O processo criativo de moda O G L A M O U R PR ÊT-À -POR TER organização Paula Scarabelot | colaboração Silvia Scarabelot
O PROCESSO CRIATIVO DE MODA: O glamour prêt-à-porter © Organização Paula Scarabelot PROJETO GRÁFICO, EDITORAÇÃO e REVISÃO | Paula Scarabelot COLABORAÇÃO | Silvia Scarabelot FOTOGRAFIAS | Frederico Ferrer Esta publicação faz parte do Projeto de Conclusão de Curso de Paula Scarabelot na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Scarabelot, Paula O processo criativo de moda: O glamour prêt-à-porter / Paula Scarabelot - Rio de Janeiro: Bookman, 2010 87p.: 23,5cm ISBN: 00-00000-00-0 1. Moda - Estilo. 2. Ensino. I. Scarabelot, Paula. II. Título.
O processo criativo de moda O G L A M O UR PR ÊT-À -POR TER
organização Paula Scarabelot | colaboração Silvia Scarabelot
Desenvolvimento e Conceito
Criação
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Escolha da Estação
Pesquisa de Referências
Matériasprimas
Sketchs
Envolvimento com
Pesquisas de tendências
Tipos de tecidos, aplica-
Desenho de croquis,
pesquisa e demais
sketchbooks.
exclusivas e demais
ilustrações de moda e
o tema, sua história, referências que podem envolver e inspirar o processo criativo.
atuais com colagens e
Aprimoramento do conceito, escolha da cartela de cores e desenvolvi-
mento do Release final.
ções, uso de estampas beneficiamentos.
desenhos técnicos,
seus diferentes usos.
Estilo
Divulgação
Entendendo a criação
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Modelagem
Make up e Acessórios
Catálogo
Conceitual e Comercial
A planificação das peças,
O papel da maquiagem
A divulgação do trabalho
Diferenciação entre as
principais acabamentos.
composição do estilo e
catálogos e look books
looks de passarela.
confecção de moldes e
e dos acessórios na
conceito da coleção.
finalizado. O uso de
além de outros meios de apresentação das peças.
roupas comerciais e os O que vai para as
vitrines e o que fica somente no show.
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Apresentação A cada estação a moda se renova. Mudam as cores, formas, silhuetas, padrões, tecidos e
estampas. Mas o que se altera junto com a moda são as inspirações, os desejos, a cultura, o mundo. Vestir-se faz parte do cotidiano de todas as pessoas, mas mais do que roupas,
a moda traz comportamentos, atitudes e pensamentos. Reflete a sociedade à sua volta, expõe valores, representa classes e grupos, mas antes de tudo embeleza o que poderia ser visto como mais uma etapa do dia a dia.
Nada é eterno na moda, talvez seja isso que a torne tão fascinante.
Mas apesar de ter este caráter passageiro – e por isso ser vista de forma fútil por alguns
– as tendências estão sempre indo e voltando, trazendo para os dias de hoje aquilo que já foi visto há décadas atrás. Esse processo conhecido como releitura é comumente usado pelos estilistas de hoje e trás novos ares para aquilo que antes só era visto no álbum de fotos antigas.
Neste livro você irá encontrar a busca e releitura da moda de uma outra época. Nas próxima páginas entenda e aproveite o passo a passo completo da pesquisa, tradução, desenvolvimento e finalização de uma atual e elegante coleção de moda, criada por Silvia Scarabelot, baseada no passado e que aposta num belo futuro.
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“Moda tem muito mais a ver com a vida real do que as pessoas pensam” ERIKA PALOMINO
Escolha da estação | Desenvolvimento e conceito
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Discutindo o tema Seria difícil criar uma coleção sem um tema.
Ele é como um embasamento, é o fator que proporciona a coerência das escolhas e o rumo das decisões. Numa coleção de moda, o tema precisa ser envolvente e amplo à ponto de sugerir diversos aspectos como cores, texturas, tons e formas. Só à partir desses elementos chega-se finalmente ao desenvolvimento das roupas.
Um estilista pode encontrar um tema em qualquer coisa, seja em uma música, um filme, uma viagem, uma experiência e até em uma pessoa.
Para esta coleção, um lugar foi o ponto de inspiração, o Parque Lage no Rio de Janeiro. Visto
como tema ele sugere inúmeros aspectos de interesse artístico e cultural que podem ser traduzidos para a criação. Além de possuir riquíssima fauna e flora nativas, o lugar sedia
uma Escola de Artes Visuais, tem na babgagem uma bela história de amor e de quebra, como cenário, um dos mais lindos cartões postais da cidade, o Cristo Redentor.
O Parque passou por vários proprietários antes de ser adquirido pelo industrial Antônio Lage, em 1859. Em 1920, seu neto e herdeiro, o armador Henrique Lage mandou construir
em homenagem a sua esposa, a cantora italiana Gabriela Bezanzoni, uma mansão no centro do parque, de arquitetura eclética com mármores e azulejos especialmente im-
portados da Itália. A mansão, que foi cenário de inúmeras recepções, foi projetada pelo
arquiteto iltaliano Mário Vodrel, tendo seu período áureo nas décadas de 30 e 40. Conta-
se que as festas ali oferecidas incluíam até gôndolas para que os convidados namoras-
sem nos lagos dos jardins. Com a morte de Lage sua propriedade reverteu para o Estado, transformando-se em parque, onde hoje é a sede da Escola de Artes Visuais.
Além da casa, destaca-se o próprio parque, projetado em 1949 pelo paisagista inglês John Tyndale, que com vasta mata, lagos e grutas, já serviu de locação para vários filmes, como Macunaíma e Terra em Transe de Glauber Rocha.
A área possui 522 hectares em plena Rua Jardim Botânico, mas no momento em que se
atravessa seus portões de muros baixos, o barulho da rua é abafado pelo silêncio das frondosas árvores.Estamos falando de um refúgio em meio ao caos urbano.
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Escolha da estação | Desenvolvimento e conceito
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O Parque Lage constitui a última arbórea contínua,
entre as faldas do Corcovado e a rua Jardim Botânico.
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Escolha da estação | Desenvolvimento e conceito
Anos 20 Criar uma coleção em cima de todos os aspectos apresentados por esse tema já seria sufi-
ciente. Mas podemos deixá-lo ainda mais consistente. O tema escolhido muitas vezes pode gerar novas ideias e propostas.
Como foi visto, muitas épocas foram marcantes na história do parque: Seu projeto em 1949, a compra em 1850, a construção da casa nos anos 20 e seus anos de ouro em 1930 e 40.
Porque não retratar também o tempo, além do lugar, na coleção? Assim poderíamos fazer
uma releitura do que foi moda antigamente, trazendo para os dias de hoje com um ar atual e contemporâneo. Mas para isso é preciso focar, escolher dentre estes, apenas um
período que seja coerente, do contrário correríamos o risco de criar uma coleção dispersa
e sem rumo. Em se tratando de moda, saber escolher entre o que pode ser aproveitado e o que deve ser descartado é fundamental.
Neste caso optamos pelos anos 20, com sua revolução nos costumes, audácia no universo feminino e glamour partindo da França e influenciando todo o Ocidente.
Uma época animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas – mulheres
modernas da época, que freqüentavam os salões e traduziam, em seu comportamento e modo de vestir, o espírito da também chamada Era do Jazz.
Nessa década, as mulheres se livraram do espartilho e passaram a mostrar as pernas, o
colo e usar maquiagem. A boca era carmim, os olhos bem marcados e as sobrancelhas
delineadas à lápis por cima de uma pele bem branca. A silhueta era tubular, os vestidos mais curtos, leves e por vezes deixavam as costas à mostra. Os cabelos eram curtíssimos e o chapéu cloche estava em todos os lugares.
Foi a era das inovações tecnológicas, da eletricidade, da modernização das fábricas, do rádio, do início do cinema falado e de Coco Chanel, lançando uma moda após a outra, sempre com muito sucesso.
Nas artes visuais, arabescos, curvas e exageros estavam sendo retratados nos cartazes, propagandas e até na decoração, num estilo conhecido como Art Noveau que surgiu nas últimas décadas do século XIX.
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Tolouse Lautrec, Alphonse Mucha e Coco Chanel sĂŁo
alguns dos maiores nomes da ĂŠpoca
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“tento desenhar no dia a dia. Coisas que acho e coisas que vejo... ” ALEXANDER McQUEEN
Pesquisa de Referências | Desenvolvimento e conceito
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Pesquisando com Colagens e Sketchbooks Saber o que está acontecendo no mundo também é de grande importância na sua pes-
quisa. Não é porque escolhemos um tema para a coleção que devemos nos fechar dentro
do seu universo e nos basear apenas no que ele tem a oferecer, principalmente quando se
trata de uma releitura. Será importante ter em mente as tendências atuais, a estação na qual a coleção pretende se inserir e as opções do mercado – no caso de se ter pretenções comerciais. Isso tudo influenciará tanto no visual que daremos às roupas, quanto nos custos para a confecção.
Assim, é preciso que se veja de tudo: revistas, jornais, artigos, sites, desfiles, feiras, etc.
Uma maneira de juntar de forma organizada e criativa tudo o que encontramos de in-
teressante nesta pesquisa é utilizar cadernos, também conhecidos como sketchbooks, onde criamos colagens com fotos, grampeamos materiais (tecidos, brocados, botões, etc), desenhamos e rabiscamos anotações importantes e idéias de momento.
Neste book não pretendemos criar páginas bonitas ou sofisticadas, mas sim um processo de reflexão, uma abordagem pessoal do projeto.
Este tipo de compilação é de grande ajuda no processo, assim como as colagens. Nelas
você está processando e analisando tudo o que foi coletado, e criando uma referência visual das expectativas frente à coleção.
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Nesta colagem destaca-se o caráter romântico e de
libertação das mulheres, a ousadia e a paixão.
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ReferĂŞncia aos aspectos da natureza do parque e da
cidade, atravĂŠs das texturas, imagens e cores.
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Pesquisa de Referências | Desenvolvimento e Conceito
Escolha da Cartela de cores Há muitas influências na escolha das cores. O tema e a estação podem sugerir uma cartela que depois será interpretada no tecido.
Nesta coleção o que prevaleceu foram as cores usadas nos anos 20 e os tons orgânicos encontrados na natureza e arquitetura do parque.
Separadas em três aspectos principais, as cores compõem uma gama de cores essenciais, práticas e criativas para a coleção, remetendo aos vários áspectos do tema. Expressivas:
Essas cores refletem a personalidade da coleção. O chumbo vem da cor prata, fazendo uma
correlação entre o antigo e o novo, é uma nova cor, um novo preto. O bordô é uma opção de cor quente, remete às influências japonesas dos anos 20, dos batons escuros e da libertação
da feminilidade e sensualidade das mulheres da época. O verde-petróleo tem tendência invernal e liga à natureza abundante do parque. Sensíveis:
Estas cores representam os tons pastéis, muito usados nos invernos. O nude remete aos
tons de pele claros. O marrom capuccino é moderno, terroso e um pouco mais suave que o tom café austero. Realistas:
Preto e branco são cores básicas em qualquer coleção, sua mistura nos trás o cinza que traduz o inverno. O preto é clássico e remete aos lápis de olhos bem fortes das melindrosas. O branco é puro e o cinza moderno, aparecendo também na arquitetura do parque.
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Expressivas
Sensíveis
Realistas
Tons modernos e ao
Tons pastéis e modernos,
Cores básicas e presentes
do ao passado.
à arquitetura.
mesmo tempo remeten-
remetendo ao romance e
em qualquer coleção.
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Pesquisa de Referências | Desenvolvimento e Conceito
Desenvolvimento do Conceito O conceito é como uma definição geral da coleção. Envolve a escolha do tema, o que ela representa e a qual público pretende atingir.
Para esta coleção poderíamos definir seu conceito como:
Uma coleção voltada para um público jovem do segmento feminino, atento às tendências da moda e de um certo poder aquisitivo. Seu desenvolvimento tem uma atmosfera retrô
e seu alicerce está nos aspectos românticos, ligados à natureza e à Belle époque, caracterizando um estilo rico em detalhes, formas e materiais, trabalhados de forma atual. Estação:
Outono/Inverno – Pelo tema trazer a arquitetura européia, os jardins românticos e a história de amor dos personagens. Sem esquecer da releitura “Belle époque” enfocando aspectos que sugerem um ar mais europeu e invernal. Nicho de mercado:
Prêt-à-porter – roupas de qualidade, mas produzidas em grande quantidade para se ajustarem a muitos clientes na escala de tamanhos padrão – sem deixar de conservar o ar de exclusividade.
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Release romance de inverno é uma coleção embalada pelo som das jazz bands. Ressurge em meio à jardins e pérolas, salões de baile e bordados românticos. Esta é uma viagem criativa que sugere um retorno ao glamour das melindrosas, ao charme das moças cheias de ímpeto e a uma época em que mostrar os tornozelos causava inquietação. Busca inspiração em um refúgio romântico em meio ao caos urbano – silencioso, antigo como um presente, abandonado onde o musgo cobre seus mármores e em muitos aspectos decadente, nunca deixando de ser belo e atraente. Pede licença ao cartão postal da cidade, avisa para o inverno chegar um pouco mais forte e encanta meninas (quase mulheres) com criatividade, amplitude e luvas grossas.
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“a moda é muito importante. É enriquecedora e, como tudo que dá prazer, vale a pena ser VIVIENNE WESTWOOD
bem feita. ”
Matérias-primas | Criação
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Tecidos, aplicações e estampas exclusivas É importante conhecer os tipos de tecido e suas propriedades. Nesta etapa do projeto
isso é de extrema importância, pois nos pertmitirá fazer escolhas certas para os modelos. Saber como são construídos, de que são feitos, como funcionam e as várias técnicas que podem ser aplicadas ao tecido escolhido, dará maiores possibilidades de criação.
Os tecidos podem ser tingidos ou estampados para adicionar de cor, bordados e preg-
ueados, para criar textura e muitas outras aplicações. A escolha do tecido certo é essencial para o sucesso de uma roupa, já que o peso e o caimento afetam a silhueta.
Neste projeto... lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Nunc a quam elit, a dictum lectus. Fusce felis lorem, faucibus mattis fermentum vitae, tincidunt at magna. Sed magna metus, ultrices in condimentum at, molestie quis nisi. Ut consectetur, mi ullamcorper ullamcorper molestie, dui elit vestibulum nisl, et rutrum justo ante vitae libe-
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Matérias-primas | Criação
Tafetá
Apesar de fino, o tafetá é o tecido que dará a
rigidez a algumas peças da coleção. É através
dele que será criada uma
a cor predominante nos
em algumas peças, o ar
Seu brilho também confere
silhueta estruturada e,
masculino. O chumbo é
looks que trazem o tafetá. elegância às peças.
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Malha
As malhas são muito
segunda-pele, marcando
marcar o aspecto confor-
estação e nesta coleção
que irá sugerir o uso de
coleção. Seus tons serão os
comuns em qualquer
ela aparece como uma
uma silhueta esguia
transparências. A malha irá
tável e aconchegante nesta nudes e o capuccino.
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Estampa
A decoração histórica
tetônicas. A beleza da
inspirações simples mas
Rococó
padrões riquíssimos de
presente na mansão do
artística é elegante e mo-
e rica em detalhes cria características arqui-
arquitetura eclética
parque dá suporte a
requintadas. A Influência derna ao mesmo tempo.
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Matérias-primas | Criação
Estampa
Estruturas minerais e
e misturados.
tons invernais. Influências
Diversidade
informais que trabalham
do parque dá suporte a
criativas e despojadas.
vegetais criam padrões
com aspectos desconexos
A diversidade da natureza inspirações otimistas em
naturais e artísticas fluem
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“a moda de hoje reúne vários séculos em um” Patrízia D’Angelo
Sketchs | Criação
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O desenho de croquis Esta etapa nada mais é do que colocar no papel as ideias que foram sendo desenvolvidas. Ela é a finalização de todo o processo de pesquisa, colagem, pensamentos e experimentações que se deu até agora.
É interessante sabermos diferenciar um croqui de uma illustração de moda. A ilustração
tende a capturar o espírito da roupa, contextualiza-la, definindo cenas onde ela é vista ou
representando o tipo de pessoa que pode usá-la. Representa uma atitude e, em muitos casos, substitui uma fotografia, mostrando como a roupa ficaria no corpo.
Já o croqui é usado para obter ideias rapidamente e não exigem sofisticação. O ideal é que
se tenha em mente que este tipo de desenho não é só silhueta e detalhe, mas também cor e tecido. Quanto mais atenção for dada neste sentido, melhor representadas estarão as roupas.
Outro tipo de desenho importante e freqüente na moda é o desenho técnico. São planificações do desenho da roupa, frente e verso, mostrando seus detalhes e proporções. Nesse caso, existem formas específicas de representação dos pespontos, botões e outros detalhes, para que mais tarde o modelista que irá receber o desenho, possa decifrá-los.
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Sketches | Criação
Pregas bem marcadas
e corte muito justo nas
calças para uma silhueta
alongada – alusão ao lado masculino da silhueta.
Este aspecto torna o look
interessante à medida que
trás um paradoxo com o ar feminino das peças.
Decotes em V muito
característicos da década de 20. Embora curtas,
as mangas são folgadas.
A silhueta
A silhueta da coleção
tam-se calças muito
saias e vestidos na altura
e evolui ao longo do
a sobrar nas canelas e
começam muito justas
segue uma tendência processo. Nela apresen-
justas, algumas chegando uma forte presença de
dos joelhos. As mangas e emendam nas luvas
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Sobreposição de mangas folgadas com mangas
muito justas e um ar de
sobra de tecido, em consequência do enrugado. As pérolas usadas ao
longo do corpo começam a aparecer.
Os ombros são estreitos
e pouco evidente, proporcionando um ar super feminino.
O topo do manequim é
esguio, lânguido e frágil. A
base é mais pesada e firme.
dando um ar invernal às
As blusas são longas e
quadris com faixas, cin-
bastante, tornando-se
sim como os vestidos. A
mos a ênfase no uso de
peças,. Mais tarde alargam esvoaçantes e bufantes.
pouco acinturadas, as-
tendência é valorizar os
tos e pérolas. Observacalças e meias.
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Sketches | Criação
Echarpes esvoaçantes
representam a tendência
para acesórios que evidenciam o cólo e pescoço.
São sempre muito leves e esguios, proporcionando o tom frágil do topo da silhueta.
Alguns modelos são
marcados por pérolas ou
amarrações diferenciadas da roupa na altura do pescoço.
Acessórios
Os cintos e faixas, muito
quadris. É evidenciado o
como cintos e adereços
20, trazem motivos
usadas não somente como
surgem em grandes e
característicos dos anos
românticos e marcam os
uso das pérolas, dessa vez colares, mas também
diversos. As pulseiras
marcantes formatos..
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Além das sandálias, o peso é marcado também pelas pulseiras de tamanhos exagerados. Um ótimo
contraste com a fluidez do restante do look.
Nos pés, as sandálias
base. Destaque também
atenção, destacando
sneakers., proporcionando
são grandes e chamam o peso da silhueta na
para sapatilhas boneca e um ar hi-lo ao look.
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Sketches | Criação
Nesta etapa as man-
gas começam a crescer, tornam-se bufantes ou
tipo morcego, dando evi-
dência ao caráter lânguido e confortável. Este tipo de mangas faz alusão principalmente aos anos 20,
quando o charme passou a ser a modelagem nada justa, sem cintura e de corte reto.
Estampas
A Estampa Rococó confere
gens simples e repetidas
gerar diversas estampas
forma sutil e moderna,
caso, um mesmo padrão
com a mesma linguagem.
ao look um ar retrô de
já que o uso de padrona-
é bastante atual. Neste
quando combinado pode
diferentes, sendo todas .
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Os acessórios de maior evidência ao longo da
coleção foram as pulsei-
ras e sapatos pesados, as
rendas tímidas no cólo de
algumas blusas e as péro-
las percorrendo a silhueta
mescladas à fitas de cetim.
Já a estampa Diversidade,
Assim o padrão criado é
aplicado de muitas
inspira na natureza e em
tempo geometricamente
peças.
como o nome já diz, se
suas formas inusitadas.
moder-no e ao mesmo aleatório, podendo ser
formas e tamanhos nas
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vivienne westwood
“Aprendendo por meio da ação”
Modelagem | Criação
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Mãos à obra A modelagem é a primeira etapa para a criação física da roupa. Depois do seu desenvolvimento intelectual e da representação através do desenho, é preciso que se faça o molde de cada peça, para usar como base, antes de cortar o tecido.
Algumas peças podem ser complicadas demais para serem planificadas. Nesse caso podese ir modelando no próprio manequim, dando uma visão da roupa em três dimensões.
Nos outros casos é comum usar a modelagem plana. Ela é comumente executada no papel e é preciso se ter em mente que este material essencialmente plano, se transformará em algo tridimensional.
O molde em papel é desenhado e cortado em pedaços de forma que quando costurados juntos eles criam a roupa.
Eles também podem ser criados a partir do tecido que foi modelado em um manequim. Um bom molde deixa as roupas com o caimento perfeito.
Uma roupa pode parecer bem diferente quando convertida do desenho para uma peça tridimensional; proporções, detalhes e caimento talvez precisem de alterações, e esta é a hora de fazer ajustes antes de se confeccionar a peça final.
A criação de peças piloto também é de grande ajuda nesta etapa. Muito conhecida como
toile ela é uma peça desenvolvida em um tecido mais barato do que o que se pretende usar, mas de mesma estrutura, para se verificar o caimento da roupa. Nela não é necessário fazer bolsos nem forros, e economiza tempo quando a roupa for feita no tecido definitivo.
Nesta fase o estilista que desenvolve a coleção trabalha junto de um modelista, pilotista ou costureiro, uma pessoa com maior experiência na criação de moldes.
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Modelagem | Criação
A modelagem é parte
sional muito experiente, já
constroem seus próprios
de criação. ara esta etapa
saem do papel e tornam-
preferem deixar esta fase
se reais. Muitos estilistas
modelos enquanto outros para um especialista
A
é necessário um profis-
que é agora que as roupas
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fundamental do proceso
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O desenho das roupas
tem de ser planificado,
parecendo bem diferente do seu croqui original.
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A42
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Esta coleção contou com
Uma delas foi a planifi-
manequim. Essa técnica
lagem no momento da
que consiste na monta-
mensional do que se está
duas técnicas de mode-
fabricação dos modelos.
cação, outra o moulage,
gem da roupa sobre um
permite uma visão tridi-
criando, sendo muito útil.
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Modelagem | Criação
Acabamentos Muito do que irá se tornar a roupa, seus detalhes e aspectos que adicionam estilo, aparecem agora. À partir do momento em que as costuras estão construídas, é hora de saber
como “acabar” a roupa, ou seja, sua finalização e o ajuste de bordas, decotes, bainhas, punhos e pespontos.
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A Tolouse fase dosLautrec, acabamentos é Alphonse uma das mais importantes Mucha e Coco Chanel são no proceso, é quando alguns dos pois maiores nomes
entram os detalhes.. da Belle Époque.
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HUSSEIN CHALAYAN
“Acho que é importante determinar sua posição no discurso da moda e mantê-la, mas sempre adicionar elementos que o ajudarão a evoluir. ”
Make-up e acessórios |Estilo
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Finalizando o look Muito mais do que adicionar cor ao rosto, a maquiagem tem o poder de transformar um look ou transmitir um conceito, um artifício essencialmente usado nos desfiles de moda e catálogos.
As próprias cores dos produtos variam conforme as estações, mas sem a rigidez do passado que limitava tonalidades escuras para o inverno e claras para o verão.
Com uma abordagem mais atual, a maquiagem serve para ressaltar os traços e trazer cor
ao conjunto formado pela roupa e acessórios, sempre em harmonia com as tendências. A coleção Atreva-se a Brilhar da Shiseido The Makeup, por exemplo, foi buscar suas cores para a primavera-verão nos anos 70, no jeans, no folk, nos florais e no arco-íris, enfatizando o brilho, a feminilidade e o romantismo.
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Make up e acessórios | Estilo
O look da coleção fica
completo com a escolha
da maquiagem que linka com o conceito. Neste
caso a inspiração são as
cores fortes do make-up dos anos 20. Dramático e impetuoso já esteve
presente em desfiles de Jean Paul Gaultier e é
uma ótima referência para o inverno.
Para esta maquiagem a pele leva uma base
mais transparente ou
somente um pouco de
pó. Os Olhos e boca sao bem marcados .
Em 1921, Paris é palco de
produto desta categoria
utilizam muito a maquia-
na história do batom;
vendido em cartucho.
já que os recursos eram
uma verdadeira revolução é primeira vez que um
é embalado num tubo e Nesta época os cinemas
gem em suas produções, precários, sendo esta
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Olhos fortemente mar-
cados por lápis e sombra escuros. Pele bem clara,
gerando um ar artificial. Sobrancelhas afinadas e delineadas.
Boca bem delineada e
pequena. Batons de cores fortes – bordôs ou quase pretos.
a principal forma de
passa a ser de uso geral.
dos personagens. A partir
aparência, começa então
modificação da aparência de então, a maquiagem
A revolução na história da em Paris.
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Make up e acessórios | Estilo
Criando o clima O papel dos acessórios é significante na composição de uma coleção, pois além de adicio-
nar estilo, tem o poder de mudar o visual de uma roupa. Podem ser bolsas, cintos, chapéus, sapatos, echarpes, jóias e óculos.
Os acessórios também são usados para aumentar a rentabilidade de uma marca. Assim elas produzem diversos itens como uma ramificação da sua linha de roupas, criando um estilo de vida para o consumidor que vai desde perfumes e cosméticos até produtos para a casa.
Em se tratando de uma coleção focada na releitura da década de 20, demos atenção aos
longos colares, broches e enfeites de cabeça. Muitos acessórios dos anos 20 traziam ador-
nos surpreendentemente extravagantes, como os confeccionados pelo designer da época Alphonse Mucha. Suas jóias tinham tamanha riqueza de detalhes que chegavam a parecer esculturas.
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Catálogo e Look Book | Divulgação
“Moda é o que você veste. E o que está fora de moda é o que os outros vestem.” OSCAR WILDE
Catálogo e Look Book | Divulgação
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A imagem Com a finalização das roupas, o conceito da maquiagem e a escolha dos acessórios poderíamos dizer que a coleção está concluída. Mas o que seria da coleção de moda sem a sua apresentação e divulgação?
A produção de roupas comerciais tem aí uma fase fundamental, a etapa em que os consu-
midores, imprensa e a indústria da moda em geral são apresentados ao que será vendido mais tarde. Essa apresentação pode ser feita através de catálogos, look books e desfiles e
sua divulgação acontece nos editoriais das revistas de moda, jornais, sites e programas de TV. Também é muito comum vermos celebridades vestidas para eventos sociais que promovem a roupa.
O look book documenta a coleção e é valioso como ferramenta de venda e divulgação, pois
fornece à imprensa e aos compradores um registro detalhado da coleção, podendo ser usado como referência posteriormente. Ele pode conter apenas fotografias da passarela.
Já o catálogo tem uma abordagem conceitual em suas fotografias. Serve para, da mesma forma que a maquiagem e os acessórios, representar o clima em que as roupas estão
inseridas, usando cenários, objetos e a própria representação da modelo. Em algumas de suas fotos, a roupa nem aparece por completo.O catálogo conceitual pode ter um tom
teatral, contar uma história e ser mais despojado, diferentemente do catálogo comercial
que é um documento mais detalhado. Mostra todos os designs na forma de desenhos técnicos ou fotografias com tecido, opções de cor e preços, sendo útil para compradores.
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CONSTANZA PASCOLATO
“A imagem constituída com inteligência e charme ajuda na comunicação com o outro. Incorpora confiança. Não é uma questão de simples vaidade, mas de sobrevivência”
Conceitual e Comercial | Entendendo a criação
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Das passarelas para as vitrines Algumas roupas são consideradas mais usáveis que outras nas coleções de passarela, mas algumas são simplesmente impossíveis de usar no cotidiano. Essas criações chocantes
são chamadas de roupas de passarela. Essas peças não serão vendidas em uma loja, mas
são criadas para atrair a imprensa de moda, como parte da cobertura do desfile. Visam
unicamente a chamar a atenção e frequentemente consomem muito tempo de trabalho. São caras de fabricar e representam a visão pura do estilista.
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Conceitual e Comercial | Entendendo a criação
Conceitual A idéia por trás deste look representa o seu conceito, o que o estilista pretende transmitir.
Neste caso, o foco da silhueta é a representação de uma mulher frágil, lânguida, sensível e muito romântica.
Fina e justa na parte superior se alargando conforme vai descendo, até chegar na base pesada e firme dos pés com
sandálias grandes e sobras na barra da calça. Através destes aspectos percebe-se claramente a fragilidade e suavidade
da parte superior em contraste com o peso e firmeza da
parte inferior da silhueta. Os ombros são muito pouco marcados e o cólo nada evidente, sem decotes.
Este peso nos pés e a calça bem delineada brinca com o lado masculino, contrastando com a forte tendência feminina do look.
A releitura fica à cargo do vestido balonê e da sobreposição botton / top.
Suavidade na parte
Os ombros são muito pou-
bem delineada brinca com
com o peso e firmeza da
evidente, sem decotes.
stando com a tendência
superior em contraste
parte inferior da silhueta.
co marcados e o cólo nada O peso nos pés e a calça
o lado masculino, contrafeminina do look.
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Comercial A tradução do conceito é a visão direta da roupa, sem pensar em todo o universo que ela tenta representar.
Neste look podemos observar alguns aspectos e traduzilos para uma representação comercial, tais como sobreposições,
sapatos e acessórios pesados, tecidos
flúidos em contraste com outros mais resistentes. Mix
de texturas, volume nos quadris, delicadeza nos ombros, acessórios que favorecem o cólo e mangas com luvas dando o toque invernal. A contraposição entre transparência e opacidade também é evidente.
Estas características quando traduzidas geram um novo
look, mais acessível: Echarpe leve, mais moderna e jovem; vestido tomara-que-caia feito de matéria-prima mais barata, sem deixar de ser elegante e atual, linkando com a silhueta conceitual. Meia-malha básica, mantendo o look
invernal com um toque atual e hi-lo. Sobreposição com meia-calça opaca, sapatos plataforma bem pesados e luvas pequenas se adequando ao inverno da cidade.
Faixas no cabelo,
pespontadas marcadas.
básica canelada ou não,
calça opaca e plataforma
echarpes leves, malha
jeans escuro com costuras
Luvas pequenas, meia-
meia-pata bem pesada.
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Referências SORGER, Richard & UDALE, Jenny. Fundamentos de Design de Moda. Bookman, 2009. MENEZES, Pedro da Cunha e. Trilhas do Rio. 1.ed. Rio de Janeiro: Salamandra, 1996. PALOMINO, Erika. A moda. São Paulo: Publifolha, 2002. ULMER, Renate. Mucha. Ed. taschen, 2006. Mariana. Disponível em: <http://muraldamodauva.multiply.com/photos/album/13/Colagem> Acesso em: 28 dez. 2009
MIRANDA, Fernanda. Disponível em: <http://www.vivaitabira.com.br/viva-colunas/index. php?IdColuna=13> Acesso em: 23 dez. 2009
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Créditos e Agradecimentos Agradeço a todas as pessoas talentosas que contribuíram neste projeto:
À Silvia pela ajuda e atenção; Sonia pelo apoio financeiro e ideias; Adilão por sempre dizer
que tudo ia dar certo; Fred pelas belas fotos, ajuda constante, elogios e críticas; Bárbara, Eduardo Nunes e Letícia que não exitaram em ajudar quando pedi; Eduardo Almeida pe-
las dicas indispensáveis, apoio e pela ótima lente emprestada, Rafaela Louzano pela atenção, talento e força de vontade nas lindas fotos e ao meu orientador Marcus Dohmann pelos elogios, críticas e olhar apurado. À todos que se importaram e se empenharam de alguma forma para que este projeto acontecesse deixo o meu sincero agradecimento.
Este livro foi composto nas fontes The Mix Light e Museo e impresso em papel CouchĂŠ fosco gramtura 140g/m2 .