientes de grande incerteza. “Startups são investimentos de alto risco em qualquer lugar do mundo, mas, no Bra-

TRABALHO E RENDA

sil, o risco é muito maior. Isso se deve a vários fatores, principalmente ao amadorismo e falta de planejamento, além da dificuldade de conseguir financiamento. A elevada taxa de mortalidade dessas empresas está ligada também à formação de time, escolha dos sócios e aspectos administrativos, como pensamento estratégico”, observa Rafael Ribeiro

sem tecnologia, sem competitividade

61ª

No ranking das 63 nações mais competitivas do mundo, o Brasil está na 61ª colocação no Índice de Competitividade Mundial 2017 Em 2016, o país estava em 57º lugar e em 2010, estava 38º lugar

Entre os motivos da perda de posição no ranking está a falta de investimento em tecnologia e inovação, além da crise política e econômica do país

Isso porque de lá para cá, o Índice de Competitividade Mundial incluiu como critério de classificação os indicadores de tecnologia e infraestrutura

Nesse cenário, as Startups despontam como uma oportunidade para melhorar a competitividade brasileira em relação a outros países Fonte: International Institute for Management Development (IMD), Fundação Dom Cabral (FDC), 2017

A primeira Startup O termo “startup” surgiu na era da internet, em que predomina a comunicação, instantaneidade e interação proporcionados especialmente pelos dispositivos móveis. No entanto, essa ideia de apostar em um negócio com pouco dinheiro, vários riscos e muita criatividade não é de agora. Em fins da década de 1930, dois estudantes da Universidade de Stanford, na Califórnia (Estados Unidos), fundaram uma empresa na garagem de casa e, com um investimento inicial de 538 dólares (hoje equivalentes a pouco mais de 1,5 mil reais), produziram osciladores de rádio - um instru-

mento usado em testes de áudio por engenheiros. Algumas décadas depois, os universitários começaram a fabricar impressoras a jato de tinta e a laser. A marca criada por eles é, atualmente, uma das mais bem-sucedidas e conhecidas no mercado: a HP, sigla para Hewlett e Packard, que são os sobrenomes dos universitários empreendedores de garagem. “Os especialistas falam que existem janelas de oportunidades para empreender e uma delas é quando se tem muita informação, conhecimento e poucos compromissos financeiros. Esse é o momento ideal para correr riscos calculados”, ressalta Enio Pinto.

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TRABALHO E RENDA

PLANO NACIONAL DE

ST RTUP Plano Nacional de Desenvolvimento de Startups para a Juventude Atento às tendências empreendedoras da juventu- atividades”, explica Vinhas. O secretário adjunde, somado ao grave contexto de desemprego no to acrescenta ainda que “além de configurar país, que se agrava entre os mais jovens, o Governo como uma tendência mundial e serem carroFederal, por meio da Secretaria Nacional de Ju- -chefe na geração de novos empregos e capventude, está elaborando o Plano Nacional de tação de investimentos ao redor de diversos Desenvolvimento de Startups. Segundo Felipe países, as startups têm a função de revitaliVinhas, secretário-adjunzar o mercado”. to da SNJ e coordenador Com uma visão do Plano, o objetivo da semelhante, Rafael Mo“Além de configurar iniciativa é desenvolver reira, coordenador geral como uma tendência e implementar políticas de software e serviços de mundial e serem carpúblicas voltadas para Tecnologia da Informação os jovens afetados pelo do Ministério de Ciência, ro-chefe na geração de desemprego, além de beTecnologia e Inovação, novos empregos e capneficiar aqueles que têm ressalta a importância de tação de investimeno sonho de empreender, investimentos no ecossismas se sentem impedidos tos ao redor de diversos tema de startups por parte de abrir o próprio negócio do Governo Federal. “O países, as startups têm a devido a entraves finanBrasil não pode almefunção de revitalizar o ceiros e burocráticos. jar ser uma das maiores “Para que noeconomias do mundo mercado” vas empresas sejam sem antes valorizar a fundadas com menos economia do conheciriscos, precisamos de uma reformulação na mento, que inclui as startups, com foco nas educação empreendedora e de um ecossiste- de tecnologia da informação.” ma saudável que atraia os jovens para essas O caminho para a criação do Plano de

MERCADOS CADASTRADOS Saas (WebApp) 229 (5%) Outros 220 (5%) Internet 16t3 (4%)

Educação 162 (4%) Comunicação e mídia 111 (3%) Saúde 86 (2%)

Fonte: Startup Base (Banco de dados da Associação Brasileira de Startups - ABStartups) http://startupbase.abstartups.com.br/status 38


+ Startups, porém, não é recente. Ao longo deste ano, foram realizadas três reuniões do Comitê de Desenvolvimento de Startups para a Juventude, com o objetivo de discutir estratégias de fomento ao empreendedorismo com base em uma consultoria que elencou, em um diagnóstico, as principais dificuldades com que jovens empreendedores se deparam ao abrir empresas. O Comitê, que realizou a última reunião em 28 de setembro deste ano, era composto por representantes dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Fazenda, Trabalho, Educação, Ciências, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Confederação Nacional das Indústrias (CNI), sociedade civil, iniciativa privada e terceiro setor. No início do mês de novembro, a SNJ

DICIONÁRIO DE MODELOS B2B, business to business: é quando uma empresa tem outras empresas como público-alvo para suas relações de negócios; B2C, business to consumer: o consumidor final é o público-alvo das vendas de produtos ou serviços de uma empresa; C2C, consumer to consumer: é quando ocorre negociação direta entre os próprios consumidores. A empresa participa apenas como facilitadora da negociação. Um exemplo típico é o Ebay; B2G, business to government: compreende os organismos públicos como alvos do negócio da empresa. Licitações e pregões eletrônicos são alguns exemplos.

TRABALHO E RENDA

abriu uma consulta pública para colher contribuições externas na elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento de Startups. A ideia é que o mecanismo garanta aos cidadãos interessados a chance de colaborar na construção das políticas para incentivar o empreendedorismo, com foco nas startups. Com o fim das etapas de elaboração do Plano, a SNJ apresentará o texto base para a Presidência da República e Congresso Nacional. “Com esse conjunto de estratégias e ações em mãos, queremos transformar o Plano de Startups em um projeto de lei. Precisamos compreender que a retomada do crescimento econômico prescinde da participação ativa do jovem no empreendedorismo”, destacou Assis Filho, Secretário Nacional de Juventude.

RANKING DE ESTADOS BRASILEIROS POR NÚMERO TOTAL DE STARTUPS SP: 1,3 MIL MG: 366 RJ: 343 RS: 212 PR: 194 SC: 187 PE: 114 DF: 83 GO: 80

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TRABALHO E RENDA

PLANO NACIONAL DE JUVENTUDE E SUCESSÃO RURAL

PLANO NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO – PNCF A agricultura familiar em Sergipe será foco da liberação de R$ 50 milhões, destinados a impulsionar a área. Ainda em março deste ano, o então secretário da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), José Ricardo Roseno, esteve em Aracaju a pedido do deputado federal Laércio Oliveira (SD/DF) para assinar um Termo de Compromisso para a garantia dos recursos. Umas das ações priorizadas pela pasta será a Regularização Fundiária, que é um dos eixos do Novo Plano Safra da Agricultura Familiar. Só nesta área serão viabilizados R$18 milhões, sendo R$14 milhões direcionados para o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que vai beneficiar mais de 200 famílias em todo estado, e R$ 4 milhões serão designados para a entrega de cerca de 4 mil títulos das terras para agricultores familiares. Também serão destinados mais R$ 3,5 milhões em investimentos para ações da Emdagro, e R$ 28 milhões para expandir o Programa Dom Helder Câmara, que só beneficiava 6 municípios e passará a atender 40. 40

Na semana do dia 3 ao dia 5 de outubro, a cidade do Panamá, no Panamá, foi palco do Encontro Latino Americano e Caribenho de Jovens Rurais. O evento faz parte do calendário da Reunião Especializada de Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf) na Presidência Pro Tempore do Brasil do Mercosul e contou com a participação de representantes de 20 países da região. O encontro é uma realização do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Conselho Agropecuário da América Central (CAC). A Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) marcou presença no evento com uma apresentação sobre Plano Nacional de Juventude Rural, desde a sua construção até o processo de mensuração de resultados. Composto por 62 metas organizadas em cinco eixos estratégicos, o Plano foi elaborado em diálogo com as representações da juventude rural do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), com protagonismo do Comitê Permanente de Promoção de Políticas de Juventude Rural do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf).


+ DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF (DAP) Conforme dados da Secretaria da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, o Brasil conta, hoje, com cerca de 4,8 milhões de de Declarações de Aptidão ao PRONAF (DAP). O registro possibilita que produtores rurais familiares tenham acesso a mais de 15 programas de políticas públicas do Governo Federal. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se responsabilizou pela profissio-

TRABALHO E RENDA

nalização dos Sindicatos Rurais na emissão do documento de produtores rurais catarinenses. Em novembro deste ano, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) promoveu dois treinamentos envolvendo mais de 50 Sindicatos Rurais. A DAP é o documento de identificação da agricultura familiar e pode ser obtido tanto por agricultores familiares (pessoa física) quanto por empreendimentos familiares rurais, associações, cooperativas e agroindústrias (pessoa jurídica).

PROGRAMA APRENDIZAGEM PROFISSIONAL CONHEÇA OUTROS PROGRAMAS DE TRABALHO E RENDA VOLTADOS PARA JOVENS: SECRETARIA ESPECIAL DE AGRICULTURA FAMILIAR E DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - PRONAF JOVEM - AÇÃO DE APOIO A PROJETOS DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS EM TERRITÓRIOS RURAIS – PROINF MINISTÉRIO DO TRABALHO - PROGRAMA JOVEM APRENDIZ NO DESPORTO (JADE) - PROGRAMA HACKER APRENDIZ - PROGRAMA APRENDIZ NA MEDIDA - PROGRAMA QUALIFICA BRASIL MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL - PROGRAMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DO ACESSO AO MUNDO DO TRABALHO (ACESSUAS TRABALHO) MINISTÉRIO DA DEFESA - PROJETO SOLDADO CIDADÃO MINISTÉRIO DA CULTURA - PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO EM EMPREGO – CULTURA (PRONATEC CULTURA)

De junho a janeiro deste ano, mais de 200 mil jovens brasileiros entraram no mercado de trabalho como aprendizes. Apesar de ser um número alto, estimativas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) indicam que existem vagas ociosas. O MTE apontou que, nos seis primeiros meses de 2017 apenas 21,65% das posições de aprendizes estavam preenchidas, o que corresponde a 203,4 mil vagas diante de um potencial de 939,7 mil. O alto número de vagas ociosas indica o não cumprimento da Lei da Aprendizagem Profissional (0.097/2000) por parte das empresas. A legislação estabelece a obrigatoriedade da contratação de jovens aprendizes com idades entre 14 e 24 anos por empresas de médio e grande porte, em quantidade proporcional à quantidade de cargos operacionais da companhia. Para serem contratados, é necessário que os aprendizes estejam cursando ou com o Ensino Básico/Médio completos. O contrato pode durar até dois anos, durante os quais o jovem recebe formação teórica em alguma instituição de ensino, e prática, na própria empresa. 41


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EDUCAÇÃO

ENEM ABORDA INC LUSÃO DE SURDOS E PROVA DE EXATA S FOI CONSIDERAD A MAIS CONTEUDISTA

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o mês de novembro, foram realizadas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cerca de cinco milhões de candidatos fizeram os exames, nos dias 5 e 12 deste mês. No primeiro dia, quando foram aplicadas as provas de ciências humanas e linguagens, o índice de abstenção foi de mais de 30%. Já no segundo, na prova de matemática e ciências da natureza, 32% dos inscritos não compareceram. Redação

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tema da redação foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. A prova teve quatro textos motivadores diferentes. Um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro apresentou um trecho da Constituição Federal afirmando que todos têm direito à educação. Um

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terceiro mostrou aos candidatos uma lei de 2002, que determinou que a língua brasileira de sinais (Libras) se tornasse a segunda língua oficial do Brasil. Além disso, um anúncio do Ministério Público do Trabalho (MPT) que, segundo o site do MPT, foi publicado em 2010, abordou um quarto aspecto da questão: o fato de surdos seguirem excluídos por causa do preconceito, mesmo que tenham a formação educacional necessária para entrar no mercado de trabalho. O ministro da educação, Mendonça Filho, destacou que esse tema coloca um debate interessante junto à própria sociedade: “Nós temos uma segunda língua no Brasil, além do português, que é a língua brasileira de sinais (libras) e é importante que todos possam ter acesso à educação. Eu acho que de forma propositiva e muito afirmativa, o MEC coloca esse tema em debate junto à juventude do nosso país”, afirma.


EDUCAÇÃO

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Prova difícil

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segundo dia da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorreu no dia 12 de novembro, foi considerado mais difícil por candidatos e professores. As provas de matemática e ciências da natureza cobraram conteúdos esperados, porém, de acordo com o professor de biologia Rubens Oda, o nível de detalhamento das questões foi alto. “O que acontece é que o Enem, historicamente, é uma prova que pesava bastante na interpretação, na busca de avaliar competências e habilidades. O que ocorreu neste ano, com os conteúdos que foram cobrados em ciências da natureza, parece que volta a cobrar conteúdos que eram mais pertinentes ao antigo modelo de vestibulares. Ou seja, a prova está deixando de ser um teste que busca a cobrança de competências e habilidades e está voltando a ser mais conteudista”, avaliou. Participando do Enem pela primeira vez, o estudante Vitor Vilar, 18 anos, disse que a prova estava difícil, principalmente as questões de ciências da natureza. “A prova foi bem abrangente, mas tive mais dificuldade com os conteúdos mais específicos. Senti a prova bem conteudista para a reputação do Enem, bastante técnica”, disse ao deixar o local de prova.

Mais segurança

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ministro da educação, Mendonça Filho, avaliou a edição 2017 do Exame como mais segura que as anteriores. “Este foi o Enem mais seguro dos últimos anos. Todo o planejamento foi seguido à risca e a gente conseguiu alcançar o objetivo de um exame tranquilo, com mais conforto para os estudantes, no qual se premia o mérito e o bom desempenho”, afirmou. Nesta edição, a prova foi personalizada, com coleta de dado biométrico (impressões digitais) e uso de detectores de ponto eletrônico. Houve também uma cobertura maior dos detectores de metal. Além disso, a Polícia Federal conduziu uma operação, intitulada Passe Fácil, para coibir tentativas de fraude nas provas. Foram cumpridos 62 mandados – 31 de busca e apreensão e 31 de conduções coercitivas – nos estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo e no Distrito Federal.

Segunda aplicação

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os dias 12 e 13 de dezembro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fará a se gunda aplicação anual do Enem 2017 para alunos que foram prejudicados na primeira aplicação e para as pessoas privadas de liberdade (PPL). De acordo com o instituto, um total de 3.581 alunos vão refazer as provas em dezembro por problemas na aplicação regular, como por exemplo, em locais de prova em que houve corte no abastecimento de energia. O resultado do Enem pode ser usado em processos seletivos para vagas no ensino público superior, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas de estudo em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). *Com informações da Agência Brasil e Ministério da Educação

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EDUCAÇÃO

PROGRAMA MEDIOTEC

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Ministério da Educação (MEC) inaugurou, em outubro um campus com capacidade para 1,2 mil alunos, em São José do Ribamar, no Maranhão. O local é um polo de Ensino à Distância e oferta o curso técnico em informática para internet para 50 estudantes por meio do Mediotec, programa do MEC. O campus também oferta cursos de formação inicial e continuada (FIC), por programas e projetos de extensão e já capacitou cerca de 320 jovens trabalhadores em diversos cursos, como eletricista predial, auxiliar administrativo, inglês básico, libras básico, francês básico, programador de sistemas e operador de computador.

EXAME NACIONAL PARA CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS – ENCCEJA

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erca de 1,5 milhão de estudantes prestaram o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2017, no último dia 19 de novembro. Direcionado aos alunos que não concluíram os estudos na idade adequada, a prova deste ano foi feita por cerca de 300 mil candidatos do ensino fundamental e mais de um milhão do ensino médio. O exame abrange 564 municípios distribuídos em todos os estados.

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FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL - FIES

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Senado Federal aprovou, no início de novembro, um projeto de lei que altera a Medida Provisória (MP) 785/2017, estabelecendo novas regras para o Financiamento Estudantil (Fies), recursos administrados pelo Ministério da Integração Nacional, que irão apoiar o Fies. O texto foi encaminhado para a sanção do presidente Michel Temer e, caso aprovado, traz novidades como oferta de vagas a juro zero, flexibilização do prazo de carência e mais atenção à qualidade dos cursos. Atualmente, por exemplo, a taxa de juros do financiamento estudantil é de 6,5% ao ano. Além disso, espera-se que com a alteração, o Fies gere mais de 300 mil novas vagas no ensino superior para população de baixa renda. A proposta cria também um fundo de garantia custeado pelas faculdades que fizerem a adesão do programa. O Fundo Garantidor do Fies (FG-Fies) deve representar uma folga de pelo menos R$ 3 bilhões ao caixa do programa. O texto também cria o Programa Especial de Regularização do Fies, por meio do qual aqueles que tiverem contratos atrasados com parcelas vencidas até 30 de abril de 2017 possam fazer o pagamento quitando 20% do saldo em cinco vezes e o restante em até 175 parcelas.


EDUCAÇÃO

PROGRAMA ARCA DAS LETRAS

PRONATEC VOLUNTÁRIO

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Ministério da Educação anunciou, em setembro deste ano, um milhão de vagas em Educação à Distância no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Oferta Voluntária pelo Plano Progredir. Esse pacote de medidas visa estimular o aumento da renda dos beneficiários do Bolsa Família e demais trabalhadores inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo. O ministro da Educação, Mendonça Filho, destacou que o MEC vai entrar com a qualificação profissional e proporcionar cursos de formação para os jovens que aderirem ao programa. “Estamos abrindo 800 mil novas vagas do Pronatec Oferta Voluntária, mas com a previsão de até 1 milhão de vagas até o fim do ano”, explicou.

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omente no mês de outubro deste ano, foram implantadas 17 bibliotecas nas Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) de Minas Gerais, do Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras. Isso foi possível devido a uma parceria da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), por meio da Delegacia Federal no Estado de Minas Gerais (DFDA-MG), com a Associação Mineira das Escolas Família Agrícola (AMEFA). O Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras contribui para ampliar o acesso ao livro e incentivar a leitura nas comunidades rurais de todo o país. Suas ações favorecem contato com livros de áreas técnicas, didáticas, acervos literários, folhetos explicativos voltados para temas relacionados ao meio rural e outras áreas do conhecimento. A biblioPROGRAMA BRASIL BRAÇOS ABERTOS teca funciona ainda como elemento estimulante das Ministério do Turismo (MTur) tem apostado manifestações culturais, mobilizando as comunidaem ações para estimular o turismo no Bra- des para a realização de eventos como exposições, sil. Uma das iniciativas é o programa Brasil saraus, visitas de autores e contação de histórias. Braços Abertos, um canal de educação online que promove cursos de capacitação em atendimento, sustentabilidade, inglês e prevenção de riscos para profissionais da área de hotelaria, guia turístico e outros. O canal já recebeu mais de 26 mil inscrições. Os cursos dão direito à certificado emitido pelo MTur e pelo Instituto Federal de Educação.

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CONHEÇA OUTROS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO VOLTADO PARA JOVENS: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NOVO ENSINO MÉDIO BRASIL PROFISSIONALIZADO PROGRAMA NACIONAL DE INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA COM A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA) PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR – PROEMI PROGRAMA DE FOMENTO ÀS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL PROJOVEM URBANO E PROJOVEM CAMPO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA PROJETO FETRAN PROGRAMA DE INTERCÂMBIO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICAS SECRETARIA ESPECIAL DE AGRICULTURA FAMILIAR E DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO FORMAÇÃO AGROECOLÓGICA E CIDADÃ PRONATEC CAMPO PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA - PRONERA

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MEIO AMBIENTE

TERRA DE TRADIÇÃO Com quase três séculos de história, povo do Quilombo de Mesquita (GO) passa legado da agricultura familiar de geração em geração

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o Goiás, a cerca de 50 Km de Brasília (DF), em meio a típica vegetação do Cerrado, existe uma terra com mais de quatro hectares de extensão, que carrega um belo pedaço da história do povo negro no Brasil. O quilombo do Mesquita leva este nome pois formou-se nas redondezas de uma fazenda que pertencia ao seu João Mesquita. De acordo com o mito que conta sobre a fundação do lugar, o fazendeiro deixou parte de suas terras a três escravas a quem estimava. Lá, foram for-

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“São produtos que agregam saberes étnico-culturais, utilizam matéria-prima local e práticas de produção ambientalmente sustentáveis” Jana Romanin

madas as famílias Pereira Braga, Lisboa da Costa e Teixeira Magalhães, que fizeram morada na região e construíram a comunidade quilombola que ainda hoje resiste, mantendo suas tradições e cultura. Hoje com 271 anos, o Quilombo do Mesquita é conhecido pelo modo de vida simples: as quase 300 famílias que habitam na região sobrevivem principalmente da venda de produtos artesanais e da agricultura familiar. São produzidas hortaliças, verduras, banana, goiaba,


MEIO AMBIENTE

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mandioca e cana-de-açúcar, além da tradicional da produção artesanal resulta de um processo marmelada, fruto da principal matéria-prima do histórico e de reprodução dos costumes entre as quilombo. Tudo é vendido na Cidade Ocidental distintas gerações, que continua sendo mantido (GO), a oito quilômetros dali, ou nas redondezas. até hoje, mesmo diante das muitas dificuldades”. Algumas vezes, as famílias vêm até Brasília e tra- Além disso, a agricultura familiar contribui diretamente na preservação da cultura negra quilomzem seus produtos para as feiras da capital. Sandra Pereira Braga, da sexta geração de bola e, sem ela, os quilombos poderiam simplesquilombolas e presidente da Associação Renova- mente desaparecer. Para Jana Romanin, é de dora do Mesquita, conta extrema importância que que a agricultura familiar é uma das grandes “O quilombola tem essa pre- hajam políticas públicas que fortaleçam e deem visiresponsáveis pela preserocupação de preservar a bilidade aos produtos quivação da natureza local. “O quilombola tem essa terra, a água. Sem isso, não lombolas. “São produtos preocupação de preservar que agregam saberes étnitem como ele sobreviver” co-culturais, utilizam matéa terra, a água. Sem isso, Sandra Pereira Braga ria-prima local e práticas de não tem como ele sobreprodução ambientalmente viver”, explica. “Além dissustentáveis, mas, princiso, o alimento que chega na mesa do brasileiro, que vem da agricultura fa- palmente, são estratégicos na promoção da autonomia dessas comunidades. A divulgação da miliar, é muito mais saudável”, opina. A Coordenadora Geral de Políticas para origem, atribuição de identidade cultural aos Mulheres Rurais, Juventude, Povos e Comunida- produtos, demonstrando os modos de produção, des Tradicionais da Secretaria Especial de Agri- a relação da comunidade com a atividade producultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário tiva e a agregação do valor étnico são os diferen(Sead), Jana Romanin, explica que “a tradição ciais neste processo”, explica a coordenadora. quilombola em torno da agricultura familiar e

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QUILOMBOS DO BRASIL Para fortalecer a cultura quilombola e va- al já sabe como são nossas verduras. Valorizou o lorizar o produto que vem dessas comunidades, nosso produto, sabe?”, conta o agricultor com ora Secretaria Nacional de Políticas de Pro- gulho. Nas terras de seu Edilson, são produzidas moção de Igualdade Racial (Seppir) em con- bananas, mandiocas, mixiricas e hortaliças. Sanjunto com o Ministério do Desenvolvimento dra Braga também vê na iniciativa uma forma Agrário criou o selo Quilombos do Brasil, importante de valorização da cultura e do povo uma vertente do Selo de Identificação da Partici- quilombola. “Essas políticas públicas são muito pação da Agricultura Familiar (Sipaf). É um sinal necessárias. O povo quilombola é trabalhador, que identifica os produtos que são oriundos de preocupado com a preservação da natureza, das quilombos. A consultora do Sipaf Simone Brito águas. Valorizar a história e cultura desse povo Barreto explica a importância da política. “Quan- é também valorizar a natureza”, explica a presido se faz essa identificação da produção, a socie- dente da associação. dade passa a conhecer essa categoria, que são os O selo Quilombos do Brasil também está agricultores familiares. Cria-se também um dife- presente em outros estados do país, como a Bahia, rencial competitivo dos Espírito Santo, Goiás, produtos. Agrega-se vaMaranhão, Minas Gerais, lor”, afirma a consultora. Mato Grosso do Sul, Rio No Quilombo do de Janeiro, Rio Grande do Mesquita, 18 famílias Sul e São Paulo. De acordo possuem autorização para com a Sead, são 71 perutilizar o selo. De acordo missões que beneficiam com Sandra Braga, pelo mais de 1200 agricultores menos 60 famílias estão quilombolas. Para a conaptas a recebê-lo. “Nosso sultora do Sipaf, Simone objetivo é concluir a traBarreto, a iniciativa tammitação e conseguir o selo Sandra Braga bém gera impactos ecopara todos”, diz Sandra. nômicos, já que cerca de Seu Edilson Pereira Dutra, 60 anos, é um 30% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do dos agricultores do Mesquita que possui o selo país vem da agricultura familiar, segundo censo e fala da felicidade de ter seu produto valoriza- do IBGE, de 2006. Outro dado que reforça é do do e reconhecido. “Tem quase dois anos que eu Programa Aquisição de Alimentos (PAA) de 2016: recebi o selo. A gente trabalha na feira, uma vez dos mais de 27 mil agricultores familiares que forpor semana, no sábado, na Cidade Ocidental. neceram produtos para o PAA, 939 são oriundos Vendemos aqui na porta de casa também. É tudo de comunidades quilombolas. A receita gerada por orgânico e ficou conhecido, né, filha? O pesso- eles foi de quase R$ 7 milhões.

“ O povo quilombola é trabalhador, preocupado com a preservação da natureza, das águas. ”

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SIPAF JOVEM Outra vertente do Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar é o Sipaf Jovem. Ainda em fase de discussão, o projeto vai buscar visibilidade para a juventude do campo. Para a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), investir na juventude rural é uma forma de estimular a sua permanência no campo, garantindo o futuro da agricultura familiar. Para Leonardo Tavera, analista técnico de Políticas Sociais da Sead, a iniciativa Sipaf Jovem cumpre o papel de fortalecer a atuação do jovem rural. “Sem a juventude do campo, a gente corre o risco de não ter mais agricultura familiar. A possibilidade ameaça a nossa segurança financeira e alimentar, além de causar o enfraquecimento da discussão em torno dos alimentos saudáveis, que vêm, em boa parte, da agricultura familiar”, explica. Quase 80% dos alimentos que chegam na

mesa do brasileiro, são oriundos dessa cultura, segundo a Sead. De acordo com a nova edição do relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU), O Estado da Alimentação e da Agricultura no Mundo, “os habitantes das áreas rurais que se deslocam para as cidades provavelmente correm um maior risco de juntarem-se à população urbana pobre, em vez de encontrar um caminho para sair da pobreza”. O relatório anual organizado pela ONU reforça a necessidade da existência de políticas como o Sipaf Jovem. “As políticas e os investimentos públicos de apoio serão essenciais para aproveitar a demanda urbana como motor de um crescimento transformador e equitativo, e as medidas elaboradas para garantir a participação dos pequenos agricultores familiares no mercado devem estar integradas às políticas”, conclui o documento.

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MEIO AMBIENTE

SAIBA MAIS Na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) existem outros programas voltados para as comunidades quilombolas, que abordam aspectos como direito à terra, a documentação básica, alimentação, esporte, lazer, moradia, infraestrutura, previdência social, educação e cultura. Conheça alguns: - Programa Brasil Quilombola, coordenado pela Agenda Social Quilombola; - Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural Quilombola; - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar específico; Existem também duas ações governamentais no âmbito da Sead: - Programa 2012 – Fortalecimento e Dinamização da Agricultura Familiar (MDA) que estabelece o objetivo “promover o etnodesenvolvimento dos Povos e Comunidades Tradicionais, por meio da intclusão produtiva e da geração de renda”; - Programa 2034, que busca o “articular, acompanhar e fortalecer o conjunto das ações governamentais no âmbito da Agenda Social Quilombola”.

Sandra Pereira Braga mostra a produção de jaboticaba, fruta que depois vira doce ou é vendida in natura (Reprodução Facebook)

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MEIO AMBIENTE

Monocultura É uma técnica de plantio que consiste em substituir a vegetação natural do solo por um único tipo de cultura, como, por exemplo, a soja. Geralmente associada a grandes latifúndios (terras muito extensas com baixa diversidade de produção) e destinadas à exportação.

Pontos fortes: - A manutenção é mais simples, já que o preparo do solo, a irrigação e aplicação de produtos químicos podem ser baseados nas necessidades de um único tipo de planta;

Pontos fracos: - Mais vulnerável à pragas, por se tratar de um só tipo de planta, utiliza mais agrotóxicos; - Causa mais impacto ambiental, empobrece o solo e contribui para o desmatamento e assoreamento de rios e nascentes, além de gastar mais água e energia.

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Agricultura Familiar É o cultivo de terra feito por pequenos proprietários rurais, tendo como mão-de-obra a própria família do agricultor.

Pontos fortes: - Pode-se produzir mais de um tipo de plantio; - Tem menor impacto ambiental, já que o agricultor precisa respeitar o ciclo natural de cada plantio e as peculiaridades do solo; - Os alimentos produzidos podem ser mais saudáveis, já que o manejo de agrotóxicos é mais controlado ou inexistente;

Pontos fracos: - Os produtores familiares enfrentam dificuldades como a falta de incentivo e poucos recursos, como, por exemplo, água e energia.

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Àgua para Todos

urante um seminário na capital potiguar realizado em 30 de outubro deste ano, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, apresentou os avanços mais recentes do Programa Água Para Todos. Com o objetivo de garantir a segurança hídrica no Rio Grande do Norte, o ministro falou sobre a retomada das obras do Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco, hoje em pleno andamento e com 94,96% de execução física. As obras nos canais do Eixo Norte beneficiarão 900 mil habitantes em 51 municípios do estado. O Eixo Leste do Projeto, inaugurado em março deste ano, já garante o atendimento de aproximadamente um milhão de pessoas em mais de 30 cidades de Pernambuco e Paraíba.

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Os cearenses também tiveram motivos para comemorar neste final de ano. O Ministério da Integração Nacional autorizou, em 9 de outubro, o repasse de mais R$ 8,7 milhões para as obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). O empreendimento vai levar a água do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco para cerca de 4,5 milhões de pessoas da região metropolitana de Fortaleza e do Cariri do estado. O Cinturão das Águas faz parte do conjunto de investimentos do Governo Federal para garantir o abastecimento das cidades que têm sofrido com o longo período de irregularidade de chuvas. A obra está inclusa na lista de empreendimentos prioritários do programa Agora, é Avançar, lançado pelo presidente da República, Michel Temer.


MEIO AMBIENTE

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Fórum mundial

m 22 de novembro, governadores e prefeitos brasileiros se reuniram em Brasília para debater e formular uma programação voltada aos municípios e estados no 8º Fórum Mundial da Água (FMA). O evento, que foi promovido pela Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo da República, irá tratar de problemas e diretrizes para a cooperação e gestão integrada da água, além de aspectos hídricos de inúmeras agendas internacionais. O Fórum será realizado de 18 a 23 de março de 2018, na capital federal. É a primeira vez que o Brasil sediará o evento, que reúne representantes de governos, sociedade civil, setor privado e acadêmicos de mais de 150 países. O tema da oitava edição será “Compartilhando Água (Sharing Water)”, que enfatiza o compromisso do país em encontrar os melhores meios de usar e conservar os recursos hídricos para as futuras gerações.

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Tecnologia em favor da vida

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m novembro deste ano, a Defesa Civil Nacional registrou meio milhão de pessoas cadastradas no sistema de alertas emergenciais desenvolvido pelo órgão para alertar e prevenir cidadãos quanto a desastres naturais. 25 cidades dos estados de Santa Catarina e do Paraná participaram da fase de teste do serviço, que durou seis meses. O cadastro é gratuito e garante que o usuário será avisado caso sejam identificadas situações de risco que possam acarretar em desastres naturais. A iniciativa foi inspirada no Japão, que começou a utilizar o alerta de desastres naturais em 2007. Atualmente, mais de 20 países, entre eles Canadá, Chile, Bélgica e Filipinas contam com tecnologias desenvolvidas para o mesmo fim. Em dezembro, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul também passam a receber os avisos do sistema de alertas da Defesa Civil Nacional. O objetivo é que até março de 2018 todos os estados brasileiros sejam contemplados.

CONHEÇA O PROGRAMA ROTAS DE INTEGRAÇÃO NACIONAL VOLTADO PARA OS JOVENS NO SITE DO MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL WWW.INTEGRACAO.GOV.BR 55


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PARTICIPAÇÃO SOCIAL

1967

foi um ano ímpar para os universitários cariocas. Em julho daquele ano, alunos voluntários das universidades do Estado da Guanabara (atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro), da Universidade Federal Fluminense e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro fizeram história. A missão que ficaria conhecida como Operação Zero foi protagonizada por trinta estudantes e dois professores que, durante 28 dias, desbravaram o estado de Rondônia para realizar pesquisas, levantamentos e garantir assistência médica a diversos moradores da região. Tinha início o Projeto Rondon, que completa 50 anos de atividades e, desde sua criação, naquele julho de 1967, promoveu ações em 844 municípios em parceria com 291 instituições e reuniu mais de 19 mil voluntários. Desde a primeira missão, os rondonistas, como são chamados os agentes do projeto, não pararam. Ainda na volta da primeira expedição os alunos e professores envolvidos decidiram dar continuidade às ações de assistência e mapeamento que haviam iniciado. A garantia de progresso na região sairia no ano seguinte, com o Decreto nº 62.927, de 28 de junho de 1968, subordinado ao então Ministério do Interior,

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL

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efetivando assim, a criação do projeto. Naquele mesmo ano, as atividades se estenderam ao Mato Grosso e à Amazônia, com a adesão de 648 novos voluntários. Hoje, o projeto é subordinado ao Ministério da Defesa, embora a articulação interministerial garanta o encadeamento entre vários campos do conhecimento, como saúde, saneamento e meio ambiente. O projeto teve seu período de atividade mais intensa durante os últimos 12 anos de funcionamento, visto que foram realizadas 78 novas operações em 1.164 municípios de 24 Estados, com a participação de 2.219 Instituições de Ensino Superior (IES) e 21.935 rondonistas. Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo trabalho dos universitários durante os últimos anos. Apesar de ainda carregar o nome do estado que inspirou sua missão original, o Projeto Rondon ampliou sua área de atuação e deixou a marca do desenvolvimento sustentável em cidades e municípios de 23 estados brasileiros. Em 24 de outubro deste ano, o projeto fundado por professores e estudantes recebeu uma homenagem da Câmara dos Deputados, em sessão solene. A iniciativa dos deputados Alex Canziani (PTB-PR) e Pedro Fernandes (PTB-MA) garantiu que o programa do Ministério da Defesa não só fosse lembrado pelas melhorias que promoveu nas vidas de milhares de brasileiros ao longo de meio século, mas garantisse a continuidade das ações dos voluntários. Não deu outra. Para o próximo ano, já foram confirmadas as Operações “Pantanal”, no estado do Mato Grosso do Sul, e “Palmares, no estado de Alagoas.

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PARTICIPAÇÃO SOCIAL

SNJ CONVIDA POPULAÇÃO A CONTRIBUIR COM O DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS

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ano de 2017 na Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) termina com ações de participação social focadas no aprimoramento de uma série de programas governamentais que serão lançados no decorrer do próximo ano. O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), por exemplo, lançará, em dezembro, uma campanha nacional de fortalecimento dos espaços de participação voltados para as políticas públicas para a juventude. A ideia é fomentar a criação de conselhos em estados e municípios onde estes ainda não existem e fortalecer os existentes. O Plano Nacional de Desenvolvimento de Startups para a Juventude também abre espaço para diálogo com o público por meio das consultas públicas. O objetivo é colher contribuições externas na elaboração do Plano, que tem como objetivo a construção de políticas públicas que incentivem o empreendedorismo, com foco nas demandas da população jovem. O Novo Plano Juventude Viva, por sua vez, pede a contribuição de todos os brasileiros em um questionário decisivo para o futuro do programa que promove a erradicação da violência contra

jovens negros de 15 a 29 anos por meio da promoção de oportunidades e ações de inclusão social. No documento, serão colhidas opiniões sobre os principais eixos temáticos do Juventude Viva, bem como sugestões de ações de implementação das políticas de enfrentamento à violência contra a juventude. Em 14 de dezembro, será realizada uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados para discutir a atualização do Plano Nacional de Juventude (PL 4530/2004). Em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a Secretaria Nacional de juventude contratou consultores para atualizar o Plano de acordo com os 11 eixos temáticos do Estatuto da Juventude, aprovado em 2013. Para realizar a reformulação, os consultores também levarão em consideração as resoluções das três Conferências Nacionais de Juventude e os dados do Mapa da Violência 2016. Todos estão convidados a contribuir com os projetos da Secretaria Nacional de Juventude! Para participar das consultas públicas, questionários e conferir os avanços do Governo Federal, basta acessar o portal juventude.org.br.

ACESSE WWW.JUVENTUDE.GOV.BR E FIQUE POR DENTRO DA AÇÃO PARTICIPATÓRIO DA SNJ! 58


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Acesse e assista a entrevista No dia Internacional da Memória Trans, a artista multimídia Linn da Quebrada fala sobre o sucesso do seu álbum de estreia e rememora as várias quebradas que já passaram por sua vida

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quarta-feira de 6 de outubro deste ano foi atípica para a paulistana Linn Santos, ou, como o Brasil a conhece hoje, Linn da Quebrada. Na época, a cantora se deparava com a chegada da data de lançamento do seu álbum de estreia, Pajubá, produzido por meio de crowdfunding, um modelo de financiamento coletivo para projetos culturais e novos empreendimentos. Com pouco tempo de campanha, as doações de fãs ao redor de todo país não só cobriram a meta estipulada para a produção do CD, mas a ultrapassaram. A chegada das 12 faixas de Pajubá na plataforma digital Spotify garantiram que Linn e sua equipe tomassem um susto: com apenas três dias de estreia, cinco músicas do álbum estavam no ranking dos 50 hits brasileiros mais ouvidos na semana. Ao fim daquela quar ta- feira de lançamento, Linn reconheceu que sua voz havia ultrapassado as fronteiras da periferia, mas garantia que, de dentro dela, a quebrada não sairia jamais. Aos 27 anos de idade,

Linn da Quebrada é dona de uma carreira em ascensão que começou com o lançamento de músicas e videoclipes que acumularam milhares de visualizações na plataforma YouTube. O trabalho da cantora é marcado pela irreverência das letras e por tiradas poéticas e provocativas que lançam questionamentos sobre gênero, sexualidade, liberdade de expressão, racismo e misoginia em “um papo reto, que não é fofoca”, avalia BadSista, produtora de Pajubá. Desde o ingresso meteórico na indústria musical em 2016, Linn embarcou na turnê nacional Bixarya, protagonizou uma campanha de coleção da marca de calçados Melissa, foi homenageada com a música Lina X pela cantora Liniker Barros, e se apresentou no programa Amor & Sexo, da emissora Rede Globo, como convidada especial. Desde então, dedicou-se à performance e à música, onde conseguiu sucesso imediato com o lançamento do hit Envaidecer, que questiona a heteronormatividade das relações e elogia diferentes formas de afeto em tiradas mordazes como: “Eu gosto mesmo é das bichas, das que são afeminadas/ Das que mostram muita pele, rebolam, 61


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“Eu escolhi, e a todo momento eu escolho ser quem eu sou”

saem maquiadas” e convida o “macho discreto” a “bater um papo reto”. A controvérsia que acompanhou o lançamento de Envaidecer garantiu que Linn da Quebrada virasse assunto em bocas ao redor de todo país e se tornasse alvo tanto de elogios pela coragem de “falar suas verdades” quanto de críticas pela irreverência e o estilo “incomum”. “O que às vezes escapa às pessoas é que a mensagem das minhas músicas é o amor”, rebate Linn, sobre os comentários dos opositores do seu trabalho nas mídias sociais. Aqueles que já se acostumaram com o visual camaleônico e a constante experimentação estética que marcam o estilo de Linn da Quebrada talvez não a reconhecessem no menino Linno Santos. Crescido entre as cidades de Votuporanga e São José do Rio Preto, no interior paulista, Linno foi criado pela tia enquanto a mãe trabalhava como empregada doméstica para garantir o seu sustento. De família alagoana, sua infância foi marcada pela influência religiosa, e no início da adolescência, viu-se cercado por conflitos protagonizados pela sua identificação de gênero, sexualidade e a moral bíblica. 62

Quando completou 14 anos, Linno conseguiu um emprego de copista em um salão de beleza. Lá, conheceu a primeira travesti que viu na vida e, depois de um aproximar tímido, relutante, os dois tornaram-se amigos, tamanho era o encantamento do garoto para com a cliente. Apenas três anos mais tarde, porém, teria início o processo de dar voz à Linn da Quebrada, que já dava mostras de existência e sinalizava caminho sob a pele de Linno. Anos mais tarde, erradicada no extremo leste de São Paulo e moradora da Fazenda da Juta, a já assumida Linn da Quebrada encontraria na música uma nova forma de expressão. As batidas repetitivas do funk que ecoavam bairro adentro a aproximaram do universo dos MC’s (sigla para Mestre de Cerimônia), mas também a fizeram questionar a falta de representatividade dentro do funk, motivo pelo qual ela não se reconhecia nas letras. Ávida para se comunicar com pessoas atingidas pelos mesmos conflitos que ela, Linn passou a cantar sua história e, desde então, dedicou-se a ‘criar pontes entre as pessoas’.


PAJUBOX Não foi à toa que Linn da Quebrada nomeou seu álbum de estreia Pajubá. Nome de um dialeto com origem Nangô e Yorubá, a expressão é comum entre praticantes de religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. Durante a década de 1970, a palavra ganhou popularidade dentro da comunidade LGBTQ e passou a significar ‘novidade’, ou ‘babado’. A recorrência do uso da expressão garantiu que fossem organizados ‘Dicionários Pajubás’, que continham séries de palavras e expressões próprias da cultura LGBTQ. A escolha desse nome para o álbum adquiriu, para Linn da Quebrada, o sentido de homenagem, e ela adianta que, nas 12 faixas do CD, existe uma preocupação constante com o uso de elementos sonoros típicos da cultura africana, em uma evocação da ancestralidade dos negros brasileiros. As letras das canções também são puro Pajubá, por fazerem menção constante ao dia a dia no universo ‘transviado’ e ‘periférico’, nas palavras da cantora. 63


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“EU ENCONTREI FORÇA PARA DECIDIR TER A CORAGEM DE SER QUEM EU SOU E AO MESMO TEMPO SER QUEM EU QUISESSE SER” As suas letras são extremamente poéticas. Você se considera naturalmente inspirada ou existe um processo criativo que te ajuda a compor?

As minhas letras vêm de um lugar de dentro de mim e são escritas em cima da minha vivência, da minha experiência. São recortes de memória, verdades que eu invento ao longo da minha trajetória. Elas falam a respeito do estado do meu desejo, onde ele está, para quais direções ele aponta. Eu faço questão de construir o meu roteiro, a minha própria história, e isso vem a partir de uma percepção íntima da vida, desde as coi-

sas miúdas até os grandes acontecimentos, das pessoas com quem eu me encontro e com quem quero repartir experiências em busca de fortalecimento. Acho que é justo dizer que as letras das minhas músicas vêm da minha vontade de inventar força, coragem, e de ser fiel à vida que pulsa em mim, selvagem como ela é, estranha e marginal como ela pode ser.

Você frequentemente se refere ao seu álbum de estreia, Pajubá, como uma longa gestação. Como foi o parto desse filho? Olha, foi um parto bem intenso, mas, acima de tudo, muito prazeroso. E inesperado, porque eu nunca prospectei esse lugar na indústria musical, então ainda é um grande susto pra mim, uma novidade que eu redescubro a cada dia. Eu já vinha vivendo o meu corpo enquanto processo artístico, no sentido de construir nele uma experimentação estética radical. Mas a música, dessa forma como ela vem acontecendo, ainda é algo muito novo, são terras desconhecidas. Ao mesmo tempo, tenho clareza que aquilo que eu 64

busquei ao longo de toda minha vida é o contato, porque nós sabemos que, para alguns corpos, o destino que se traça e cujo cumprimento se espera é a solidão, a marginalidade. Essa talvez tenha sido uma das únicas constâncias em mim, a necessidade de criar pontes, de me comunicar com os outros, trocar experiências, afetos, vínculos, falar sem medo sobre os nossos sonhos, sobre as nossas feridas, sobre o choro engolido e a risada refreada. A minha música é mais um instrumento para isso, para perceber que não estamos sozinhas.


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Quando o seu corpo deixou de ser símbolo de repressão e passou a ser ferramenta de transformação?

O meu corpo nunca foi um fardo para mim, mas acredito que cada um sabe dos desafios de carregar o próprio corpo e das consequências de ser quem se é. Cada um de nós vai passar pelas suas violências, pelas suas opressões, desfrutar de seus privilégios e vivenciar de forma muito particular o poder, sendo ele exercido por você ou contra você. O meu corpo só passou a ser a minha morada, o meu retrato mais fiel e honesto, no momento em que eu percebi que, ao reconhecer as minhas fragilidades, eu ia de encontro à minha potência. Em tudo aquilo que diziam que eu não deveria ser, que eu deveria temer e

negar, eu encontrei força e resistência. E resistência, para mim, é justamente esse movimento em que tentam te impedir de agir, mas você continua a pulsar. Foi assim o meu encontro com esse ser-corpo, com esse corpo preto, transviado, bicha-travesti, periférico. No ecoar dessas minhas vozes, desses conflitos em constante renovação, eu encontrei força para decidir ter a coragem de ser quem eu sou e ao mesmo tempo ser quem eu quisesse ser, sem que isso tivesse que ser necessariamente um lugar fixo, premeditado. É uma escolha. Eu escolhi, e a todo momento eu escolho ser quem eu sou.

É imprescindível para a Linn da Quebrada ter o direito de se reinventar? Isso pra mim é liberdade. Eu gosto de admitir que, a cada experiência, a cada troca, a cada pessoa que encontramos, nós nos transformamos. O ser humano é essa coisa fluida, em constante transição. Eu prezo pelo direito de decidir pela minha memória. Até hoje as pessoas pretas têm o acesso à memória restrito ou negado, e são privadas das próprias histórias, do contato com a ancestralidade. Então, do jeito que eu entendo, assumir o próprio corpo, a própria pele, e se propor a escrever a sua história com esses atributos é assumir a autoria da sua narrativa, da sua vida.

Eu conto a minha história com o direito resguardado de, a cada momento, poder desviar o meu caminho, mudar de rumo e ramificar destinos. Disso, não abro mão. A música e as pessoas que tenho encontrado nessa trajetória me mostraram que ancestralidade tem a ver com história, com memória, com corpo e, incrível que possa parecer, também tem a ver com o presente. É uma palavra profundamente atual, que não se limita ao passado, porque a ancestralidade também é construída no agora. Temos o poder de determinar o que vai acontecer daqui em diante. 65


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Nos tempos atuais, qual é a cara do racismo, ou dos racismos? O racismo hoje em dia é muito sofisticado, ele tem técnicas sutis, requintadas de sobreviver, de se proliferar. Inclusive, não é raro nos depararmos com situações nas quais não somos capazes de reconhecer de imediato as marcas de abuso e preconceito. É possível oprimir e exercer poder nas nossas relações pessoais e íntimas sem nem perceber o desequilíbrio de forças. Não se trata de identificar e combater o racismo apenas no outro, como se fosse um problema que viesse de fora, uma coisa externa a nós. Quanto dos nossos desejos, das nossas relações, são tocadas pelo racismo? O quanto de

preconceito influencia os nossos olhares, os nossos afetos, as pessoas com quem interagimos, com quem nos deitamos, quem beneficiamos financeira e economicamente, a escolha daqueles para quem destinamos o nosso amor? Quem são as pessoas que estão em nossa volta? No nosso trabalho? No nosso ciclo social? De quem naturalmente, ou naturalizadamente, nós gostamos? A resposta que “É questão de gosto” é uma falsa verdade, porque gosto se constrói - e se desconstrói. O racismo só é tão sutil, tão diverso e sofisticado, porque está impregnado em nós, e garante sua sobrevivência na omissão.

Como nasceu a Linn da Quebrada? Difícil falar do nascimento da Linn, porque a impressão que eu tenho é que ela sempre esteve aí, com o movimento, como se fosse algo anterior a mim, criada da necessidade de resistir, de acusar o engodo. O lugar que eu ocupo hoje possibilita que eu tenha um alcance muito maior do que a maioria das bichas e travestis. Desde o momento em que eu comecei a pesquisar sobre o meu corpo, experimentar as roupas que eu gostaria de usar, elaborar os meus próprios pensamentos, formular ideias e ações, já existia, em mim, a Linn da Quebrada. Eu tinha sede de propor comunicação, de começar um diálogo, esse sempre foi o meu norte. Ao mesmo tempo, a Linn que utiliza a música como ferramenta para se conectar com as pessoas é recente, porque faz 66

apenas dois anos que eu comecei a escrever minhas músicas, que eu venho fazendo esse barulho. A Linn da Quebrada é filha de todas as quebradas pelas quais eu já passei, desde a infância no interior de São Paulo, até a adolescência morando com a minha mãe e buscando um diálogo com ela, tentando entender o meu corpo, aceitar os meus desejos, alcançando, por fim, o meu encontro comigo mesma. A Linn é um mosaico de todas as pessoas que eu já fui, fragmentos desse espelho que eu mesma quebrei, para, a partir daí, reconstruí-lo incessantemente. Eu sempre digo que não sou cantora, estou cantora. Sou a Linn da Quebrada hoje, mas não posso prometer a ninguém que vou continuar a fazer isso, que permanecerei a mesma. Não prometo fidelidade nem a mim mesma.


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Qual é a função da arte? Pra mim, arte não tem a ver com nada disso. Não tem a ver com esse espaço, com essa câmera, com as suas perguntas ou com a minha exposição diante de um público determinado. Ser artista para mim tem a ver com a possibilidade de criar em cima da minha própria existência. É impressionante e inspirador observar que, apesar de toda a pressão para se encaixar e produzir determinadas coisas de determinada forma, apesar da demanda compulsória por consumir e acumular bens, existem pessoas que refletem em cima da estrutura e se opõem ao fluxo. Elas conseguem fazer arte, e é uma arte

muito significativa, mesmo que a grande maioria dos artistas nunca chegue ao circuito comercial ou lucrem em cima dos seus trabalhos. Posso dizer com o peito cheio que, apesar de todas as tentativas de me silenciar, sou autora da minha própria história, e espero que, no meu canto - ou melhor, no meu grito - outras pessoas possam ouvir um pouco da própria voz. É difícil nos engolir. Por mais que não esperem, ainda estamos vivas, continuamos vivas, e, hoje, algumas de nós têm a possibilidade de compartilhar nossas histórias, fazê-las chegar a outros meios. Para mim, isso é arte.

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Lições

da

Preta

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Em menos de três anos de funcionamento, a InfoPreta ganhou as manchetes de jornais brasileiros e venceu prêmios internacionais na luta pela erradicação do preconceito no mundo empresarial

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m agosto de 2015, a carioca Buh D’Angelo dos Santos, 23, não desconfiava que a sua vida estava prestes a mudar. Dentro de menos de um ano, seu nome seria destaque em sites e revistas como o Huffpost Brasil, El País e Pequenas Empresas & Grandes Negócios, nas emissoras Rede Globo e MTV, além de sair na imprensa internacional. Naquela época, porém, Buh nem desconfiava que havia acabado de fundar a empresa que se tornaria um dos empreendimentos mais comentadas de 2017, tampouco que a repercussão desse trabalho faria do seu nome sinônimo de empoderamento e inclusão social para muitos moradores da periferia de São Paulo. “Eu sempre fui muito à margem, muito diferente das pessoas com quem convivia. Ser mulher, negra e estar inserida no universo da tecnologia fazia de mim um ETzinho aos olh os dos meus colegas e do mercado de trabalho”, conta Buh, em uma tarde de agosto deste ano, enquanto examinava um computador na bancada diante de si e removia parafusos com a minúcia de

um cirurgião que começa um procedimento de risco. Do outro lado do balcão, uma fila de mulheres esperava atendimento com laptops e computadores entre os braços, aglomeradas na pequena loja da Rua Brigadeiro Tobias, no centro da capital paulista. Em outubro de 2015, a InfoPreta ganhou vida e entrou para as estatísticas de novas empresas brasileiras. Ela tinha, porém, um diferencial: os seus serviços seriam direcionados para o público feminino e o quadro de funcionários seria composto por mulheres negras, trans, homossexuais ou jovens em situação de vulnerabilidade. Essas particularidades não surgiram, porém, como consequência de cálculos estratégicos e de planos de negócios, mas da experiência pessoal de Buh. “O empreendedorismo da pessoa negra sempre nasce da vivência dela. Eu senti na pele os preconceitos velados e a exclusão a que as mulheres - com ênfase nas de cor - são submetidas, principalmente no ramo de Tecnologia da Informação (TI)”, explica a empresária.

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INFO P +

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Formada em eletrônica, automação industrial, manutenção, tecnologia da informação e robótica, Buh D’Angelo começou a acumular certificados de cursos técnicos aos 16 anos, quando descobriu que a sua curiosidade se transformaria em uma carreira. Ansiosa para entrar no mercado de trabalho e exercer a profissão, Buh se lançou no máximo de programas de estágio em que podia se inscrever. A realidade, porém, mostrou-se distinta dos seus ideais de profissão. “Uma vez, me contrataram para um estágio em eletrônica, mas não passaram nenhuma demanda relacionada à área para mim, enquanto os outros estagiários eram confiados com tarefas mais técnicas. Afoita para trabalhar, eu perguntava se tinha algo que eu podia fazer. Mais de uma vez, disseram que, se eu queria trabalhar lá, podia limpar os banheiros”, lembra, sobre os abusos institucionais. A desilusão profissional acarretou em uma crise depressiva da qual Buh levou um ano para se recuperar. A desconfiança e a sensação de despertencimento, por outro lado, nunca sumiram completamente, e acompanhariam a empresária daquele ponto em diante. O racismo velado que havia sofrido durante as aulas dos cursos técnicos e em estágios profissionalizantes se misturaria com a vivência de preconceitos relacionados ao gênero. Es70


Preta MATÉRIA DE CAPA

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sas experiências criaram, para a fundadora da InfoPreta, uma nova perspectiva de serviço e de atendimento em TI: “A assistência técnica é uma área que tem o machismo encruado em si. Essa cultura de subestimar o conhecimento do público feminino causa apreensão em muitas mulheres que dependem de uma assistência especializada para consertar um celular ou computador. Elas têm medo de serem roubadas, enganadas e até assediadas”, opina Buh, sobre as deficiências do setor. Sem emprego e com diplomas acumulados sobre o criado-mudo, Buh se oferecia para consertar computadores de amigos no Facebook. O preço era flexível: “Eu aceitava como pagamento aquilo que tinham para oferecer. Quando a pessoa precisava muito da máquina para estudar ou ganhar a vida e não tinha como me dar um tostão pelo conserto, eu fazia de graça”, lembra, sobre os primeiros passos da InfoPreta. Duas vozes se sobressaem no frenesi costumeiro da assistência técnica da Rua Brigadeiro To71


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bias. São Danielle Esli Lourenço e Mônica Sousa, sócias de Buh D’Angelo e responsáveis por tocar o empreendimento junto à colega. Desenvolvedora de softwares e programadora, Mônica, de 25 anos, compartilhou com Buh muitas das vivências fundamentadas em preconceito de gênero na área de TI que marcaram a experiência da sócia. Hoje, ela também é responsável pelo conserto de computadores e, junto aos outros funcionários, realiza o atendimento dos mais de 50 clientes fixos da InfoPreta. Já Danielle, de apenas 20 anos, fica responsável pela divulgação da loja nas redes sociais e por toda gestão de conteúdo, além de cuidar da área administrativa. “No começo não era assim, a nossa popularidade cresceu muito rápido”, lembra. Hoje, o empreendimento acumula mais de 13 mil curtidas no Facebook e se comunica com pessoas em diversas regiões do país. “É difícil acreditar que, até um ano atrás, a InfoPreta era praticamente desconhecida”, pondera Danielle, pensativa. O frenesi teve início em agosto de 2016, quando Buh usou as redes sociais para divulgar que o foco do serviço da loja é o atendimento às mulheres e o objetivo da empresa é empregar profissionais para quem faltam oportunidades no mercado de trabalho. A postagem logo viralizou e, desse momento em diante, a InfoPreta passou a ser procurada por jornais e revistas ao redor de todo país. Todos queriam saber mais sobre a tal assistência técnica que havia ganhado as manchetes. “Tinha gente que passava aqui só porque queria nos conhecer ou tirar uma foto com a gente, não precisavam de consertar nada”, lembra Danielle, e ri. Apesar de voltar a divulgação do serviço para mulheres negras ou em situação de vulnerabilidade, a InfoPreta não nega atendimento a nin72


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guém. “Temos ótimos clientes do sexo masculino, mas já passamos por situações no mínimo desagradáveis”, conta Danielle, e acrescenta que a postura masculina em relação aos serviços das jovens é, geralmente, de desconfiança. “No mercado de exatas, as mulheres estudam mais do que os homens, de acordo com a minha experiência. Estamos constantemente na defensiva, em uma posição de reafirmação que é muito cansativa. É como se os nossos

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esforços só fossem validados com o reconhecimento dos clientes masculinos, que têm muita resistência para aceitar que esse espaço seja ocupado por mulheres, ainda mais as negras, da periferia e com orientação de gênero e sexualidade que foge dos padrões”, opina. Para a gestora de conteúdo, o estranhamento causado pela sua atuação na área de TI é fundamentado na predominância de homens no ramo, até hoje considerado masculino.

DESIGUALDADE EM NÚMEROS

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ma pesquisa realizada em 2015 pela empresa de recrutamento global Harvey Nash revelou que mulheres representam apenas 8% dos gestores em TI do mundo. No estudo, quase 4 mil CIOs - funcionários responsáveis pela parte de TI da empresa, do inglês - foram consultados em 30 países diferentes, e os resultados foram alarmantes. Com o levantamento, concluiu-se que menos de um terço dos funcionários de uma empresa na área de tecnologia são mulheres e que apenas 7% delas chegam a cargos de liderança.

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COLHENDO OS FRUTOS

ma vez a cada 15 dias, a pequena assistência técnica na rua Brigadeiro Tobias é tomada por uma movimentação ainda mais frenética que a habitual. Diante da fachada da InfoPreta, enfileiram-se dezenas de jovens que aguardam o abrir das portas da loja na esperança de avançarem até o balcão, onde uma equipe de sete pessoas se desdobra para dar conta do público crescente. Antes do fim do dia, várias daquelas mulheres vão para casa com laptops entre os braços. Quando criou o projeto Note Solidário, Buh D’Angelo não imaginava o quão popular e desafiadora a iniciativa se tornaria. Baseado na ideia de ‘empreendedorismo social’, que une os ideais de crescimento de uma empresa ao desenvolvimento da comunidade na qual ela atua, o Note Solidário surgiu como filho único da InfoPreta. “Funciona assim: nós promovemos campanhas nas mídias sociais e pedimos para que as pessoas que têm laptops que não funcionam

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não os descartem, mas doem para a gente. Nós recolhemos esses computadores e investimos o tempo e os recursos necessários para que eles voltem a funcionar normalmente. Depois do conserto, doamos as máquinas para jovens de comunidades carentes que precisam delas para estudar e promover sua capacitação profissional”, explica Danielle Esli Lourenço, sobre a ação solidária que iniciou junto à sócias. “Mas se engana quem pensa que é simples ganhar os computadores”, acrescenta a gerente administrativa da InfoPreta, sobre as condições impostas pela empresa para evitar fraudes. Danielle explica que, para ser beneficiado pela iniciativa, o jovem precisa comprovar que tem perfil baixa renda, recebe ajuda de programas sociais e está matriculado em alguma escola, universidade ou curso técnico. Além disso, ao fim de todo bimestre os beneficiados devem compartilhar seu desempenho acadêmico ou escolar com as sócias da loja, e, assim, comprovar que a máquina está sendo usada para fins educacionais. “Nós tomamos muito 75


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cuidado para evitar casos de falsificação, não queremos doar computadores para pessoas que têm condição de comprá-los em detrimento de alunos que realmente dependem desse recurso para se formar”, conta Danielle. Desde sua implementação, o Note Solidário já beneficiou mais de 60 estudantes. A iniciativa atingiu o auge da popularidade em abril deste ano, com o prêmio Wommen 20 Summit 2017, promovido pelo G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo. A premiação tem como objetivo promover a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e garantir independência digital e financeira ao redor do mundo, em busca por equidade de direitos e oportunidades entre os gêneros. Representante do Brasil, a InfoPreta foi premiada com o terceiro lugar na competição. A cerimônia foi sediada em Berlim, na Alemanha, com a participação de Angela Merkel, presidente do país e líder do grupo de nações.

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“Foi algo na ordem dos sonhos, tudo muito surreal, desde o recebimento do convite até o momento em que subimos no palco e apertamos a mão da presidente da Alemanha”, lembra Buh D’Angelo, sobre o dia mais importante de sua vida. O reconhecimento internacional permitiu que a fundadora da InfoPreta retornasse para a loja no tumultuado centro de São Paulo ainda mais motivada a tocar a empresa e as iniciativas sociais. “Eu, como mulher negra em um cargo de liderança, acabo tendo muita projeção e, com isso, muita responsabilidade. Além de oferecer o melhor produto possível aos nossos clientes, nós trabalhamos para promover oportunidades para que cada vez mais mulheres negras não estejam apenas empregadas, mas atuem nas suas áreas de escolha e não tenham seu crescimento barrado pelo racismo estrutural e pelo machismo que permeia a cultura empresarial”, diz Buh.



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Foto: Truke Produções

Onde mora o funk Filha da quebrada e nascida da necessidade de politizar a juventude periférica, surge a Liga do Funk, uma associação que ainda promete fazer muito barulho

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uando viu o ônibus se lançar em direção à moto que pilotava, Bruno Ramos fechou os olhos. Deitado no asfalto, com uma multidão ao seu redor, ele esperou trinta minutos antes que o socorro chegasse, embora, para ele, o tempo avançasse com a lentidão de anos. Era possível contabilizar cinco fraturas, três delas, expostas. Duas paradas cardíacas. Para os pedestres que foram surpreendidos pelo acidente, o rapaz de então 24 anos estava aquém de qualquer salvação. Contrariando as previsões dos médicos, porém, 78

Bruno sobreviveu para além daquela manhã na avenida Doutor Assis Ribeiro, na Zona Leste de São Paulo, quando um ônibus foi de encontro à sua moto durante o turno como motoboy de uma pizzaria, à caminho de uma entrega. Imobilizado em cima de uma cama durante seis meses, o rapaz não sabia, na época, que sua vida acabava de tomar um rumo definitivo. Hoje, aos 30 anos, Bruno divide o comando da Associação Liga do Funk com Marcelo Galático, produtor musical e empresário das


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funkeiras Valesca Popozuda e Ludmilla, entre outros nomes na indústria. A ‘Liga’, como os membros chamam o projeto tocado por Bruno e Marcelo, foi idealizada em 2011 para funcionar como ferramenta de politização dos jovens moradores de periferias por meio da música e, de quebra, profissionalizar o trabalho daqueles que buscam viver do funk e dar vazão ao sonho de se tornar Mc (do termo mestre de cerimônia, como são cha-

mados os vocalistas do estilo). Não demorou até que a Liga ganhasse fama entre a juventude periférica e passasse a ser conhecida pela mídia e pelo grande público como uma espécie de escola do funk. A cada encontro, centenas de jovens se reúnem para participar de oficinas criativas, batalhas de rimas, debater política, questões de impacto social e compartilhar com os demais integrantes e Mc’s as músicas que narram suas trajetórias, sem corte nem censura.

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Onde mora o funk Para os transeuntes desatentos, o número 422 da Rua Maria das Dores, na capital paulista, pode se passar por apenas mais uma dentre as centenas de casas que povoam o bairro Penha da França. O vai e vem intermitente de jovens que cruzam os portões da residência nas horas mais estapafúrdias indica, porém, que o casarão é algo a mais. “É onde fica a Morada da Liga”, explica Bruno Ramos. Depois de cinco anos de nomadismo, a Liga do Funk garantiu endereço próprio. Bruno é um dos quatro habitantes da casa pela qual os membros da associação transitam livremente e onde as pessoas inscritas em programas de residência artística moram por períodos de até 30 dias. Apesar do grande número de frequentadores, na Morada da Liga não existe aperto. O terreno de 500 metros quadrados com quatro suítes na casa principal, piscina, estúdio musical, salas de reunião e uma construção separada com quatro cômodos de moradia e garagem garantem aos funkeiros um limite de lotação generoso. “É importante para a formação desses garotos a distância da comunidade. A experiência de transitar em ambientes fora da periferia é inédita para muitos deles, e queremos incentivá-los a frequentar esses espaços de forma consciente, para que comecem a se enxergar em novos contextos”, explica Andressa 80

Oliveira, diretora de comunicação da Liga do Funk. Ao contrário do que pode parecer, a presença dos membros da Liga no número 422 da Rua Maria das Dores é recente. Contemplada em janeiro deste ano pela Lei de Fomento à Periferia, programa da Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo sancionada no ano passado a partir de um projeto de lei de iniciativa popular, a associação fundada por Marcelo Galático garantiu o direito de ocupação da casa. “Mais de 50 mil jovens já passaram pela Liga do Funk. Queremos manter esse lugar movimentado, de portas abertas a quem queira se aventurar pelas rimas. As discussões precisam estar em renovação constante, com novos debates, novas maneiras de pensar a sociedade, novos conflitos, afinal, esse é o combustível da música que produzimos”, reflete Bruno Ramos em uma manhã de outubro deste ano, no intervalo de uma aula da faculdade de sociologia que cursa. Bruno é um dos seletos jovens brasileiros que, hoje, podem dizer que vivem da música. Mas, diferente dos milhares de garotos e garotas que veem o ofício de Mc com o mesmo fascínio com que outras gerações enxergavam a carreira de jogador de futebol, ele nunca sonhou com um lugar na indústria musical. Assim como o ônibus que o cortou no trânsito e lançou seu corpo contra o asfalto naquela manhã em 2011, os principais acontecimentos da vida do produtor o pegaram desprevenido.


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Recomeço Nascido e criado no Brás, antiga região industrial localizada no centro de São Paulo, Bruno passou a infância a se alternar entre cortiços e ocupações com a mãe e os quatro irmãos. “Minha mãe era empregada doméstica e, meu pai, vigilante noturno. Ele se ausentou completamente da nossa criação desde “No Brasil, a cor da pele muito cedo. Ela funciona como passateve que segurar a barra de váporte de inserção, um rios empregos dos mais decisivos, assim e cinco filhos como o lugar onde você para alimentar, mora, o que você consoeducar e acudir sozinha”, lemme, quanto você ganha bra o produtor por mês. musical. Antes de completar a maioridade, Bruno já havia se lançado em uma série de serviços informais que garantiam renda extra para a família, mas não proporcionaram a ascensão social pela qual ele ansiava. “Eu não tinha perspectiva, com 15 anos já estava inserido no submundo da periferia”, lembra, sobre a adolescência conturbada. “Hoje, distanciado desse meio e com outras perspectivas, percebo que é natural que os jovens da quebrada tenham como referência os líderes da comunidade, que geralmente são pessoas que enriqueceram de formas ilícitas. Isso passa uma mensagem clara, reforça a crença que nós estamos fora do sistema, à margem da sociedade. A sensação de desamparo funciona como uma espécie de garantia que não temos chance de vencer pelo estudo, que esse caminho nos foi negado de antemão. Dentro dessa lógica, a única alternativa para conquistar bens materiais e uma qualidade de vida melhor é o crime”, reflete o produtor musical. “É complicado falar de criminalidade de uma perspectiva interna, na posição de alguém que vem da quebrada, que viveu esses conflitos na pele. Claro que não restam dúvidas que o tráfico não deveria existir, nem as outras atividades criminosas, mas é preciso lembrar que estamos falando de um cenário complexo. O traficante não é o problema em si, só o sintoma dele. O problema é algo bem maior, anterior”, pontua o produtor musical. 81


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Quando completou o ensino médio, Bruno prestou vestibular para engenharia civil. “Naquela época ainda não existiam os programas que hoje possibilitam jovens negros e os de baixa renda a ter acesso ao ensino superior gratuito”, pontua, sobre a política de cotas. Sobrecarregado com jornadas de trabalho acumuladas, o produtor musical da Liga do Funk passou o início da vida adulta se alternando entre empregos, para complementar a renda da família e conquistar alguma autonomia. “Os salários eram baixos,

já havia ficado claro para mim que estar em um emprego formal não me daria acesso a uma vida melhor tão cedo. Mesmo assim eu nunca me envolvi com o tráfico, embora o caminho mais curto fosse esse mesmo”, recorda. O acidente de moto e os meses de cama levaram Bruno a procurar na leitura um acalento para as longas horas. Alternando-se entre livros sobre política, economia e documentários históricos, o futuro sócio de Marcelo Galático se viu, de súbito, diante de novos horizontes. Re-

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cuperado, Bruno vendeu as duas motos de que cesso entre os garotos da periferia. “A vestimenera proprietário e, com o dinheiro, montou uma ta é um dos principais passaportes de aceitação confecção de roupas na garagem da casa da mãe. social para quem vem de classes mais baixas. Os anos de adolescência durante os quais cursou Para realizar o desejo de inserção e pertencimenaulas de corte e costura em uma escola do Ser- to, ‘vestir-se bem’ é indispensável”, reflete, sobre viço Nacional de Aprendizagem Industrial (SE- a pressão social de que a juventude é alvo. “No NAI) garantiram o Brasil, a cor da pele conhecimento nefunciona como outro cessário para conpassaporte de inserfeccionar as peças. ção, um dos mais de“Eu e os meus amigos tíAssim surgiu The cisivos, assim como o nhamos orgulho de ser da Prize, marca de lugar onde você mora, roupa que criou o que você consome, periferia e, o meu sonho, e que ganharia a quanto você ganha assim como o de muitos gaatenção dos funkepor mês. Como quem rotos, era enriquecer para iros e Mc’s. vem da quebrada fretransformar a comunidade” Dono de quentemente não tem uma empresa controle sobre a maiocom populariria desses atributos, dade crescente, eles se concentram em Bruno se permitia sonhar pela primeira vez se vestir conforme a moda”, explica. Dentre os em anos. “Eu me inspirava em roupas de clientes que a The Prize conquistou, os mais fiéis estilistas estrangeiros, mas, curiosamen- eram os funkeiros. Antes que percebesse, Bruno te, quem comprava os meus produtos eram se cercou de Mc’s e, entre eles, estava Marcelo garotos que, como eu, cresceram na quebra- Galático, um produtor musical em ascensão no da”. No momento inicial, o futuro produtor não mercado do funk. A conexão foi imediata. entendeu porque suas roupas faziam tanto su83


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O gigante acordou Não tardou até que Galático compartilhasse com Bruno a vontade de reunir aspirantes a Mc’s em um ambiente politizado, que incentivasse a reflexão social e discutisse questões como racismo, misoginia e desigualdade social. O ano era 2012 e a Liga do Funk dava os primeiros passos hesitantes. Em junho do ano seguinte, eclodiram nas principais capitais brasileiras manifestações que levaram às ruas milhares de pessoas pautadas por reivindicações das mais diversas. Os protestos, logo apelidados Manifestações dos 20 Centavos -- visto que eclodiram na capi-

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tal paulista devido ao aumento de 20 centavos na tarifa do transporte público. No miolo das ruas ocupadas por uma população descontente estavam os membros da Liga do Funk. “Lá, fizemos nossos primeiros contatos políticos. Éramos procurados por movimentos sociais que se conectaram conosco de cara e, atraídos pela proposta da Liga, exigiam respostas, esclarecimentos sobre o momento nebuloso que vivíamos. Não tínhamos as respostas, mas cresceu em nós a vontade de nos politizar sem, no entanto, nos associar a partidos políticos, para garantir a liberdade de expressão e o livre pensar da Liga”, recorda Bruno Ramos, sobre a entrada da associação na agenda dos movimentos sociais.


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Não à criminalização A manhã de 13 de setembro deste ano no Senado Federal foi atípica. Funkeiros, Mc’s, rappers, agentes, produtores musicais e letristas percorriam os corredores do órgão lado a lado e, com roupas coloridas e emblemas gritantes, quebravam a monotonia dos ternos. Não foi o acaso que levou tantas figuras da indústria musical a se reunirem na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. Muito pelo contrário. Estava marcada para o início da tarde uma assembleia da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), convocada pelo senador Ronaldo Farias (Podemos/RJ), que também atuou como seu relator. Nela, seria discutida uma Ideia Legislativa que pedia pela criminalização do funk e o enquadramento do gênero musical como ‘crime de saúde pública’. Criada e submetida pelo webdesigner Marcelo Alonso, de 47 anos, morador de um bairro da zona norte de São Paulo, por meio do portal e-Cidadania em janeiro de 2017, a sugestão acumulou cerca de cinquenta mil assinaturas ao longo do ano. O texto de Alonso considerava o funk uma

“falsa cultura”, visto que, na visão do autor, o gênero musical configura um crime contra a infância e adolescência. A ideia legislativa chamou a atenção da imprensa e não tardou até que músicos ao redor de todo país se manifestassem nas mídias sociais contra a censura do ritmo. Em meio a muito burburinho, teve início a Comissão que decidiria o futuro do funk no Brasil. As cadeiras do auditório foram ocupadas por músicos e produtores reconhecidos por suas trajetórias na indústria, como Mc Jenny, Mc Bandida e Leonardo Britto, além de parlamentares e de representantes da SNJ, que também se posicionaram contra a criminalização do gênero. Sem exceção, os artistas se opuseram à sugestão legislativa, com argumentos favoráveis ao gênero como ferramenta com potencial de transformação social e promoção de oportunidade. “Eu vim aqui para pedir respeito. Não podemos nos esquecer que o funk gera emprego, que ele é uma grande parte da cultura brasileira e que se comunica com a população de uma forma que outros gêneros musicais não comunicam”, disse a funkeira Mc Jenny, depois de pedir a palavra ao relator. Na mesa da relatoria, ao lado do senador Romário Farias e de Mc Koringa, cantor 85


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de funk melody, Bob Rum, também funkeiro e Mylene Mizrahi, Doutora em Antropologia Cultural e autora de publicações científicas sobre a estética do funk carioca, estava Bruno Ramos. O representante da Liga do Funk fez coro à fala de Mc Jenny e também se posicionou contra a Ideia Legislativa. “O funk é tão diverso quanto são os brasileiros que o escutam. Nós não podemos permitir que os estereótipos e preconceitos calem uma manifestação artística que é a marca registrada da periferia, que dá voz aos jovens em situação de vulnerabilidade. Para entender o quadro social do nosso país, é preciso se comunicar com ele. O Brasil ouve funk, fala a língua do funk, vive a realidade dessas músicas”, argumentou o produtor musical. Por mais alarmante que a ideia de silenciar

Mc’s ao redor de todo país possa parecer, aquela não era a primeira vez que um gênero musical era alvo de censura no Brasil. Do início do século XX até o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) o samba foi considerado crime, e era visto como um “ato de vadiagem”. Durante o período, diversos sambistas foram encarcerados, como o músico carioca João da Baiana, que foi preso diversas vezes por andar nas ruas do Rio de Janeiro com o pandeiro em mãos. Não muito antes da saga de João da Baiana e de seu pandeiro, era a capoeira o gênero alvo de represália. Até a assinatura da Lei Áurea, em 1888, os governantes decidiram pela criminalização da dança, temerosos que os movimentos das coreografias pudessem incitar revolta entre os escravos e enfraquecer o poderio e autoridade dos senhores

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de engenho. No Código Penal de 1890, constava a proibição: “Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação de capoeiragem: pena de prisão celular por dois a seis meses”. Um século mais tarde, no desabrochar da década de 1990, o rap também teve sua cota de problemas com a Justiça, apesar de mais sutis e em menor escala. Ficou famosa a ocasião na qual, em novembro de 1997, os integrantes da banda Planet Hemp foram presos em Brasília por “apologia às drogas”, em virtude de suas letras sobre consumo de maconha. Ao fim da Comissão criada para discutir a proposta de criminalização do funk, o repúdio à ideia Legislativa foi unânime entre os presentes. Nas palavras do relator, atribuir práticas crimi-

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nosas ao funk é “injusto e precipitado”. “Infelizmente, a prática de crimes ocorre nos mais diversos ambientes da sociedade brasileira, inclusive nos bailes funk. Para isso, já existem aparatos de repressão e judiciais que devem cumprir seu dever. E estes bailes também são uma alternativa de diversão para milhões de jovens em nosso país, e nas áreas mais carentes, é muitas vezes a única”, pontuou o senador Romário, e sinalizou para que tocassem no auditório a música É Som de Preto, um épico do funk brasileiro. O fim da tarde na Comissão de Direitos Humanos transcorreu ao som da dupla Amilcka e Chocolate, Foto: Truke enquanto funkeiros e parlamentares se Produções misturavam no baile improvisado. 87


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É proibido proibir “Frequentei o baile desde muito cedo. Quando você é menor de idade na periferia, muitas vezes, a única opção de lazer é o pancadão de rua”, conta Andressa Oliveira, de 21 anos, habitante da Morada da Liga e diretora de comunicação da Liga do Funk. Nascida e criada em Osasco, município da zona oeste da região metropolitana de São Paulo, Andressa nunca considerou seguir a carreira na indústria da música. “Sou muito tímida, ser artista nunca passou pela minha cabeça, mas o funk esteve presente na minha vida desde os 12 anos, quando eu ia para os bailes com a minha irmã mais velha. Morando na periferia, impossível não conhecer as músicas”, recorda.

Quando se formou no ensino médio, Andressa não sabia exatamente qual área seguir, mas estava decidida a trabalhar com ‘questões sociais’. Ela não demorou a se matricular em um curso técnico de gestão em projetos sociais, focado em gestão pública. Em janeiro de 2016, a jovem de Osasco estava em um ônibus para uma viagem rumo ao Fórum Social Mundial, que tomaria palco em Porto Alegre, quando um batuque familiar chamou sua atenção. Antes que se desse conta, os passageiros do ônibus cantavam a todo pulmão músicas que ela também conhecia de cor. Andressa ainda não sabia, mas acabava de ser apresentada à Liga do Funk. Encantada com a proposta do projeto, ela passou a frequentar a associação e seus conheci-

“o interessante a respeito da Liga é que esse é um espaço de iguais.”

VERTENTES DO FUNK Funk Melody: Músicas mais românticas com o estilo freestyle americano. Funk Vida Real ou Proibidão: Visa chamar a atenção da população para o que se passa na periferia. Muitas das letras funcionam como denúncias, mas é frequentemente confundido com apologia à violência. Nesse sentido, o proibidão se aproxima das letras dos raps mais antigos. Funk Ostentação: Ganhou força em 2009, a marca distintiva é o destaque dado ao consumo 88

de bens materiais. Funk Ousado: É um ritmo polêmico, marcado por trocadilhos e insinuações sobre sexo nas letras. Recentemente, muitas mulheres vêm tomando projeção no estilo com músicas que tratam da autonomia feminina, no lugar de letras que incentivam a rivalidade entre as mulheres e agressão por parte dos homens. Funk Gospel: Combina o ritmo característico do funk com letras que contém mensagens religiosas.


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mentos em gestão pública garantiram responsabilidades cada vez maiores. Dentro de um ano, Andressa havia sido nomeada diretora de comunicação da Liga. Na época, o projeto fundado por Marcelo Galático havia acabado de ser contemplado com a casa de número 422 na Rua Maria das Dores, que estava prestes a abrir as portas para aspirantes a Mc’s e produtores musicais ao redor de todo país. “Como mulher em um cargo de responsabilidade, a gente chega muito acelerado. Eu bati muito de frente com comentários que considerei machistas ou ofensivos. Mas o interessante a respeito da Liga é que esse é um espaço de iguais. Muitas das pessoas aqui não tiveram a base oferecida por espaços de educação política e social, então não dá para cobrar delas

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essa consciência. O que podemos fazer é transmitir o conhecimento com respeito às trajetórias individuais”, conta, sobre a convivência entre os membros da associação. Nos encontros da Liga, só existe uma regra: é proibido proibir. Apesar de a associação promover debates com o objetivo de conscientizar os participantes, o conteúdo da criação artística dos Mc’s fica por conta deles, sem censura ou represália. “Muita gente acha que as pessoas chegam aqui com uma determinada visão de mundo e que nós construímos outra em cima disso. Não funciona assim”, explica Andressa, e acrescenta que todos têm total liberdade para cantar a vertente do funk com a qual se sentem confortáveis, desde que seja uma decisão consciente.

Foto: Frequentadores da Liga

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Plano Juventude Viva é uma iniciativa do governo federal, coordenado pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), vinculada à Secretaria de Governo da Presidência da República (SG/PR) e pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Ele reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autotnomia. As ações do Plano Juventude Viva visam a ampliação dos direitos da juventude, a desconstrução da cultura de violência, a transformação de territórios atingidos por altos índices de homicídios e o enfrentamento ao racismo institucional, com sensibilização de agentes públicos para o problema. Como respaldo para elaboração do Juventude Viva, foram utilizados os dados sobre homicídios por arma de fogo do Mapa da Violência. A partir dele, foram escolhidos 142 municípios considerados prioritários para receber os recursos do Plano, por conta dos altos índices de

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morte de jovens negros. Atualmente, após quatro anos desativado, o Plano está em reformulação, buscando articulação com ações que abarquem a prevenção à violência e a proteção da vida da juventude negra brasileira. A previsão é de que o Novo Juventude Viva seja lançado em 2018. Atualmente, estão sendo feitas consultorias para avaliar quais os pontos mais críticos de mudança, que são exigidos pelos municípios prioritários, elencados no Mapa da Violência de 2016. Além disso, a reformulação do Juventude Viva contará com o respaldo de dados do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial (IVJ). Encomendado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Juventude, o novo relatório terá como ano base 2015 e as fontes de dados utilizadas são do IBGE (PNAD 2015, Censo Demográfico 2010, projeções populacionais) e o Datasus (Sistema de Informações de Mortalidade – SIM).

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MAPA DA VIOLÊNCIA O Mapa da Violência teve sua primeira edição em 1998, sob encomenda do Ministério da Justiça. “Na época, o órgão não tinha nenhum dado sobre mortes violentas, então nós precisamos recorrer a estatísticas do Ministério da Saúde”, explica Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa. “O Ministério da Saúde tem um sistema de informação de mortalidade muito completo. É um registro de verificação de óbitos, informações recolhidas nos postos de saúde, um trabalho muito minucioso. Duas vias de todos documentos de óbito ficam no Ministério, para compor o registro de mortalidade”, completa. Ele conta que foi possível compilar certidões, processar e tabular os dados para fazer os Mapas, com números colhidos desde o ano de 1980.

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VIDAS NEGRAS A cada 23 minutos, um jovem negro é morto no Brasil. A cada dia, 66 vidas são tiradas de maneira violenta, totalizando 4.290 óbitos por ano. Segundo o Mapa da Violência, um rapaz negro tem até 12 vezes mais chance de ser assassinado do que um branco, a depender da região em que vive. Esses dados dizem respeito ao retrato mais fiel do racismo no Brasil. Com o objetivo de combater a discriminação racial e conscientizar a população para a necessidade de pôr fim à violência cometida contra jovens afrodescendentes, a Organização das Nações Unidas (ONU) lança a campanha Vidas Negras. Em 7 de novembro deste ano, a Casa das Nações Unidas, em Brasília, estava atipicamente cheia. A ocasião era o lançamento da campanha Vidas Negras, que reuniu cerca de cem autoridades públicas, representantes da sociedade civil e do corpo diplomático. A ação, que faz parte da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024) e integra a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, foi declarada em uma Assembléia Geral da ONU como forma de “reconhecer que os povos afrodescendentes representam um grupo distinto cujos direitos humanos precisam ser promovidos e protegidos”. Dos aproximadamente 200 milhões de pessoas auto identificadas como afrodescendentes que vivem nas Américas, mais da metade estão no Brasil, reforçando a necessidade de implementar ações anti racismo de alcance nacional.

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Durante a cerimônia de lançamento do Vidas Negras, o secretário Nacional de Juventude do governo federal, Francisco de Assis Costa Filho, falou sobre a reativação do Programa Juventude Viva, uma ação que visa reduzir os níveis de mortalidade da juventude negra nos municípios com maiores índices de homicídio com recorte racial. “Estamos trabalhando em parceria com a ONU e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública no Novo Plano da Juventude Viva, que reúne ações de prevenção para diminuir a vulnerabilidade de jovens negros de 15 a 29 anos a situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia. O objetivo é reunir todas as ações do governo federal e implementá-las nos municípios com recorte de violência mais alto, com base no Mapa da Violência”, adianta o secretário, sobre a reformulação do Plano.

#VidasNegras Adaptada à realidade virtual, a campanha Vidas Negras encontra nas mídias sociais sua mais poderosa ferramenta de divulgação. Vídeos que simulam situações de racismo institucional e outras violências enquadradas como crime são encenadas para demonstrar a recorrência da discriminação racial e alertar os usuários para a urgência de se posicionar. As peças da campanha são acompanhadas pela hashtag #VidasNegras, que marca a presença da ação da ONU na internet.

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ESPORTE E LAZER

JUVENTUDE, CULTURA E TERRITÓRIO

Confira o diário de viagem de um Coordenador do Programa ID Jovem que mergulhou fundo nas belezas e (con)tradições do Acre

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eu nome é Alex Armenio e sou coordenador do Programa Identidade Jovem na região Norte do país. Por esse motivo, no início do mês de agosto - o mês da juventude, em virtude da comemoração do Dia Mundial da Juventude - realizei uma viagem até o estado do Acre com o objetivo de construir relações que pudessem contribuir na disseminação do ID Jovem no Estado. A população do Acre é de 816.687 mil pessoas, de acordo com o último Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016. Desse total, 214.736 mil são jovens de 15 a 29 anos de idade e, dentre eles, mais de 115.994 mil são beneficiários do Programa Identidade Jovem. O

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fato de mais de 50% do grupo de jovens no Estado receberem os privilégios associados ao ID Jovem funciona tanto como exemplo de sucesso, como lembrete que ainda há muito trabalho a ser feito no restante do país. Ao caminhar por Rio Branco, capital do Acre, é possível observar que muitos jovens ainda se reúnem nas praças da cidade, um comportamento típico de cidades pequenas, do interior. Nesses espaços, presenciei rodas de violão, jovens com cadernos ao colo esboçando letras de rap, casais de namorados, amigos confraternizando, adolescentes jogando bola e grupos de amigos entretidos em rodas de conversas e brincadeiras. Segundo a Fundação Elias Mansur (FEM), o Acre possui um total de 365 espaços de cultura,


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dentre eles, 12 museus, 13 centros de cultura e florestania, 9 outros pontos de cultura e 15 teatros. No entanto, casas de show, boates e demais espaços de lazer e cultura cobram bilheteria, barrando o livre acesso da população jovem. É nesse sentido que o Programa Identidade Jovem, através da meia entrada, promove a democratização do acesso a eventos que cobram bilheteria. Segundo pesquisas sobre as classes C e D a pedido do Ministério do Turismo, as principais motivações para viagens entre os brasileiros são: passear/descansar, visitar família/amigos e trabalhar. Em contrapartida, o principal objetivo de viagem entre os jovens é conhecer novos lugares, tendo como principal restrição questões orçamentárias. O ID Jovem também concede ao jovem de baixa renda o benefício de duas passagens gratuitas e duas passagens com desconto de 50% em viagens interestaduais. Independentemente da motivação da viagem, o benefício está alinhado com o eixo Direito ao Território e à Mobilidade do Estatuto da Juven-

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tude e constitui, dessa forma, mais uma ferramenta que potencializa a capacidade dos jovens de se inserir em novas redes, descobrir coisas novas e voltar para seus territórios com novos atravessamentos de vida. O entendimento que o jovem de origem popular é, muitas vezes, mais fomentador de cultura do que espectador dela e que também é protagonista no processo de criação das estratégias de desenvolvimento econômico em seu território é fundamental. Essa compreensão faz surgir novos direcionamentos para as políticas públicas de juventude, sobretudo no que diz respeito à democratização da cultura, gerando acesso aos espaços de esporte e lazer, além de garantir a circulação de jovens pela cidade. Nessa perspectiva, o acesso ao lazer e à cena cultural possui uma dimensão mais ampla, que é a garantia da participação dos jovens em novos espaços, seja como espectadores, seja como produtores e fomentadores da cultura local.

“Em lugares fechados você vai com as amizades que você tem, você conhece alguém que tá organizando ou você ou quem te fez o convite, porque geralmente aqui não as entradas para eventos são gratuitas” Zé, 21 anos morador da baixada da Sobral - Rio Branco/AC

“ No meu caso, eu não pago, porque eu conheço um amigo que coloca meu nome na lista. Aí eu entro de graça mesmo... tem lugar que tem que pagar se não tiver o “conhecido” né?” Michele, 21 anos morador do Alto Alegre – Rio Branco/AC

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ESPORTE E LAZER

ID JOVEM COMEMORA UM ANO DE LANÇAMENTO COM QUASE MEIO MILHÃO DE BENEFICIÁRIOS A Secretaria Nacional de Juventude comemora os bons resultados do Programa Identidade Jovem. Em 1 ano, foram emitidas quase meio milhão de carteiras sendo que, em dezembro de 2016, o país contava com 18 mil jovens beneficiados, indicando uma taxa de crescimento de mais de 2.000%. O ID Jovem é uma iniciativa do Governo Federal em parceria com os Governos de Estados e municípios. Durante o ano de 2017, o ID Jovem foi lançado em 25 dos 27 estados da federação, restando apenas Roraima e Mato Grosso para a efetivação total em todo país. No último balanço do programa foi divulgado o ranking de estados que tiveram mais adesão. O campeão foi Minas Gerais, que, sozinho, acumula quase 60 mil carteiras emitidas, seguido de Bahia, com mais de 50 mil IDs e de São Paulo, que ultrapassa 40 mil beneficiários. O secretário Nacional de Juventude, Assis Filho, anunciou que foram criados comitês de acompanhamento e fiscalização do ID Jovem em sete estados brasileiros. Os comitês visam integrar o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), governos estaduais, gestores públicos, membros da sociedade civil, do Ministério Público e do parlamento na tarefa de fiscalizar e acompanhar o Programa. A potencialização dos comitês garantirá o lançamento da Blitz do ID Jovem, previsto para o início de 2018. Trata-se de um conjunto de ações de alcance nacional que visa garantir que as IDs já emitidas estão em conformidade com o Estatuto da Juventude. 96


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DIREITOS GARANTIDOS PELA ID JOVEM:

A ID Jovem garante a meia-entrada em cinemas, teatros, shows e eventos esportivos, além de direito a duas vagas gratuitas e duas vagas com 50% de desconto no transporte interestadual, por veículo, embarcação ou comboio ferroviário. Os benefícios são garantidos a jovens entre 15 e 29 anos de idade com renda familiar de até dois salários mínimos. Esses direitos são assegurados pelo Estatuto da Juventude – Lei nº 12.852/2013, aprovado em agosto de 2013, após uma luta histórica protagonizada por movimentos sociais de juventude. Portadores da ID Jovem também poderão ser contemplados com a isenção de pagamento de taxa de concurso público federal. O projeto de Lei n. 8036/2017, de autoria do deputado Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), que garante a gratuidade na inscrição, está em tramitação na Câmara dos Deputados. Para ter acesso ao Programa Identidade Jovem, basta acessar o site da Caixa Econômica Federal (*www.caixa.gov.br/idjovem*), ou por aplicativo para smartphone. Para se cadastrar no CadÚnico e retirar o NIS, basta comparecer a um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) municipal.

Alex Armenio

Sociólogo e Coordenador Regional do Programa Id Jovem

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ESPORTE E LAZER

Desde março deste ano, a Caravana ID Jovem, que divulga o benefício para os brasileiros, além de capacitar gestores para o programa e realizar mutirões para emissão do documento, já passou em 25 unidades federativas, além do Distrito Federal: todos os estados do Sul e do Sudeste; Amapá, Tocantins, Acre, Rondônia, Pará e Amazonas, estados do Norte; Goiás e Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste; e Ceará, Piauí, Maranhão, Paraíba, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e estados do Nordeste. Até o fim do ano, a Caravana ainda passa por Roraima e pelo Mato Grosso.

POR ONDE A CARAVANA PASSOU ENTRE SETEMBRO E NOVEMBRO:

MACEIÓ/AL 02/08 429.860 Beneficiários do Estado*

*Até novembro de 2017. 98


ESPORTE E LAZER

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VILA VELHA/ES 07/08 211.595 Beneficiรกrios do Estado*

RECIFE/PE 23/11 1.107.932 Beneficiรกrios do Estado*

MANAUS/AM 24/11 479.006 Beneficiรกrios do Estado*

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ESPORTE E LAZER

PASSO A PASSO Para emissão da ID Jovem, siga os passos abaixo: Tenha em mãos o NIS (número de identificação social) Acesse o site da ID Jovem

impresso no: - Cartão Cidadão - Extrato do FGTS - Carteira de Trabalho

- preencha os dados - gere seu cartão

Imprima a imagem do cartão

- Apresente ao adquirir o bilhete ou ingresso - Não esqueça um documento oficial com foto

100

Fazer o download do aplicativo da ID Jovem

- Android - iOS - Windows Phone

Preencher com o NIS e os dados solicitados e gerar o cartão virtual ID Jovem Não é necessário imprimir


ESPORTE E LAZER

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CONHEÇA OUTROS PROGRAMAS DE ESPORTE E LAZER PARA A JOVENS:

PROGRAMA SEGUNDO TEMPO – PST

E

ste ano, o Programa Segundo Tempo (PST) reuniu, por meio da Fundação de Desporto e Lazer (Fundesporte), 697 propostas de projetos públicos. Dentre elas, 654 eram referentes ao Programa Segundo Tempo Padrão e 43 ao Segundo Tempo Universitário, vertentes do PST que visam o atendimento prioritário de pessoas com deficiência física e estudantes universitários. As iniciativas são da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério do Esporte. Os programas buscam democratizar o acesso à cultura e ao esporte, promovendo de forma integral o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens expostos a riscos sociais, preferencialmente matriculados em escolas da rede pública, bem como auxiliar na formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida.

MINISTÉRIO DO ESPORTE - REDE CEDES – CENTROS DE DESENVOLVIMENTO DE ESPORTE RECREATIVO E DE LAZER - PROJETO BRINCANDO COM O ESPORTE - PROGRAMA LUTA PELA CIDADANIA - PROGRAMA SEGUNDO TEMPO PARADESPORTO - PROGRAMA ESPORTE E LAZER DA CIDADE – PELC MINISTÉRIO DA DEFESA - PROGRAMA FORÇAS NO ESPORTE – PROFESP

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SAÚDE

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Cartilha propõe soluções e debate sobre sexualidade e saúde de adolescentes

Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), lançou, em setembro deste ano, a cartilha “Saúde e sexualidade de adolescentes”. A publicação foi fruto de debates entre Baixe aqui a cartilha adolescentes, academia e profissionais de diversas áreas do MS e da OPAS/OMS, que ocorrem desde 2016. O material tem como objetivo identificar as necessidades e superar os desafios que adolescentes do Brasil enfrentam, respeitando os direitos humanos e a promoção da equidade de gênero. Ao lembrar que a adolescência é uma época de descobertas, a publicação alerta que “as buscas e experimentações dessa faixa etária possibilitam uma maior exposição às violências e aos comportamentos de riscos, tais como o abuso de álcool e de outras drogas, que podem resultar em uma maior suscetibilidade às infecções sexualmente transmissíveis e em uma gravidez não desejada”. A cartilha propõe soluções, baseadas em serviços de atenção integral e especializados já oferecidos nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde, além de apontar meios para melhorar o atendimento dos adolescentes.

PROGRAMAS: MINISTÉRIO DA SAÚDE - PROGRAMA SAÚDE NAS ESCOLAS (PSE) - POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI (PNAISARI) - POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM (PNAISH) - POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER - POLÍCIAS CONTRA O CÂNCER INFANTIL - REDE DE CUIDADOS À PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADOLESCENTE E DO JOVEM (PNAISAJ) MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL - CADERNOS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL - PROMOÇÃO DE PRÁTICAS ALIMENTARES SAUDÁVEIS PARA JUVENTUDE EM REDES SOCIAIS 102


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SEGURANÇA

FORTALECIMENTO DE CONSELHOS TUTELARES Em 9 de novembro deste ano foram realizados avanços na garantia de cumprimentos dos direitos de menores de idade. A Comissão de Legislação Participativa realizou uma audiência pública para discutir o fortalecimento de conselhos tutelares ao redor de todo país, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), fundamentado na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. O ECA é o marco legal e regulatório que dispõe, dentre outros temas, sobre o funcionamento de tais conselhos. Marcaram presença na Comissão representantes do Ministério dos Direitos Huma-

nos, a coordenadora geral do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Verena Martins de Carvalho; o representante da Unicef no Brasil Gary Stahl; o promotor de Justiça do Paraná Murilo Digiácomo; e um representante do Fórum Colegiado Nacional de Conselheiros Tutelares. O Conselho Tutelar é um órgão essencial ao Sistema de Garantia de Direitos. O dispositivo é chamado a agir por meio de denúncia de ameaça ou violação de direitos de menores de idade e realiza ações preventivas.

CONHEÇA OUTROS PROGRAMAS DE SEGURANÇA VOLTADOS PARA JOVENS:

INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF - SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS - SCFV MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA - PROGRAMA NACIONAL PARA COOPERAÇÃO NO REGRESSO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SEQUESTRADOS - PROGRAMA NACIONAL DE COOPERAÇÃO EM ADOÇÃO INTERNACIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SEQUESTRADOS - PROGRAMA SALA EDUCATIVA - PROGRAMA PROTEJO - PROJETO MAPEAR - PROGRAMA CORAÇÃO AZUL CONTRA O TRÁFICO DE PESSOAS - PROGRAMA CRACK, É POSSÍVEL VENCER

SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES - AÇÕES DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS - ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL - CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA MINISTÉRIO DO TURISMO - PROGRAMA TURISMO SUSTENTÁVEL E INFÂNCIA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL - SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO

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Ei vc sabia que existem diversos programas do governo voltados p/ a juventude? Diversos? Me mostra! Olha só o tanto:

SNJ SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE

COI

estacao juventude

2.0

Comitê Interministerial da Política de Juventude PLANO NACIONAL DE

Plano Nacional

de Juventude

Por uma política de estado para a juventude

ST RTUP

Biblioteca de

JUVENTUDE


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