"Nota zero"

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SALVADOR, SÁBADO, 26 DE OUTUBRO DE 2013 Fotos Fernando Frazão/ Agência Brasil

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Agredidos pela polícia durante as manifestações, com balas de borracha e gás de pimenta, educadores incluíram o fim da repressão entre suas reivindicações

Nota zero

particular, não matricularia seus filhos numa escola pública municipal”.

Professores estão em greve desde 8 de agosto no Rio de Janeiro. Eles lutam por melhorias na educação PAULA MORAIS

Não há motivo para comemorar o mês dos professores. É que os mestres municipais e estaduais do Rio de Janeiro estão em greve há quase 80 dias. As principais reivindicações são por melhoria nas condições de trabalho e aumento salarial. No dia 1º de outubro, vereadores do Rio aprovaram o plano de cargos e carreiras e remuneração (PCCR). A lei vai aumentar o salário dos professores

novos e daqueles mais experientes, que têm mais de 25 anos de carreira. A diferença é de 26 vezes entre os dois salários. Só que o PCCR ajudaria apenas um a cada nove professores, segundo Rosilene Almeida, coordenadora do Sindicato dos Educadores do Rio de Janeiro. Ela disse que os professores que trabalham menos de 40 horas por semana acabariam ganhando menos. “Isso só mudaria após cinco anos”. OUTRO LADO

A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) disse

EDUCAÇÃO DE TODOS

Passeata próximo ao Palácio Guanabara, sede do governo

que já recebeu o Sepe cinco vezes e apresentou respostas aos pedidos dos professores. “O Rio está entre os que pagam acima do valor nacional. Já aumentamos o salário em oito vezes este ano. Assim, o Rio fica entre os que mais valorizam os professores”. Para o professor Márcio Aska, o governo não está

preocupado com a educação. “Eles zombam da gente. O prefeito sabe que na escola pública falta estrutura. Não é só o salário”. Questionado se matricularia o filho em uma escola pública, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse que “por ter dinheiro para pagar uma escola

“A luta não é só do Rio de Janeiro. Toda a educação brasileira está ruim, e exigimos melhorias”, falou a coordenadora Rosilene Almeida. No dia dos professores, 15 cidades protestaram a favor dos mestres do Rio. Salvador foi uma delas. No ano passado, os professores estaduais de Salvador também fizeram uma greve. Os protestos duraram 115 dias. “Hoje, os professores que foram demitidos durante a greve voltaram a trabalhar, o salário aumentou e a carga horária foi reduzida para 26 horas”, disse Rui Oliveira, coordenador do APLB, sindicato dos professores da Bahia.


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