O Café com Leite #02

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Edição 02 – Agosto de 2015

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Engatilho

/patrickpessoa2 patricksplan@hotmail.com @patrickpessoa /patrickpessoa

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Olá, meu nome é Patrick Pessoa, tenho 21 anos e trabalho com diagramação desde os meus 15. Sou formado em design gráfico e gosto muito do mundo das artes, design, música, cinema. A revista (hahaha) O Café com Leite é uma (minha) publicação independente no meio de muitas que fala, no geral, sobre arte. Na verdade sempre quis fazer uma revista, mas sempre estava com preguiça de escrever as matérias, aliás, sou péssimo para escrever qualquer tipo de texto (esse já é um exemplo), mas peraí... A internet “tá” cheia de textos e matérias sobre todos os assuntos... Por que não? Bem, fui aos sites que gosto, peguei matérias que gostei e tive o gosto de diagramá-las e fazer essa publicação. Mas para contrariar as últimas palavras, na página 24 eu me arrisquei e escrevi algumas frases. Inseri entre as matérias algumas ilustrações, algumas montagens, algumas fotos, algumas piadinhas y otras cositas más. Mas não queria colocar só coisas minhas, e desta vez vou, porque não tem ninguém aqui comigo... :( Mas gostaria de deixar claro que essa é uma publicação neutra, sem compromisso nessa brincadeira de fazer revista, como se ela fosse aquela criança que não corre muito pra brincar de piquepega sabe? Onde ela não vale, mas todos deixam ela brincar. Abraço do seu pequeno grande amigo!


Coloquei na capa dessa edição um wallpaper do

WALLHAVEN, que nasceu com a morte? do WALLBASE.

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Sumário

Aprenda a fazer flyers... Depois você fala comigo.

A violência tropical de Hotline Miami 2.

O que você achou das minhas frases de macho?

Ignore a revista, apenas leia essa matéria.

Episódio do homem invisível.

Os barulhos segmentados de um ano.

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Exposição

Ian Jepson é ilustrador freelancer em Cape Town, na África do Sul. Depois de cinco anos trabalhando na indústria, começou a trabalhar por conta própria em 2013. Atualmente tem seu estúdio caseiro focado em pôsteres, flyers e tipografia personalizada. Será que ele consegue dar uma aula com estes modestos flyers? www.ideafixa.com

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Games

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O surrealismo sangrento de

Hotline Miami 2: Wrong Number

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s luzes brilhantes, a espetacular trilha sonora e ânsia de matar retornam em Hotline Miami 2: Wrong Number para finalizar sua complexa e sangrenta narrativa. Confira agora a nossa resenha! Hotline Miami talvez seja um dos meus jogos independentes favoritos: ele representa uma sensação que nunca tive em jogos, injetando adrenalina em seu corpo de uma forma inigualável e transmitindo sentimentos de ira aliados à uma jogabilidade viciante e uma trilha sonora tão cuidadosamente bem trabalhada quanto a sua vontade de matar tudo e todos em cada recinto. Isto finalizado à sensação de náusea desenvolvida no final de cada fase, que esfrega seus próprios atos em sua cara, mstrando as atrocidades que o jogo “te incentivou” a cometer alguns minutos antes. Então admito que estava com as minhas expectativas bem altas com Hotline Miami 2: Wrong Number, uma continuação do game original em um escopo maior visionado pela equipe formada por Dennaton Games, Jonatan Söderström e Dennis Wedin. Trailers foram divulgados e versões não finalizadas do jogo foram testadas mostrando novas mecânicas na jogabilidade mas pouco de sua história, com a Dennaton Games escondendo intencionalmente a trama do game e os elementos que seriam abordados no novo jogo. O mundo repleto de neon, violência e caos chega ao fim com Wrong Number, expandindo e finalizando a história em um único jogo, desenvolvendo o enredo do misterioso protagonista que matava mafiosos por misteriosas ligações telefônicas e se tornou algo maior, mais denso e com certeza, bem mais complicado.

O complexo e sangrento universo de Hotline Miami 2 A história contada em Wrong Number se move para um lado nada ortodoxo e apresenta diferentes protagonistas em situações divergentes e em linhas temporais que vão se alternando entre si. Wrong Number é um jogo extremamente complicado de entender o que está acontecendo e de se acostumar com toda a situação. Acho que este é o maior – porém, o único – erro em seu enredo: ele começa confuso demais, o que pode deixar aqueles que não se interessam pela história sem a mínima vontade de jogar. Em Wrong Number temos nove protagonistas jogáveis que atuam entre os anos de 1985 até 1991, com vários pulos entre 86, 87, 89 – com este último sendo paralelamente aos eventos do primeiro jogo –, e boa parte da trama focando em 90 e 91. Os personagens variam entre diversos pontos de vista, com uma metade focando na visão que a sociedade tem após os atos de Jacket terem ido ao público, e outra parte dos protagonistas trabalham em cima da trama para movê-la e dar a tão esperada conclusão. No elenco, temos um ator que está procurando ser o mais autêntico possível em seu papel no Midnight Animal, um filme slasher inspirado nos assassinatos de Jacket; temos m grupo de vigilantes que querem imitar os assassinatos do passado simplesmente porquê querem; umm violento e narcisista policial que acaba levando as situações em suas próprias mãos para o extremo; um escritor que está fazendo o livro sobre o percurso de Jacket; e mais uma série de personagens que são introduzidos no decorrer do jogo e vão acrescentando à história.

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As novidades de Wrong Number são as máscaras que dão novas habilidades e uma complexidade maior no design de cada fase.

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Esta é uma das maiores diferenças entre os dois jogos, Hotline Miami 2 expande o universo de uma forma que ninguém esperava, dando uma perspectiva de diferentes personagens que vão se complementando para o desenrolar da narrativa. O que acrescenta complexidade de acompanhar a história é a surrealidade com o enigmático Richard, que se torna o ser que aparece para todos os personagens. O primeiro jogo contou com momentos bizarros que te fazem questionar se aquele momento é real ou se você estava vivenciando um sonho, e a forma caótica como aquele possível sonho era imposto ao jogador mostrava a verdadeira direção que o jogo tinha, criando uma visão abstrata do caos (mesclado em sua jogabilidade e trilha sonora), tudo isso graças ao Richard. Tudo muda em Wrong Number, os momentos mais alucinantes mostram uma imagem mais completa das situações ao deixá-las incompletas. O que eu quero dizer é que existe uma maestria no desenvolvimento do enredo, ou seja, os momentos são complexos porque os desenvolvedores querem que você fique confuso e sedento em procurar a verdade, em entender se aquela cena realmente aconteceu, se aquele personagem realmente morreu, e por fim, entender a imagem completa que Wrong Number pinta durante as suas mais de doze horas de jogo.

O que faz Wrong Number ser tão interessante em sua história é a ousadia da Dennaton Games, com poucas formas de entretenimento que decidem contar a sua história em uma forma anacrônica, e as que conseguem são extremamente fáceis de apontarmos erros de continuidade ou algum problema no enredo que possa “quebrar” a trama. Aqui não: Wrong Number foi cuidadosamente construído para se encaixar em cima daquilo que já foi estabelecido, expandir todas as pontas soltas que o primeiro jogo deixou e concluir uma saga espetacular com seu próprio estilo de contar uma história.

Sacrifícios em prol do enredo Certos sacrifícios foram feitos em troca desta complexidade narrativa. A jogabilidade continua a mesma em quase tudo, salvo algumas exceções. As grandes novidades na jogabilidade de Wrong Number são as máscaras que dão novas habilidades, o reajuste de algumas máscaras que estavam poderosas demais, e uma complexidade maior no design de cada fase. Temos a máscara de tigre que perdeu a sua habilidade de utilizar armas, restringindo aos punhos; as máscaras de cisnes que permitem o jogador controlar dois personagens simultâneos: os irmãos

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Alex e Ash Davis, sendo que Alex manuseia a motosserra e Ash possui uma pistola, podendo pegar outras armas de fogo do chão. Já a máscara de zebra dá a habilidade de uma cambalhota para esquivar de balas; enquanto a máscara de urso te entrega duas metralhadoras enquanto a sua habilidade secundária expande a mira em até um ângulo de 180°. Mas existe um grande porém nestas novidades: as variações somam à jogabilidade ao mesmo tempo que se restringem em favor da história. Levantando um exemplo das máscaras que acabei de mencionar, temos as máscaras de cisnes que pertencem aos irmãos Alex e Ash Davis, que por sua vez são personagens da gangue de vigilantes no jogo, ou seja, as máscaras e suas respectivas armas estão disponíveis somente quando você estiver jogando com eles, não podendo utilizar os cisnes em outras situações. A liberdade de escolha é cortada em prol da personalidade dos protagonistas. E o mesmo vale para todos os outros personagens, temos alguns que nem chegam a utilizar máscaras em suas missões, um dos personagens só utiliza um tipo de máscara e por aí vai. Isto faz com que a variedade seja grande, porém restritiva, nos dando somente a situação específica em que determinado personagem usa determinada máscara. Continuando na jogabilidade, Wrong Number traz uma grande mudança no design geral do mapa, trocando as salas fechadas e cantos cegos para cenários amplos, maiores e com pouco espaço para se esconder. Agora o maior desafio em uma missão é se adaptar aos inúmeros obstáculos impostos em um mapa; as salas contém mais janelas do que antes, o que acaba forçando o jogador a criar uma estratégia ao invés de simplesmente sair correndo pelo mapa. Esta estratégia mais comedida é o fator principal na sensação que tive ao jogar Wrong Number em comparação ao primeiro jogo. Em Hotline Miami, a jogabilidade dá uma sensação mais cheia de adrenalina, com mais violência e agilidade ao limpar uma sala, enquanto a sensação lúgubre e nauseante de se retirar e ver o estrago que você fez era mais impactante.

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Em Wrong Number, você se sente mais como um assassino que calcula seus atos do que um psicopata insano com a sede de matar, cada passo é preciso ser pensado para não morrer repentinamente por um cachorro, um capanga que estava por lá ou um cara com uma escopeta do outro lado da janela que conseguiu te ver naquele ponto que você achava ser cego. E o motivo desta estratégia é que a punição é mais pesada em Wrong Number. Sim, você ainda retorna para a fase segundos após a sua morte simplesmente apertando um botão, mas como os mapas são maiores e os perigos mais intensos, existem mais chances de você ter que retornar ao começo e refazer tudo, deixando cada morte com mais gosto de derrota do que antes. O que intensifica e complica tudo ainda mais é o fato de você não poder utilizar outras máscaras, deixando pouco espaço para uma mudança de estratégia focada nas habilidade de cada máscara. Wrong Number te força a jogar direito, com calma e frieza, mas ao mesmo tempo, não perdendo aquela sensação satisfatória e nauseante de matar pessoas da forma mais brutal possível.

A trilha sonora não são somente músicas eletrônicas, mas sim faixas que mostra capricho em cada um dos artistas escolhidos.


Novo jogo, mesmos problemas Mas infelizmente nem tudo é perfeito: a jogabilidade de Wrong Number tem praticamente todos os problemas e bugs do primeiro jogo, deixando a clara impressão de que eles se preocuparam em polir a história, mas não mexeram em muita coisa de gameplay. Portas continuam sendo um imenso problema em Wrong Number pela forma errática com que elas funcionam; a Inteligência Artificial dos inimigos continua disruptivas — em alguns momentos os inimigos são atenciosos a ponto de escutar uma agulha caindo do outro lado da sala, noutro eles simplesmente não se movem mesmo com um tiro de escopeta explodindo a dois centímetros de suas caras. O mesmo vale para obstáculos cansativos e frustrantes, incluindo os cachorros que odiamos, os caras maiores que demoram demais para morrer e a confusa mira que por algum motivo acaba ficando presa quando a colocamos no canto da tela, ou some de vista por causa dos padrões geométricos e da paleta de cores dos cenários. Um dos maiores sacrifícios de Wrong Number é como ele perdeu seu foco na jogabilidade, que deu lugar à uma história mais densa, mas que é contada em um jogo que repete os problemas do passado. Os problemas que já vimos continuam do mesmo jeito e as novidades não são tantas ou tão boas quanto deveriam (algumas delas são totalmente inúteis).

A fantástica e surreal trilha sonora Porém, no meio de tanta incerteza, existe algo que conseguiu se superar espetacularmente

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em comparação ao primeiro jogo. A trilha sonora de Wrong Number não é só um compilado de músicas eletrônicas que acompanham a frenética jogabilidade, mas sim uma coleção de faixas que mostra capricho em cada um dos artistas escolhidos, enquanto acentua e intensifica o impacto de cada momento. Sua duração — assim como a do jogo, dobrou de tamanho — de modo que agora temos mais de três horas ininterruptas de música eletrônica de artistas como Jasper Byrne, Mega Drive, Magic Sword, M|O|O|N e mais algumas dezenas de nomes que fizeram parte do melhor projeto de trilha sonora em videogames visto nestes últimos anos. Wrong Number é um daqueles jogos em que você pausa

a fase em que está só para escutar a música com mais clareza e sem interrupção do jogo, se destacando e transcendendo os videogames, ela é boa para curtir em qualquer lugar.

Conclusão A beleza que há no primeiro Hotline Miami é fruto de sua jogabilidade viciante e da maneira como ela orbita uma trilha sonora impecável enquanto sua história tomava o segundo plano para nos deixar com a sensação inebriante de nos tornarmos um assassino. Wrong Number decide inverter os papéis para nos contar uma história densa, complexa e extremamente bem elaborada — ouso dizer que é uma das narrativas mais interessantes feitas até hoje nos videogames –, entrando facilmente ao lado de outros grandes jogos que colocam um bom enredo em primeiro lugar. Infelizmente foram necessários alguns sacrifícios na jogabilidade para deixar sua trama tão “amarradinha”, e isso fica ianda mais evidente se considerarmos a falta de conserto nos erros já existentes e na restrição da liberdade do jogador em prol do enredo. Mas isto faz Wrong Number ser um jogo pior que seu antecessor? Ou ainda, um jogo ruim? Muito pelo contrário, Wrong Number é uma evolução, e como nem toda evolução é perfeita, ela ao menos justifica a perda de alguns dos elementos que gostamos tanto no primeiro jogo, em troca de uma melhoria significativa em sua história, trilha sonora e em seu universo como um todo. O lado ruim disto é que os fãs mais antigos talvez não sejam tão abertos ou complacentes com estas mudanças, mas pelo visto, a própria Dennaton previu este conflito e continuou assim mesmo, para conseguir finalizar a série da melhor forma possível, e francamente, eu fico extremamente feliz pela escolha deles. Análise Arkade por Henrique Gonçalves em 19/03/2015 www.arkade.com.br

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Então eu escrevi

Um verdadeiro homem age no silêncio Um verdadeiro homem age sem uma linha de chegada, sem competição, sem público, sem aclamar por aplausos Um homem faz o que um homem tem que fazer

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Você precisa ler

A depressão masculina 28

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A depressão masculina se configura com elementos muito particulares, reservados aos homens. Há a necessidade de tratá-la de forma diferenciada. A depressão, quando não tem causas essencialmente orgânicas é resultante de uma combinação de fatores como histórico pessoal, traços de personalidade, cultura e elementos externos que disparam um processo silencioso de corrosão da capacidade de sentir prazer na vida, equilíbrio da negatividade ou de resiliência frente aos impasses. A nossa cultura cria imagens simbólicas do que é sucesso ou fracasso baseadas em nacionalidade, gênero, religião, etc. Por exemplo, se uma mulher não se casa virgem num país, pode morrer por isso (literalmente). Já em outro, essa mesma situação é facilmente reconhecida como um completo absurdo. Na queda de braço entre a pressão externa e a capacidade interna de corresponder à essas expectativas, o homem parece se debater com demônios diferentes das mulheres. Se, para elas, pesa o fato de estar solteira, não ter filhos ou serem vistas com descaso quando se mostram livres, o mesmo não ocorre com os homens, que sofrem de outras pressões.

própria. Normalmente, a pessoa em depressão desconfia que perdeu o fôlego para viver, que está desproporcionalmente triste. O ponto-cego da depressão que acomete o homem é a de não poder admitir que tem uma fraqueza, muito menos emocional. Ele pode dizer que está chapado ou fora de si, mas nunca abatido ou emocionalmente fragilizado.

Sinais da depressão masculina

Ele sente as dores emocionais no corpo

Dificilmente um homem vai procurar ajuda porque está deprimido, normalmente a queixa dele é: • Estou cansado; • Não aguento meu chefe/trabalho; • Tenho raiva de tudo e estou perdendo o controle com facilidade; • Minha parceira está reclamando do meu jeito; • Minha família acha que tenho um problema, mas eles estão “viajando”. Além desses, há alguns sinais que valem atentar.

Ele não admite estar fragilizado O primeiro sintoma da depressão masculina é não ter a capacidade de reconhecê-la por conta

Não consegue identificar o que sente Outro aspecto é uma inabilidade para avaliar suas próprias emoções e dar nome aos bois. O vocabulário emocional do homem costuma se restringir, com bonitas exceções, a sensações corporais como “cansado”, com um “troço no peito”, tesão e, no máximo, uma emoção vista como viril que é a raiva. Angústia, medo, tristeza, desesperança, insatisfação, desencantamento, desapontamento, decepção, culpa, inveja, estão fora do campo de autoanálise de grande parte dos homens.

O terceiro viés da depressão masculina é que ela raramente é percebida claramente, com a sua propriedade sutil. Na maior parte das vezes, é vista como uma dor no corpo que o homem carrega por dias, sem compartilhar com os outros que sente. Ele vai ficar curvado, calado, recluso e perder produtividade, mas dificilmente vai confessar uma fragilidade. Você notará a depressão masculina quando o rendimento profissional dele cair, quando começar a agir de um modo estranho no seu relacionamento familiar ou amoroso, quando começar a fazer mais uso de álcool ou outras substâncias químicas e até quando ele ficar fisicamente doente. Da boca dele não sairá nenhuma queixa.

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Ele acha que não deve incomodar os outros O quarto ponto crítico é que, quando as pessoas percebem o quadro, ele já está instalado nas entranhas da mente desse homem. Não é incomum que as pessoas descubram quando ele já cometeu suicídio. Essa atitude para o homem é vista como uma tentativa de poupar os outros de carregá-lo como um peso na vida delas. Só a imagem de ver familiares e amigos se movimentando para cuidarem dele já causaria calafrios e, para evitar esse “transtorno” na vida dos outros, ele prefere se sacrificar. Pensando nesses aspectos, é muito mais fácil notar o motivo pelo qual homens morrem tão precocemente. Muitos que se deixam entregar por um diabetes mal cuidado, um problema cardíaco, uma compulsão por álcool ou tabaco, podem ter como pano de fundo uma auto-destrutividade não detectada como depressão. A solidão masculina é um fator que contribui para a construção dessa jaula social que cria uma barreira invisível entre os amigos homens. Eles não se sentem à vontade para abrir seus medos, dores e desilusões pessoais. Numa realidade complexa e com muitas sutilezas emocionais, o homem fica paralisado, pois não foi treinado para lidar com a amplitude de identidades à nossa disposição. Ser apenas mais um macho-provedor está longe de dar conta do recado. Então ele desenvolve um psiquismo fragmentado. Dentro de si guarda as velhas noções de masculinidade, mas externamente se adequa a uma mentalidade livre de papéis restritos. Isso causa uma sensação de isolamento. As revistas e programas de TV voltados ao público masculino tendem a reforçar os estereótipos. Não se abrem espaços para discussões maduras e sérias sobre os dramas masculinos.

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O resultado é uma apatia existencial que se manifesta por meio do famoso “o que vier é lucro”. Uma postura destituída de valores e questionamentos. Ganhar dinheiro, transar, tomar umas com uns amigos e já está bom demais. Trecho do texto sobre Solidão Masculina

Nunca nos perguntamos sobre as angústias de alguém que se fantasia de vencedor e depois não consegue se desgarrar dessa ilusão. Como você se sentiria em viver sem a liberdade de perder, fraquejar, descansar e errar? (...) Pode parecer um luxo de classe privilegiada falar do sofrimento em estar no topo. Porém, quero deixar claro um ponto. O homem que tem a pretensão de sempre ser o Alpha está num processo silencioso de ameaça frente às condições de falência ao longo da existência. Trecho do texto sobre Prisões Masculinas

Quando levamos essas travas em consideração, fica mais compreensível porque muitos homens gritam ou agridem quando se sentem minimamente acuados em suas posições pessoais: eles próprios são seus mais fiéis e implacáveis críticos. Quando alguém lembra um homem de que ele age como um egoísta, inconsequente, arrogante, machista, inexperiente ou imaturo, sua primeira reação costuma ser gritar para manter um mínimo de dignidade pública, ainda que, lá no fundo, ele próprio desconfie das suas convicções. Uma nota importante: é preciso olhar com muita delicadeza para um homem que se mostra ferozmente convicto de quase tudo. Quanto maior a blindagem, mais frágil o conteúdo do cofre. Os homens mais duros, irascíveis, casca-grossas e extremistas que conheci e atendi no consultório tinham uma beleza poética guardada à sete chaves e que não admitiam nem para os seus próprios pensamentos.


O lugar que a nossa cultura construiu para o homem é uma gaiola psicológica bem pequena.

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O herói, invencível, poderoso, livre, realizador Temos alguns ideais de masculinidade que podem ser decupados dentro de arquétipos. O herói é aquele que triunfa diante dos desafios, aquele que vence o cansaço, o medo e que mesmo diante de desafios impossíveis derrota o dragão. Essa é a imagem que circula no imaginário masculino como a única opção existencial digna de consideração. O invencível é quem não perde uma batalha e, mesmo que esteja vergado no chão, ainda conta para si a história de que a jornada não chegou no final, pois se ainda não venceu é porque não acabou. É o discurso da recusa à desistência legítima. O poderoso pode ser tanto por não se entregar ao comportamento de ser produtivo, gerar dinheiro, status de poder ou por ir ao extremo disso. Então, seja por uma moralidade imaculada ou prostituída, o homem se debate sempre pelo lugar de destaque. Para ele, ser mediano é um tipo de inferno pior do que o descrito por Dante. Livre, leve, solto e sem vínculos intermináveis, é isso que busca o homem que sente alergia quando pensa em qualquer coisa que seja “para sempre”. Um trabalho, uma parceira, um carro, não importa, qualquer vínculo que simbolicamente o “prenda” será visto como um inimigo. Se o homem não se sente ativo e realizador, com a mão na massa ou desembaraçando algum problema, como um MacGyver, ele percebe a si mesmo como sendo menos homem. Os filmes de aventura e ação estão recheados desses ícones de homens que resolvem a coisa toda, mesmo que seja na porrada. Em maior ou menor grau, os homens almejam atender a essas expectativas.

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O fracassado, frágil e sonhador E todos o universo de homens que não consegue sustentar os valores cultivados acima por mais de 6 meses sem sucumbir a uma síncope? Esses – todos nós – são os grandes candidatos à depressão masculina. Quase tudo confronta o ideal impossível que citei ali em cima, desde perder no poker, fazer dívidas impagáveis (para sustentar uma vida que não pode bancar), ficar fugindo do sentimento de amor que bate à porta, se sentir envergonhado por ser mais tímido ou desengonçado do que gostaria, broxar… enfim, a lista é interminável. O lugar imaginário no qual o homem se coloca (e tenta se sustentar, mesmo sofrendo indigestão emocional) é basicamente a antítese da composição da vida. Ela é frágil, falível e facilmente extinguível. A depressão masculina é um tipo de lembrete da própria humanidade do homem que é chacoalhado em sua tentativa de se defender dos seus próprios medos. Se um homem pudesse dar atenção à voz silenciosa que vem de seu íntimo, ouviria algo como: “Está tudo bem se você não for um campeão. Quantos momentos felizes você já não viveu fora do pódio?” A “cura” da depressão masculina está mais numa mudança individual e coletiva que se abre para a construção de homens múltiplos possíveis do que numa corrida do ouro para provar quem é o mais fodão. por Frederico Mattos em 07/05/2015 www.papodehomem.com.br

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Agora, atenção! Depois de folhear está coisa, procure por The Office e assista! É sensacional!

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Seu Madruga, É Que Me Caíram Os Cabelos

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As bandas que eu descobri e redescobri durante a última edição e essa.

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he Black Keys é uma dupla de blues-rock formada pelo vocalista/guitarrista Dan Auerbach e pelo baterista/produtor Patrick Carney no ano de 2001 em Akron, Ohio, EUA. Início com o álbum The Big Come Up (2001—02) The Black Keys foi formado em 2001 e no início da carreira já era bastante ativo na cena underground de Akron, Ohio. A banda lançou seu álbum de estréia The Big Come Up em 2002 e fez muito sucesso para uma banda de rock independente. Thickfreakness (2003) A banda lançou Thickfreakness em Abril de 2003 que juntamente com The Big Come Up, foi gravado no porão da casa de Patrick.

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Rubber Factory e o primeiro álbum ao vivo (2004—05) Rubber Factory, o terceiro álbum da banda, foi lançado em 2004. Magic Potion e outros lançamentos (2006—07) Os Black Keys lançaram Chulahoma: The Songs of Junior Kimbrough, um EP com regravações da Fat Possum Records da qual Junior Kimbrough é o fundador. Attack & Release e o projeto Blakroc (2008—09) Attack & Release, o quinto álbum da banda, foi produzido por Danger Mouse e lançado em 1 de abril de 2008 tendo “vazado” na internet em 4 de março. Brothers (2010—2011) Brothers foi lançado a 18 de Maio de 2010, apresentando uma lista de 15 faixas. O álbum foi produzido pelos Black Keys e Mark Neill, e masterizado por Tchad Blake.


El Camino (2011-2013) Os Black Keys iniciaram as gravações para o seu sétimo álbum de estúdio por volta de Março de 2011. Eles supostamente gravaram no novo estúdio de Dan em Nashville, no Tennessee. Turn Blue (2013-presente) O oitavo álbum do dueto, Turn Blue, foi mais uma colaboração com o produtor Danger Mouse, que também ajudou a escrever as canções. Referências culturais: A banda era frequentemente comparada aos The White Stripes (por ser um dueto usando apenas bateria e guitarra) e ao estilo de Jimi Hendrix Experience. Robert Plant do Led Zeppelin, Josh Homme do Queens of the Stone Age, Billy Gibbons do ZZ Top e Thom Yorke e Jonny Greenwood do Radiohead são fãs da banda. O guitarrista do Metallica Kirk Hammett também afirmou que gosta de escutá-los. O baterista do Arctic Monkeys, Matt Helders pode ser visto com uma camisa dos Black Keys durante uma entrevista para a ‘’MTV’s RAW’’, além de diversas oportunidades em concertos.

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Isabelle Geffroy, nascida em 01 de maio de 1980 em Tours, França, mais conhecido pelo apelido de Zaz, é um cantor e compositor francês que mistura os estilos de jazz, a variedade francesa, soul e acústico. Ela é famosa por seu hit “Je veux”, de seu primeiro álbum, Zaz, lançado em 10 de Maio de 2010. Em 2001, ela começou sua carreira cantando na banda de blues “Fifty Fingers”. Ela cantou em grupos musicais em Angoulême, especialmente em um quinteto de jazz. Ela tornou-se um dos quatro cantores de IzarAdatz, uma banda variedade que consistiu em dezesseis pessoas com quem excursionou por dois anos, especialmente nos Midi-Pyrénées e do País Basco. Ela trabalhou no estúdio como uma cantora de apoio em Toulouse e executado com muitos cantores, incluindo Maeso, Art Mengo, Vladimir Max, Jean-Pierre Mader, Eduardo Sanguinetti, o filósofo latinoamericana e artista-terra, e Serge Guerao.

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Em 2011, ganhou um prêmio Zaz EBBA. Todos os anos os Breakers Awards Fronteiriças Europeias (Ebba) reconhecer o sucesso de dez artistas emergentes ou grupos que alcançaram audiências fora dos seus próprios países com seu primeiro álbum lançado internacionalmente no ano passado. Em maio de 2010, a revista francesa Télérama anunciou: “Rumor tem aumentado nas últimas semanas: Zaz é uma voz sagrada, e ela será a revelação do verão!”. Em 10 de maio de 2010, Zaz lançou seu primeiro álbum. Kerredine Soltani produziu o álbum na etiqueta “Play On” e escreveu e compôs o hit “Je veux”. A cantora pop Raphaël Haroche escreveu suas canções “Éblouie par la nuit”, “Porto Coton” e “La fée”. Em 2010, ela assinou um contrato para os seus passeios com Caramba e editora Sony ATV. Ela foi convidada para fazer várias aparições na televisão (como Taratata ou Chabada) e foi destaque em vários programas de rádio. No domingo, 06 de outubro de 2013, Zaz apareceu na BBC One do The Andrew Marr Show, em Londres, e cantou “Je veux” ao vivo.

Zaz, em seguida, viajou para a França (Paris, La Rochelle, Montauban, Saint-Ouen, Chateauroux, Landerneau, Fécamp ...), realizados nos Francofolies de Montreal (Canadá), e cantou em Monthey (Suíça), Bruxelas, Berlim e Milão. No Outono de Zaz liderou as paradas na Bélgica, na Suíça e na Áustria. Matthieu Baligand, seu empresário e produtor na Caramba Entretenimento, explicou ao Libération: “Falamos muito de seu agora e as pessoas estão à espera dela na virada ... Apesar da demanda, parece preferível a fazer sua primeira turnê em cinquenta pequeno lugares que irá torná-la crível. Zaz é, um artista intuitivo popular, que está familiarizado com a música, que pode cantar, mas fazendo um show de qualidade é outra coisa (...). “ Em novembro de 2010, o álbum de estréia Zaz se tornou dupla platina e ela recebeu o prêmio “Revelation Song” pela Academia Charles Cros. Zaz também ganhou o Prêmio European Border Breakers: ela foi nomeada a artista francês mais tocada no exterior em 2010. De acordo com uma pesquisa publicada pelo L’internaute, Zaz foi o cantor francês mais popular no ranking de 2010. Em 2011, ela se juntou a caridade conjunto Les Enfoirés. Ela também é destaque na canção “Coeur Volant” para a trilha sonora do filme de 2011, Hugo. Seu CD e DVD ao vivo Zaz viver Sans turísticos Tsu Tsou foi revelado. Em 2012, Zaz saiu em turnê e realizou concertos em vários países ao redor do mundo, incluindo Japão, Canadá, Alemanha, Polônia, Suíça, Eslovénia, República Checa, Croácia, Bulgária, Sérvia e Turquia, entre outros países. Com seu álbum Paris ela ganhou o 2015 Eco prêmio de melhor artista feminina internacional rock / pop.

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MUSE M

use é uma banda britânica de rock de Teignmouth, Devon, formada em 1994. Seus membros são: Matthew Bellamy (vocal, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (baixo, voz secundária e teclado) e Dominic Howard (bateria e percussão). O estilo de Muse é um misto de vários gêneros musicais, incluindo rock alternativo, música clássica e eletrônica. O grupo tornou-se, em 16 e 17 de junho de 2007, a primeira banda a lotar o recém-reformado Estádio de Wembley em Londres. A discografia da banda abrange sete álbuns de estúdio: Showbiz, lançado em 1999, seguido de Origin of Symmetry em 2001 e Absolution em 2003. O álbum de maior sucesso foi Black Holes & Revelations (2006) que garantiu ao grupo uma nomeação para os Mercury Prize e o terceiro lugar na lista de “Álbuns do Ano” da NME para 2006. A banda lançou seu quinto álbum em setembro de 2009, intitulado The Resistance. Um sexto disco, chamado The 2nd Law, foi lançado em outubro de 2012. O sétimo, Drones, foi liberado em junho de 2015. Muse conquistou vários prêmios ao longo da sua carreira, incluindo cinco MTV Europe Music Awards, cinco Q Awards, nove NME Awards, dois Brit awards, quatro Kerrang! Awards e um American Music Awards. Foi nomeado para três prêmios Grammy, ganhando o prêmio de Melhor Álbum de Rock por The Resistance. Em meados de 2012, a banda já tinha vendido mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo.

Formação e começo da carreira (1992–1997) Os membros do Muse tocaram em bandas diferentes durante os anos que estudaram na Teignmouth Community College e no Coombeshead College no começo dos anos 90. A formação da banda começou de fato quando Bellamy se deu bem em um teste para guitarrista na banda de Dominic Howard. Então eles perguntaram a Chris Wolstenholme, que tocava bateria na época, se ele poderia aprender a tocar baixo e então se juntar a banda. Wolstenholme aceitou e começou a aprender o instrumento. Em 1994, a banda se chamava Rocket Baby Dolls e então foram participar de uma competição de bandas e eles venceram, destruindo seus instrumentos no processo. “Deveria ter sido um protesto, uma aclamação,” Bellamy lembrou, “então nós acabamos vencendo, o que foi um choque. Um grande choque. Depois disso, nós começamos a nos levar a sério.” Logo após o termino da competição, os três decidiram não entrar para a universidade, largar os empregos e se mudar para Teignmouth. O nome “Muse” foi inspirado pelo professor de arte de Matt Bellamy. O professor Samuel Theoun mencionou a palavra “Muses”. Matt então procurou a palavra no dicionario e decediu abreviar para “Muse”. Os outros integrantes da banda gostaram porque achavam que o nome pequeno ficaria bem num poster.

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baterista Brad Wilk , que anteriormente fez o teste para Lock Up, enquanto De la Rocha convenceu o seu amigo de infância, Tim Commerford de participar como baixista. O recém-batizado Rage Against the Machine nomearam-se depois uma canção que Zack de la Rocha havia escrito para sua ex-banda de hardcore punk underground, Inside Out (também a ser o título do álbum não gravado Inside Out). Kent McClard, Com quem Inside Out foram associados, tinha inventado a frase em um artigo de 1989, na revista No Answers. Logo após a formação, deram a sua primeira apresentação pública, em Orange County, Califórnia, onde um amigo de Commerford estava fazendo uma festa em casa. O primeiro grande projeto do grupo era, que o álbum de estréia saísse por uma grande gravadora. A fita demo do Rage Against the Machine, era constituido por doze canções em fita cassete, que venderam 5.000 cópias, que foi revertido todo o dinheiro para o fã clube. A imagem da capa era o mercado de ações com um triplo jogo gravado para o cartão de embutimento. Nem todas as doze canções fizeram parte do primeiro álbum e duas canções acabaram sendo incluídas como B-sides, sendo os restantes três canções nunca mais ver um lançamento oficial. Várias gravadoras manifestaram interesse, ea banda finalmente assinou com a Epic Records.

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ormada em 1991, o grupo é composto por Zack de la Rocha (vocal), Tim Commerford (vocalista, baixista e backing vocals), Tom Morello (guitarra) e Brad Wilk (bateria). Os críticos observaram Rage Against the Machine para a sua “música ferozmente polêmica”, sua ideologia esquerdista contra a América corporativa, o imperialismo cultural, a desigualdade social e a opressão do governo em um coquetel molotov de punk, hip-hop, e thrash metal.” O Rage Against the Machine basicamente é um instrumental pesado , com os vocais inspirados no rap, como de influência, Afrika Bambaataa, Public Enemy, Beastie Boys e Urban Dance Squad. Em 1992, a banda lançou seu álbum de estréia auto-intitulado, que se tornou um sucesso comercial, levando a uma abertura no Lollapalooza 1993. A banda não divulgou um registro até 1996, com o Evil Empire. O terceiro álbum da banda The Battle of Los Angeles, foi lançado em 1999. Durante sua temporada inicial de nove anos, eles se tornaram uma das bandas mais populares e influentes da história da música, segundo a jornalista musical Colin Devenish. Eles também foram ordenadas # 33 no VH1’s 100

Grandes Artistas de Hard Rock. A banda teve uma grande influência sobre o gênero nu metal que surgiram em meados da década de 1990. Em 2007, os membros originais, após inicialmente anunciarem o regresso para um concerto único no festival Coachella, decidiram organizar uma digressão que se estenderá a diversos países, entre os quais Portugal.

História Em 1991, o guitarrista Tom Morello deixou sua banda, Lock Up, querendo começar outra banda. Ele estava em um clube em Los Angeles, onde Zack de la Rocha fazia uma apresentação de rap freestyle. Morello ficou impressionado, as pessoas diziam, pelos livros de De la Rocha , que queria ser um rapper em uma banda. Morello convidando o

age Agains


Sonny Moore nasceu no bairro de Highland Park na parte sententrional de Los Angeles, mas se mudou para o bairro Forest Hill em San Francisco com 2 anos de idade logo após seus pais morrerem em um acidente de carro. Entre 9 e 10 anos, Moore participou de uma escola local, localizada no Deserto de Mojave, mas acabou voltando para o norte da Califórnia.5 Com 12 anos de idade, sua família se mudou de volta para sua cidade natal no nordeste de Los Angeles, onde ele se matriculou em uma escola privada especializada em artes, e foi educado em casa, mais tarde, na idade de 14 devido ao bullying. Em 2004, ele soube que foi adotado, e desistiu do programa quando ele tinha 16 anos. Na sua juventude, em Los Angeles, Moore assistia shows punks em bairros mexicanos-americanos no East e South L.A., e depois frequentou raves nos bairros Silver Lake e Echo Park.6 Começou sua carreira em 2004, como guitarrista da banda From First to Last tocando no álbum de estréia “Dear Diary, My Teen Angst Has a Body Count”. Logo depois, foi ouvido pelos produtores Derrick Thomas, Eric Dale e McHale Butler, e se tornou o vocalista da banda. Com Moore nos vocais foi lançado “Heroine”, o segundo álbum do From First to Last, que chegou a posição 25 no Billboard 200. 7 8 Em 2007, começou sua carreira solo e lançou várias demos no site MySpace. Participou do Alternative Press Tour com algumas bandas como All Time Low e The Rocket Summer, e

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apareceu na capa da Alternative Press anual das 100 Bandas Que Você Precisa Conhecer. 3 Em 2009 lançou o primeiro EP solo, chamado “Gypsyhook”, e depois saiu em turnê com as bandas Innerpartysystem e Paper Route. No mesmo ano, com a banda Hollywood Undead, excursionou com o nome de Sonny and the Blood Monkeys. Depois, Moore começou a utilizar o nome Skrillex, e em Junho de 2009 lançou gratuitamente seu EP de estréia com o novo nome, intitulado “My Name is Skrillex”. No final do ano, Skrillex começou uma turnê nacional com Deadmau5 depois de assinar com a gravadora mau5trap e lançou seu terceiro EP, “Scary Monsters and Nice Sprites”. Moore iniciou o “Project Blue Book Tour” em 2011, apresentando algumas canções nessa turnê, entre elas “Reptile” que apareceu na TV no comercial para o jogo Mortal Kombat 9, e “First of the Year (Equinox)” anteriormente chamada de “Equinox”. No início de 2011, a banda Korn lançou a faixa “Get Up!”, produzida por Skrillex, além da faixa “Kill EVERYBODY” ser usada no trailer oficial do jogo Uncharted 3: Drake’s Deception. 9 Em Junho, Skrillex lançou o quarto EP chamado “More Monsters and Sprites”, contendo os singles “First of the Year (Equinox)” e “Ruffneck (FULL Flex)”. No fim de 2011, Skrillex foi indicado ao Grammy


Awards em cinco categorias, aumentando seu sucesso. Em Dezembro, foi lançado “Bangarang”, seu quinto EP, que entrou em vários charts mundiais, com destaque para as paradas musicais da Austrália,10 Canadá11 e Nova Zelândia.12 Em fevereiro de 2012, Skrillex vence duas categorias no Grammy Awards, o single “Scary Monsters and Nice Sprites” venceu na categoria Gravação Dance e o EP com o mesmo nome, na categoria Álbum Dance/Eletrônica.4 No dia 16 de fevereiro foi lançado no Youtube o clipe para o single “Bangarang”, que tem vocais de Sirah. Em 2012, Skrillex teve uma breve passagem pelo Brasil no festival Lollapalooza Brasil.

Em janeiro de 2013, Skrillex lança seu sexto EP chamado “Leaving” contendo 3 músicas “The Reason”, “Leaving” e “Scary Bolly Dub” No dia 10 de Março, Skrillex anunciou uma turnê pelos Estados Unidos, com um aplicativo lançado na Sexta-Feira, 7, denominado “Alien Ride”. O aplicativo continha uma pasta com 11 arquivos ocultos, os quais o produtor de música eletrônica de Los Angeles revelou na noite do dia 10, o seu novo álbum completo, denominado “Recess”. Em 2014 foi anunciado que Skrillex estaria na trilha sonora do filme Divergente com a música Stranger, que também está presente no disco Recess lançado em 2014.

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banda, composta pelo baixista/ vocalista Mike Kerr e o baterista Ben Thatcher, foi formada em Worthing, em 2013, e fez seu primeiro show apenas dois dias após o retorno de Kerr para a Inglaterra a partir de seu “trabalho de férias” na Austrália. Durante o verão de 2013, o baterista Matt Helders dos Arctic Monkeys foi visto vestindo uma camisa de apoio à banda (antes do lançamento de seu primeiro single) durante o seu concerto “Glastonbury Festival”, em julho. Em 11 de novembro de 2013, a dupla lançou seu single de estréia, “Out of the Black”, que veio com um B-side chamado “Come On Over”. Em novembro de 2013, foi anunciado que o Royal Blood estaria abrindo o show dos Arctic Monkeys para dois shows no Finsbury Park, em maio de 2014. Em dezembro de 2013, o Royal Blood foi nomeado para o “BBC Sound of 2014”. Royal Blood lançou seu segundo single, “Little Monster”, em 11 de fevereiro de 2014. A banda também lançou um EP de quatro faixas, com “Out of the Black”, “Little Monster”, “Come On Over” e “Hole” em 11 de março de 2014 na América do Norte. Seu álbum de estreia, “Royal Blood”, foi lançado em 25 de agosto de 2014 e foi um sucesso comercial, também foi muito bem recebido pela crítica. “Royal Blood” foi verificada pela “Official Charts Company” como o primeiro álbum de rock britânico que vendeu mais rápido em três anos no Reino Unido. Royal Blood realizou shows no South by Southwest em Austin, Texas março 2014; no “Liverpool Sound City festival” e no “BBC Radio 1’s Big Weekend de Glasgow” em maio, e no “Download Festival” e “Glastonbury Festival” em Junho. Eles também realizaram shows no “T in the Park Festival”, em julho, e no “Reading Festival”, bem como Osheaga em agosto de 2014. Em outubro de 2014, Royal Blood anunciou detalhes de sua maior turnê europeia, até a data, a começar na Alemanha em 10 de Janeiro, e termina na Suécia, em 23 de março.

Em 10 de Novembro de 2014, Howard Stern disse em seu programa de rádio que ele era um fã da banda. Ele os tinha visto em um MTV Awards Show e ficou impressionado com o som vindo de apenas uma “banda de duas peças”. Artistas como Dave Grohl, Tom Morello, Metallica e o lendário guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page já demonstraram grande interesse pela banda. Em novembro de 2014, Jimmy disse: “Eu fui ouvi-los em Nova York. Eles foram fantásticos. Absolutamente fascinante, eles são músicos tão finos. Seu álbum tornou-se algo sério em alguns detalhes. É tão suave de se ouvir, porque eles tocam com os espíritos das coisas que os precederam, vocês têm de ouvir, eles vão elevar o rock a um novo nível - se eles já não estão o fazendo, já que sua música é de qualidade tremenda”. A banda, junto com Iggy Pop, deve estar nos shows dos Foo Fighters em determinadas datas durante sua turnê em 2015 no Reino Unido e EUA. Em Fevereiro de 2015 ganharam o prêmio British Awards de melhor grupo britânico de 2014. No dia 19 de março de 2015, a banda é anunciada como uma das atrações do palco mundo do Rock in Rio no dia 19 de setembro deste mesmo ano.

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pós um ano intenso de mudanças internas e externas, ela converte perdas e ganhos em novo disco e abraça a segurança da maturidade Pitty está dançando sem sair do lugar. Sentada de pernas cruzadas no sofá do duplex onde mora, em São Paulo, ela segura uma taça de vinho e cantarola os versos de “This Charming Man”, do The Smiths, enquanto o vinil gira na vitrola. Naquela noite chuvosa de fim de maio, a cantora parece tranquila. “Tô em paz com muitas coisas, e é bom isso”, ela diz. “A gente gasta muita energia quando é jovem. Agora não penso muito a longo prazo, porque a vida vai te arrebatando. ‘Go with the flow’.”

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A semana anterior marcava o início de uma nova fase para a carreira de Pitty. Entre 2011 e 2013, ela mergulhou no mundo paralelo do Agridoce, projeto com o guitarrista Martin Mendonça. As canções da dupla, baseadas em voz, piano e violão, chamaram a atenção de quem antes encaixava a artista na prateleira do “rock juvenil”. “Gerou uma curiosidade. Muita gente que nunca tinha falado do meu trabalho falou”, ela diz. “Existia uma relutância porque é feio dizer que gosta de Pitty. Eu entendo, o ser humano é assim mesmo. Mas acho massa quando o tempo vai passando e essas pessoas vão quebrando os preconceitos e saem do ‘não ouvi e não gostei’.” A boa recepção ao Agridoce abriu as portas para SETEVIDAS, o primeiro disco de rock de Pitty em cinco anos. Sobre as bases tradicionais de guitarras, ela se sentiu à vontade para experimentar e vencer a autocensura de investir, por exemplo, em elementos de percussão. O recém-lançado trabalho encontra a cantora em um momento peculiar não só artisticamente mas também na vida pessoal. Prestes a completar 37 anos – ela faz aniversário em 7 de outubro –, Priscilla Novaes Leone se viu resignada após um período turbulento em 2013. Desde a morte do amigo Peu Sousa (ex-guitarrista da banda que a acompanha, que cometeu suicídio em maio de 2013) e do ídolo Lou Reed, passando por um período na UTI por causa de uma disfunção hormonal e culminando com a despedida turbulenta do baixista Joe Gomes, que moveu um processo judicial contra ela, tudo foi transformado em música. “A vida segue”, resume Pitty, nascida em Salvador e moradora de São Paulo há 11 anos. Enquanto o marido, Daniel Weksler, baterista do NX Zero, viaja em turnê, ela divide o apartamento com os gatos Billie (um presente da escritora Clara Averbuck) e Charlie – a gata Nêga, que aparece na capa de SETEVIDAS, morreu poucos dias depois das sessões de fotos para o álbum. Foi na casa onde hoje está “tudo o que interessa” que Pitty falou do novo trabalho, da descoberta do próprio lado feminino e das superações que, atreladas à maturidade, deram a ela a segu-

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rança para se sentir confortável como mulher e artista.Conseguiu experimentar novos elementos na produção de SETEVIDAS? A gente gravou um monte de textura, guitarras, agogô, caxixi, percussão. Usei umas coisas que nunca tinha usado. Eu tinha receio de experimentar com percussão. Acho que, por causa da minha herança, por eu ser da Bahia também, tinha medo de ficar caricato. Já vi muita gente colocar percussão no rock e não ficar legal. VOCÊ TINHA MEDO DE TE DEPRECIAREM POR ISSO? Não, não era por causa dos outros. Era por mim. Eu não tinha muita certeza. Tinha medo de não saber a medida. E tinha um pouco de trauma também, vi muita gente tentar e ficar estranho, aquela coisa meio de som para turista, forçada, tipo querendo tacar uma cuíca no rock, sabe? Acho que tudo tem medida. Música é alquimia, é culinária, é o tanto de cada tempero que você põe, então não sabia se eu tinha a medida. Acho que ainda não tenho, só botei a carinha bem tímida nisso. VOCÊ REFLETE SOBRE ESSA QUESTÃO DA EXPOSIÇÃO? Procuro sempre discutir e entender isso. Porque é muito louco que eu tenha uma profissão na qual eu me sinto, em alguns momentos, completamente inadequada. Eu não sei lidar com essa história de ser celebridade. Não sou celebridade – sou uma cantora, uma artista, tenho uma banda de rock. E não tem como fugir, porque se você quer ser popular e quer que todo mundo te conheça, vai acabar acontecendo isso [de se tornar celebridade] de alguma forma. Eu, no palco, sou muito livre, não tenho nenhum incômodo, e com meus amigos é assim também. Mas, se eu entro em um restaurante e fica todo mundo olhando para mim, morro de vergonha. Não sei lidar. E nem sou tímida, só não gosto de ser observada. VOCÊ SE CONSIDERA FEMINISTA? Eu descobri que sou feminista. Não é uma coisa que você decide: “Acordei, a partir de agora sou feminista”. Entendi que eu era a partir do momento


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em que comecei a ler alguns textos feministas e me identifiquei. Eu já pensava assim antes, mas não sabia que era feminismo, não tinha essa nomenclatura. Para mim, hoje é muito mais fácil ser mulher, afirmar minha feminilidade. Antes era aquela coisa de você chegar e a primeira pergunta que nego te faz é: “Quando você vai posar para a Playboy?” Oi? Eu estou lançando um disco! Só porque sou mulher? Toda mulher que se destaca, em qualquer área, a primeira pergunta que se faz é: “Quando você vai ficar nua para mim, meu amor?” VOCÊ SE QUESTIONA MUITO? O tempo todo. O exercício é quebrar os meus “nãos”. Às vezes rola uma autocensura. Geralmente é uma influência externa e aí eu barro, porque não acho justo. Quando é a gente com a gente mesmo, tudo bem. Mas, quando é do outro, aí não é para ser. É aí que eu acho que é hora de olhar e questionar: “Peraí, deixa eu ver de onde está vindo isso. Isso é o que eu estou achando que as pessoas estão pensando ou é realmente o que eu mesma estou achando?” Ou: “Esse ‘não’ não é meu, é o ‘não’ externo. E foda-se para o ‘não’ externo”. Porque senão você não faz nada. E eu quero fazer tudo. Acho que esse é o caminho, ficar livre um dia. Acho que só quem é louco consegue, no sentido de ter menos racionalidade. A gente vive em sociedade, o olhar do outro é foda. E COMO VOCÊ FAZ NO PALCO?LÁ VOCÊ É A ESTRELA, ESTÃO TODOS OLHANDO NA SUA DIREÇÃO. Mas, ali, fui eu que escolhi. O palco é diferente, é meu santuário, é minha missa. Ali eu sou pastora daquela igreja muito doida. É diferente de você estar na vida real. Na vida cotidiana eu sou só uma pessoa, e gosto de ser só uma pessoa. Eu preservo muito minha vida pessoal, porque não quero que minha vida vire um circo, não acho legal. Mas participo de reunião de condomínio, gosto de tomar um café ali na esquina – e, se ficam me olhando, não sei o que fazer. É muito doido.

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A PITTY É UM PERSONAGEM NO PALCO? Não, não dá. No palco, sou mais eu [que em qualquer outro lugar]. A gente é feito de personas. Todo mundo tem várias personas. Você tem a persona do seu trabalho, a persona com seu marido, com sua família. Ainda estou tentando entender e relaxar, porque se eu quero fazer isso da minha vida – e eu quero – então eu tenho que aprender a ficar relax com essa outra parte [que vem com a profissão], sabe? Tenho que descobrir um jeito de ficar confortável, e acho que estou indo nessa direção, acho que estou melhorando. Piorando não está! [risos] TEM ALGUÉM EM QUEM VOCÊ SE ESPELHE ARTISTICAMENTE? Tem vários artistas que eu admiro. De escrita, a Patti Smith. De banda, Queens of the Stone Age. De cinema, [Quentin] Tarantino. Cada um num canto. Mas não me espelho, porque não quero ser ninguém além de mim. Acho muitas pessoas incríveis nas suas coisas, mas eu não queria ser essas pessoas. Quero aprender com elas e me inspirar. Não queria ser outra pessoa, mas ainda acho que posso ser uma pessoa melhor, agregando valor ao camarote [risos]. Eu acho o Mike Patton, por exemplo, muito genial. Para mim, que sou vocalista, ele é foda. O jeito que ele usa a voz como o instrumento dele... VOCÊ ENCONTRA MAIS INSPIRAÇÃO EM FIGURAS MASCULINAS? Eu já me inspirei mais em homem cantor, porque acho que minha relação com o feminino foi vindo. Para fazer as coisas que eu faço e para ter a liberdade que eu queria ter, um homem era sempre meu modelo. Com o passar do tempo acho que fui me identificando mais com o feminino, fui aprendendo a ser mulher – e gostando. Isso é muito louco. Hoje, sou totalmente confortável em ser mulher. Eu me sentia desconfortável quando era muito jovem, no começo da primeira banda [Inkoma], no meio do hardcore: o machismo rolando loucamente, você tentando fazer uma coisa ali no palco e sendo chamada de gostosa.


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TE INCOMODAVA SER CHAMADA DE GOSTOSA? Me limitava. É bom ser gostosa, mas você não quer ser só a gostosa. Você quer ser, enfim, a escritora, a jornalista, a cantora... e gostosa [risos]. É um adendo, mas não é o principal. E aí eu tinha uma onda de negar a feminilidade para me impor naquele meio que era completamente masculino, de pegar pesado para me defender. Com o tempo eu fui relaxando, de alguns anos para cá. Acho que do Anacrônico [2005] para cá. Agora, sou totalmente confortável. Sou mais feminina hoje. Eu era um moleque, não depilava as pernas, era contra tudo [risos]. ERA UM TEMOR VIRAR MULHER-OBJETO? Acho que você se deixa objetificar. A tendência do machismo é essa, porque uma coisa é mais fácil de você manipular do que uma pessoa. É bom para o machismo te objetificar, mesmo quando está disfarçado de liberdade. Tem muita mulher machista também, mas não é culpa delas. A gente é criada por um sistema machista. Eu já fui machista, no sentido de reprimir as minhas amigas e minhas “irmãs-mulheres”, achando que isso era uma coisa boa, que eu estava zelando por nós. E não era uma coisa boa. Era só repressão, no final das contas. COMO É SUA VAIDADE HOJE EM DIA? Fui ficando mais vaidosa. Antes a minha vaidade não tinha tanto a ver com estética. Antes era vaidade moral, de honra. Hoje tem as duas. Eu gosto de me olhar e de me achar bonita. VOCÊ É UMA BOA COMPANHIA PARA SI MESMA? Muito! Gosto muito de ficar sozinha. Às vezes até me policio para não ficar tão sozinha. Eu tenho tendência de ficar aqui no meu mundinho tomando um vinho, ouvindo um som, vendo um filme. Fiquei caseira, e acho que você é caseiro quando você tem sua própria casa. Quando você está na casa dos seus pais ou quando é mais novo, você não quer ficar em casa, quer ir para a rua, quer ver a vida lá fora. Hoje, para eu sair tem que ter um ótimo motivo. Tenho minha casa e minhas coisas estão aqui, as coisas que me interessam agora.

Mesmo porque São Paulo está muito cara – você sai à noite e gasta 200 contos fácil. VOCÊ FICOU NA UTI POR UMA SEMANA. POR QUÊ? Fui internada por causa de uma disfunção hormonal. E tudo isso tem a ver com o disco, um reflexo do último ano. O “voltei” que falo na música “Setevidas”, por exemplo, as pessoas acham que é porque eu voltei para a música, mas não é, eu voltei porque eu estou viva. Foi um ano que mudou minha vida. Sinto que sou outra pessoa. Você pensa: “A vida é assim, temos que passar por ela”. O bom é transformar o ruim em bom, porque não em jeito. Qual a opção? Virar uma pessoa amarga, deprimida? Não quero. Quero transformar tudo o que é ruim em trampolim. Dor tem para todo mundo. O que você faz com o que te acontece? Como você usa? Eu sempre fui muito cética e niilista, e no final essas coisas me trouxeram uma coisa positiva. É bizarro que tenha vindo por meio de tanta coisa ruim. O disco conta essa história. Fiz pensando em contar como em capítulos de um livro, e [a música] “Serpente” é o final da história, do livro, do aprendizado. DEPOIS DE TUDO QUE PASSOU NA VIDA [INCLUSIVE UM ABORTO, EM 2008], VOCÊ CONSEGUE SE VER COMO MÃE DE FAMÍLIA? Vejo, mas eu sempre fui muito desapegada de família. O Dani é minha família, ele é meu equilíbrio, me trouxe estabilidade. Ele, apesar de ser nove anos mais novo que eu, me trouxe essa coisa da casa. Ele é a casa, mesmo quando não está. Então, eu penso em ter filhos, em conviver em família. Se vai acontecer, não sei, mas eu penso. Acho que é uma coisa massa da vida, que se acontecer é massa, mas se não acontecer tudo bem também. Tem que ir vivendo e vendo. Eu me vejo mãe, por que não? Às vezes quero mais, às vezes quero menos. Estou muito tranquila em relação a isso. Agora, estou pensando mesmo é no meu disco. Pitty – Entrevista por Rolling Stone Brasil Edição 93 em 06/2014 www.rollingstone.uol.com.br

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