Paula de Oliveira Bonato

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REVITALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO USO PARA O ANTIGO BANCO CONSTRUTOR

Monografia apresentada ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob orientação da Profª Ma.Rita de Cássia Fantini de Lima.

fACULDADE CURSO TFG ORIENTANDA ORIENTADORA

Centro Universitário Moura Lacerda Arquitetura e Urbnismo Trabalho Final de Graduação Paula de Oliveira Bonato Prof“ Ma.Rita de Cássia Fantini de Lima Ribeirão Preto, Novembro de 2015


PAULA DE OLIVEIRA BONATO

INTERVENÇÃO EM PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO: REVITALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO USO PARA O ANTIGO BANCO CONSTRUTOR

ORIENTADORA:_____________________ Nome: Prof“ Ma. Rita de Cássia Fantini de Lima.

EXAMINADOR 1:____________________ Nome: Prof. Esp. Domingos José Lopes Guimarães

EXAMINADOR 2:____________________ Nome:

Ribeirão Preto, __/__/2015


Aos meus pais e minhas irmãs, por contribuírem com todas as minhas conquistas, e estarem sempre torcendo por mim; Ao meu namorado, pelo suporte, compreensão, e amor, durante todos esses anos, e especialmente durante essa fase de dedicação ao trabalho; À minha orientadora, pelas muitas palavras de incentivo, e por ter a destreza de me guiar e compartilhar seu vasto conhecimento, ainda que permitindo liberdade de criação, e autonomia de pensamento; À todos os professores do curso, que dedicaram-se durantes todos esses anos a formar uma profissional apaixonada pelo que faz; E aos meus amigos, por fazerem parte de todos os momentos bons e memoráveis que envolvem essa caminhada.


Aos meus pais: ele, que com certeza daria tudo para poder estar presente nestes momentos especiais, e ela, que torna todos os meus sonhos possĂ­veis, e ĂŠ a maior responsĂĄvel pelo ser humano que

sou hoje.


Resumo: O presente trabalho, busca salientar a importância da revitalização de edificações consideradas patrimônios históricos, e exemplificar esse tipo de atividade através da reutilização do edifício que abrigou o Antigo Banco Construtor (Edifício ABC), para acolher uma Escola de Gastronomia, e o programa do Governo do Estado de São Paulo, Restaurante Bom Prato. O novo uso que o edifício receberá no projeto, cuidará para que a edificação permaneça integra, e mantenha suas características que levaram a ser considerada parte da história de Ribeirão Preto. Qualquer tipo de intervenção, será totalmente distinguível do corpo original da edificação.

Abstract: This paper seeks to highlight the importance of the revitalization of buildings considered historical heritage , and exemplify this type of activity by reusing the building that housed the Old builder Bank ( ABC Building ) , to host a Culinary School , and the Government's program the State of São Paulo, Bom Prato restaurant. The new use of the building will receive in the project, will see that the building remains integrates , and maintains its characteristics that led him to be considered part of the history of Ribeirão Preto . Any type of intervention, will be fully distinguishable from the original body of the building.


SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO .....................,..7

2

O EDIFÍCIO ABC...................,.7

3

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.........,,.9

4

O BOM PRATO.......................10

5

LEITURA DO ENTORNO................14

6

LEITURAS PROJETUAIS...............18

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O PROJETO.........................25

8 REFERÊNCIAS.......................52


1 INTRODUÇÃO A demolição arquitetônica representa um grande desperdício no sentido financeiro, e principalmente cultural para uma cidade. Ao longo dos anos, ficamos direcionados à ver a beleza de grandes arrawnha céus de espelho, monstruosas edificações pré moldadas, e impedidos de enxergar o valor daqueles gigantes adormecidos (e por muitas vezes esquecidos) que discretamente, contam a história de uma cidade, e uma época não muito distante da nossa. A beleza desse tipo de edificação, leva milhares de turistas á países do exterior que mantiveram a memória dos seus antepassados viva, e ao mesmo tempo cega o vizinho sobre o patrimônio histórico do bairro ao lado. Não distante de nossa realidade, Ribeirão Preto atualmente, é sinônimo de progresso, de desenvolvimento em diversas áreas, riquezas no sentido financeiro, e principalmente cultural. Entre o mar de edificações contemporâneas, bairros periféricos super desenvolvidos, e obras à todos vapor, os bairros que abrigam a riqueza cultural, o patrimônio histórico, a história de Ribeirão Preto, e a memória da época do café, ficaram em segundo plano, muitas vezes evitados pelos cidadãos, que optam por suprir suas necessidades em outros pólos do município. O centro da cidade, recebe um grande fluxo de pessoas e automóveis durante o dia. Possui em sua maioria edifícios voltados ao comércio e serviços, desde edificações térreas, até grandes verticalizações. Quanto à lin

2 guagem arquitetônica, novas construções fundem-se com um passado distante e modificado, salvo exceções que permeiam entre anúncios, cores, pessoas e objetos que avançam até as calçadas afim de buscar consumidores para seus respectivos recintos. Apesar da tentativa recente de limpeza da poluição visual praticada pelo comércio, ainda é possível sentir um pequeno desconforto e confusão quanto ao direcionamento do olhar, a quantidade de informação das ruas do centro torna a experiência de caminhar pela região um tanto claustrofóbica. Faz-se necessário recuperar a qualidade dessa experiência, dar valor à edificações antigas que resistiram ao tempo e uso, promover um espaço útil aos comerciantes, empregados, e cidadãos flutuantes do local, e que possa ao mesmo tempo “refugiar” os mesmos em determinado momento dessa experiência. A idéia inicial do projeto, parte da união de algumas intenções relacionadas: a vontade de uma requalificação do centro da cidade de Ribeirão Preto; a restauração de um objeto extremamente memorável para a história da cidade: O edifício ABC; e a implantação de uma escola pública voltada à gastronomia e qualificação de profissionais da área. Juntamente com a questão social, objetiva-se abrigar o restaurante Bom Prato, e oferecer qualidade de espaço para essas duas funções, e para os usuários de ambos os serviços (como trabalhadores do centro da cidade, ou os demais cidadãos.

O edifício ABC - Fachada principal, Rua Saldanha Marinho

O edifício ABC - Rua São Sebastião

O EDIFÍCIO ABC

Fundada em 19 de junho de 1856, a cidade de Ribeirão Preto foi extremamente importante para o desenvolvimento da cultura do café, pela sua topografia pouco acidentada, e sua fértil terra roxa. Para Ribeirão, o período áureo do café, foi entre 1870 e 1929, e a formação e o desenvolvimento da cidade, são inseparáveis dessa cultura. Em 1876, com a introdução da variedade de café chamada “Bourbon”, pelo doutor Luiz Pereira Barreto, a riqueza e ascensão chegou à cidade de Ribeirão, juntamente com o reconhecimento nacional, e grandes fazendeiros investidores. Em decorrência do desenvolvimento da cultura cafeeira, constatou-se a necessidade de sanar o problema de escoamento das safras, e em 1883 foi construída a Companhia Mogiana de estradas de ferro. O café agora passaria pela capital, e posteriormente para os portos de exportação, fato que relevou um progresso e evolução da cidade do interior, um atrativo que convida famílias á se fixarem nessas terras promissoras. Esses acontecimentos atraíram um vasto grupo populacional e paralelamente à cultura cafeeira foram se desenvolvendo o comércio e a indústria. Os investimentos efetuados aqui, possibilitaram a cidade à passar pela crise de 1929 sem entrar em total decadência. O grande desenvolvimento da cidade, deve-se á fixação do imigrante, que por sua vez tinha a intenção de “fazer a América”, não medindo esforços para se sobrepor em qualquer atividade na qual se destinasse. A cidade acolheu bem esse elemento estrangeiro que chegou, se integrou, e difundiu sua cultura. A união desta população com os seus valores culturais diversificados resultaram em uma arquitetura também de misturas. Os imigrantes trouxeram costumes e usos, modelos arquitetônicos, e materiais inovadores à Ribeirão Preto. Devido ao grande poderio econômico dos fazendeiros e comerciantes, havia facilidade de inovação na arquitetura, surgindo materiais como ferro, mármore, papel de parede, e o vidro “bisote”, características marcantes do estilo eclético. As edificações de aspectos rude e grotesco, marcadas pela arquitetura rural e

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urbana do período colonial, foram substituídas pelos edifícios em sua maioria ecléticos. O apogeu do café definiu a identidade própria da arquitetura da cidade, cuja influencia alcançou até as décadas de 30 e 40, passando pela crise de 29 sem estancar seu desenvolvimento. Este fato pode ser constatado através de que em todo o Estado a situação encontrava-se estagnada e ninguém atrevia-se a investir capital, quando em Ribeirão Preto Antonio Diederichsen, devido ao seu tino administrativo e sua visão econômica, se responsabilizou pela construção do primeiro arranha-céu da cidade. A capital, São Paulo, exercia grande influencia sobre Ribeirão Preto, principalmente no que se referia à arquitetura, e seguindo o exemplo da construção do edifício Martinelli em 1925 na capital, Antonio Diederichsen decidiu construir no coração da cidade o primeiro edifício alto, que recebeu seu nome. Na época, houveram muitas criticas pela ousadia em construir um edifício de tamanho porte em uma época de crise econômica, e apesar disso, o edifício foi construído, e tempos depois a cidade atingiu grande desenvolvimento novamente. Em virtude do desenvolvimento, o grupo Diederichsen inaugurou o edifício “ABC”, e logo em seguida, o edifício “Umuarama Hotel”, este último devido à falta de hotéis na cidade. O Antigo Banco Construtor – ABC, tratava-se uma casa comercial, localizada no encontro das ruas José Bonifácio, e Duque de Caxias. Os proprietários eram Antonio Diederichsen, e J. Hibbeln, e a casa atendia como serraria, e vendia equipamentos e ferramentas agrícolas importadas, bem como em alguns casos emprestava dinheiro para fazendeiros da região. Em 1916, os proprietários se desentenderam, e J. Hibbeln quebra a sociedade, e com o pagamento das ações para o ex sócio, Antonio Diederichsen torna-se o único dono do local. Antonio Diederichsen passou a vender equipamentos para novas culturas, como algodão, cana de açúcar, e milho, para fazendeiros que se desprendiam da monocultura do café, e até arriscavam-se na pecuária. Entre seus investimentos, destacam-se a compra

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do primeiro automóvel Chevrolet a chegar em Ribeirão Preto (mandou seu melhor funcionário, Manoel Penna, à São Paulo, para trazer o automóvel), a fundição e mecânica, a primeira agência de automóveis da cidade, e a construção do primeiro edifício verticalizado de Ribeirão, o edifício Diederichsen, com cinco andares para residências, comércio, cinema e hotel. A cidade foi se desenvolvendo, e Manoel Penna, foi transferido do cargo de vendedor, ao cargo de administrador de empresa, passando a ser o braço direito de Antonio Diederichsen (quem posteriormente, após o falecimento de Diederichsen, adquiriu ações das empresas e propriedades).

O edifício ABC, foi construído em 1942, afim de abrigar a administração, e atender à necessidade de expansão dos negócios. Seu projeto foi idealizado por Antônio Terreri, e teve como construtor Paschoal de Vicenzo. Além da história, o edifício destaca-se pelo aspecto arquitetônico, monumental, e de estilo Art Deco. As principais características do Art Deco podem ser encontradas no edifício ABC, formas angulares na fachada, janelas geminadas confirmando a horizontalidade do edifício, platibandas geométricas, formas simples e paralelas, uso de colunas, balaustres de bastante grossura. Os materiais utilizados na construção do edifício, foram concreto, revestimento da mistura de cal-areia-malacacheta, e o granito preto.

(Antigo Banco Construtor de Diederichsen & Hibbeln, prédio na esquina da Rua São Sebastião com José Bonifácio. 1906. Autor da imagem: J.S. Mattos. Arquivo público de Ribeirão Preto.)

(Antigo Banco Construtor localizado na Rua São Sebastião (letreiro com a palavra Banco)esquina com Rua José Bonifácio (letreiro com a palavra Constructor). Placa sobre o telhado: 1882-1907. 1940. Autor da imagem: Gullaci. Arquivo público de Ribeirão Preto.)

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(Antigo Banco Construtor, edifício já instalado no local atual. Fonte: site da Imobiliária Pirâmide - atual imobiliária responsável pela locação do edifício.)

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(O edifício ABC em 2015. Fonte: Arquivo pessoal.)

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A proposta do presente trabalho, será o restauro, e intervenção do Edifício ABC. A intenção de imprimir novo uso, respeitando as características, materiais, e estética do edifício. Segundo Choay (2001, p.219): “A reutilização, que consiste em reintegrar um edifício desativado á um uso normal, subtraí-lo a um destino de museu, é certamente a forma mais paradoxal, audaciosa, e difícil da valorização do patrimônio”. Ao longo da obra “A alegoria do Patrimônio”, a autora afirma repetidas vezes que para esse tipo de transformação de uma edificação obtenha êxito, é preciso que os profissionais envolvidos consigam imprimir o novo uso mantendo o caráter do passado, e levando em consideração a fragilidade dos materiais perante á um novo fluxo que o edifício possa receber, extremamente distinto do primeiro projeto. Choay(2001, p.222) afirma: A prática da reutilização deveria ser objeto de uma pedagogia especial. Ela deriva do bom senso, mas também de uma sensibilidade inscrita na longa vida das tradições urbanas e dos comportamentos patrimoniais, que por isso varia de país para país.

Carlos Lemos, no livro “O que é patrimônio histórico”, levanta especulações sobre

o assunto da preservação de edifícios históricos, servindo de base para a escolha de um patrimônio histórico ideal para restauro, e intervenção. Quanto à especulação Por que preservar, Lemos (1981, p.29) coloca “Devemos, então, de qualquer maneira, garantir a compreensão de nossa memória social preservando o que for significativo dentro de nosso vasto repertório de elementos componentes do Patrimônio Cultural. Essa é a justificativa do por que preservar”. Lemos (1981, p.29) complementa: Assim, preservar não é só guardar uma coisa, um objeto, uma construção, um miolo histórico de uma grande cidade velha. É fazer também levantamentos, levantamentos de qualquer natureza, de sítios variados, de cidades, de bairros, de quarteirões significativos dentro do contexto urbano. É fazer levantamentos de construções, especialmente aquelas sabidamente condenadas ao desaparecimento decorrente da especulação imobiliária.

O autor aborda exatamente a situação de especulação imobiliária em que o edifício ABC encontra-se atualmente, sendo devorado ao longo dos anos por seus inúmeros inquilinos (que conseguem arcar com o alto valor de aluguel por tempo determinado), não interessados em manter a integridade da edificação.

Por muitas vezes, como no período atual, o edifício passa fechado por muito tempo, até a próxima negociação. Um edifício sem função, só tende a destruir a si próprio e por contaminação, ao ambiente que o envolve. O restauro é a técnica que resgata a riqueza de estruturas deterioradas. Segundo Kuhl (2009, p.39): Evidenciando os parâmetros de ação de restauro, busca-se também esclarecer alguns dos equívocos extremos que ainda permeiam a visão sobre o assunto: restaurar não é voltar ao estado original, nem á um estagio anterior qualquer da história do monumento, nem refazer imitando estilos do passado.

Para que o projeto obtenha êxito, ainda se faz necessário um aprofundamento sobre as necessidades, e os limites que o arquiteto pode atingir em relação á um determinado objeto. Segundo Kuhl (2009, p.40): “O restauro não é mera operação técnica sobre a obra – deve ser necessariamente um ato critico antes de se tornar operacional; projeto e criatividade fazem parte do restauro”. Bem como, integrar minuciosamente o objeto deteriorado, no dia a dia dos futuros usuários ou espectadores da obra.

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Segundo Azevedo (2003, p.1):

É preciso compreender que a arquitetura, quando perde seu uso social, transforma se em arqueologia. Por isso, a conservação do monumento depende, primordialmente, da função. Os monumentos da Antiguidade que chegaram até nós íntegros foram aqueles que mantiveram uma função social continuada, (entre outros o Pánteon de Roma e a igreja de Santa Sofia, em Constantinopla). Portanto, um dos atributos principais da restauração arquitetônica, em qualquer época, é a reintegração do monumento na vida sócio cultural.

Tomando sempre um minucioso cuidado para que a memória do que chegou a ser aquela edificação, não se apague atrás do novo uso, ou de novas características. Azevedo (2003, p.2) complementa: “Na prática, o grande dilema da restauração é saber o que se deve retirar e o que se pode introduzir para refazer a unidade potencial da obra de arquitetura e sua plena integração social, sem comprometer sua autenticidade ou eliminar as marcas de sua trajetória histórica e possibilidades futuras”. A proposta de um novo programa á ser comportado pela edificação, envolve a implantação de uma escola/curso técnico público de gastronomia, e todas as atividades que vem em conjunto com esse novo uso: curso de culinária, curso para garçons, restaurante próprio para produção dos alunos e arrecadação de fundos, cultivo de horta (vegetais e temperos), entre outras atividades que englobam esse universo. Em conjunto com esse novo uso, haverá também, o acolhimento do programa do governo “Bom Prato”, dando uma proposta social ao projeto.

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O “BOM PRATO”

O restaurante Bom Prato, é um projeto do governo do estado de São Paulo, para assistir á cidadãos que não possuem renda suficiente para alimentar-se em outros restaurantes, por isso oferecem pratos de comida, bebida, e sobremesa á 1 real (em horário de almoço, bem como uma refeição balanceada no período da manhã, como café). A sede do programa em Ribeirão Preto, localiza-se na rua Saldanha Marinho, no centro da cidade, e próximo ao objeto de projeto.

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(O restaurante Bom Prato em horário de almoço. Fonte: Imagem de satélite.)

Em horário de almoço, é possível deparar-se com uma fila que avança quarteirões para usufruir do serviço do programa. A idéia de incorporar esse programa no complexo do projeto, é oferecer mais dignidade, conforto, e uma experiência mais positiva aos usuários, com um lugar mais amplo, e proje-

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tado para recebe-los, sem retirar o restaurante do centro da cidade. O restaurante recebe cerca de 300 pessoas para o café da manha, e entre 1600 a 1800 pessoas para o almoço. Conta com 18 funcionários, entre eles uma nutricionista, um gerente, um administrador, dois cozinheiros,


um chef de cozinha, e os demais são auxiliares gerais. O edifício que está instalado atualmente, é assobradado, e o acesso ao pavimento superior se dá apenas por uma escada, wsendo assim, os deficientes físicos e idosos são prioridade no andar inferior. No andar inferior, há apenas dois lugares reservados nas mesas, para cadeirantes. A cozinha industrial se localiza nesse pavimento, bem como o guichê para pagamento do almoço e retirada de ticket, e o balcão para retirada do prato. O consumidor por sua vez, entra

no recinto, paga o almoço, é direcionado para uma fila única isolada das mesas de refeição, por uma barra de ferro, e retira o prato. Dali por diante, pode subir ao pavimento superior pela escada de acesso, ou sentar-se no pavimento inferior. Depois de alimentar-se, deixa os utensílios em um outro balcão, para que sejam higienizados. O edifício atual, foi adaptado wpara receber o restaurante, não foi projetado para tal uso, pois antigamente abrigava um comércio.

Levantamento Fotográfico:

(Sala de administração. Fonte: Arquivo pessoal.)

(Esquema de organização funcional do Restaurante Bom Prato.)

(Salão de Refeições – Pavimento superior. Fonte: Arquivo pessoal.)

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(Salão principal – Refeições – Pavimento térreo. Fonte: Arquivo pessoal.)

(Depósito. Fonte: Arquivo pessoal.)

(Hall de entrada. Fonte: Arquivo pessoal.)

(Único acesso entre os pavimentos. Fonte: Arquivo pessoal.)

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(Área de higienização de utensilios. Fonte: Arquivo pessoal.)


(Cozinha, depósitos, área de higienização de alimentos, câmara fria, pré-cozimento, triagem, distribuição das refeições. Fonte: Arquivo pessoal.

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LEITURA DO ENTORNO

A zona urbana definida como área do quadrilátero central de Ribeirão Preto, situa-se entre as avenidas Francisco Junqueira, Independência, Nove de Julho e Jerônimo Gonçalves. Caracteriza-se pelo parcelamento em malha regular de vias, e quadras com aproximadamente 90 metros de cada lado. Nessa área, encontra-se a maior concentração de atividades da cidade, e a maior densidade demográfica. Analisando mais precisamente a área em questão, observamos um parcelamento de atividades. A área denominada centralidade prin-

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cipal, compreende a área comercial popularde maior vitalidade da cidade. Nesta área, encontram-se o maior acervo histórico de edifícios de Ribeirão Preto. Na porção denominada Uso de serviços dispersos, observam-se usos habitacionais de baixa densidade construtiva, além de atividades de serviços e comércio, este último em menor escala, ocupando edifícios antes de usos residenciais. A área denominada Misto de alta densidade, por sua vez, é caracterizada pelo uso misto, e também pela grande densidade habitacional. Nesta região, destacam-se edifícios residenciais de classe média alta. Esta porção da área central também possui unidades hospitalares e de serviços ligadas à saúde, e a presença de agências bancárias na Avenida Nove de

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Julho. Além das três zonas descritas, as faixas situadas ao longo das avenidas Jerônimo Gonçalves, e Francisco Junqueira, destacam-se pela deterioração do estoque de edifícios. Estas Franjas Urbanas, perderam valor imobiliário ao longo dos anos, e atualmente abrigam atividades que operam com baixo valor agregado de seus produtos, como lojas de autopeças, oficinas mecânicas, comércio popular, e estacionamentos. A quadra de implantação do projeto, que abriga o Edifício ABC, situa-se na porção de maior concentração de comércio e serviços do Quadrilátero Central. Por esse motivo, abriga a maior concentração de pedestres, tráfego intenso, e demanda significativa de estacionamentos.


Essa concentração de atividades, gera o mais significativo número de viagens motorizadas de Ribeirão Preto. Observa-se grande quantidade de pólos geradores de viagens em todo o Quadrilátero Central.

O mapa abaixo, classifica a hierarquia viária funcional do quadrilátero central. As quatro avenidas que travam o quadrilátero, são classificadas como vias arteriais, física, e funcionalmente. No entanto, as vias que cruzam essas avenidas, formando a malha ortogonal, apresentam portes de vias locais, mas algumas recebem o fluxo diário de vias coletoras, principalmente aquelas que cruzam as avenidas sem obstáculos, ou que possuem pólos geradores de viagens significantes.

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As demandas associadas à geração de viagens, possuem cerca de 4 mil vagas em vias públicas, entre vagas liberadas, e rotativas (Área Azul). As áreas relacionadas ao parcelamento de atividades do Quadrilátero central, possuem ao todo 3963 vagas, sendo que a área em que a quadra de implantação do objeto está situada, é responsável por apenas 15% desse valor (maior demanda, menor oferta).

quadra em questão. Juntos, os dois acolhem 140 veículos, e levando em consideração o crescimento da demanda devido ao programa do projeto, seria viável uma oferta maior de vagas. Um estacionamento vertical, do centro da cidade, usado como referência, possui 11 andares, com 24 vagas em cada um. Um total de 264 lugares. A pequena disponibilidade de vagas nas proximidades do hipercentro, pode explicar a profusão de estacionamentos privados nessa região (existem cerca de 7.500 a 8.000 vagas privadas). Percebe-se a associação deste tipo de uso, com os pólos geradores de viagens, e a desvinculação com os usos residenciais. A quadra de implantação do projeto, abriga dois desses edifícios, que por sua vez, por motivos de adaptação e acolhimento do programa previsto para o complexo, serão removidos. Porém, diante da clara demanda desse tipo de serviço, deverão ser remanejados, afim de não criar um impacto negativo nesse aspecto.

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O mapa acima, indica uma área de estoque potencial adicional construtivo. Em outra palavras, esta zona está apta a receber transformações construtivas significativas, ainda que não haja a necessidade de substituição total dos imóveis. Portanto, essa porção em destaque, representa um local possível para o remanejamento dos estacionamentos privados que serão removidos da quadra do projeto. (Fonte das informações: Plano de mobilidade urbana de Ribeirão Preto.) Vale destacar, que um estacionamento privado vertical, acolheria um público maior do que os dois estacionamentos que fazem parte da

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(Estacionamento 1 – 80 vagas. Fonte: Arquivo pessoal.)

(Estacionamento 2 – 60 vagas. Fonte: Arquivo pessoal.)

Devido à proximidade com o Terminal Rodoviário, o fluxo de ônibus no entorno do local de projeto torna-se constante. Pela manhã, a média de passageiros em horário de pico, é de 2.686 embarques e 5.576 desembarques. O horário de pico no período da tarde, varia entre 4.992 embarques, e 3.283 desembarques. (Fonte da informação: Plano de mobilidade urbana de Ribeirão Preto.) A implantação de um novo terminal rodoviário ao lado do já existente, iniciará um processo de requalificação da experiência de deslocar-se pelo quadrilátero central, do cotidiano dos passageiros que dependem desse meio de transporte, e da experiência de espera pelo mesmo. E consequentemente, haverá um remanejamento de trajetos, e até possivelmente de horários.

Os pontos indicados no mapa, como 177, 176, e 511, estão localizados na quadra de implantação do projeto. O ponto 177, atende às linhas: Quintino II, Quintino/Avelino, Parque Avelino, Jardim Amália. O ponto 176, atende às linhas: Jardim Independência, Jardim Heitor Rigon, e Expresso Rigon. E o ponto denominado 511, atende às linhas: Noturno Leste, Noturno Sudeste, Noturno Sul,Noturno Sudoeste, Hospital das Clinicas, Sumarezinho, Noturno Oeste, Jardim Presidente Dutra, Jardim Orestes Lopes, Parque dos Pinus, e Noturno Noroeste. (Fonte da informação: Plano de mobilidade urbana de Ribeirão Preto.) Portanto, observa-se que o fluxo de pessoas na quadra é intenso, em vários horários ao longo do dia. Torna-se então, uma premissa para o projeto do complexo, o acolhimento desses cidadãos, para que o período de espera do ônibus possa ser uma experiência mais positiva.

(Construção do novo Terminal Rodoviário na Avenida Jerônimo Gonçalves. Fonte: Arquivo pessoal.)

(Indicação de pontos de parada de ônibus próximos ao local de projeto.)

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O tipo de fluxo de passageiros que o entorno do local de projeto recebe, os dados de embarque e desembarque, aliados ao tipo de uso e ocupação predominantes, indicam uma perspectiva diferente entre o período diurno, e noturno da área em questão. O tráfego intenso, e movimento de pedestres (funcionários dos comércios e serviços, e consumidores), caem consideravelmente ao anoitecer, devido ao encerramento das atividades comerciais. As atividades previstas no programa do projeto, que acontecerão nesse período do dia, serão passiveis de qualificar o espaço e o entorno, somando movimentação de pessoas, e sensação de segurança. A proximidade com o Mercado Municipal, também confere valor ao projeto, pela obtenção de matéria prima para as cozinhas relacionadas às atividades do complexo, e pela possibilidade de abrigar o grande fluxo de pessoas que freqüentam o local diariamente.

Quanto às características físicas do terreno, a topografia da quadra de implantação do projeto, apresenta um grande declive em relação ao fundo de vale.

6 LEITURAS PROJETUAIS – PROJETOS DE REFERÊNCIA

Foram realizadas duas leituras projetuais, afim de auxiliar o desenvolvimento das diretrizes projetuais, quanto ao programa de necessidades (realizando a leitura de um edifício que acolhe um uso similar ao do projeto), e quanto ao processo de restauro de uma edificação

Basque Culinary Center – San Sebastián – Espanha

(Quadra de implantação do projeto.)

(Fonte: ArchDaily Brasil.)

Projeto elaborado em 2011, pelo escritório VAUMM, com 15.000m² de área construída. O Basque Culinary Center, foi desenvolvido pelo escritório VAUMM, através de um concurso, que o escritório venceu, para a concepção de um centro de aprendizagem para as ciências gastronômicas. O design do edifício, de volumes desordenados, foi pensado como uma pilha de pratos empilhados, cena comum na rotina de uma cozinha movimentada.

(Relação da quadra do projeto, com o Mercado Municipal, e o Centro Popular de Compras. Fonte: Arquivo pessoal.)

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(Fonte: ArchDaily Brasil.)


O edifício está localizado em um local tangente ao Miramon Tecnológica Business Park. Esta condição de proximidade com a inclinação muito íngreme assume o ponto de partida dessa proposta arquitetônica. Localizado em uma ladeira, as camadas do edifício seguem os contornos da colina. O projeto, apesar de comportar um vasto programa, e de sua importância na área que abrange, deve respeitar a escala de baixa densidade do local em que estabelece-se. É devido á essa dupla condição, que o edifício faz com que a maior parte da encosta seja para organizar o programa funcional, localizando as áreas públicas sobre o nível de acesso, levando o visitante á descer conforme necessidade, ao invés de subir. Seu volume em formato de “U”, define espaços de circulação longilíneos,(local onde os profissionais podem interagir durante os horários de intervalos), e segmenta o programa em três partes: área acadêmica, área prática, e área de pesquisa.

(Relação edifício e terreno. Fonte: ArchDaily Brasil.)

(Fonte: ArchDaily Brasil.)

(Área Externa. Fonte: ArchDaily Brasil.)

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As áreas de acesso ao público do edifício, encontram-se no primeiro pavimento, de nível térreo. Os demais pavimentos, organizam a parte funcional do projeto, onde alunos, professores, e funcionários podem ter acesso.

(Nivel -1. Fonte: ArchDaily Brasil.) (Nivel 0 – Pavimento Térreo. Fonte: ArchDaily Brasil.)

(Nível -2. Fonte: ArchDaily Brasil.)

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(Nível -3. Fonte: ArchDaily Brasil.)


(Nível -4. Fonte: ArchDaily Brasil.)

(Cortes. Fonte: ArchDaily Brasil.) O programa funcional, basicamente seleciona um lado do edifício, para comportar a maioria dos depósitos e câmaras frias, bem como o acesso de carga e descarga, e possivelmente salas para triagem. Observa-se a presença de salas de aulas teóricas e práticas em todos os pavimentos, e uma lâmina comum de circulação/convivência, que confere ao edifício a estética externa.

(Restaurante, auditório, e circulação interna. Fonte: ArchDaily Brasil.)

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Convento das Bernardas – Tavira – Portugal

(Fonte: La Urbana.)

(Vista exterior do convento, antes da intervenção. Fonte: La Urbana.)

(Parede de alvenaria caída, e chaminé fraturada. Fonte: La Urbana.)

(Vista exterior do convento, antes da intervenção. Fonte: La Urbana.)

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REVITALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE NOVO USO PARA O EDIFÍCIO ABC

O ponto de partida do projeto de reabilitação do Convento das Bernardas, por Eduardo Souto de Moura, foi devolver o patrimônio à cidade, não como objeto isolado, mas como parte integrante da paisagem. Fundado em 1509, é o maior convento da região portuguesa de Algarve. Após resistir a um abalo sísmico, e ser transformado em patrimônio público, o convento transformou-se em uma fábrica de farinha, até o final da década de 60. As paredes de alvenaria de pedra, apresentavam espessuras entre 0,5m e 1,2m. A qualidade em que se encontravam era variável de acordo com a zona. Em sua maioria, eram constituídas por um ligante fraco, apenas de terra. Algumas que estavam total, ou parcialmente caídas, foram eficazmente preenchidas com alvenaria de pedra, ao modo construtivo da época do edifício.


O conjunto possui uma planta de duplo quadrado, com um claustro central, e uma igreja a norte. Os parâmetros exteriores são sóbrios, com exceção de uma entrada que ainda permanece.

(Construção da nova parede de alvenaria. Fonte: La Urbana.)

(Portal gótico Manuelino. Fonte: La Urbana.)

A intervenção constituiu na recuperação e adaptação do edifício a um novo uso: moradia, e a criação de um anexo em L, situado em uma cota inferior, às margens das salinas da Laguna Formosa. As casas de um andar, repetem um padrão: uma porta de entrada, janelas apenas na fachada exterior, salão com cozinha, banheiros, e dois dormitórios. Enquanto os módulos de dois pavimentos foram pensados usando como referência os estudos de Le Corbusier, mas posteriormente os investidores simplificaram o desenho, apenas com um pátio frontal de acesso. A reabilitação das alas leste, sul e oeste do edifício, e sua adaptação ao novo uso, exigiram reforços na fachada, e assentamentos de cimento. As alas são independentes, e abrigam apartamentos triplex. O modulo leste foi ampliado para completar o pátio central, seguindo a técnica de paredes de alvenaria, do edifício existente.

(Interior do convento após a intervenção. Fonte: La Urbana.)

No processo da restauração do pátio central, foram encontradas cimentações que indicavam as limitações originais do espaço. Essas dimensões foram mantidas no projeto atual (75mx32m), formando um pátio dividido em dois quadrantes: o norte, apresentando uma praça cimentada com árvores nas esquinas (fazendo menção aos claustros históricos) e o sul, com uma piscina de água salgada de 20mx20m (fazendo menção às Salinas de Tavira). A nave central da igreja tornou-se recepção, enquanto o altar e o coro tornaram-se apartamentos. A torre principal, atualmente abriga um núcleo de comunicação, que da acesso a quatro apartamentos, e no exterior, uma série de pérgulas metálicas, cobertas com vegetação nativa, projeta sombra nos terraços, enquanto oculta os esta-

cionamentos e serviços. As fachadas exteriores são o principal elemento de intervenção. Todas as aberturas foram preservadas, das duas fases do edifício, as menores que correspondem ao convento, e as maiores que correspondem à indústria. O arquiteto adaptou a distribuição dos ambientes das residências, às aberturas existentes, e não o processo inverso. Maquetes estruturais foram sobrepostas para chegar ao resultado, e 220 novas aberturas (janelas autoportantes recortadas no concreto estrutural), foram inseridas. O recheio de pedra e argamassa foi retirado para que essas novas aberturas pudessem ser inseridas no edifício, e uma moldura de concreto armado foi conectada ás paredes, para que não houvesse um problema estrutural.

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(Tirantes horizontais para melhorar a ligação entre as paredes. Fonte: La Urbana.)

(Abertura e reforço de vãos. Fonte: La Urbana.)

A textura das fachadas foi unificada, aparecendo a alvenaria atrás de uma camada de pintura que lembra a cor da areia da região. A chaminé de tijolos faz menção ao passado industrial do edifício, e foi mantida no projeto atual.

(Textura das fachadas. Fonte: La Urbana.)

Observa-se que o arquiteto responsável pela restauração do edifício procurou preservar a identidade histórica, de todas as épocas, e dos diferentes tipos de uso que o edifício já abrigou. A maior modificação provavelmente foi interna, deixando a “casca” do edifício conversar com o espectador sobre o tempo, e sobre o local em que foi construído, com diversos elementos que fazem forte menção à esses dois fatores. (Reabilitação da chaminé. Fonte: La Urbana.)

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O PROJETO

Afim de idealizar o projeto na prática, toda a quadra em que o Edifício ABC encontra-se situado, será levada em consideração. O edifício em si, e um outro edifício, provavelmente construído posteriormente, mas baseando-se nas noções de estética Art Deco do Edifício ABC, serão incorporados no projeto. Os demais estacionamentos e comércios da quadra, darão lugar á possíveis anexos, praças secas, e áreas de convivência do complexo.

(Edifício ABC nas ruas Saldanha Marinho, com São Sebastião.)

(Edifício a ser incorporado no projeto, juntamente com o edifício ABC. Fonte: Arquivo pessoal.)

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(Bloqueio estético que o edifício em destaque cria, perante ao Edifício ABC. Fonte: Arquivo pessoal.)

O complexo do projeto, será dividido em 4 quadrantes. O quadrante em destaque azul, comportará uma área externa para convivência, o estacionamento para “food trucks”, e o cultivo de horta, e temperos. O quadrante verde, receberá uma área externa para convivência, o ponto de ônibus, e a degustação de alimentos ligada à escola de gastronomia. O quadrante em vermelho (edifício ABC), por sua vez, comportará a escola pública de gastronomia, e todas as atividades relacionadas. E finalmente, o quadrante em destaque amarelo, receberá o restaurante Bom Prato e todo o programa envolvido.

Acesso de serviço Acesso de usuários

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Quanto ao restauro

Quanto à proposta de requalificação dos edifícios que irão permanecer no complexo, dando ênfase ao edifício ABC, serão utilizados como premissa, os conceitos distinguível e reversível. Qualquer tipo de anexo, pequena intervenção, mudança no interior do objeto, será rapidamente distinguível do corpo do edifício como se encontra atualmente, através de diferentes linguagens e materiais. Grande parte dessas pequenas mudanças também serão reversíveis caso haja necessidade, ou mudanças relacionadas ao uso do edifício. O restauro do edifício ABC, buscará referências no passado do patrimônio, fazendo menção ao que foi o edifício em sua época auge, enquanto o restauro do segundo edifício, adequará a estética atual ao padrão de ritmo do Art Deco (estilo em que se baseia), buscando a harmonia dos ornamentos que atualmente estão em descompasso, e relacionando-o esteticamente ao edifício ABC, o principal do complexo (o projeto priorizará dar ênfase aos dois edifícios pré existentes, e buscar linguagens totalmente distintas a qualquer tipo de anexo). EDIFÍCIO ABC Esquadrias – Proposta de esquadrias distinguíveis, metálicas, que remetam à estética original, ou à estética Art Deco. *As aberturas da fachada continuarão as mesmas, a divisão interna se adequará conforme o necessário.

Vãos de entrada – Proposta de portas distinguíveis, com panos de vidro, material metálico, que recebem o visitante e permitam observação do saguão térreo, mas com possibilidade de fechamento. *As aberturas da fachada continuarão as mesmas, a divisão interna se adequará conforme o necessário.

Acabamento externo – Argamassa raspada (ou como era denominada no passado, simili-granito, pedra fingida, ou cirex). Intenção de recuperação da fachada do edifício, que primeiramente recebeu esse tipo de tratamento, antes de serem aplicadas camadas de pintura. A argamassa raspada, ou reboco com acabamento rústico, é feito em argamassa de cal, areia, e cimento com adição de pigmentos, recebendo bocados de malacacheta (mica). Esse tipo de revestimento, mostra-se extremamente resistente a intemperismos, são resistentes, e impermeáveis, e dispensam periodicidade de pintura e (Argamassa raspada com pó de granito – no lugar da areia, e Argamassa raspada reparos. Para o edifício ABC, pigmentada (rosa), com adição de grãos de mica (malacacheta). Fonte: CECI – Edição será empregada uma pigmentação mais clara do que a original. nº2, Ano 2013.)

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Possíveis novas paredes – Distinguíveis das originais em material e cores, uso de estrutura em Steel Frame, e vedações em Drywall para área interna (alta resistência acústica, e possibilidade de acabamentos) e placa cimenticia para área externa (resistência termo-acústico e à umidade). Instalações – Devido ao novo uso que o edifício abrigará, haverá nova demanda de instalações elétricas, hidráulicas, de gás, ar condicionado, entre outras. A intenção do projeto, é manter todo tipo de nova instalação aparente, evitando grande agressão ao edifício, e incorporando esteticamente essas necessidades.

(Revestimento externo e interno. Fonte: habitacaocoletivaverticalizada.blogspot.com.br)

(Interior do edifício Red Bull Station, com instalações aparentes. Fonte: ArchDaily.)

O USO DO AÇO O sistema construtivo em aço apresenta vantagens significativas sobre o sistema construtivo convencional. Entre, elas destacam-se: a liberdade no projeto de arquitetura, o aumento de área útil (pilares e vigas de aço são significativamente mais esbeltos), a flexibilidade (a estrutura metálica mostra-se indicada onde há necessidade de adaptações, ampliações, reformas, e mudanças na ocupação de edifícios), e a compatibilidade com outros materiais.

Guarda corpo – O guarda corpo tubular do grande mezanino presente no interior do edifício, será substituído. Acessos verticais – Os acessos verticais ao edifício, ou do interior do edifício, quando implantados, serão de material metálico, e facilmente distinguíveis do corpo original do objeto. Qualquer tipo de anexo que se fizer necessário durante o desenvolvimento do projeto, como uma possível cobertura de terraço ou das áreas de convivência, seguirão uma linguagem distinta dos edifícios do complexo, em relação á materiais ou cores. Serão de material metálico, com perfil em I, ou U, tratados para que mantenham uma aparência do aço escuro, e mantenham uma estética mais bruta da matéria prima. A escolha dos materiais na intervenção é justamente para destoar da linguagem do edifício.

Perfis metálicos em U e I. (Cobertura do terraço do edifício Red Bull Station – anexo distinguível. Fonte: ArchDaily.)

(Guarda corpo atual. Fonte: Arquivo pessoal.) (Acesso vertical do edifício Red Bull Station. Fonte: ArchDaily.)

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EDIFÍCIO 2

Novas esquadrias/vãos de entrada – Distinguíveis, e semelhantes aos do edifício ABC, padronizando. Acabamento externo – O edifício em questão, devido á sua época, nunca recebeu o tratamento de argamassa raspada. O projeto manterá o acabamento em pintura, e apenas padronizara as cores dos dois edifícios, criando uma linguagem semelhante, e conferindo ao expectador a noção do pré existente, e do que foi construído no complexo.

Atenção aos frisos e ornamentos – Proposta de restauro, afim de conferir à fachada do edifício proporção e ritmo.

Novas aberturas – Intenção de padronizar a estética do edifício (adequação do programa interno).

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O programa de necessidades do projeto do complexo foi desenvolvido seguindo uma estimativa de metragens quadradas, e inevitavelmente, com o desenvolvimento do projeto, o programa destinado à escola de gastronomia, e ao Restaurante Bom Prato, irão se relacionar diretamente em algumas atividades semelhantes.

PROGRAMA DE NECESSIDADES DO PROJETO – m² Galeria Técnica/Casa de máquinas Acessos Circulação Escola de Gastronomia: Recepção / Secretaria 24,675m² Escritório para administração 16,37m² Coordenação Pedagógica 16,48m² Sala de professores 22,08m² Sala de reuniões 21,57m² Biblioteca 22,25m² Laboratório de informática 37,71m² Sala para aulas teóricas 207,52m² - 4 salas Sala de enologia 22,75m² Cozinha experimental – Ligadas á salas de aulas práticas 341,83m² Cozinha pedagógica – Preparo de carnes, preparo de cereais e massas, preparo de legumes e verduras, cocção/pratos quentes 638,43m² Triagem 21,56m² Área de armazenamento de produtos não perecíveis 51,21m² Área de armazenamento de produtos perecíveis (câmara fria segmentada por tipos de alimentos) – Resfriamento e congelamento 93,62m² - 2 câmaras frias Depósito de utensílios 12,54m² Depósito de materiais de limpeza 12,23m² Depósito de lixo – Resfriamento 9,42m² Área de higienização de utensílios 24,45m² Lavanderia 26,45m² Enfermaria 13,51m² Ilha de lanchonete para alunos/funcionários 80m² Vestiários e sanitários para alunos/funcionários 116m² Restaurante pedagógico – Salão de refeições 1129,71m² Sanitários públicos 170m² Área de distribuição dos alimentos e atendimento aos usuários/ Caixa 120m² Área externa para convivência (mobiliários de descanso, ou para refeições) 3.353,48m² Área externa para degustação de alimentos – Ligada à escola de gastronomia --Área externa para estacionamento de “food trucks” – Independentes do edifício --Cultivo de horta/temperos (projeto de paisagismo da área externa) ---

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Ponto de ônibus --Restaurante Bom Prato Recepção/Caixa – Retirada de ticket 4,5m² Escritório para administração 15,94m² Sala para Nutricionista 12,54m² Sala de reuniões 29,43m² Cozinha Industrial – Preparo de carnes, preparo de cereais e massas, preparo de legumes e verduras, confeitaria/sobremesas, cocção/pratos quentes 1053,09m² Triagem 16m² Área de armazenamento de produtos não perecíveis 46m² Área de armazenamento de produtos perecíveis (câmara fria segmentada por tipos de alimentos) – Resfriamento e congelamento 90,91m² - 2 câmaras frias Depósito de utensílios 21m² Depósito de materiais de limpeza 18m² - 2 depósitos Depósito de lixo – Resfriamento 8,34m² Área de higienização de utensílios 24,45²m Lavanderia 18,4m² Vestiários e sanitários para funcionários 46,85m² Sanitários públicos 88,55m² Área de distribuição dos alimentos e atendimentos dos usuários 100m² Salão de refeições para aproximadamente 2.000 pessoas 1005,52m² Legenda: Acesso público/Acesso restrito à funcionários da escola de gastronomia, professores, e funcionários do Restaurante Bom Prato/ Acesso restrito à funcionários da escola de gastronomia, e professores/Acesso restrito à alunos, funcionários da escola de gastronomia, e professores/Acesso restrito à funcionários do Restaurante Bom Prato.


PLANTAS DO COMPLEXO *Todo o layout do projeto do complexo, foi pensado em razão da funcionalidade, e de uma sequência de ações premeditadas que todos os usuários possam apresentar.

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MEMORIAL DESCRITIVO Como um primeiro desafio ao processo de projeto, estava a questão: melhor vista, pior insolação. A fachada noroeste do edifício ABC, recebe insolação direta no período da tarde, e levando em consideração o gabarito mais baixo dos edifícios próximos, e o clima de Ribeirão Preto, é uma condição desfavorável ao conforto térmico no interior do edifício. Coincidentemente, a fachada é voltada para a área de convivência entre os edifícios, a vista do Mercado Municipal, e da Avenida Jerônimo Gonçalves, fatores que agregam a possibilidade de uma abertura total do edifício para essa direção. Como uma solução eficaz funcionalmente e esteticamente, foram projetados módulos de brises verticais, possíveis de serem remanejados conforme a necessidade. Uma estrutura metálica chumbada na parede externa do edifício, externa ao pano de vidro da fachada noroeste, cria um corredor de laje piso de 80cm, ou 30cm, por onde os brises verticais correm conforme a necessidade do usuário (que pode movimenta-los) , ocupando 2/3 da área que o pano de vidro ocupa. Os módulos são feitos de chapa metálica cortada a laser, para que o usuário do edifício receba insolação, e aproveite a vista parcialmente enquanto estiverem fechados. A estética interessante, e a possibilidade de contemplar a paisagem, conduziram o projeto ao emprego dos brises em todas as fachadas que contam com grandes panos de vidro, sendo eles passagens ou apenas janelas.

O desenho dos módulos, permite ainda uma flexibilidade maior quanto a entrada e a proteção da insolação. Em um sentido, observamos módulos mais abertos, e no outro, mais fechados. Essa característica cria a possibilidade de abrirmos a visão, e a entrada de insolação, para a direção mais interessante (normalmente a direção em que a insolação é mais amena) e bloquear a entrada dos raios solares na direção em que forem mais incomodos. No caso do edifício ABC, os módulos estão dispostos a proteger a direção sudoeste, e receber insolação na direção nordeste. No edifício 2, protegemos a direção noroeste, e deixamos para a direção sudeste, o sentido mais aberto dos módulos.

Insolação indesejável.

Insolação desejável.

Estudo de insolação com o programa SOL AR.

Referência para o projeto dos brises - Arquiteto Nelson Dupre.

Esquemas dos brises no projeto.

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Rasgos no piso, permitem canteiros destinados ao cultivo de horta, com diferentes gostos e aromas, e que serão utilizados nas cozinhas do complexo.

A área externa aos dois edifícios em questão, destinada a convivência , apresenta um desnível significante, de 3 metros em relação ao nível da rua. Afim de vencer a topografia funcionalmente, foram criados platôs, com escadas e rampas para acesso, que cumprem a função de passeio entre os níveis da área comum do complexo. O primeiro platô, segue o nível do subsolo do edifício ABC, 3 metros acima do nível mais baixo. Ele permite o acesso ao restaurante, e uma vista interessante do Mercado Municipal. Um metro abaixo, encontra-se o segundo platô, que conta com mesas para refeições (bem como o primeiro), sendo utilizados como uma extensão do restaurante. Esquema dos níveis da área externa.

Rasgos na paginação que dão lugar ao paisagismo

Árvores frutíferas como jaboticaba e pitanga, promovem sombra e enriquecem os espaços de descanso.

O terceiro nível, corresponde ao nível mais baixo do complexo, onde esta localizado o edifício 2, que abriga o restaurante Bom Prato, e a maior área externa de convivência. O baldrame dos platôs, recua em 80 cm, dando uma impressão mais leve e flutuante ao bloco, e possibilitando também, o paisagismo com hortaliças e temperos invadir esse recuo, criando uma estética interessante. Croqui- recuo dos platôs. O piso utilizado para a área externa, é drenante, e feito de pneu, totalmente reciclável.

O acesso de serviço dos edifícios, são feitos através de uma rua que corta a área de convivência externa do complexo. O caminhão chega até o final da rua, faz o serviço, e pode deixar o complexo. A entrada de serviço do edifício 2, encontra-se no nível da rua. O serviço do edifício ABC, é feito através de elevadores específicos, por encontrar-se dois metros acima.

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Detalhe da área externa aos edifícios do complexo.

Croqui com os acessos entre platôs. REVITALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE NOVO USO PARA O EDIFÍCIO ABC

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O edifício 2, que abriga o restaurante Bom Prato, sofreu um significativo corte de terra no projeto. O subsolo do edifício, que contava com 3 níveis diferentes, foi reduzido a apenas um nível, para que se alinhasse com a área externa de convivência, e permitisse fácil acesso ao restaurante (que conta com um publico grande). Um muro de arrimo de concreto, foi construído por dentro da fachada da rua Américo Brasiliense, para que contivesse a terra que foi cortada nessa intervenção, aproveitando que essa fachada do edifício não apresentava acesso algum ao seu interior. Os pilares do subsolo, contaram com um complemento de material metálico, chapas metálicas que impediram a exposição da fundação , para que a estrutura do edifício se mantivesse intacta.

Esquema com a movimentação de terra. Detalhe do subsolo do edificio 2 - Restaurante Bom Prato

O subsolo do edifício, recebe a parte pública do restaurante Bom Prato. Os cidadãos que pretendem consumir a alimentação do programa do governo, começam organizando-se na fila, no exterior do edifício, embaixo de uma cobertura de estrutura metálica, vidro, e uma parreira para fazer sombra. Assim que adentram, retiram o ticket nos guichês localizados em frente ao acesso principal, e são conduzidos ao caminho indicado pela flecha, para manter a organização. Ao chegar ao balcão, retiram o prato, e seguem para acomodar-se. Quando terminam, devolvem os utensílios no balcão indicado, e deixam o edifício.

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A cozinha do edifício 2, além de ampla, apresenta um tipo de funcionalidade diferente das cozinhas citadas anteriormente. Como a equipe conta com profissionais, ou estagiários prestes a graduar, a organização dos equipamentos, é por setores. Como um cozinheiro experiente não precisa entrar em contato com todas as etapas do processo da cozinha, o layout foi pensado levando em consideração que cada etapa contará com uma equipe especifica. Por isso, foi dividido em: lavagem e preparação de alimentos, cocção, e preparo. Bem como o preparo de bebidas, e superfícies de trabalho com balcão refrigerado, para preparo de massas, ou outros tipos de alimento. A comida chega ao balcão do subsolo, através de monta-cargas também.

Detalhe primeiro andar do edifício 2 - Cozinha do Restaurante Bom Prato

Momento de conexão entre os dois edifícios.

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O vão livre entre os pavimentos do edifício ABC, auxiliou na instalação de acessos verticais, e monta-cargas. O restante do vão, foi preenchido com as lajes piso, e com uma cobertura anexa, como uma extensão do ambiente interno.

Detalhe do subsolo do edifício ABC - restaurante escola.

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O restaurante escola, auxilia futuros cozinheiros, garçons, e auxiliares no contato com o público. Situado no subsolo do edifício ABC, conta com balcão para distribuição de alimentos, sanitários, e a parte técnica e restrita aos funcionários e alunos, com depósitos, câmaras frias, vestiários, triagem e lavanderia.


Todos os acessos as cozinhas, contam com porta dupla, com proteção anti-insetos, e lavatórios para higienização das mãos.

A cozinha pedagógica, é a segunda experiência do aluno em uma cozinha profissional. Ela conta com cinco módulos de cozinha, com todos os equipamentos, para que o aluno possa desfrutar de todas as atividades ao mesmo tempo. Nesse ambiente, o aluno prepara as refeições e lanches servidos no subsolo do edifício, no restaurante pedagógico, que são levadas através de monta-cargas.

Detalhe do térreo do edifício ABC.

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O anexo externo, com face para a rua Saldanha Marinho, conta com mobiliários de descanso, cultivo de horta, sanitários públicos, que apóiam o pavimento térreo do edifício ABC, e ponto de ônibus embaixo da sombra de uma parreira. O anexo apóia também, o café situado no pavimento térreo do edifício, que utiliza o espaço como uma extensão para o negócio.

Detalhe do anexo externo ao pavimento térreo do Edifício ABC.

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A cozinha experimental, é o primeiro contato do aluno com os utensílios, e alimentos. É usada após um período de aulas teóricas, e sempre com supervisão dos professores. O layout dessa cozinha, bem como das demais, prioriza o desprendimento das paredes, liberando o fluxo em todo o decorrer do ambiente. Toda a disposição dos equipamentos, conta com espaço para os alunos observarem, e bancadas para que possam dar os primeiros passos na cozinha, sendo auxiliares dos professores.

O terraço anexo ao edifício, é utilizado para o cultivo de horta, para consumo na escola de gastronomia.

O mezanino do edifício ABC, tornou-se um espaço para descanso e interação de alunos e professores, contando com mobiliários de descanso, e uma vista interessante do pavimento térreo.

Terraço do Shopping Eldorado em São Paulo - SP.

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Vista interna do Restaurante Bom Prato.

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Vista interna do restaurante escola.

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REFERÊNCIAS CHOAY F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Ed. Unesp, 2001. KUHL B. Preservação do patrimônio Histórico da Industrialização. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. LEMOS C. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Brasiliense, 1981. ANA MARIA DA SILVA. Restauração e Modernização do edifício Diederichsen. 1993. Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto. ADRIANA DANTAS NOGUEIRA. Revitalização e Renovação social do edifício Art Deco. 1994. Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto. PAULA DE VICENZO FIDELIS. Diederichsen – Marco da verticalização e do poderio econômico de Ribeirão Preto. 1986. Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto.

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