Centro de Cultura e Educação - Oficina das Artes

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CENTRO DE CULTURA E EDUCAÇÃO OFICINA DAS ARTES FIAM FAAM CENTRO UNIVERSITÁRIO Trabalho Final de Graduação - Arquitetura e Urbanismo Acadêmica: Gabriela Carrocelli Kleber Orientador: Prof. Ms. Luis Mauro Freire Dezembro 2008


GABRIELA CARROCELLI KLEBER

CENTRO DE CULTURA E EDUCAÇÃO OFICINA DAS ARTES Tr a b a l h o F i n a l d e G r a d u a ç ã o FIAMFAAM - Centro Universitário Curso de Arquitetura e Urbanismo Orientador Prof. Ms. Luis Mauro Freire São Paulo, 2008.


SUMÁRIO DEDICATÓRIA... 03 AGRADECIMENTOS... 04 RESUMO... 05 1.INTRODUÇÃO... 06 2.HISTÓRICO DO TEMA: CENTRO CULTURAL... 08 3.HISTÓRIA E EVOLUÇÃO URBANA DA BELA VISTA... 09 3.1. BAIRRO DE INSERÇÃO: BELA VISTA... 10 3.2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO URBANA... 11 3.3. TEATRO OFICINA... 17

6.PROPOSTA 6.1. PROPOSTA... 47 6.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES... 49 6.3. CROQUIS... 51 6.4. ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA... 54 7. PROJETO... 55 SUBSOLO... 56 TÉRREO COTA 753.0... 57 COTA 757.5... 58 TÉRREO COTA 762.0... 59 COTA 766.5, 770.0 E CORTE A... 60 CORTES B e C... 61 CORTES D e E... 62 CORTES F, G e ELEVAÇÃO 1... 63 ELEVAÇÕES 2, 3 e 4... 64 PERSPECTIVAS...66

4. TERRENO, LEGISLAÇÃO, LEVANTAMENTOS E ENTORNO 4.1. TERRENO... 20 4.2. LEGISLAÇÃO... 21 4.3. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO... 22 4.4REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE PÚBLICO... 23 4.5. OCUPAÇÃO DO SOLO... 24 4.6. USO DO SOLO... 25 4.7. ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA EDIFICAÇÕES... 26 4.8. CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES E VEÍCULOS... 27 4.9. POTENCIALIDADE E FRAGILIDADES... 28 4.10.ENTORNO... 29

8.BIBLIOGRAFIA... 67 8.1 CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS... 68

5.ESTUDOS DE CASO 5.1. BIBLIOTECA PÚBLICA ALCEU AMOROSO LIMA... 33 5.2. MUSEU MALBA... 38 5.3. CENTRO DE ARTES - GRADED SCHOOL... 42

SUMÁRIO


Dedico este trabalho aos meus pais Uwe e Angela, por serem as pessoas maravilhosas que são, pelo apoio, incentivo e dedicação. E á minha avó, uma pessoa muito especial para mim, que eu admiro muito e está em meu coração sempre.


Agradecimentos Ao Professor Luis Mauro Freire, pela orientação no desenvolvimento deste projeto. E ao corpo docente da FIAMFAAM Centro Universitário pela grande contribuição em minha formação. Aos meus pais e toda minha família. Aos colegas de sala, pela ótima e produtiva convivência durante esses anos.


RESUMO Este projeto consiste em um centro cultural e educacional apoiado nas artes, como música, dança, artes cênicas e artes plásticas, com a proposta de inclusão social da população da região central de São Paulo e também como criação de um espaço de lazer e cultura para toda a população da cidade. A proposta inclui além do bloco didático, com salas de aula e ateliês, espaços para exposições, biblioteca, teatro, áreas de convivência, área para lazer e apresentações ao ar livre, restaurantes e pequeno comércio relacionado às atividades ali realizadas, e está implantada no bairro da Bela Vista. Suas atividades se conectam a um ponto histórico da cidade que é o Teatro Oficina e também a um importante eixo cultural. A necessidade de tal estrutura, nessa localização foi encontrada a partir de estudos e afinidade tanto sobre a área quanto ao tema. Este caderno tem como objetivo apresentar o projeto e os estudos que levaram à sua conclusão.

RESUMO 05


1. INTRODUÇÃO Para introduzir este projeto, se viu necessário fazer a definição de alguns conceitos que a proposta apresenta como de grande importância para a sociedade e motivos pelos quais resultariam na criação de um espaço como este, um Centro de Cultura e Educação. Em primeiro lugar então, a Cultura, pode ser definida como um conjunto de ações e valores materiais e espirituais que constituem a identidade de um povo, é a herança de uma sociedade. Atividades como rituais religiosos, hábitos alimentares, a literatura, o modo de viver e as artes, são exemplos de manifestações da cultura. A Educação, outro foco da proposta, é o processo de desenvolvimento de aptidões, de atitudes e de outras formas de conduta exigidas pela sociedade, visa à formação integral da pessoa. É, portanto um conjunto de atividades destinadas a transmitir conhecimentos e valores morais. O Ensino de Arte é a educação que oportuniza ao indivíduo o acesso à arte como linguagem expressiva e forma de conhecimento, e tem um objetivo maior que a formação de profissionais dedicados a esta área de conhecimento, no âmbito da escola regular busca oferecer aos indivíduos condições para que compreenda o que ocorre no plano da expressão e no plano do significado ao interagir com as Artes, permitindo sua inserção social de maneira mais ampla. A Arte por sua vez, principal enfoque do projeto, possui mais concepções do que uma definição concreta. Ela pode ser extremamente subjetiva e variar de acordo com a cultura em questão e sua época. Pode ser entendida como uma atividade humana ligada ás manifestações de ordem estética, feita por artistas, a partir de uma percepção, uma idéia ou sentimento, ou ainda como um produto em que o conhecimento é usado para realizar uma habilidade; ou como um fenômeno cultural, onde são registradas as idéias e ideais de uma cultura, portanto é de extrema importância para a compreensão da história do mundo.

Dentro dos conceitos de Friedrich Schiller, grande filósofo, dramaturgo, poeta e historiador alemão do século XVIII, o homem,mediante a cultura ou educação estética, contemplando o belo, poderá se desenvolver plenamente nas suas capacidades intelectuais e sensíveis. Através do belo, o homem pode ser recriado em todas as suas potencialidades, e recuperar sua liberdade tanto na razão quanto no sentido. O indivíduo educado estéticamente se torna um “homem virtuoso”, que tem como máxima felicidade, a plena realização da moralidade no mundo. A estética, portanto, aos olhos de Schiller, pode ser considerada uma doutrina da virtude, uma ética que vem completar o sistema moral. O sentimento educado para a beleza, refina costumes e o gosto cultivado quase sempre é ligado à clareza do entendimento, à vivacidade do sentimento, á liberdade e mesmo dignidade na conduta. Uma reflexão a ser feita sobre o assunto, é o fato de que em quase todas as épocas da história em que floresceram as artes e reinou o gosto, a humanidade se encontrava decaída. Enquanto Atenas e Esparta afirmavam sua independência, e o respeito à lei fundava sua constituição, a arte estava ainda em sua infância, e muito faltava para que a beleza dominasse as mentes. Os romanos tiveram de esgotar suas forças nas guerras civis e sua virilidade na luxúria oriental, tiveram de submeter-se ao julgo de um dinasta feliz antes que possamos ver a arte grega triunfar sobre a rigidez de seu caráter. Também aos árabes a aurora da cultura surgiu apenas quando esmorecia a energia de seu espírito guerreiro, sob o cetro dos ábacidas. Na Itália moderna a bela arte apareceu apenas quando, após romper-se a magnífica liga dos lombardos, Florença fica submissa aos Médicis e o espírito de independência daquelas corajosas cidades cede o passo à infame rendição. A beleza, portanto, teria de ser mostrada como uma condição necessária da humanidade. As artes influem no comportamento e no caráter do indivíduo e influir em seu caráter significa alterar a pessoa com

INTRODUÇÃO 06


a qual se constrói toda a sociedade. Através das artes o ser humano, além de adquirir sensibilidade, desenvolve diversas qualidades, como concentração, coordenação motora, socialização, respeito a si e ao grupo, disciplina, desenvolvimento emocional e outras características que colaboram na formação do indivíduo. O lugar de inserção e a própria proposta, geram algumas discussões que devem ser abordadas, por exemplo, por se tratar de um bairro central, ele sofre as conseqüências dessa região como o esvaziamento populacional, a degradação física, o comércio ambulante, a insegurança, a sujeira, e como um equipamento urbano, o centro cultural não deve ser considerado independente desses problemas e nem capaz de sozinho, resolve-los. Deve-se, portanto analisar o leque de providências a serem tomadas em relação ao entorno. O sistema educacional, apesar de não ser um fator determinante, é a ferramenta mais acessível para a construção de um capital cultural, um centro cultural, sozinho, também não é capaz de atrair novos públicos, portanto as atividades de aprendizagem são consideradas essenciais para o sucesso e crescimento desse espaço. Enfim, devem existir programas capazes de articular os dois setores, a educação e a cultura, incluindo e comprometendo além do público já cativado, um novo público, buscando a democratização da cultura e da informação. Diante desse estudo e análise, sobre esse importante equipamento e seus impactos positivos para a população e para o bairro e ainda sobre o fato de que a arte não é tão valorizada como deveria; é um dos maiores patrimônios mundiais e teoricamente deveria estar ao alcance de toda a população o que não acontece na prática; e o entendimento das necessidades da área, foi elaborada a proposta de um Centro Cultural e Educacional apoiado nas artes e inserido no bairro da Bela Vista, com objetivos didáticos, complementando as deficiências do ensino público em se tratando da formação artística, inserção social, oferecendo novas oportunidades aos jovens e crianças de famílias de

baixa renda e possibilidade de profissionalização, além de tantos outros benefícios já discutidos. E ainda visa a promoção dos trabalhos realizados pelos alunos, em exposições, apresentações, etc. Agrega ainda a proposta do vizinho, o Teatro Oficina, de teatro de rua, gênero de teatro popular apresentado em praças, ruas e outro espaços públicos, ao ar livre e ao nível do chão, fazendo ligação com a cota de palco do Teatro Oficina. Além desses diversos objetivos, resgatar, intensificar e incentivar o ambiente boêmio com restaurantes e áreas de lazer, e o ambiente teatral, por estar dentro do importante eixo de teatros entre as ruas Major Diogo, Rui Barbosa e a avenida Brigadeiro Luis Antônio. Essa parceria cultura-educação poderá incidir também na fixação dos moradores, que devem ser incentivados a valorizar a sua região, usar o que ela oferece, alcançar um nível mais positivo de identificação com a sua vizinhança, superando a atual tendência de baixo-estima.

INTRODUÇÃO 07


2.HISTÓRICO DO TEMA: CENTRO CULTURAL Os centros culturais surgiram na década de 70, nos países do primeiro mundo, com a preocupação de uma maior democratização da cultura. Na França, a construção do Centre National d'Art et Culture Georges Pompidou, inaugurado em 1977, serviu de modelo para o resto do mundo. No Brasil, a história dos centros culturais é mais recente, as construções desses espaços se iniciaram na década de 80 e a partir daí houve um grande crescimento, talvez pelos benefícios das leis de incentivo à cultura. Em São Paulo, temos como exemplo o Centro Cultural do Jabaquara e o próprio Centro Cultural de São Paulo construídos nessa época, criados com o intuito de oferecer em um mesmo espaço, diversas atividades culturais, artísticas e recreativas, em um local de fácil acesso para a população. A origem desses espaços, porém, pode ser datada desde a Antiguidade Clássica com a Biblioteca de Alexandria, por exemplo, que funcionava como um local de estudo e armazenava estátuas, obras de arte, etc. Embora não exista um modelo de centro cultural, algumas características possibilitam uma definição, como a aglutinação de atividades de natureza cultural, de criação, reflexão, fruição e disseminação das obras e bens culturais. Ao tentar refletir a importância de um Centro Cultural para a sociedade contemporânea, temos que se a informação é considerada a mola propulsora de uma sociedade e da sua cultura, um centro cultural, que tem a finalidade de produzir e de pensar a cultura, torna-se então um espaço privilegiado da ação cultural e informacional, um instrumento essencial para a construção de uma sociedade.

O maior objetivo de um centro de cultura é, portanto, fazer com que as pessoas tomem consciência de si mesmas e do coletivo através da experiência criativa, coletiva e do contato com a arte, ajudando na construção de uma identidade cultural. Os centros devem realizar três tipos de ações: a criação, circulação e preservação, sendo assim, estimular a produção de bens culturais, promover oficinas, cursos e laboratórios, e assim, investir na formação artística e na educação estética. O público dos centros culturais é um público crescente e diversificado, que é atraído pela também crescente e diversificada opções de exposições incorporadas às atividades escolares, de lazer e de serviços, principalmente em lugares centrais e acessíveis. Essa multiplicidade de atividades, interesses e eventos num mesmo espaço marca muitas vezes e de maneira bem clara, sua arquitetura com espaços para exposições periódicas, encontros, debates e exibições audiovisuais, e ainda com restaurantes, teatros espaços para a música e leituras. Sua localização pode deixar o espaço com o caráter ainda mais democrático, por exemplo no centro da cidade, um ponto facilmente acessível. A relação da casa de cultura com a cidade não deve ser esquecida, ela deve se conectar com a realidade da comunidade e acontecimentos locais.

Figura 1 - Centre National d’Art et Figura 2- Centro Cultural do Culture Geoges Pompidou Jabaquara

Figura 3 - Centro Cultural de São Paulo

HISTÓRICO DO TEMA

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3. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO URBANA DA BELA VISTA


3.1. BAIRRO DE INSERÇÃO: BELA VISTA A inserção do projeto se dá no Bairro da Bela Vista, um dos mais antigos e tradicionais de São Paulo, localizado na região central. O local foi escolhido para que fossem atendidas as necessidades do projeto, por ser ideal que esteja em local de fácil acesso para a população e também, pela proposta de ser um instrumento de democratização da informação e da cultura, ligado às artes, portanto sua conexão com esse importante eixo cultural da região seria de grande valor. As necessidades do bairro também devem ser atendidas, já que seu quadro atual é preocupante e precisa de urgentes mudanças e renovações, que serão discutidas nesse capítulo.

Figura 4 - Mapa de localização do bairro

Figura 5 - Foto de 1860 - Largo do Bixiga, atual Praça da Bandeira. Em primerio plano a hospedaria de tropeiros de Antônio Manuel Bixiga que era também proprietário da Chácara do Bixiga.

Figura 6 - Principais vias de acesso ao terreno de estudo.

BELA VISTA 10


3.2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO URBANA Na data de 23 de junho de 1878, o jornal Província de São Paulo anunciou a venda das terras da antiga Chácara do Bexiga. Foi o início da história do bairro do Bexiga. Nesta época, a cidade se desenvolvia com a chegada dos imigrantes, e os italianos foram os que mais se interessavam pelos terrenos de pequena testada, grande profundidade à preços reduzidos do bairro. O bairro cresceu com uma dualidade de idiomas, já que passou a receber também os imigrantes de Portugal e Espanha. Sua ocupação se compôs, além dos imigrantes, por negros e mais tarde pelos migrantes do norte e nordeste. Era, portanto um quadro social formado por classes modestas de artesões, pequenos comerciantes, etc. E até hoje o bairro guarda algumas de suas características, conservando alguns cortiços. A partir de 1910, o bairro passa a ter o nome atual, Bela Vista. Por volta dos anos 30 o bairro passa a descobrir sua vocação boêmia, e nos anos seguintes diversos teatros, bares, e restaurantes, principalmente as cantinas se instalam no bairro.

Figura 7 - Desenho da Chácara do Bexiga 1819.

Figura 8 - Mapa de São Paulo 1800-1874

Figura 9 - Recorte de jornal anunciando a venda das terras da antiga chácra do Bexiga.

BELA VISTA 11


Por volta dos anos 50 do século XX, o bairro foi considerado a “Broadway Paulista”, com uma vida noturna agitada, e é quando Franco Zampari aluga um prédio na Rua Major Diogo e nele instala o TBC ( Teatro Brasileiro de Comédia), e apartir daí novas casas de espetáculo foram montadas como o Teatro Ruth Escobar, Teatro Sérgio Cardoso, Teatro Imprensa, o Teatro Abril, antigo Cine-Teatro Paramount, entre outros. Muitos artistas já brilharam nesses palcos, como Cacilda Becker, Marília Pêra, Sérgio Cardoso, Paulo Goulart, Eva Wilma, Fernada Montenegro, Paulo Autran, entre outros. Figura 12 - Teatro Cultura Artística

As atrações gastronômicas do bairro também são muitas, com diversos restaurante principalmente de cozinha italiana, e ainda conta com a tradicional Festa de Nossa Senhora de Achiropita. Algumas das tradicionais cantinas estão sendo restauradas pelos comerciantes sem perder sua originalidade. Portanto o que de fato se consumou foi a proliferação das cantinas, as reuniões nas calçadas, nas esquinas, o footing nas portas dos cinemas e sorveterias, uma intensa vida noturna, reduto de intelectuais e artistas de toda sorte, a boemia, o carnaval, os teatros, em suma, a multiplicidades de costumes, a miscigenação de raças e o acréscimo das habitações coletivas terminaram por dar o arremate final às feições do Bexiga, antes que o progresso começasse a descaracterizá-lo.

Figura 15 - Teatro Ruth Escobar

Figura 13 - Teatro Abril

Figura 16 - Teatro TBC Figura 10 - Seresteiros de Bexiga, década de 50.

Figura 11 - Bar e Pizzaria, propriedade da família Biondi, um dos lugares mais frequentados do bairro na década de 50.

Figura 14 - Cantinas do Bexiga- Villa Tavolla

BELA VISTA 12


O bairro abrange uma extensa área entre o centro e a região da avenida Paulista, limitada pelos eixos das avenidas Vinte e Três de Maio e Nove de Julho. Sua topografia é bastante acidentada, com as áreas mais baixas próximas do centro da cidade. Do alto do Morro dos Ingleses podia-se avistar uma bela paisagem e visualizar boa parte da área urbanizada da cidade, como o Vale do Anhangabaú, viadutos do Chá e Santa Ifigênia e a recém inaugurada avenida Paulista. A região manteve sua integridade espacial por algumas décadas, até que interferências urbanísticas foram realizadas nos anos 60 do século XX, como largas avenidas e viadutos, por exemplo, a Radial Leste/Oeste e o viaduto Júlio de Mesquita Filho, que desfiguraram a paisagem local, fracionando o bairro.

Figura 17 - Foto aérea de 1932

Figura 18 - Desnível na região do Morro dos Ingleses.

Figura 19 - Rua Santo Amaro.

Figura 20 - Perspectiva - 1972.

BELA VISTA 13


Sua paisagem é caracterizada pela predominância de construções térreas ou assobradadas funcionando como residência ou uso misto, geminadas, no alinhamento da rua e aproveitando os desníveis da topografia. A maioria das construções, tanto as residências finas como as de classe média, trazia a marca da arquitetura italiana, em estilo neoclássico ou art noveau, e os próprios edifícios públicos sofreram com essa influência, que marcou a fusão de gêneros. Quase todo o Bexiga acompanhava o serviço dos homens que riscavam na terra, com a ponta do guarda-chuva, a planta da casa. Aliás, a dimensão dos lotes restringiu grande parte das construções á um modelo único, cujo fundo ultrapassava em 10 vezes o comprimento da fachada, e a disposição do espaço vinha ao encontro das necessidades da família. Se numerosa, visava abrigar os filhos casados, do contrário, subalugar os cômodos. Casas simples ou mais rebuscadas, de um ou dois andares, ás vezes um retalho de quintal, ou uma pequena edícula, assim as famílias foram se aglomerando, e a partir daí surgia no bairro o embrião dos cortiços.

Figura 22 - Casas da rua Jardim Heloísa.

Figura 25 - Residência, 1989.

Figura 23 - Residência, 1989.

Figura 24 - Casario da rua dos Ingleses.

Figura 26 - Residência à Rua Santo Antônio - Bela Vista.

Figura 21 - Casa da rua São Domingos. Datada de 1889.

BELA VISTA 14


A verticalização da cidade encontrou restrições no bairro, já que os terrenos com pequena testada obrigam o remembramento de vários lotes, por essa característica urbanística, o bairro se manteve relativamente íntegro em sua tipologia arquitetônica marcada pela horizontalidade. A preservação do bairro é de fundamental importância para o pleno exercício da cidadania, pois guarda referências significativas e necessárias para o reconhecimento da memória e para a identidade do cidadão. Em 1989, a iniciativa do pedido de Tombamento pelo CONPRESP do bairro da Bela Vista partiu do apelo popular. Sobre as intervenções no bairro, a resolução n°22/CONPRESP/02 Artigo 3° diz que qualquer projeto de nova edificação, ou aumento de área em imóveis isentos de proteção, deverá manter coerência urbanística e arquitetônica, de forma a se compatibilizar e se harmonizar com o patrimônio preservado do bairro. De acordo com essa resolução, seria desejável então que as intervenções seguissem os seguintes padrões: gabarito baixo ( até 5 pavimentos), no alinhamento e podendo até não ter recuo lateral. Em sua situação atual, a Bela Vista se encontra com grandes problemas sociais, econômicos e urbanos. Possui inúmeros cortiços, péssimo estado das edificações, serviços locais subutilizados, carência de equipamentos sociais, falta de espaços de lazer, insuficiência de estacionamentos, etc. Hoje é claramente observado que o tombamento da Bela Vista não foi suficiente para reverter sua situação decadente, indicando que tal instrumento, sozinho, não garante a qualificação de uma área. As principais diretrizes apontadas para uma requalificação, inclusive pelo DPH (Departamento do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo), seriam o incentivo ao uso residencial e melhoria dos cortiços existentes, estabelecimentos de inclusão social, restauro de edificações tombadas destinando-as ao uso público, incentivo ao uso comercial e de serviços, melhoria no sistema viário, incluindo aumento de

estacionamentos para intensificar a vocação turística e servir também aos numerosos restaurantes, cantinas e casas de espetáculo. Enfim como já comentado, as necessidades de mudança no bairro são urgentes, mas devem levar em consideração e respeitar a história, a arquitetura e as pessoas, por que afinal esses são os motivos de qualquer interesse de preservação.

Figura 27 - Casa da Dona Yayá.

Figura 29 - Castelinho da Av Brigadeiro Luis Antônio.

Figura 28 - Teatro Oficina.

Figura 30 - Desenho do Castelinho da Av. Brigadeiro Luis Antônio.

BELA VISTA 15


Os mapas apresentados mostram as características do bairro, sua evolução e as mudanças urbanísticas de acordo com as épocas, como o adensamento, novas arruamentos, o tipo de lote e edificações e ainda a principal mudança que foi a implantação do viaduto Júlio de Mesquita Filho cortando o bairro.

Figura 31 - Sara Brasil - Mapa de 1930

Figura 32 - Gegran - 1972

Figura 33 - Google Earth - 2008

BELA VISTA 16


3.3. O TEATRO OFICINA O Teatro Oficina surge a partir do desejo de um grupo de alunos do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito de São Paulo, liderado por José Celso Martinez Correa e Renato Borghi, de criar um teatro sem ranço burguês ou nacionalista, e assim adquirem o galpão do antigo Teatro Novos Comediantes. O arquiteto convidado a fazer o projeto é Joaquim Guedes, que desenhou de acordo com a ideologia do grupo, em um terreno estreito, duas platéias nas laterais do prédio, com um palco no centro. No ano de 1966, o teatro foi destruído por um incêndio e reconstruído com o projeto de Rodrigo Lefèvre e Flávio Império, de uma grande arquibancada de concreto com acessos pelas laterais em meio nível e um palco italiano, o que compunha uma nova configuração, e sua fachada lembrava um bunker de resistência cultural ao regime militar regente. O teatro irrita o regime militar ao apresentar a peça “O rei da vela” e em 1974 é invadido e Zé Celso exilado em Portugal. Em sua ausência, o teatro é tombado pelo Condephaat, pelo seu uso como palco de transformações do teatro brasileiro. Mais tarde, Lina Bo Bardi e Edson Elito são convidados a refazer o teatro que necessitava de reforma.

Figura 35 - Fachada do Teatro Oficina.

Figura 36 - Fachada noturna.

Figura 37 - Galerias.

Figura 38 - Vista interna do teatro.

Figura 34 - Entrada do Teatro Oficina.

TEATRO OFICINA 17


O conceito dessa reforma era de rua, de passagem, de passarelas de ligação. Mantiveram os espaços compondo um único ambiente onde “todo o espaço é cênico”, sem poltronas, apenas bancos levando os espectadores a se movimentarem de acordo com a cena. O palco ganhou uma faixa de 1,50m de terra coberta por prancha de madeira laminada, reforçando ainda mais o conceito de rua e de passagem. O jardim existente se tornou interno com uma grande parede de vidro e cobertura também de vidro. A ventilação e o conforto ambiental foram estudados para que não houvesse a necessidade do uso de ar condicionado, usando, por exemplo, exaustores eólicos na cobertura, também com tratamento de atenuação acústica. O maior conceito do Teatro Oficina é, portanto, de que tudo e todos devem participar das cenas, atores, técnicos e o próprio público, não há nada escondido ou fora de vista, uma oposição ao palco italiano, os atores estão expostos em todas as dimensões.

Figura 39 - Apresentação.

Figura 40 - Apresentação.

COBERTURA MÓVEL EXAUSTORES EÓLICOS EXAUSTORES EÓLICOS

CAMARINS PALCO CAMARINS

GALERIAS

GALERIAS

PALCO CAMARINS

SALA DE CONTROLE

PALCO ARQUIBANCADAS

Figura 41 - Corte do Teatro Oficina.

TEATRO OFICINA 18


4. TERRENO, LEGISLAÇÃO, LEVANTAMENTOS E ENTORNO


4.1. TERRENO 761

O terreno está localizado entre as ruas Jaceguai, Abolição e Santo Amaro e possui ainda um acesso, hoje fechado por muro, para a Rua Japurá.

760

O terreno é bastante acidentado, característico do bairro, antigamente possuia inúmeras casas térreas ou assobradadas em seus terrenos estreitos. Hoje apresenta-se limpo, seus vizinhos são o Teatro Oficina, um edifício condenado à demolição, casas das ruas Japurá e Travessa Santo Amaro e alguns edifícios.

750

751 762

755 752

Possui 8.415 m², sua cota mais alta é a 762, no acesso á rua Santo Amaro e a mais baixa é a 730 no acesso da rua da Abolição.

754

753

Figura 43 - Curvas de nível do terreno - 9 metros de desnível.

Figura 42 - Foto aérea do terreno.

Figura 44 - Rua Jaceguai com vista para o terreno de estudo.

TERRENO 20


4.2. LEGISLAÇÃO O terreno está inserido na PEIU 05 (Projetos Estratégicos de Intervenção Urbana ) - Bela Vista - Reurbanização do entorno do Viaduto Júlio de Mesquita que tem por objetivo a reurbanização da área do entorno do Viaduto Júlio de Mesquita, ampliando os espaços destinados aos pedestres e requalificando os espaços públicos e incentivando a reabilitação dos edifícios do seu entorno, reforçando as características especiais do local enquanto zona especial de preservação cultural ZEPEC, por meio de gestões compartilhadas com os proprietários, inclusive da lei de incentivos seletivos; Características das zonas de uso: Zona de centralidade polar. Coeficiente de ocupação: Mínimo 0,20, Básico 2,00, Máximo 4,00.

Figura 45 - Vista do terreno pela rua Jaceguai.

Taxa de Ocupação: Máxima 0,70. Taxa de Permeabilidade mínima: 0,15. Gabarito de Altura (m): Sem limite. Figura 46 - Vista do terreno, do lado esquerdo a lateral do Teatro Oficina e ao fundo o Viaduto Júlio de Mesquita Filho como interferência visual.

Figura 47 - Desnível em relação a rua Santo Amaro, e o atual uso de uma parte do terreno como estacionamento do Baú.

Figura 48 - Terreno visto do topo do edifício Japurá.

TERRENO 21


4.3. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Está dentro de uma zona especial de preservação cultural e no limite da zona de centralidade polar-b, próximo a algumas áreas de ZEIS e algumas zonas mistas de densidade média e alta.

Localização do terreno

Figura 49 - Recorte do mapa de zoneamento da SEMPLA - Lei Nº 13.885, de 25 de agosto de 2004

LEGISLAÇÃO 22


4.4. REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE PÚBLICO O terreno pode ser acessado por diversas estações de metrô e ponto de ônibus de diversas linhas.

Legenda: Localização do terreno

Figura 50 - Recorte do mapa de zoneamento da SEMPLA - Lei Nº 13.885, de 25 de agosto de 2004

LEGISLAÇÃO 23


4.5. OCUPAÇÃO DO SOLO: O gabarito do entorno é baixo, apesar de ser maior nas edificações mais próximas da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, um dos partidos do projeto será manter a tradicional horizontalidade do bairro, privilegiando assim a visibilidade, principalmente do Teatro Oficina.

Legenda: Igual ou maior que 14 pavimentos 6 a 11 pavimentos 3 a 5 pavimentos Até 2 pavimentos Figura 51

LEVANTAMENTOS 24


4.6. USO DO SOLO: Os usos do entorno do terreno são característicos do bairro, o uso misto predomina, alguns usos institucionais. Casas com 2 pavimentos de uso geralmente residencial, edifícios residenciais com o térreo comercial ou de serviços e ainda os edifícios de escritórios na região da Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Legenda: Comércio de Serviços Habitacional Institucional Área verde

Figura 52

LEVANTAMENTOS 25


4.7. ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES: As edificações com melhores condições de conservação da área analisada, são as que estão próximas á avenida Brigaderio Luís Antônio e rua Santo Amaro. As áreas estritamentes residenciais costituidas de casas são as mais degradadas com algumas exceções.

Legenda: Ruim Médio Bom Ótimo

Figura 53

LEVANTAMENTOS 26


4.8. CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES E VEÍCULOS: As vias de maior intensidade de circulação, tanto de veículos quanto de pedestres são, a avenida Brigadeiro Luís Antônio, por ser um centro de escritórios e serviços e ter circulação de ônibus, o viaduto Júlio de Mesquita, como uma via expressa e a rua Santo Amaro pelos serviços que oferece e também por ter circulação de ônibus. As vias com pequena intensidade de circulação são as que têm características residenciais.

Legenda: Gradiente de circulação de veículos: Grande intensidade Média intensidade Pequena intensidade Gradiente de circulação de pedestre: Grande intensidade Média intensidade Pequena intensidade

Figura 54

LEVANTAMENTOS 27


4.9. POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES Potencialidades: Casas residenciais de 2 pavimentos, bem características do bairro. Fragilidades: Em sua maior parte estão em grave estado de deterioração.

Potencialidades: Edifícios com grande potencial para escritórios, comércio, serviços e residências. Fragilidades: Circulação de veículos intensa, poluição sonora.

Potencialidades:A casa é exemplar remanescente significativo das transformações do bairro em razão do crescimento da cidade. Encontra-se em ótimo estado de conservação. Oferece diversas atividades culturais.

Potencialidades: Teatros Oficina e Imprensa, importantes centros de cultura.

Potencialidades: Áreas verdes próximas. Fragilidades: Os canteiros estão deteriorados, com presença de moradores de rua.

Potencialidades: Praça Pérola Byington. Ótima área de lazer com brinquedos e áreas de estar. Fragilidades: Encontra-se em mau estado de conservação, seus brinquedos são constantemente roubados.

Potencialidades: Edifícios e casas com grande portencial residencial e comercial. Fragilidades: A rua assim como os edifícios não estão bem conservados. Potencialidades: Escola.EMEF Celso Leite Ribeiro Filho. Bom estado de conservação. Figura 55

Potencialidades: Casas residenciais de 2 pavimentos, bem características do bairro. Em parte em ótimo estado de conservação. Fragilidades: Parte das casas estão em estado de deterioração grave e encortiçadas.

Potencialidades: Casas residenciais de 2 pavimentos, bem características do bairro. Fragilidades: Em sua maior parte estão em grave estado de deterioração.

POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES

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4.10. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS FOTOS DO ENTORNO

1

11 12 3

4

2 6

9

7

10 5 8

Figura 56

ENTORNO 29


4.10. ENTORNO O entorno do terreno marca bem as características comentadas do bairro, a horizontalidade mantida em algumas áreas, a deterioração das casas, prédios e ruas, a barreira do viaduto Júlio de Mesquita parece intensificar esse aspecto.

Figura 57 - Vista do terreno de implantação.

Figura 58 - 1. Edificações na Rua da Abolição.

Figura 59 - 2. Edificações na Rua da Abolição.

Figura 60 - 3. Casas da rua Jardim Heloisa.

Figura 61 - 4. Rua da Abolição - Viaduto Júlio de Mesquita Filho

Figura 62 - 5. Rua Jaceguai

Figura 63 - 6. Rua Jaceguai - Viaduto Júlio de Mesquita Filho.

ENTORNO 30


Fotos do terreno e seu vizinho o Teatro Oficina, e ainda a praça Pérola Byington com o Teatro Imprensa e o Hospital Pérola Byington ao fundo. Edifícios residenciais e comerciais também fazem parte do entorno, além de casas, como as da rua Japurá.

Figura 65 - 8. Praça Pérola Byington, Teatro Imprensa e ao fundo Hospital Pérola Byington

Figura 64 - 7. Vista do terreno de implantação - ao fundo Câmara Municipal, Edifício Japurá e Edifício Viadutos e algumas casas tombadas da Bela Vista.

Figura 66 - 9. Lateral do Teatro Oficina

Figura 67 - 10. Edifício residencial ao lado do Teatro Oficina

Figura 68 - 11. Rua Japurá

Figura 69 - 12. Rua Japurá

ENTORNO 31


5. ESTUDOS DE CASO


5.1. BIBLIOTECA PÚBLICA ALCEU AMOROSO LIMA

Ficha técnica: Local: Pinheiros, São Paulo- SP

O projeto está implantado no bairro de Pinheiros, em uma movimentada esquina. A multifuncionalidade direcionou o projeto que incorporou outras atividades como a música, cinema e artes plásticas, foram projetados espaços integrados e de uso de público em geral. Um exemplo disso é a planta do térreo onde ficam o café/ bar, o auditório (com capacidade para 133 lugares) e o espaço para pequenas exposiçoes de artes plásticas.

Projeto: 1990 Conclusão da obra: 1998 Terreno: 1 360m² Área construída: 2 330m² Arquitetura: José Oswaldo Vilela

Figura 71 - Fachada.

No 1º pavimento encontram-se a diretoria e a galeria para exposições maiores. No 2º pavimento está a biblioteca, já o mezanino foi projetado como um espaço multiuso ou ainda para atividades multimídia. O conceito “a forma segue a função” criou rítmo as fachadas e as aberturas que acontecem de acordo com a ocupação destinada, portanto, diferente em cada pavimento. Sendo assim, no térreo, que deve ser convidativo, o acesso principal é aberto.

Figura 72 - Espaço interno.

Já o primeiro pavimento, possui grandes esquadrias com fechamento em vidros translúcidos, formando assim uma galeria visível do exterior.

Figura 75 - Acesso

Figura 73 - Fachada.

Fgura 76 - Fachada. Figura 70 - Foto aérea.

Figura 74 - Fachada.

ESTUDOS DE CASO

33


No pavimento da biblioteca, pela necessidade de um maior controle da luz, a área de leitura tem a proteção de empenas cegas, porém em frente ao acervo de livros, pequenos rasgos na fachada garantem uma luminosidade natural na intensidade ideal. O mezanino é iluminado pelos lanternins e grandes aberturas na fachada voltada para o jardim interno lateral, com paisagismo atrativo e instalações para cursos ao ar livre. O espaço pode ser aproveitado com tranquilidade por causa do seu posicionamento na topografia, elevado em relação á avenida.

Figura 78 - Interior da biblioteca.

Figura 79 - Interior da biblioteca.

Para vencer grandes vãos, o arquiteto utilizou o concreto e pilares e vigas de grandes portes. A estrutura da cobertura é metálica com telhas do mesmo material. Os reservatórios de água são abrigados por duas grandes vigas de concreto na fachada lateral voltada para o norte. Essas duas vigas funcionam ainda como proteção termoacústica. Como estudo de caso, este projeto influenciou em alguns conceitos entre o público e o privado, contribuiu ainda para o estudo de aberturas nas áreas de exposições e da biblioteca do projeto, circulações. Além dos materias e estrutura empregados.

Figura 80 - Circulações da biblioteca.

Figura 81 - Espaços internos da biblioteca.

Figura 77 - Corte longitudinal

ESTUDOS DE CASO

34


ANÁLISE DE USOS

1.Saguão/ 2.Administração/ 3.Restauro/ 4.Serviços/ 5.Copa

1.Área de leitura/ 2.Acervo

6.Café/ bar/ 7.Galeria/ 8.Auditório/ 9.Palco/ 10.Rampas/ 11.Elevador

Legenda: Público Serviço

1.Diretoria/ 2.Área de exposições

1.Espaço multiuso

Figura 82.

ESTUDOS DE CASO

35


ANÁLISE DE CIRCULAÇÃO

1.Saguão/ 2.Administração/ 3.Restauro/ 4.Serviços/ 5.Copa

1.Área de leitura/ 2.Acervo

6.Café/ bar/ 7.Galeria/ 8.Auditório/ 9.Palco/ 10.Rampas/ 11.Elevador

Legenda: Acesso vertical 1.Diretoria/ 2.Área de exposições

1.Espaço multiuso

Figura 83.

ESTUDOS DE CASO

36


ANÁLISE DE ESTRUTURA

1.Saguão/ 2.Administração/ 3.Restauro/ 4.Serviços/ 5.Copa

1.Área de leitura/ 2.Acervo

6.Café/ bar/ 7.Galeria/ 8.Auditório/ 9.Palco/ 10.Rampas/ 11.Elevador

1.Diretoria/ 2.Área de exposições

1.Espaço multiuso

Figura 84.

ESTUDOS DE CASO

37


5.2. MUSEU MALBA O Museu Malba, também conhecido como Museu Costantini, nome do empresário argentino que investiu na construção do edifício para abrigar sua coleção de arte latino-americana e adquiriu um terreno no bairro de Palermo. Foi convocado um concurso para o projeto e os vencedores foram os jovens arquitetos Alfredo Tapia, Martin Fourcade e Gaston Atelman. A proposta combina tecnologia, volumetria simples e imagem atemporal, e diferente de outras propostas da época, em que o edifício quase concorria com as obras expostas, os arquitetos se basearam no conceito de que a protagonista deveriam ser as obras expostas e não o edifício. Portanto, partindo desse conceito, o projeto possui uma arquitetura simples, porém com uma complexa resolução de tecnologia para suas instalações. Na volumetria revestida de pedra natural, destacam-se os panos de vidro. Os espaços interiores foram priorizados, as circulações são feitas em um grande átrio com 20 metros de altura. O acesso ao edifício parte de uma movimentada avenida e passa por um hall com o pé direito mais baixo, para então adentrar neste átrio iluminado por luz natural.

Figura 85 - Exterior do museu.

Figura 86 - Exterior do museu.

Figura 87 - Exterior do museu.

Figura 88 - Exterior do museu.

Figura 89 - Vista do terraço para o café do museu.

ESTUDOS DE CASO

38


O que define a imagem exterior do edifício é a própria organização interna dos ambientes como as áreas de exposições e os espaços públicos. As grandes salas podem ser divididas em galerias se adequando ao uso, as salas destinadas a mostras temporárias são como caixas brancas, sua posição permite a entrada de luz natural, porém prioriza a contemplação das obras não admitindo distrações visuais. As diferentes aberturas enquadram a paisagem urbana, que passa a ser vista de maneira similar ás pinturas. Em seu programa o museu abriga ainda, uma livraria, biblioteca, bar-café e um auditório com 300 lugares. Este estudo de caso inspirou e facilitou o entendimento quanto á circulações, aberturas, o uso da luz natural, acessos e os usos que agregam valor e que são vitais para o funcionamento do equipamento, como os espaços de serviço com livraria e bar-café. Ainda foram estudados os espaços de exposições e os materiais empregados no projeto.

Figura 91 - Circulação

Figura 92 - Circulação

Figura 93 - Auditório

Figura 94 - Biblioteca

Figura 95 - Área de exposições

Figura 96 - Café-Restaurante

ESTUDOS DE CASO

39


ANÁLISE DE USOS

Térreo 1. Acesso principal 2. Hall 3. Auditório 4. Bar/café 5. Oja 6. Biblioteca 7. Cozinha

3° Pavimento 1. Circulação 2. Exposições 3. Vazio

2° Pavimento 1. Circulação 2. Exposições 3. Vazio Legenda: Público Figura 97.

Serviço

ESTUDOS DE CASO

40


ANÁLISE DE CIRCULAÇÃO

Térreo 1. Acesso principal 2. Hall 3. Auditório 4. Bar/café 5. Oja 6. Biblioteca 7. Cozinha

3° Pavimento 1. Circulação 2. Exposições 3. Vazio

2° Pavimento 1. Circulação 2. Exposições 3. Vazio Legenda: Vertical Figura 98 - Elaborado pela autora. Base: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Horizontal

ESTUDOS DE CASO

41


5.3. GRADED SCHOOL - CENTRO DE ARTES

Ficha Técnica

Instituição de origem norte-americana, para crianças e adolescentes. Situada no bairro do Morumbi, a Escola Graduada ocupa um conjunto arquitetônico que começou a ser construído na década de 1960. São diversos blocos horizontais, revestidos por litocerâmica e separados por generosas áreas externas de circulação. Atualmente destaca-se o Lemann Arts Center, edifício dotado de infra-estrutura para o ensino artístico. A impossibilidade de adensar o conjunto fez com que o novo bloco, de dois pavimentos, fosse construído sobre o prédio térreo onde funcionam refeitório e cozinha. O volume suspenso possui estrutura metálica independente, apoiada em pilares que contornam o refeitório, originando o amplo acesso coberto. O fechamento externo e dos banheiros é feito com blocos de concreto; as divisões internas, com painéis de gesso acartonado. A fachada voltada para o pátio de acesso, por sua vez, é curva, com fechamento em vidro insulado, o que garante conforto termoacústico e personaliza a edificação. Caixilhos com vidros insulados e tela de proteção solar garantem boa luminosidade natural e conforto térmico. Parte dessa área transparente é protegida pela tela solar de 36 x 12 metros, fabricada com fibra de vidro e PVC, na qual foi impressa a logomarca da escola. Para evitar danos pela ação do vento, a tela foi fixada na estrutura tubular metálica, posicionada a um metro do vidro a fim de permitir o acesso para limpeza.

Lemann Arts Center - Centro de Artes da Escola Graduada

Figura 99 - Fachada principal.

Figura 100 - Edifício em fase de construção.

Local

Figura 101 - Implantação.

São Paulo, SP

Projeto

2002

Conclusão da obra

2004

Área do terreno

63 356 m2

Área construída

5 000 m2

Arquitetura Ricardo Julião Arquitetura e Urbanismo

Figura 102 - Vista aérea.

ESTUDOS DE CASO

42


O acesso ao prédio leva diretamente ao foyer do auditório, de onde se vê o corredor de circulação que funciona como galeria de exposições A folha de madeira, do tipo haya, foi usada no revestimento do bar do foyer. Transparências nos extremos do prédio e domos nas áreas de circulação reduzem a necessidade de iluminação artificial As salas alinhadas com a fachada de vidro repetem a curvatura externa e configuram internamente galerias de circulação que funcionam como áreas para exposições. No primeiro piso, as salas desse alinhamento têm paredes de 40 centímetros de espessura e tratamento acústico para permitir aulas simultâneas de música. No primeiro andar encontra-se o auditório com pé-direito triplo, destinado ao ensino de artes e técnica cênicas. Um dos principais elementos do prédio, são as paredes revestidas por tecido e outros cuidados acústicos que evitam o eco e dispensam o uso de microfones. O palco, elementos luminotécnicos e espaço de platéia são montados conforme a necessidade de cada atividade ou apresentação. O forro embute luminárias de uso geral e refletores para destacar trabalhos artísticos. Este projeto foi utilizado para o estudo dos espaços e áreas das atividades exercidas e circulações, por ter um programa parecido ao do projeto elaborado, também pelas aberturas e materiais empregados.

Figura 103 - Maquete eletrônica.

Figura 104 - Maquete eletrônica.

Figura 105 - Foyer.

Figura 106 - Detalhe do forro.

Figura 107 - Foyer.

Figura 108 - Sala de aula.

Figura 109 - Anfiteatro.

Figura 110 - Detalhe da fachada.

ESTUDOS DE CASO

43


Análise de uso:

Análise de circulação:

Didático

Serviço Administrativo Público

1°pavimento: 1.Foyer 2.Coral 3.Professores4.Estúdio 5.Banda 6.Depósito 7.Galeria 8.Auditório 9.Coxia 10.Laboratório de música 11. Dança 12.Escritório 13.Conjuntos 14.Prática 15.Biblioteca 16.Terraço

Acesso vertical Acesso horizontal

2°pavimento: 1.Hall 2.Fornos de cerâmica 3. Cerâmica 4.Artes plásticas 5.Escritório 6.Galeria 7.Laboratório fotográfico 8.Câmara escura 9.Fotografia 10.Vídeo 11.Estúdio 12.Depósito 13.Exposições 14.Terraço 15.Vazio Figura 111.

ESTUDOS DE CASO

44


Análise de estrutura:

1°pavimento: 1.Foyer 2.Coral 3.Professores4.Estúdio 5.Banda 6.Depósito 7.Galeria 8.Auditório 9.Coxia 10.Laboratório de música 11. Dança 12.Escritório 13.Conjuntos 14.Prática 15.Biblioteca 16.Terraço

2°pavimento: 1.Hall 2.Fornos de cerâmica 3. Cerâmica 4.Artes plásticas 5.Escritório 6.Galeria 7.Laboratório fotográfico 8.Câmara escura 9.Fotografia 10.Vídeo 11.Estúdio 12.Depósito 13.Exposições 14.Terraço 15.Vazio Figura 112.

Figura 113 - Plantas do térreo, 1º e 2º pavimentos.

ESTUDOS DE CASO

45


6. PROPOSTA


6.1. A PROPOSTA A partir da análise do programa de necessidades, do terreno, seu entorno, sua topografia, e todos os outros estudos aqui apresentados, e com o objetivo de criar um espaço de cultura, lazer, aprendizagem e de inserção social, foram tomados os seguintes partidos. Manter a horizontalidade, não elevando seu gabarito mais de 4 pavimentos, dando continuidade ás características do bairro, respeitando a visibilidade, principalmente do Teatro Oficina. Ainda no intuito de respeitar o entorno, suas características e história, há ausência de recuos frontais. O conceito de rua e de passagem que norteiam o projeto do Teatro Oficina ganham continuidade, já que os acessos cortam o terreno em dois sentidos, sendo que o encontro dessas “ruas internas” forma uma grande praça de lazer e de apresentações ao ar livre, diretamente ligada ao palco do Teatro Oficina. A praça está no patamar mais baixo de todo o projeto sendo acessada por todas as ruas que rodeiam o terreno tanto por escadarias como é o caso da rua Santo Amaro com 9 metros de desnível em relação com a praça projetada, ou ainda por rampas no caso da rua Jaceguai. O acesso de veículos é feito pela rua da Abolição, causando menor impacto no trânsito, já que é uma rua com circulação menos intensa. Da cota do estacionamento são acessados, palco e camarins do teatro projetado, facilitando o transporte de materias, cenários etc. Do estacionamento pode-se acessar a praça através de uma escada. A praça além de servir para o lazer e apresentações ao ar livre possui ainda uma área de mesas para os cinco bares-restaurantes.

As atividades foram divididas em dois blocos. No primeiro de gabarito mais baixo, estão o Teatro com capacidade para 388 lugares, foyer com bar, e ainda uma área comercial voltada para a rua da Abolição. No segundo pavimento e mezanino estão a biblioteca, hemeroteca, internet livre, biblioteca infantil, o apoio à biblioteca e um terraço. O pé direito do teatro ultrapassa os limites da laje da biblioteca formando uma “caixa” no interior da edificação, usada como uma grande prateleira para o acervo. O exterior da biblioteca e teatro possui diferentes aberturas de acordo com os usos e insolação, no sentido sul dois grandes panos de vidro serigrafado formam uma meia caixa, envolvendo a caixa opaca do teatro. No sentido norte as janelas ganharam brises para a proteção e melhor conforto e no sentido oeste, aberturas aleatórias iluminam o interior da biblioteca. No segundo bloco, com acesso principal pela rua Santo Amaro, pela cota mais alta do terreno, ou ainda pela praça, estão as áreas de exposição e convivência e nos andares superiores estão as salas de aula, ateliês, sala de artes, música, dança, conjuntos, sala de gravação, laboratório de foto e vídeo e toda parte administrativa, esta com acesso principal pela rua da Abolição. As salas de aula estão voltadas para a rua Japurá, por ter um tráfego menos intenso, ideal para o conforto acústico, por ser fachada norte, suas janelas ganham a proteção de brises horizontais. A circulação pode ser feita tanto por escadas, como por elevadores e ainda por uma rampa no centro da edificação. Os corredores envidraçados possuem total visibilidade para a cidade e para a praça. O edifício está disposto no terreno de forma a deixar uma maior área de espaço livre para o lazer e as apresentações. A estrutura de ambos os blocos estão moduladas em vãos de em média 10 metros e em lajes nervuradas. Os canteiros com paisagismo nos recuos e na praça suprem a área de permeabilidade do terreno.

PROPOSTA 47


Após os estudos e análises executados e apresentados nesse caderno, foi elaborado este projeto, e como discutido nos capítulos anteriores, apenas a implantação deste projeto não seria garantia de renovação do bairro, deve estar aliado à diversas diretrizes, como o incentivo ao uso residencial e melhoria dos cortiços existentes, estabelecimentos de inclusão social, restauro de edificações tombadas destinando-as ao uso público, incentivo ao uso comercial e de serviços, melhoria na iluminação e no sistema viário, incluindo aumento de estacionamentos para intensificar a vocação turística e servir também aos numerosos restaurantes, cantinas e casas de espetáculos, entre outras diretrizes.

PROPOSTA 48


6.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES Hall de entrada e convivência com balcão de informações Área de exposições distribuídas em vários espaços Sala para projeções 4 Salas de aula com carteiras Laboratório de fotografia e vídeo 2 Salas de informática 2 Salas/ estúdio Ateliê de cerâmica Ateliê de artes plásticas 3 Salas de aula para música Sala de aula para dança Sala para conjuntos menores Sala para conjuntos maiores Estúdio para gravação 8 salas individuais para prática música Banheiros

160m² 540m² 50m² 40m² 90m² 40m² 82m² 170m² 260m² 83m² 170m² 52m² 142m² 20m² 15m² 16m²

Hall de entrada para administração Secretaria Financeiro Departamento Pessoal Imprensa Diretor de educação Diretor artístico e de eventos Sala dos professores 2 Salas de reuniões 2 Salas de administração Sala de atendimento

100m² 66m² 32m² 32m² 32m² 24m² 24m² 66m² 32m² 68m² 32m²

Biblioteca: Acervo Área de leitura Encadernação Restauro Catalogação Novas aquisições Bibliotecários 5 Salas de estudo 4 Banheiros CD e DVD teca Biblioteca Infantil Internet Livre Hemeroteca Empréstimos e Devoluções Terraço

500m² 24m² 24m² 24m² 24m² 24m² 24m² 16m² 85m² 160m² 213m² 75m² 25m² 300m²

Restaurantes: Cozinha Despensa Vestiário Lixo Caixa Área para mesas 2 banheiros públicos Comércio

26m² 9m² 8m² 2,30m² 2,30m² 580m² 16m² 507m²

PROGRAMA DE NECESSIDADES

49


Teatro: (388 lugares) Foyer Platéia

430m² 361m²

Proscênio Palco Coxia

26m² 104m² 81m²

Cabine de Controles

64m²

Acesso aos camarins 2 Camarins coletivos 2 Banheiros coletivos 2 Camarins individuais com banheiro Apoio

37m² 36m² 20m² 20m² 34m²

2 vestiário para funcionários Refeitório Manutenção e Sala de máquinas

34m² 66m² 91m²

Praça

1 300m²

Estacionamento

88 vagas

Área total Área permeável

7.308m² 1.396m²

PROGRAMA DE NECESSIDADES

50


6.3. CROQUIS DE ESTUDOS PRELIMINARES

Figura 115.

Figura 114.

Croquis de setorização iniciais dos usos e atividades, com indicação de equipamentos culturais do entorno. De início, o conceito exigia a ausência total de recuos, devido as características do bairro, porém para conseguir uma melhor insolação, conforto ambiental, foi projetado o recuo lateral do bloco didático, mas a ausência de recuos frontais, prevaleceu como diretriz de forma a manter as tradicionais características do bairro.

A setorização dividiu as atividades em dois blocos, as salas de aulas e ateliês, exposições e área administrativa no bloco mais preservado, com as salas voltadas para um lado menos movimentado. E as atividades de biblioteca, teatro, em outro bloco. Os restaurantes estão voltados para a mesma praça desde o início, de forma a criar os ambientes tradicionais do bairro, de lazer na rua, com as mesas colocadas em áreas abertas cobertas. Nestes primeiros croquis foram estudadas e determinadas as entradas de veículos, pedestres e de serviço.

CROQUIS 51


Figura 116.

Croquis de estudo dos espaços livres, cobertos, públicos e de serviço, e dos patamares de acomodação das cotas de nível do terreno.

Figura 117.

CROQUIS 52


Figura 120.

Figura 118.

Figura 119.

Figura 121.

Figura 122.

Figura 123.

Primeiros croquis de estudos para a volumetria e aberturas. Desde os primeiros estudos, a idĂŠia foi de mantĂŠr a horizontalidade do bairro. Chegando a no mĂĄximo 4 pavimentos.

CROQUIS 53


6.4. ORGANOGRAMA

Figura 124.

ORGANOGRAMA 54


7. PROJETO


ARQUIVOS DO PROJETO EM PDF: SUBSOLO; TÉRREO COTA 753.0; COTA 757.5; TÉRREO COTA 762.0; COTAS 766.5, 770.0 E CORTE A; CORTES B e C; CORTES D e E; CORTES F, G e ELEVAÇÃO 1; ELEVAÇÕES 2, 3 e 4.


PERSPECTIVAS 66


PERSPECTIVAS 66


LIVROS COMIN, Álvaro Augusto; SOMEKH, Nadia (coord.). Caminhos para o centro: estratégias de desenvolvimento para a região central de São Paulo. São Paulo: CEM/CEBRAP/EMURB, 2004. 420p. BOTELHO, Isaura, FREIRE, Carlos Torres Equipamentos e Serviços Culturais na região central da cidade de São Paulo FRÚGOLI JR., Heitor, Espaços Públicos e Interação Social. São Paulo, Marco Zero Sesc, 1995.

SITES www.arcoweb.com.br (de março à setembro de 2008) www.ajorb.com.br/historiadobixiga.htm (de março à agosto de 2008) www.bixiganews.com.br ( abril de 2008) www.ibge.gov.br ( maio de 2008) www.naya.org.ar ( setembro de 2008) www.prefeitura.sp.gov.br (de março à setembro de 2008) http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/ (de março à setembro de 2008) www.teatrobrasileiro.com.br (abril de 2008) www.teatroficina.com.br (de abril à junho de 2008) www.vitruvius.com.br ( de março à setembro de 2008) http://pt.wikipedia.org ( de maio á junho de 2008)

GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990. REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL, 30 Anos de DPH Departamento do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo ROLNIK, Raquel. São Paulo. São Paulo, Publifolha, 2000. SCHILLER, Friedrich, A Educação Estética do Homem, Iluminuras, SP,2002 TOLEDO, Benedito Lima de,1934 São Paulo : Três cidades em um século. São Paulo, Duas Cidades, 1983.

LEGISLAÇÃO CONSULTADA DECRETO Nº 32.329, DE 23 DE SETEMBRO DE 1992 - CÓDIGO DE OBRAS DECRETO ESTADUAL Nº 46076 - BOMBEIROS CÓDIGO DE OBRAS - LEI Nº 11.228, DE 25 DE JUNHO DE 1992 ZONEAMENTO DA CIDADE DE SÃO PAULO - LEI Nº 13.885, DE 25 DE AGOSTO DE 2004 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA - INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 11/2004 CONCEITOS BÁSICOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 02/2004 DIMENSIONAMENTO DE LOTAÇÃO E SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM CENTROS ESPORTIVOS E DE EXIBIÇÃO - INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 12/2004

BIBLIOGRAFIA 67


CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

Figura 14- Cantinas do Bexiga- Villa Tavolla Fonte: www.villatavola.com.br

Croqui da capa - Elaboração da autora.

Figura 15 - Teatro Ruth Escobar Foto:http://www.ruthescobar.apetesp.org.br/imagens/ruth_frente1_peq.jpg

Figura 1 - Centre National d’Art et Culture Geoges Pompidou Foto:http://www.geocities.com/darthdusan/PhotosofParis.html Figura 2- Centro Cultural do Jabaquara Foto:http://portal.prefeitura.sp.gov.br/noticias/ars/jabaquara/2008/10/0017 Figura 3 - Centro Cultural de São Paulo Foto:http://portal.prefeitura.sp.gov.br/noticias/ars/jabaquara/2008/10/0017 Figura 4 - Mapa de localização do bairro Elaborado pela autora Figura 5- Foto de 1860 - Largo do Bixiga, atual Praça da Bandeira. Em primerio plano a hospedaria de tropeiros de Antônio Manuel Bixiga que era também proprietário da Chácara do Bixiga. Fonte: Coleção Italo Bagnoli (DIM-DPH-SMC-PMSP) Figura 6 - Principais vias de acesso ao terreno de estudo. Elaborado pela autora

Figura 16 - Teatro TBC Foto:http://farm1.static.flickr.com/128/356840097_db66fce50f.jpg?v=0 Figura 17- Foto aérea de 1932 Fonte: site Geoportal Figura 18 - Região do Morro dos Ingleses. Fonte: TOLEDO, Benedito Lima de,1934 São Paulo : Três cidades em um século. São Paulo, Duas Cidades, 1983. Figura 19 - Rua Santo Amaro Fonte: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990 Figura 20 - Perspectiva - 1972 Fonte: banco de dados da folha Figura 21- Fonte: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 7 - Desenho da Chácara do Bexiga 1819. GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 22 - Casas da rua Jardim Heloísa Fonte: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 8 - Mapa de São Paulo 1800-1874 Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/5f54a_01_APT_Bairro_Bela_Vista_map a.jpg

Figura 23 - Fonte: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 9- Recorte de jornal anunciando a venda das terras da antiga chácra do Bexiga. GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 25 - Residência, 1989. Fonte: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 10 - Seresteiros de Bexiga, década de 50. Foto: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 26 - Residência à Rua Santo Antônio - Bela Vista. Desenho de Diana Danon( Danon, D.D.e Toledo, B.L., São Paulo: “Belle Èpoque”, São Paulo, Nacional/ EDUSP, 1974)

Figura 11 - Bar e Pizzaria, propriedade da família Biondi, um dos lugares mais frequentados do bairro na década de 50. Foto:Gontier, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990 Figura 12 - Teatro Cultura Artística Foto:http://www.culturaartistica.com.br/imagens/02.jpg Figura 13 - Teatro Abril Foto:http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp122.asp

Figura 24 - Fonte: GONTIER, Bernard. Bexiga - São Paulo: Mundo Impresso 1990

Figura 27 - Casa da Dona Yayá Fonte: REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL, 30 Anos de DPH - Departamento do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo Figura 28- Teatro Oficina Fonte:http://www.vitruvius.com.br/ac/ac010/ac010_2.asp

CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

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Figura 29 - Castelinho da Av Brigadeiro Luis Antônio Fonte: REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL, 30 Anos de DPH - Departamento do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo Figura 30 - Desenho do Castelinho da Av. Brigadeiro Luis Antônio Fonte: TOLEDO, Benedito Lima de,1934 São Paulo : Três cidades em um século. São Paulo, Duas Cidades, 1983. Figura 31- Recorte do Sara Brasil - Mapa de 1930.

Figura 45 - Vista do terreno pela rua Jaceguai. Foto da autora. Figura 46 - Vista do terreno, do lado esquerdo a lateral do Teatro Oficina e ao fundo o Viaduto Júlio de Mesquita Filho como interferência visual. Foto da autora. Figura 47- Desnível em relação a rua Santo Amaro, e o atual uso de uma parte do terreno como estacionamento do Baú. Foto da autora.

Figura 32 - Recorte do Gegran - 1972. Figura 33 - Recorte Google Earth - 2008.

Figura 48 - Terreno visto do topo do edifício Japurá. Foto da autora.

Figura 34 - Entrada do Teatro Oficina. Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq101/arq101_01.asp

Figura 49 - Recorte do mapa de zoneamento da SEMPLA - Lei Nº 13.885, de 25 de agosto de 2004.

Figura 35- Fachada do Teatro Oficina Foto: teatrooficona.com.br

Figura 50 - Recorte do mapa de zoneamento da SEMPLA - Lei Nº 13.885, de 25 de agosto de 2004.

Figura 36 - Fachada noturna. Fonte http://www.vitruvius.com.br/ac/ac010/ac010_2.asp

Figura 51 - Elaborado pela autora. Base - Gegran Figura 52 - Elaborado pela autora. Base - Gegran

Figura 37 - Passarelas Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq101/arq101_01.asp Figura 38 - Vista interna do teatro Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq101/arq101_01.asp

Figura 53 - Elaborado pela autora. Base - Gegran Figura 54 - Elaborado pela autora. Base - Gegran Figura 55 - Elaborado pela autora. Base - Gegran

Figura 39 - Apresentação Fonte:http://www.teatroficina.com.br/images/photo/file/1/bocadeouro_001-large.jpg

Figura 56 - Elaborado pela autora. Base - Gegran

Figura 40- Apresentação Fonte:http://www.teatroficina.com.br/menus/77/photos

Figura 57 - Vista do terreno de implantação. Foto da autora.

Figura 41 - Corte do Teatro Oficina Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq101/arq101_01.asp

Figura 58 - 1. Edificações na Rua da Abolição.

Figura 42 - Foto aérea do terreno Fonte: Google Earth.

Figura 59 - 2. Edificações na Rua da Abolição.

Figura 43- Curvas de nível do terreno - 9 metros de desnível. Elaborado pela autora.

Figura 60 - 3. Casas da rua Jardim Heloisa.

Figura 44 - Rua Jaceguai com vista para o terreno de estudo. Foto da autora.

Figura 61 - 4. Rua da Abolição - Viaduto Júlio de Mesquita Filho Foto da autora.

Foto da autora.

Foto da autora.

Foto da autora.

CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

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Figura 62 - 5. Rua Jaceguai

Figura 78 - Interior da biblioteca

Foto da autora.

Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 63 - 6. Rua Jaceguai - Viaduto Júlio de Mesquita Filho.

Figura 79 - Interior da biblioteca

Foto da autora.

Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 64- 7. Vista do terreno de implantação - ao fundo Câmara Municipal, Edifício Japurá e

Figura 80- Circulações da biblioteca

Edifício Viadutos e algumas casas tombadas da Bela Vista. Foto da autora.

Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 81 - Espaços internos da biblioteca Figura 65 - 8. Praça Pérola Byington, Teatro Imprensa e ao fundo Hospital Pérola Byington

Foto:http://peixedeaquario.zip.net/arch2008-03-01_2008-03-31.html

Foto da autora.

Figura 82 - Elaborado pela autora. Figura 66 - 9. Lateral do Teatro Oficina Foto da autora.

Figura 83 - Elaborado pela autora.

Figura 67 - 10. Edifício residencial ao lado do Teatro Oficina Foto da autora.

Figura 84- Elaborado pela autora.

Figura 68- 11. Rua Japurá Foto da autora.

Figura 69 - 12. Rua Japurá Foto da autora.

Figura 70 - Foto aérea Fonte: google earth

Figura 71 - Fachada. Fonte: http://farm1.static.flickr.com/90/227117209_644d1f251c.jpg

Figura 72 - Espaço interno. Foto:http://portal.prefeitura.sp.gov.br/noticias/sec/cultura/2007/02/0020

Figura 73- Fachada Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 74 - Fachada Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 75 - Acesso Foto:http://www.waymarking.com/waymarks/WM1KJ8

Figura 76- Fachada. Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 77 - Corte longitudinal Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura19.asp

Figura 85 - Exterior do museu Fonte:http://www.akworld.net/BAweekly/?p=605 Figura 86 - Exterior do museu Foto:http://artipedia.org/artsnews/exhibitions/2007/01/24/malbaturns-five-having-received-more-than-1600000-visitors/

Figura 87 - Exterior do museu Fonte:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 88 - Exterior do museu Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 89- Vista do terraço para o café do museu Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 90 - Corte Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 91 - Circulação Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 92- Circulação Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 93 - Auditório Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 94- Biblioteca Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 95 - Área de exposições Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

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Figura 96 - Café-Restaurante

Figura 112 - Elaborado pela autora.

Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Base:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 97 - Elaborado pela autora.

Figura 113 - Plantas do térreo, 1º e 2º pavimentos. Fonte: site graded.br

Base: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 114 - Desenhos da autora. Figura 98- Elaborado pela autora. Base: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura318.asp

Figura 115 - Desenhos da autora.

Figura 99 - Fachada principal

Figura 116 - Desenhos da autora.

Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 100 - Edifício em fase de construção. Fonte: www.graded.br

Figura 101 - Implantação Foto: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 102- Vista aérea Foto: www.graded.br

Figura 103 - Maquete eletrônica

Figura 117 - Desenhos da autora. Figura 118 - Desenhos da autora. Figura 119- Desenhos da autora. Figura 120 - Desenhos da autora. Figura 121 - Desenhos da autora.

Fonte: site graded.br

Figura 122 - Desenhos da autora.

Figura 104 - Maquete eletrônica

Figura 123 - Desenhos da autora.

Fonte: site graded.br

Figura 124- Elaborado pela autora. Figura 105 - Foyer Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 106 - Detalhe do forro Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 107- Foyer Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 108 - Sala de aula Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 109 - Anfiteatro Foto:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

Figura 110- Detalhe da fachada Fonte: site graded.br Figura 111 - Elaborado pela autora. Base:http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura599.asp

CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

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