Festival Internacional do Documentário Estudantil
2022
De 11 a 15/05
Cine Passeio
(Rua Riachuelo, 410, Centro)
Cinemateca de Curitiba
(Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco)
linktr.ee/fide_br
Bem-vindos e bem-vindas de volta ao FIDÉ. Meses depois da última edição do FIDÉ Brasil, o mundo parou: um vírus desconhecido desestabilizou nossas certezas, nos isolou socialmente, escancarou a fragilidade humana e nos forçou a novas perspectivas de vida. Foi preciso aprender outras formas de trabalhar, de estudar, de nos relacionar e, também, de dizer adeus às mais de seis milhões de vidas perdidas em todo o mundo. Foram, e ainda são, tempos sombrios. Mas a Ciência, a despeito do negacionismo vigente, trouxe luz com a vacina. Graças a ela, pudemos reacender também as luzes dos projetores: voltar a ocupar as salas de cinema é como recuperar nosso fôlego, nossa humanidade. A 6ª edição do FIDÉ Brasil chega para nos lembrar que a arte salva, e que o cinema documentário ainda é uma das maiores ferramentas que temos para (tentar) compreender o mundo à nossa volta. Em 2022, apresentamos 39 documentários originários de oito países, como Argentina, Espanha, França, Hungria, Bélgica, Portugal, entre outros, além do Brasil. Aliás, esta é a edição com a maior quantidade de filmes nacionais até agora, incluindo alguns de Curitiba.
Entrada gratuita. Acesse nosso site:
Para além da mostra estudantil, abrimos o festival com o celebrado Eneida, longa-metragem da curitibana Heloisa Passos que narra uma delicada busca familiar entre mulheres que não se veem há mais de duas décadas. O documentário estreou no 24º Festival du Cinéma Brésilien de Paris e no É Tudo Verdade 2022, e tem sua primeira exibição em Curitiba durante o FIDÉ, em sessão única no Cine Passeio. Outro destaque é a retrospectiva das cineastas Rita Moreira e Norma Pontes, com a exibição de três curtas-metragens da série nova-iorquina da dupla que exploram a temática do feminismo lésbico nos anos 1970. A sessão é seguida de bate-papo com Rita Moreira, que viaja especialmente para o festival. Concebido na França em 2008 e realizado também no Brasil em edições bianuais desde 2012, sempre na Cinemateca de Curitiba, FIDÉ é uma vitrine da produção documental em âmbito estudantil. Nossa aposta é pela diversidade de linguagens e possibilidades do cinema de não ficção, valorizando também as instituições de ensino por trás destas produções. É bom estarmos juntos de novo. Esperamos que aproveitem o festival!
Programação Quarta, 11/05 Cine Passeio (R. Riachuelo, 410 , Centro) 19h30 - Sessão de abertura: → Eneida, de Heloisa Passos (Brasil/79”/2022) Bate-papo com Heloisa Passos Mediação: Sandra Nodari Eneida, 84, faz uma jornada rumo a seu passado em busca da primogênita que não vê há mais de 20 anos. Com a ajuda
de sua filha do meio, a cineasta Heloisa Passos, Eneida embarca nesta odisseia que tenta derrubar o muro que divide a família, transitando por momentos de descobertas, esperança, medos e incertezas. Com estreia mundial no 24º Festival du Cinéma Brésilien de Paris e no É Tudo Verdade 2022, o longa tem sua primeira exibição em Curitiba durante o FIDÉ Brasil.
HELOISA PASSOS, realizadora e diretora de fotografia curitibana, dirigiu vários curtas-metragens, entre eles o premiado Viva Volta, com Raul de Souza e Maria Bethânia. Seu primeiro longa-metragem como diretora, Construindo Pontes, estreou no IDFA, maior festival de documentários do mundo, tendo recebido o Prêmio Marco Antônio Guimarães no 50o̊ Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, Menção Honrosa no CineEco 2018 (Portugal) e o prêmio da crítica CAMIRA no VIII Festival Márgenes (Espanha). Entre os mais de 40 filmes
que fotografou, estão longas premiados internacionalmente, como Manda Bala (Excelência em Cinematografia Sundance, 2007), Nothing Lasts Forever (Berlinale, 2022), Mulher do Pai (Berlinale, 2017 e melhor Fotografia no Festival do Rio), Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Veneza, 2009 e melhor fotografia no Festival do Rio). Fez também fotografia adicional nos documentários Democracia em Vertigem (indicado ao Oscar em 2020) e Citizenfour (vencedor do Oscar em 2015). No cinema de ficção, fotografou Bocaina (2022), Fortaleza Hotel (2021), Deslembro (2018), O Que se Move (2012) e Rânia (2011), entre outros. Na TV, assina a direção de fotografia da série Me Chama de Bruna (Fox). É membra da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), do Coletivo de Mulheres e Pessoas Transgênero do Departamento de Fotografia do Brasil (DAFB), além de integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
SANDRA NODARI é doutora em Ciências da Informação e Comunicação (UFP/ UFPR), jornalista e professora universitária. Realiza produções para o Canal Futura desde 2012, entre elas a série Não Fale a Língua do Racismo (2021), o documentário Padrinhos de Adrianópolis (2019) e a série documental Fandango Caiçara (2018). No cinema, atuou no longa-metragem Proibido Nascer no Pa-
raíso (2021/roteirista e pesquisadora), no telefilme Meu Bebê Reborn (2019/ pesquisa e produção local) e nos documentários Cativas: Presas pelo coração (2013/roteirista, pesquisadora e assistente de direção) e Visita Íntima (2005/ pesquisa e direção de produção), entre outros projetos. Atualmente, desenvolve pesquisa e produção para o telefilme documentário Os 80 Gigantes.
Quinta, 12/05 Cinemateca (Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco) 19h - Sessão 1: → O resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro (Brasil/Portugal/20”/2021/Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa) Este é o conto de uma cidade assombrada. Declarada morta por engano, a senhora Iolanda Bambirra vive como um fantasma entre a vida e a morte em Belo Horizonte, Brasil, uma cidade em ruínas e sem vestígios do tempo. [01] → Jornada, de Maiara Rocha (Brasil/12”/2019/Unespar – Universidade Estadual do Paraná) O cotidiano de trabalhadores em um cemitério. [02]
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→ Não distante dali, de Nico Loiola (Brasil/15”/2018/Unespar – Universidade Estadual do Paraná) A magnitude do efêmero vive no ruído da memória daquela que ousa lembrar. [03]
→ Vëins (Des)Coneguts/Vizinhos (Des) conhecidos, de Isaac Rodríguez (Espanha/3”/2021/ CIFO L’Hospitalet) Há pouco tempo me mudei para Barcelona e pude conhecer meus novos vizinhos. Calculei que centenas de pessoas poderiam viver na minha quadra no Eixample. Diferentes vidas, ideais, rotinas e comportamentos que convivem parede a parede e se veem dia a dia. [04]
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→ Pour de vrai/De verdade, de Maria Claudia Blanco (França/21”/2021/La Fémis) Mady e Merouane, de 11 anos, crescem juntos como melhores amigos na zona norte de Paris. Seu bairro parece tão grande quanto o mundo inteiro. O lugar perfeito para fingir ser adulto antes de se tornar um. [05] [05]
→ Cauã, de Victoire Bonin (Brasil/ França/12”/2021/INSAS - Institut Supérieur des Arts) São Paulo, fevereiro de 2021. O menino Cauã, 10 anos, passa o dia sozinho em casa. [06] 20h30 - Sessão 2:
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→ Um pesadelo trincado, de César Rodriguez Pulido (Brasil/Colômbia/7”/ 2021/Instituto Federal de Goiás) Uma colagem audiovisual sobre um pesadelo bélico e uma fissura decolonial. [07]
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→ Anamnese, de Tiago Lipka (Brasil/ 13”/2021/Unespar – Universidade Estadual do Paraná) Uma representação audiovisual do processo de demência degenerativa a partir de relatos reais de portadores desta condição. [08]
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→ Elos da matriarca, de Thor Neukranz (Brasil/19”/2021/UFPE – Universidade Federal de Pernambuco) No subúrbio do Recife, a matriarca Luzinete encara a vida com afeto e bom humor, como mostram as filmagens caseiras de família, entre 1995 e 2005. Com a pandemia, ela e sua amiga Ana desdenham dos riscos. A impensada infecção acontece e tudo muda. [09]
→ Otra luz/Outra luz, de Borja Hernández (Espanha/9”/2020 – Universidad de Navarra) Ana e Jorge se casaram em 2005 e aos poucos a família foi crescendo. Agora, já são sete. Não é fácil prever o impacto que um novo filho – ou irmãozinho – terá na família. Crianças nascem todos os dias, é algo com que estamos acostumados, e no entanto continua sendo um dos acontecimentos mais admiráveis e incompreensíveis. [10] → Ângelo, de Mariana Machado (Brasil/28”/2020/UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais) Um retrato fílmico de Ângelo Barbosa Monteiro Machado, cientista, professor de neuroanatomia e zoologia da UFMG, dramaturgo, escritor, ambientalista e entomólogo apaixonado por libélulas e borboletas. [11] → Mi pequeña empresa/Minha pequena empresa, de Celia Agüero (Espanha/9”/2021 – Universidad Europea del Atlántico) Clara é uma mulher de 60 anos que viaja de trem todos os dias até Los Corrales de Buelna para cuidar de seus pais idosos. Mas sua jornada continua quando ela volta para casa, onde também faz tarefas domésticas, embora prefira dizer que administra sua “pequena empresa”. [12]
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Sexta, 13/11
Cinemateca (Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco) 19h - Sessão 3: → Em busca de Lélia, de Beatriz Vieirah (Brasil/15”/2017/UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) Lélia Gonzalez. Seguindo os passos desse nome, começo a busca pela minha ancestralidade e por retratá-la. Professora e antropóloga, mulher à frente do seu tempo, protagonista na militância junto ao Movimento Negro nos anos 1970/1980, período no qual percorreu diversas cidades e países, sempre afirmando sua identidade e denunciando o mito da democracia racial. Um símbolo de resistência e da luta pelos direitos de indígenas, negros e mulheres. Os afetos de Lélia me guiam por toda caminhada. [13] [13]
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→ Um documentário brasileiro, de Isabella Ricchiero e Giovanni Saluotto (Brasil/29”/2021/Unicamp) O que pode o cinema pelo Brasil? Estudantes de cinema buscam o propósito de se produzir documentários, questionando o poder das imagens na construção de um imaginário nacional, a dialética entre representação e realidade, e a ética por trás de imagens difundidas amplamente pelas redes. O objeto dessa pesquisa são as representações de manifestações de rua no país. [14]
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→ Fuera de campo/Fora de quadro, de Wanda Davenport (Argentina/ 11”/2021/UBA – Universidad de Buenos Aires) Um documentário feito por e para mulheres. Seis alunas do curso de Design de Imagem e Som da UBA se reuniram no primeiro ano da pandemia, em 2020, para desenvolver projetos documentais com uma perspectiva autoral, feminista e inclusiva. Este curta-metragem é um deles. [15] → Na impermanência dos equinócios, de Iury Peres Malucelli, Ju Choma e Rodrigo Tomita (Brasil/15”/2019/Unespar – Universidade Estadual do Paraná) Enquanto o tão aguardado elevador é construído, a comunidade adepta relata o nascimento do templo budista Nishi Hongwanji de Curitiba. [16] → Diz que é verdade, de Pedro Estrada e Claryssa Almeida (Brasil/10”/2019/ Centro Universitário Una) Alexandre e Suelen são pessoas anônimas que exercem suas atividades cotidianas de forma ordinária até se encontrarem em um videokê do baixo centro de Belo Horizonte, onde viverão o estrelato por uma noite. [17]
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20h30 - Sessão 4: Especial DocNomads DocNomads é um programa de Mestrado Internacional em realização documental lecionado sequencialmente em três universidades europeias: Universidade Lusófona de Lisboa, LUCA School of Arts de Bruxelas e Universidade de Teatro e Cinema de Budapeste. Atualmente em sua 10ª edição, a cada ano o curso seleciona cerca de 25 alunos dentre mais de 300 candidaturas de todo o mundo. Filmes realizados ao longo do programa já circularam em importantes festivais, como Locarno, Visions du Réel e Berlinale – onde,
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em 2021, o curta Nanu Tudor de Olga Lucovnicova recebeu o Urso de Ouro. Com curadoria da própria instituição especialmente para o FIDÉ Brasil, esta sessão reúne curtas-metragens inéditos no Brasil realizados em edições recentes do DocNomads. Os alunos tiveram de se adaptar ao desafio de filmar em períodos curtos e lugares estranhos à sua origem linguística e cultural. A imersão destes artistas “nômades” fortalece o desenvolvimento de suas capacidades relacionais e de pensamento crítico, ganhando autonomia em múltiplos aspectos do processo de cinema, cuja experimentação contribui para encontrarem seu próprio repertório de abordagens fílmicas. → Tentative d’épuisement d’un coquetier/Uma tentativa de esgotar um porta ovos Direção: Carlotta Solari (Bélgica) (Bélgica/7’31”/2020) Carlotta tenta entender a coleção de 1.063 porta ovos herdados de seu falecido avô. À medida que se lança a um meticuloso estudo quase científico do objeto, a pesquisa ganha um tom absurdo. Através deste exercício interminável, o filme é, em última análise, uma reflexão genuína sobre o destino do que deixamos para trás quando morremos. [18]
→ Espíritos e rochas: um mito açoriano Direção: Aylin Gökmen (Suíça) (Portugal/13’37”/2020) Numa ilha vulcânica, a ameaça de erupções e terremotos iminentes paira sobre seus habitantes. Alguns recorrem a mitos e crenças religiosas para interpretar sua frágil situação, enquanto outros demonstram resiliência, reconstruindo suas aldeias a partir das rochas vulcânicas. [19] → Pacific /Pacífico Direção: Angie Obeid (Líbano) (Bélgica/22’16/2019) Sempre que eu andava pelos corredores escuros para chegar ao meu apartamento, sempre que eu olhava pela janela e mergulhava naquela ampla vista da cidade de Bruxelas, sentimentos inusitados afloravam. Até o dia em que li um artigo sobre meu prédio, o edifício Pacífico, intitulado “a torre suicida”. [20] → Terraria Direção: Hanna Hovitie (Finlândia) (Hungria/17’56”/2018) Incapaz de se encaixar no mundo dos humanos, Musi prefere passar o tempo com suas cobras de estimação. A solidão é seu modo de sobrevivência, mas é também seu maior inimigo. [21] → Chroniques d’un film colonial/Notas sobre um filme colonial Direção: Hernán Camacho (Colômbia) (Bélgica/15’33”/2020) Um diretor belga é contratado para fazer um filme retratando o caminho da selvageria à civilização no Congo Belga. O documentário é composto de vários filmes coloniais belgas que vão de 1926 a 1958, apenas dois anos antes da independência congolesa. [22]
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Sábado, 14/05
Cinemateca (Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco) 18h – Sessão Retrospectiva: Rita Moreira e Norma Bahia Pontes Exibição de documentários seguida de bate-papo com Rita Moreira e Camila Macedo O ano é 1972, auge da ditadura militar no Brasil, e as jovens Rita Moreira (1944) – à época, redatora e editora da Revista Abril – e Norma Pontes (1941 - 2010) – crítica e cineasta ligada ao Cinema Novo, que já havia, até ali, dirigido seus primeiros curtas-metragens, Os Antilhenses (1967) e Bahia Camará (1968) – decidem se mudar para os Estados Unidos, onde um curso de vídeo-documentário acaba de ser inaugurado na New School For Social Research, em Nova York. Se, até pouco tempo antes, as câmeras de vídeo eram sinônimos de equipamentos grandes, pesados e de difícil operação, naquele momento, com o lançamento das filmadoras portáteis, sair às ruas registrando imagens eletrônicas deixava de ser uma prerrogativa dos canais de televisão e se tornava, também, um campo fértil para artistas independentes.
Será, assim, nas ruas nova-iorquinas que o casal de documentaristas se aproximará dos efervescentes movimentos lésbico e de mulheres do período, dando início, ainda em 1972, à série de vídeos intitulada Living in New York City. Nos trabalhos produzidos por elas, a documentação da vida na cidade, feita a partir de um ponto de vista feminista, assume seu caráter iminentemente político, não só no que diz respeito às temáticas abordadas, mas também à própria ética presente na escuta interessada e implicada de outras mulheres. Lesbian Mothers, primeiro documentário da série, realizado ainda durante o curso na New School, foi selecionado como representante da instituição no primeiro Festival de Vídeo de Tóquio. Os trabalhos subsequentes – Lesbianism Feminism (1974), She Has a Beard (1975), The Apartment (1975/76), On Drugs (1977) e Walking Around (1977) – foram viabilizados por uma bolsa da Fundação Guggenheim e distribuídos pela Amazon Media Project, distribuidora independente e sem fins lucrativos formada pelas realizadoras.
→ Lesbian Mothers/Mães lésbicas (27’/1972) No primeiro vídeo da série Living in New York City, mulheres lésbicas dão depoimentos sobre suas experiências com a maternidade. [23]
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→ She Has a Beard/Ela tem barba (27’/ 1975) Nas ruas de Nova York, uma jovem de rosto barbado entrevista outras transeuntes a respeito dos pelos faciais em mulheres. [24] → Lesbianism Feminism/Lesbianismo-feminismo (29’/1974) Na Nova York dos anos 1970, a presença de lésbicas no movimento de mulheres acaba por transformar o feminismo. [25]
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RITA MOREIRA é escritora, poeta, editora e cineasta, integrante da geração pioneira do vídeo independente no Brasil. Ainda muito jovem, foi letrista parceira de Paulinho Nogueira e publicou dois livros de poesia pela Editora Martins (Maria Morta em Mim e A Hora do Maior Amor). Depois de anos na Editora Abril como redatora, tradutora e editora de textos, mudou-se para Nova York (1972), onde se formou em vídeo-documentário pela New School for Social Research. Nos Estados Unidos, foi correspondente do Semanário Opinião e continuou a escrever artigos para revistas brasileiras, dando início, ao mesmo tempo, à sua vasta e internacionalmente premiada produção
de documentários em vídeo, dentre eles, a série Living in New York City, realizada em parceria com Norma Bahia Pontes. Seus trabalhos audiovisuais mais recentes incluem os documentários Caminhada Lésbica por Marielle (2018) e Ti-Grace Atkinson – uma biografia de ideias (2019). NORMA BAHIA PONTES foi cineasta, videomaker e ensaísta, integrante da geração pioneira do vídeo independente no Brasil. Estudou direção e montagem no Institut de Hautes Études Cinematographiques, em Paris, nos anos 1960, e se formou em vídeo-documentário pela New School for Social Research, em Nova York, no começo dos anos 1970.
No período em que viveu nos Estados Unidos, foi contemplada por uma bolsa da Fundação Guggenheim que viabilizou a produção da série Living in New York City, realizada em parceria com Rita Moreira. Soteropolitana, faleceu em 2010, no Rio de Janeiro. CAMILA MACEDO atua nas áreas de pesquisa, curadoria e realização em cinema, com principal enfoque nas interfaces
entre arte, educação e os estudos de gênero e sexualidade. É doutoranda e mestra em Educação pela UFPR e bacharela em Cinema e Vídeo pela Unespar. Participa da equipe de curadoria do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Cinema de Curitiba desde 2018. Junto a Débora Zanatta, é programadora do Cineclube Solax, projeto voltado à exibição e discussão de filmes realizados por mulheres.
20h30 - Sessão 5:
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→ Lyz Parayzo Artista do fim do mundo, de Fernando Santana (Brasil/15”/2019/ UNILA – Universidade Federal da Integração Latino-Americana) A trajetória de Lyz Parayzo, artista visual carioca que discute, através de suas obras e performances, qual o espaço da arte em um corpo não binário provindo da periferia, revelando o descompasso entre o que se diz e o que se faz. Pela falta de autorização, pela intromissão, pela inclusão não desejada. [26] → El muro de las constelaciones/O muro das constelações, de Olivia Nuss (Argentina/8”/2020/ENERC – Escuela Nacional de Experimentación y Realización Cinematográfica) María Laura é uma mulher que empreende uma luta contra a morte simbólica que implica a invisibilidade de ser trans. Enquanto reconstrói sua identidade, ela resgata do esquecimento a história de seus antepassados. [27]
→ Tirou minha máscara me deixando apenas de máscara, de Camilla Jan (Brasil/11”/2020/ CEUNSP – Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio) Um documentário experimental e poético que reflete sobre o gênero como ferramenta de controle e a corpa trans enquanto forma de transcender máscaras sociais. [28]
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→ Bulha, de Daniel Couto (Brasil/ 11”/2021 – Universidade Federal de Juiz de Fora) As causas (e as consequências) do fechamento de uma passagem de nível em um bairro da periferia de Juiz de Fora (MG). [29] → Salgar, de Pedro Vinícius (Portugal/15”/2022 – DocNomads) Um casal de trabalhadores do sal em Aveiro, Portugal, luta para sobreviver enquanto a paisagem ao redor é modificada e seu trabalho é ameaçado. As salinas da região foram transformadas em pontos turísticos e a produção de sal praticamente desapareceu. [30] → Próceres/Heroínas, de Carolina Gil Solari (Argentina/12”/2020 – Universidad de Buenos Aires) Em 1971, uma seleção argentina de futebol femenino representou o país na Copa do Mundo no México. Elas viajaram com os escassos recursos que tinham e lutaram para ficar até o final do campeonato. Lá, foram capa de jornal, enquanto em seu país foram invisibilizadas. Este documentário conta essa façanha, apagada da história do esporte por uma sociedade que não via a relação entre mulheres e futebol como algo possível. [31]
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Domingo, 15/05
Cinemateca (Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco) 18h - Sessão 6: → Do outro lado do Atlântico, de Márcio Câmara e Daniele Ellery (Brasil e Cabo Verde/90”/2015, UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) Filmado no Brasil e nas ilhas de Cabo Verde, o documentário aborda as di-
versas percepções sobre identidades e culturas de estudantes africanos de língua oficial portuguesa que estudam ou estudaram em universidades brasileiras. Dos dois lados do Atlântico, são contadas histórias de partidas, permanências e regressos, encontros e desencontros de ideias, espaços, desejos e sonhos. [32]
20h30 - Sessão 7:
Sessão com acessibilidade para pessoas surdas
→ Crescer onde nasce o sol, de Xulia Doxáqui (Brasil/12”/2021 – Universidade Federal de Pernambuco) No Alto do Sol Nascente não tem praça, nem parque. As crianças que crescem onde o sol nasce demarcam com as próprias mãos os territórios do brincar. [33] → Remanescente, de João Victor Avila (Brasil/24”/2019 – Centro Universitário SENAC) Até a década de 60, o município de Guapé era uma próspera cidadezinha no sul de Minas Gerais que fora alagada pela construção da barragem de Furnas em 1963. O documentário retoma a memória de pessoas que viveram na antiga Guapé e resgata as histórias que foram levadas embora por uma promessa governamental de avanço e progresso que nunca chegou. [34] → Cores de Outono, de Lucas Tavares (Portugal/7”/2020/Universidade da Beira Interior) Uma sensorial viagem a um quadro em movimento, onde nossos sentidos são desafiados por uma delicada imersão em imagens e sons de paisagens de outono. [35] → Ciudad hostil/Cidade hostil, de Joaquín Echevarría (Argentina/10”/2021/ENERC – Escuela Nacional de Experimentación y Realización Cinematográfica) A realidade da vida na cidade de Buenos Aires se revela ao despojá-la do elemento que marca sua lógica: o tempo. Tudo o que acreditamos saber perde sua forma, e o que está oculto vem à tona. [36]
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→ àprova, de Natasha Rodrigues (Brasil/15”/2020 – Universidade Estadual de Campinas) A conquista da aprovação das cotas étnico-raciais na Unicamp ocorreu em 2017, devido à mobilização de centenas de pessoas de dentro e fora da instituição. Entre os vazios da universidade e o brado tempestuoso da luta pelas cotas, o documentário-ensaio apresenta as vozes de quem viveu e ainda vive a Unicamp sob as forças do racismo e da discriminação. [37] → Seremos ouvidas, de Larissa Nepomuceno (Brasil/13”/2020 – Centro Europeu) Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidades diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo. [38]
Equipe FIDÉ Brasil 2022 Curadoria e direção artística: Demian Garcia Eduardo Baggio Elisandro Dalcin Mariana Sanchez Curadoras convidadas: Camila Macedo Kariny Martins Produção: Débora Zanatta Assistentes de produção: Sabrina Trentim Vinicius Vendramin Equipe de curadoria estudantil: André Arruda Nascimento Ariane Miwa Miake Daniel Mota Perez de Lima Douglas Mercer dos Santos Eduardo Antonio Ramos Silva Gabriel Mazon Betcel Brito Isadora Auxiliadora Corrêa de Melo Julia Cunha de Oliveira Lidia Maria Antunes da Gloria Martha Rodriguez Chapieski Nathan dos Santos Alves Raul Dispósito Lé Rebeca De Santana Matos Teodoro Andrade dos Santos Vinicius Caruso Gomes Equipe de apoio: Alina Chiaradia Gabi Ferreira Rebeca de Santana
FIDÉ França Concepção e direção artística: Flavia Tavares
Oficina de cinema documentário FIDÉ Brasil: Heloisa Passos (Direção) Demian Garcia (Som) Elisandro Dalcin (Fotografia) João Menna Barreto (Montagem) Design gráfico: Paula Albuquerque Site: Fabio Dudas Bruno Carvalho Imprensa e mídias sociais: Paula Melech Paula Albuquerque Foto still: Elenize Dezgeniski Lidia Sanae Ueta Tradução: Mariana Sanchez Nicole Lima Pedro Graça Legendagem: Guilherme Delamuta Lucas Kosinski Making of e teaser: Vino Carvalho Vinheta animada: Pedro Vilo
Realização:
Apoio:
Incentivo:
PROJETO REALIZADO COM RECURSOS DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA.