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LASERTERAPIA

LASERTERAPIA

Edmilson Barreiros Júnior,

procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF/AM).

COMBATE À CORRUPÇÃO

Compra de votos, “caixa 2” e lei da ficha limpa são as principais preocupações para as eleições deste ano, ressalta o procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF/AM), Edmilson Barreiros Júnior, em entrevista à Cenarium.

JHEMISSON MARINHO

“As pessoas passaram a se incomodar com o discurso do “rouba, mas faz”. A afirmação do procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF/ AM), Edmilson da Costa Barreiros Júnior, que concedeu entrevista exclusiva à Revista Cenarium e afirmou que a corrupção está na pauta do dia e será um dos grandes temas da campanha eleitoral neste ano. Para o homem que comanda a instituição responsável por deflagrar uma das investigações mais importantes do Estado nos últimos anos (Operação Maus Caminhos), o tema da corrupção atrai tanto a atenção dos atores do processo político, quanto do eleitor. E, ao longo do período que antecede as eleições, serão relevantes na pauta de discussões as investigações de nível local e nacional, como é o caso da Operação Lava Jato – “um case sem igual”, nas palavras de Barreiros –, e da Maus Caminhos, entre outras. “Há trabalhos fantásticos no Ministério Público do Estado, como as operações via Gaeco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado)”, afirmou Edmilson Barreiros Júnior.

TRABALHOS JÁ COMEÇARAM

Para o pleito deste ano, a Procuradoria da República no Amazonas já iniciou os trabalhos de articulações com a sociedade civil e demais órgãos, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que divulga mensalmente a lista com os gestores públicos ‘fichas-suja’. Em março, foram 1.381 contas irregulares entregues ao MPF e ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM).

“O Ministério Público evoluiu muito na função eleitoral, nacionalmente. Mas nada adianta se o cidadão não fizer a parte dele”, destacou Barreiros. “(O eleitor) deve procurar o MPF, o TRE, os juízes e promotores de sua cidade”, completou.

E três são as principais preocupações da Procuradoria nas eleições deste ano, segundo o procurador-chefe. A primeira é a compra de votos – motivo que levou à cassação do ex-governador do Amazonas.

Outra preocupação é o chamado ‘caixa 2’, que são os repasses para as campanhas eleitoras fora da contabilidade oficial. Este esquema teve uma leva de acusações ao longo da operação Lava Jato contra os mais diversos políticos e partidos.

O terceiro ponto que mais deixa o MPF em alerta é a “prevalência da lei da Ficha Limpa, que precisa ter o rigor reafirmado”, segundo Barreiros, que fez um alerta: “Uma hora ou outra aparece uma interpretação mais leniente”.

NOVA MENTALIDADE

Com a onda de escândalos que vem ocorrendo em todo o país, nas esferas municipal, estadual e federal, reveladas por operações como a Lava Jato, a sociedade passou a exigir uma nova postura tanto das autoridades que combatem a corrupção, quanto dos políticos em quem confiam o seu voto, destaca o procurador-chefe do MPF-AM.

“(A corrupção) é o problema que mais preocupa o brasileiro, ganhando atualmente das questões envolvendo a saúde e a segurança pública, de acordo com as

pesquisas”, afirmou. “Isso é sintomático dos nossos tempos”, completou Barreiros.

Sobre a operação Maus Caminhos, por exemplo, o procurador destacou que se tratava de um assunto muito cobrado. “Os órgãos eram muito cobrados e ela (a investigação) chegou. Trata-se de muito sensível, que é o desvio de recursos da saúde pública envolvendo autoridades populares na esfera política”, disse.

Assim, a partir do momento em que os crimes de corrupção passaram a incomodar ainda mais à sociedade, explica o procurador, ela passou a cobrar um rigor maior no combate a este crime, refletindo em ações que ganharam os noticiários mês após mês nos últimos anos.

É nesse contexto que se dará o trabalho do Ministério Público neste ano de eleições, um ano recheado de polêmicas envolvendo os grandes partidos, de atenção redobrada às chamadas Fake News (notícias falsas) e o primeiro pleito nacional sem o financiamento empresarial das campanhas. Vale lembrar que nas eleições municipais, de 2016, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as doações de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais já haviam sido declaradas inconstitucionais.

Para o procurador do MPF no Amazonas, caberá ao cidadão comum ajudar nos trabalhos de fiscalização dos agentes públicos. “A mudança de mentalidade das pessoas é algo importante. Elas passaram a ver como a corrupção é perigosa. Hoje, as pessoas que mais precisam dos serviços públicos, veem que o dinheiro (roubado pela corrupção) faz falta”, explicou. TROCA DE INFORMAÇÕES INSTITUCIONAIS

São diversas as razões para o crescimento no número de investigações de casos de corrupção, segundo Edmilson Barreiros Júnior.

Uma delas é a maior proximidade dos órgãos fiscalizadores. No caso do MPF, foram feitos convênios com órgãos como o Tribunal de Contas e o Ministério Público do Estado – para citar apenas dois exemplos.

“Há uma prática de troca mais frequente de informações nas redes de controle”, aponta o procurador.

Paralelas a essas medidas, a maior transparência nos gastos e ações dos gestores públicos possibilitaram maior visibilidade ao fenômeno da corrupção. “Quanto maior a transparência, maior a visibilidade da corrupção”, apontou o procurador-chefe do MPF-AM.

Uma terceira razão é a participação popular, uma vez que “o crime de corrupção é difícil de ser apurado e difícil de ser punido, já que é feito às escondidas”, conforme explicou o chefe do MPF no Amazonas.

Além destas, o pacote das ’10 Medidas Contra a Corrupção’, de 2015, também merece créditos.

Há três anos, a iniciativa popular com as 10 medidas anticorrupção coletou de mais de 2 milhões de assinaturas. O pacote foi elaborado pelo Ministério Público Federal, foi apresentado ao Congresso Nacional em março de 2016.

As medidas foram apresentadas ao Congresso Nacional em março de 2016, mas deputados retiraram do texto as principais mudanças.

AVANÇOS NOS TRABALHOS DO MPF

Amazonense, Edmilson Barreiros Júnior assumiu a chefia do MPF-AM pela terceira vez, em 2017. Ele foi designado para a chefia da Procuradoria da República no Amazonas, substituindo o procurador Frederico Pellucci.

O procurador chegou ao MPF em 2006, depois de ter passado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas por quatro anos. O procurador-chefe tem atribuição de dirigir, coordenar e supervisionar as atividades da Procuradoria da República, segundo o regimento da instituição.

Em sua gestão, Barreiros destacou o fortalecimento do MP, a despeito da crise. “Temos conseguido manter o atendimento às pessoas no interior. Inauguramos a sede de Tabatinga, que estava há bastante tempo na Justiça. Além disso, a Procuradoria cresceu muito em termos de acordos com outras instituições, como a Secretaria de Segurança Pública, a Marinha do Brasil, entre outras”, afirmou.

Nos últimos anos, houve avanço nas questões

“Há trabalhos fantásticos no ministério público do estado, como as operações via Gaeco (grupo de atuação especial regional para prevenção e repressão ao crime organizado)”

“A mudança de mentalidade das pessoas é algo importante. elas passaram a ver como a corrupção é perigosa. hoje, as pessoas que mais precisam dos serviços públicos, veem que o dinheiro (roubado pela corrupção) faz falta”

ambientais e no combate ao tráfico de drogas. “As instituições estão se especializando, seja no controle da corrupção, seja na questão da segurança pública”, afirmou.

Questionado acerca da decisão do CNJ de extinguir as varas federais no interior do Amazonas (Tabatinga e Tefé) por baixa produtividade, Barreiros Júnior disse que se tratou de uma “decisão muito infeliz”. “Esta não foi uma decisão tomada com base na realidade concreta, mas com a visão de tecnocratas que não conhecem a realidade amazônica”, destacou.

No início de abril, o CNJ firmou compromisso de manter o funcionamento das varas. Segundo Barreiros Júnior, na Região Norte há um vazio populacional e uma dívida do Estado, que não presta serviços públicos com a qualidade necessária para todos os municípios.

Para o procurador-chefe, existe uma injustiça histórica com os indígenas e o fechamento das varas federais seria ainda pior. “Tentamos sempre ir nas terras deles, ainda que longe das sedes”, afirmou. ▄

Cinthia Guimarães

Jornalista, com especialização em economia e marketing digital.

COMO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL FAZ DIFERENÇA NA SUA VIDA!

Oque é inteligência emocional? É a capacidade de reconhecer e gerenciar emoções, nos múltiplos aspectos da experiência humana. A definição é concebida pelo terapeuta Tadashi Kadamoto que esteve em Manaus para ministrar a palestra “Vivendo com Inteligência emocional”, da qual eu pude participar e aprender. A habilidade tem sido muito discutida no ambiente corporativo que nos exige, atualmente, mais do que conhecimento técnico-científico, mas também capacidade de lidar com pessoas, administrar desafios e tomar decisões assertivas. Primeiro, passa por conhecer as nossas próprias emoções e saber governá-las, o que significa um exercício de autoconsciência e de reconhecer qual é o nosso ponto fraco e como isso nos atrapalha. Quem sou eu? Como eu funciono? Como lido com os meus sentimentos? São a perguntas chaves na busca da inteligência emocional. Por exemplo, se seu ponto fraco é a impaciência, então você já sabe o que deve controlar. Isso faz parte dos quatro níveis de aprendizado da inteligência emocional. Quando não tenho consciência, não consigo agir e estou limitado. Mudar é possível, até porque ninguém nasce pronto! O interessante é que esta habilidade fundamental nos dias de hoje pode ser desenvolvida e treinada dentro de nós!

Comportamento negativo

Comportamento vindo de pessoas que criticam os outros, geram contendas, dissipam a equipe, gritam, constrangem os colegas, mentem, não levam o trabalho a sério e cultivam antipatia na equipe devem ser revistos. Ou seja, não apenas as suas emoções, mas como lidar com as emoções alheias.

Profissionais da geração Y e Z que fazem parte da população economicamente ativa já mostram rejeição ao perfil de chefe autoritário, temido e rude. Então aquele tipo de chefe que impõe autoridade através do medo e do constrangimento ficou no passado. Eles não desapareceram, mas estão precisando se adaptar aos novos tempos. A nova geração de profissionais busca líderes inspiradores e equilibrados. É a hora que a inteligência emocional faz diferença na liderança.

Pessoas felizes produzem melhor, tornam o ambiente de trabalho mais agradável e mais próspero. Quem tem mais QI emocional tende a crescer e destacar em ambientes sociais e profissionais

Pessoas emocionalmente inteligentes são positivas, não ficam se queixando, têm atitude, têm empatia pelo próximo, não se contaminam, não botam sua felicidade na mão dos outros e não vivem do passado. Isso significa que são essencialmente mais felizes e realizadas.

O mesmo vale para a vida pessoal. A inteligência emocional faz diferença em casamentos felizes e duradouros que tem por trás parceiros com muita habilidade para lidar com as emoções: sabem perdoar, sabem o momento certo de falar, de calar, de esperar e de dialogar.

Viver é um desafio diário. Somos provados cotidianamente por situações e pessoas e convidados a exercer a nossa inteligência emocional diante delas. Ou seja, sempre passamos por provocações e estamos em constante aprendizado para gerenciar nossas emoções, como alguém em fase remissiva de um vício: um dia de cada vez. Não se preocupe, faz parte do caminho!

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