Dedico esse trabalho à minha prima Maria Cecília, portadora da Síndrome de Down, que abriu meus olhos para um estudo de um novo jeito de se fazer Arquitetura no espaço da saúde, e me motivou na realização de um projeto humanizado em defesa e apoio às pessoas com essa alteração genética. A ela, todo meu amor.
2
A Deus. Aos meus pais, que não mediram esforços para que eu chegasse nessa etapa da minha vida, à minha mãe Marcia, pelo incentivo nas horas de desanimo e cansaço com seu amor maternal infinito, ao meu pai Paulo por sua dedicação imensa com a família, exemplo de vida e de profissional, que fez com que eu desejasse seguir essa carreira. Ambos me forneceram tudo o que foi preciso para que eu conseguisse minha formação. A minha irmã Carolina pela amizade e apoio que sempre me deu em todas as etapas da minha vida, sempre torcendo por mim.
Ás minhas colegas de faculdade Laura e Marina pelo incentivo, grande amizade e companheirismo em todas as noites sem dormir e trabalhos incansáveis que compartilhamos juntas. Á minha orientadora Alexandra pelo pleno domínio do assunto, apoio e incentivo durante todo o processo do meu trabalho, e que me ajudou a torna-lo mais criativo, humanizado e ter um sentido muito além da graduação.
A todos que fizeram parte desta minha formação, o meu eterno agradecimento.
3
LISTA DE FIGURAS: Figura 1 – Características Físicas da Síndrome de Down ...........................................21 Figura 2 – Hidroterapia ...............................................................................................26 Figura 3 – Equoterapia ................................................................................................27 Figura 4 – O Brincar – Terapia Ocupacional ..............................................................28 Figura 5 – Atividades Manuais – Terapia Ocupacional ..............................................28 Figura 6 – Musicoterapia .............................................................................................31 Figura 7 – Fonoaudiologia ...........................................................................................32 Figura 8 – Fisioterapia .................................................................................................34 Figura 9 – Terapia com cachorros ...............................................................................35 Figura 10 – APAE Ribeirão Preto ...............................................................................43 Figura 11 – APAE Ribeirão Preto – Esportes Aquáticos ............................................43 Figura 12 – Implantação Sarah Kubitschek .................................................................50 Figura 13 – Rede Sarah Kubitschek – Rio de Janeiro .................................................51 Figura 14 – Rede Sarah Kubitschek – Rio de Janeiro .................................................52 Figura 15 – Uso de cor e contrastes – rede Sarah RJ ...................................................53 Figura 16 – Superfícies irregulares dispersam o som – Rede Sarah RJ .......................54 Figura 17 – Sons naturais causados pela água– Rede Sarah RJ ...................................54 Figura 18 – Jardins Internos – Rede Sarah RJ ..............................................................55 Figura 19 – Texturas e objetos na terapia da Rede Sarah RJ ........................................56 Figura 20 – Reabilitação integrada ao exterior/paisagem .............................................57 Figura 21 – Edifícios integrados ao verde e lazer– Rede Sarah RJ ...............................57 Figura 22 – Vista Externa rede Sarah RJ .......................................................................57 Figura 23 – Implantação rede Sarah Brasília .................................................................60 Figura 24 – Integração ao externo – Rede Sarah Brasília .............................................61 Figura 25 – Galpão de Esportes Náuticos – rede Sarah Brasília ...................................61 Figura 26 – Corte centro de apoio a paralisia cerebral – Sarah Brasília ........................62 Figura 27 – Centro de apoio a paralisia cerebral – Sarah Brasília .................................62 Figura 28 – Corte do prédio centro de pesquisa – Sarah Brasília ..................................62 Figura 29 – Centro de pesquisas – Sarah Brasília ..........................................................63 Figura 30 – Corte Estrutura de Setores – Sarah Brasília ................................................63 Figura 31 – Estrutura Setores- Sarah Brasília ................................................................63
Figura 32 – Ginásio de fisioterapia – Sarah Brasília ......................................................64 Figura 33 – Piscina Interna – Sarah Brasília ..................................................................64 Figura 34 – Cobertura Flexível – Sarah Brasília ............................................................65 Figura 35 – Vigas e Pilares – Sarah Brasília ..................................................................65 Figura 36 – Painéis Athos Bulcão – Sarah Brasília .......................................................66 Figura 37 – recepção – Sarah Brasília ...........................................................................66 Figura 38 – Integração com exterior – Sarah Brasília ...................................................67 Figura 39 – Entrada Principal – Sarah Brasília .............................................................67 Figura 40 – Implantação - Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália .........................69 Figura 41 – Elevação lateral - - Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália .................70 Figura 42 – Entrada principal - Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália .................70 Figura 43 – Interiores -Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália ...............................71 Figura 44 – Interiores - Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália .............................71 Figura 45 – Jardim família - Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália ......................72 Figura 46 – Terraço jardim - Hospital Infantil Lady Cilento – Austrália .....................72 Figura 47 – Implantação - Parque da Juventude ...........................................................74 Figura 48 – Pergolado remanescente - Parque da Juventude ........................................74 Figura 49 – Passarelas metálicas - Parque da Juventude ...............................................75 Figura 50 – Passarelas - Parque da Juventude ...............................................................75 Figura 51 – Passarelas - Parque da Juventude ...............................................................75 Figura 52 – Novas passarelas – Parque da Juventude ...................................................76 Figura 53 – Coberturas soltas – Parque da Juventude ...................................................76 Figura 54 – Mapa de apresentação da área ....................................................................78 Figura 55 – Mapa de pontos de ônibus ..........................................................................79 Figura 56 – Mapa de vista de figuras .............................................................................80 Figura 57 – Vista CC do terreno ....................................................................................81 Figura 58 – Vista CC do terreno ....................................................................................81 Figura 59 – Vista BB do terreno ....................................................................................81 Figura 60 – Vista BB do terreno ....................................................................................81 Figura 61 – Vista AA do terreno ....................................................................................82 Figura 62 – Vista AA do terreno ....................................................................................82 Figura 63 – Vista panorâmica A-B do terreno ...............................................................82 Figura 64 – Mapa de hierarquia viária ...........................................................................84 Figura 65 – Mapa de hierarquia viária (fluxos) ..............................................................85
Figura 66 – Mapa de equipamentos urbanos .................................................................86 Figura 67 – Mapa de Gabarito .......................................................................................87 Figura 68 – Mapa de uso do solo ...................................................................................88 Figura 69 – Mapa figura a fundo ....................................................................................90 Figura 70 – Mapa de topografia natural .........................................................................92 Figura 71 – Corte longitudinal do terreno ......................................................................92 Figura 72 – Corte transversal do terreno ........................................................................92 Figura 73 – Mapa de drenagem natural ..........................................................................93 Figura 74 – Mapa de microclima ....................................................................................93 Figura 75 – Berçário com telhado dente-de-Serra - Alemanha.....................................101
Clínica Ampliada para Reabilitação da Síndrome de Down (CARSD).
A arquitetura no espaço da saúde
da alteração genética que causa a
transcende
Síndrome de Down. O projeto parte
definições
os
conceitos
estéticas.
sobre
Apesar
da
do pressuposto da Clínica Ampliada,
aptidão estética ser importante na
que
luta contra o sentido que o antigo
discussão sobre o jeito de se fazer
espaço da saúde tinha, como local
saúde, através de um novo espaço
mórbido, é preciso estabelecer uma
para estes portadores, já que este
união
espaço é inexistente em Ribeirão
através
funcionalidade
da com
beleza
e
experiência
Preto,
se
volta
onde
para
o
uma
projeto
nova
será
perceptiva e sensorial, para se obter a
implantado. Será combinado com
chamada Humanização. A busca por
uma integração social que será
espaços de caráter humanizados
desenvolvida através da associação
torna-se cada vez mais essenciais no
do programa ao ensino do Colégio
atual cenário da Arquitetura da saúde,
Waldorf em Ribeirão Preto.
o que associados a um conjunto de medidas terapêuticas, dão vida ao
Palavras-Chave: Síndrome de Down
presente trabalho com a implantação
(SD);
de um projeto de Arquitetura para a
Estímulos; Saúde;
Reabilitação;
Humanização;
reabilitação integral aos portadores
9
Amplified Clinic for Down's Syndrome Rehabilitation (ACDSR)
Architecture in the space of health
to the carriers of the genetic disorder
transcends concepts about aesthetic
that causes Down's syndrome. The
definitions.
aesthetic
project starts from the assumption of
aptitude is important in the struggle
the Expanded Clinic, which turns to a
against the sense that former space
new discussion about the way to
of health had as a morbid place, it is
make health, through a new space for
necessary
union
these carriers, since this space is
through beauty and functionality with
nonexistent in RibeirĂŁo Preto, where
perceptive and sensory experience, to
the project will be implemented. It will
get the so-called Humanization. The
be combined with a social integration
search
character
that will be developed through the
spaces becomes more and more
association of the program with the
essential in the current scenario of
teaching of the Waldorf College in
health architecture, which, associated
RibeirĂŁo Preto.
Although
to establish a
for
humanized
with a set of therapeutic actions, give life to the present work with an implantation
of
an
Architecture
Keywords: Down syndrome (DS); Rehabilitation; Humanization; Stimuli; Health;
project for the integral rehabilitation
10
O assunto da presente pesquisa
entrosamento com outros indivíduos
refere-se a um espaço público em
portadores ou não da Síndrome de
Ribeirão Preto inserido na área de
Down.
Projeto de Arquitetura que tem como
As diretrizes de atenção para os
tema a inclusão, reabilitação e
portadores da SD são específicas,
humanização em um mesmo espaço
pois, mesmo não sendo uma doença
para portadores da Síndrome de
e sim uma alteração genética, pode
Down (SD).
gerar
O objetivo é estabelecer um
problemas
associados,
médicos
estando
mais
espaço arquitetônico que integre
suscetíveis a problemas de saúde.
todos
Por
os
tipos
de
recursos
conseguinte,
para
uma
reabilitativos que um indivíduo com a
reabilitação é imprescindível uma
síndrome necessita, tanto para a
equipe
saúde física quanto mental, e que
oftalmologistas,
também integre espaços de lazer que
cardiologistas,
estimulem a qualidade de vida dos
pediatras, dentistas, fisioterapeutas,
mesmos com atividades
para um
fonoaudiólogos, terapeutas físicos,
estilo de vida ativo, no qual os
mentais e ocupacionais, psicólogos,
indivíduos adotam comportamentos
nutricionistas e pedagogos.
multidisciplinar
que
são:
ortopedistas, neurologistas,
de saúde com atividades físicas, boa
Um espaço que integre todos
utilização do tempo com atividades
estes cuidados simplificaria uma
culturais, arte e de lazer, hábitos
melhor observação sobre a condição
alimentares saudáveis, e prevenção
do indivíduo, promovendo não só
de comportamentos de risco à
acompanhamento
saúde. Todas essas atividades serão
também a educação, inclusão social
abertas e inclusas para com os
e
alunos da escola Waldorf localizada
associados a uma humanização da
no lote vizinho ao terreno do projeto,
arquitetura do ambiente, este espaço
para que os ajudem no convívio
que
social,
necessários
inclusão
havendo social
um
reforço
na
do
indivíduo
e
estímulos
reúne
médico,
diários
mas
terapêuticos
todos
os
pode
gerar
recursos grande
incentivo, diário e em longo prazo,
12
para a boa qualidade de vida do
atendimento
portador e para o desenvolvimento de
pessoas
seu potencial para uma sociedade
intelectuais, se limita no atendimento
que deve estar adepta à evolução e
à saúde em relação a temática da
integração
pesquisa, que pretende oferecer
dos
portadores
da
Síndrome de Down. Neste
âmbito,
especializado com
a
deficiências
atendimentos aprofundados focados Constituição
na reabilitação assim como terapias
Federal Brasileira discorre sobre o
diversas para o desenvolvimento dos
assunto
portadores no início de suas vidas.
como
a
direito
de
deficiências
de
A APAE dispõe de um grande
desenvolverem o seu potencial visto
investimento na área da educação e
que a habilitação e reabilitação deve
é o maior movimento filantrópico do
ser uma obrigação da área de saúde,
Brasil e do mundo, na área. Ela se
garantida a qualquer indivíduo, já que
caracteriza por ser uma sociedade
saúde é um direito de todos:
civil, filantrópica, de caráter cultural,
portadores
de
um
(...) dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social e as ações necessárias ao seu cumprimento, afastando discriminação, garantindo-lhes o direito à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social..." (CONSTITUIÇÃO FEDERAL).
A
presente
também
pesquisa
desenvolver
busca uma
dessemelhança com os projetos desenvolvidos
por
ONG’s
especializadas na Síndrome, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(APAE),
principal
atuante na área da saúde da SD em
assistencial
e
educacional
com
duração indeterminada, tendo como principal missão prestar serviços de assistência social, progresso nas áreas
do
conhecimento
e
do
desenvolvimento e integração social. A vista disso nota-se a diferença entre os dois projetos, enquanto o principal personagem da presente pesquisa é a reabilitação da criança com Síndrome de Down junto com integração
e
humanização
do
espaço, especializada e estudada somente para a Síndrome de Down, a APAE se constitui na assistência social, educação, saúde e direitos d
Ribeirão Preto, que embora ofereça
13
todas as deficiências intelectuais em
pobres do convívio com o restante da
todos os estágios da sua vida. Outra
sociedade, e ainda hoje, a sociedade
mudança no âmbito citado das
encara este edifício como um local de
associações
doença, morte, angústia, entre outros
existentes
estímulos
precoces,
são e
os que
sentimentos.
diferentemente dos que acontecem
No discurso do arquiteto João
nas associações como a APAE, por
Filgueiras Lima, Lelé, as imagens da
meio
relação
de
atividades
e
terapias
com
a
natureza
e
da
ocupacionais, envolverá também a
integração entre a arquitetura e obras
humanização
de artes
da
arquitetura
do
ambas já presentes na
ambiente para estímulos sensoriais e
arquitetura moderna brasileira
são
visuais do deficiente.
evocadas como possibilidade de pode-se
humanização dos hospitais. Segundo
correlacionar o ambiente proposto
o arquiteto, apesar dos edifícios
com o tratamento definido, onde
hospitalares
todos os ambientes terão uma
extremamente rigorosos em relação
participação
Posto
isso,
serem
projetos
ajuda
ao
à funcionalidade
criança
ou
muito importante à atenção a sua
adulto, seja em estímulos, lazer ou
distribuição espacial e a seus fluxos
desenvolvimento
na da
educação.
sendo, portanto,
, a beleza não deve ser excluída.
O contexto da humanização da
A beleza é vista por Lelé como a
arquitetura do espaço se adequa a
chave para a humanização, visto que,
todo o ambiente do projeto da
em suas próprias palavras, ela
pesquisa em relação as terapias que
alimenta
serão utilizadas, visto que o estimulo
portanto, possibilitar no projeto de
visual e sensorial é fundamental para
arquitetura
o desenvolvimento da criança.
destes dois fatores: humanização,
Antigamente, as instituições de
o
espírito .
hospitalar
Deve-se,
a
junção
através da beleza, e funcionalidade.
saúde serviam basicamente como asilo, tendo por objetivo somente o isolamento de pessoas doentes ou
Ningu m se cura somente da dor física, tem de curar a dor espiritual também. Acho que
14
os centros de saúde que temos feito provam ser possível existir um hospital mais humano, sem abrir mão da funcionalidade. Passamos a pensar a funcionalidade como uma palavra mais abrangente: é funcional criar ambientes em que o paciente esteja à vontade, que possibilitem sua cura psíquica. Porque a beleza pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito (LIMA, João Filgueiras. O que é ser arquiteto: memórias profissionais de Lelé. Rio de Janeiro, Record. 2004, p. 50.)
O desenvolvimento global da criança portadora de Síndrome de Down acontece com retardo ao padrão da normalidade, no entanto a criança pode chegar a progressos consideráveis com boa estimulação e uma reabilitação precisa. São inúmeras
as
inibições
parâmetro humanizada
desta
específicos
multidisciplinares
necessários, o que faz com que parte de suas vidas e consequentemente da família fiquem voltadas aos tratamentos
de
acompanhamento
médico e outros profissionais. Com
isso,
no
âmbito
da
justificativa, é pensado na presente
terapêuticas que os portadores da
pesquisa um espaço que reúna um
Síndrome podem usufruir para seus
conjunto
estímulos diários, e não somente
multidisciplinar
para o embelezamento do ambiente.
desenvolvimento e reabilitação da
A pesquisa tem como principal
Síndrome de Down, em todos os seus
objetivo um projeto de arquitetura
aspectos, visto que no Brasil não é
com um programa de reabilitação
encontrado
completa dos indivíduos portadores
direcionado à reabilitação somente à
da síndrome de Down, juntamente
esses portadores, são encontrados
presente com a humanização do
apenas
espaço arquitetônico, este objetivo é
reabilitação
essencial para se entender o porquê
associados a outras deficiências, e
do
mesmo assim, nem sempre dotada
reabilitação.
deste
as
fisioterapeutas,
sensações
projeto
com
arquitetura
a
deficiência possui e os tratamentos
terapeutas, Com isso, é possível estabelecer um
que
espaço
de
desta voltada
nenhum
clínicas
equipe para
edifício
propostas
destes
o
a
mesmos
de toda atenção que o indivíduo com
15
a Síndrome de Down necessita. Deste
com os médicos profissionais da
modo,
proposto
área, dados bibliográficos, leitura
possibilitará além de incentivo e
projetual, estudos literários e artigos
qualidade de vida, uma facilidade de
bibliográficos para aprofundamento
acesso a um tratamento completo
teórico do tema a fim de desenvolver
que
maior entendimento da doença e
o
estaria
edifício
localizado
em
um
ambiente só, um ambiente integrado
suas
necessidades
específicas.
dos melhores apoios possíveis à
Serão
recolhidas
informações
saúde mental e física do indivíduo
históricas e referenciais projetuais
sem que haja uma exaustão devido
para que o tema se concretize.
as diversas vezes em que há um
A pesquisa é considerada de
deslocamento para um tratamento
campo, devido à proximidade e
especifico isolado.
estudo direto com uma paciente
Da mesma forma que é proposto
portadora da Síndrome de Down de
um espaço de reabilitação, o projeto
um ano de idade, com melhor
também é pensado na influência que
observação
espaço exterior gera na recuperação
relacionadas ao tema, de maneira
do portador da deficiência, ajudando
que a coleta de dados seja mais
no seu processo de cura e na
específica, segura e leal à proposta
integração com os familiares do
abordada.
mesmo, visto que, uma vez que o
de
Busca-se
suas
através
desta,
a
integração
e
espaço transmitir estímulos nos
reabilitação
sistemas sensoriais de ambos, o
humanização
espaço não se torna um ambiente
sensações
maçante gerado pelo tratamento
usuários, integrado às atividades
repetitivo, e sim um espaço de
educativas, em um ambiente que
reflexão, repouso e acomodação.
auxilie a introdução dos portadores
O trabalho só poderá ser realizado
com
atividades
do e
espaço,
para
percepções
dos
da Síndrome de Down na sociedade,
com o procedimento metodológico
com
que
desenvolvimento do potencial dos
consiste
e
será
feito
em
pesquisas descritivas e explicativas,
qualidade
de
vida
e
mesmos
com visitas e entrevistas especificas
16
17
A Síndrome de Down (SD) ou
síndrome de Down nos Estados
trissomia do 21 (cromossomo) é
Unidos, e alguns milhares mais em
uma
outros países como o Brasil. Essa
condição
humana
geneticamente determinada, é a
síndrome
alteração
mais
meninos e meninas e sendo um dos
comum em humanos e a principal
defeitos congênitos mais comuns,
causa de deficiência intelectual na
apresentam-se em todas as raças,
população.
grupos
especialista
cromossômica
Segundo na
o
Dr.
deficiência
ZAN
ocorre
igualmente
étnicos,
em
classes
socioeconômicas e nacionalidades.
MUSTACCHIO, na maioria dos casos
Utilizar nomenclatura apropriada é
a SD apresenta um cromossomo
de fundamental importância, pois a
extra no par 21, provocando um
maneira como denominamos e nos
desequilíbrio da função reguladora
referimos às pessoas pode carregar
que os genes exercem sobre a
preconceitos
síntese de proteína, bem como perda
negativos provenientes da falta de
de harmonia e desenvolvimento nas
informação,
funções das células. Tal excesso de
significa um conjunto de sinais e
carga genética está presente desde o
sintomas
desenvolvimento
e
sobrenome do médico e pesquisador
caracterizará o indivíduo ao longo de
que primeiro descreveu a associação
sua vida, evidentemente divergindo
dos sinais característicos da pessoa
de pessoa para pessoa.
com SD, por tanto ela não é uma
intrauterino
A presença extra do cromossomo 21
na
determina específicas
constituição
desenvolvimento.
o
criar termo
Down
estigmas síndrome designa
o
doença, que é um estado que
genética
necessita de cura devido à perda da
físicas
condição estável do organismo, e sim
atraso
no
uma síndrome, pois não é curável
Segundo
o
características e
e
e
ministério da saúde, anualmente,
nem
tanto
considerada
uma
condição instável do organismo.
nascem mais de seis mil bebês com
18
Os cientistas investigaram as causas
étnica, sugerindo ser a síndrome um
da
estado regressivo da evolução .
síndrome
de
Down
durante
Em 1866, diferenciou a síndrome
décadas. Até o momento, sua causa exata
o que faz os cromossomos
de
Down
de
outras
condições,
observando
algumas
foi descoberta.
características
comuns
Embora muitos fatores tenham sido
associadas. Ao longo dos anos,
considerados
foram usados outros termos, como
21 se manterem unidos
como
ainda não
possíveis
das a
ela
causas, a idade da mãe é o único
Idiota mongoloide . Essas e outras
fator relacionado à probabilidade de
denominações depreciativas não são
ter um bebê com síndrome de Down
mais empregadas pela conotação
que foi comprovado.
pejorativa,
e
posteriormente
síndrome
foi
denominada
a em
homenagem ao homem ao qual se atribui sua primeira descrição. O tratamento das pessoas com O primeiro relato sobre a síndrome foi feito entre 1864 e 1866, pelo médico inglês John Langdon Haydon Down, que trabalhava em uma clínica para crianças
com
neuropsicomotor, em
atraso Surrey,
na
Inglaterra. Ele listou com clareza as características físicas similares que observou em alguns filhos de mães acima
de
descrevendo
35 as
anos
de
idade,
crianças
como
am veis e amistosas . Influenciado pela Teoria da Evolução de Charles Darwin,
o
médico
explicou
a
síndrome estabelecendo uma teoria
síndrome de Down progrediu de maneira notável ao longo de da segunda metade do século XX graças a essas diferenciações por John Langdon que permitiu o estudo aprofundado
na
síndrome.
Os
avanços nas pesquisas genéticas ajudaram os cientistas a começarem a compreender a causa da síndrome de Down e os cuidados necessários. A
expectativa
de
vida
dos
indivíduos com a SD aumentou consideravelmente progressos
na
devido
área
da
aos saúde
principalmente da cirurgia cardíaca.
19
O aumento da sobrevida e do
especialista em transtornos globais,
entendimento das potencialidades
há mais de 50 características físicas
das pessoas com síndrome de Down
exibidas pela criança com SD logo
levou à elaboração de diferentes
após o nascimento.
programas
de
reabilitação
estimulação educacionais,
e com
e
programas vistas
à
escolarização, ao futuro profissional, à autonomia e à qualidade de vida.
Não há graus determinados na síndrome de Down, cada indivíduo tem um desenvolvimento bastante particular, como também acontece com as outras pessoas da população em geral. No entanto, os indivíduos com síndrome de Down apresentam traços
típicos. Existem
algumas
características comuns, que não são comuns a todas as pessoas com a SD e sim características possíveis e, por essa razão, algumas estão mais presentes e outras não. Segundo Dr. José
Salomão
Schwartzman,
(...) As pessoas com SD apresentam algumas características físicas anormais, sendo as mais frequentes: hipotonia (bebê molinho e pouco ativo); perímetro cefálico menor; face com um contorno achatado, nariz pequeno e cavidades nasais estreitas; pálpebras mais estreitas, levemente oblíquas e dobra palpebral nos cantos internos dos olhos; boca e orelhas pequenas; língua profusa; palato estreito e elevado; dentes pequenos; pescoço curto com diâmetro maior; mãos e pés pequenos e grossos; palma da mão com uma única dobra (50% das crianças); pés chatos devido à frouxidão dos tendões; braços e pernas curtas (baixa estatura) e uma tendência à obesidade se comparados com as pessoas normais. (SCHWARTZMAN, 2003, pagina 03).
20
Figura 1: Características Físicas da Síndrome de Down.
Existem também um conjunto de
movimentodown.org.br
aparelho locomotor, neurológicas,
alterações, problemas e doenças
hematológicas
associadas à Síndrome de Donw que
alterações na tireoide e no sangue,
exigem
e
espasmos epiléticos e problemas de
necessitam de exames específicos
sono. A intervenção médica pode
de identificação e uma reabilitação
acontecer com a finalidade principal
para seu desenvolvimento, tais como:
de prevenção dos problemas de
má formação cardíaca e do intestino;
saúde que podem aparecer. Os
deficiência imunológica, problemas
portadores da síndrome apresentam
respiratórios,
e
envelhecimento precoce e têm uma
dermatológicos, algumas alterações
expectativa média de vida, de pelo
oftalmológicas, auditivas, do sistema
menos, 60 ou 70 anos.
digestório,
especial
atenção
odontológicos
endocrinológica,
e
ortodônticas,
do
21
a manutenção da sua saúde física e O cuidado a saúde diz respeito ao trabalho em equipe multiprofissional que constrói o diagnóstico - que são apoiados por médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogo e psiquiatra, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapias como a ocupacional, educador
fonoaudiólogos, físico,
dentistas
e
pedagogos - ao projeto terapêutico que define metas terapêuticas e reavalia e acompanha o processo terapêutico em conjunto - e aos hábitos de vida juntamente ao apoio familiar. A saúde está diretamente relacionada aos hábitos de vida, portanto, o trabalho do profissional da saúde deve se direcionar a promoção
de
estilos
saudáveis
também
de no
vidas núcleo
familiar, para isso deve-se usar a estratégia de educação da saúde junto à família, apostando no seu protagonismo e autonomia para compartilhar o cuidado com a pessoa com a SD, promovendo também desta forma, a saúde da família. Espera-se que o cuidado integral com a saúde da pessoa com
mental,
bem
como
o
desenvolvimento da sua autonomia e inclusão social. Inicialmente, o cuidado deve estar focado no apoio e informação à família,
no
diagnóstico
das
patologias associadas. Após esta fase inicial começam as terapias a estimulação
global,
imunização,
estímulo ao aleitamento materno e manutenção
da
saúde
com
acompanhamento periódico. Recomenda-se que o cuidado seja norteado pelas políticas públicas do Ministério da Saúde como a Política Nacional de Humanização, Política Nacional
da
Atenção
Básica,
Programas de Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde da Mulher, do Homem, do Idoso, Saúde Mental e no Relatório Mundial sobre a Deficiência. E ainda, que utilize os pressupostos teóricos da clínica ampliada, da integralidade compartilhado, humanização, protagonismo
e
do com
cuidado vistas
autonomia dos
sujeitos
à e nas
práticas de saúde. A clínica ampliada é uma das diretrizes que a Política
Síndrome tenha como resultado final
22
Nacional de Humanização propõe
A Clínica Ampliada vem com a
para qualificar o modo de se fazer
proposta de entender o significado do
saúde. Ampliar a clínica é aumentar a
adoecimento e tratar a doença no
autonomia do usuário do serviço de
contexto de vida, no qual esta doença
saúde, da família e da comunidade. É
está inserida. Portanto, sua proposta,
integrar a equipe de trabalhadores da
não é tratar a doença, mas o sujeito
saúde de diferentes áreas na busca
de maneira integral. Esta proposta de
de um cuidado e tratamento de
fazer
acordo com cada caso, com a
singularidades de cada usuário e não
criação de vínculo com o usuário. A
o vê por partes ou patologias. Fazer
vulnerabilidade e o risco do indivíduo
clínica ampliada, é romper fronteiras
são considerados e o diagnóstico é
e limites no quais se esbarra o
feito
tratamento
não
só
pelo
saber
dos
saúde,
valoriza
tradicional.
as
Buscar
especialistas clínicos, mas também
ferramentas de articulação ou novos
leva em conta a história de quem está
(outros) caminhos, para a inclusão
sendo cuidado.
Busca reunir os
dos diferentes enfoques e disciplinas.
diferentes saberes com o objetivo de
Trata-se da prática interdisciplinar,
garantir
o melhor resultado no
fazendo conexões e parcerias com
cuidado, por meio da acolhida, do
outras práticas de fazer saúde
diálogo e da participação do sujeito
sempre que for necessário, em busca
no processo terapêutico.
das soluções possíveis para às necessidades do usuário.
O
conceito
pressupõe
de Clínica valorizar
Ampliada a
escuta
qualificada, tentar compreender os diversos saberes/competências que o
Os
outros
instrumentos
ou
ferramentas de fazer saúde, tratamse
da
complementariedade
paciente (usuário) desenvolve acerca
necessária ao usuário, no tocante ao
da sua doença, discutindo junto com
seu
ele as possibilidades do diagnóstico e
participações
de
seu
próprio
tratamento.
(COMUNICAÇÃO LAPPIS, Laboratório de
pesquisas
sobre
práticas
integralidade em saúde, 2014).
de
tratamento,
ou de
seja,
das outras
especificidades e até de outros serviços de saúde, sempre que se fizer necessário. O intuito de atender as
suas
reais
necessidades
e
23
singularidades refere-se não só a
de saúde. A fragilidade causada pela
tratar o que está doente, mas
SD pelo afastamento do ambiente
resgatar
e
familiar, requer uma atenção ainda
existência. A prática se dá através da
maior da equipe ao usuário. O
escuta, visto que o trabalhador da
funcionamento
saúde vai buscar junto ao usuário, os
Referência possibilita essa atenção
motivos pelos quais ele adoeceu e
com uma responsabilização direta
como se sente com os sintomas,
dos profissionais na atenção e
para compreender a doença e se
construção conjunta de um Projeto
responsabilizar na produção de sua
Terapêutico Singular.
sua
personalidade
das
Equipes
de
saúde. É importante estar atento para
Para que se realize uma clínica
os afetos entre os trabalhadores e
adequada, é preciso saber, além do
usuários buscando a autonomia da
que o sujeito apresenta de igual , o
pessoa diante do seu tratamento, ao
que ele apresenta de diferente , de
mesmo tempo em que seu caso é
singular. Inclusive um conjunto de
tratado de forma única e singular. No
sinais e sintomas que somente nele
caso da Síndrome de Down o
se expressam de determinado modo.
indivíduo pode e será cuidado de
O objetivo é criar novas opções de
forma diferente de outros portadores,
trabalho para esses usuários do
já que cada caso é um caso, vendo
serviço, uma vez que, apenas com o
que nem todo portador da SD possui
tratamento convencional, não seria
as
possível
mesmas
necessidades
personalidades,
satisfatórios. A Clínica Ampliada
estiver
propõe que o profissional de saúde
deprimido, isolado, desempregado,
desenvolva a capacidade de ajudar
ou com algum outro obstáculo
cada pessoa a transformar-se, de
pessoal, também irá interferir no
forma que a doença, mesmo sendo
desenvolvimento da sua doença e
um limite, não a impeça de viver
precisará ser ouvido pelo profissional
outras coisas na sua vida.
um
patologias
resultados
dos
outros. Se
e
obter
paciente
24
Na Síndrome de Down isto é muito
quando
importante,
fisioterapêuticas são iniciadas nos
porque
o
resultado
sempre depende da participação e
essas
intervenções
primeiros três meses de vida.
estimulação da pessoa doente e essa
É importante que através dessas
participação não pode ser entendida
terapias e estímulos constantes,
como uma dedicação exclusiva à
trabalham-se
doença, mas sim uma capacidade de
equilíbrio, coordenação global e fina,
inventar-se apesar da doença.
estruturação do esquema corporal, orientação
hábitos
posturais,
espacial,
ritmo
e
exercícios respiratórios. O tempo que a criança passa com os terapeutas é Há duas expressões que se referem à estimulação: precoce ou essencial. Ambas são empregadas no sentido da intervenção especializada iniciada o mais cedo possível na vida da criança com necessidades especiais, com o objetivo de prevenir e/ou minimizar as consequências de uma deficiência.
A
criança
com
SD
necessita de estimulação desde o seu
diagnóstico
tratamentos
através
fisioterapêuticos
de e
muito pequeno se comparado ao que ela passa com a família; isso justifica a preocupação que os profissionais possuem em relação ao papel que desempenham
para
auxiliar
no
desenvolvimento da criança com a SD. Umas das formas de os pais aprenderem a cuidar do seu filho é a participação
deles
coadjuvantes
nas
como
sessões
de
terapias. O principal objetivo da estimulação é impulsionar
a
aquisição
e
o
terapêuticos, por ser uma forma de
desenvolvimento
oferecer oportunidades adequadas
básicas das crianças normais, de alto
para
aprenderem
a
interagir
e
risco
ou
com
de
habilidades
atrasos
no
desenvolvimento em seus primeiros
explorar o ambiente com mais
anos de vida, a fim de prevenir os
funcionalidade e independência. Os
d ficits que apresentam ou poderão
programas de intervenção precoce apresentam excelentes resultados na
apresentar,
possibilitando
um
processo evolutivo tão equilibrado quanto possível. (DUARTE, Edison. A
evolução neuro-sensório-motora de
Síndrome de Down: Informações,
bebês
Caminhos e Histórias. 2009. p.152).
atípicos,
principalmente
25
Os estímulos além de terapêuticos
tratamento fisioterápico dentro da
podem ocorrer no dia a dia do
água. A propriedade física da água
indivíduo, como estímulos visuais e
promove
auditivos
muscular, fortalecimento muscular,
fundamentais
para
adequação
do
tônus
estimularem a capacidade perceptiva
estimulação
da criança. No quadro de terapias e
voluntária
acompanhamentos validos e efetivos
alterações cardiorrespiratórias.
para o desenvolvimento motor e mental
das
crianças
desenvolvimento
da
nota-se
o
Hidroterapia,
e
motricidade
prevenção
para
Associada ao conceito neuroevolutivo
ajudará
percepção
Equoterapia, Terapia ocupacional,
contribuindo
musicoterapia,
integração
fonoaudiologia,
da
a
melhorar
espacial
e
para
uma
sensorial,
a
corporal, melhor o
que
fisioterapia, que podem atuar em
proporcionará maior mobilidade no
parceria com outros profissionais da
solo e, com isso, ganho mais
área da saúde em apoio para a
significativo das habilidades motoras
Síndrome de Down, como dentistas e
antigravitacionais,
médicos especializados na SD e
fortalecimento
também psicólogos.
respiratória e favorecer a função
auxilia da
no
musculatura
pulmonar.
Figura 2. Hidroterapia
criancaesaude.com
A Hidroterapia, como o próprio nome já diz, é uma terapia, um
Na Síndrome de Down pode haver diminuição da interação do indivíduo com o meio ambiente, limitando oportunidades derivadas de experiências sensoriais como visuais táteis e proprioceptivas; e a hidroterapia promove liberdade dos movimentos e aumenta a sociabilização, uma vez que representa ser um ambiente agradável e rico em estímulos, onde são realizadas atividades lúdicas que envolvem objetivos terapêuticos, de forma individual ou em grupo (...) (FLINKERBUSCH, 1993, p. 47-63; CAMPION, Hidroterapia, 2000).
26
Figura 3. Equoterapia
mtmaisnoticias.com/equoterapia
Na pesquisa sobre aspectos do
desenvolvimento biopsicossocial de
SD,
pessoas portadoras de deficiências
observa-se que muitos têm seu foco
e/ou com necessidades especiais e
nos fatores que influenciam nas
melhor
aquisições
psicomotor do indivíduo.
desenvolvimento
infantil
motoras
Demonstrando-se
na
da
criança.
que
estas
É
desenvolvimento
uma
abordagem
neuro-
terapêutica
apresentam um atraso significativo
relativamente nova e inovadora no
no desenvolvimento de habilidades
Brasil. É um dos poucos recursos que
motoras e no controle postural, com
possibilitam uma maior participação,
isso, cavalgar constitui-se em um
integração
processo de controle postural além
mais próximo por parte dos pais
de
durante a sessão. A interação com o
proporcionar
sensação
de
independência e autoconfiança. Para a Associação Nacional de
animal
ou
acompanhamento
propicia
principalmente formas
à de
ao
paciente,
criança,
atingir
Equoterapia (2005), citada por Silva
novas
comunicação,
(2006), a Equoterapia é um método
socializações,
terapêutico educacional que utiliza o
equilíbrio,
cavalo dentro de uma abordagem
conscientização postural e ganho da
interdisciplinar, nas áreas de saúde,
autoestima.
concentração,
coordenação
motora,
educação e equitação, buscando o
27
Figura 4: O Brincar (TO) (Fonte Pessoal)
Figura 5. Atividades Manuais. (TO) deborahramos.com/sindrome-de-down
A Terapia Ocupacional é uma área da
desempenhar
saúde que atua no tratamento e
atividades da vida diária, levando em
reabilitação de pessoas de todas as
conta as particularidades de cada
idades, de modo a facilitar e capacitar
indivíduo, bem como o ambiente em
para a realização das atividades do
que vivem.
dia-a-dia que as mesmas deixaram
das
chamadas
O terapeuta auxilia também no
de poder fazer por força de alguma
relacionamento
condição clínica (motora, cognitiva,
intermediando e facilitando esse
emocional ou social). O terapeuta
encontro, ajudando as famílias a
ocupacional ajuda extremamente no
adaptar o ambiente para que a
desenvolvimento,
ou
indivíduo possa viver o dia a dia com
as
confiança e se integrar à vida familiar.
o
Segunda a terapeuta ocupacional
mantém
recupera
habilidades
crianças precisam
que para
com
o
meio,
28
Renata Freitas, formada na USP de
brincadeiras e vivências relacionadas
ribeirão Preto, a terapia ocupacional
com
nada mais é do que uma atividade
desempenho
reforçada das práticas que a criança
atividades
já desenvolve no dia a dia:
gráficas e cognitivas), visando o
N s terapeutas ocupacionais ajudamos o paciente a se desenvolver se relacionando com o meio em que ele convive, já que o paciente com a síndrome de Down apresenta certo atraso no desenvolvimento, como o desenvolvimento motor. Ajudamos também a educar pais e familiares para que desenvolvam as mesmas atividades realizadas na consulta, fora do consultório, para garantir que os estímulos ao desenvolvimento não parem conforme o término da sessão da terapia. Considero uma das terapias mais necessárias para o caso, pois garante desenvolvimento das habilidades para as outras
o
seu
cotidiano e
de
funcional escolares
nas (motoras
ganho máximo de independência e autonomia na família, escola e na sociedade. O terapeuta pode desenvolver seu trabalho em consultório, assim como o desenvolve ao ar livre, pois explora a vivência da criança em seus meios naturais. Essa terapia pode ser desenvolvida
por
trabalhos
com
expressões corporais como a danças e esportes, brincadeiras, aulas de música, diversos trabalhos manuais, entre outros. A terapeuta Renata Freitas explica que quanto mais figuras, imagens, texturas e objetos diferentes, que são encontrados
em
abundancia
na
natureza, mais aumenta o significado A Terapia Ocupacional utiliza da atividade
como um instrumento
terapêutico para avaliar os tipos de dificuldades, seja no aspecto físico, mental
ou
social,
que
esteja
interferindo no seu cotidiano. O objetivo geral da TO na Síndrome de Down é estimular o desenvolvimento neuro-psicomotor
através
de
das coisas para o paciente, sem contar os estímulos constantes que a natureza proporciona para o ser humano,
especialmente
para
o
portador da SD. A terapeuta também comenta sobre a influência que terapias aliadas no tratamento causariam no paciente, apontando que juntas
29
terapia ocupacional e outras práticas
Segundo Edson Duarte, em seu livro
terapeutas - ajudam a entender mais
Síndrome de Down: Informações,
sobre o paciente e suas inibições
caminhos e histórias, a terapia
pessoais.
ocupacional é:
Na pratica da terapia, pode-se planejar atividades para estimular o desenvolvimento neuro-psicomotor; propiciar posturas adequadas para tais atividades; orientar a família quanto
às
atividades
da
vida
autônoma e social e trabalhar alguns dos
aspectos
cognitivos
(atenção/concentração), perceptivos, coordenação motora global e fina. Pode-se se exemplificar algumas atividades: Jogos de memória e educacionais; recortes, desenhos e colagem, danças, reconhecimento de sabores, texturas e temperaturas, brincadeiras com atividade física, exercícios
para
desenvolver
lateralidade, entre outros
a
(...) um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, que reúne tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas que por razões ligadas a problemáticas específicas (físicas, sensoriais, psicológicas, mentais e/ou sociais) apresentem, temporária ou definitivamente, dificuldades na inserção e participação na vida social. As intervenções em Terapia Ocupacional dimensionamse pelo uso de atividades, elemento centralizador e orientador na construção complexa e contextualizada do processo terap utico. (SÍNDROME DE DOWN, DUARTE, Edson. A Terapia Ocupacional: Contribuições para a aquisição de habilidades, 2007. p.150)
30
A criança Down ainda bebé, fase em que
o
trabalhar
musico os
terapeuta
sons
deve
primitivos
e
guturais (da garganta) e também estará
estimulando
o
bebé
a
experimentar diferentes tipos de sons, Figura 6. Musicoterapia.
paisefilhos.com
como
vibrações
dos
instrumentos e da própria voz, pondo a sua mão na garganta e também no
A musicoterapia é a utilização
peito enquanto fala ou canta. A MT
da música e seus elementos (som,
deve, ainda, chamar a sua atenção
ritmo, melodia e harmonia) em um
para as vibrações dos instrumentos
processo a facilitar a comunicação,
sonoros, para as suas texturas,
relação, aprendizagem, mobilização,
colocando a sua mão sobre o
expressão, organização e outros
instrumento para que o experimente,
objetivos terapêuticos para alcançar
trabalhando, assim, a coordenação e
necessidades físicas, emocionais,
a percepção dos materiais do meio.
sociais, mentais e cognitivas. Este
Também é importante que se
auxilio na estimulação auditiva, da
explore
fala e de atenção se dá através da
instrumentos
construção de objetos sonoros e da
diferenças estimulam a percepção da
exploração de seus sons.
criança.
As estimulações auditivas têm o
desenvolvimento
objetivo de fazer a criança virar a
organizado, ela expressa o que está
cabeça para o lado de onde vem o
trocando com o meio.
a
temperatura para
que
Mesmo
com mental
dos suas
o não
som e com a introdução de sons diferentes, estará exercitando a sua atenção,
deixando
que
escolha,
reproduza ou repita alguns destes sons. As técnicas que são sugeridas começam a ser aplicadas com a
É maravilhoso ver que a música como estímulo, no momento certo e adequado, tem a capacidade de retirar estas pessoas deste mundo de incapacidades onde eles estão rotulados; neste momento, eles ficam livres deste estigma da deficiência mental. (SACKS, Oliver, 2003).
31
Figura 7. Fonoaudiologia.
rolandia.apaebrasil.org
A fonoaudiologia é responsável pela promoção da
saúde,
Em outras palavras, trata de
prevenção,
deficiências de fala, audição, voz,
avaliação e diagnóstico, orientação,
escrita ou leitura, podendo atuar em
terapia (habilitação e reabilitação) e
parceria com outros profissionais,
aperfeiçoamento
como fisioterapeutas e psicólogos,
dos
aspectos
fonoaudiólogos da função auditiva periférica
e
central,
da
função
vestibular, da linguagem oral e escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala e dos sistemas mio funcional, orofacial, cervical e de deglutição. Exerce também atividades de ensino, pesquisa e administrativas.
dentistas, entre outros.
"A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular,
32
na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição (Plenário do CFFa durante a 78ª SPO março de 2004.). O
papel
do fonoaudiólogo no
tratamento
de
pacientes
possibilidades de integração social. O modo como o tratamento é realizado depende da necessidade de cada criança,
pois
portadores
nem
da
todos
os
SD possuem
as
mesmas dificuldades. Primeiramente são trabalhadas a fala, a audição, a deglutição e a
com síndrome de Down é essencial
respiração. O
para a estimulação da linguagem e
trabalhar
da fala. Além disso, auxilia no
cognitivas, a partir de estímulos a
desenvolvimento
leitura,
cognitivo
e
psicomotor. Embora a doença seja classificada mental,
como
não
uma
doença
compromete
a
recomendável
que
as
funções
escrita
os
e
passo
é
percepto-
percepção
audiovisual. O objetivo da fonoaudiologia é a eliminação
das
comunicativas
possibilidade de aprendizado. É
próximo
sociedade
às
barreiras
impostas
pela
pessoas
com
tratamentos sejam iniciados desde
Deficiência Intelectual, pois acredita-
cedo, mais especificamente com
se que essa eliminação de barreiras é
bebês, pois instiga o desejo de
necessária para a constituição de
comunicação na criança e amplia as
uma sociedade inclusiva.
33
dos ligamentos. Por isso, o bebê tende
a
manter
postura
mais
relaxada, já que seus músculos são menos tensionados e as articulações são mais frouxas, com isso, a fisioterapia
pode
especificamente Figura 8.Fisioterapia. childwithoutlimits.org
colaborar para
desenvolvimento
o
motor
desta
criança, ajudando-a se movimentar A fisioterapia é a ciência da saúde
de
maneira
correta
e
no
que previne e trata os distúrbios
fortalecimento físico. A participação
ocasionados
dos
genéticas,
por
alterações
traumas
e
doenças
pais
e
familiares
nesta
fisioterapia é fundamental, tanto no
adquiridas pelo ser humano. Suas
sentido de troca com o terapeuta
ações
relatando o
são
fundamentadas
em
desenvolvimento
da
mecanismos terapêuticos, aplicando
criança
massagens e orientando exercícios
continuidade desta terapia em casa,
que têm a finalidade de restaurar,
no dia a dia, incluída na rotina
desenvolver e manter a capacidade
doméstica. A criança pode começar
física e funcional do paciente.
a fisioterapia desde o nascimento
como para garantir a
Também faz tratamentos à base
para que, com os exercícios, consiga
de água, calor, frio e aparelhos
sustentar o pescoço, rolar, sentar-se,
específicos, alem
de
arrastar-se, engatinhar, ficar em pé e
recuperação
acidentados
portadores
de de
neurológicos, respiratórios, idosos,
ajudar
gestantes,
e
distúrbios
cardíacos ela
na
trabalha crianças
andar,
minimizando
os
efeitos
motores da síndrome de Down.
ou
Essas atividades propostas pelo
com
fisioterapeuta no começo da vida das
e
crianças
são
chamadas
pessoas com deficiência física ou
de estimulação precoce, pois devem
mental. Uma das características da
começar já desde o nascimento,
SD é a hipotonia muscular (bebês
sendo fundamental durante todo o
nascem mais moles ) e a frouxidão
desenvolvimento do portador da SD.
34
A conviv ncia das crianças excepcionais com os cães pode ajudar muito na questão da interação social, além de incentivar os pequenos a lidar com responsabilidades e influenciar a superação de seus limites , explica Eliane, acrescentando que até o simples fato de um cão andar ao lado de um pequeno excepcional já pode ajudá-lo a ter uma orientação melhor de direção, colaborando com a evolução da coordenação motora. Figura 9. Terapia com Cachorros. ateac.org.br
O senso de responsabilidade e Se os animais já colaboram
sociabilidade são outros fatores
pessoas
igualmente beneficiados pela terapia
doentes, no caso dos excepcionais
com cães. O fato dessa interação
essa ajuda pode ser ainda maior, e
facilita
tanto a convivência social como a
responsabilidade, pois é possível
coordenação motora das crianças
incentivá-los a realizar tarefas como,
portadoras da Síndrome de Down
por exemplo, dar comida e ter
podem evoluir bastante com as
cuidados especiais com os animais.
terapias que tem os cachorros como
Na convivência da criança com o
base.
a
cachorro no dia-a-dia ela acaba
psicopedagoga Eliane Pereira da
desenvolvendo a questão social; já
Silva
que
com
a
motivação
De
acordo
de
com
que trabalha com crianças
excepcionais
e portadoras
da
eles
o
entendimento
tendem
a
de
conversar
bastante com o animal, e isso pode
Síndrome de Down, esse tipo de
aumentar
a
terapia pode ensinar muito em
socialização e
diversos aspectos:
afetivos.
capacidade de
formar
de laços
35
A Escola Waldorf João Guimarães
escolhido devido à proximidade com
Rosa localizada na Rua Virgínia de
o colégio, de maneira que o projeto se
Francesco Santilli, na City Ribeirão
torne uma extensão do mesmo. A
em Ribeirão Peto é uma rede de
intenção desta extensão é fazer com
escolas em todo o estado com
que os pacientes com a Síndrome de
ensinos para o maternal, jardim de
Down e os alunos do colégio estejam
infância, fundamental e ensino médio
aptos a viver em sociedade, e por
com propostas metodológicas que
essa
estimulam
proximidade com a Waldorf, visto que
o
aprendizado
e
razão,
foi
escolhida
a
conhecida pelas suas práticas de
é
desenvolvimento
da
Ribeirão Preto que está aberta às
criança. Sua pedagogia foi proposta
propostas do projeto, pois está
pelo filósofo social austríaco Rudolf
adequada
Steiner em 1919, e vivenciava-se o
humanização e contemplação a
fim da Primeira Guerra Mundial, um
natureza propostos por este trabalho,
novo conceito de educação baseado
e
no
práticas de sociabilização.
conhecimento
saudável
profundo
do
das
poucas
instituições
nos
em
conceitos
integralmente
envolvida
de
nas
desenvolvimento humano orientadas
A instituição pratica atividades
por princípios básicos de educação
para o desenvolvimento que se
ativa.
corresponde ao desenvolvimento,
Em
1986,
o
corpo
docente
reabilitação
e
integração
social
começou a participar de cursos sobre
proposto para a criança com a
o Desenvolvimento do Homem , na
Síndrome de Down no projeto da
Escola Rudolf Steiner de São Paulo e
Clínica. Segundo os pedagogos da
em 1989, o casal Ítalo e Leonore
escola, no Ensino Infantil, o foco é o
Bertalot, que já vinham ministrando
brincar imitativo e o estímulo
palestras em Ribeirão Preto sobre o
imaginação através do exercício da
tema, mudou-se para a cidade, dando
interação social
apoio ao projeto que se desenvolvia
recria o que vivencia do mundo adulto
na escola.
pois a criança
e pelo estimulo à alegria de viver,
O local do terreno aonde é
que é absorvido pelos seus próprios
proposto a implantação do projeto foi
sentidos. O brincar, nesta fase, para
37
estes pedagogos, é a maneira que a
ambos
criança tem para entrar no mundo
vocabulário e trabalhar grandes
que a cerca, é a forma natural de
verdades,
descobrir o mundo e um importante exercício
para
todo
o
para
desenvolver
Atividades de plantio em hortas e atividades gastronômicas para o
seu
desenvolvimento
desenvolvimento. O projeto da clínica é estruturado
o
de
responsabilidade e manuseio.
Atividades na quadra esportiva e
somente com profissionais voltados
campo de futebol do colégio, que
para a total reabilitação da Síndrome
estará
de Down, devido a completa atenção
atividades
que se pretende dar aos pacientes
brincadeiras
neste âmbito, e com essa omissão de
danças, esportes, entre outros,
pedagogia os pacientes poderão ter
socializando todo o grupo de
um acréscimo de ensinamentos
crianças.
graças ao atendimento educacional da escola Waldorf, e para esse desenvolvimento
associado,
irão
praticar em grupo, as seguintes atividades no colégio:
cores, auxiliando a criança a desenvolver estímulos visuais e
de
práticas
diversas
exercício
como
se
e
gincanas,
aproximam
estritamente dos estímulos que a criança com a Síndrome de Down necessita no começo de suas vidas.
portadora é de extrema importância Modelagem e desenhos com giz de
introduzir a criança no mundo das
para
A atividade do brincar para a criança
cera e cera de abelha, para
Essas
aberta
não
somente
desenvolvimento
para humano,
seu mas
também para sua reabilitação, sendo usado
como
um
instrumento
conceitos através de imagens.
terapêutico
Aulas para bordar, auxiliando nos
dessas brincadeiras com atividades
estímulos táteis.
relacionadas ao seu cotidiano, por
Eurritmia para fortalecer o trabalho
tanto, além de pedagógicas, auxiliam
rítmico.
na reabilitação da criança.
Prática
com
instrumentos
musicais
próprios
desta
ocupacional
através
As crianças com SD não serão as
faixa
únicas beneficiadas, os jovens da
etária, versos e contos de histórias,
escola também poderão estender
38
de
será desenvolvida ao projeto, com
reabilitação, visto que esta irá dispor
um novo jeito de se fazer saúde,
também de espaços que vão auxiliar
buscando uma atenção maior no que
o desenvolvimento e consciência de
o indivíduo tem de diferente entre
socialização. São elas:
suas patologias, e não somente às
suas
atividades
clínica
Equoterapia, criando um espaço lúdico
na
e
ao
mesmo
tempo
se
manifestam
semelhantemente. Portanto, pode-se
terapêutico, desenvolvendo a força,
afirmar
flexibilidade e conscientização do
integrado entre os dois edifícios,
corpo.
devido a sua localidade vizinha, as
Práticas na água com Hidroterapia,
crianças tanto da escola quanto da
desenvolvendo
clínica, poderão praticar as atividades
disciplina
e
que
com
o
programa
autoconfiança.
de ambos simultaneamente, em prol
Terapia assistida com cachorros,
de seu desenvolvimento, e não
despertando afetividade e criando exercícios de responsabilidade.
que
Atividades
ao
ar
livre
como
playgrounds e espaços projetado para união, como o Jardim da Família, podendo ser usado por
somente, pois, com essa inclusão com
os
jovens
portadores
da
deficiência, as crianças da escola irão começar a aprender desde cedo a noção
de
coexistência
com
o
todos os visitantes, sendo uma
diferente, para que essa diferença
estratégia de humanização.
não exista mais, e como o próprio significado de integração social já
A tarefa da pedagogia Waldorf trata
retrata, os portadores da SD irão
respeitar a individualidade da criança,
aprender a se sentir membros se um
despertar, desenvolver e incentivar o
grupo social, fazendo com que essas
seu desabrochar. O professor, ao
duas instituições se complementem.
identificar os talentos e capacidades
É importante destacar que essa
de cada aluno, exercita seu interesse
união
será
viável
devido
a
frente às diferenças de cada um, não
acessibilidade direta nas laterais de
diferente do que acontece com a
um edifício para ao outro.
proposta de Clínica Ampliada que
39
mais ainda, na área de Educação Especial. Tudo era para nós, ainda, profundamente nebuloso. Pouco ou nada sabíamos de nossas reações emocionais, de nossas fantasias, de quão pouco sabíamos lutar; primeiro contra nossa própria desesperança e frustração, depois com os problemas em si, nosso elo comum, o grave problema de deficiência mental. (Dona Alda Moreira Estrázula, fundadora da Apae. São Paulo 2000.)
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais é um Movimento que se destaca no país pelo seu pioneirismo. Nascida no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954, na ocasião da chegada ao Brasil de Beatrice Bemis, membro do corpo diplomático norteamericano e mãe de uma portadora de Síndrome de Down e admirada por não existir no Brasil algo assim. Motivados por ela, um grupo de pais, amigos, professores e médicos de excepcionais, fundou a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, e pela primeira vez no Brasil, discutia-se a questão da
O Movimento logo se expandiu e são
mais
de
duas
mil
É o maior movimento filantrópico do Brasil e do mundo, na sua área de É
uma
multiplicação
verdadeiramente notável sob todos os aspectos, levando-se em conta as dificuldades de um país como o Brasil,
terrivelmente
prestar
carente
serviços
de
assistência social no que se diz respeito a melhoria da qualidade de vida
da
pessoa
portadora
de
mais a sociedade. Dentre
os
programas
espalhadas pelo Brasil.
atuação.
missão
deficiência, conscientizando cada vez
pessoa portadora de deficiências.
hoje,
As APAEs têm como principal
de
recursos no campo da Educação e
de
sensibilização;
seus ação
principais estão:
conscientização;
prevenção; habilitação; reabilitação; inserção no mercado de trabalho e residência
para
portadores
de
deficiência em idade cronológica avançada. Segundo definição do art. 53 do Código Civil Brasileiro, de 10 de janeiro de 2002:
41
AS APAEs constituem-se em associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos, as chamadas ONGS. A APAE é uma associação civil, de assistência social, de caráter filantrópico, com atuação nas áreas da prevenção, educação, saúde, trabalho e profissionalização, garantiam de direitos, esporte, cultura e lazer, de estudo e pesquisa e outros, sem fins lucrativos e de fins não econômicos, com duração indeterminada, tendo sede e foro no município em que estiver situada.
A APAE tem a missão de promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária com um atendimento
educacional
e
progresso global do aluno, nas áreas do
conhecimento
e
do
desenvolvimento, contando também com o serviço de assistência social, bem como com uma equipe de multiprofissionais especializados
e
profissionais
na
deficiência
genetica, preparados para atender necessidades específicas.
A associação atua desde o nascimento
ao
envelhecimento,
processo
de
propiciando
o
desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam a escolaridade
e
o
emprego,
oferecendo assessoria jurídica às famílias acerca dos direitos das pessoas
com
a
Deficiência
Intelectual.
A APAE Ribeirão Preto foi fundada em 19 de junho de 1965, locada em uma sala na Av. Francisco Junqueira e contratada a primeira professora especializada para atender um grupo de alunos que formou a primeira turma da APAE de Ribeirão Preto; foi declarada utilidade pública e em 1979 os
serviços
passaram
a
ser
realizados na rua Coracy de Toledo Piza onde a entidade está instalada até hoje. A organização atende mais de 800 alunos, dentre eles: bebes, crianças, Jovens, Adultos e Idosos com deficiência intelectual, nas suas instalações,
na
escola
Egydio
Pedreschi e na entidade social Cantinho do Céu.
42
com a Síndrome de Down, como busca a pesquisa, e sim associadas a projetos de educação de jovens e adultos para o apoio e atendimento educacional especializado na escola; assistência social com estratégias de vários setores e segmentos sociais
Figura 10. APAE RP. apaerpo.org.br
para qualidade de vida e inclusão na sociedade;
educação
profissional
com universalização dos direitos sociais incluindo o direito ao trabalho para o bem estar social; defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência, atuando no combate a violência e a exploração; e o trabalho com
a
Uniapae
-
Universidade
Coporativa da Rede Apae - o braço técnico científico do Movimento, que Figura 11. APAE Rp
Esportes Aquáticos
age na produção de conteúdo, cursos e edição de revistas. Com isso, a reabilitação no programa das APAEs
A presente atenção as áreas de
divide
atuação das APAEs busca justificar o
cuidados a atenção dos deficientes,
objetivo de dissociação do projeto da
assim como o indivíduo com a
pesquisa com essa organização
Síndrome de Down divide
pioneira na atenção ao deficiente
espaço
intelectual que têm como principal
intelectuais em todos os estágios de
missão
de
suas vidas, fazendo com que a
assistência social e atuam desde o
reabilitação não seja o enfoque
nascimento até ao processo de
principal
envelhecimento do indivíduo, não
justifique a diferença entre a APAE e
somente na reabilitação de crianças
a CARSD.
prestar
serviços
seu
com
do
espaço
outras
com
outros
sem
deficiências
programa,
e
que
43
Em
seu
livro:
humanização
Caminhos
na
Saúde,
da
pouco,
a
ideia
foi
ganhando
Izabel
consistência, resultando alterações
Cristina Rios reflete que, na área da
de rotina tanto dos trabalhadores
saúde, surgiram várias iniciativas
quanto dos pacientes.
com o nome de humanização, e que
Segundo
pensamento
de
é provável que esse termo tenha sido
FOUCAULT, a concepção do hospital
forjado há umas duas décadas,
como
quando os acordes da luta na área da
relativamente recente. A partir do
Saúde Mental, e do movimento
século 18, com o Iluminismo e a
feminista pela humanização do parto
Revolução Industrial, constrói-se uma
e nascimento, na área da Saúde da
nova visão sobre o homem e a
Mulher, começaram a ganhar volume
natureza. A crescente especialização
e produzir ruído suficiente para
das ciências e a ampliação dos
registrar marca histórica.
conhecimentos
Desde
então,
vários
hospitais,
local
de
contribuíram
tratamento
neste
para
a
é
período busca
do
predominantemente do setor público,
melhoramento
começaram a desenvolver ações que
sanitárias,
chamavam
intensificada ao longo do século 19.
Inicialmente,
de
humanizadoras .
eram
ações
que
das
tendência
Logo, é no século 18
condições que
foi
por volta de
tornavam o ambiente hospitalar mais
1770, quando a doença passa a ser
afável:
reconhecido como fato patológico
atividades
lúdicas,
lazer,
entretenimento ou arte, e melhorias
que
na aparência física dos serviços. Não
instrumento de cura.
o
hospital
se
torna
um
chegavam a abalar ou modificar substancialmente a organização do trabalho ou o modo de gestão, mas faziam o papel de válvulas de escape para diminuir o sofrimento que o ambiente hospitalar provoca em pacientes e trabalhadores. Pouco a
O hospital como instrumento terapêutico é uma invenção relativamente nova, que data do final do século XVIII. A consciência de que o hospital pode e
45
deve ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e é assinalada por uma nova prática: a visita e a observação sistemática e comparada dos hospitais . (FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de janeiro, Editora Graal, 1989, p. 99).
conscientização de que o ambiente é um suporte fundamental para a recuperação dos pacientes, e à falta de conhecimento teórico e projetual sobre o assunto.
Para
humanizar
é
preciso
Atualmente, o objetivo principal de
entender o conceito de ser humano. É
muitos centros de saúde, hospitais,
preciso ter consciência de que a
consultórios e clínicas, é poder
pessoa que utiliza o espaço é a peça
oferecer
pacientes
fundamental na definição de como
ambientes projetados para auxiliar na
deve ser o ambiente, ou seja,
sua recuperação, com ambientes
humanizar - verbo relativo ao homem
criados a fim de levar benefícios
- significa dar condições humanas a
físicos e psicológicos aos pacientes.
qualquer coisa ou lugar.
aos
seus
Agora a ênfase está na qualidade do
Como o Humanismo, doutrina ou
ambiente da saúde e na preocupação
movimento da época Renascentista,
em afastar o aspecto hostil e
ela
institucional que sempre predominou
exclusivamente antropocêntrica, ou
neste tipo de edificação.
seja, tem o homem como o centro
No Brasil, esta nova visão da arquitetura
perspectiva
das atenções. A humanização é entendida como valor, na medida em
muito recente e pouco se tem feito
que resgata o respeito à vida
para qualificar os ambientes em prol
humana.
da saúde e do bem-estar dos
Abrange
pacientes. Isto se deve à falta de
éticas, educacionais e psíquicas
recursos para investir no Sistema
presentes em todo relacionamento
de
Saúde,
à
ainda
uma
é
Público
humanizada
apresenta
falta
circunstâncias
sociais,
de
46
humano, segundo as palavras de Mezzomo (2002, p. 14-15):
No conceito de humanização do ambiente, é preciso atender às necessidades
e
expectativas
do
usuário do espaço, com isso é (...) humanizar é resgatar a importância dos aspectos emocionais, indissociáveis dos aspectos físicos na intervenção em saúde. Humanizar é adotar uma prática em que profissionais e usuários consideram o conjunto dos aspectos físicos, subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde. O conceito de humanização se relaciona muito com a prática da Clínica
Ampliada,
pois
é
uma
importante ferramenta de articulação
necessário
conhecer
as
características da população que irá utilizar o espaço e as atividades predominantes que essa população vai desenvolver, de forma a projetar o ambiente adequadamente. Somente conhecendo
as
necessidades
e
expectativas do usuário que será possível
proporcionar-lhe
um
ambiente capaz de supri-las e superálas, tornando-o mais próximo de sua natureza,
de
seus
sentimentos,
pensamentos e valores pessoais, e assim, humaniza-los.
proposta pela Política Nacional de
Sendo assim, a humanização de
Humanização, onde há autonomia e
ambientes consiste na qualificação
o protagonismo dos sujeitos, a
do espaço construído a fim de
corresponsabilidade entre eles, os
promover ao seu usuário - homem,
vínculos solidários e a participação
foco principal do projeto - conforto
coletiva nas práticas de saúde, vendo
físico e psicológico, para a realização
que o objetivo é elaborar e obter
de
sucesso
no
projeto
atributos ambientais que provocam a
singular
para
que
terapêutico tenham
sua
suas
sensação
atividades,
de
através
bem-estar.
de
É
integração e autonomia, e é de
comprovado cientificamente que o
primordial importância e significado
ambiente influencia diretamente o
para a realização e inserção da
bem-estar
dos
humanização no âmbito da atenção.
elementos
provocam
usuários.
Seus
estímulos
sensoriais nas pessoas e evocam
47
se
procedimentos médicos contra a dor,
refletem no seu comportamento e
e pelo ambiente físico-social, por ser
nas
barulhento, invadir a privacidade e
respostas
que
suas
geralmente
atitudes,
podendo
proporcionar pouco suporte social.
influenciar na cura de um indivíduo. Segundo
José
Costa,
a
humanização do espaço da saúde passa por reduzir a distância entre o
Tal aproximação, que se baseia na metáfora do lar, não se resume, no entanto à redução da escala de seus compartimentos. A impessoalidade equipamentos
deve-se
também ao fato de não permitirem personalização dos espaços por seus usuários, tal quais estes fazem em suas casas. Sem possibilidade de apropriar-se e identificar-se com espaço em que estão hospedados, a angústia dos pacientes amplia-se. O sentimento de estarem em um local estranho prejudica o processo da
cura,
tanto
física
quanto
variadas
negativas
no
manifestações
corpo
humano:
fisiológicas
e
comportamentais. Segundo
Altman
apud
ULRICH,
apesar de não haver nenhuma prescrição para criar um ambiente que promova a cura, pelo menos há uma grande concordância entre os estudiosos do assunto no que se refere aos fatores que causam reações
fisiológicas
no
corpo
humano e ajudam na recuperação dos pacientes hospitalizados. Tais
fatores,
delineados
primeiramente
por
responsáveis
Ulrich,
pela
são
os
redução
do
estresse e promoção do bem-estar aos pacientes, sendo considerados
emocional. O estresse é um dos problemas que pode se citar como exemplo para o processo de cura dos pacientes, e também
surgem
psicológicas,
ambiente e o paciente.
desses
Como consequências do estresse
um
problema
para
familiares, visitantes e para a equipe médica. Pode ser causado pela doença, que envolve a redução das capacidades
físicas
e
dos
aqui
como
humanização
os
atributos do
de
ambiente
hospitalar. São eles: controle do ambiente; possibilitado
suporte pelo
social ambiente;
distrações positivas do ambiente. Os critérios para selecionar esses três componentes
levaram
em
48
consideração a influência positiva desses atributos no bem-estar dos pacientes,
pois
foi
através de testes realizados em grupos de pessoas e situações, que tais atributos ambientais afetam o
Integração
apresenta-se
Existe uma linha muito estreita a beleza da humanização
interior/exterior como
peça
fundamental e prática mais comum para a humanização do espaço arquitetônico
estresse e o bem-estar. entre
A
comprovado,
imensa
por
variedade
agrupar de
uma
estímulos
provenientes do ambiente externo
da
que provocam reações no corpo
humanização hospitalar . Projetar
humano, como por exemplo, sons,
hospitalar
e
a
efici ncia
um ambiente que promova a cura não
significa
apenas
criar
um
ambiente agradável, confortável e
aromas,
preciso ter conhecimento das razões científicas
pelas
quais
certos
elementos fazem bem ou mal aos pacientes, é preciso entender porque
pacientes
podem
percebê-las,
é
preciso saber a respeito da doença que atinge o usuário daquele espaço para poder proporcionar a ele um ambiente
que
influencie
positivamente na sua recuperação.
e
além de cores e formas diversas. Cabe ao arquiteto, responsável pela relação do homem com o ambiente construído, a tarefa de adequar o projeto do ambiente hospitalar às necessidades de seus usuários A humanização dos espaços
algumas sensações são provocadas pelo espaço físico e como os
ventilação
intensidade luminosa diferenciada,
com elementos que remetam o paciente ao ambiente familiar. É
texturas,
envolve muitos aspectos, e aproximase muito da área do design de interiores. Ressalta-se o uso da cor, de revestimentos e texturas, objetos de
decoração
e
mobiliário,
iluminação, contato com o exterior e, ainda, o uso de vegetação onde possível.
49
Este Centro de Reabilitação Infantil se
arquitetura com os painéis coloridos
aproxima da idealização da presente
do artista plástico Athos Bulcão.
pesquisa em relação à humanização
Através do contato com estas obras
do ambiente. Projetado pelo arquiteto
de arte, busca-se sensibilizar os
João Filgueiras (Lelé), foi construído
pacientes,
estimulá-los
em 2002 na ilha Pombeba, com
diferentes
cores
partido horizontal possibilitando uma
contribuir, desta maneira, para o
implantação envolvida pela lagoa
processo de cura.
espaços
e
a
com
integração grandes
dos
jardins
destinados a banhos de sol dos pacientes, materializando a ideia de humanização através do contato com a natureza e a arte. O totalmente
edifício envolto
horizontal por
as
formas
e
Os pain is e equipamentos criados por Athos Bulcão, presentes nos hospitais da rede, são usados como uma contribuição integrada à arquitetura do local. [...] os painéis de Athos fazem parte do ambiente. O paciente vai se sentir valorizado, mais respeitado, quando convive com uma obra de arte (LIMA, João Filgueiras, O que é ser arquiteto: memórias profissionais de Lelé. 2004 p.50)
permitindo ampla visualização da paisagem
e
com
jardins
Entretanto o estímulo pela arte
aproxima o usuário do contato visual
não é proposto somente através de
com as pessoas e o exterior.
sua contemplação. No Centro há oficinas de artes com os usuários e os
trabalhos
produzidos
pelos
próprios pacientes são utilizados para enfeitar as paredes do centro. O hospital
torna-se
humano
não
somente pelo contato com o belo, Figura 12. Implantação. Pinterest.com
com a natureza e a arte, mas também pela busca da personalização deste
Além da integração do edifício com
espaço, tendo analogia com espaço
os espaços externos, Lelé integra a
familiar.
50
Hoje, arquitetos e designers já estão cientes dos benefícios que a luz traz à saúde além da visão. A luz influencia o controle endócrino, o relógio biológico, o desenvolvimento sexual, a regulação de estresse e fadiga e a supressão da melatonina. Tanto a iluminação natural proveniente do sol quanto a iluminação artificial proporcionada por luminárias dispostas no ambiente são importantes para a qualificação dos espaços hospitalares, principalmente quando o estado fragilizado dos pacientes e sua longa permanência na instituição são considerados. Os elementos arquitetônicos de um ambiente
hospitalar que proporcionam contato com o ambiente exterior, sendo as janelas o exemplo principal, são importantes para garantir o conforto visual, térmico e psicológico dos pacientes. As janelas com vistas para o exterior proporcionam a percepção da variação da luz do dia, o contato com a natureza, o relaxamento e consequentemente, aceleram a melhora do paciente no tratamento. É preciso prestar atenção às necessidades individuais de cada grupo de pacientes, como no caso da Síndrome de Down onde diversas funções visuais podem ser comprometidas, tais como: acuidade visual, campo visual, adaptação à luz e ao escuro e percepção de cores e contrastes.
Figura 13. sarah.br
Jardins Internos
Predominância da luz natural
51
Figura 14. arcoweb.com.br
Sistema SHES para ventilação natural
Predominância de luz natural
intenção de destacar algum objeto ou Cor e luz são elementos do ambiente que estão intimamente ligados, a intensidade
da
luz
afeta
substancialmente o resultado da cor. Por isso, a escolha das cores precisa ser muito cuidadosa e baseada nos estudos científicos que indicam o efeito psicológico das cores nos usuários do espaço, principalmente do hospitalar. A cor também provoca estímulos sensoriais nas pessoas e, por isso, causa distrações positivas, pode ser aplicada ao ambiente com a
elemento construtivo, com a intenção de
tornar
o
ambiente
mais
aconchegante, criar uma atmosfera lúdica e alegria em espaços como corredores, evitando a monotonia, ou até criar estímulos para a visão, como é o caso de pacientes com a SD, que precisam agregar o uso da visão residual e a exploração de objetos através dos sentidos remanescentes, principalmente
pelo
tato.
Isso
significa conhecer o ambiente pelos olhos, mãos e corpo, desenvolvendo habilidades perceptivas.
52
Figura 15. leonardofinotti.com
Uso de cor e contrastes com painéis de Athos Bulcão e Jardins internos.
quietos e tranquilos. Sons naturais, O
barulho
estressante
causa
irritação e frustração, agrava o mau humor e reduz o limiar da dor. Também afeta a percepção visual e diminui
a
capacidade
de
aprendizado. A melhora acústica dos ambientes pode ser proporcionada pela escolha de revestimentos e móveis
que
amplificam
não as
refletem
ondas
ou
sonoras.
Paredes e tetos com superfícies irregulares são bons para dispersar o som assim como carpetes, tecidos, madeira e painéis acústicos também podem
proporcionar
ambientes
principalmente causados pela água, além de ter efeito calmante e relaxante, intensidade
ajudam de
a
diminuir
outros
a
sons
indesejáveis. O uso de fontes de água e de jardins internos tem aumentado consideravelmente
nos
projetos
hospitalares por causa dos efeitos visuais e sonoros que causam.
A
permanência em ambientes com ruído constante é um perigo para a saúde de qualquer pessoa, com o enfoque no paciente com a Síndrome de Down, devido ao histórico de problemas auditivos.
53
Figura 16. arcoweb.com
Figura 17. arcoweb.com.br
SuperfĂcies irregulares que dispersam o som.
Sons naturais causados pela ĂĄgua.
54
A pele é o maior dos órgãos
ambiente hospitalar, pois a natureza
dos sentidos e as sensações de
é rica em texturas e por isso pode
conforto, provindas da qualidade do
estimular positivamente o corpo
ar e da temperatura, são percebidas
humano. Para o paciente com a SD a
por ela.Dentro dos ambientes, o conforto
do
corpo
humano
é
informação
tátil,
como
aquela
assegurado pela escolha adequada
fornecida pela textura do objeto, é
dos móveis com design correto com
importante
uso de tecidos leves e suaves, mas
antecipatório em relação ao ajuste da
outra opção é proporcionar o contato
força das pontas dos dedos durante
do paciente com o ambiente exterior
a
ou com plantas situadas dentro do
precisa, como ao levantar um objeto
realização
para
de
o
uma
controle
atividade
apreendido ou reconhece-lo.
Figura 18. Jardins Internos
leonardofinotti.com
Jardins situados fora e dentro do ambiente hospitalar
55
Figura 19. arcoweb.com Texturas e objetos na terapia da Rede Sarah
A integração interior/exterior é considerada um dos aspectos mais relevantes na humanização dos ambientes hospitalares. Os benefícios dos estímulos sensoriais causados pelos elementos do espaço exterior nos pacientes, caracteriza a integração como o caminho mais rápido no auxílio do processo de cura através do ambiente. É importante que haja essa integração para que o paciente tenha acessos visuais para o exterior, principalmente aos pacientes que tenham uma rotina pacata e que passem a maior parte do seu tempo em um mesmo ambiente, seja este ambiente um local de trabalho, de descanso ou/e principalmente, de recuperação. As janelas de um hospital podem influenciar substancialmente nos estados emocionais de um paciente e,
consequentemente, em sua recuperação. Essa integração com o exterior é fundamental para o desenvolvimento do portador da SD, juntamente em contato com seus elementos como animais, plantas e paisagens. As variações da luz e as diferentes tonalidades de cores que se misturam na paisagem transformariam a cena diversas vezes durante o dia tornando possível a captação de diferentes imagens a partir de um único local (estímulo visual); Os diversos sons provenientes dos pássaros, do balançar das árvores ou do cair da chuva chamam a atenção do indivíduo (estímulo auditivo); os aromas exalados das plantas despertam interesse ou repúdio (estímulo olfativo); as texturas e as formas de todos os organismos, vivos ou não, presentes de forma abundante na paisagem, tornariam este ambiente real e palpável (estímulo tátil).
56
Figura 20. sarah.br. Reabilitação integrada ao exterior/paisagem
Figura 21. sarah.br. Edifícios integrados ao verde e ao lazer.
Figura 22. Vista Externa rede Sarah. leonardofinotti.com Lagoa e Jardins no envolto diminuindo a temperatura
57
As seguintes leituras buscam compreender a composição formal, funcional e estrutural dos edifícios
Ficha técnica do edifício:
para a formação de concepções
Localização: Brasília, Lago Norte.
projetuais, na procura de diretrizes e
Arquitetura e Coordenação: João
referências
Filgueiras Lima (Lelé)
para
proposta
deste
projeto. Estas se desenvolverão em
Tipo de uso: Institucional
uma
Área do lote: 80.000 m²
análise
seguintes Hospital
fundamentada
referências de
das
projetuais:
Reabilitação
Sarah
Área construída: 24.000m² Pavimentos: Edifícios térreos com
Kubitschek - Lago Norte, Brasília;
subsolo técnicos ligando os
Phoenix
edifícios.
Children's
Hospital
Arizona; e Parque da Juventude São Paulo. Embora a rede Sarah do Rio de Janeiro seja uma ótima referência de humanização do ambiente hospitalar, é a implantação da rede Sarah Lago Norte em Brasília, com clima é quente
O
Centro
Internacional
Neurociências
de
e Reabilitação
- SARAH Lago Norte se especializa em atendimento ambulatorial com atuação em etapas mais avançadas do
processo
de
reabilitação.
e seco, que mais se aproxima à
Inaugurado em 2003, localiza-se às
realidade de Ribeirão Preto, que
margens do Lago Paranoá, com
também possui clima quente. Lelé
arquitetura horizontal, e viabiliza a
faz o uso de espelhos d’agua
integração dos espaços internos e
combinados com adequação da
externos, favorecendo o trabalho em
ventilação, permitindo diminuir a
equipe e facilitando a circulação dos
temperatura do hospital.
pacientes pelos amplos espaços.
59
O centro de reabilitação foi implantado
grandes
à
implantação
do
áreas
anfiteatro, internação e atividades
verdes ao lado do lago norte, para
físicas. O partido do projeto busca
desenvolvimento
de
uma solução totalmente funcional,
reabilitação física ao ar livre. Foi
onde o arquiteto se inspirou no
criado plataformas onde ficam os
movimento high-tech, com grande
três edifícios, projetados de forma
preocupação com a industrialização,
estratégica. No ponto mais alto fica
racionalidade
o edifício destinado à residência
construtivos, conforto térmico e
médica
acústico
e
com
destinado
de
pesquisa,
terapias
no
nível
e
dos
métodos
sustentabilidade. O
intermediário fica o centro de apoio a
terreno, é formado por 3 estruturas
paralisia cerebral e no edifício do
térreas que se articulam:
ponto mais baixo ao lado do lago, foi
Figura 23. Implantação Rede Sarah Brasília. vitruvius.com (formatação pessoal) Legenda: 1. Residência Médica; 2. Pesquisas; 3. Centro de estudos; 4. Escolinha; 5. Playground; 6. Anfiteatro/palco flutuante; 7. Ginásio; 8. Esportes aquáticos; 9. Internação; 10. Serviço; 11. Pátio/ Estacionamento;12. Quadra
60
constitui desempenho
As características do hospital exigem
arquitetônico com requisitos para o
como complementação terapêutica o
modelo de hospital contemporâneo:
acesso fácil de doentes a espaços
flexibilidade; maior racionalização;
verdes
desenvolvimento horizontal e vertical
tratamento e internação. O trabalho
(circulação); flexibilidade estrutural;
de paisagismo integrou tratamento
humanização (conforto ambiental),
tradicional com o tratamento em
tecnologia,
e
uma área verde. Os projetos têm
assepsia, e visa a flexibilidade como
como partido a racionalização e
forma de se projetar com adaptações
industrialização
a diferentes condições de uso e
construtivos, o conforto ambiental e
novas tecnologias de todo conjunto
térmico. A forma dos edifícios é
hospitalar.
do
resultado da busca por iluminação
grande
natural e ventilação cruzada. As
cinturão verde e isso devido ao
coberturas são em forma de sheds,
método reabilitativo que em grande
fornecendo essa iluminação natural
parte são feitas fora do edifício.
indireta.
O
projeto
hospital
meio
Na
ambiente
proximidade
observar-se
um
adjacentes
as
dos
áreas
de
elementos
Área extensa integrada a áreas verdes possibilitando a ventilação e iluminação natural
Figura 24.Integração ao externo. vitruvius.com
Flexibilidade e racionalização em arquitetura contemporânea
Figura 25. Galpão esportes náuticos. rmmlarquitetura.blogspot.com
61
Figura 26
rmmlarquitetura.blogspot.com (Formatação pessoal)
Playground cercado pelos painéis do artista Athos Bulcão.
Figura 27. Cetro de apoio a paralisia cerebral. vitruvius.com.br
Corte Transversal do prédio centro de pesquisa:
Foyer
Auditório
Figura 28. vitruvius.com.br (formatação pessoal)
62
Figura 29. vitruvius.com (
Forma dos SHEDS ao Longo de toda estrutura.
Corte Estrutura de Setores:
Galpão Náutico/ Esportes Aquáticos
Ginásio/Internação
Figura 30.
Figura 31. Estrutura Setores.
Refeitório/Chefia Bioengenharia
Pátio de serviço
rmmlarquitetura.blogspot.com. (formatação pessoal)
vitruvius.com.br
63
O sistema construtivo utilizado na
vigas
edificação do conjunto se baseia no
padronizados em chapas de aço de
emprego, em grande escala, de
alta resistência a corrosão. Essa
componentes
pré-fabricados
estrutura também recebe a carga de
(argamassa armada e aço). Lelé
treliças metálicas, que constituem o
conseguiu
criar
arcabouço dos Sheds (um tipo de
diversificados
e
volumes
e
pilares
metálicos,
esbeltos,
que
cobertura muito explorado por Lelé
vezes,
os
nas suas obras, especialmente nos
equipamentos de lazer de um clube
hospitais que permite a entrada de
ou
temático.
luz natural de maneira mais intensa e
A estrutura do edifício principal é
uniforme que a obtida por janelas
constituída, em sua maior parte, de
laterais).
lembram,
de
muitas
um
parque
Figura 32. Ginasio
rmmlarquitetura.blogspot.com
Ginasio de fisioterapia.
Figura 33. Pscina interna
Forma dos SHEDS
rmmlarquitetura.blogspot.com
Brises móveis
Estrutura metálica Piscina Interna
64
Figura 34. redesarah.br Cobertura flexível com telhas metálicas pré-pintadas.
Vigas e Pilares metálicos.
SHEDS
Figura 35. redesarah.br
O projeto foi construído segundo
ventilação naturais, espaços verdes
os princípios de humanização, afim
internos, espelhos d’ gua e arte, entre
de garantir aos usuários maior
outros dispositivos que, além de
conforto e maior possibilidade de
racionalizar de recursos em geral,
reabilitação. Tem o foco no bem-
tornam
estar e segurança, criando espaços
herméticos, melhora a qualidade do
agradáveis que auxiliam no processo
ar, obtém-se condições térmicas
de cura do paciente, preocupando-se
favoráveis os tornam acolhedores,
com
auxiliando
a
qualidade
do
ambiente
os
ambientes
pacientes
construído, com a paisagem e com o
psicologicamente. Os
conforto ambiental. Para criar estes
Athos
ambientes faz o uso da iluminação e
ambientes:
Bulcão
menos
física painéis
delimitam
e de os
65
Figura 36. Paineis Athos Bulcão.
redesarah.br
Ventilação e Iluminação natural por SHEDS e esquadrias de vidro.
Pé direito Amplo
Exposições de arte na recepção
Figura 37. Recepção.
redesarah.br
Além da ventilação e pés-direitos
nebulizadores também auxiliam no
amplos, a incorporação de jardins
controle térmico do edifício e torna os
internos e integração com o exterior
espaços menos herméticos e mais
com outros dispositivos naturais
humanizado.
como o contato com o lago e
66
Figura 38. Integração com exterior e arte de Athos Bulcão. vitruvius.com.br
Criam-se
ambientes
agradáveis,
concretizar uma arquitetura mais
eficientes, funcionais e estimulantes
humana,
para a manutenção dos níveis de
economicamente viável, e foi o que
produtividade
tornou toda a Rede Sarah um símbolo
e
de
conforto
psicológico dos pacientes que os
racionalizada
e
de boa arquitetura no Brasil.
levam a cura, que é a razão da existência de um hospital. A ideia é
.
Marquise vermelha com os muros Coloridos em argamassa armada dão vida a entrada principal
Cores que refletem ideia de um ambiente para crianças.
.
Figura 39. Entrada Principal.
vitruvius.com.br
67
Uso das referências no Projeto de
também foram inspiradas, como a
Arquitetura para Clínica Ampliada de
exposição de artes na recepção, o
reabilitação da Síndrome de Down
jardim interno controlando o conforto
(CARSD):
ambiental
O projeto busca viabilizar a mesma
e
aberturas
para
contemplação da natureza.
integração dos espaços internos e externos que lelé propõe na rede Sarah, projetado de forma humana e racional. A forma da implantação setorizada em estruturas foi baseada
Ficha técnica do edifício:
na forma como lelé setorizou as 3
Localização: Southbank, em Brisbane
estruturas no terreno com grandes
- Austrália
áreas verdes ao redor.
Arquitetura e Coordenação: Lyons e
Foi usada a mesma preocupação
Conrad Gargett
com a industrialização, flexibilidade e
Tipo de uso: Institucional
racionalidade
dos
métodos
Área: 115.000 m²
construtivos,
com
estruturas
Número de pavimentos: 12 andares
metálicas e cimenticias, ao mesmo tempo com um edifício principal dando vida ao projeto. A Humanização da rede Sarah foi a maior inspiração para o projeto, de forma a ser usado os mesmos recursos agradáveis
para que
criar
espaços
auxiliem
na
recuperação do paciente: integração e acesso fácil com o exterior, atividades ao ar livre e iluminação e ventilação natural e a flexibilidade das coberturas para uma arquitetura contemporânea. Outras estratégias para o apelo sensorial e refletivo
O
hospital infantil
Lady
Cilento
localizado na Austrália, traz um tema lúdico, digno da imaginação dos pequenos pacientes que frequentam o equipamento. O projeto desenvolve o volume trazendo a natureza para ele, dessa forma elaboraram uma fachada em forma de troncos e galhos, e os ambientes internos com uma
decoração
estratégica
que
também remete a natureza. É um equipamento
especializado
em
treinamento e ensino de pediatria,
68
possui
doze
pavimentos,
da
"árvore
da
vida",
partido
representando um acréscimo urbano
desenvolvido
significativo na área de Southbank,
preliminares através de estudos com
em Brisbane.
os usuários de hospitais e demais partes
nas
envolvidas.
Seu
etapas
exterior
reluzente e colorido em tons de verde e roxo remetem a flora nativa da O projeto incorpora estratégias voltadas para suporte e bem-estar
região e transmite a ideia de um edifício projetado para crianças.
dos pacientes com percursos claros,
O projeto apresenta um edifício de
conexões com o exterior e vistas para
gabarito médio, desenvolvido de uma
o
são
forma que geram terraços com
para a
jardins proporcionando uma ligação
ambiente
questões
natural,
essas
fundamentais
proposta em si. Ele se baseia na ideia
Figura 40. Implantação.
com o exterior.
phoenixchildrens.org/
69
ABERTURAS COM VISÃO AMPLA PARA O EXTERIOR
PILARES DIAGONAIS
Figura 41. Elevação lateral.
phoenixchildrens.org/
Para proporcionar um ambiente mais
juntamente com um interior com
agradável
e
várias tonalidades de iluminações
pacientes,
obras
tridimensionais
o
bem-estar de são
arte
dos bi
e
que vão se alterando conforme o
usadas
movimento das pessoas que ali
extensivamente em todo o edifício,
Figura 42. Fachada da entrada principal
circulam.
phoenixchildrens.org/
70
Figura 43. Interiores. phoenixchildrens.org
Figura 44. Interiores. phoenixchildrens.org
Painéis sensoriais
Jogo de cores e texturas no interior
O acesso ao espaço verde é um
programas de reabilitação. Esse
elemento-chave do projeto. Jardins
espaço é projetado para fazer a
no último piso, paredes verdes,
família resgatar seu eixo, se aliar e
jardins, pátios fechados e vistas para
passar mais momentos do dia a dia
o entorno natural com parques
em união, podendo ser voltado para a
circundantes
reabilitação,
fazem
parte
da
meditação,
espera,
estratégia de um ambiente de cura do
oração entre outros, com o objetivo
hospital e são usados tanto por
de aproximar a família ao cuidado do
pacientes e familiares quanto por
paciente e uma melhor estratégia
funcionários.
para
humanização.
Apesar
pelo
nome, o jardim não é restrito somente ás famílias, podendo ser Os jardins que são utilizados para recreação passiva e ativa e também são
usados
como
parte
usado por todos os visitantes e funcionários.
dos
71
Figura 45. Jardim família.
phoenixchildrens.org/
JARDIM VERTICAL COM ESPÉCIES DE SOL PLENO
PERGOLADO EM MADEIRA
Figura 46. Terraço Jardim.
PISO EXTERNO CIMENTÍCIO
phoenixchildrens.org/
72
Uso da referência no Projeto de Arquitetura para Clínica Ampliada de
O Parque da Juventude é o
reabilitação da Síndrome de Down
resultado de um longo processo que
(CARSD):
se iniciou em 2008 com um concurso para transformação do Complexo do
Este projeto colaborou para a Clínica
Carandiru
com o uso de terraço com jardins
penitenciário da
como estratégia para ligação com
superlotado e palco de inúmeras
exterior, uso de aberturas com visão
tragédias
ampla
e
para a comunidade com a criação de
principalmente com a implantação
um grande parque, com edifícios
do Jardim Família como elemento no
institucionais e equipamentos de
centro do projeto, representando a
lazer.
para
o
exterior
o maior complexo América
Latina,
em um espaço público
união entre os setores e o objetivo
A valorização do entorno urbano
proposto de união e integração entre
do parque é a principal evidencia,
familiares e visitantes da clínica.
principalmente pela simples troca de uma
condição
de
exclusão
e
sofrimento como o presídio, por um espaço de inclusão e integração Ficha técnica do edifício: Local: São Paulo, SP Início e Conclusão da obra: 1999 - 2007 Área do terreno: 232.933 m2 (parque Institucional, 95.636 m2). Área construída: 34.360 m2 (parque Institucional, 32.243 m2) Arquitetura: Aflalo & Gasperini Arquitetos Tipo de obra: Complexos esportivos
como o parque. O desenho do novo espaço, manteve a maioria das construções já existentes e setorizou a área em três partes: Parque Institucional: edifícios da casa de detenção; Parque Central: Concentra toda a área verde; e o Parque Esportivo: composto por pista
de
skate,
poliesportivas
e
dez
quadras
circuito
de
arborismo.
73
Figura 47.Implantação.
vitruvius.com
encontram-se
variedade de experiências espaciais e
percursos sinuosos de diferentes
sensoriais quando se percorre seu
escalas
eixo, parte disso devido a densa
Nesses
setores
para
pedestres
que
permitem, além do passeio e acesso,
mancha
um espaço de permanência, que
presente no Parque Central, atraindo
envolve as pérgolas remanescentes e
usuários
passarelas, essas permitem uma
interesses diversos.
Figura 48. vitruvius.com
de
de
vegetação
faixas
arbórea
etárias
e
Pergolado remanescente com Passarelas para percurso entre parques.
74
O parque é inteiro estruturado por essas
passarelas,
formando
viabilizam o usufruto das inusitadas paisagens criadas a partir da fusão
caminhos ajardinados e elementos
da
que remetem a ideia tradicional de
arquitetura abandonada, e foram
parque ,
construídas em estrutura de aço e
e
que
atravessam
gramados e bosques, interligam
vegetação
regenerada
e
da
madeira
diferentes setores. As Passarelas
Figura 49. Passarelas metálicas.
Novas passarelas com coberturas
vitruvius.com
metálicas semiabertas.
Figura 50. Passarelas.
vitruvius.com
Figura 51. Passarelas. vitruvius.com
Contemplação à natureza e
Estrutura metálica com piso
ambiente de convívio.
em madeira.
68 75
Telha metálica (sanduiche) Estrutura de madeira
Figura 52. Novas Passarelas interligando setores.
vitruvius.com
Diferença de altura entre Cobertura das passarelas.
Figura 53. Coberturas Soltas. culturamix.com/parques-nacionais/
A maneira como foram planejadas as O parque também trabalha com as
coberturas das passarelas do Parque
passarelas unidas somente pelos
da Juventude auxiliou na solução das
pilares, com diferentes alturas entre
passarelas sensoriais propostas para
as coberturas em concreto, para
o projeto, visto que devido à diferença
vencer a diferença entre a altura dos
de
setores interligados, o que transmite
atendimentos
a ideia de coberturas soltas.
proporciona coberturas soltas que
altura
dos
setores esta
de forma
vencem a diferença entre o pé direito Uso da referência no Projeto de
dos
setores,
e
compostas
em
Arquitetura para Clínica Ampliada de
estrutura metálica e elementos de
reabilitação da Síndrome de Down
madeira, se adequaram na proposta
(CARSD):
humanizada do projeto.
76
A área proposta para o projeto de se
mais populoso do interior do Brasil.
localiza no município de Ribeirão
Além da importância econômica, o
Preto,município brasileiro no interior
município é relevante centro de
do estado de São Paulo, na Região
saúde, educação, pesquisas, turismo
Sudeste do país, a qual possui o
de negócios e cultura do Brasil, e está
clima tropical semiúmido, e está
em constante desenvolvimento. O
entre os 30 maiores municípios
terreno onde será implantada a
brasileiros. Está distante 318 km a
proposta para o projeto localiza-se no
noroeste da capital estadual e a 706
Bairro
km de Brasília. O território possui
localizado no Subsetor 6 da Zona Sul
pouco mais de 650 km² e abriga uma
(S- 6) e é contornado pelo Anel Viário,
população estimada de 674.405
na
habitantes
Anhanguera e Antônio Machado
(IBGE/2016)
que
o
classifica como oitavo município
City
saída
Ribeirão
para
as
que
está
rodovias
Santana.
mais populoso do estado e o terceiro Figura 54. Mapa de apresentação da área. SUBSETOR LESTE - 7(L-7)
CENTRO
SUBSETOR SUL - 1(S-1) SUBSETOR LESTE - 3(L-3)
NOVO SHOPPING
JARDIM MANOEL PENNA
SUBSETOR SUL- 6(S-6) JARDIM IRAJÁ
- Centro da Cidade.
JARDIM BOTÂNI
CITY RIBEIRÃO
- Bairro com o terreno de estudo.
78
O terreno tem fácil acesso pela Avenida
terreno, por serem ruas sem saída: Rua
Maurilio Biagi, umas das avenidas com
Ana Alves Magrini, Rua Eugênio Galo e
mais intenso fluxo automotivo, pela Av.
Rua Dr. Antônio Gomes de Melo Filho.
Presdyidente Kenedy, também com
O lote é inserido em uma área de
fluxo intenso principalmente ao fato de
predominância residencial com casas
dar acesso ao Novo Shopping e pelas
até dois pavimentos, e considerado um
Rodovias
Duarte
local de fácil acesso devido ao grande
Nogueira e Rodovia Antônio Machado
número de pontos de ônibus no bairro;
Sant’Anna. Quanto
localização do
somente na rua do terreno já há dois
terreno dentro do bairro, ele se situa na
pontos de ônibus localizados bem na
Rua Virgínia de Francesco Santili com
frente do terreno, pode-se analisar que
a rua Manoel Abrahão, ao lado da
esse fato decorre da proximidade com
escola Waldorf João Guimaraes Rosa.
a escola Waldorf.
Prefeito
Antônio
Há mais três ruas que dão acesso ao
- Pontos de Ônibus
- Área para projeto Figura 55. Mapa de pontos de ônibus.
79
Ao lado da City Ribeirão se localizam
(Universidade de Ribeirão Preto), O
bairros como o Jardim Botânico e a
loteamento
Vila Del Fiori. Nessa área moram
prefeitura em 1977, época em que a
cerca de 2,5 mil pessoas em quase
única via de chegada se dava pela
750 casas, de acordo com dados do
Avenida Portugal. Apesar dos pontos
último censo (2000) do IBGE. Todas
positivos, alguns moradores do bairro
as residências da City Ribeirão, bairro
afirmam se sentir esquecidos pelo
com uma das melhores qualidades
poder público quando falam das
de vida da cidade, e estão dentro do
praças e áreas verdes do bairro e por
conceito de "bairro jardim" com 30%
isso mantêm áreas verdes próximas
do terreno do bairro com áreas
de
verdes. De acordo com Renato
próprios. No terreno da pesquisa em
Zorzenon dos Santos, do Laboratório
questão, os moradores locais fizeram
de
uma praça improvisada.
Geotecnologia
da
Unaerp
suas
foi
casas
aprovado
com
pela
recursos
Mapa de vista de figuras:
Figua 56. Vista de Figuras.
ESC. 1: 2000
80
Figura 57. Vista CC.
Figura 59. Vista BB.
(Fonte Pessoal)
(Fonte Pessoal)
Figura 58. Vista CC.
Figura 60. Vista BB.
(Fonte Pessoal)
(Fonte Pessoal)
81
Figura 61. Vista AA.
(Fonte Pessoal)
Figura 62. Vista AA.
(Fonte Pessoal)
Figura 63. Vista Panorâmica A-B. (Fonte Pessoal)
82
A Hierarquia viária mostra no entorno imediato do terreno a predominância de vias locais, para atender exclusivamente o fluxo da população que ali reside, com exceção da Rua Virgíia de F. Santilli em frente ao terreno estudado, que distribui o fluxo médio gerado pela Escola Waldorf, o que demonstra um exemplo da não adequação do fluxo pelo tamanho da via, dimensionada como via local, sendo que recebe um fluxo considerável de automóveis.
O principal acesso ao terreno é pela Av. Maurilio Biagi (que dá sequência à Av. Celso Charuri) e pela Av. Alzira couto Machado, ambas arteriais devido ao alto fluxo que geram. A Av. Couto Machado dá sequência para a Av. Presidente Kenedy, também com alto fluxo de carro devido ao acesso ao Novo Shopping. A Rodovia Ant nio Machado Sant’Anna ao fundo do bairro é uma via rural com fluxo intenso sem influencia no bairro já que não há um acesso direto a ela.
COLÉGIO WALDORF
Figura 64. Mapa de Hierarquia viária.
ESC. 1:10000
84
COLÉGIO WALDORF
Figura 65. Mapa de Hierarquia viária (fluxos).
ESC. 1:10000
educação de 1º e 2º Grau. Na escala O mapa demonstra um número
regional deste bairro, encontram-se o
considerável
equipamentos
Estádio Santa Cruz e as instituições
urbanos na região. A lado do terreno
de ensino particular Universidade
há uma escola de 1º Grau, o Colégio
UNAERP e o Centro Universitário
Waldorf que influi no movimento do
Estácio, sendo polos atrativos para
bairro. As principais Avenidas de
pessoas do município e região,
acesso à área estudada, a Avenida
fazendo com que o fluxo automotivo
Maurilio Biagi e a Avenida Alzira couto
e
Machado, também dão acesso direto
influenciando
ao Novo Shopping e a sistemas de
comerciais do entorno
de
de
pessoas nas
aumentem, atividades
85
O bairro também possui proximidade
dotada de equipamentos que suprem
com a UBS Hélio Lourenço de Oliveira
a necessidade da região, tendo fácil
no bairro Santa cruz e ao Hospital são
possibilidade de acesso a todos.
Lucas no bairro Ribeirania. Percebe-
Mesmo tendo extensas áreas verdes
se uma escassez de equipamentos
no bairro, o entorno imediato não
no entorno imediato do terreno
possui parques planejados, tendo
estudado,
bairro
somente o Parque Dr. Luís Carlos
predominantemente residencial, com
Raya como sistema de lazer próximo,
tudo é localizado em uma região
no bairro Jardim Botânico.
por
ser
um
Figura 66. Mapa de equipamentos urbanos.
ESC. 1: 20000
86
COLÉGIO WALDORF
ESC. 1:10000
Figura 67. Mapa de gabarito.
O mapa de gabarito demonstra que
ocupada na maioria de seus lotes,
não há grandes variações no número
porém ainda possui um número
de pavimentos, a predominancia são
consideravel de vazios. Os bairros do
de casas térreas, variando para até
entorno tambem possuem pequena
dois pavimentos no máximo. O setor
variação quanto ao número de
tem
bairros
pavimentos, o que faz com que este
residenciais com ocupações baixas,
setor tenha um clima mais agradável
diferenciando-se das áreas centrais
e ameno do que as regioes centrais
da cidade. É possivel identificar que a
com
área ja se encontra consolidada, e
pavimentos.
caracteristicas
de
edifícios
de
numerosos
87
COLÉGIO WALDORF
ESC. 1:10000
Figura 68. Mapa de uso do solo.
Analisando o mapa de uso do solo é
estudo, o colégio Waldorf ao lado, e
possível identificar a predominância
uma área extensa de fundo com a
do setor residencial de lotes privados,
Rod. Ant nio Machado Sant’Anna.
com
Como o bairro possui predominância
áreas
consideravelmente
institucionais extensas
entorno, incluindo o terreno de
no
residencial, são encontrados poucos comércios, e nenhum serviço no entorno imediato. Mas ao longo de
88
todo o bairro há comercio e serviços
bairro jardim é um bairro planejado
que atendem as necessidades do
segundo conceito inglês de Garden
local.
City,
No
entorno
imediato
o
apresenta
praças,
intensa
movimento de pedestres é fraco
arborização em suas calçadas e
devido à pouca ocupação comercial
traçado urbano diferenciado envolto
da área, com exceção da ua principal
por amplas avenidas.
do terreno, ao lado da Escola Waldorf
O local está enquadrado na divisa
que gera fluxo alto, principalmente de
com os bairros Jardim Botânico,
crianças no local. Possui muitos
Jardim Irajá, Ribeirania e Manoel
vazios e é considerado um bairro
Penna,
Jardim,
predominância residencial, mas bem
devido
à
grande
porcentagem de áreas verdes.
O
todos
também
com
servidos de serviços e comércios.
89
ESC. 1:10000
Figura 69. Mapa figura a fundo.
O mapa figura fundo possui um
alturas e formas bastante parecidas
traçado com quadras retangulares e
entre elas, por serem destinadas
com predominância de cheios sobre
predominantemente
os vazios na maior parte do território.
residenciais de até 2 pavimentos. As
Percebe-se uma uniformidade na
implantações
volumetria
ocupam quase todo o lote, e têm uma
construções
pois
a
possui
maioria
das
dimensões,
das
à
lotes
construções
única fachada, a frontal.
90
COLÉGIO WALDORF
R. MANOEL ABRAHÃO
Figura 70. Mapa de topografia natural. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto.
ESC. 1: 2000
Corte AA - Longitudinal
ESC. 1: 2000
Figura 71.
Corte BB
Transversal
ESC. 1: 2000
Figura 72.
O
local
tem
topografia
curvas de nível que passam pelo
equilibrada, sem muitos aclives e
terreno, com uma diferença de
declives, que seria a explicação para
declive 5 metros ao longo do corte
a
longitudinal do terreno, o que o torna
diferença
uma
de
temperatura
registrada na região. Comparado ao
um
terreno
com
topografia
centro da cidade, o bairro registra
acentuado, visto que possui 175
2,5°C, em média, a menos. Há seis
metros longitudinais.
92
COLÉGIO WALDORF
ESC. 1: 2000
Figura 73. Mapa de drenagem natural.
O mapa de Drenagem Natural da
escoamento,
gleba mostra o escoamento natural
falta de intervenção antrópica, e o
da
água
chuva,
pela
onde
ela
sentido que se dá o fundo de vale.
desníveis
da
Esse escoamento vai até o norte do
topografia local, sendo assim, as
terreno, onde possui uma vasta área
flechas demonstram o local de
verde.
acompanha
da
principalmente
os
COLÉGIO WALDORF
OESTE
LESTE
Figura 74. Mapa de microclima.
93
A área está situada na cidade de
I - ZUR - Zona de Urbanização
Ribeirão Preto a qual possui o clima
Restrita: composta principalmente
tropical semiúmido caracterizado de
por áreas frágeis e vulneráveis à
invernos secos, e verões chuvosos.
ocupação intensa, correspondente à
Na gleba em estudo, o regime dos
área de afloramento ou recarga das
ventos, indica a sua direção na maior
Formações Botucatu - Pirambóia
parte do ano, vindo da região
(Aqüífero
Sudoeste para a região Noroeste,
especificado no Plano Diretor e no
representada pelas setas azuis.
Código do Meio Ambiente, onde são
A topografia do terreno influencia na
permitidas
temperatura,
mais
demográficas, incluindo grande parte
equilibrada, torna a região mais
da Zona Leste e parte da Zona Norte
fresca. O clima também é mais
do Município
ameno no sentido do regime dos
II -
ventos devido a massa de vegetação
gabarito básico
mais densa encontrada no bairro,
III - Não serão permitidas densidades
tornando o ar
mais
úmido. O
superiores à Densidade Populacional
microclima
área
estudada,
Líquida Básica, correspondente a 850
pois,
da
sendo
Guarani)
-
baixas
densidades
Fica proibido ultrapassar o
portanto, possui pequena variação.
hab/ha
As
habitantes por hectare).
setas
amarelas
indicam
a
radiação solar.
conforme
(oitocentos
e
cinquenta
IV - A porcentagem do total do sistema de áreas verdes, admitida como Sistema de Lazer Recreativo é
:
de 15% de
V - 40% (quarenta por cento) do
macrozoneamento da Prefeitura de
imóvel a ser parcelado, na seguinte
Ribeirão Preto, o terreno está inserido
proporção:
em
a) Mínimo de 5% (cinco por cento)
Segundo
o
uma
Restrita
Zona -
ZUR,
mapa
de é
Urbanização uma
área
para a área institucional;
institucional vazia. Sobre o uso e o
b) Mínimo de 35% (trinta e cinco por
parcelamento do solo na ZUR:
cento) para sistema de áreas verdes
94
e de lazer - Considera-se área institucional,
a
área
destinada
exclusivamente
à
instalação
equipamentos
comunitários
de de:
educação, cultura, saúde, segurança,
- Dados do Loteamento:
esporte, lazer e convívio social;
Zoneamento
VI - As reservas públicas do sistema
com restrição do loteador
de
Construções Unifamiliares.
áreas
verdes,
institucionais, mesmas
e
deverão
especificadas
das
áreas
ser
as
para
o
loteamento no artigo 83 desta lei, conforme a zona em que se encontre,
ZUR / ZUC - área
- Recuos em lotes de esquina Especiais: Frontal de 5,00 m; Lateral de 2,00 m e na outra face obrigatória 2,00m; Fundos de 5,00 m.
sendo no mínimo 50% (cinquenta por cento)
das
áreas
verdes
e
institucionais, deverão localizar-se
- Taxa de Ocupação: 50% - Altura Máxima: 2 Pavimentos
externamente à área fechada e deverá ter frente para a via pública.
95
97
apenas pelos pilares, auxiliando na O projeto de Arquitetura para a
diferença de nível entre setores.
reabilitação da Síndrome de Down foi
A ligação com o colégio Waldorf
pensado em forma de 3 estruturas,
fica ao lado do estábulo e da piscina,
com
de
para que quando a criança adentrar
reabilitação Sarah Kubitschek, de
no terreno já possa estar em contato
forma
com os animais.
referência
que
no
são
hospital
divididas
em: e
Também no atendimento externo
atendimento ao público, estrutura de
foi projetada uma piscina aquecida
atendimento
em
com cobertura telescópica metálica e
de
envidraçada, construída para manter
Estrutura
de
consultórios,
Administração
reabilitativo e
estrutura
a piscina segura, limpa e aquecida
atendimento ao ar livre. A implantação do projeto foi
em qualquer situação climática, para
pensada de maneira a ter o máximo
que as crianças possam nadar
de integração com o exterior possível
durante todas as estações do ano.
e facilidade de acesso a ele, já que se
Estrutura
principal:
setor
pretende que a maioria das terapias
administrativo e público, que conta
sejam realizadas ao ar livre, como é o
com uma ampla recepção e espera
caso da equoterapia que com o
para os pacientes com uma área
caminho que o cavalo percorre pelo
integrada
terreno faz com que o verde venha
itinerante, três lojas para venda de
mais para dentro do projeto.
produtos
O atendimento externo conta com
de
exposição
que
os
artística
pacientes
produzirão como forma de terapia e
um estábulo junto com o canil com
renda
grelhas de viga metálica e telha
organização (artesanatos, produtos
sanduiche,
a
gastronômicos, sendo uma loja para
estrutura das passarelas sensoriais,
produtos ortopédicos necessários
que possuem coberturas metálicas e
para o portador), um café que se
pilares em madeira, planejadas de
integra com um terraço jardim
um jeito que se tornem soltas com
superior de convívio e contemplação
alturas diferentes, sendo ligadas
da natureza
dialogando
com
interna,
para
auxílio
da
e por último o setor
administrativo, que também possui
99
vista tanto para a área expositiva
intempéries
quanto
como
insolação, se não fosse amparado
proposta de humanização também
por um proeminente balanço do
para os funcionários. Esta estrutura
beiral utilizado.
para
o
exterior,
e
ao
excesso
de
foi projetada de modo a máxima
Na fachada principal do edifício
visualização do visitante para o resto
um jogo de cores nos caixilhos dá
do terreno, com grandes aberturas e
vida a entrada principal, e transmite a
um
esta
ideia de um edifício projetado para
visualização. Há um jardim interno
crianças, essas aberturas percorrem
que divide todo edifício ao meio,
todo o comprimento da fachada,
possibilitando um maior contato com
mantendo o amplo ângulo de visão
a
como desejado.
pé
direito
natureza,
e
alto
que
para
permite
a
passagem por ele quando o visitante
No jardim interno foi pensado o
adentrar ao atendimento externo.
uso de esquadrias de vidro e
Este jardim torna o espaço menos
venezianas móveis para separar o
hermético
ambiente, e permitem o controle da
e
mais
humanizado,
iluminação natural e do fluxo da
auxiliando no controle térmico. Neste edifício principal foi usado
ventilação
que
perpassa
os
lajes
ambientes internos, assim em dias de
impermeabilizadas, e para a solução
sol se pode ter completa abertura e
de cobertura do terraço jardim e
sensação de ligação com a natureza,
jardim interno, foi utilizado o telhado
e em dias de chuva intensa um
borboleta (invertido) se sobrepondo a
bloqueio
essas
descarregamento
como
cobertura
lajes
impermeabilizas,
para
que da
esse
água
não
desafiando o modelo convencional
avance
de telhado e descarregando a agua
Entretanto, é possível que em dias de
pluvial para dentro do jardim interno
chuva, o visitante consiga ver o
do
descarregamento
edifício.
borboleta
O
uso
permite
do
uma
telhado
aos
ambientes
internos.
pluvial
nesses
abertura
jardins, já que o bloqueio não é visual.
ampla do ângulo de visão para o
Esse descarregamento é possível
exterior, este artifício seria arriscado
pela abertura no telhado e uso de
e poderia expor as fachadas as
calhas para maior contenção.
100
quem Estrutura de atendimento: é a estrutura de atendimento em salas e consultórios
para
o
transita,
principalmente
a
criança com a síndrome de Down. A cobertura desse setor será
portador,
metálica com teto em madeira em
projetada com estrutura linear e
forma de dente de serra , uma forma
orientação diagonal de cada sala,
desenvolvida para a dispersão do
para que de certa forma possuam
som, ventilação e iluminação natural.
uma entrada privativa para cada, mesmo que sejam acopladas. Esse setor
contará
com
salas
de
reabilitação e apoio ao portador da SD,
refeitório
aplicada
onde
práticas
poderá
ser
gastronômicas,
oficina, sala de música e uma brinquedoteca aliada ao trabalho em grupo da terapia ocupacional. Essa estrutura também foi projetada de modo a máxima integração com o exterior
com
grandes
aberturas,
sendo que 2 faces das salas são totalmente abertas e integradas ao externo, já que poderá também ser praticada atividades de reabilitação ao ar livre. O setor de atendimento reabilitativo e de apoio se aloca paralelamente ao refeitório, sala de música, oficina e terapia em grupo, sendo ligados por uma passarela com intenção sensorial em estrutura metálica e de madeira projetada para estimular diferentes sensações a
Figura 75. Telhado dente de serra. Greentech.bg/archives
Essas coberturas criam espaços que qualificam o ambiente dando a impressão de
coberto, mas ao
mesmo tempo sem estar coberto, é o " estar mais não estar no ambiente", e é o que precisa em uma cidade como Ribeirão Preto, pois sombreia o espaço. Essa estrutura busca uma solução totalmente funcional, onde se inspira no movimento high-tech que lelé trabalha na rede Sarah, com grandes
preocupações
com
a
industrialização, racionalidade dos métodos
construtivos,
conforto
térmico, acústico e sustentabilidade.
101
A terceira e última estrutura é a de
isso reflete na forma como os
atendimento externo, com práticas
edifícios
ao ar livre, equoterapia e terapia com
amplas aberturas, acessos largos e
cachorros, e hidroterapia (que terá a
lúdicos
cobertura móvel telescópica para
natureza, ornamentação estimativa e
dias de chuva como citado).
grande área verde. Será integrado ao
Nessa estrutura aberta também
programa de atividades da escola
haverá ambientes de espera e lazer
Waldorf com larga abertura de um
para a família, como playground e
terreno para o outro.
Jardim da Família sendo ligada pelas
tempo que possui uma característica
mesmas passarelas sensoriais do
fria e industrial em sua estrutura
setor de atendimento.
metálica e de concreto aparente,
As
principais
abordagens
do
apresenta
foram
com
projetados,
com
contemplação
fachada
Ao mesmo
do
edificil
com
dando
projeto é a integração social e com o
principal
exterior (natureza) e a humanização
característica á Clinica Ampliada de
do
ao
reabilitação para a Síndrome de
do
Down (CARDS).
ambiente,
desenvolvimento
como
auxílio
estimativo
colorida
a
portador da Síndrome de Down, e
102
espaços
diretrizes da deficiência, para que não
voltados a reabilitação da Síndrome
se tornasse um projeto utópico e
de Down, este estudo mostra que
disfuncional, de modo a torna-lo uma
estes espaços não dão atenção
referência de atenção a reabilitação
exclusiva a esta deficiência.
Este
da Síndrome de Down, com a
trabalho procurou abordar um tema
esperança de que este tema apareça
atualmente novo na maneira de se
cada vez mais nas discussões sobre
reabilitar, de modo a questionar
arquitetura da saúde, e de que um dia,
como um projeto arquitetônico pode
se torne uma realidade em Ribeirão
auxiliar
Preto.
Mesmo
que
na
existam
reabilitação
de
um
indivíduo, e quais estratégias devem
A proposta de Clínica Ampliada
ser usadas para ser concretizado,
para a reabilitação da Síndrome de
sendo
um
Down (CARSD) consegue, portanto,
resultado viável entre as propostas
alcançar seu objetivo de atenção
de humanização e integração com a
total ao portador da deficiência de
reabilitação do indivíduo. Com isso,
maneira humana e funcional.
possível
identificar
foi estudado a fundo todas as
104
1 - Intervenção Fisioterapêutica na Síndrome de Down. Disponível em: http://www.faesfpi.com.br/ 2 - A Síndrome de Down: Informações, Caminhos e Histórias
Vanessa Santana
Dalla Déa, Edison Duarte, 2009. 3 - Diretrizes e cuidados síndrome Down, Ministério da Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ 4 - ALVES, Fátima. Para entender Síndrome de Down. Rio de Janeiro: Wak, 2007. 5 - Mustacchi, Zan. Síndrome de Down. Brasil. CID Editora Ltda. 1990. 6
-
História
da
síndrome
de
Down.
Disponível
em:
https://espacodown.wordpress.com/ 7 - SCHWARTZMAN, S.J. Síndrome de Down. 1ª ed. São Paulo: Editora Mackenze; 2003. 8 - CUIDADOS DE SAÚDE ÀS PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN, Ministério da Saúde, 2ª edição, Brasilia
DF, 2012.
9 - Protocolos de cuidado à saúde da pessoa com síndrome de Down IMREA/HCFMUSP,
2000.
Disponível
em:
http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=12 10 - PRATICANTES DE EQUOTERAPIA, Bárbara Cristina de Sousa Gonçalves Esp. 2013. Disponível em: http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/viewArticle/1270 11 - CAMINHOS DA HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE, Prática e reflexão. Izabel Cristina Rios. 12 - Humanização da arquitetura hospitalar: entre ensaios de definições e materializações híbridas. Marieli Azoia Lukiantchuki e Gisela Barcellos de Souza. 2010. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos 13 - COSTA, José Ricardo Santos de Lima. Espaço hospitalar: a revolta do corpo e a alma do lugar . Arquitextos, n. 013, 2001. Disponível em: <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/bases/texto079.asp 14 - LIMA, João Filgueiras. O que é ser arquiteto: memórias profissionais de Lelé (João Filgueiras Lima). Depoimento a Cynara Menezes. Rio de Janeiro, Record, 2004.
106
15 Intervenção da Equoterapia no Equilíbrio Estático de criança com Síndrome de Down. Cristiane Helita Zoel; Carlos Henrique da Silva Porto; Cirstina Iwabe; Sofia Poletti. 2009. 16
Movimento Down. Disponível em: http://www.movimentodown.org.br
17 - História do Movimento das Apaes, APAE, Brasil, 2008. Disponível em: http://www.apaepr.org.br/artigo.phtml?a=77 18 - Http://apaebrasil.org.br/page/ 19- Lago Norte. Disponível em: http://www.sarah.br 20 - Http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.153/4865 21 - A Linguagem Da Arquitetura Hospitalar de Joao Figueiras Lima, Eduardo Westphal. 2007 Possibilidades de estimulação de portadores da síndrome de Down em 22 musicoterapia. Disponível em: http://www.meloteca.com 23
Alucinações Musicais, relatos sobre a música e o cérebro. SACKS, Oliver, 2007.
24 Tratamentos: Fonoaudiologia na Síndrome de Down. Disponível em: http://www.centraldafonoaudiologia.com.br/ Cachorros para crianças com síndrome de Down. Disponível em: 25 http://ateac.org.br CLÍNICA AMPLIADA 26 http://www.redehumanizasus.net 27
E
COMPARTILHADA,
Disponível
em:
Clínica Ampliada e Compartilhada. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br
Dicas em Saúde: 28 http://bvsms.saude.gov.br
A
Clínica
Ampliada.
Disponível
em:
29 - Humanização de ambientes hospitalares: Características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior. RENATA THAÍS BOMM VASCONCELOS. Mestrado, 2004.
107
ENTREVISTA COM TERAPEUTA OCUPACIONAL ESPECIALIZADA EM SÍNDROME DE DOWN NOME DA TERAPEUTA OCUPACIONAL: RENATA FREITAS MARTINS FORMAÇÃO: USP RIBEIRÃO PRETO DATA: 04/05/2017 LOCAL: LUDRE CENTRO DE ATENDIMENTO INFANTIL ESPECIALIZADA QUESTIONÁRIO: 1- Como a terapia ocupacional ajuda no tratamento do paciente? Renata: N s terapeutas ocupacionais ajudamos o paciente a se desenvolver se relacionando com o meio em que ele convive, já que o paciente com a síndrome de Down apresenta certo atraso no desenvolvimento, como o desenvolvimento motor. Ajudamos também a educar pais e familiares para que desenvolvam as mesmas atividades realizadas na consulta, fora do consultório, para garantir que os estímulos ao desenvolvimento não parem conforme o término da sessão da terapia. Considero uma das terapias mais necessárias para o caso, pois garante desenvolvimento das habilidades para as outras 2- Quais as atividades desenvolvidas no consultório? Renata: Aqui realizamos atividades como: Desenhar com tintas e cores diferentes, em papeis, lousas e parede, por conta do desenvolvimento tátil; Atividades no pula-pula para desenvolvimento motor; Recreação com brinquedos como balanço, escadinhas, bolas, caixas de montar, bonecos, entre outras. Resumindo, os pacientes brincam com tudo no consultório, de maneira que essas atividades ajudem no desenvolvimento.
(fonte pessoal)
109
Brincadeiras manuais. (fonte pessoal)
Brinquedos diversos. (fonte pessoal)
3- Qual tipo de estrutura e espaço necessária para a realização da terapia? Renata: O único objeto planejado na minha sala uma estrutura met lica reforçada para suportar os brinquedos que ficam suspensos, como as escadas e os balanços. De resto, basicamente, é preciso um espaço amplo para a realização de brincadeiras, armazenamento acessível dos objetos e brinquedos, banheiro, e um escrit rio .
Espaço amplo. (fonte pessoal)
Suporte em estrutura metálica. (fonte pessoal)
110
Armazenamento acessível. (fonte pessoal)
Escritório da terapeuta. (fonte pessoal)
4- Se houvesse um espaço integrado com atividades ao ar livre, poderia influenciar no tratamento? Renata: Com certeza. Quanto mais figuras, imagens, texturas e objetos diferentes, mais aumenta o significado das coisas para o paciente, sem contar os estímulos constantes que a natureza proporciona para o ser humano, especialmente para o portador da SD. 5- Quais as dificuldades na realização das terapias? O que falta? Renata: Sinto falta de um ambiente com acessibilidade e com espaços adaptados, a clínica quando foi construída não respeitou as necessidades de acessibilidade para um deficiente físico. Os banheiros por exemplo, não possuem altura ideal para um paciente na cadeira de rodas, e outros banheiros também não possuem tamanho para que suportem uma cadeira de rodas. Foi preciso que eu fizesse uma adaptação pessoal aos banheiros em outras salas problemáticas da clínica. Também sinto falta de mais estímulos sensoriais, como painéis sensoriais ao longo da clínica, pois acredito que ajudam no desenvolvimento da criança mesmo quando não estão na terapia, por exemplo, quando estão esperando a consulta
111
Altura inacessível para cadeirantes
Banco para alcançarem a pia. (fonte pessoal)
6- Em sua opinião, se a terapia ocupacional se aliasse em um espaço junto a outras terapias especializadas na síndrome de Down, ajudaria no tratamento? Em que? Renata: Com certeza. Aqui na clínica trabalhamos com fisioterapia, fonoaudiologia, musicoterapia e neuropsicologia que juntas ajudam a entender mais sobre o paciente e suas inibições pessoais, com uma terapia ajudando na outra, mas essas terapias são oferecidas para todas as crianças com alguma deficiência, então não conseguimos focar somente no trabalho com a Síndrome de Down.
7- Qual o número máximo de pacientes atendidos por dia quantos pacientes atendem com a Síndrome de Down? Renata: Cada dia possui um número de pacientes, dias mais cheios atendo at 9 crianças, de manhã até a noite. Aqui na clínica tratamos de 7 crianças com a Síndrome de Down. Atendemos vários tipos de deficiências, mentais e motoras .
112
8- Quantas horas são necessárias para uma terapia eficaz? Renata: A terapia ocupacional nada mais do que uma atividade reforçada das práticas que a criança já desenvolve no dia a dia, por tanto não possui uma quantidade necessária de horas, pois quanto mais a criança fizer, mais ela se desenvolverá, por isso educamos os pais a continuarem com as atividades das terapias fora da consulta, mas indicamos que a recebam pelo menos duas vezes na semana, por 45 minutos por dia .
9- Em sua opinião, o que seria imprescindível em um projeto para um espaço de terapias ocupacionais? Renata: Como falei anteriormente, um espaço amplo para a realização das atividades terapêuticas. O que também acho fundamental é o contato com o exterior, para os estímulos com a natureza. Acho que nossa clínica possui recursos necessários para certos tratamentos infantis, porém peca nos espaços segregados e fechados, não possuímos nada que leve a criança para fora da sua rotina aqui.
10- Em Ribeirão Preto, o que falta em suporte para atendimentos na Síndrome de Down? Renata: O que percebo nos tratamentos realizados em Ribeirão, não s na Síndrome de Down, mas em todas as reabilitações, é que não são feitos juntos com outros apoios médicos necessários, é muito difícil achar uma clínica aqui que o paciente realiza todos os seus atendimentos precisos, e isso conturba a rotina do paciente.
11- Quais terapias e apoios mais importantes para a realização da reabilitação da SD? Há parcerias com outras terapias aqui na Clínica? Renata: Acho importante ressaltar a fonoaudiologia, a fisioterapia, musicoterapia, psicologia, neuroterapias, terapia com animais, e terapias ao ar livre como na piscina. Os apoios principais para a saúde são dentistas, nutricionistas, educadores físicos, e qualquer outro necessário dependendo do indivíduo, assim como o que acontece em quem não portador da Síndrome de Down .
Observações Finais: As Fontes das imagens são pessoal, e foram tiradas na clínica Ludre na Rua João Penteado, 1634 no Jardim América.
113
ENTREVISTA COM O USUÁRIO: MÃE DE UMA PORTADORA DA SÍNDROME DE DOWN
NOME DA MÃE DA PORTADORA: JOSIANE GONÇALVES NOME DA PORTADORA: MARIA CECÍLIA GONÇALVES IDADE: 1 ANO E 6 MESES DATA: 02/05/2017 QUESTIONÁRIO:
1 Quais são as maiores dificuldades que os pais enfrentam com um filho com a SD? Josiane: A primeira dificuldade o preconceito com o diferente. As pessoas entendem a criança com a Síndrome de Don como doentes, e não uma condição genética. A segunda maior dificuldade são os recursos econômicos e o tempo que precisam ser gastos para o tratamento da criança .
2
Qual é a sua rotina com a Maria Cecília?
Josiane: De dia ela fica com a minha mãe, ainda não confiamos em deixar em creche ou escolinhas, pois a atenção com ela deve ser diferenciada no inicio da vida, como o jeito de andar, o jeito que a pegamos no colo, o jeito que conversamos com ela, enfim, estimulos diários e constantes que não podemos ignorar pro bem do desenvolvimento dela. De segunda à sexta ela tem horarios agendados para a reabilitação, os horários fixos são para a terapia ocupacional e fisoterapia duas vezes na semana, e fonoaudiologia em um dia da semana. Eu e meu marido trabalhamos o dia inteiro, e quando chega a noite dividimos o horaro para levar ela nas terapias, e ocasionalmente dividir esses horarios para consultas de apoio como dentista, cardiologista e neuropscicologo. Aos fim de semana vamos ao parque para que não fiquei sem alguns estimulos necesarios para a terapia, e praticamos algumas atividades
3
As consultas citadas são no mesmo lugar?
Josiane: Não, nenhuma. A cliníca onde a Maria Cecília faz sua terapia tambem possui fonoaudiologia e fisioterapeua, mas nem sempre encontramos um horário disponível no que podemos, e nem um preço acessivel. A fonoaudiologa que estamos pagando vai até a minha casa a noite, o que resolve o problema com horarios mais atrapalha a rotna da casa, e a fisioterapeuta que encontramos em
114
outra clínica tem um atenção maior para a sindrome de Down, diferente da encontrada na clínica Ludre que atende todos os tipos de criança com deficiencia ou não.
4 Alem dessas terapias, existem outras que são indicadas? Se sim, porque ela não faz? Josiane: Sim. Quando recebi a noticia que eu estava gr vida de uma portadora da Síndrome de Down, logo comecei a pesquisar o apoio médico principal e as terapias fundamentais para o desenvolvimento da minha filha, e especialistas me indicaram de cara a terapia ocupacional e a fisioterapia sendo fundamentais, e que outras terapias como com animais (ou até mesmo comprar um animal para ela), musicoterapia, e hidroterapia sendo uma grande ajuda no desenvolvimento da criança. Infelizmente, não temos tempo para todas, e a questão financeira também impede, já que o custo das terapias pesa todo mês.
5 Na sua opinião, um espaço que integre todas essas estruturas de apoio à reabilitação citadas nas perguntas anteriores, facilitaria sua rotina? E a da criança? Josiane: Absolutamente. Nossa rotina atual conciliando trabalho trabalho e consultas acaba no deixando sem tempo para outras atividades, o nosso deslocamento de um lugar para o outro é desgastante. Um lugar que estivesse todas essas terapias, mais um apoio médico, ambos especializados e de preço acessivel certamentefacilitaria nossas vidas, principalmente nos horários e na nossa confiaça com o profissional. Acho que influenciaria até no tratamento, pois é muito importante a criança se sentir confortável no ambiente que ela passará bons anos da vida dela, e não só por ela, como nós tambem participamos da terapia, seria legal termos um ambiente assim tambem para nós pais.
6
Você confiaria em deixar essa criaça durante o dia nesse ambiente?
Josiane: Sim, se fossem profissionais especializados na rea não haveria nenhum problema. A maior dificuldade para deixarmos nas creches, pelo menos aqui em Ribeirão Preto, é que mesmo algumas estando preparadas para receber deficientes físicos e mentais, ainda não há um suporte que supre todas as necessidades e atenção que a criança com Sindrome de Down precisa. O modo como ela se desenvolve durantes os primeiros anos é de fundamental importancia pra reabilitação e tratamento de algumas disfunções que podem acontecer, essa atenção no início de suas vidas é o que chamamos de intervenção precoce, e quanto mais cedo la for praticada, mais cedo a criança consegue desenvolver suas habilidades.
115
7 Na sua opinião, o que não pode faltar nesse ambiente planejado para a reabilitação da SD? Josiane: O que mais sinto falta no dia a dia da Maria Cecília é um lugar com área externa. Como moramos em apartamento e as clínicas não possuem uma área verde onde se tem contato com o externo, ficamos condicionados somente ao fim de semana á leva-la em parques e praças. Percebemos uma grande mudança no humor e nos reflexos dos sentidos dela quando ela tem contato com qualquer tipo de animais, com a água, com a grama, com a areia no parquinho, e com todos os tipos de plantas e arvores, e gostariamos que isso fosse mais rotineiro na vida dela, e nas nossas, pois nossa saúde fisica e mental tambem é de extrema importancia para ajudarmos no desenvolvimento de nossos filhos.
116
planta de locação
I L I T N A S O C S E C N A R F E D A I N I G R I R. V
A PISCIN DECK
- 1,00
±0,00
PIA TERA HIDRO
JARDIM DA FAMÍLIA
11
10 DE RAMPA A ENTRAD L PRINCIPA
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1º A TEN DIM ENT O
COBERTURA METÁLICA INCLINAÇÃO 45%
9 8
TERAPIAS AO AR LIVRE
7
A RTUR COBE SCÓPICA TELE
6 5 4
LAJE DE COBERTURA
3 2 1
RINCIPAL EDIFÍCIO P
ÉGIO O COL A O S F ACES WALDOR
A BORBOLET TELHADO ÃO = 25% INCLINAÇ 1,00
ACESSO S LA PASSARE 5,00
ES
ESPAÇO TERAPIA COM ANIMAIS
COLEGIO WALDORF
TERAPIAS AO AR LIVRE
2,00
B TÁ
UL
IL AN O/C
2º A TEND IMEN TO
A BORBOLET TELHADO ÃO = 25% INCLINAÇ
R. MANOEL ABRAHÃO
COBERTURA METÁLICA INCLINAÇÃO 45%
4,00
ICHE ANDU 4% S A H O TEL LINAÇÃ INC
3,00
PISO GRAMA - ESPAÇO CA VALO ÓRIO RVAT DO E S E R LEVA E
N
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
ESC. 1/250
planta , cortes e elevações - edifício principal .A
10,50
4,45
25,00
SALA REUNIÃO/ DIREÇÃO
ESPERA/ EXPOSIÇÃO ITINERANTE
RECEPÇÃO
3,00
3,80
BRINQUEDOTECA
6,70
5,85
2,00
19,40
10,80
2,50
6,70
ADMINISTRAÇÃO
REFEITÓRIO ADM. E ATENDIMENTO
11,85 4,40
DML
CAIXA ELEVADOR
.B
3,15
3,50
3,50
3,00
LOJA ARTESANATO
CONVÍVIO
sobe
2,00
3,15
3,00
8,00
ELEVADOR HIDRÁULICO
WC MASC/ FRALDARIO
1,90
2,05
4,00
11 12 13 14 15 16 17 18
3,90
9 8 7 6 5 4 3 2 1
10,60
4,00
18,25
4,60
3,70
17,65
.B
2,90 8,00
2,90
2,90
JARDIM INTERNO
corte aa esc. 1/200
3,15
6,40
1,90
3,40
WC FEM/ FRALDARIO
3,20
3,20
2,00
3,20
DEPOSITO EQUIP.
4,30
2,05
4,15
4,15
VESTIÁRIO MASC.
LOJA DE ORTOPEDIA
LOJA GASTRONOMIA
CAFETERIA
VESTIÁRIO FEM.
.A 3,00
5,00
5,00
3,00
planta baixa - layout esc. 1/200
3,00
CORTE BB
3,00
5,00
corte bb esc. 1/200
3,00
3,00
2,00
2,50
2,50
vista frontal esc. 1/200
3,00
3,00 5,00
3,00
3,00
5,00
5,00
5,00
vista posterior esc. 1/200
vista lateral direita esc. 1/200
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
vista lateral esquerda esc. 1/200
PERSPECTIVA ILUSTRATIVA edifíco principal
ESC. 1/250
planta , cortes e elevações - 1º atendimento B
FISIOTERAPIA
4,8 5
PSCICOLOGIA/ NUTRICIONISTA
ORTOPEDIA/ FONOAUDIOLOGIA
0,50
4,5 0 3,0 0
3,0 0
3,0 0 OFTALMOLOGIA
4,5 0
4,5 0
4,5 0
4,5 0 ODONTOLOGIA
TERAPIA OCUPACIONAL
3,0 0 PSCICOMOTRICIDADE/ LUDOTERAPIA
A
3,00
PEDIATRIA
3,0 0
5,00
CARDIOLOGIA/ NEUROLOGIA
3,0 0
4,00
3,0 0
3,0 0
A
4,5 0
4,5 0
4,5 0
4,5 0
Projeção Cobertura
B
corte aa esc. 1/200
5,00
4,00
5,50
4,50
3,00
3,00
5,00 4,00
50
planta baixa - layout esc. 1/200
corte BB esc. 1/200
5,00
4,00
vista frontal esc. 1/200
2,00 3,00
3,00
2,00
vista posterior esc. 1/200
vista lateral direita esc. 1/200
vista lateral esquerda esc. 1/200
PERSPECTIVA ILUSTRATIVA - atendimento integrado com jardim família PERSPECTIVA ILUSTRATIVA - fachada
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
ESC. 1/250
planta , cortes e elevações - 2º atendimento 2º ATENDIMENTO
1,20
4,8 5
4,8 5
4,8 5
4,8 5
4,8 5
4,8 5
B. CAIXA D'ÁGUA
6,0 0
6,0 0
T.O EM GRUPO/ BRINQUEDOTECA
6,0 0
OFICINA MUSICOTERAPIA
6,0 0
6,0 0
REFEITÓRIO
0,80 3,00
VESTIÁRIO MASC.
6,0 0
3,00
VESTIÁRIO FEM.
DEPOSITO
A.
1,3 5
A.
ML
fraldario
4,80
5,50
fraldario
2,0 0
2,3 ROUPARIA 0
COPA
1,5 0
2,3 0
corte aa esc. 1/200
Projeção Cobertura
5,50
3,00
4,80
B.
planta baixa - layout esc. 1/200
3,00
5,50
4,20
corte BB esc. 1/200
3,00
5,50
4,20
vista frontal esc. 1/200
vista posterior esc. 1/200
0,50 2,00
1,20
3,00
4,80
5,50
5,50 3,80
vista lateral direita esc. 1/200
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
Pé Direito máximo
vista lateral esquerda esc. 1/200
PERSPECTIVA ILUSTRATIVA - atendimento integrado com terapia com animais
ESC. 1/250
planta , cortes e elevações - ESTÁBULO / CANIL
AA CAIXA D'ÁGUA
AA1
3,10
vista lateral direita esc. 1/200
2,40
vista frontal esc. 1/200
DEPÓSITO
2,40
3,00
3,10
2,00 CANIL
3,00
CANIL
3,00
CANIL
3,15
21,00
3,15
3,00
3,15
CAIXA D'ÁGUA
AA1
CAIXA D'ÁGUA
ESTÁBULO
ESTÁBULO
ESTÁBULO
2,85
2,85
3,30
3,50
VESTIÁRIO FEM.
vista posterior esc. 1/200
2,40
2,40
DEPÓSITO VESTIÁRIO MASC.
2,85
3,85
3,00
3,00
3,00
3,00
3,85
19,70
3,10
3,10
CAIXA D'ÁGUA
vista lateral esquerda esc. 1/200
3,50
AA
planta baixa - layout esc. 1/200
5,80
2,50
60
CAIXA D'ÁGUA
2,70
5,80
2,50
60
2,70
corte aa esc. 1/200
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
corte bb esc. 1/200
PERSPECTIVA ILUSTRATIVA estábulo / canil
ESC. 1/250
PERSPECTIVAS - edifício principal
fachadafrontal - edifício principal
fachada frontal - espaço para animais
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
fachada posterior edifício principal
perspectiva lateral esquerda - espaço para animais
perspectiva lareal direira
PERSPECTIVAS - edifício principal
exposição de arte itinerante / jardim interno
vista lateral - terraço jardim / telhado borboleta
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
fachada com exposição e jardim interno
terraço jardim com café / vista jardim interno
terraço jardim - convívio
PERSPECTIVAS - vistas do terreno
estĂĄbulo/canil - caminho para terapia com animais
setor de atendimentos
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
entrada com o colĂŠgio waldorf
passarelas entre setores
setor de atendimentos / passarrelas
PERSPECTIVAS - vistas do terreno
desck piscina com vista para atendimentos
vista da implantação
PAULA CALDEIRA DE OLIVEIRA GSPublisherVersion 0.96.100.100
deck/ piscina - hidroterapia
hidroterapia - vista para entrada ao colégio waldorf
vista da implantação