REVISTA TOTH CIÊNCIA E EDUCAÇÃO
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REVISTA TOTH CIÊNCIA E EDUCAÇÃO
FUPAC Rua Jair Rodrigues Coelho, 211 – Vila Bretas – Governador Valadares – MG Telefone: (33) 3212-6700 - CEP – 35.032-200 http://www.unipacgv.com.br
REVISTA TOTH – CIÊNCIA E EDUCAÇÃO
EDITORAÇÃO Editor: Rogério Vieira Primo Editores associados: Fernanda Aparecida Gomes Corrêa Maria Helena Campos Pereira Equipe técnica: Normalização Mônica Machado Messeder Diagramação Paulo Roberto Júnio Campos Pereira Criação gráfica Iris T. das Virgens Moreira Criação gráfica Warley Vasconcellos da Cunha Produção Artística: Pop Comunicação Corpo Editorial Científico: Alisson Cardoso de Oliveira Ana Paula de Oliveira Edney Ferreira Moreira Fernanda Barbosa Lopes Jennifer Pimentel Soyer João Cláudio Passos da Silva Pedro Avner Ferreira Quintino Rosely Conceição de Oliveira
Revista TOTH - Ciência e Educação – vol. 1 n.1 - 2018 Governador Valadares: Fundação Presidente Antônio Carlos - FUPAC Periodicidade: Semestral ISSN 1 Educação Física – Periódicos. 2. Esporte - Periódicos CDD 19. ed.: 796.4
SUMÁRIO
BULLYING NA ESCOLA, ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DA EDUCAÇÃO FÍSICA 7 O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
2
A EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A SAÚDE DO EDUCANDO 6 A FALTA DE INTEGRAÇÃO DOS PAIS COM O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 14 CENÁRIO DO GÊNERO FEMININO NO FUTSAL DO ENSINO MÉDIO: PRECONCEITO OU DESINTERESSE? 5 EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO E O DESINTERESSE DOS ALUNOS 5 A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL NO AMBIENTE ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 6 INCLUSÃO DE ALUNOS COM SURDEZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: O QUE DIZEM OS PROFESSORES 20
EDITORIAL
BULLYING NA ESCOLA, ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DA EDUCAÇÃO FÍSICA André Luiz de Paula Caldas¹ *Jorge Gomes Junior¹ Maria Helena Campos Pereira² Alisson Cardoso de Oliveira² Resumo É notório o desrespeito e a intolerância entre alunos nas escolas, sendo um fenômeno do final do século XX e início do século XXI. O bullying é um problema crônico a ser extinto do convívio social já que influencia diretamente na socialização dos indivíduos. No ambiente escolar sempre se encontrou manifestações agressivas, porém atualmente, tal assunto passou a ser vivenciado com maior frequência. A violência a cada ato e sua visibilidade adquiriu notoriedade maior, levando as autoridades públicas a montarem políticas para combater as possíveis causas e implementar soluções. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar as possíveis causas, soluções e consequências às vítimas e agressores, bem como a influência do bullying no futuro de cada um. Palavras chave: Desrespeito e intolerância, Bullying, Causas e soluções. ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail:andrelzc06@hotmail.com . jorgegomes-gv@hotmail.com ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Ensino de artes e História e cultura de Minas Gerais. Professor de Fundamentos de Sociologia da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co-autor. E-mail: nossila25.01@gmail.com.
Introdução É possível notar o crescimento de
Em Algumas escolas brasileiras
atos violentos ocorridos nas escolas, que
existem poucos momentos de descontração
podem representar grandes dificuldades no
e livres de tensão. É possível verificar em
desenvolvimento dos alunos, influenciando
alguns casos a falta de diálogo entre alunos
cada vez mais em um futuro com
e professores. Na ausência de diálogo,
dificuldades cognitivas, motoras e até
nota-se o distanciamento desse aluno,
mesmo de convívio social.
especialmente o mais vulnerável. Ou seja,
Cada aluno é um ser que vem com
aquele indivíduo que é exposto diretamente
uma história de vida pessoal. O que
ao preconceito e a intolerância, sendo
significa que muitos destes alunos são
privado da possibilidade de adequar-se ao
caracterizados por situações de fracasso,
comportamento apresentado como normal
desvantagens, mal-estar e sofrimentos dos
para todos
mais diferentes tipos. (CALIMAM, 2006).
O agravamento de tal situação é a
psicológica ou até mesmo física, muitos
maneira como as outras pessoas “entendem
alunos deixam de participar de um
e tratam” os indivíduos expostos ao risco
momento que deveria ser de união, como é
eminente reforçando as ocorrências de
a prática de esportes. Assim ocorre, muitas
violência grupal ou individual. Assim,
vezes, a falta de participação dos mesmos
quanto aos fundamentos do bullying na
nas aulas por medo ou vergonha dos
escola pode-se dizer que:
colegas que lhes ofendem com palavras e
O bullying “é um comportamento ligado à
atitudes.
agressão verbal, física ou psicológica que
Os reflexos do bullying acabam
pode ser efetuada tanto individual quanto
sendo a não inclusão de todos os alunos
grupalmente”.
um
nas atividades propostas. A prevenção e
relações
combate são de suma importância já que
interpessoais, em que os mais fortes
suas consequências futuras se manifestam
convertem os mais frágeis em objetos de
não só nas escolas, mas também nas ruas e
diversão e prazer através de “brincadeiras”
até mesmo dentro da própria casa. Então, o
que disfarçam o propósito de maltratar e
ponto a ser questionado é: qual seria a
intimidar.” (CONSTATINI, 2004)
intervenção correta do professor para evitar
Sendo assim, caracteriza-se como bullying
o bullying de maneira eficaz nas aulas de
o ato covarde onde não há a análise das
Educação Física?
“O
comportamento
bullying
próprio
das
é
possíveis consequências por parte daquele que o pratica.
Nossa pesquisa foi realizada com propostas de intervenção do professor de
Destaca-se
que
os
efeitos
do
educação física para que se tenha apoio
bullying vão além de um simples momento
eficaz no combate ao bullying na escola.
constrangedor. Suas implicações podem
Assim,
levar a traumas mais severos onde faz-se
professores
necessário a intervenção de profissionais
conhecimento de como abordar tal assunto
especializados
e consequentemente, obter resultados.
Se o bullying é um tema que tem sido abordado,
com
combatido.
A
objetivo
que
se
com
os
tenham
Esse tema se justifica no âmbito pessoal, com base nas experiências obtidas em
como
escolas durante o momento de atuação
disciplina escolar, tem o dever de fazer um
como estagiários, bem como em matérias
amplo
disponíveis na mídia.
educação
para
de
para
contribuir
ser
debate
o
podemos
física
proporcionar
a
participação dos alunos nas aulas. Por sofrerem
violências
como,
verbal,
Como
citado
anteriormente,
o
bullying é um problema que tem se
enraizado na sociedade. A imprensa tem
importância desse problema social e o mal
mostrado, através dos noticiários, um
que se prolifera.
agravamento dos casos de. Portanto, se
Deste modo, é importante que o
esse problema não for combatido poderá
bullying seja tratado problema a ser
acarretar maiores transtornos que os já
combatido. Somente assim será possível
vistos normalmente. É importante que a
que a sociedade passe a enxergar o
escola, a comunidade, os governos pensem
próximo com respeito.
nesse assunto para mostrar a grande
Bullying, um problema crônico A palavra “bullying” vem do adjetivo
As formas de agressão entre alunos
inglês “valentão”. Quem o pratica o faz
são as mais diversas, como empurrões,
para se sentir superior e adquir respeito dos
pontapés,
demais. Utilizam de atos desrespeitosos e
humilhantes, mentiras para desestabilizar a
desumanos, para elevarem o próprio ego.
vítima, passando assim por uma situação
Segundo Thais Pacievitch, da Info Escola,
vexatória, inventar apelidos que ferem a
Bullying é um ato caracterizado pela
dignidade, captar e difundir imagens,
violência física e/ou psicológica, de forma
inclusive pela internet. Inclusive são os
intencional e continuada, de um indivíduo,
meios digitais como a internet que dão
ou grupo contra outro (s) individuo (s), ou
maior visibilidade as agressões citadas.
grupo(s), sem motivo claro.
Essas ameaças são difundidas em sites e
insultos,
espalhar
histórias
No Brasil, a palavra “bullying” é
grupos de alunos tomando proporções que
relacionada a atos agressivos entre alunos
antes da popularização da internet não
e/ou grupos de alunos nas escolas. Até
existia. Não é errado afirmar que o
pouco tempo, o que hoje reconhecemos
bullying
como bullying, era visto como fatos
massificação ficou a cargo da era digital.
isolados,
“briguinhas
normalmente
família
de
criança”,
e
escola
o
bullying
existiu,
mas
a
e
Muitas vezes existem diferenças na
não
prática do bullying. Entre os meninos, os
tomavam devidas atitudes a respeito. Atualmente,
sempre
ataques mais comuns são as físicas. Ainda é
que não efetivada a agressão, os agressores
reconhecido como problema crônico nas
costumam ameaçar, fazer medo em suas
escolas, e com consequências sérias, tanto
vítimas.
para vítimas, quanto para agressores.
costumam espalhar rumores mentirosos, ou
Já
as
meninas
agressoras
ameaçarem e espalharem segredos para
esquecer que a vítima foi o maior
causar mal-estar.
molestado nessa situação. Acredita-se que
As
ameaças
podem
vir
o
bullying
atrapalha
inclusive
observando
a
acompanhadas de extorsão, chantagem
aprendizagem,
que
para obter dinheiro, sobretudo com alunos
normalmente os agressores são as crianças
de 5ª e 6ª série.
com maior porcentagem de reprovação. De
Importante enfatizar que o bullying
acordo com (PACIEVITCH 2017) os casos
não é via de mão única. Ele atinge
de agressão, que acontecem por um
principalmente quem é agredido, mas,
período maior, devem ser encaminhados
muitas vezes, os agressores também são
para atendimento psicológico.
vitimas. Crianças e jovens que praticam o
Portanto, ao entender o bullying na
bullying têm histórico de algum tipo de
escola como um problema crônico e de
abuso. O que normalmente acontece, é que
grande significância que é, exige que a
as atenções dos responsáveis tais como
comunidade escolar e a sociedade como
pais e professores se voltem para o
um todo, se mobilizem com planejamento
agressor, visto como um marginal em
e ações educativas que contribuam para a
potencial, sem atacar a raiz do problema.
realização de atividades de erradicação que
Assim, é necessário considerar o fato que o
minimize os efeitos negativos na vida dos
agressor deve também ser ouvido, sem
envolvidos.
Bullying escolar Segundo
Amélia
termo bullying compreende formas
de
maneiras
Hamze,
o
adultos com comportamentos antissociais e
todas
as
violentos, podendo vir a adotar, inclusive,
agressivas,
atitudes delituosas ou delinquentes.
intencionais e repetitivas, que ocorrem sem
Quando não há intervenções eficazes
motivo evidente e são tomadas por um ou
contra o bullying, o espaço escolar torna-se
mais estudantes contra outro, causando
totalmente corrompido, e dessa forma, a
traumas, e são executadas dentro de uma
maioria das crianças são afetadas, e passam
relação desigual de poder.
a experimentar sentimentos de ansiedade e
De todo fato, o bullying é um problema que deve ser combatido em toda
medo. Os alunos que sofrem bullying,
e qualquer escola que enfrente essa
dependendo
problemática. Os que praticam o bullying
individuais e dos meios em que vivem,
têm grande perspectiva de se tornarem
poderão
não
de
suas
ultrapassar
características
os
traumas
sofridos na escola. E quando adultos
casos é possível que adquiram também, um
podem
comportamento hostil.
apresentar
tornando-se
baixa
indivíduos
autoestima, com
sérios
problemas de relacionamento. Em alguns
Identificação e combate ao bullying na escola É difícil estudar a questão do bullying, no entanto, para que se identifique e possa combater este problema na escola é importante conhecer alguns casos e ou depoimentos. "Na sala de aula, jogavam bolinha de papel na minha cabeça, não me deixavam participar de nenhum grupo, me imitavam, pois eu gaguejava quando criança. Era sempre um grupo de meninos que fazia isso. A cena que me magoa até hoje foi lembrar quando dois meninos acharam um pedaço de fio de cobre atrás da escola e me bateram com ele". O depoimento é de Lídia Eliane Canuto de Souza, 30 anos, residente de Ribeirão
O que aconteceu no passado com ela é uma realidade que permanece no de
diversas
crianças
e
adolescentes em escolas do mundo todo. Segundo a ONG "Learn Without Fear" (Aprender Sem Medo), 350 milhões de
crianças
e
jovens
não para o Bullying", Aramis Lopes Neto, aponta que atitudes violentas dentro da escola geram muita preocupação, pois interferem na formação do indivíduo e deixam sequelas, principalmente para as vítimas. No caso de Lídia, ela diz que o bullying contribuiu para diminuir sua autoestima
são
vítimas
de bullying anualmente em todo o mundo.
e
fez
com
que
tivesse
dificuldade em confiar e de se relacionar com as pessoas. Portanto, o bullying não pode ser encarado provocação
como
uma
natural
brincadeira
entre
crianças
ou e
adolescentes e merece atenção para ser prevenido
Pires, interior de São Paulo.
cotidiano
O pediatra e um dos autores do livro "Diga
e
combatido.
Assim,
é
importante que se conheça esse fenômeno social, suas causas, consequências e quais são as medidas necessárias para diminuir a incidência desse tipo de comportamento. (LEMGRUBER,2017)
Metodologia Essa pesquisa se utiliza do método
coletados, uma vez que quando se trata de
quantitativo. Sendo desenvolvido em sala
seres humanos, nem sempre se consegue
de aula e acompanhado pela professora
absorver
orientadora do projeto. A escolha do tema
transparência
pesquisado, se deve a sua relevância. Para
(Fonseca
informações
passadas
com
A pesquisa foi realizada na Escola 2002),
Estadual Professor Darcy Ribeiro, com
diferentemente da pesquisa qualitativa, os
alunos do terceiro ano do Ensino Médio.
resultados da pesquisa quantitativa podem
As pesquisas impressas foram entregues
ser quantificados. Como as amostras
em
geralmente são grandes e consideradas
respondidas e devolvidas. Assim, os
representativas da população, os resultados
participantes responderam as seguintes
são tomados como se constituíssem um
questões: Você já sofreu algum tipo de
retrato real de toda a população alvo da
Bullying?
pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra
bullying? Bullying é considerado forma de
na
preconceito? Pode-se dizer que o bullying
objetividade.
Influenciada
pelo
sala
aula
Já
que
presenciou
cenas
agressor? Os pais precisam estar cientes do
análise de dados brutos, recolhidos com o
bullying sofrido por seus filhos? Neste
auxílio de instrumentos padronizados e
foco, todas as questões tinham a opção de
neutros.
sim, não e talvez. A seguir foram
conseguimos
resultados
quantitativo, reais
e
em
mãos,
computados.
abordagem feita aos alunos ter sido
alcançados
fácil interpretação. Porém, é necessário a criticidade
na
observação
dos
dados
pelo
recolhidas no dia seguinte. E com os dados
considerados mais seguros pelo fato da
realizada com perguntas objetivas e de
vividos
de
pode ser compreendida com base na
método
problemas
fossem
é
o
de
para
positivismo, considera que a realidade só
Com
fruto
de
eles
foram
Dessa os
analisados forma,
seguintes
e
foram
resultados:
Resultados e discussão Gráfico 1: Alunos que já sofreram algum tipo de bullying.
20% SIM NÃO
50%
TALVEZ
30%
Fonte: Escola Estadual Professor Darcy Ribeiro
No gráfico 1, referente a primeira
que 50% dos entrevistados afirmam que
questão, é possível identificar que em
sim o que representa um total de 15
porcentagem, o bullying vem sendo cada
(quinze) alunos. Outros 30% disseram não
vez
com
sofrer nenhum tipo de represália, que
conhecimento e sabedoria se consiga o
implica em 9 (nove) alunos, e 20%
objetivo principal, que é o combate. Esse
informaram
gráfico aborda a questão, “você já sofreu
alguma situação, já sofreram qualquer
algum tipo de Bullying?”, é possível
forma de bullying totalizando assim, 6
observar um alto número de alunos que
(seis)
mais
destacado
para
que
que
provavelmente,
alunos.
relatam já terem sofrido bullying. Nota-se
Gráfico 2. Alunos que já presenciaram cenas de bullying.
100% 50%
0% SIM
em
NÃO
Fonte: Escola Estadual Professor Darcy Ribeiro
Nesse item da pesquisa percebe-se o quão
importante
de
amizades e liberdade por parte das vítimas.
profissionais capacitados e responsáveis
No gráfico 2, que se refere a “Você já
para
combater
presenciou cenas de bullying?” Todos os
atitudes,
alunos relataram já ter presenciado cenas
que
se
incessantemente
é
a
presença
possibilitando assim novos aprendizados,
possa tais
de
bullying
de
variados
tipos.
Gráfico 3: O bullying é considerado uma forma de preconceito?
10% 0%
SIM NÃO TALVEZ
90%
Fonte: Escola Estadual Professor Darcy Ribeiro
Nessa questão, foi possível constatar
Através do gráfico 3, é possível
resultados importantes quando se aborda o
observar que 90% dos entrevistados, ou
tema, uma vez que é necessário saber a
seja, 27 (vinte e sete) alunos consideram o
opinião tanto dos que sofrem como dos que
bullying como uma forma de preconceito,
praticam o bullying. Sendo possível o
os 10% restantes sendo equivalente a 3
entendimento
(três) alunos não souberam responder o
da
situação
e
como
consequência há a proposta de soluções ou caso algo já esteja proposto, que se coloque em prática.
questionamento com precisão.
Gráfico 4: O praticante e as atitudes devido a problemas vividos por ele.
SIM TALVEZ NÃO
0
10
20
30
40
50
60
70
Fonte: Escola Estadual Professor Darcy Ribeiro
Observamos que essa foi uma
acham que o comportamento tomado pelos
questão de difícil interpretação por parte
agressores não tem ligação com problemas
dos alunos. No momento em que cada um
vividos por eles mesmos. Cerca de 30% - 9
expôs sua opinião, fez-se notório que a
(nove)
maioria vê que o agressor comete os atos
questionamento seja verdadeiro e apenas 2
de violência por prazer, ou sem motivos
(dois) alunos ou aproximadamente 10%,
aparentes.
afirmaram que sim, o praticante e as
Ao observar o gráfico nº 4, com
-
atitudes
disseram
do
que
mesmo
são
talvez
devidos
tal
a
base na questão: “É possível que o agressor
problemas vividos anteriormente. Com
possua comportamentos agressivos devido
isso,
a problemas vividos por ele mesmo”?
vividos pelos agressores são de grande
Nota-se
que
valia nos atos praticados por eles.
tiveram
dificuldades
os
alunos na
questionados
considera-se
que
os
problemas
interpretação.
Sendo assim, aproximadamente 60% - 19 (dezenove) - alunos responderam que
Gráfico 5: A necessidade dos pais estarem cientes do bullying sofrido por seus filhos
SIM TALVEZ
Fonte: Escola Estadual Professor Darcy Ribeiro
Pela pesquisa percebe-se o quão importante
a
ou
vítima precisam estar cientes dos atos
tenham
sofridos por seus filhos, e apenas 1 (um)
conhecimento de como é o comportamento
relatou que talvez os pais não devessem
de seus filhos perante outros alunos,
estarem presentes quanto aos possíveis
professores e demais funcionários da
casos.
responsáveis,
presença para
dos que
pais
nove) alunos afirmam que os pais da
Escola. O gráfico 5 (cinco), retrata o quão necessário é os pais estarem cientes do bullying sofrido por seus filhos: 29 (vinte e
Considerações finais Ao retomar o problema central foi
necessários para combater o bullying.
possível verificar que a barreira existente
Assim, deve-se buscar maneiras de acabar
entre pais e professores pode ser uma
com esse tipo de violência e assegurar que
grande influência para os casos de bullying
os alunos tenham total liberdade para
na escola. A falta de um diálogo entre
conversar com seus pais e professores.
ambos prejudica tanto aquele que está
Outras formas de conscientização dos
sofrendo o bullying quanto quem o pratica.
malefícios do bullying são a realização de
A intervenção com esses alunos é
palestras, reuniões com as famílias e
de extrema importância, porém se ambas
alunos, gincanas educativas, entre outras
as partes não tomarem nenhuma decisão, a
brincadeiras que proporcionem a relação
tendência é um aumento dos casos de
harmoniosa entre todos os envolvidos.
bullying na escola. Os reflexos desse
Vejamos que esses exemplos, são maneiras
problema não é só nos muros da escola,
que podem ser adotadas pela própria
mas
escola, a fim de proporcionar aos alunos e
também
futuros
agressores
na
sociedade.
pais, as vivências, bem como o combate a
Portanto, ao considerar as estratégias
essa problemática. Entende-se que viver e
pedagógicas a partir da educação física, é
conviver em harmonia, pode e deve
importante enfatizar união entre pais e
colaborar significativamente para que se
professores. Os trabalhos de reflexão são
evite outros problemas sociais.
Abstract The disrespect and intolerance among students observed in schools, being in the XXI century narrated as bullying, is a chronic problem to be extinguished of the social conviviality since it directly influences the socialization of the individual.In the school environment there were always aggressive manifestations of the type, but currently, the word found and used for the denomination of these acts was bullying. From time to time this
subject has been experienced with greater frequency and each act witnessed has acquired greater notoriety and the possible causes and solutions have become easier to approach. Thus, the present work aims to analyze possible causes, solutions and consequences referring to victims and aggressors and how this influences the future of each one. Key word: Disrespect and intolerance, Bullying, Causes and solutions.
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O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO David Prates Souza¹ Karley Cristina Silva Pinto¹ Thaise Emanuelle Conrado dos Santos¹ Maria Helena Campos Pereira² Jennifer Pimentel Soyer² Resumo Este artigo apresenta a ludicidade como uma estratégia eficaz no processo de ensinoaprendizagem, assim como a importância de se trabalhar o lúdico nas aulas de educação física. A questão principal do artigo é: Qual a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento psicomotor do aluno nas aulas de educação física no ensino fundamental? O objetivo deste trabalho é analisar a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento psicomotor do aluno nas aulas de educação física. O foco da pesquisa destinou-se a uma escola pública estadual, diretamente em contato com 100% dos professores de educação física desta escola. O trabalho tem como base teórica o autor (KISHIMOTO, 2002), (FRIEDMANN, 2003) e Bandeira (2001). Através de uma pesquisa qualitativa nas escolas, buscou-se chegar a uma conclusão onde se pode verificar como o lúdico é visto pelos professores, se eles inserem a ludicidade em suas aulas e se considera importante esta prática.
Palavras-chave: Lúdico e ensino. Desenvolvimento psicomotor. Estratégia de ensino na educação física. ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Educação Física Escolar. Professora de Natação, Hidroginástica e Ginástica de Academia da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co-autora. E-mail: jennipsoyer@gmail.com
Introdução O presente artigo aborda o lúdico como
considera-se como problema científico:
estratégia de ensino nas aulas de Educação
Qual a importância das atividades lúdicas
Física. Alguns professores de Educação
nas aulas de educação física no ensino
Física não utilizam a criatividade para
fundamental? Além de o aluno aprender
trabalhar o lúdico nas aulas, considerando
brincando, se divertindo, é uma ótima
que por não terem o espaço, os materiais,
forma de chamar a atenção, fazer com que
as condições necessárias dentro da escola,
a criança queira participar e ajuda também
tais atividades não são capazes de ser
no seu desenvolvimento psicomotor, no
realizada. (TAZINAZZO, 2012) Assim,
convívio social e etc. Para responder ao
problema elabora-se o seguinte objetivo da
E no âmbito educacional o lúdico tornou-
pesquisa:Identificar a importância das
se uma ferramenta pedagógica capaz de
atividades lúdicas para o desenvolvimento
promover
psicomotor
dinâmica, interativa e eficaz, contribuindo
do
aluno
nas
aulas
de
Educação Física. O campo de ação será o
o âmbito social, pessoal e educacional. No âmbito pessoal, justifica por perceber que crianças
estão
mais
Este trabalho se fundamenta nas concepções teóricas de (KISHIMOTO,
O estudo é importante, pois envolve
as
aprendizagem
para o aprender do aluno.
ensino fundamental na “Escola Estadual Flores do Amanhecer”.
uma
cada
vez
menos
interessadas nas aulas de educação física e o lúdico resgata esse interesse. No âmbito social, a ludicidade aproxima e melhora o convívio, sendo assim, os alunos aprendem a viver em sociedade, a respeitar e ajudar.
2002) que fala sobre O brincar e suas teorias.
(FRIEDMANN,
2003),
A
importância do brincar. E (BANDEIRA, 2001), com a abordagem sobre ludicidade e facilitação de aprendizagem. Portanto, a relevância do tema pode ser de grande valia em vários aspectos do desenvolvimento
humano,
tais
como,
social, cognitivo, afetivo, dentre outros.
O que é ludicidade? O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”.
divertimento, além da relativa conduta daquele que brinca, joga e que se diverte.
Considerando sua origem isolada, o termo
O jogo é reconhecido como meio
lúdico seria direcionado apenas ao jogar,
de fornecer à criança um ambiente
ao
agradável,
brincar,
ao
movimento
corporal
motivador,
enriquecido,
semântica do termo "lúdico", todavia, não
aprendizagem de várias habilidades e
cessou simplesmente nas suas origens e
desenvolvimento das capacidades físicas,
acompanhou
trabalhando também o desempenho dentro
Psicomotricidade.
pesquisas “O
termo
de
“Ludus”
possibilita
e
espontâneo. A evolução e progressão
as
que
planejado
a
e fora da sala de aula.
segundo (LUCKESI, 2000) tem sua origem
Os desenvolvimentos pessoais que
no latim e significa “brincar”. Neste
a ludicidade proporciona associados aos
brincar estão incluídos as brincadeiras, os
fatores sociais e culturais colaboram para
jogos e as atividades que proporcionam o
uma boa saúde física e mental, facilitando o processo de socialização, comunicação,
construção de conhecimento, além de um
indivíduos envolvidos no processo de
desenvolvimento pleno e integral dos
ensino-aprendizagem.
A importância do lúdico O lúdico tem despertado cada vez mais o interesse de pesquisadores ligados à educação. Muitas têm sido as obras que
ensinam a respeitar regras e vivenciar conflitos competitivos. Por meio das atividades lúdicas, o
procuram refletir e justificar a necessidade
indivíduo
do brincar dentro e fora da escola.
ideias, estabelece relações lógicas, integra
Para desenvolver
e
forma
conceitos,
seleciona
participar
percepções e se socializa. Resgatando o
vive, a
gosto pelo conhecimento, por ocasionar
criança precisa brincar, pois brincando a
momentos de afetividade entre o indivíduo
criança
de
e o aprender, tornando a aprendizagem
auto expressão,
formal mais prazerosa. As brincadeiras
autoestima, sua autoconfiança e
desencadeiam prazer, satisfação e interesse
autonomia. (FROEBEL, 2001) justificou o
e precisam fazer parte do contexto escolar
uso do brincar no processo educativo,
(FRIEDMMANN, 2003).
ativamente do mundo em que
desenvolve
companheirismo, sua sua
seu
senso
tendo uma visão pedagógica do ato de
A partir do momento que a escola
brincar. Ele propôs uma educação voltada
valoriza as atividades lúdicas, auxilia na
à sensibilidade, baseada na utilização dos
criação de um bom conceito de mundo, em
jogos e materiais didáticos, que deveriam
que a afetividade é acolhida, a criatividade
traduzir por si a crença em uma educação
estimulada e os direitos dos indivíduos
que atendesse a natureza humana. O
respeitados.
brincar, pelo ato de brincar, desenvolve os aspectos físicos, morais e cognitivos, entre outros, mas o estudioso defende, também, a necessidade da orientação do adulto para que esse desenvolvimento ocorra. O ato de brincar e jogar torna o indivíduo capaz de pensar, imaginar, interpretar e criar, aspectos estes, que propiciam
autonomia,
iniciativa,
concentração e análise crítica para levantar hipóteses acerca dos fatos, bem como nos
O papel pedagógico da educação física no desenvolvimento infantil É
importante
ressaltar
que
a
sendo transmitido de forma prazerosa,
disciplina Educação Física é uma prática
desafiadora, motivadora, permitindo aquele
pedagógica que possibilita às crianças à
espaço
aquisição de conhecimentos através do
aprendizagem.
lúdico, do brincar e do interagir. Assim, essa
disciplina
tem
como
um
momento
de
ensino-
O lúdico quando é bem aplicado
objetivo
acaba se tornando um recurso pedagógico
proporcionar aos alunos a “vivência”, a
eficaz, que proporciona muitos benefícios
prática da cultura corporal de movimento:
e
danças, esportes, lutas, jogos, brincadeiras,
desenvolvimento da criança. Hoje os
ginásticas,
professores possuem uma variedade de
movimentos
circenses,
resultados
satisfatórios
de
atividades
para
o
relacionando sempre com a cultura em que
brincadeiras,
lúdicas
a criança está inserida. (TAZINAZZO,
favorecendo a aprendizagem na Educação
2012).
Infantil, assim: As aulas de Educação Física são
momentos em que os alunos se soltam, se expressão
[...] brincar é uma recreação, e
espontaneamente,porém,
quando o educador reconhece o jogo como
possuem dificuldades de reconhecer que
atividade ou conteúdo que promove o
também
que
desenvolvimento, permite a sensibilidade
possibilita conhecimentos e informações,
de perceber sua própria prática e avaliar
caminhando juntamente com o prazer,
suas próprias condutas, oferecendo melhor
satisfação, desenvoltura, além de ser um
qualidade de brincadeira às suas crianças
ambiente aberto e prazeroso.
(LIMA, 2007, p. 56).
é
uma
oportunidade
Quando o professor realiza um trabalho pautado nas brincadeiras, as
O professor deve utilizar métodos
crianças conseguem assimilar melhor os
que possibilitem maior participação, ser
movimentos, estabelecem vínculos dentre
crítico, trabalhar as experiências trazidas
as diversidades culturais e adquirem o
pelos alunos no seu dia a dia, o que
conhecimento específico e organizado
contribui para o seu desenvolvimento,
traçado
aula.
propor ações estimulantes e incentivadoras,
Assim,todas as aulas devem ser planejadas
como também ser o mediador no processo
pelo
claramente,
ação-reflexão, incentivar sua criatividade,
quais os objetivos pretendem ser atingidos,
conforme está contido na Lei de Diretrizes
pelo
objetivo
daquela
professor,detalhando
e Bases da Educação Nacional (Lei
ludicidade
como
9394/96).
pedagógica escolar.
parte
da
prática
Então, nas aulas de Educação Física
Também é importante ressaltar que
o lúdico proporciona a evolução do aluno,
o professor precisa relacionar a teoria com
além do desenvolvimento do cognitivo,
a prática, não é só propor brincadeiras sem
motor,
dos
conhecimentos e sem objetivos, mas com
formação,
qualidade, técnicas na proporção que
caminho didático, sendo utilizado para se
possam atingir os seus objetivos, “o
alcançar êxito no ambiente escolar. O
desenvolvimento
professor
assim a brincadeira torna-se uma fonte de
físico,
valores
afetivo,
humanos
aquisição
em
deve
sua
relacionar
o
ensino-aprendizagem”,
desenvolvimento com a aprendizagem do
conhecimentos
lúdicos,
aluno, no qual o conteúdo deve estar
independentes
da
estruturado de forma com que ele aprenda
(FRIEDMANN, 2003).
e coloque em prática no seu dia a dia (FRIEDMANN, 2003).
criativos
própria
e
criança
Deste modo quando o professor de Educação Física trabalha o brincar como
A ludicidade pode ser praticada por
um fator primordial aos seus objetivos, ele
todas as faixas etárias objetivando sempre
está automaticamente valorizando o lúdico
o desenvolvimento humano. Deve ser parte
tornando-o
integrante da escola, principalmente na
infantil da criança, além de possibilitar a
disciplina de Educação Física, destacando
socialização das crianças.
parte
do
desenvolvimento
seu valor como um elemento fundamental no
currículo
pedagógico.Assim,se
faz
necessário o resgate, continuadamente, da
O lúdico e o ensino A ludicidade é uma importante
lúdica de uma atividade exige uma entrega
ferramenta para a formação do educando.
total do ser humano, as brincadeiras serão
É através do brincar que a criança se
lúdicas, somente quando levarem a criança
relaciona com o meio em que vive e com
à vivência plena e entrega total no
os
momento de sua efetivação. Desta forma,
outros,
o
que
lhe
propicia
dar
significado a tudo que está ao seu redor. Segundo
(LUCKESI
2005)
nem toda brincadeira é lúdica, nem toda a
atividade lúdica é uma brincadeira.
principal característica da ludicidade é a
De acordo com (KISHIMOTO
plenitude da experiência, isto é, a vivência
2002), a brincadeira sendo uma ação
iniciada e mantida pela criança, possibilita
Segundo
(PIAGET,
desenvolvimento
que
papel
através do lúdico. Ela precisa brincar para
fundamental na construção de saber fazer.
crescer, precisa do jogo como forma de
As brincadeiras são formas mais originais
equilibrar com o mundo.
e
exerce
criança
o
a busca de meios, pela exploração ainda desordenada,
da
1986),
acontece
que a criança tem de se relacionar e de se
É de suma importância a relação
apropriar do mundo. É brincando que ela
entre o lúdico e o processo de ensino-
se relaciona com as pessoas e objetos ao
aprendizagem, pois a utilização do lúdico
seu redor, aprendendo o tempo todo com
na escola é um recurso muito rico para a
as experiências que pode ter.
busca da valorização das relações, onde as
Os
autores
KISHIMOTO,
2005)
(LUCKESI
E
atividades lúdicas possibilitam a aquisição
ressaltam
a
de
valores
já
esquecidos,
o
importância do lúdico na vida de uma
desenvolvimento cultural e a assimilação
criança, por proporcionar a ela formas de
de novos conhecimentos, desenvolvendo,
se expressar e de se comunicar com o
assim, a sociabilidade e a criatividade.
mundo, constituindo-se em uma ferramenta
Na escola, a criança é submetida a
muito potente no processo de aprendizado.
permanecer durante muitas horas em
Esta característica de chamar a atenção e
cadeiras escolares não confortáveis e é
fazer com que a criança queira participar,
impossibilitada de se mover livremente,
proporciona a ela um saber, o que permite
pela
a criança o aprender brincando.
disciplina escolar, ocasionando em certa
necessidade
de
se
submeter
à
Para que as brincadeiras sejam
resistência em ir à escola. O fato não esta
consideradas lúdicas é necessário que
apenas no total desagrado pelo ambiente
atinjam
e/ou
ou pela nova forma de vida e sim por não
necessidade da criança, despertando nela
encontrar motivação para suas atividades
vontade de participar da mesma e contendo
preferidas.É através do lúdico que a
uma série de elementos que as mantenham
criança encontra o equilíbrio entre o real e
inteiramente na experiência durante o
o
período de sua realização.
aprendizagem
O
o
centro
lúdico
de
interesse
apresenta
valores
imaginário, de
desenvolvendo forma
prazerosa
a e
significativa, possibilitando que as aulas
específicos para todas as fases da vida.
sejam
um
sucesso
e
resultando
na
Assim, na idade infantil e na adolescência
satisfação de professores e alunos. Durante
a finalidade é essencialmente pedagógica.
as atividades lúdicas, o professor passa a criar situações para o desenvolvimento da
autonomia, com incremento de ações que favorecem
as
integrações,
trocas.(SANTOS,2010)
sugerindo
Psicomotricidade Psicomotricidade é a ciência que
intelectual da criança. Ao compreender que
tem como objeto de estudo o homem
os estudos atuais ultrapassam os problemas
através do seu corpo em movimento e em
motores, pesquisam-se as ligações com as
relação ao seu mundo interno e externo.
áreas psicomotoras: Coordenação Motora
Está relacionada ao processo de maturação,
Fina e Global, Estruturação Espacial,
onde o corpo é a origem das aquisições
Orientação
cognitivas,
Estruturação Corporal e as relações com a
afetivas
e
orgânicas.
É
sustentada por três conhecimentos básicos:
Temporal,
Lateralidade,
aprendizagem no contexto escolar.
o movimento, o intelecto e o afeto.
Segundo (BARRETO, 2000), o
Psicomotricidade, portanto, é um termo
desenvolvimento psicomotor é importante
empregado
na
para
uma
concepção
de
prevenção
de
problemas
movimento organizado e integrado, em
aprendizagem.
função das experiências vividas pelo
psicomotricidade nas aulas de Educação
sujeito cuja ação é resultante de sua
Física pode auxiliar na aprendizagem
individualidade, sua linguagem e sua
escolar, contribuindo para um fenômeno
socialização.
cultural
(SOCIEDADE
BRASILEIRA
DE
PSICOMOTRICIDADE, 1999)
que
Portanto,
de
consiste
de
a
ações
psicomotoras exercidas sobre o ser humano de maneira a favorecer comportamentos e
A Educação Física Escolar, nos
transformações. O homem comunica-se
dias atuais, leva a perceber as diversas
através da linguagem verbal, também
possibilidades de garantir a formação
através de gestos, movimentos, olhares,
integral
do
forma de caminhar – sua linguagem
movimento humano. No entanto, a busca
corporal. A esta comunicação, a este estar-
por
na
no-mundo intenso dentro do limite da
aprendizagem escolar tem se tornado uma
corporeidade-espaço próprio do sujeito,
constante multidisciplinar, na qual a
pode-se nominar psicomotricidade.
dos
alunos
ferramentas
por
de
meio
auxílio
Educação Física e o conhecimento da
Embora, conforme admite o próprio
psicomotricidade nas aulas abrangem a
autor, esta visão possa ir longe demais
relação
enquanto generalização, os estudos sobre o
desenvolvimento
motor
e
desenvolvimento humano parecem seguir
através de atividades motoras. Pode-se
esquemas, descrevendo o desenvolvimento
afirmar que a Educação Física possui um
normal para que se possa compreender o
impacto positivo no pensamento, no
diferente. A psicomotricidade não foge a
conhecimento
esta regra quando define os padrões
cognitivos, na vida do ser humano.
considerados
o
Fazendo assim, com que o indivíduo vá
psicomotor
para uma vida ativa, saudável e produtiva,
normais
para
desenvolvimento (considerando
descrições
feitas
pela
e
ação,
nos
domínios
criando uma integração segura e adequado
neurologia, fisioterapia, fonoaudiologia e
desenvolvimento
áreas afins), desenvolvendo pontos de
espírito.
de
corpo,
mente
e
referência escalonados a partir dos quais se
Portanto, a Educação Física, pelas
poderão construir todos os testes infantis e
suas possibilidades de desenvolver a
as
de
dimensão psicomotora das pessoas, com os
conseguinte,
domínios cognitivos e sociais, é de grande
escalas
de
desenvolvimento;
quociente
e,
por
avaliar e diagnosticar o atraso atual, assim
importância
como o desenvolvimento futuro.
aprendizagem escolar, por constituir-se
A
Educação
da
num fator de equilíbrio na vida das
metodologias
pessoas, expresso na interação entre o
interligadas em que o desenvolvimento dos
espírito e o corpo, a afetividade e a
aspectos motor, social, emocional dos
energia,
movimentos
promovendo a totalidade do ser humano.
são
corporais
é
e
desenvolvimento
a
psicomotricidade
Física
no
vivenciado,
o
indivíduo
e
o
grupo,
Estratégias de ensino na Educação Física A
Física
É exatamente nesse ponto que se
costumeiramente é apresentada como uma
pretende contribuir: comprometendo-nos
disciplina
em
previamente
Educação
cuja
estrutura
moldada,
ou
de
aula
seja,
é
mostrar
alternativas
didático-
dada
pedagógicas da área; exemplos práticos de
a priori. A intenção de incluir a disciplina
trabalhos em sala de aula; e apontar
de Educação Física na seção “Estratégias
elementos comuns entre a Educação Física
de Ensino” é mostrar que as aulas de
e outras disciplinas, na tentativa de
Educação Física não são sempre iguais,
incentivar o trabalho interdisciplinar.
contextualizando e fundamentando cada plano de aula a ser trabalhado.
Para ressalvas
além sobre
desses a
pontos,
as
especificidade
da
Educação Física em relação às outras
desenvolver a criatividade e proporciona
disciplinas – o corpo e o movimento
bem-estar
humano
–
sempre
poderão
aos
educandos.
Cabe
ao
ganhar
profissional de educação física utilizar a
destaque, uma vez que esquecer essa
ludicidade como meio para desenvolver
especificidade significa desqualificar a
inúmeras capacidades em seus alunos para
própria disciplina.
que
Nesse sentido, o que se pretende
o
processo
aprendizagem
de
aconteça
ensino
e
de
de
forma
nas Estratégias de ensino é incentivar o
espontânea, divertida e principalmente
professor,
significativa. (TAZINAZZO, 2012).
por
meio
de
alternativas
pedagógicas, a apresentar ao aluno o
Segundo Bandeira (2001) é comum
universo da cultura corporal, objeto da
encontrar práticas pedagógicas que deixam
Educação
que
o lúdico em segundo plano, e objetiva
ampliando esse universo para além dos
unicamente um ambiente de ordem, sendo
tradicionais
que para isto impõem as crianças restrições
Física.
Acredita-se
esportes
coletivos,
principalmente o futebol, a disciplina pode
posturais,
mediar o contato do aluno com outras
sentadas e quietas por longos momentos, e
práticas corporais e até com princípios
qualquer movimento ou deslocamento é
culturais distintos do seu, resultando em
visto como desordem ou indisciplina.
redução prática de preconceito contra o outro.
mantendo-as,
por
exemplo,
O mesmo autor destaca que os jogos e as brincadeiras demonstram a
O lúdico como estratégia de ensino
cultura corporal de cada grupo e que
nas aulas de educação física pode ser um
entender o caráter lúdico que se manifesta
grande aliado no processo de ensino e de
nas crianças, pode ser um fator muito
aprendizagem dos alunos, principalmente
importante para que o professor organize
se tratando da educação infantil, que é uma
sua pratica de maneira significativa e
fase na qual as crianças movimentam-se
abrangente.
intensamente buscando desvendar o mundo
Diante disso, buscou demonstrar a
que os cerca. Dentro deste contexto ele
importância do brincar e de se educar com
também
ludicidade, observando quais os benefícios
está
associado
a
jogos,
brincadeiras, interesse, prazer, ajuda a
e as contribuições para o educando.
A importância do papel do professor durante as aulas de educação física O
professor
fundamental
possui
no
papel
habilitado, pois é preciso intervir de forma
desenvolvimento
adequada, no momento oportuno, com
psicomotor tanto de crianças normais
técnicas apropriadas.
quanto de crianças com necessidades educativas. É ele que pode em muito contribuir através da estimulação em sala
(BORGES, 2002, p.112) destaca, ainda, que: Para
de aula e do encaminhamento quando se
que
o
educador
consiga
realizar algo de positivo, de consistente, é
fizer necessário. Como mediador pode contribuir,
preciso que ele tenha convicção de seu
em todos os níveis, na estimulação do
trabalho, acredite no potencial que cada
desenvolvimento cognitivo, de aptidões e
educando traz consigo, enxergue a riqueza
habilidades, na formação de atitudes
desse material humano, explorável, com
através de uma relação afetiva saudável,
capacidades ilimitadas, no geral, portanto,
criando uma atmosfera de segurança e
seu trabalho de educador deve convergir
bem-estar
para atender, na totalidade, a todas essas
para
a
criança
e,
ainda
exigências que a pessoa humana reclama,
aceitando-a do jeito que ela é. De acordo com (BORGES 2002, p.112), quando o educador conhece a
no que diz respeito à sua formação, à sua educação.
maneira como a criança desenvolve o seu pensamento, ele aceita, com facilidades, os „erros
infantis‟.
Desta
maneira,
ele
compreende que o mais importante não é levar a criança a produzir uma resposta certa, mas, sim, levá-la a refletir sobre as próprias respostas, para que ela mesma possa se autocorrigir.
Com
isso, observamos
que o
professor exerce uma função única dentro da escola. Ele é o elemento de ligação entre o contexto interno, a escola, o contexto
externo
a
sociedade,
conhecimento dinâmico e o aluno. Ao mesmo
tempo,
conforme
destaca
(NEGRINE, 2002), por trabalhar com o educação
corpo, o professor de educação física pode
psicomotora é um processo, uma terapia
contar com a presença do toque corporal
programada,
o
que exerce um papel fundamental uma vez
comportamento, o professor deve atuar
que este é um forte aliado, pois a partir
com a orientação específica do profissional
dele vínculos afetivos são estabelecidos,
Sendo
assim,
que
se
visa
a
modificar
transmitindo segurança e proporcionando
A Educação Física é um processo
ajuda na forma como também interage,
educativo que, antes do saber cientifico e
sugere, propõe, estimula e escuta a criança.
do
Sendo
assim,
o
professor
de
Educação Física deve estar consciente da sua função durante as aulas deve selecionar os exercícios de acordo com a idade ou nível da criança.
trabalho
produtivo,
tem
um
compromisso com a existencia humana. Não se trata, portanto, de dar prioridade à compreensão cognitiva do homem, nem de aprender trabalhar e produzir, mas de saber viver. O primeiro valor da exixtencia humana é a vida, viver a vida. (SANTIN,
De acordo com (STAES, 1984),
1993, p.70)
evidentemente o educador deverá adaptar os exercícios a cada criança, a cada grupo, a cada classe: o nível teórico quase nunca está perfeitamente adequado às crianças com quem lidamos. Todavia, é prudente seguir as etapas de progressões propostas. O
principal
instrumento
No caso específico da educação física, o profissional dessa área possui ferramentas estímulos
valiosas que
desenvolvimento
para
levem de
forma
provocar a
esse bastante
prazerosa: a brincadeira, o jogo e o esporte.
da
Enfim, a educação física pode
Educação Física é o movimento, por ser o
contribuir para o desenvolvimento da
denominador comum de diversos campos
aprendizagem,
sensoriais. O desenvolvimento do ser
minimizar e até mesmo evitar a instalação
humano se dá a partir da integração entre a
das dificuldades de aprendizagem, além de
motricidade, a emoção e o pensamento.
resgatar a autonomia e autoestima dos
como
também,
para
alunos.
Aspectos metodológicos da pesquisa A pesquisa de campo foi realizada a
Utilizou-se uma metodologia de
“Escola Estadual Flores do Amanhecer”,
pesquisa qualitativa com análise, síntese e
no ensino fundamental, em Governador
interpretação das concepções teóricas a
Valadares – MG. A escola conta com três
respeito do assunto. E na investigação de
professores de educação física e 100%
campo trabalhou-se com um questionário
deles participaram de um questionário
composto por seis questões abertas: O que
estruturado com questões abertas, e seu
você entende como ludicidade? Como você
resultado apresentado logo abaixo.
considera que a ludicidade possa contribuir
no âmbito social e educacional? Qual o
preservação de sua identidade, então foram
papel
numerados em professor 1, professor 2 e
pedagógico
a
educação
física
proporciona aos alunos? Você considera o lúdico
um
recurso
eficaz
professor 3.
no
O intuito da pesquisa foi identificar
desenvolvimento da criança? Cite uma
como
característica principal da ludicidade. É
professores,
possível dizer que toda brincadeira é
importância de se trabalhar com o lúdico, e
lúdica?
se o mesmo é inserido em suas aulas. Neste
contexto,
os
professores
entrevistados pediram para manter a
a
A
ludicidade se
eles
seguir
é
vista
pelos
conhecem
apresentam-se
a
os
resultados e discussão.
Resultados e Discussões O que você entende como ludicidade? O
professor1
entendimento atividades
é
respondeu
que
seu
e significa brincar. Neste brincar estão
procurar,
através
de
incluídos as brincadeiras, os jogos e os
prazerosas,
divertimentos, e a relativa conduta daquele
recreativas
trabalhar
e
determinados
objetivos.
Oprofessor2 disse que é desenvolver brincando através da atividade proposta pelo professor. E o professor 3 relata ser a realização de atividades na qual a criança aprende brincando e que dá prazer ao ser executada. O
termo
“Ludus”
segundo
(LUCKESI, 2000) tem sua origem no latim
que brinca, joga e que se diverte. Dessa forma, entende-se que os professores entrevistados responderam de acordo com o autor, que brincando a criança aprende com mais facilidade, que a partir de jogos e/ou brincadeiras é que se passa a conhecer o próprio corpo, sua função e principalmente sua importância para o desenvolvimento corporal.
Como você considera que a ludicidade possa contribuir no âmbito social e educacional? O professor1 considera que o lúdico
relacionado ao conteúdo proposto. O
trabalha no âmbito social e educacional do
professor 2 enfatiza que contribui na
educando, através do plano de ação
inclusão social e cultura corporal. E o
professor3 diz que através da ludicidade a
crescer, precisa do jogo como forma de se
criança
equilibrar com o mundo.
aprende
sobre
convivência,
compreende o conceito de ganhar e perder,
Neste caso, os resultados destas
ao lidar com suas frustrações; esperar sua
entrevistas coincidem com esta concepção
vez, respeitando o próximo, e ainda
deste autor, ao afirmarem que é importante
possibilita as relações de companheirismo
a relação entre o lúdico e a contribuição
e amizade.
com o meio em que vive, pois, a utilização
Segundo desenvolvimento
(PIAGET, da
criança
1986),
o
do lúdico é um recurso muito rico para a
acontece
busca da valorização das relações sociais,
através do lúdico. Ela precisa brincar para
educacionais e pessoais.
Qual o papel pedagógico a educação física proporciona aos alunos? O professor1 considera que procura
ensino e de aprendizagem aconteça de
conhecer e propicia o desenvolvimento do
forma
aluno, ao trabalhar com atividades lúdicas,
principalmente significativa.
bem como, o respeito ao limite de todos.
espontânea,
Nota-se
que
divertida
neste
e
processo
Oprofessor2 entende que a educação física
investigativo todas as respostas foram
através de seus conteúdos faz com que os
positivas de acordo com que o autor
alunos se desenvolvam durante sua vida
(LIMA, 2007) afirma: [...] brincar é uma
escolar de forma integral e social. E o
recreação, e quando o educador reconhece
professor3 acredita que a educação física
o jogo como atividade ou conteúdo que
desperta a criatividade, quando os alunos
promove o desenvolvimento, permite a
são envolvidos em aulas estimuladoras, e o
sensibilidade de perceber sua própria
gosto pela prática esportiva, sendo que os
prática e avalia suas próprias condutas,
dois casos auxiliam no desenvolvimento
oferecendo
motor, cognitivo e social dos mesmos, e
brincadeira às suas crianças.
aprimora suas habilidades corporais e intelectuais. Cabe ao profissional de educação física utilizar a ludicidade como meio para desenvolvimento de inúmeras capacidades em seus alunos, para que o processo de
melhor
qualidade
de
Você considera o lúdico um recurso
o seu desenvolvimento, seja ele mental,
eficaz no desenvolvimento da criança?
social, psicomotor, dentre outros.
Quanto a eficácia do lúdico no desenvolvimento da criança, o professor 1 e professor 2 responderam apenas sim. Porém o professor 3, além da afirmativa sim, justificou, que não é apenas uma diversão ou um passatempo. A brincadeira
Então, as respostas dos professores estão de acordo com o que foi citado pelos autores, ou seja, eles reconhecem a importância
de
se
trabalhar
com
a
ludicidade.
é como um alimento para a criança ter uma boa saúde física e mental. De acordo com os autores citados neste artigo, a ludicidade é uma ferramenta de suma importância no processo de aprendizagem do aluno e colabora em todo
Cite uma característica principal da ludicidade. Ao
considerar
principal
respondeu que uma principal característica
característica da ludicidade, o professor
da ludicidade é a inclusão e de acordo com
1responde ser a inclusão social.professor
o autor é a entrega total do ser humano,
2entende que o faz de conta busca
então se um professor consegue planejar
objetivos
professor
uma aula onde todos os seus alunos
3considera que a principal atividade é
participem, ele consegue promover a
atiçar a criatividade.
inclusão e seus alunos estão se entregando
específicos.
Segundo
a
E
o
(LUCKESI,
2005)
a
a aquela atividade. Os outros professores
principal característica da ludicidade é a
entrevistados responderam que é “o faz de
plenitude da experiência, isto é, a vivência
conta” buscando um objetivo específico e
lúdica de uma atividade exige uma entrega
atiçar a criatividade dos alunos, onde mais
total do ser humano (...).
uma vez conta com a entrega desses alunos
Assim, ao analisar as respostas dos professores
entrevistados
foi
ao participar das aulas, ao querer aprender
possível
mais com aquela experiência de adquirir o
perceber que eles chegaram bem perto das
conhecimento e se divertir ao mesmo
concepções de Luckesi. Um professor
tempo.
Outro ponto importante é saber se
toda atividade é lúdica, assim questiona.
É possível dizer que toda brincadeira é lúdica? É difícil dizer que toda atividade é lúdica, por isso foi necessário questionar aos professores da área específica. Neste foco, o professor 1responde que não, pois toda brincadeira lúdica deve ter objetivo especifico. O professor 2também considera que não, depende da brincadeira tudo tem que ter respeito. E o professor 3afirma não, porque
tem
que
ter
um
objetivo
pedagógico. Ainda segundo (LUCKESI, 2005) (...) as brincadeiras serão lúdicas, somente quando levarem a criança à vivência plena e entrega total no momento de sua efetivação. Assim, nem toda brincadeira é
lúdica, nem toda atividade lúdica é uma brincadeira. E
para
os
professores
que
responderam também concordam que nem toda brincadeira é lúdica, pois segundo eles, tem que haver respeito entre os que praticam a brincadeira onde todos os alunos devem estar gostando da atividade, ou seja, com entrega plena. Dois dos professores entrevistados ressaltaram que deve haver um objetivo específico e pedagógico. Portanto, o processo educativo deve se interligar aos processos lúdicos e corporais que se inserem aos biológicos e a qualidade de vida.
Considerações finais O presente trabalho possibilitou
realizar seus projetos, além de despertar
analisar e conhecer a importância da
sua criatividade. Uma criança que ao jogar
ludicidade nas aulas de educação física, a
e brincar deixa de ser um ouvinte passivo
contribuição que o lúdico pode gerar ao
das explicações do professor e passa a ter
desenvolvimento no âmbito escolar onde a
participação
criança aprende brincando, o social que
construção do conhecimento.
possibilita ao aluno vivências em grupos,
A
ativa
ludicidade,
no
processo
além
de
de
uma
aprende a conviver com os outros, a
poderosa ferramenta pedagógica também
respeitar seus espaços, seus limites, e no
contribui para fazer com que o aluno se
âmbito pessoal, pode contribuir para a
interesse pelas aulas, pelo aprendizado,
autonomia da criança e confiança em
pois ele o faz de forma prazerosa, divertida
e as chances da criança absorver o
Por conseguinte tem objetivo educacional,
conteúdo são muito maiores.
o lúdico nas aulas de educação física
A partir da pesquisa teórica e a
permite que a criança tenha o contato com
pesquisa de campo concluímos que a
algo tão importante para o seu crescimento
ludicidade é de grande valor na formação
que é o brincar, jogar, se expressar, e
de uma pessoa, independente de sua idade.
divertir
Com os dados coletados na pesquisa de
necessárias principalmente nesta fase da
campo, observamos que os professores
infância.
entre
outras
experiências
reconhecem a importância da ludicidade e
Assim, ao longo deste artigo,
tentam inseri-la a cada aula preparada com
ficou claro que o professor de Educação
o intuito de alcançar o objetivo proposto.
Física é um dos elos importantes no
Em uma conversa após o questionário os
desenvolvimento do aluno através de aulas
professores que participaram da entrevista
lúdicas. A partir da sua prática efetiva,o
relataram que as condições como materiais
aluno pode ser estimulado e passar a
e espaço nem sempre favorecem para a
expressar
aplicação das aulas, mas que isso não pode
ações, sentimentos, comunicando-se com
ser empecilho para que os alunos não
seu mundo interno e externo.
tenham uma aula de qualidade, e é neste
seus
Por
fim,
anseios,
pensamentos,
acreditamos
que
o
ponto que o professor deve se possível
professor exerce uma função única dentro
junto
a
da escola, é o elemento de ligação entre o
criatividade, adaptar o necessário para
contexto interno, a escola, e o contexto
conseguir transmitir o conteúdo e inserir a
externo, a sociedade, o conhecimento do
reciclagem neste processo que é uma
aluno. Desta forma, a ludicidade deve ser
contribuição a mais aos alunos.
incluída no contexto escolar, no sentido de
aos
alunos
desenvolver
As crianças estão cada vez mais
ajudar a criança não apenas a resolver suas
entrando em um mundo tecnológico e
dificuldades quanto à aprendizagem, mas,
virtual e as práticas como brincar na rua,
principalmente, ser ferramenta importante
sentir o pé no chão, correr, pular e etc. têm
na construção de conhecimentos que
ficado cada vez menos comum na infância.
favoreçam
Então, a ludicidade na escola, conduzida
socialização para toda a vida.
pelas aulas de Educação Física, pode proporcionar essa vivência aos alunos, resgatando essa experiência tão prazerosa.
seu
desenvolvimento
e
Abstract This article presents playfulness as an effective strategy in the teaching-learning process, as well as the importance of working the playful in physical education classes. The main question of the article is: What is the importance of the ludic activities for the psychomotor development of the student in the classes of physical education in primary education? The objective of this work is to analyze the importance of the ludic activities for the psychomotor development of the student in the physical education classes. The focus of the research was for a state public
school, directly in contact with 100% of the physical education teachers of this school. The work has as its theoretical basis the author (KISHIMOTO, 2002), (FRIEDMANN, 2003) and (BANDEIRA, 2001). Through a qualitative research in the schools, we tried to arrive at a conclusion where one can verify how the playful one is seen by the teachers, if they insert the playfulness in their classes and considers this practice important. Key - words:Playful and teaching. Psychomotor development. Teaching strategy in physical education.
Referencias BANDEIRA, M. C.R. Ludicidade: Facilitação de Aprendizagem no Jardim II. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro de Ciência Humanas e Educação da Universidade da Amazônia. Belém/Pará, 2001. BARRETO, Sidirley de Jesús. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000. BORGES, Célio José. Educação Física para o pré-escolar. 5º Edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2002. FROEBEL. Friedrich A. A Educação do homem. Tradução de Maria Helena Câmara Bastos. Passo Fundo: UPF, 2001. FRIEDMMANN, Adriana. A importância do brincar. Jornal diário na escola: Santo André/SP, 2003. KISHIMOTO, TizukoMorchida.O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. LIMA, A. S.; BARBOSA. S. B. “Psicomotricidade na Educação Infantil – desenvolvendo capacidades”. São João do Meriti (RJ): Colégio Santa Maria, 2007. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2000. _______. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 17ª ed. São Paulo, SP: Cortez, 2005. NEGRINE, Airton. O corpo na educação infantil. Caxias do Sul: EDUCS, 2002. PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança. Trad. Manuel Campos. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
SANTIN, Silvino. Educação Física outros caminhos. Porto Alegre: Ed.EST/ ESEF,2ª ed, 1993. SANTOS, Simone C. A Importância do Lúdico no Processo Ensino Aprendizagem. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Gestão Educacional) – Universidade Federal de Santa Maria, RS. Santa Maria, 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Disponível em: http://www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade.htm. Acesso em: 25 de novembro de 2017 STAES, L.; Psicomotricidade Educação e Reeducação. São Paulo: Ed. Manole, 1984. TAZINAZZO, Karina. O lúdico como estratégia de ensino nas aulas de Educação Física. 2012, Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012.
A EXCLUSÃO DOS DEFICIENTES NA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL II Dayane Pereira Leandro¹ Lalesca de Oliveira Gonçalves¹ Thatielle Aparecida da Silva¹ Maria Helena Campos Pereira² Rosely Conceição de Oliveira² Resumo O presente estudo objetivou identificar quais os fatores que contribuem para a exclusão de alunos deficientes nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental. Para tanto, investigou-se as seguintes instituições: a Escola Estadual Luiz de Camões de Tumiritinga (MG) e a Escola Estadual Sinhaninha Gonçalves de Coroaci (MG). Quanto à metodologia de pesquisa, trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa de caráter descritivo. Estudou-se uma amostra de 8 professores que ministram aulas de educação física no ensino fundamental II.Como instrumento de pesquisa utilizou-se de questionários estruturados e observações destas aulas. Fundamentou-se nas concepções apresentadas no artigo publicado em 2014 pela doutoranda do programa de pós-graduação em educação, Maria Luiza Salzani Fiorine, e do docente do departamento de educação especial, Eduardo José Manzini, que tratam das dificuldades, ações e conteúdos para prover a inclusão dos alunos com deficiência na aula de educação física. Palavras-chave: Exclusão; Aulas de Educação Física; Ensino Fundamental II; Deficiência; ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Gestão Pública e em Docência do Ensino Superior. Coordenadora do curso de Educação Física e Professora de Políticas Públicas de Esportes e Lazer, História da Educação Física e Esporte e Ética e Legislação Profissional da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autora. E-mail: roselycof@gmail.com
Introdução A educação inclusiva tem o
significa
inclusão.
De
acordo
com
objetivo de incluir alunos especiais no
(BUENO, 1999), a educação inclusiva é
ambiente escolar, e dessa forma, trazer a
aquela que oferece um ensino adequado às
todos a oportunidade de serem respeitados
diferenças e às necessidades de cada aluno.
em
compreensão
as
diferenças.
É
É notável que os problemas
importante salientar que apenas receber os
vivenciados pelas pessoas com deficiências
alunos com deficiência na sala de aula não
não se limita ao âmbito social, podendo ser
em muitas vezes sequelas da “deficiência”
profissional, uma vez que, conforme
do
Brasileiro.
(JAMES;
legislação,
2011),
Sistema
Embora
Educacional
resguardados
pela
o
KELLMAN;
LIEBERMAN,
conhecimento
dos
fatores
como a Constituição Federal que garante
relacionados à exclusão nas aulas de
às pessoas com deficiência o direito à
educação
educação de qualidade no ensino regular
professor responder as necessidades de seu
em instituições públicas, o que se visualiza
aluno,
no atual cenário educacional é uma
dificuldades encontradas e nortearão às
extrema dificuldade do Poder Público em
ações adequadas ao se deparar com a
executar o que está indicado e previsto
problemática.
legalmente.
física
sanando
poderá
ou
permitir
diminuindo
ao
as
Diante do problema apresentado,
Neste contexto, o questionamento
tem como principais hipóteses a falta de
estabelecesse à disciplina Educação Física,
monitores, de professores capacitados em
nos porquês da “exclusão facultativa” aos
sua maneira de conceber a metodologia
alunos com deficiência promovidas por
junto aos alunos e o desconhecimento
diversos professores.
sobre as deficiências (formação acadêmica
O estudo e interesse pelo tema,
deficitária),
a
carência
de
materiais
propõe uma pesquisa que investigue os
adaptados e ausência de acessibilidade
porquês da problemática; a qual foi
estrutural .
visualizada
e
pelas
Para atingir os objetivos, utilizou-
pesquisadoras no campo onde foi realizado
se da pesquisa qualitativa, a partir de uma
o Estágio Supervisionado II, no Ensino
pesquisa bibliográfica, onde foram feitas
Fundamental Anos Finais disciplina do 5º
análises, sínteses e interpretações das
período do Curso de Licenciatura em
concepções teóricas, e também da pesquisa
Educação Física da Faculdade Presidente
quantitativa, através da aplicação do
Antonio Carlos de Governador Valadares.
questionário aplicado aos professores, que
Acredita-se que a pesquisa contribuirá para
posteriormente foi tabulado e através de
uma reflexão/ação nas escolas onde o
procedimentos estatísticos, dispostos em
problema
gráficos.
foi
questionada
evidenciado,
visto
que
soluções poderão ser traçadas depois que as
dificuldades
forem
A
teórico, se fundamenta em concepções
relevância do trabalho estará ainda em prol
apresentadas no artigo publicado em 2014
da futura atuação das pesquisadoras,
pela doutoranda do programa de pós-
contribuindo
graduação em educação, Maria Luiza
sobremodo
listadas.
No que tange ao referencial
no
exercício
Salzani
Fiorine,
departamento
e
de
do
docente
educação
do
especial,
Dessa forma, a presente pesquisa tem
como
objetivo
identificar
quais
Eduardo José Manzini, que tratam das
empecilhos comprometem a atuação do
dificuldades, ações e conteúdos para
professor de educação física na legítima
prover
inclusão dos alunos com deficiência em
a
inclusão
dos
alunos
com
deficiência na aula de Educação Física.
suas aulas.
Pessoas com Deficiência e aulas de Educação Física Escolar Acredita-se que a educação física
psíquica,
tem
integração
um
papel
importantíssimo
no
desenvolvimento motor, intelectual, social
social,
a
autoestima,
redução
da
agressividade.
e afetivo dos alunos, principalmente daqueles com deficiência.
melhorando
Entende-se nesse contexto, que a educação física possibilita aos alunos a
Os objetivos das aulas para os
conviver com a diversidade, mostrando
deficientes em sua maioria são os mesmos,
que as superações das dificuldades são
as regras, as normas, a organização e os
plenamente possíveis, independente da
procedimentos,
condição física e motora dos alunos,
podendo
requerer
em
alguma atividade particular, adaptação para que
os
alunos
concomitantemente
possam com
podendo superar suas limitações.
participar
seus
outros
colegas de turma.
Segundo educação
física
(PALMA é
uma
2008),
“a
área
do
conhecimento que trabalha diretamente
De acordo com (MELO 2002), a
com o corpo e suas significações em todos
prática de alguma atividade, seja ela física
os seus contextos de atuação”. Para
e/ou esportiva por pessoas com deficiência
(JUNCKEN et al, 1987, p.17), “o esporte
pode
exerce
proporcionar,
benefícios
que
dentre já
todos
os
conhecidos,
a
oportunidade de testar os
papel
desenvolvimento
fundamental somático,
no
funcional,
limites e
baseado em métodos e normas que
potencialidades, prevenir as enfermidades
respeitem a individualidade de cada um,
secundárias a uma deficiência e promover
bem como suas capacidades e limitações.
a integração social do indivíduo. Esses benefícios são evidenciados tanto na esfera física,
melhorando
no
equilíbrio,
na
coordenação, na resistência; quanto na
A Educação Física deve propiciar o desenvolvimento global de seus alunos, ajudar para que o mesmo consiga atingir a
adaptação e o equilíbrio que requer suas
que afetam o bem estar da criança,
limitações e ou deficiência; identificar as
exigindo intervenção da Educação Especial
necessidades
no
e
capacidades
de
cada
que
diz
respeito
à
mobilidade,
educando quanto às suas possibilidades de
vitalidade física e autoimagem. Nessa
ação e adaptações para o movimento;
ampla categoria, estão incluídas as más
facilitar sua independência e autonomia,
formações
bem como facilitar o processo de inclusão
musculares, a paralisia cerebral, quando
e aceitação em seu grupo social, quando
não associadas a outras deficiências.
necessário (STRAPASSON, 2007, p 8).
congênitas,
as
distrofias
Sendo assim, a educação física tem um papel de proporcionar integração, e tem
(KIRK, 2000), ao comentar sobre as
características
das
crianças
como
propósito
potencializar
as
com
possibilidades de participação ativa de
deficiências físicas diz que essa categoria
pessoas com deficiência proporcionando
refere-se a uma variedade de condições
aos alunos a vivencia e inclusão nas aulas.
Educação Física para deficientes no Ensino fundamental II O trabalho de Educação Física nas
principalmente o “despreparo” pedagógico
séries iniciais do ensino fundamental é
dos professores.
importante, pois possibilita aos alunos
Essa lacuna pedagógica detona a
terem, desde cedo, a oportunidade de
urgência de uma reflexão sobre como o
desenvolver habilidades corporais básicas
cumprimento do Direito Social, previsto na
a
Constituição e Leis delegadas, do acesso
corporeidade,
que
desencadeiam
fundamentação motora e cognitiva dentro
pleno
da cultura corporal do movimento, em
deficiência está sendo mesmo ofertado.
atividades como jogos, esportes, lutas, ginásticas e dança.
a
Educação
alunos
com
Por isso, essa pesquisa provoca a necessidade
Nessa riqueza de possibilidades e
aos
de
uma
revisão
de
planejamento, orientação e mobilidade
vivências, é notória e comprovada a
específicas
dificuldade de inserção do aluno com
habilidades, como parte essencial do
deficiência no desenvolvimento das aulas.
processo educacional de toda a criança
Dificuldade apresentada na maioria das
deficiente.
vezes
pela
adaptada,
falta
de
materiais
estrutura adequados
para
desenvolver
suas
física
De acordo com os Parâmetros
e
Curriculares Nacionais a concepção de
cultura corporal amplia a contribuição da
desenvolvimento
Educação Física escolar para o pleno
cooperação, a participação social e a
exercício da cidadania, na medida em que,
afirmação
tomando seus conteúdos e as capacidades
democráticos.
que se propõe a desenvolver como produtos
socioculturais,
afirma
de
da
autonomia,
valores
e
a
princípios
De um modo específico, cabe à
como
Educação Física proporcionar aulas com o
direito de todos o acesso a eles. Além
intuito de incluir os alunos e trabalhar o
disso, adota uma perspectiva metodológica
desenvolvimento cognitivo.
de ensino e aprendizagem que busca o
Deficientes e o Papel do Professor nas Aulas Dentre os principais objetivos do
limitações de seus alunos. “Com isso, as
professor de Educação Física em aulas que
aulas de Educação física devem propiciar
garantam a inclusão, está a promoção da
aos alunos através de atividades corporais
autoconfiança e mesmo a “aceitação” da
uma atitude construtiva com os portadores
diferença,
que
de
deficiente
desenvolver
permitirão
ao
aluno
educativas
especiais,
e
possibilitando uma atitude de respeito,
talentos que compensem a sua deficiência
aceitação e solidariedade”. (CARDOSO &
física.
BASTILHA, 2010).
Isso
capacidade
habilidades
necessidades
significa de
que,
ensinar
além
da
conhecimentos
Fundamentado
por
Junken
específicos, é também papel do professor
“criando assim, um meio social onde o
transmitir, de forma consciente ou não,
deficiente mental possa atuar com os
valores, normas, maneiras de pensar e
mesmos
padrões de comportamento para conviver e
(OLIVEIRA, 2002) afirma que “É através
viver em sociedade.
do professor que o aluno se sentirá seguro
Dessa
forma,
oportunidades”,
para fazer as atividades, aumentando seu
Educação Física deve estar preparado e
campo de ação, consequentemente, fará
motivado
conteúdos
com que o aluno se sinta com mais
estimulantes e criativos, adaptando-os aos
condições de participar das atividades da
diferentes
comunidade e da família
níveis
professor
e
de
para
o
direitos
desenvolver
de
aprendizagem
e
A exclusão dos alunos com deficiência nas aulas de educação física
Ao contextualizarmos a exclusão
participação limitada nas atividades. A
social como um fenômeno que vem sendo
exclusão também estava associada com o
debatido e combatido com intensidade
questionamento da sua capacidade de
desde o fim do século XX, com o propósito
execução das atividades pelos colegas.
maior de se alcançar a inclusão de grupos
Este estudo foi realizado com alunos com
que no decorrer da história viveram
deficiência física entre 10 e 12 anos de
segregados e em posição social inferior aos
idade (GOODWIN; WATKINSON, 2000).
demais, identificamos que a exclusão é um processo
histórico
dos
fatores
relacionados à exclusão nas aulas de
momento em que o homem passou a viver
Educação Física permitirá ao professor
em grupo, isso ainda no período pré-
responder as necessidades de seu aluno,
histórico.
Para (PLACE E HODGE,
sanando ou diminuindo as dificuldades
2001) os alunos com deficiência se sentem
encontradas para a construção de um senso
excluídos durante as aulas de Educação
de pertencimento nas aulas de educação
Física
física
a
desde
conhecimento
o
devido
presente
O
comportamentos
de
rejeição, ser encarados como alvo de curiosidade,
e ainda
(JAMES;
KELLMAN;
LIEBERMAN, 2011).
por sentirem-se
Estudos
realizados
dentro
do
incomodados durante as interações sociais
contexto das aulas de Educação Física
com os colegas de classe.
Escolar indicam que o tipo de interação
No decorrer da pesquisa , as autoras
social estruturada com os colegas é o
acompanharam em estudo três alunas com
principal fator responsável pela inclusão do
deficiência física, descrevem-se que as
aluno com deficiência. As relações sociais
interações com os colegas de classe sem
com caráter de suporte e aceitação social
deficiência aconteceu de forma reduzida,
são capazes de promover a inclusão, visto
devido principalmente à distância espacial
que permitem a construção de um senso de
existente entre as partes. Neste caso, as
pertencimento ao grupo (GOODWIN;
alunas
WATKINSON, 2000; HUTZLER et al,
com
deficiência
encontravam
dificuldades para chegar ao local de aula. No
estudo
realizado
por
2002). Outros
fatores
indicados
exclusão era vivenciada pelos alunos com
inclusão, como a participação efetiva nas
deficiência
de
atividades propostas em aula e a chance de
isolamento social, quando se sentiam
se beneficiar com a prática de atividade
diferentes devido à deficiência, ou tinham
física (GOODWIN; WATKINSON, 2000).
experiências
importantes
para
são
(GOODWIN E WATKINSON 2000), a
durante
como
também
a
Para
se
é
não incluírem os alunos nas aulas podem
fundamental a construção de relações
estar relacionadas a diversos fatores. As
sociais positivas, com características de
relações estabelecidas, os métodos usados,
suporte
aluno
os conteúdos abordados e até a estrutura
(HUTZLER et al, 2000, GOODWIN;
direcionada à Educação Física podem
WATKINSON, 2000, PLACE; HODGE,
estimular ou afastar os alunos com
2001).
deficiência.
às
A
sentir
necessidades
partir
dessas
incluído
deste
constatações,
verifica-se que as causas dos professores
Aspectos Metodológicos da Pesquisa A presente pesquisa partiu da
deficiência múltipla, afirmou ter que estar
premissa de identificar quais práticas
sempre atenta ao mesmo, evitando brigas
pedagógicas
ou algum acidente que o envolva..
os
professores
se
fundamentam e aplicam durante suas aulas
Afirmou também os alunos que
para que o aluno se sinta incluído nas
estudam com Jefferson sabem do seu
atividades,
“problema”, e tentam ser compreensivas na
sem
isolamento
ou
em
proposição de atividades individuais ao
medida
mesmo.
rotineiramente
O
total
de
alunos
do
possível,
visto
ocorre
que algum
deficientes
desentendimento o envolvendo, devido ao
pesquisados foram 5(cinco), sendo 2 (dois)
seu comportamento explosivo, que sempre
alunos cadeirantes, em idade de 13 anos, e
inclui brincadeiras de “mau gosto”.
3 (três) com deficiência múltipla, 2 (dois)
Esse cenário e comportamento
em idade correta (sem desvio padrão) para
tornam as aulas de Educação Física um
série, e 1 (um) com idade mais avançada. É
momento de tensão e ao mesmo tempo de
importante destacar que todos possuem em
aprendizagem para o aluno “especial”, que
acompanhamento monitores educacionais
a cada dia rompe barreiras superando seus
individuais integralmente em sua rotina
limites na questão de conviver.
escolar.
O professore de Educação Física
Como o transtorno mental torna o
afirma que acaba o protegendo na maioria
aluno às vezes agressivo, ou muito
das brigas que surgem, devido ao seu grau
explosivo, em depoimento uma monitora
de transtorno mental, e tenta explicar aos
que acompanha Jefferson, aluno com
colegas de sala que as atitudes de Jefferson
devem ser ignoradas na maioria das vezes,
atividade envolve jogos. Porém, mesmo
por se tratar de um aluno “especial”, e que
com a “inclusão” garantida por Leis e
não são intencionais.
Resoluções, além do aparato profissional
alunos
Este convívio ajuda os outros
designado, no horário das aulas de
a
Educação
aprenderem
lidar
com
as
Física
,
os
alunos
com
diferenças, respeitando-o , nos seus limites
deficiência física, na maioria das vezes
e dificuldades. Jefferson possui uma
ficam na sala de informática, ou então com
professora de apoio que o auxilia em sala
seus
de aula, e durante as aulas de Educação
envolvam jogos como o quebra-cabeça,
Física, a monitora o auxilia sempre que a
dama
monitores
em
e
atividades
que
xadrez.
Metodologia Para
o
desenvolvimento
deste
adquirida pelo estagio supervisionado II.
estudo, utilizou-se uma abordagem de
Os sujeitos participantes do estudo foram
caráter qualitativo. Com base em seus
os professores pertencentes à Escola
objetivos, trata-se de um estudo descritivo,
Estadual Luís de Camões, localizada em
pois buscou identificar e descrever os
Tumiritinga (MG) e à Escola Estadual
motivos que levam alguns professores de
Sinhaninha
Educação
Coroaci (MG). A escolha desses sujeitos se
Física
pedagogicamente
se
em
deu pelas autoras da pesquisa residirem
deficiência, deixando-os excluídos das
próximos a essas escolas, o que de certa
aulas.
forma facilitou o processo de coleta de abordagem
alunos
localizada
com
A
aos
omitirem
Gonçalves,
foi
simples
e
dados.
objetiva, e como instrumento de pesquisa
Ao aplicar o questionário não foi
utilizou-se de questionários estruturados
verificada a história profissional dos
para 8 professores de Educação Física no
professores, a pesquisa coletada se deu
ensino
pelo questionário e pelo conhecimento
fundamental
II,
sendo
esse
composto por 3 questões objetivas e 2 questões discursivas. Outro instrumento utilizado foram as observações das aulas de Educação Física e a experiência
Resultados
adquirido no estágio supervisionado II.
Foram
questionários
Luiz de Camões Tumiritinga (MG) e a
estruturados a 8 professores de educação
Escola Estadual Sinhaninha Gonçalves de
física
Coroaci (MG), seguem os resultados:
que
aplicados
lecionam
em
instituições
públicas nos quais são, Escola Estadual
Gráfico 01: Você considera que suas aulas excluem esses alunos com deficiência?
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas advindas da primeira questão, que veio a questionar se suas aulas excluem esses alunos com deficiência. Fica evidenciado que 37,50% dos professores dizem que
suas aulas os excluem, até mesmo, pois suas aulas abrangem mais fundamentos, em contraposição 62,50% dizem que em suas aulas eles não são excluídos.
Gráfico 02: Quando descobriu que em suas aulas teria alunos com algum tipo de deficiência você buscou maneiras para incluí-lo?
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas advindas da segunda questão, que questiona se o professor ao descobrir que teria alunos com deficiência, se ele buscou
maneiras para incluí-lo. Fica evidenciado que 25% dizem ter buscado métodos, 75% dizem que não buscou, pois, esses alunos possuem monitores.
Gráfico 03: Se tivesse a opção de receber ou não receber esses alunos com deficiência em suas aulas, qual seria sua opção?
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico ilustra as respostas
aulas. Fica evidenciado que 75% optariam
advindas da terceira questão, que questiona
por não receber esses alunos e suas aulas, e
se o professor optaria por receber ou não
25%receberia
sem
problemas.
receber esses alunos deficientes em suas
Gráfico 04: Qual o maior problema para incluir os alunos com deficiência nas aulas de Educação Física?
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico ilustra as respostas
justificativas predominantes foram: “Não
advindas da quarta questão, que questionou
há materiais adequados para incluí-lo nas
aos
aulas”.
professores
qual
seria
o
maior
Em
contraposição,
12,50%
problema para incluir os alunos nas aulas.
disseram que o problema é a falta de
Fica
interesse do aluno em se incluir com a
evidenciado
que
87,50%
deles
responderam que o maior problema seria a
turma.
escassez de materiais adequados. As
Discussão Foram
aplicados
questionários
papel do professor em minimizar os fatores
estruturados a 8 professores que lecionam
de que possam excluir os alunos com
no ensino fundamental II, pertencentes a
deficiência das aulas de Educação Física.
Escola Estadual Luiz de Camões de
Evidencia-se que se o professor
Tumiritinga (MG) e a Escola Estadual
buscar
Sinhaninha Gonçalves de Coroaci (MG),
conhecimento e compreensão sobre a
no intuito de questionar e identificar o
deficiência, e a capacidade e possibilidades
porque dos alunos com deficiência não
motoras desses alunos, o índice de
serem incluídos nas aulas de educação
exclusão seria menor. Outros fatores
física pelos os professores. A partir dos
evidenciados
resultados supracitados, se estabelece uma
resultados
discussão,
optariam por receber ou não alunos
que
busca
evidenciar
os
métodos
adaptativos,
através foram
da
se
os
dos
professores
aspectos obtidos através da relação dos
deficientes,
resultados
metodologia de suas aulas à essa demanda
e
as
concepções
teóricas
fundamentadas.
procurando
análise
o
adequar
a
social. Contudo, há a necessidade de um
A princípio nota-se que os materiais
posicionamento
dos
profissionais
de
adequados, equipamentos para as aulas são
Educação Física para com a sua atuação
realmente escassos, mas em contraposição,
docente, reverem conceitos e métodos
levantaram pontos que esses alunos são
utilizados, em busca de se minimizar a
excluídos
devido
do
problemática e todos os fatores que
professor
em
recursos
acercam essa questão, visto que, os
adaptados para que a aula seja inclusiva.
problemas evidenciados são possivelmente
Nesse sentido, é de suma importância o
contornáveis.
o
não
comodismo buscar
Considerações finais O
presente
buscou
A hipótese de pesquisa baseou-se
identificar quais os fatores que contribuem
na ideia do comodismo dos professores em
para o exclusão de alunos com deficiência,
buscar recursos adequados para que não
para
(oito)
haja a exclusão do aluno e que o
instituições
desinteresse de querer incluir com os
públicas, Escola Estadual Luiz Camões de
colegas por “deficiência metodológica”
Tumiritinga
Estadual
que atenda a demanda. Monitores e
Sinhaninha Gonçalves de Coroaci, a fim de
professores aplicam apenas o básico e o
contribuir no minimizar a problemática em
mais acessível á eles e podemos ressaltar
questão e salientar a necessidade da
também as falhas das políticas públicas
qualificação dos professores nesse âmbito ,
que não fiscalizam as escolas e oferecer
para explicitarem da melhor forma o
pessoas
conceito da importância da Educação
pessoas com deficiência.
tanto
professores
estudo
investigou-se de
e
2
(duas)
a
8
Escola
Física para a incluir os alunos com deficiência.
capacitadas
para
atender
as
No que tange as propostas que possam minimizar a problemática sanando
A partir de uma análise dos dados
ou diminuindo as dificuldades encontradas,
obtidos, percebe-se que são inúmeros os
sabe-se que os anseios e contextos de vida
fatores que levam aos professores a não
dos alunos de Ensino Fundamental II são
buscar recursos para incluir esses alunos
diferentes, portanto, acredita-se que uma
com deficiência, mas, constatou-se a
boa qualificação não é apenas suficiente
predominância das atribuições a fatores
para atender o todo o público inclusive os
como a escassez de materiais adequados,
alunos com deficiência, diante disse, nota-
propostas de atividades que não podem
se que os profissionais de Educação Física
executar,
e/ou
precisam buscar métodos e atividades que
desmotivação até mesmo dos colegas, uma
possam atender sua demanda. Em tempo,
vez que o despreparo tanto educacional
podemos dizer que a exclusão ocorre
quanto a exclusão dentro da aula quanto
devido vários fatores, sendo eles: falta de
nos demais aspectos e ambientes sócio
materiais, má formação e qualificação dos
interativos são resultantes da exclusão
monitores e professores e o comodismo
sociocultural ao longo da história.
dos mesmos, onde não buscam métodos
falta
de
interesse
adaptados para incluir as pessoas com
eles se interajam com seus colegas.
deficiência.
Portanto, acredita-se nas potencialidades
Ao levar em consideração todos os
dos professores de Educação Física em
aspectos envolvidos nessa pesquisa, nota-
buscar
métodos
que
favoreçam
e
se que é possível reverter este quadro
enriqueçam suas aulas, eliminando as
tornando a educação física mais prazerosa
chances de haver exclusão.
para os alunos deficientes e fazer com que
Abstract The present field study aimed to identify which factors contribute to the exclusion of disabled students in Physical Education classes in Elementary School. The following institutions were investigated: the Luiz de Camões State School of Tumiritinga (MG) and the Sinhaninha Gonçalves de Coroaci State School (MG). As for the research methodology, it is a qualitative and descriptive research. It was studied a sample of 8 teachers who teach physical education classes in elementary education II. As a research instrument, we used structured questionnaires and
observations of these classes. It was based on the conceptions presented in the article published in 2014 by the doctorate of the graduate program in education, Maria Luiza Salzani Fiorine, and the teacher of the special education department, Eduardo José Manzini, who deal with the difficulties, actions and contents to provide the inclusion of students with disabilities in the physical education class. Keywords: Exclusion; Physical Education Classes; Elementary Education II; Deficiency;
Referências BRACHT, V. Corporeidade, cultura corporal, cultura de movimento ou cultura corporal de movimento? In: NÓBREGA, T. P. (Org.). Epistemologia, saberes e práticas da educação física. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2006. p. 97-105. GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FRAGA, Alex Branco. Referencial Curricular de educação física. In: RIO GRANDE SO SUL. Secretaria de Estado da educação. Departamento Pedagógico (Org.). Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: linguagens, códigos e suas tecnologias: arte e educação física. Porto Alegre: SE/DP, 2009. v. 2, p. 112181. GOODWIN, Donna; WATKINSON, Jane. Educação Física Inclusiva em uma perspectiva dos estudantes com deficiência física. Atividade física adaptada trimestralmente, Illinois, v. 17, p. 300, 2002. GORGATTI, M. G; COSTA, R.F. Atividade Física Adaptada. Barueri, São Paulo: Manole, 2005.
HUTZLER, Yesahayu et al. Perspectivas das crianças com deficiência na inclusão e empoderamento: fatores de apoio e limitantes. Atividade física adaptada trimestralmente, Illinois, v. 19, p. 300-317, 2002. JAMES; KELLMAN; LIEBERMAN, 2011, apudALVES, Maria Luíza; DUARTE, Edison, 2011.A exclusão nas aulas de Educação Física: fatores associados com participação de alunos com deficiência. Campinas – SP. MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2003. PLACE, Kimberly.; HODGE, Samuel. Inclusão dos estudantes com deficiência psíquicas na educação física geral: análises comportamentais. Atividade física adaptada trimestralmente, Illinois, v. 18, p. 389-404, 2001. STRAPASSON, C. A educação física na educação especial. Revista Digital, Buenos Aires, 2007.
A EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A SAÚDE DO EDUCANDO Diego Ferreira de Brito¹ Elaine Rodrigues de Oliveira¹ Filomena Maria dos Reis¹ Rinaldo Soares Dolabela¹ Tiago Carlos Flávio¹ Maria Helena Campos Pereira² Edney Ferreira Moreira² Resumo Este trabalho apresenta a importância da educação física escolar e sua contribuição para a manter a saúde do educando, com base no crescente e recorrente aumento da obesidade infantil. O problema que se investiga é como a educação física pode contribuir para a saúde do educando. O objetivo é investigar a respeito da contribuição da educação física para a saúde do educando sedentário e obeso. Fez-se necessário para isso avaliar a cultura familiar no que diz respeito a hábitos saudáveis, alimentação e orientação por parte do profissional de educação física. Considera-se a necessidade da prática regular de atividade física para prevenção de doenças e ainda o incentivo aos alunos a participação das aulas de educação física que muito pode contribuir para saúde do educando. Para isso, utilizou-se como fundamento os artigos dos autores (DARIDO, 2003) e (ALVES, 2003). Neste contexto, verifica-se que professor de educação física tem o dever de intervir de forma direcionada e orientada a esta situação recorrente nas escolas, apresentar a atividade física como meio preventivo e incentivá-los a prática de exercícios físicos para evitar os males que os afeta. A instituição de ensino escolar por sua vez tem que fornecer condições de desenvolver com os alunos orientações a cerca do assunto “obesidade” com palestra e metodologia pedagógica que tentem diminuir este fator que se torna de risco para os alunos tanto no ensino fundamental, quanto no médio. Palavras chaves: Educação Física e a saúde; Instituição de ensino e a saúde do aluno; Obesidade infantil, uma realidade escolar. ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Docência do Ensino Superior e em Tutoria em Educação a Distância. Professor de Bioquimica da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares/MG e Co- autor.
Introdução Muito se fala em saúde mundial,
sedentárias,
obesas,
com
problemas
mas como pensar nesse tema se ainda não
cardiovasculares e doenças degenerativas,
tem uma cultura de prevenção da doença
pois os países industrializados, o excesso
ou manutenção da saúde da população.
de consumo de comidas rápidas, são
Observam-se a cada dia mais pessoas
fatores que aumentam o risco de doenças
los quanto ao problema da obesidade infantil
do individuo.
sem a prática regular de atividade física.
As crianças oriundas de famílias
Nota-se que o nível escolar, onde cabem os
que já tem histórico de obesidade ou
profissionais de Educação Física, intervir de
sobrepeso, provavelmente já nascem com
uma forma sistemática na redução crescente
este problema, que se torna pior no período
deste problema na escola.
escolar, pois estas ficam sedentárias e
Esta pesquisa visa investigar a
muitas vezes deixam de executara Educação
partir de uma análise teórica, a respeito da
Física por se sentirem cansadas e não
contribuição da Educação Física para a
conseguem realizar as atividades orientadas
saúde do educando, com fundamentos de
pelo professor.
artigos estudados dos autores (DARIDO,
Um dos importantes desafios da Educação Física Escolar é criar condições de
2003) e (ALVES, 2003). Então,
os
saudáveis,
autoconhecimento e desenvolvimento dos alunos
orientação
nos domínios motores, cognitivos, afetivos e
balanceada, seria uma conduta aplicada pela
sociais, construindo assim uma vida ativa,
família para evitar o problema infantil.
saudável e produtiva, integrando de forma
médica,
hábitos
Nesta
uma
perspectiva,
alimentação
a
Educação
adequada e harmônica o corpo, mente e espírito
Física propõe uma linha de planejamento
por meio das vivências diferenciadas de
participativo
atividade física na escola e fora dela (ALVES,
estreitando as relações professor-aluno, com
2003).
para
ações
educativas,
base na problematização, que valoriza a Com base neste autor pode-se dizer
que a atividade física é o primeiro passo para evitar que ocorra algo pior, é conhecer
responsabilidade do professor e do aluno sobre a saúde do educando. De
acordo
com
os
parâmetros
seu corpo como um todo, de forma a ensinar
curriculares a educação física escolar pode
o objetivo da Educação Física para propiciar
contribuir para a formação das capacidades
uma vida saudável a cada cidadão.
fisiológica, éticas, intelectual e sociológicas dos alunos. Então, nota-se que conscientizar
Então, como a Educação Física pode contribuir para a saúde do educando sedentário e obeso? Esta pergunta cabe ao Profissional de Educação Física, pois, poderá orientar o aluno e a família, e alertá-
os alunos dos anos finais do ensino fundamental
sobre
os
benefícios
da
educação física escolar no seu cotidiano é de fundamental
importância.
Fundamentos para a saúde do educando Educação Física e a saúde A educação física e a saúde tem
osteoporose,das dislipidemias e diminui o
uma relação muito grande na história. A
consciência
maiores
alguns tipos de câncer de colo e da mama,
informações a respeito das prevenções e
além de auxiliar no controle da ansiedade,
cuidados com a saúde que incluem maior
da
movimentação corporal há por parte das
obstrutiva crônica, da asma além de ajudar
pessoas uma significativa mudança de seus
na melhora do bem-estar e socialização do
hábitos de vida.
cidadão.
(ERLICHMAN
e
et
a
risco de afecções osteomusculares e de
al,
depressão,
da
doença
pulmonar
2002)
Observa-se que a educação física
afirmam que a prática de atividade física
não só no seu conceito geral de movimento
regular diminui o risco de aterosclerose e
corporal, agrega-se um significado amplo
suas consequências, tais como, angina,
no que diz respeito a saúde, bem estar,
infarto do miocárdio, doença vascular
condições de vida e longevidade, isto de
cerebral, ajuda no controle da obesidade,
acordo com a regularidade da atividade
da hipertensão arterial, do diabetes, da
física executada durante a vida do cidadão.
Instituição de ensino e saúde do aluno A educação física nos últimos anos
níveis de ensino indicando que ela deverá
voltada à saúde tem sido um diferencial na
promover a sociabilização e a inserção de
vivência do cidadão, pois passou por várias
todos os alunos nas práticas corporais,
tendências
contribuindo para que se possa valorizar,
como
a
militar,
médica,
desportista, nas tendências da cientificidade,
apreciar
e
desfrutar
dos
benefícios
profissionalizante e a tendência educacional
proporcionados pela cultura corporal de
onde cada uma tem uma visão diferente de
movimento, percebendo e compreendendo a
como o profissional de educação física
influência do esporte na sociedade, dando
deveria atuar neste contexto social. Hoje a
subsídios teóricos e metodológicos para que
que prevalecem são a da saúde ligada a
os alunos possam usufruir o tempo livre de
medicina e a educacional a educação.
lazer, resgatando o prazer enquanto aspecto a
fundamental para a saúde e melhoria da
importância da educação física em todos os
qualidade de vida, valorizando, por meio do
(VERDERI,1998)
mostra
conhecimento sobre o corpo, a formação de
hábitos saudáveis, desenvolvendo conteúdos
de promoção de saúde na escola. Desta
para que os alunos do ensino médio possam
maneira, ela pode assumir grandes desafios
compreender e analisar criticamente valores
no
sociais como padrões de estética, relações
condições
entre os sexos e preconceitos onde todos
atividades que visam o desenvolvimento
tenham vontade em participar das atividades
humano (DARIDO, 2003).
escolares.
mundo
contemporâneo, diferenciadas,
a
ao
criar
partir
de
A instituição de ensino tem um papel
Busca-se entender que a educação
fundamental na intervenção durante as aulas
física é uma ação pedagógica. A Educação
de educação física e o seu professor torna-se
Física tem se tornado uma sabedoria de
um
viver, uma exigência corporal, onde todo ser
conscientização dos alunos,em relação à
humano tem que conhecer seu corpo como
adoção de estilos saudáveis de vida, bem
todo, ao entender e reconhecer seus limites
como a iniciação de prevenção de futuras
até onde pode ir, isto é, uma tarefa
doenças que podem afetar a criança e o
educativa, que busca sempre o bem-estar do
adolescente.
profissional
indispensável
para
ser humano. A educação física tem quebrado paradigmas e contribuído para romper padrões
descompromissados
com
a
formação de alunos especialmente sob o viés
Obesidade infantil, uma realidade escolar. É cada vez mais presente nas escolas o sedentarismo em adolescentes e
passo para diminuir o sedentarismo nesta fase estudantil.
crianças,isto demonstra que a falta de
Estudos apontam que a inatividade
atividade física tem influência direta sobre
física tem influência direta sobre o
o
na
desenvolvimento da obesidade na infância
infância e adolescência, sendo necessária
e adolescência; assim, uma das alternativas
uma intervenção direta do profissional de
de tratamento é o aumento do nível de
educação física, que traz orientações aos
atividade física (EPSTEIN,1996).
desenvolvimento
da
obesidade
alunos e repassadas à família, para um melhor
aproveitamento
das
aulas
Com base nesta visão, a escola tem
de
um papel muito importante neste sentido,
educação física, que seria um primeiro
ela deve proporcionar um espaço para o
a
desenvolvimento
de
estratégias
importante surge como meio de incentivar
pedagógicas que promovam a atividade
os alunos a participarem das atividades
física e a educação para a saúde. A
físicas propostas pelo profissional de
Educação Física Escolar como ferramenta
educação física.
Metodologia Para este projeto ser realizado foram
cerca dos assuntos tratados neste trabalho
consultados artigos científicos que possuem
investigativo. Para isso, utilizou-se para
como descritores, a importância da educação
análise e síntese os fundamentos de artigos
física escolar no aspecto de saúde, programa
dos principais autores (DARIDO, 2003) e
nacional de atenção integral a saúde do
(ALVES, 2003), dentre outros.
homem, desafios da educação física escolar, publicados nos últimos anos.
Dessa forma foi possível investigar, a partir de uma análise teórica, a respeito da
Os artigos encontrados contribuíram
contribuição da Educação Física para a
para fundamentar este projeto e esclarecer a
saúde do educando e as causas da obesidade
nas escolas. Resultados Ao investigar os assuntos tratados neste projeto, pode-se perceber que ainda é muito grande o índice de alunos com obesidade
e
sedentarismo
nas
escolas
investigadas. Neste
exercícios físicos para evitar este mal que os afeta. A instituição de ensino escolar por sua vez tem que fornecer condições de desenvolver com os alunos orientações a
que
cerca do assunto obesidade com palestras e
professor de educação física tem o dever de
metodologia pedagógicas adequadas que
intervir de forma direcionada e orientada a
tentem diminuir este fator que se torna de
esta
escolas,
risco para os alunos tanto no ensino
apresentar as atividades físicas como meio
fundamental, quanto no ensino médio.
situação
contexto,
verifica-se
recorrente
nas
preventivo e incentivá-los a prática de
Discussão Segundo (ALVES, 2003), os desafios
e compreendendo a influência do esporte na
da educação física escolar é criar condições
sociedade,
para que os alunos se conheçam como um
metodológicos para que os alunos possam
todo nos domínios motores, cognitivos,
usufruir o tempo livre de lazer, resgatando o
afetivos e sociais, construindo uma forma
prazer enquanto aspecto fundamental para a
produtiva, integrando corpo a mente e o
saúde e melhoria da qualidade de vida,
espírito através das vivências de atividade
valorizando, por meio do conhecimento
física escolar.
sobre o corpo, a formação de hábitos
Para (PEREIRA et al, 2000), seria importante
identificar,
coletivamente,
dando
subsídios
teóricos
e
saudáveis, desenvolvendo conteúdos para que
possam
compreender
e
analisar
aspectos e condições sociais, ambientais,
criticamente valores sociais como padrões
históricas e culturais, assim como as
de estética, relações entre os sexos e
demandas do indivíduo e do grupo social em
preconceitos onde todos tenham vontade em
seus espaços de convivência, resgatando o
participar das atividades escolares.
poder próprio da comunidade no controle de sua saúde e de suas condições de vida.
(DARIDO, 2004) verifica que a educação física tem sido levada a romper
(ERLICHMAN et al, 2002) afirmam
padrões
descompromissados
com
a
que a prática de atividade física regular
formação de alunos especialmente sob o
diminui o risco de doenças degenerativas,
viés de promoção de saúde na escola.
ajuda
Desta maneira, a Educação Física deve
no
controle
da
obesidade,
da
hipertensão arterial, e de alguns tipos de
assumir
câncer (colo e de mama), além de auxiliar
contemporâneo,
no controle da ansiedade, da depressão, da
diferenciadas a partir de atividades que
doença pulmonar obstrutiva crônica, da
visam o desenvolvimento humano.
asma além de ajudar na melhora do bemestar e socialização do cidadão. (VERDERI,
1998)
grandes
desafios ao
no
criar
mundo
condições
Após análise dos textos dos autores, verificou-se a importância da educação
mostra
a
física e a prática de atividade física regular
importância da educação física em todos os
como
meio
preventivo
de
doenças
níveis de ensino indicando que ela deverá
degenerativas e como meio inibidoras do
promover a sociabilização e a inserção de
sedentarismo em consequência a obesidade
todos os alunos nas práticas corporais, em
na fase infantil. Ressalta-se que a escola
todos os sentidos culturais, sociais, afetivos
tem um papel muito importante neste
contexto, pois intervenções pedagógicas
tem que se preocupar com a harmonia do
orientadas e desenvolvidas em conjunto
corpo com a mente com sua saúde e seu
com o profissional de educação física,
futuro, evitando intemperes, no percurso de
agregam valores de que a cada dia o aluno
sua vida adulta.
Considerações finais A obesidade na fase escolar tornou-
professor condições de aplicar atividades
se um fator de risco que tem prejudicado
voltadas para a melhoria da saúde do
muitos alunos do ensino fundamental e do
educando quando na prática das atividades
ensino médio.
físicas, nas aulas de educação física com a
Então, a educação física escolar,
finalidade de promover o bem estar e a
que traz uma matriz curricular de atividade
qualidade de vida, enquanto aluno da
física regular praticada na escola e
instituição e comunidade escolar. Educação,
incentivada pelo professor de educação
saúde e práticas de exercícios corporais não
física, para que este hábito seja agregado
podem se desvincular do processo de
não só na fase escolar, mas, no percurso de
aprendizagem, por isso, automaticamente
toda sua vida adulta.
devem estar interligados.
Portanto, a instituição escolar deve desenvolver metodologias pedagógicas com vistas a garantir, orientar e proporcionar ao
Abstract This paper presents the importance of physical education and its contribution to maintaining the health of the student, based on the increasing and recurring increase in childhood obesity in public schools of Vale do Rio Doce. The problem that is being investigated is how physical education can contribute to the health of sedentary educating and obese? The aim is to investigate about the Physical Education contribution to the health of sedentary educating and obese. It was necessary for it to assess the family culture with regard to healthy habits, nutrition and guidance from the professional of Physical Education. the need for regular physical activity to prevent disease and still be considered encouraging
students to participate in physical education classes that can greatly contribute to the student's health. For this, we used as a basis the articles of the authors (DARIDO, 2003) and (ALVES, 2003). In this context, it appears that physical education teacher has a duty to intervene in a targeted and focused way to this recurrent situation in schools, introduce physical activity as a preventive means and encourage them to physical exercise to prevent this evil that affects. The institution of school education in turn have to provide conditions to develop with the students guidelines about the subject "obesity" with a lecture and teaching methodology that try to decrease this factor
becomes risk to students both in primary school and in medium.
Key words: physical education and health; educational institution and the health of the student; Childhood obesity, a school reality.
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E.
Dança
na
Escola.
Rio
de
Janeiro:
Ed.
Sprint,
1998
A FALTA DE INTEGRAÇÃO DOS PAIS COM O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA Iago Marques dos Santos¹ Itamar Conrado Sampaio Júnior¹ Leandro Pereira Rodrigues¹ Maria Helena Campos Pereira² João Cláudio Passos da Silva² Simone de Magalhães Martins Gomes² Resumo O culto ao Corpo e a Educação pelo movimento físico sempre esteve relacionado ao ser humano desde a antiguidade. Os Gregos acreditavam que a Educação dos indivíduos através das práticas corporais e a preparação guerreira eram essenciais na formação de grandes defensores de sua nação. Com a evolução da civilização e da sociedade, tanto intelectualmente como tecnologicamente o ser humano chegou ao sedentarismo. Mesmo com a introdução da educação física na escola, a prática da atividade física foi caindo no esquecimento associado a falta de interesse dos alunos em participar da mesma. O que pode acarretar em diversos fatores que atrapalham o desenvolvimento e o bem estar físico, mental e social. Dessa forma, o presente artigo questiona: Como a falta de integração entre professores e os pais ou responsáveis tem afetado os alunos nas aulas de educação física. Onde a finalidade é melhorar o fator agravante do desenvolvimento físico, mental e social o dos alunos através das práticas corporais e das aulas de Educação Física. Palavra-chave: Educação Física; pais ou responsáveis; desinteresse. ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: Iagomarques7@outlook.com, itamarcsj@hotmail.com, leandro_rodriguess10@hotmail.com. ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Dança e Consciência Corporal e em Dança Educacional. Professor de Fundamentos da Ginástica, Ritmo e Movimento e Fundamentos da Dança da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autor. E-mail: joaoozgv@hotmail.com ²Especialista Gestão Empresarial. Professora de Empreendedorismo, Princípios do Marketing e Marketing Estratégico Empresarial da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autor. E-mail: joaoozgv@hotmail.com
Introdução Nas escolas, são as aulas de
práticas corporais que os alunos adquirem
educação física que os alunos possuem um
confiança, conhecem melhor a si mesmo e
dos poucos momentos para trabalhar o
as pessoas com que convivem no dia a dia.
corpo, no quesito coordenação motora,
Segundo (PAES, 2001, p. 65), o
agilidade, entre outros. Tendo um grande
esporte escolar poderá permitir ao aluno o
papel nessa questão, através do corpo e das
exercício de sua cidadania, na qual o
trabalho e o lazer são fundamentais para
que se aprende a ser único, a desenvolver a
uma boa qualidade de vida.
individualidade e identidade.
No entanto, (JUNIOR, 2000) nos
Portanto, esse artigo descreve como
mostra que muitos alunos demonstram
a
desinteresse pelas aulas de educação física,
responsáveis reflete no desinteresse do
preferindo realizar outras atividades ou
aluno pelas aulas de educação física. E,
mesmo ficarem ociosos durante as aulas.
analisa como o professor e a escolar pode
Esse
desenvolver essa integração, buscando
comportamento
demonstra
o
falta
de
o
interação
dos
interesse
do
pais
aluno
ou
desinteresse dos alunos pelo conteúdo e
aumentar
e
pela importância das aulas de educação
desenvolvendo sua formação para uma
física.
vida mais ativa, como (BRASIL, 1997b, Sendo assim, é essencial que a
p.24) acrescenta que a educação física
escola busque uma aproximação com os
escolar pode sistematizar situações de
pais ou responsáveis, objetivando que os
ensino e aprendizagem que garantam aos
mesmos
alunos o acesso a conhecimentos práticos e
percebam
a
importância
do
acompanhamento escolar de seus filhos.
conceituais.
Para (BUSCAGLIA, 1997), a família deve assumir sua parte da responsabilidade, pois é dentro dos limites desta unidade social
Problema Como a falta de integração entre professores e pais ou responsáveis tem
afetado os alunos na aula de educação física?
Justificativa No contexto pessoal justifica-se ao
desempenho das aulas. E na questão
perceber que os alunos do nível médio não
educacional acredita-se que o diálogo ativo
demonstraram interesse em participar das
entre professores, pais e alunos poderá
aulas. No âmbito social justifica-se a
auxiliar
necessidade de diálogo entre os pais e
automaticamente ampliar o interesse dos
professores
educandos.
Relevância
em
prol
de um
melhor
o
projeto
de
inclusão
e
É de grande importância esse afeto
que nos dias de hoje a vivência dos alunos
entre pais e professores de educação física
no ensino médio é muito discutida. E
para a qualidade e eficiência do trabalho
muitos não conseguem participar das
com
possível
atividades que a ligação entre pais e
proporcionar um legado sobre as aulas de
professores pode ter melhor solução no
educação física na sociedade. Entende-se
aprendizado.
os
alunos
onde
é
Fundamentação teórica De
acordo
com
(GUISELINI
2004), o culto ao corpo/porte físico sempre
atividades físicas, deixando os hábitos saudáveis de lado.
esteve relacionado ao ser humano desde na
As consequências da epidemia de
antiguidade, uma vez que o mesmo era
sedentarismo para a saúde física incluem,
necessário garantir a sobrevivência, por
entre as doenças mais conhecidas, o
meio da caça, pesca, fuga de predadores
diabetes,
entre outros.
hipercolesterolemia, a obesidade, diversas
(GUISELINI
hipertensão,
a
ainda
formas de câncer, a osteoporose, calculose
acrescenta que, com o passar dos séculos
renal, biliar e até disfunção erétil. No
com
entanto, o impacto para saúde mental é
o
avanço
desenvolvimento
e
2004)
a
tecnológico,
o
mecanização
da
pelo
menos
igualmente
devastador,
agricultura e pecuária, o desenvolvimento
compreendendo:
de meios de transporte entre outros fatores,
estima, da auto-imagem, do bem-estar, da
mudaramo estilo de vida das pessoas que
sociabilidade; aumento de ansiedade, de
passaram a ser mais sedentárias, conseguir
estresse, de depressão, como também do
alimento está muito fácil. E tarefas que
risco para mal de Alzeihmer e de
antes
Parkinson,
eram
complicadas
agora
são
resolvidas com apenas um toque no botão. Entretanto,
essa
revolução
de
diminuição
acordo
com
da
auto-
estudos
maisrecentes, e até prejuízo da cognição. (BOMFIM, 2009)
tecnológica trouxe outras maneiras de se
As aulas de educação física na
relacionar com o corpo. Com o fácil acesso
escola é um dos poucos momentos em que
ao
jogos
muitos dos alunos trabalham seus corpos
eletrônicos, da TV e do aparelho celulares,
em atividades físicas. Assim, conforme
as crianças e os adolescentes perderam o
(JUNIOR,
interesse em brincadeiras ao ar livre e nas
demonstram o desinteresse em participar
mundo
da
informática,
2000),
muitos
alunos
das aulas de educação física devido à falta
de prática da mesma, onde demonstram dificuldade
em
coordenação
agilidade entre outros.
motora,
A falta de interesse nas aulas de educação física Muito
se
tem
para
em suas respectivas praticas pedagógica. E
descobrir a falta de interesse dos alunos
para eles, na educação física escolar, esta
nas aulas de educação física. Entre diversas
ação profissional se torna ainda mais
hipóteses observa-se a falta de estrutura
evidente: os professores executam os
física de diversas escolas. Com ginásios
mesmos exercícios, as mesmas atividades,
sucateados, falta de materiais e também um
indiferentes
planejamento
características dos alunos. (BARROS.
escolar
estudado
de
modo
que
estimulem os alunos à prática de esportes. O
docente
dificuldades
em
encontra cumprir
das
necessidades
e
DARIDO, 2006).
inúmeras seu
oficio
conforme planeja isso gera a acomodação
Falta de diálogo entre os pais e professores A família deve ser aliada da escola na busca de promoção não só da Educação
responsáveis maximize o interesse do aluno no ambiente educacional.
Física mas também de todo o crescimento
A família deve assumir sua parte da
educacional de seus filhos. Sendo essencial
responsabilidade, pois é dentro dos limites
que a escola busque uma aproximação com
desta unidade social que se aprende a ser
os pais ou responsáveis, objetivando que os
único, a desenvolver a individualidade e
mesmos
identidade. (BUSCAGLIA, 1997).
percebam
a
importância
do
acompanhamento escolar de seus filhos em
A família é um dos influenciadores
todas as fases da educação.
de primeiro grau no comportamento e
A família deve ser percebida como um
pensamento da crianças e adolescentes.
agente promotor do
desenvolvimento,
Nas famílias que possuem um ou mais
sobrevivência e socialização da criança. De
membros que praticam algum esporte a
modo que, o acompanhamento dos pais ou
tendência é que, esse influencie e desperte
o
interesse
nos
demais
membros
principalmente nas crianças. Portanto,
a
participação
nas aulas de educação física. Por isso, a escola deve trazer a família para perto,
e
tornando-a participativa incluindo na vida
acompanhamento da família pode ser uma
escolar do aluno objetivando a melhora no
aliada para aumentar o interesse dos alunos
desempenho do mesmo.
Inclusão social fator de desenvolvimento Através do convívio em sociedade
fecundação do óvulo, caracteriza-se a
que se desenvolve relações saudáveis e
formação de um novo ser. Em termos
criamos redes de relacionamentos. Essa
biológicos, é nesse momento que se
integração é importante para os alunos.
estabelece a primeira relação de um novo
Essas interações sociais iniciam após do
ser com aquela que, por um período de
nascimento com a nossa mãe e vamos
nove
desenvolvendo para o resto de nossas
(GUISELINI, 2004, p. 117).
vidas.
meses,
será
sua
hospedeira.
A educação física possui um grande O “processo de sociabilização” tem
papel, por meio da cooperação e trabalho
início nos primeiros momentos de vida,
em equipe os alunos adquirem confiança e
logo após o nascimento. Mas não se deve
desenvolve laços. Conhecendo melhor a si
esquecer que, desde o momento da
mesmo
e
as
outras
pessoas.
Formação dos educandos nas aulas de educação física No
processo
educacional,
o
De maneira geral, ou seja, em todos
professor de educação física deverá ter o
os ciclos da aprendizagem existem pontos
seu olhar voltado para a formação global
de interseção entre a educação física e as
do aluno, assim como estar preocupado
demais
com o processo de inclusão dele na escola.
exploradas incansavelmente. Compete aos
Agindo como um mediador no
disciplinas
professores
que
identificar
podem
esses
ser
pontos,
processo de ensino aprendizagem do
adaptá-los com reforço de aprendizagem,
esporte e o aluno. Buscando discutir,
apresentando a aplicabilidade na prática
levantar e apontar os fatores que possam
dos conteúdos estudados em sala de aula.
afastar o aluno, objetivando desenvolver
(FARINATTI. FERREIRA, 2006, p 41).
uma aula mais acessível e receptiva.
Os
autores
citados
acima
acrescentam que, dentro da área dos
esportes
pode
métodos
ser
aplicado
interdisciplinares,
diversos regras,
fatores será o diferencial na formação do aluno.
superações e etc. conseguir trabalhar esses
Metodologia O estudo realizado caracteriza-se por uma pesquisa de campo básica que
Escola Estadual Theolinda de Souza Carmo de Governador Valadares MG.
para (GIL 1994, p. 43), “[...] permite a
O instrumento utilizado foi a
obtenção de novos conhecimentos no
aplicação de um questionário com algumas
campo da realidade social”. Por meio de
perguntas para os alunos e os responsáveis.
uma metodologia de pesquisa descritiva.
Segundo (GIL, 1994) o questionário é uma
Visando retratar as características do
técnica de investigação com um número
objeto estudado, expondo com precisão os
determinado de questões apresentadas por
fatos ou fenômenos, para estabelecer a
escrito às pessoas com a finalidade de
natureza das relações entre as variáveis
conhecer opiniões, crenças, sentimentos,
delimitadas no tema.
interesses, situações vivenciadas e etc.
Utilizando
uma
abordagem
O questionário foi elaborado e
quantitativa em uma pesquisa de campo,
organizado com perguntas fechadas. Os
por meio de questionário estruturado e
dados coletados por meio de questionários
objetivo, objetivando levantar dados que
foram mensurados em forma de gráficos.
correlacione o interesse dos pais ou responsáveis com o esporte e o interesse dos alunos nas aulas de educação física. Para a coleta de dados envolvemos 12 alunos e 12pais ou responsáveis, da
Resultados A
pesquisa
foi
realizada
na
Estadual Theolinda de Souza Carmo de Governador Valadares MG, no segundo
alunos, e o questionário 2 direcionado os pais ou responsáveis do mesmo. É importante dizer que dos 30
semestre de 2017. Utilizando questionário
questionários
distribuídos,
para coleta de dados. Cada aluno recebeu
retornaram
preenchidos
um questionário com duas pesquisas, no
orientado.
qual o questionário 1 foi direcionado aos
apenas
12
conforme
Sendo
assim,
o
questionário
realizado com o aluno teve o intuito de
educação
física
e
como
isso
pode
influenciar no seu interesse pela mesma.
observar como o aluno enxerga a aula de
Gráfico1: Questionamento aos alunos
Fonte: Dados de pesquisa, 2017
Através da pesquisa constatou-se resultados importantes como que 75%
participação das aulas de educação física pode ser revertida.
gostam das aulas de educação física e que
Um dos principais dados levantado
84% acham a disciplina importante. Esse é
foi sobre a metodologia usada pelo
um bom fator, pois caracteriza que mesmo
professor, 34% dos alunos não gosta da
com o pouco interesse na disciplina os
metodologia
alunos não têm aversão da mesma. Além
interessante o professor estudar e rever a
de que 100% dos alunos gostam do
metodologia para que aumente o interesse
professor da disciplina. Desse modo, a
dos alunos nas aulas de educação física.
falta de desinteresse dos alunos na
atual.
Deste
modo,
é
Gráfico2: Questionamento aos pais
Fonte: Dados de pesquisa, 2017
Pela pesquisa percebe-se que 84%,
importante se comparamos a mesma com a
ou seja, a grande maioria dos pais ou
tabela 2 onde quase proporcionalmente são
responsáveis
os pais ou responsáveis que praticam
Entretanto,
gostam apenas
66%
de
esportes.
acompanham
esportes.
algum esporte. E menos praticam alguma
E
que
92%
dos
pais
ou
atividade física frequentemente, apenas
responsáveis acham que a disciplina de
50%. Isso vai de frente com os dados da
educação física importante, mas apenas
tabela 1, 58% dos alunos não praticam
50% incentivam os filhos a praticarem
algum esporte fora da escola, esse dado é
esportes.
Discussão Os dados obtidos na pesquisa demonstram que os alunos gostam das
da falta de interesse de realizar as atividades nas aulas de educação física.
aulas de educação física, reconhecem a
Outros dados importantes obtidos
importância da mesma e possuem um bom
são os do questionário dos pais ou
relacionamento com o professor. Apesar
responsáveis, é que majoritariamente os
dos dados serem positivos, mais da metade
mesmos
dos alunos não pratica nenhuma atividade
esporte, acompanham
física fora do ambiente escolar. Fator esse
esporte e tem consciência da importância
que pode ser considerado um dos motivos
da educação física para seus filhos.
reconhecem
que
gostam
de
algum tipo de
Entretanto, apenas a metade incentiva seus
pais e educadores devem ser honestos uns
filhos à prática de esportes.
com os outros e aprendam a se adaptar uns
Sabendo
ou
aos
no
investimento sobre a criança. Todos estes
comportamento dos filhos. E, que apenas a
aspectos são relevantes quando visam o
metade deste incentiva seus filhos na
seu bem estar e o seu desenvolvimento.
prática esportiva, percebe-se que a falta de
(DESSEN; POLONIA, 2005 p. 309).
responsáveis
que
os
pais
influenciam
outros
e
a
concentrar
o
seu
integração dos pais ou responsáveis com o professor
de
educação
física
faz-se
Portanto, ainda existe uma grande
perdurar o problema detectado, ou seja, a
dificuldade em relação ao despertar o
falta de interesse em participar das aulas de
interesse do aluno, por isso deve-se buscar
educação física.
as mudanças, mudanças estas que iniciam
Assim, o professor deve realizar
com
a
integração
dos
pais
e
ou
parceria com os pais ou responsáveis para
responsáveis com o professor de educação
o desenvolvimento do aluno.
física objetivando influenciar os alunos na
[...] o sucesso da parceria pais-
participação das aulas de educação física.
professores está interligado à compreensão
Assim observa-se a necessidade de
das diferentes questões que os envolvem
que os alunos e familiares compreendam a
na ação educativa, com respeito ao aluno e
importância de valorizar o hábito da
sua história escolar considerem que pais e
prática de atividades físicas como um
educadores têm uma relativa igualdade no
elemento indispensável a uma vida com
impacto sobre a criança, compreendam que
qualidade.
Considerações finais Nesse
trabalho
procuramos
A realização deste estudo foi muito
compreender a falta de interação dos pais
relevante para a formação acadêmica,
ou responsáveis e o quanto isso reflete no
tendo em vista que promoveu no processo
desinteresse do aluno pelas aulas de
de pesquisa a análise e a relação da teoria
educação física. E também analisar como o
com a prática. Esse tipo de construção é
professor e a escolar pode melhorar e
importante para que nós como futuros
buscar alternativas para que exista essa
profissionais
integração, buscando aumentar o interesse
conhecimentos acerca das questões que
do aluno e desenvolvendo sua formação
cercam
para uma vida mais ativa.
a
tenhamos
educação
física
maiores
escolar,
destacando a necessidade de permanente
esportes, fazendo que haja cobranças
pesquisa e discussão.
maiores para o professor que deve fazer o
Portanto, com a pesquisa conclui-se
papel
de
protagonista,
formador,
que os pais e os alunos reconhecem a
influenciador e incentivador de seus alunos
verdadeira importância da educação física
para que exista uma Educação Física como
na vida do aluno principalmente na fase
forma de Educação e apoio na formação e
inicial da educação. Entretanto, os pais ou
na vida dos alunos.
responsáveis incentivam pouco a prática de
Abstract The Cult of the Body and Education by physical movement has always been related to being from ancient times. The Greeks believed that the education of individuals through of corporal practices and warrior preparation were essential in the formation of great defenders of their nation. With the evolution of civilization and society, both intellectually and technologically, the human being has reached the sedentary. Even with the introduction of physical education in school, the practice of physical activity fell in the forgetfulness associated with the
students' lack of interest in participating in it. What can entail several factors that hinder the development and physical, mental and and social. Thus, the present article asks: How does the lack of integration between teachers and parents or guardians has affected students in physical education classes. At where the purpose is to improve the aggravating factor of the physical, mental and social development of the students through Body Practices and Physical Education classes. Key words: Physical Education; parents or guardians; disinterest.
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DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola: relações família-escola. Psicologia Escolar e Educacional, v. 9, n. 2, p. 303-312, 2005. FARINATTI, Paulo de Tarso Veras; FERREIRA, Marcos Santos. Saúde, promoção da saúde e educação física: conceitos, princípios e aplicações. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2006. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4ª ed. São Paulo. Atlas, 1994. GUISELINI, Mauro. Aptidão física, saúde e bem-estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo: Phorte, 2004. JUNIOR, J.M. O professor de educação física e a educação física escolar: como motivar o aluno? Maringá, v.11,n.1, 107-117, 2000. PAES, Roberto Rodrigues. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ed. ULBRA, 2001.
CENÁRIO DO GÊNERO FEMININO NO FUTSAL DO ENSINO MÉDIO: PRECONCEITO OU DESINTERESSE? Stefanny Avelar Rodrigues¹ Maria Helena Campos Pereira² Fernanda Barbosa Lopes² Resumo É visível nas aulas de Educação Física que, quando o conteúdo é o futsal, prevalece a maior participação dos meninos em detrimento das meninas. Nesse contexto, o problema que se questiona é: Quais são os fatores que contribuem para que o gênero feminino não participe ativamente nas aulas de educação física quando o conteúdo é futsal? A pesquisa destina-se a estudantes do gênero feminino do 3º ano do ensino médio de uma escola da rede estadual de ensino da cidade de Governador Valadares, Minas Gerais tem como objetivo identificar os fatores que influenciam diretamente a não participação feminina no futsal escolar. Este estudo com caráter qualitativo e quantitativo descritivo, utilizou-se como instrumentos um questionário com questões estruturadas para o público feminino, a observação das aulas e práticas do professor de educação física no que se relaciona a problemática em pauta. Desse modo, foi possível elencar pontos relevantes e levantar novos questionamentos, conforme concepções de Almeida, Couto e Santos (2009), no que se refere às relações de gênero na Educação Física escolar, referente à prática do futsal, ao provocar um desfavorecimento à prática feminina, contudo, sente-se a necessidade de maior aprofundamento no assunto. Palavras-chave: futsal Feminino, educação física escolar, ensino médio, gênero feminino, participação. ________________________ ¹Acadêmica em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. Email: stefannyavelar@hotmail.com ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Mestre em Biologia Animal. Professora de Fisiologia Humana da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares/MG e Co- autora. E-mail: fblopes.pos@gmail.com
Introdução É inegável que a educação física
problemáticas ainda encontradas na área.
escolar sempre esteve em um cenário
(FREIRE, 2003) sinaliza que a educação
rodeado
física
por
problemas:
desinteresse,
precisa
de
mudanças
e
que,
evasão, baixa autoestima, metodologia
independentemente dos avanços teóricos já
aplicada,
alcançados,
infraestrutura,
entre
outros
ainda
não
se
faz
(CAVALIERI, 2012). Apesar de alguns
correspondente as propostas apresentadas
tópicos terem evoluído significantemente
na prática da disciplina. Ao analisar sob a
nos
ótica atual, observa-se que tal afirmativa
últimos
anos,
muitas
são
as
justifica o presente momento da educação
nas aulas de educação física que são
física. Embora os avanços no conceito de
inerentes aos educandos, ao professor e
aplicação
a
que desfavorece o futsal feminino, o que
democratização da disciplina, há grandes
contribui para a evasão das alunas no
dificuldades relacionadas à prática da
esporte em questão. Sendo assim, será
Educação
como:
possível buscar formas de superá-las
espaço
transpondo as fronteiras educacionais,
gênero,
contribuindo para uma nova perspectiva e
evasão, não participação, falta de material,
olhar da sociedade em relação a esta
exclusão dos
modalidade e sua prática pelo sexo
e
a
preocupação
Física
despreparo
na
escola,
profissional,
inapropriado,
segregação
de
menos hábeis,
preconceituosas
e
com
atitudes
estereotipadas,
feminino.
desinteresse dos alunos, metodologia de
No que tange ao referencial teórico,
ensino inadequada (ALMEIDAET AL.,
a presente pesquisa se fundamenta em
2008; CAVALIERI, 2012).
periódicos científicos da Coleção Pesquisa
Nesta direção, vê-se que outra problemática
encontrada
na
em Educação Física publicada no ano de
educação
2009 e 2013, por Giliane Duarte de
física escolar é a recorrente ausência
Almeida¹, Hergos Ritor Fróes Couto² e
feminina no futsal. Apesar do grande passo
Gerson dos Santos Leite³, os quais
dado em 1981, ano em que foi revogado o
abordam os olhares sobre as relações de
decreto que proibia a participação das
gênero na prática do futsal na educação
mulheres à prática de esportes como o
física
futsal, ainda existem inúmeras barreiras a
preconceitos e a prática pedagógica dos
serem transpostas pelo futsal feminino,
professores de educação física, fatores
tornando-o um esporte onde o maior
estes que compõe a listagem hipotética
adversário não se encontra dentro das
anteriormente mencionada.
escolar,
sexismo,
estereótipos,
quadras. A relevância da pesquisa está em reconhecer as práticas e condutas presentes Educação física, gênero feminino e o futsal Participação feminina: um breve relato Sabe-se que futsal é um dos esportes mais
inventado pelo uruguaio Juan Carlos
praticados no mundo e se constitui como o
Ceriani em 1933 na Associação Cristã de
esporte mais popular no Brasil. Esse jogo
Moços
de
Montevidéu
tornou-se
rapidamente amado pelos brasileiros. Em
alguns
todos os cantos do país, pode-se verificar a
sancionando o decreto lei Nº 3.199, de 14
prática do esporte em diferentes locais,
de abril de 1945, que em seu artigo 54
como ruas, clubes, universidades e escolas.
dizia:
As
questões
ao
sexo
feminino,
sempre
[...] O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
como
usando da atribuição que lhe confere o art.
concepção
180 da Constituição, DECRETA: Às
tipos
de
mulheres não se permitirá a prática de
das
desportos incompatíveis com as condições
mulheres dessa modalidade por décadas.
de sua natureza, devendo, para este efeito,
No Brasil, as tentativas de incentivo ao
o Conselho Nacional de Desportos baixar
futsal feminino são assombradas por estes
as necessárias instruções às entidades
aspectos
desportivas do país.
estigmatizaram prática
o
culturais
esportes
futebol/futsal
masculina.
compartilhada
por
Esta diversos
pessoas resultou no afastamento
(2007),
culturais. vive-se
Segundo
em
uma
Ventura sociedade
Posteriormente
no
período
da
machista e moralista, na qual homens e
Ditadura militar, a deliberação n° 7/65 do
mulheres possuem distintos papéis sociais.
Conselho Nacional de Desportos, assinada
Essas diferenças acabam que por levar
pelo general Eloy de Menezes, tratava em
homens e mulheres a viverem em situações
seu parágrafo 2° vedava a prática de lutas
de desigualdade.
Assim, várias formas
de qualquer natureza, futebol, futebol de
foram utilizadas para reprimir a prática do
salão, futebol de praia, polo aquático, polo,
futebol por mulheres, como exemplo, a
rúgbi,
educação. Na metade do século XX, as
(CASTELLANI FILHO, 2008, p. 63).
aulas de Educação Física oportunizavam
Essas restrições afetaram grandemente a
práticas
e
modalidade para o gênero feminino, pois
meninos, caracterizados para eles como
ocasionou reflexos diretos na sua prática,
atividades
e
estacionou
o
autonomia, e para elas, a calistenia visando
contribuiu
para
benefícios nos aspectos reprodutivos.
evidenciados atualmente, como falta de
diferentes
ligadas
para
a
meninas
forma
física
Dentre outras dificuldades, podemse citar as proibições legais dirigidas às
halterofilismo
seu os
e
baseball”,
desenvolvimento problemas
e
ainda
investimento, pouca atenção da mídia e preconceitos.
mulheres que proibia a prática em algumas
Em janeiro de 1983 o Conselho
modalidades. Na década de 1940, o
Nacional de Desportos oficializou a prática
presidente do Brasil, Getúlio Vargas,
de futebol para mulheres. A partir de então
assinou um documento que restringia
começaram a surgir campeonatos e após
três décadas observa-se uma significativa
participação feminina no futsal, dentre
evolução: o futebol passou a ser ofício e
eles, proibições e preconceitos. Para
houve aumento no interesse da mídia ,
(SILVA E AMÂNCIO, 2011), a integração
ainda que de maneira tímida. Apesar de
feminina
lenta, é possível verificar a expansão do
conflitos culturais e de gênero, o que
futsal feminino em todo o território
resulta em diferentes condições de acesso,
nacional. Atualmente há o departamento de
aceitação
futsal feminino na CBFS, a liga de futsal
comparadas aos homens. Sendo assim, a
feminino,
de
inserção feminina no esporte em questão,
campeonato
seja de rendimento, lazer ou educacional,
a
futsal/futebol
seleção
brasileira
feminino,
no
cenário
e
esportivo
participação,
tem-se
nas de base.
conturbado, marcado por obstáculos que
se
que
muitos
são os
fatores
que
desestimularam e ainda desmotivam a
por
um
quando
brasileiro de clubes na categoria principal e
Ao averiguar o trajeto histórico, vê-
pautado
gera
processo
vão além dos que já foram mencionados, o que prejudica a sua participação no futsal em diferentes âmbitos.
Futsal feminino no âmbito educacional
mais
Em relação ao ambiente escolar,
atitudinais
especificamente
explicitados nos PCN‟s.
nas
aulas
de
e
nos
demais
elementos
Educação Física, é notável a maior
Segundo (SOUZA, 2010), quando
participação dos meninos em detrimento
se desenvolve o futsal na escola, prevalece
das meninas quando o conteúdo é o futsal.
à maior participação dos meninos em
(FURLAN, 2008) conclui que a escola,
detrimento das meninas. O professor, por
como instituição detentora das funções
sua vez, permanece retido a uma questão
educacionais e de formação social, produz
histórica
e reproduz ações do âmbito social que
conformadas com este domínio masculino
separam e delimitam o que é considerado
na prática do esporte. Corroborando com
socialmente como inerente ao mundo
este pensamento, (VOSER E GIUSTI,
feminino e ao mundo masculino.
2002) afirmam que em muitas escolas é
e
cultural,
e
as
meninas
A Educação Física contribui como
ensinado e jogado o futsal dos clubes, onde
elemento fundamental nessa formação
predomina o caráter competitivo e de
através de esportes, como o futsal, desde
rendimento. Com isso, pode-se verificar a
que execute um trabalho com ênfase nas
segregação no esporte entre os alunos mais
dimensões
habilidosos e os menos hábeis, o que
conceituais,
procedimentais,
acarreta na exclusão do segundo grupo que
consistem meramente em entregar uma
em sua grande maioria é composto por
bola de futsal para meninos e uma bola de
meninas.
vôlei para as meninas. Sendo assim,
Dentro do âmbito educacional,
constata-se que não são dadas as mesmas
(SANTOS, 2008) diz que o esporte em
oportunidades
questão deveria estimular discussões que
praticarem o futsal no ambiente escolar e
levam a superar os estereótipos, conceitos
que diversos fatores colaboram para que as
pré-concebidos
mesmas escolham não participar dessa
e
discriminantes.
Entretanto, evidenciam-se práticas que
para
as
meninas
a
modalidade.
O Gênero feminino e o futsal na educação física do ensino médio O gênero é uma construção social
alguma com o desenvolvimento integral e
estabelecida por uma determinada cultura
maior abrangência de conteúdos. Esse
em relação às diferenças entre homens e
modelo de aula pautado na prática de um
mulheres, (SOUSA E ALTMANN, 1999).
único esporte pelos meninos, o futsal, com
Essas relações fundadas nas diferenças
reduzida participação do gênero feminino é
biológicas entre os sexos criam padrões de
evidenciado em grande parte do território
comportamentos e condutas que devem
brasileiro.
pertencer ao sexo feminino e ao sexo
Com objetivo de nortear o professor
masculino. Então, a questão de gênero está
na execução do seu trabalho e assim
vinculada à forma como se dispõe na
colaborar para romper à habitual situação
sociedade os valores, práticas e atitudes
das aulas de educação física no ensino
acerca da sexualidade.
médio,
os
Parâmetros
Curriculares
Nas aulas de educação física no
Nacionais diz que os professores devem
ensino médio, essas questões contribuem
levar os alunos a serem capazes de
fortemente para a exclusão das meninas no
“participar
futsal, pois estas são consideradas mais
estabelecendo
fracas, frágeis e menos habilidosas que
construtivas com os outros, reconhecendo
outros colegas pelo simples fato de
e respeitando características físicas e de
pertencerem ao gênero feminino.
desempenho de si e dos outros, sem
de
atividades relações
corporais,
equilibradas
e
Nessa série, é comum se deparar com
discriminar por características pessoais,
aulas monótonas e de cunho estritamente
físicas, sexuais ou sociais” (PCN‟s, 1998).
recreativo, onde não há preocupação
Para tal, o mesmo documento orienta que
as aulas de Educação Física sejam mistas,
pelo Conselho Nacional da Educação/
a fim de dar oportunidade para que
MEC.
meninos e meninas convivam, observem-
Para que se conquiste a inclusão
se, descubram-se e possam aprender a ser
social,
tolerantes,
fundamentar-se na ética e nos valores da
a
não
discriminar
e
a
a
educação
justiça
escolar
compreender as diferenças, de maneira a
liberdade,
não reproduzir de forma estereotipada
solidariedade
relações sociais autoritárias.
finalidade é o pleno desenvolvimento de
e
social,
deve
pluralidade,
sustentabilidade,
cuja
Faria Jr. (1995) entende que a prática
seus sujeitos, nas dimensões individual e
do futebol como desporto de equipe pode
social de cidadãos conscientes de seus
atuar como meio eficaz de ensinar aos
direitos e deveres, compromissados com a
jovens a tolerância e aceitação das
transformação social.
diferenças individuais e, para isto, propõe
Nesta concepção, (DIAS, 2012) afirma
uma série de procedimentos didáticos para
ser
os professores de educação física, com
contribuir para o aumento da discriminação
objetivo que as meninas participem juntos
e de preconceitos contra as mulheres ou
nas aulas quando o tema é a prática do
aqueles que não correspondem a um ideal
futsal. Um bom exemplo é a adaptação das
de masculinidade dominante. Entretanto,
regras. Dessa forma, não somente integra,
quando o assunto é futsal, gênero feminino
mas inclui o gênero feminino no futsal de
e educação física, essa concepção se
caráter
constitui como uma utopia, posto que seja
diferentes
misto,
conferindo
contribuições
e
valor
as
habilidades
responsabilidade
nítido
e
da
corriqueiro
escola
as
não
inúmeras
independentemente do sexo, (COSTA E
dificuldades e desvantagens vivenciadas
SILVA, 2002).
por este sexo. Portanto, é notável a
De acordo com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
reduzida participação do gênero feminino na modalidade em questão.
Médio, aprovada em 04 de maio de 2011, Aspectos metodológicos da pesquisa O estudo foi realizado com alunas do 3º
Valadares – MG. A escola em questão é a
ano do ensino médio de uma escola da rede
pioneira no bairro Santa Rita e foi fundada
pública estadual da cidade de Governador
em
15
de
fevereiro
de
1964.
Metodologia A presente pesquisa partiu da
observação e coleta de informações, no
premissa de identificar quais fatores que
período de uma semana, foi utilizada a
influenciam na não participação do gênero
observação não sistemática, isenta de
feminino no futsal escolar do ensino
critérios científicos sobre a prática nas
médio. Em busca de atingir os objetivos
aulas de educação física, e os questionários
traçados,
de
foram aplicados oito dias após o período de
natureza pesquisa quantitativa descritiva, e
observação. Durante a conversa do pedido
também a qualitativa a partir da análise e
de autorização, tomou-se o cuidado para
síntese das concepções teóricas. Como
não explicitar o conteúdo do questionário
instrumentos de pesquisa, utilizou-se de
para qualquer pessoa que compõe o quadro
um questionário misto estruturado com
de funcionários das escolas, para não
oito perguntas fechadas e uma aberta, e a
correr o risco de estes direcionarem a
observação participativa artificial, a qual
escolha
consiste na integração real do pesquisador
prejudicaria a pesquisa, pois poderia a
com o grupo com a finalidade de obter
tornar tendenciosa.
utilizou-se
da
pesquisa
informações. . Sob autorização da direção
das
participantes,
o
que
Posteriormente, os dados foram
escolar, a população estudada constituiu-se
tabulados
de 30 alunas que cursam o 3º ano do
comparação percentual entre as respostas e
ensino médio, as quais foram submetidas
da interpretação destes resultados com base
ao questionário.
na literatura.
Na
etapa
de
e
analisados
através
da
Resultados e discussão
se reservar em uma mesa do refeitório em
No período de observação, o foco estava
companhia das meninas e realizar afazeres
em analisar se as práticas do professor
pessoais. Depois, voltava com os alunos
discriminavam ou enfatizavam a não
para
participação feminina no futsal. Após uma
frequentemente denominada como “rola
semana de observação, notou-se que a
bola”.
rotina era a mesma para todas as turmas da
Dessa forma, verificou-se a falta de
escola, o que inclui as turmas do 3º ano. O
incentivo do professor, a ausência de uma
docente se limitava em levar os alunos para
prática
quadra, soltar uma bola para os meninos, e
necessidades e interesses das alunas, como
sala
de
aula.
pedagógica
Tal
que
prática
atenda
é
às
também dos alunos, visto que estes
coletadas, a partir da análise e discussões
também não recebiam atenção do docente.
das informações obtidas, por meio de uma
Após
obter
os
dados
dos
leitura
reflexiva
dos
questionários
questionários, estes foram tabulados e
aplicados com base nos fundamentos
ordenados em gráficos. Posteriormente,
teóricos.
elaborou-se a síntese das informações Gráfico1. Relação das alunas com futsal.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
O gráfico acima demonstra que um
outros fatores, como reforça Souza Júnior e
total de 24 (vinte e quatro) alunas possui o
Darido (2002), que o principal empecilho
interesse na modalidade. Diante disso,
para o atraso da participação das mulheres
verifica-se que o futsal tem um destaque no
no futebol, é o preconceito que se instalou
gosto
a
ao longo do último século. Outro motivo,
possibilidade da ausência feminina nesse
apontado por Faria Júnior (1995) refere-se
esporte devido elas não se identificarem ou
à falta de oportunidades nas escolas, em
não se interessarem pelo mesmo. Sendo
função de uma educação Física injusta,
assim, entende-se que a participação das
machista.
feminino
e
descarta-se
meninas no futsal tem sido bloqueada por
Gráfico 2. A prática do futsal nas aulas atualmente.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
O gráfico 2 coloca em evidência e
que participam às vezes (3),informaram
confirma a problemática apresentada, visto
nível de habilidade médio, ter vivenciado
que, atualmente,26 alunas não participam
experiências prazerosas quanto à prática
do futsal nas aulas de educação física. Para
e/ou presenciar poucas condutas negativas.
Silva e Amâncio (2011), a integração
Isto pode ser um indicador de que o nível
feminina
gera
de habilidade futebolístico contribui para a
conflitos culturais e de gênero, o que
sua aceitabilidade ou que a baixa vivência
resulta em diferentes condições de acesso,
de atitudes preconceituosas, em conjunto
aceitação
quando
com vivências prazerosas, são fatores que
comparadas aos homens. Cabe salientar
colaboram para prosseguirem com a
que uma das alunas ao informar que
prática.
no
e
cenário
esportivo
participação,
participa (1), junto com as outras alunas Gráfico 3. Incentivo do Professor à participação.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
Conforme se observa no 3º gráfico,
parece não atender as necessidades e
este exprime unanimidade, pois as 30
interesses
alunas confirmaram o que foi constatado
conclui que a escola produz e reproduz
no decorrer do período observatório. O
ações que separam e delimitam o que é
docente se limitava ao levar os alunos para
considerado socialmente como inerente ao
quadra, soltar uma bola para os meninos,
mundo feminino e ao mundo masculino.
se reservar em uma mesa junto com as
Estas ações, muitas vezes, são produzidas
meninas
afazeres
pelo próprio professor, que ao invés de
pessoais e depois voltar para sala de aula.
incentivar e incluir o futsal para todos,
Tal prática denomina-se “rola bola”. Dessa
reproduz o futsal de caráter seletivo, de
forma, verifica-se que a falta de incentivo
acordo
perpassa o caráter comunicativo entre
socialmente, ou seja, prioriza os meninos
professor-aluno ea prática pedagógica que
por serem hábeis, fortes e resistentes.
realizando
outros
das
com
alunas.
o
Furlan
que
é
(2008)
considerado
Gráfico 4. Experiências positivas na prática do futsal.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
O gráfico acima deixa claro que apenas
seis
alunas
(20%)
tiverem
experiências
prazerosas,
dez
obtiveram
alunas (33%) informaram ter possuído
vivências 100% positivas ao praticar o
poucas e três alunas (10%) mencionaram
futsal escolar. Onze alunas (37%) não
nunca
terem
jogado.
Perante
estas
informações, presume-seque tal fato foi
feminino, visto que, geralmente estas não
concebido pelo mesmo motivo citado no
participam de maneira ativa no jogo; tocam
gráfico anterior, visto que consiste em uma
poucas vezes na bola;são alvos de uso de
prática enraizada nas aulas de educação
força física, grosserias e etc. Colaborando
física neste país. Segundo Santos e Silva
com este pensamento, Voser e Giusti
(2010), quando se desenvolve o futsal na
(2002) afirmam que em muitas escolas é
escola, prevalece à maior participação dos
jogado o futsal onde predomina o caráter
meninos em detrimento das meninas.
competitivo e de rendimento. Com isso,
Diante disso, vê-se que a prática do futsal
conclui-se que este caráter esportivo em
entre ambos os gêneros no ambiente
âmbito escolar gera desânimo, desinteresse
escolar isenta de intervenção adequada,
e não soma como vivência positiva para os
gera experiências negativas para o gênero
menos hábeis.
Gráfico 5. Condutas negativas.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
Conforme está explícito no gráfico 5,
proibida a participação feminina nos
apenas dez alunas (17%) delas, afirmaram
esportes,
não ter recebido ou presenciado alguma
comportamentos advindos, sobretudo, de
conduta negativa em relação às meninas
uma cultura machista, o que contribui
que praticam o futsal. É importante
sobremaneira à resistência, negação e não
destacar que, apesar de não ser mais
participação na prática esportiva.
estas
ainda
sofrem
tais
Dias
(2012)
confirma
ser
educacional,
ao
de
discussões
para o aumento da discriminação e de
estereótipos, conceitos pré-concebidos e
preconceitos contra as mulheres ou aqueles
discriminantes, acaba que por evidenciar
que
ideal
práticas que consistem meramente em
Nessa
entregar uma bola de futsal para meninos e
correspondem
socialmente
a
um
determinado.
perspectiva e de acordo com a realidade
que
reforçam
observada na escola, o futsal no contexto
(SANTOS, 2008).
levam
esses
a
estimular
responsabilidade da escola não contribuir
não
que
invés
superar
os
comportamentos.
Gráfico 6. Comentários negativos presenciados ou recebidos pelas alunas.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
Neste gráfico, pode-se observar
recebem comentários que distorcem sua
mais
comentários
real sexualidade, como se pode observar no
em
falas
gráfico. No questionário, uma aluna até
promulgadas em diferentes segmentos,
salientou que muitos já a chamaram de
como
É
“sapatão”, mas que ela não é. A mesma é
importante destacar que vão além de
frequente na prática do futsal e citou que
julgamentos
suas
com
recebidos
o
detalhes pelas
familiar
sobre
os
alunas
e
a
educacional.
inabilidade
ou
aparência física. Algumas até mesmo
habilidades
futebolísticas
são
medianas. Desse modo, verifica-se que a
discriminação acontece independente se as
discriminação. É lamentável,conforme se
meninas sabem ou não jogar, se é ou não
apresentou no gráfico 3 e posteriormente
mais fracas, etc. Nesta perspectiva, Darido
no gráfico 8, no qual se verifica um sujeito
(2002) assegura que a escola deveria ser
que poderia ser a peça chave para
um espaço de construção dos significados
promover transformações nessa realidade,
éticos
e apenas coopera para agravar mais ainda a
necessários,
para
promover
discussões sobre a dignidade, igualdade de direitos
e
recusa
de
formas
situação.
de
Gráfico 7. Habilidade futebolística.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
O gráfico 7aponta que 28 alunas
um fator determinante para que elas não
possuem baixa habilidade e que apenas
investissem mais no esporte e, desse modo,
duas (6%) se consideram medianas, dentre
não aprimorassem suas habilidades para
as quais, de acordo com a resposta dos seus
um nível superior. Conforme Santos,
questionários, ainda praticam o futsal nas
Oliveira e Wichi (2013), o preconceito
aulas de educação física e mencionaram ter
encontrado nos diversos segmentos da
experiências
do
sociedade e a falta de apoio favorece a
preconceito sofrido. Assim, conclui-se que
retração feminina quanto à prática e
estas praticam o futsal de maneira regular,
investimento pessoal na modalidade. Por
o que as permitiu atingir o nível médio e o
consequência, não há aperfeiçoamento nas
preconceito relatado por elas pode ter sido
habilidades, sejam elas técnicas ou táticas.
prazerosas
apesar
Gráfico 8. Intervenção profissional.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
Nos resultados do gráfico8, nota-se
individuais do aluno, com adequação das
novamente o posicionamento do professor
atividades propostas a estes fatores.Para
como um agravante da problemática
tal,
pesquisada. O esporte, como fenômeno
procedimentos
didáticos
para
os
social, precisa ser questionado em suas
professores
educação
física,
com
normas, suas condições de adaptação à
objetivo que as meninas participem juntos
realidade social e cultural quando inserido
nas aulas quando o tema é a prática do
em âmbito educacional. (SOUZA JÚNIOR
futsal. Um bom exemplo é a adaptação das
et. al, 1992).Faria Jr. (1995) ressalta queo
regras e dessa forma, não somente integra,
futsal, por ser um esporte coletivo, se
mas inclui o gênero feminino no futsal de
constitui como um meio de ensino
caráter misto, conferindo valor e diferentes
eficiente para instruir aos alunos questões
contribuições (Costa e Silva, 2002). Souza
relacionadas à tolerância e aceitação das
(1994) enfatiza que o esporte adaptado se
diferenças individuais. Seaman (1982)
torna uma alternativa lúdica e prazerosa, e,
relata que os objetivos estabelecidos para
por
as atividades esportivas devem considerar
significativo para a permanência dos
e respeitar as limitações e potencialidades
alunos quanto à prática.
faz-se
necessário
de
conseguinte,
uma
contribui
série
de
de
modo
Gráfico 9. Permissão masculina quanto à participação feminina.
Fonte: Questionário aplicado às alunas do 3º ano do Ensino médio, 2017.
O gráfico 9 conclui que uma
preconceituosas,
ou
minoria,cinco meninas (17%) pediram para
insegurança
meninos
jogar com os meninos e obteve retorno
superação por parte das meninas. Para
positivo. Dessas cinco, duas afirmaram ter
(ALTMANN, 1999), quando meninas
habilidades futebolísticas medianas, o que
jogam contra meninos, ao invés destes
pode ter colaborado para eles permitirem.
sentirem-se
Por outro lado, quinze meninas (?%)
ameaçados em sua masculinidade, por
afirmaram já terem pedido para jogar com
medo de serem vencidos, pois as meninas
os
podem
meninos
e eles
não permitiram.
dos
mesmo
desafiados,
superar
as
quanto
por à
sentem-se
expectativas
e
Presume-se que a negação seja embasada
apresentarem-se com grande habilidade
por
para os esportes.
atitudes
discriminatórias
e/ou
Considerações finais O
presente
buscou
exercem influência na ausência do gênero
identificar os fatores que influenciam na
feminino quanto à prática do futsal. Dentre
não
futsal
os fatores preponderantes, encontram-se a
escolar. Após a coleta e análise dos dados
inabilidade, vivências negativas no contato
obtidos,
da
com o esporte, atitudes preconceituosas,
teórica,
discriminatórias e estereotipadas do gênero
constatou-se que todos os pressupostos
feminino, em companhia de uma má
levantados
intervenção profissional.
participação
junto
observação
e
trabalho
feminina
com
os
no
registros
fundamentação
compõem
os
fatores
que
Portanto, conclui-se que, apesar do
(reciclem
e
revisem
metodologias
espaço já conquistado, ainda há muitos
aplicadas) suas práticas educativas,visto
obstáculos a serem superados pelo gênero
que sua interação suscita impacto na
feminino que podem ser transpostos a
inteligência
partir das aulas de educação física. Para
entendamos interesses das meninas, tratar
tanto, faz-se necessário uma intervenção
o futsal como “esporte da escola”, com
do professor de educação física em prol da
ênfase nas três dimensões e nos demais
inclusão feminina junto aos meninos uma
elementos dos PCN‟s,a fim da busca em
vez que ao se tratar do tema futsal tem
minimizar as práticas
deixado de fora as questões relacionadas
excludentes e possibilitar a igualdade
ao gênero e que dissemina o esporte para
entres ambos os gêneros e dessa forma
todos. Desse modo, espera-se que os
contribuir sobremodo para diminuir esta
professores
problemática.
reflitam
e
ressignifiquem
Abstract It is visible in Physical Education classes that, when the content is futsal, the greater participation of the boys prevails to the detriment of the girls. In this context, the problem that is questioned is: What are the factors that contribute to the fact that the female gender does not actively participate in physical education classes when the content is futsal? The research is aimed at female students of the 3rd year of high school in a state school system in the city of Governador Valadares, Minas Gerais, and aims to identify the factors that directly influence female participation in school futsal. This qualitative and quantitative descriptive study used a questionnaire with questions structured for
coporal
cinestésica
e
the female audience, the observation of classes and practices of the physical education teacher in which the problematic in question is related. Thus, it was possible to list relevant points and raise new questions, according to Almeida, Couto and Santos (COUTO and SANTOS 2009) conceptions, regarding gender relations in School Physical Education, referring to the practice of futsal, by provoking a disadvantage to practice however, there is a need for further study. Key words: women‟s soccer, school physical education, high school, feminine gender, participation.
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EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO E O DESINTERESSE DOS ALUNOS Janaína Rodrigues da Silva¹ Wilker Vieira Carrijo¹ Maria Helena Campos Pereira² Pedro Avner Ferreira Quintino² Alessandro Máximo Lima² Resumo São inúmeras as reflexões acerca da Educação Física no Ensino Médio. Nesse sentido, o presente estudo de campo objetivou identificar quais os fatores que contribuem para o desinteresse nas aulas de Educação Física no nível de ensino em epígrafe. Para tanto, investigou-se as seguintes instituições: A Escola Estadual Professor José Jório de São João do Manteninha (MG) e a Escola Estadual Sinhaninha Gonçalves de Coroaci (MG). Quanto à metodologia de pesquisa, trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa e de caráter descritivo. Em um universo de 417 alunos, estudou-se uma amostra de 50 alunos, equivalente a 12% da população. Como instrumentos de pesquisa utilizou-se de questionários estruturados e observações destas aulas. Fundamentou-se nas concepções teóricas de (DARIDO, 2004), que trata sobre alunos não praticantes destas aulas e apresenta novos dados sobre as origens e razões da não prática de Educação Física; (BARBOSA, 2007), que considera o desinteresse dos alunos nas aulas decorrente em virtude do modo inapropriado como esse componente curricular é interpretado e (KOLYNIAK, 2006), que reforça o argumento de que os fatores que levam à não prática de Educação Física na escola estão associados a problemas específicos dessa disciplina. Palavras-chave: Aulas de Educação Física; Ensino Médio; Fatores de desinteresse; Papel do professor. ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: janaina-0601@hotmail.com, wilkercarrijo@hotmail.com ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Docência do Ensino Superior e em Gestão Educacional. Professor de Iniciação Desportiva Universal e Teoria e Prática dos Esportes Coletivos - Voleibol e Basquete da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autor. Email: pedroavner111111@hotmail.com ²Mestre em Ciência da Reabilitação. Professor de Cineantopometria e Atividade Física e Saúdeda Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autor. Email: amlpersonalsaude@hotmail.com
Introdução Ao buscar uma reflexão mais
Escolar, notam-se inúmeros problemas,
esclarecida sobre as principais dificuldades
como a falta de estrutura e espaços
presentes no contexto da Educação Física
adequados para a aplicação das aulas,
déficit
de
materiais
discriminação profissionais
e e
de
trabalho,
desvalorização a
marginalização
a
específicos: Identificar qual a importância
dos
da Educação Física para os alunos do
da
Ensino Médio; Quantificar o número de
disciplina.
alunos que não participam das aulas nas
Este artigo provém de inquietações
escolas selecionadas; Averiguar os fatores
surgidas durante as experiências vividas
que contribuem para o desinteresse e
através
desmotivação nas aulas de Educação
das
práticas
Supervisionado
Estágio da
Física, a partir de aplicação de um
graduação. Durante esse tempo, pôde-se
questionário com questões estruturadas
perceber
se
para a proposta de intervenção; Investigar
interessavam ou sequer participavam das
o comportamento dos professores perante a
aulas principalmente no Ensino Médio. A
não participação de alguns alunos e propor
partir dessa situação, questiona-se como os
a intervenção do profissional desta área
alunos desse nível de ensino veem a
com base nos dados identificados na
Educação Física e por que alguns não se
pesquisa empírica.
interessam e, consequentemente, se negam
Justifica-se
que
no
de
alguns
transcorrer
alunos
não
a praticá-la.
plausivelmente,
a
escolha do tema em epígrafe, devido a
Diante do exposto, trabalha-se com
experiências adquiridas nas práticas de
o seguinte problema de pesquisa: Quais os
estágios, onde pode-se constatar que o
fatores que contribuem para o desinteresse
desinteresse nas aulas de Educação Física é
nas aulas de Educação Física?
uma realidade corriqueira enfrentada pelos
O campo de ação dessa pesquisa
profissionais, o que acarreta prejuízos a
destina-se às escolas da rede pública, com
nível educacional, dessa forma, busca-se
foco no Ensino Médio, especificamente a
uma proposta que possa contribuir com a
Escola Estadual Professor José Jório de
erradicação dos fatores que acarretam o
São João do Manteninha (MG) e a Escola
desinteresse
Estadual Sinhaninha Gonçalves de Coroaci
participação nas aulas, obtendo assim,
(MG).
reflexos diretos a nível social, alunos com Sendo assim, se estabelece como
e
a
consequente
não
um melhor nível educacional, participação
objetivo geral identificar os fatores que
ativa,
provocam o desinteresse nas aulas de
desenvolver-se de forma integral. Contudo,
Educação Física no Ensino Médio, com
justifica-se também, devido aos benefícios
propostas
tal,
que este estudo de campo traz ao âmbito
objetivos
educacional, especificamente às aulas de
elaborou-se
de
intervenção. os
seguintes
Para
a
exercer
sua
cidadania
e
Educação Física, com intervenção na
dados sobre as origens e razões da não
prática para uma aula de qualidade e
prática de Educação Física; (BARBOSA,
participação ativa dos alunos.
2007), que considera o desinteresse dos
A hipótese baseia-se na ideia que o
alunos nas aulas de Educação Física
desinteresse pelas aulas de Educação Física
decorrente
acontece, principalmente, por uma falta de
inapropriado
oferta de variações de conteúdos, métodos
curricular é interpretado e (KOLYNIAK,
e práticas, por parte do professor, que se
2006), que reforça o argumento de que os
tornem interessantes para a faixa etária em
fatores que levam à não prática de
questão e atendam às necessidades desses
Educação Física na escola estão associados
alunos,
os
a problemas específicos dessa disciplina,
anseios e as particularidades dos mesmos.
por exemplo, a ausência de um corpo
Outra hipótese levantada é que alguns
técnico próprio que seja referência para
alunos
toda a categoria profissional.
levando
se
em
mostram
consideração
desmotivados,
em
virtude
como
esse
do
modo
componente
desanimados e desinteressados pelas aulas,
Quanto à metodologia de pesquisa,
até mesmo quando os professores buscam
trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa
desenvolver metodologias de aulas ditas
e de caráter descritivo. Como instrumento
inovadoras, buscando oferecer a vivência
de pesquisa foi utilizado questionários
das
estruturados e observações das aulas de
diversas
manifestações
corporais
possíveis pela Educação Física. Essa
Educação Física.
realidade pode estar relacionada a questões
Acredita-se que o tema pode ser
do grau de importância dado pelos alunos
perceptível com alto nível de relevância,
para com a disciplina de Educação Física
pois, retrata uma realidade enfrentada
no nível de ensino em epígrafe.
diariamente
pelos
profissionais
de
Esse estudo fundamenta-se nas
Educação física neste nível de ensino.
concepções teóricas de (DARIDO, 2004),
Contudo, a partir desta pesquisa buscam-se
que trata sobre alunos não praticantes das
propostas de melhorias neste sentido.
aulas de Educação Física e apresenta novos
Educação física no ensino médio e o desinteresse dos alunos A componente
Educação curricular
Física de
é
um
importância para a formação humana dos
extrema
sujeitos. No Brasil, documentos legais e
estudiosos
do
tema
essa
com as práticas da cultura corporal de
importância em diferentes abordagens.
movimento do seu contexto. Essa pode ser
Desse modo, entende-se a Educação Física
uma realidade! No entanto, quando se
como
aprofunda
disciplina
tratamento
da
reforçam
responsável cultura
pelo
corporal
de
em
problemática,
estudos
verifica-se
sobre que,
a
muitas
movimento, tematizada em formas de
vezes, o desinteresse pela disciplina é
atividades
esportes,
reforçado por situações historicamente
jogos, danças, ginásticas e lutas (SOARES,
construídas e que, talvez, poderiam ser
C. L.; et al., 1992).
contornadas.
expressivas
Os
Parâmetros
como
Curriculares
(BETTI
E
ZULIANI,
2002)
Nacionais (PCN‟s) veem o Ensino Médio
apresentam um fator que contribui para
como o fim de uma etapa da educação
uma reflexão acerca do assunto em
básica e que tem como objetivo a
epígrafe: “[...] no Ensino Médio, no qual,
construção psicológica, social e afetiva de
desconsiderando
as
futuros
psicossociais
que
cidadãos,
preparando-os
para
por
mudanças passam
os
adentrarem o mundo do trabalho. Explicam
adolescentes, a Educação Física preserva
que nessa fase, a Educação Física deve
um modelo pedagógico concebido para o
adquirir um novo status, ou seja, deve ser
Ensino Fundamental” .
revista e não ensinada da mesma forma que
(BARBOSA, 2007) considera que
era no Ensino Fundamental (PCN‟s, 2000).
o desinteresse dos alunos nas aulas de
(MARQUES E KRUG, 2008) nos
Educação Física ocorre em virtude do
apresentam a legitimidade desse espaço
modo inapropriado como esse componente
que é a Educação Física. Nele, o indivíduo
curricular é interpretado. As aulas de
pode se relacionar com os demais e pode
Educação Física não deveriam atingir
reconhecer as limitações que os cercam. A
extremos,
Educação Física possui função educativa e
descontextualizada ou somente a chamada
socializante na formação, logo a falta de
teorização. A educação física seria uma
participação de alguns alunos não deve ser
área de conhecimento que possui uma
negligenciada pela comunidade escolar.
especificidade:
Diante
dessas
como
o
a
prática
movimento
humano
justificativas,
consciente. Nesse sentido, é preciso que
questiona-se a não participação de alguns
sua intervenção se realize com reflexões,
alunos nas aulas de Educação Física. Pode-
mas
se,
procedimentais.
primeiramente,
pensar
que
simplesmente o aluno não se identifica
sem
perder No
suas que
características tange
essa
realidade supracitada, cabe dizer que é um
acontecimento recorrente no que trata a
falta de habilidade são alguns dos motivos
aplicação da Educação Física no Ensino
citados pelos alunos para justificarem a
Médio, onde, muitas vezes, depara-se com
não participação nas aulas de Educação
a abordagem dos mesmos conteúdos e, às
Física. Inclusive, (RODRIGUES et. al.
vezes, dos mesmos métodos de aulas pelos
2010) salientam que a não participação dos
professores em diferentes níveis de ensino.
alunos do Ensino Médio nas aulas de
(BRASIL 2000) destaca que o professor
Educação Física curricular pode ser reflexo
deve ser o responsável pela elaboração de
dos fatores que se inter-relacionam, quais
um planejamento dinâmico, que atenda às
sejam, idade, horários, classe social,
necessidades e interesses dos alunos,
gênero, estrutura da escola e educação
aliando os conteúdos da cultura local às
familiar.
novas tendências da atividade física, sem
A
adotar modismos.
partir
verifica-se
que
dessas as
constatações,
causas
de
não
No que se refere a não participação
participação dos alunos das aulas de
dos alunos nas aulas de Educação Física no
Educação Física podem estar relacionadas
Ensino Médio, (DARIDO et. Al, 1999)
a
trazem a informação de que 6% dos alunos
estabelecidas, os métodos usados, os
do
são
conteúdos abordados e até a estrutura
dispensados das aulas de Educação Física.
direcionada à Educação Física podem
Conforme constatações advindas da prática
estimular ou afastar os alunos das aulas.
Ensino
Médio
requisitam
e
diversos
fatores.
As
relações
de estágio, a preguiça, o desinteresse e a
A abordagem da educação física no ensino médio 1.1
Sabe-se que os anseios e contextos
exposto, (BETTI; ZULIANI, 2002) citam
de vida dos alunos de Ensino Médio são
que a Educação Física no Ensino Médio
diferentes
deve propiciar o atendimento desses novos
Fundamental.
daqueles
do
Diante
disso,
Ensino todo
o
interesses, e não reproduzir simplesmente
currículo escolar deve estar adaptado às
o modelo anterior, ou seja, repetir, às vezes
necessidades e interesses da faixa etária, a
apenas
fim de promover a aprendizagem dos
aprofundado, os conteúdos do programa de
conteúdos e as mudanças de atitudes
Educação Física dos últimos quatro anos
pertinentes a esse público. Diante do
do Ensino Fundamental. No Ensino Médio,
de
modo
um
pouco
mais
a
Educação
Física
deve
apresentar
atribuem o que se espera dos alunos do
características próprias e inovadoras, que
Ensino Médio. Para o documento, é
considerem a nova fase cognitiva e afetivo-
necessário que os alunos do Ensino Médio
social atingida pelos adolescentes.
[...] tenham a oportunidade de vivenciarem
Acredita-se que a Educação Física
o maior número de práticas corporais
no Ensino Médio não deve voltar-se
possíveis. Ao realizarem a construção e
apenas para a prática, mas utilizar-se de
vivência
conhecimentos teóricos sobre o movimento
estabelecem relações individuais e sociais,
humano e o esporte ou de problemas de
tendo como pano de fundo o corpo em
ordem social, política, emocional, psíquica
movimento. Assim, a ideia é de que esses
e física, criando situações problema que o
jovens adquiram maior autonomia na
próprio aluno deverá resolver. A partir
vivência, criação, elaboração e organização
disso,
a
dessas práticas corporais, assim como uma
capacidade de criticar e discutir seus
postura crítica quando esses estiverem no
pontos de vista com autonomia. Diante
papel
disso (CELANTE 2000) expõe que:
(MEC/SEB, 2006, p. 224).
os
alunos
desenvolveriam
[...] por meio da Educação Física que o aluno
do
Ensino
Médio
de
coletiva
dessas
espectadores
Quanto
à
práticas,
das
prática
mesmas
pedagógica
poderá
inserida a este nível de ensino, é muito
compreender, questionar e criticar os
comum observarmos que os professores
valores que são atribuídos ao corpo e ao
exaltam a prática do desporto, com o
movimento
poder
objetivo de aperfeiçoar a aptidão física e o
transformá-los. Em suma, cabe à Educação
rendimento. “A Educação Física acaba
Física o papel de introduzir e integrar o
assumindo um caráter de treinamento ou
aluno no universo da cultura corporal
adestramento do movimento corporal, onde
(CELANTE, 2000, p. 86).
a principal função é formar atleta capaz de
corporal,
Segundo
(BETTI,
para
a
realizar o gesto desportivo com máximo
Educação Física deve ir mais além do
rendimento”. (BARNI E SCHNEIDER
simples fazer, ou seja: não basta correr ao
2003, p. 6). Nesse sentido, vale ressaltar a
redor da quadra; é preciso saber porque se
importância de uma intervenção que
está correndo, como correr, quais os
envolva o maior número de práticas
benefícios advindos da corrida, qual
corporais
intensidade, frequência e duração são
consideração às necessidades e interesses
recomendáveis.
Orientações
da faixa etária em questão, apresentando
Curriculares para o Ensino Médio (2006)
características inovadoras, que considerem
As
1992),
possíveis,
levando
em
a nova fase cognitiva evidenciada no
Ensino Médio.
Educação Física: reflexões acerca do papel do professor Os PCN‟s (2000), alertam que o profissional de Educação Física durante
a interação professor-aluno (CUNHA, 1996).
sua formação acadêmica adquire inúmeros
No que tange a visão dos alunos
e diversificados conhecimentos. Porém,
para com a disciplina em epígrafe,
com o comodismo de seu trabalho, o
percebe-se
que,
os
professor não utiliza o que aprendeu,
apresentam
uma
visão
esquecendo-se do seu potencial, não
importância da Educação Física para sua
resgatando suas capacidades e habilidades,
formação. (DARIDO, 1999) comenta a
ou seja, a aula se torna rotineira e mecânica
relevância da Educação Física na formação
perdendo a importância dentro do ambiente
dos sujeitos. Para ela a Educação Física
escolar.
como disciplina implica na promoção da
De
acordo
com
(MACHADO
reflexão
através
alunos
do
da
conhecimento
sistematizado,
função, pode moldar o caráter dos jovens e,
conhecimento, um conjunto de práticas
portanto,
grande
corporais e uma série de conceitos
significado nos alunos em formação. Ele é
desenvolvidos pela Educação Física que
responsável por muitos descobrimentos e
devem ser assegurados. No Ensino Médio,
experiências que podem ser boas ou não.
promovendo
Como facilitador, deve ter conhecimentos
manifestações dessas práticas corporais
suficientes para trabalhar tanto aspectos
como reflexos da sociedade em que vive,
físicos e motores, como também os
pensando criticamente seus valores, o que
componentes
levará os alunos a compreenderem as
marcas
sociais,
de
culturais
e
psicológicos. Isso capacidade
discussões
possibilidades significa de
ensinar
que,
além
da
conhecimentos
transformar
um
restrita
1995), o professor, no desempenho de sua
deixar
há
ainda
e ou
corpo
sobre
necessidades não
esses
de
as
de
valores
(DARIDO, 1999, p.16).
específicos, é também papel do professor
Com isso, acredita-se que é papel
transmitir, de forma consciente ou não,
dos professores contribuírem para que o
valores, normas, maneiras de pensar e
conceito da importância da Educação
padrões de comportamento para se viver
Física para a formação dos alunos seja algo
em sociedade. Fica claro que não se pode
explícito e compreendido pelos mesmos.
transmitir todos esses aspectos descartando
Esse conceito deve ser construído a partir
das possibilidades que a área oferece,
concordância com o objetivo que se
numa relação dialógica entre professores e
pretende
alunos, enfatizando os objetivos e as
dependerá de situações e contextos como
contribuições das manifestações corporais,
os
com
este
metodologias de aulas, os materiais e
esclarecimento e conscientização por parte
espaços e até mesmo a próprio incentivo
dos
do professor.
isso,
fazer
alunos
alcance professor
reflita
dos
com
beneficamente
objetivos
na
que
traçados
aplicação
no
seu
planejamento.
Essa
conteúdos
pelo
de
alcançar.
motivação
selecionados,
as
Diante do exposto, percebe-se que em
toda
a
formação
acadêmica
do
educador, ele aprende vários métodos de
No que tange o papel do professor
como
aplicar
uma
aula
motivadora,
em minimizar os fatores de desinteresse
inovadora, capaz de oferecer prazer em
dos alunos para com as aulas de Educação
aprender,
Física, salienta-se uma questão que merece
críticos, mas geralmente não coloca em
uma atenção especial: a motivação. A
prática
motivação exercida por parte do professor
estudiosos buscaram definir o professor
para com os alunos é de extrema
“bem-sucedido” (GUARNIERI, 1990 apud
importância para que os mesmos possam
SILVA, 1992; KRAMER; ANDRÉ, 1986
vivenciar as atividades propostas. Segundo
apud SILVA, 1992; LELLIS, 1989 apud
Piccolo (1995), [...] motivação significa o
SILVA,
exame das razões pelas quais se escolhe
SILVA,
fazer algo ou executar algumas tarefas com
características básicas desse professor.
maior empenho que outras, já que as
Três aspectos são comuns a todos os
frequentes imposições de atividades rígidas
estudos revisados: domínio do conteúdo e
e monótonas não despertam as energias
metodologia; envolvimento e apropriação
naturais que sustentam a aprendizagem
da realidade dos alunos e caráter reflexivo
espontânea, a curiosidade e o desejo de
do
aprender algo (PICCOLO, 1995, p. 13).
acredita-se que os professores de Educação
O
aluno
motiva-se
quando
o
conhecimento transmitido, pelo professor de Educação Física, tem algum significado para ele, ou seja, o conteúdo satisfaz algumas de suas necessidades e está em
de
o
como
que
1992; 1992)
trabalho
formar
aprendeu.
MELLO,
Diversos
1982
apontam
docente.
cidadãos
Nesse
apud
algumas
sentido,
Física devem se preocupar com tais aspectos, buscando sempre a melhor qualificação de seu trabalho. Contudo, (PEREIRA E MOREIRA 2005) destacam que os professores de Educação Física precisam mudar suas
posturas com urgência perante as aulas e
Física no Ensino Médio, visto que a ação
conscientizar os educandos, pois se essa
pedagógica dos professores não vem
situação perdurar, em breve não existirá
suprindo
mais motivo para a existência da Educação
educando quer da própria disciplina.
as
necessidades,
quer
do
Metodologia Para
o
desenvolvimento
deste
obter um diálogo de caráter informal com
estudo, utilizou-se uma abordagem de
os professores das escolas selecionadas, no
caráter quantitativo e qualitativo, já que foi
intuito de se aprofundar as constatações
necessário quantificar o número de alunos
relativas
participantes desta pesquisa, bem como
epígrafe. Para isso, em um universo de 417
elencar suas respostas provenientes da
alunos, estudou-se uma amostra de 50, que
aplicação dos questionários com questões
significa 12% da população.
ao
problema
científico
em
estruturadas. Com base em seus objetivos,
Os sujeitos participantes do estudo
trata-se de um estudo descritivo, pois
foram alunos do Ensino Médio com faixa
buscou-se
os
etária correspondente entre 15 e 17 anos,
motivos que levam alguns alunos a não
pertencentes à Escola Estadual Professor
participarem das aulas de Educação Física
José Jório, localizada em São João do
na escola e as atitudes dos professores
Manteninha (MG) e à Escola Estadual
perante essa recusa. Segundo (GIL 2008),
Sinhaninha
quanto aos objetivos, a pesquisa descritiva
Coroaci (MG). A escolha desses sujeitos se
busca descrever as características de
deu
determinadas populações ou fenômenos.
geográfica e, também, pelos autores da
Uma de suas peculiaridades está na
pesquisa morar próximos a essas escolas, o
utilização de técnicas padronizadas de
que de certa forma facilitou o processo de
coleta de dados, tais como o questionário e
coleta de dados.
identificar
e
descrever
a observação sistemática. Como instrumentos de pesquisa
por
Gonçalves,
questões
localizada
de
em
proximidade
É importante ressaltar que nesse estudo não se verificou a vida escolar
utilizou-se de questionários estruturados
anterior
do
aluno,
para os alunos, sendo esse composto por 5
profissional
(cinco) questões objetivas e 3 (três)
também não foi possível acompanhar por
questões discursivas. Outro instrumento
um longo período as aulas de Educação
utilizado foi a observação das aulas de
Física. A coleta de dados ocorreu a partir
Educação Física. Em paralelo, pôde-se
daquilo que se conseguiu no campo de
dos
nem
professores
a
história e
como
estudo com um tempo limitado que se dispunha para realizar a pesquisa.
Resultados Foram
aplicados
questionários
Professor José Jório de São João do
estruturados a 50 (cinquenta) alunos do
Manteninha (MG) e a Escola Estadual
Ensino Médio, pertencentes estritamente
Sinhaninha Gonçalves de Coroaci (MG),
ao 3º ano das instituições públicas que
seguem os resultados:
especifica, quais sejam, Escola Estadual
Gráfico 01: O gosto pelas aulas de Educação Física
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico em epígrafe ilustra as respostas
ao aspecto de promoção de saúde; Pela
advindas
aprendizagem
da
primeira
questão,
que
proporcionada
por
essa
questionou aos alunos se os mesmos
disciplina e o resultante alívio mental”. Em
gostam das aulas de Educação Física e por
contraposição, 18% disseram que não
qual motivo. Fica evidenciado que 76%
gostam das aulas em questão, enfatizam
deles responderam que gostam das aulas da
que são aulas desnecessárias e devido ao
disciplina, as justificativas predominantes
desânimo e a preguiça de vivenciarem as
foram: “Por ser uma aula divertida; Devido
atividades.
Gráfico 02: Nível de participação nas aulas de Educação Física.
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas
Na questão número 03 (três),
advindas da segunda questão, que veio
investigou-se: Qual o motivo te leva a não
questionar aos alunos o seu nível de
participar das aulas de Educação Física?
participação nas aulas de Educação Física.
Neste contexto, ideia central desse estudo e
Fica evidenciado que 16% dizem nunca
vem de encontro ao questionado, pois
participarem
diante
das
aulas,
um
número
do
exposto,
predominou-se
preocupante, mas, em contraposição 52%
respostas que atribuíram a fatores como a
responderam que sempre participam destas
preguiça, propostas de atividades que não
aulas, e 32% dizem participar de vez em
gostam,
quando. Espera-se que, iniciativas sejam
desmotivação,
tomadas por parte dos professores e toda a
teorização implementada e a falta de
comunidade escolar para a reversão desse
variações das atividades aplicadas, como
quadro, e consequentemente o crescimento
fatores precursores a não participação dos
da participação efetiva dos alunos nas
mesmos nestas aulas.
aulas de Educação Física.
falta
de por
interesse não
gostarem
e/ou da
Gráfico 04: A relação com o professor.
Sua relação com o professor (a) é boa? 72%
4%
24%
36 12
2
Sim
Não
Parcialmente
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas
ambiente saudável, muito mais propício ao
advindas da quarta questão, que questionou
aprendizado. Fica evidenciado que 72%
a respeito da relação dos alunos com os
dos alunos dizem ter uma boa relação com
professores, essa é uma pergunta essencial
o professor, em contraposição 4% dizem
que educadores de todos os níveis de
não ter uma boa relação com o mesmo. A
aprendizado devem fazer. Afinal, ter uma
partir desses dados, salienta a relação
boa convivência com os alunos, ao invés
saudável empregada entre professores e
de alimentar relações conflituosas e de
alunos.
tensão, é uma ótima forma de garantir um
Gráfico 05: Preocupação com quem não participa das aulas.
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas
equivale estritamente aos alunos da Escola
advindas da quinta questão, que observa se
Estadual Sinhaninha Gonçalves de Coroaci
o professor se preocupa com os alunos que
(MG),
não participam das aulas. Fica evidenciado
questionados na Escola Estadual Professor
que 42% dizem que o professor não se
José Jório em São João do Manteninha
importa
à
(MG) dizem de forma unânime que o
participação nas aulas, fato preocupante,
professor se preocupa com os alunos que
mas, vale ressaltar que este percentual
não participam das aulas.
com
os
alunos
omissos
visto
que,
todos
os
alunos
Gráfico 06: A importância da Educação Física para os alunos.
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas
componente
advindas da sexta questão, que questiona
importância para a formação humana dos
se a disciplina de Educação Física é de fato
sujeitos.
importante
Fica
Curriculares Nacionais (PCN‟s) veem o
que a
Ensino Médio como o fim de uma etapa da
disciplina é de fato importante, mas, em
educação básica e que tem como objetivo a
contraposição 8% dizem que a disciplina
construção psicológica, social e afetiva de
não é importante, fato este que preocupa,
futuros
visto que, a Educação Física é um
adentrarem o mundo do trabalho.
para
os
evidenciado que 64%
alunos. dizem
curricular
Inclusive,
cidadãos,
de
os
extrema
Parâmetros
preparando-os
para
Gráfico 07: A prática da atividade física fora do âmbito escolar.
Fonte: Dados da pesquisa empírica, 2017.
O gráfico acima ilustra as respostas
A oitava questão trata de modo
advindas da sétima questão, que questiona
discursivo o que os alunos mudariam nas
se os alunos praticam alguma atividade
aulas de Educação Física para estimular
fora do âmbito escolar. Fica evidenciado
sua
que apenas 34% dizem praticar atividades
predominaram
físicas fora do contexto escolar, em
“Extinguiria as aulas teóricas, solicitariam
contraposição
a variação das aulas aplicadas e a
26%
dizem
nunca
participação.
sentido,
seguintes
respostas:
praticarem quaisquer atividades fora da
separação
escola, fato preocupante, visto que, apesar
atividades”. Diante disso, levando em
da
benefícios
consideração as colocações supracitadas,
adquiridos através da prática de atividades
esperam-se iniciativas educacionais que
físicas, esse grupo se restringe em apenas
busquem
praticar de forma esporádica e estritamente
distanciam os alunos da prática efetiva nas
dentro do âmbito escolar.
aulas de Educação Física.
conscientização
dos
dos
as
Nesse
gêneros
minimizar
os
durante
fatores
as
que
Discussão Foram
aplicados
questionários
especifica, quais sejam, Escola Estadual
estruturados a 50 (cinquenta) alunos do
Professor José Jório de São João do
Ensino Médio, pertencentes estritamente
Manteninha (MG) e a Escola Estadual
ao 3º ano das instituições públicas que
Sinhaninha Gonçalves de Coroaci (MG),
no intuito de identificar quais os fatores
vivenciar as atividades propostas. Segundo
que contribuem para o desinteresse nas
(PICCOLO, 1995),
aulas de Educação Física neste nível de [...] motivação significa o exame
ensino em questão. A partir dos resultados supracitados, se estabelece uma discussão, que busca evidenciar os aspectos obtidos através da relação dos resultados e as
das razões pelas quais se escolhe fazer algo ou executar algumas tarefas com maior empenho que outras, já que as frequentes imposições
concepções teóricas fundamentadas. A princípio fica nítido que, a grande maioria dos alunos responderam que gostam das aulas de Educação Física, e justificaram por ser uma aula divertida,
de
atividades
rígidas
e
monótonas não despertam as energias naturais que sustentam a aprendizagem espontânea, a curiosidade e o desejo de aprender algo (PICCOLO, 1995, p. 13).
devido aos aspectos de promoção de saúde,
O
aluno
motiva-se
quando
o
pela aprendizagem proporcionada por essa
conhecimento transmitido, pelo professor
disciplina e o
resultante alívio mental,
de Educação Física, tem algum significado
mas, em contraposição, levantaram fatores
para ele, ou seja, o conteúdo satisfaz
que de certo modo os afastam da
algumas de suas necessidades e está em
participação das aulas Educação Física,
concordância com o objetivo que se
obtendo-se
pretende
a
predominância
das
alcançar.
Essa
motivação
atribuições à fatores como a preguiça,
dependerá de situações e contextos como
propostas de atividades que não gostam,
os
falta de interesse e/ou desmotivação, por
metodologias de aulas, os materiais e
não gostarem da teorização implementada
espaços e até mesmo a próprio incentivo
e a falta de variações das atividades
do professor.
conteúdos
selecionados,
as
aplicadas. Nesse sentido, é de suma
Outro fator evidenciado através da
importância o papel do professor em
análise dos resultados foram alunos que
minimizar os fatores de desinteresse dos
citaram a omissão quanto à participação
alunos para com as aulas de Educação
nas aulas de Educação Física devido a não
Física, salienta-se uma questão que merece
gostarem
do
uma atenção especial, a motivação. A
aplicado,
corroborando
motivação exercida por parte do professor
(BARBOSA,
para com os alunos é de extrema
desinteresse dos alunos nas aulas de
importância para que os mesmos possam
Educação Física ocorre em virtude do
método
2007)
de nesse
teorização sentido,
considera que
o
modo inapropriado como esse componente
curricular é interpretado. As aulas de
conceito da importância da Educação
Educação Física não deveriam atingir
Física para a formação dos alunos seja algo
extremos,
prática
explícito e compreendido pelos mesmos,
descontextualizada ou somente a chamada
visto que, a partir das constatações
teorização.
advindas desse estudo, fica nítido a visão
como
Em
relação
a
à
importância
da
disciplina para os alunos questionados, nota-se
que,
8%
responderam
restringida e limitada dos alunos para com a disciplina em questão.
que
Portanto,
a
partir
da
análise
enxergam a disciplina de Educação Física
proveniente das constatações do presente
sem importância para eles, nesse sentido,
estudo, evidenciam-se inúmeros fatores,
Darido (1999) comenta a relevância da
ressaltados pelos próprios alunos, que os
Educação Física na formação dos sujeitos.
afastam da prática efetiva nas aulas de
Para ela
Educação
A Educação Física como disciplina
Física,
relacionados
problemas
muitas
vezes
estes, com
a
implica na promoção da reflexão através
intervenção do professor. Nesse sentido,
do conhecimento sistematizado, há um
(KOLYNIAK, 2006), reforça o argumento
corpo de conhecimento, um conjunto de
de que os fatores que levam à não prática
práticas corporais e uma série de conceitos
de Educação Física na escola estão
desenvolvidos pela Educação Física que
associados a problemas específicos dessa
devem ser assegurados. No Ensino Médio,
disciplina, por exemplo, a ausência de um
promovendo
corpo técnico próprio que seja referência
discussões
sobre
as
manifestações dessas práticas corporais
para
como reflexos da sociedade em que vive,
Contudo,
pensando criticamente seus valores, o que
posicionamento
levará os alunos a compreenderem as
profissionais de Educação Física para com
possibilidades
de
a sua atuação docente, reverem conceitos e
valores
métodos utilizados, em busca de se
transformar
e ou
necessidades não
esses
(DARIDO, 1999, p.16).
toda
a há
categoria a
profissional.
necessidade
de
revolucionário
um dos
minimizar a problemática e todos os fatores que acercam essa questão, visto
Com isso, acredita-se que é papel dos professores contribuírem para que o
que,
os
problemas
evidenciados
possivelmente contornáveis.
são
teorização implementada e a falta de
Consideraçoes finais O
presente
estudo
buscou
variações das atividades aplicadas. Diante
identificar quais os fatores que contribuem
disso,
para o desinteresse nas aulas de Educação
(BARBOSA 2007), que, considera que o
Física no Ensino Médio, para tanto,
desinteresse dos alunos nas aulas de
investigou-se
instituições
Educação Física ocorre em virtude do
públicas, quais sejam, Escola Estadual
modo inapropriado como esse componente
Professor José Jório (MG) e a Escola
curricular é interpretado. As aulas de
Estadual
Educação Física não deveriam atingir
02
(duas)
Sinhaninha
Gonçalves
de
enfatiza-se
a
colocação
Corocaci (MG), a fim de,se alavancar
extremos,
propostas
descontextualizada ou somente a chamada
que
possam
minimizar
a
problemática em questão, visto que, a Educação
Física
um
a
prática
teorização.
componente
A hipótese de pesquisa baseou-se
curricular de extrema importância para a
na ideia de que o desinteresse pelas aulas
formação humana dos sujeitos. No Brasil,
de
documentos legais e estudiosos do tema
principalmente, por uma falta de oferta
reforçam essa importância em diferentes
variações de conteúdo, métodos e práticas,
abordagens, desse modo, entende-se a
por parte do professor, que se tornem
Educação
disciplina
interessantes para a faixa etária em questão
responsável pelo tratamento da cultura
e atendam às necessidades desses alunos,
corporal de movimento, tematizada em
levando em consideração os anseios e as
formas de atividades expressivas como
particularidades dos mesmos. Diante disso,
esportes, jogos, danças, ginásticas e lutas
verifica-se ao final da pesquisa que a
(SOARES, C. L.; et al., 1992).
hipótese estava parcialmente correta, visto
Física
é
como
de
como
Educação
Física
acontece,
A partir de uma análise minuciosa
que, diante da coleta e a análise dos dados,
dos dados obtidos, percebe-se que são
pode se verificar que o problema do
inúmeros os fatores elencados pelos alunos
desinteresse dos alunos de Ensino Médio
para justificarem a não participação nas
pelas aulas de Educação Física é muito
aulas de Educação Física no nível de
mais complexo.
ensino em questão, mas, constatou-se a
No que tange as propostas que
predominância das atribuições à fatores
possam minimizar a problemática em
como a preguiça, propostas de atividades
epígrafe, levando em consideração a visão
que não gostam, falta de interesse e/ou
restrita dos alunos para com importância
desmotivação,
da Educação Física em sua formação,
por
não
gostarem
da
salienta a necessidade dos professores
conteúdos e as mudanças de atitudes
contribuírem para explicitarem da melhor
pertinentes a esse público. Contudo,
forma o conceito da importância da
Pereira e Moreira (2005) destacam que os
Educação Física para a formação dos
professores de Educação Física precisam
alunos. Esse conceito deve ser construído a
mudar suas posturas com urgência perante
partir das possibilidades que a área oferece,
as aulas e conscientizar os educandos, pois
numa relação dialógica entre professores e
se essa situação perdurar em breve não
alunos, com ênfase aos objetivos e as
existirá mais motivo para a existência da
contribuições das manifestações corporais,
Educação Física no Ensino Médio, visto
inclusive levando em consideração três
que a ação pedagógica dos professores não
aspectos norteadores que fomentam uma
tem suprido as necessidades, quer do
atuação de qualidade, quais sejam, domínio
educando, quer da própria disciplina.
do conteúdo e metodologia; envolvimento
A
partir
das
colocações
e apropriação da realidade dos alunos; e
supracitadas, ao levar em consideração
caráter reflexivo do trabalho docente.
todos
Ademais, promover a esse nível de ensino
pesquisa em questão, acredita-se que é
discussões sobre as manifestações dessas
possível reverter este quadro a partir do
práticas
momento
corporais
como
reflexos
da
os
aspectos
em
envolvidos
que
os
nessa
professores
sociedade em que vive, e contribuir com os
especificamente, no que tange o Ensino
alunos
pensar
Médio, compreendam e possam dar um
criticamente seus valores. Nesse sentido,
sentido diferente para a Educação Física, a
(BRASIL, 2000) destaca que o professor
introduzirem possibilidades para que os
deve ser o responsável pela elaboração de
alunos
um planejamento dinâmico, que atenda às
corporais variadas em toda sua amplitude
necessidades e interesses dos alunos, em
de
interligação aos conteúdos da cultura local
contextualizadas ao nível de ensino a que
às novas tendências da atividade física,
se
sem adotar modismos.
potencialidades da Educação Física e
para
que
possam
possam
experimentar
conhecimento,
refere.
com
Portanto,
práticas
prazer
acredita-se
e
nas
Sabe-se que os anseios e contextos
percebe-se a possibilidade de mudança da
de vida dos alunos de Ensino Médio são
realidade desses alunos que são omissos
diferentes. Diante disso, todo o currículo
quanto
escolar
às
Educação Física, de modo a buscar
necessidades e interesses da faixa etária, a
iniciativas inovadoras, ações conjuntas que
fim de promover a aprendizagem dos
visem atender as especificidades desse
deve
estar
adaptado
à
participação
nas
aulas
de
grupo em questão, a fim da minimização
apresentada.
dos fatores que acometem a problemática
Abstract There are many reflections about Physical Education in High School. In this sense, the present field study aimed to identify which factors contribute to the lack of interest in Physical Education classes at the level of education in the epigraph. The following institutions were investigated: The State School Professor José Jório of São João do Manteninha (MG) and the State School SinhaninhaGonçalves of Coroaci (MG). As for the research methodology, it is a quantitativequalitative and descriptive research. In a universe of 371 students, a sample of 50 students, equivalent to 13.5% of the population, was studied. As research instruments were used structured questionnaires and observations these
classes. It was based on the theoretical conceptions of (DARIDO, 2004), which deals with students who do not practice these classes and presents new data about the origins and reasons for not practicing Physical Education; (BARBOSA, 2007), who considers students' disinterest in class due to the inappropriate way in which this curricular component is interpreted and (KOLYNIAK, 2006 ), which reinforces the argument that the factors that lead to the non-practice of Physical Education in school are associated with specific problems of this discipline. Keywords: Physical Education Classes; High school; Disinterested factors; Teacher role.
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A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL NO AMBIENTE ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Ben Hur Alexsander de Araújo¹ Maria Helena Campos Pereira² Ana Paula Campos Fernandes² Christiano Fernandes Pinto²
Resumo Percebe-se que existem diversos fatores que influenciam direta e indiretamente na prática do futebol nas aulas de Educação Física escolar para as crianças. Dentre elas, pode-se destacar a falta de estrutura física e humana da escola, escassez de materiais pedagógicos, fatores esses que influenciam o processo de ensino aprendizagem do futebol no ambiente escolar. Vale salientar que a infância é entendida como um período de grande importância para o desenvolvimento integral das crianças. Neste contexto, questiona-se: Como o futebol influencia no desenvolvimento social das crianças no ambiente escolar? A pesquisa destina-se aos docentes e discentes da Escola Doutor João de Souza Lima e Escola Municipal Professora Terezinha Sarmento de Oliveira. O estudo apresenta caráter qualitativo e quantitativo, e para atingir o objetivo utilizou-se um questionário fechado com questões estruturadas, direcionado aos discentes e docentes. Dessa maneira, foi possível realizar questionamento referente às concepções sobre futebol e sociedade. Palavras chave: Futebol. Ambiente escolar. Desenvolvimento social das crianças. ________________________ ¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: ben.0261@outlook.com ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Mestre em Gestão Integrada. Professora de Leitura e Produção de Textos em Educação Física da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co-autora. E-mail: prof.anapaulagv@gmail.com. ²Especialista em Futsal. Professor de Teoria e Prática dos Esportes Coletivos I - Futsal / Futebol em Educação Física da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co-autor. E-mail: futsalgv@gmail.com.
Introdução Percebe-se que existem diversos fatores
que
influenciam
direta
falta de estrutura física e humana da
e
escola, escassez de materiais pedagógicos,
indiretamente na prática do futebol nas
fatores esses que influenciam no processo
aulas de educação física escolar para as
de ensino aprendizagem do futebol.
crianças. Dentre elas, pode-se destacar a
A infância é entendida como um
aperfeiçoamento de um repertório motor
período de grande importância para o
adequado e ao sucesso desta prática
desenvolvimento das crianças. Ela é o
esportiva, além de contribuir para um bom
campo de investigação, em que o processo
desenvolvimento da criança, como pode
de alterações complexas e interligadas,
ser visualizado no trecho a seguir de
relaciona-se aos aspectos de crescimento e
Rodrigo Vieira Azevedo Souza:
maturação dos aparelhos e sistemas do organismo.
Desta
o
Pessoas que trabalham com futebol, pais, e
da
até alguns profissionais esquecem que o
maturação do sistema nervoso central, da
principal na atividade desenvolvida pela
biologia, do comportamento e do ambiente
criança (seja ela o futebol, dança, ou
no qual ele se relaciona, bem como o
qualquer outra atividade física e cognitiva),
desenvolvimento
é a formação do seu intelecto, da sua
desenvolvimento
forma,
infantil
depende
emocional,
social,
psicológico, afetivo e educacional.
motricidade
e
da
sua
sociabilidade;
Uma das estratégias utilizadas para
buscando desenvolver em primeiro lugar,
melhor desenvolver essa fase é através dos
não um atleta, visto e tratado como algo
esportes, pois a atividade física organizada
lucrativo, mas sim um ser humano ético,
se
saudável
torna
importante
desenvolvimento
tanto
físico,
para
motor,
o
social
e
inserido
na
sociedade.
(SOUZA, 2004, p.7).
como psicológico das crianças. Baseado
Neste contexto, questiona-se: Como
em suas regras e condições, as crianças
o futebol influencia no desenvolvimento
conseguem compreender formas de se
social das crianças dos anos iniciais no
relacionarem com os outros, trocando
ambiente escolar? Para isso, elaborou-se
experiências, competindo e ajudando uns
como objetivo, analisar o futebol como
aos outros, aprendendo, assim, a conviver
fator de desenvolvimento social para a
em sociedade.
formação do educando nas aulas de
Um dos esportes que favorecem essas relações é o futebol, com o qual as
educação física escolar. Este
trabalho
se
justifica
no
crianças aprendem a dominar habilidades
contexto pessoal, ao perceber o futebol
motoras
a
como elo de socialização entre os alunos,
desenvolver a capacidade de percepção, a
podendo contribuir satisfatoriamente no
tomada
a
seu aprendizado. No ambiente social se
percepção da dinâmica coletiva. Estes são
justifica por presenciar na sociedade, a
fatores
evolução futebolística da criança, que ao
fundamentais
de
decisões
com
bola,
adequadas
fundamentais
para
e
o
nascer já é inserida no universo do futebol.
onde
No contexto educacional, o tema torna-se
direcionadosaos docentes e discentes para
relevante
de
levantamento de informações pertinentes
experiências de estágio supervisionado a
ao futebol nas séries iniciais do ensino
importância do futebol no processo de
fundamental.
por
perceber
através
foram
ensino aprendizagem no ambiente escolar, sendo
uma
ferramenta
poderosa
aplicados
questionários
Sendo assim, se estabelece como
de
objetivo geral, analisar a importância do
inclusão do educando nas aulas de
Futebol no processo de desenvolvimento
educação física escolar, quando bem
social das crianças no ambiente escolar.
inserido.
Para
tal,
elaboraram-se
os
seguintes
Entre os principais referenciais
objetivos específicos: Identificar qual a
utilizados para o embasamento teórico da
importância do futebol nas aulas de
pesquisa, destacaram-se os estudos sobre
educação física para as crianças dos anos
“Pedagogia do Futebol”, de João Batista
iniciais, bem como, analisar a importância
Freire.Quanto aos aspectos metodológicos,
da
optou-se pela Escola Municipal Professora
desenvolvimento social das crianças no
Terezinha Sarmento de Oliveira e a Escola
ambiente
prática
do
futebol
para
o
escolar.
Municipal Doutor João de Souza Lima, Relação do Futebol Com a Cultura O futebol é um desporto praticado
crianças aprendem a praticá-loe acabam
em diversas partes do planeta, por milhares
familiarizando com o desporto, seja na
de
diferentes.A
escola, em casa ou em outros lugares e isso
popularização do futebol adentra em todas
faz parte do contexto cultural e das
as
relações sociais (FREIRE, 2006).
pessoas
faixas
significados
de
etárias
idades
com
divergentes.
situações Os
e
pais
O futebol se faz tão presente na
participam de brincadeiras com os seus
cultura
da
sociedade
brasileira
que
filhos sem perceberem e as crianças
mundialmente o Brasil é conhecido como
interagem e brincam entre si através da
sendo “o país do Futebol”, não apenas
troca de experiências e saberes que
pelos títulos conquistados nas copas do
perpassa de geração em geração.
mundoorganizadaspela entidade máxima
O futebol na infância está inserido
da modalidade, a FIFA, mas também pelo
na vida social e cultural do educando. As
prestígiode estarem entre os principais e os
primeiros colocados nas mais variadas
e se identificar com um time ou um
competições internacionais, o que faz com
determinado jogador.
que se tenha essa identidade criada.
Neste sentido, (RINALDI, 2000)
O futebol faz com que apareça uma
associa futebol com a cultura ao dizer que:
necessidade do ser humano de presenciar,
O futebol tem-se identificado com a
no dia a dia, momentos que vão lhe
cultura brasileira, principalmente no que se
proporcionar prazer, paixão e distração, o
refere à subjetividade de suas relações, ao
que demonstra uma marca significativa da
que acontece dentro de um campo de
cultura particular da localidade.
futebol, como as transgressões das regras
Vale salientar que o futebol incute
estabelecidas, da ordem e da desordem, da
na sociedade diversos sentimentos e acaba
aproximação que o futebol faz dos
fazendo
o
torcedores com a realidade festiva do
cultura
prazer e do lazer, que representam
com
que
desenvolvimento
de
se uma
tenha
Futebolística, proporcionando inúmeros
momentos
sentimentos e emoções, seja alegria,
Identificação do povo com o futebol só
sofrimento,
acontece porque ele consegue apresentar
choro,
raiva. Pessoas de
de
paixão
diferentes localidades, classes sociais e
essas
raças, ao assistirem jogos de futebol,
(RINALDI,2000, p. 168).
torcem juntos, sofrem e ficam felizes nos ambientes
familiares
ou
características,
e
a
de
alegria.
identidade.
Portanto, a cultura do futebol está
mesmo
entrelaçada na sociedade brasileira, pois as
independente de conhecer ou não quem
pessoas passam a se identificar e interagem
está ao lado.
de forma natural frente a ela, vivenciando-
Desta forma, a cultura do futebol
a naturalmente.
faz com que as pessoas abracem o primeiro que estiver à sua frente quando o seu time faz um gol, esquecendo as diferenças. Além disso, motiva os torcedores a comprar camisas, bandeiras,sentir orgulho
Desenvolvimento social a partir do futebol No que tange ao desenvolvimento
despertando a interação entre elas e
social da criança, pressupõe-se que o
ensinando a conviver e se relacionar com
Futebol tenha a característica de propiciar
outras pessoas, além de proporcionar o
a socialização com as demais crianças,
respeito às regras e viver em sociedade.
Na compreensão da formação do desenvolvimento personalidade
integral, da
social
criança,
e
estão
que possam surgir, devido às vivências identificadas na prática do desporto. Constata-se,
também
a
contribuição
inteiramente relacionadas à formação e as
significativa no processo de maturação da
comunicações educativas, o que leva a um
criança,
aperfeiçoamento
sua
tomada de decisão devido às condições
consciência, fazendo com que se tenham
adversas surgidas ao longo da partida.As
características como a solidariedade, a
relações interpessoais melhoram, pois se
honra, a honestidade, a responsabilidade, o
aprende a respeitar e a se colocar no lugar
saber trabalhar em equipe, o respeitar o
do outro nas situações que não estavam
espaço e a opinião do outro, entre outros.
previstas, além deaprender a trabalhar em
primordial
de
Em relação ao jogo de Futebol,
desenvolvendo
uma
melhor
equipe e a ter o companheirismo.
(SOUZA et al, 2011) identifica
Outra característica fornecida pelo
características semelhantes adquiridas pelo
esporte, especificamente no Futebol, é a
brasileiro, ficando evidentes a seguir:
importância que o mesmo traz para a
(...) o brasileiro se identifica com as problemáticas oferecidas pelo jogo, às
convivência com os demais, como se pode ver a seguir:
adversidades, as alegrias, a superação, por
(...) “aprender a conviver” é, além
relacioná-las com as situações cotidianas
de, viver juntos, competir e cooperar
de sua vida. E isto é perceptível pela forma
intrinsecamente (DELORS et al, 1996).
de expressar-se do brasileiro em certas
Por isso, toda convivência se baseia em
ocasiões típicas. Bem como um time que
regras de forma explícita ou implícita, e o
se vê com o placar adverso, o cidadão
educando, à medida que participa da
brasileiro busca “virar o jogo” quando se
construção coletiva das regras (adaptadas)
encontra numa situação desvantajosa, seja
está
ela financeira, seja na escola, em relação às
convivência interpessoal e social como,
notas. (SILVA, 2015, apud SOUZA etal.,
por
2011, p. 1).
negociar, argumentar e contra argumentar,
Além
disso,
o
Futebol
pode
desenvolvendo
exemplo,
valores
criança
responsabilidade,
relação
às
mudanças
aprender
a
de
conversar,
saber ouvir, esperar a sua vez, viver
proporcionar o desenvolvimento social da em
competências
éticos
como
respeito,
cooperação
dentre
comportamentais, melhor relação com os
outros. Conviver fortalece o encontro
familiares,
consigo
melhoras
no
rendimento
escolar, na superação frente às dificuldades
mesmo
e
com
o
(CASTANHEIRA, 2008, p. 120).
outro.
Sendo assim, a prática do futebol se torna
fundamental
de
parte do seu ciclo de convívio, além de
crianças.
apresentarem facilidade de se relacionar
Conforme demonstrado na literatura, após
com pessoas que não conheciam, perdendo
determinado tempo de prática, o futebol
assim um pouco a timidez e melhorando o
pode
sua relação interpessoal.
desenvolvimento
no
processo
crianças com as demais pessoas que fazem
social
proporcionar
das
uma
melhora
no
comportamento e nas relações sociaisdas
Ensino do futebol no ambiente escolar O futebol é um esporte coletivo
Outro aspecto interessante que pode
com regras universais, sendo praticado da
ser identificado no ensino do Futebol é o
mesma forma em todos os lugares do
aprender a ganhar e a perder. Neste
mundo. Tem-se enquadrado como um
sentido, as crianças, através da prática,
ramo da atividade humana, podendo ser
incorporam essa realidade a qual deverão
definido como uma profissão, na medida
saber lidar com a derrota, tentando tirar
em que relações profissionais se definiram.
dela um ponto positivo e a ter a
Desta maneira, o futebol como atividade de
compreensão que haverá aquele que irá
caráter científico, também compreende
vencer e aquele que irá perder.Cabe ao
uma realidade teórica, tendo diversas
professor e/ou treinador mediar e assegurar
disciplinas utilizadas como suporte, tais
as duas realidades, como ficou evidente na
como:
fala de Adilene de Assunção, a seguir:
Matemática,
ciências,
física,
biologia e etc.
Neste estágio, a criança não dá
Ensinar o futebol de maneira adequada
faz
com
crianças
ideia não muito definida do que seja
assimilem as novas habilidades motoras
ganhar ou perder. Geralmente ela não joga
aumentando e melhorando o seu acervo
para vencer ou superar os outros, mas pelo
motor, podendo transferir o conhecimento
simples prazer da atividade. A violação das
motor
práticas
regras gera grandes discussões. Nesta fase
esportivas, com isso são capazes de
surge um forte sentimento de competição.
adquirir novas experiências em outros
O fato de perder torna-se quase intolerável
grupos compartilhando suas experiências e
para algumas crianças, dando origem a
ideias, melhorando o seu desenvolvimento
cenas de choro e até mesmo de agressão,
moral e social (FREIRE, 2006).
aproveitando essa disposição natural da
adquirido
em
que
as
muito valor à competição, pois tem uma
outras
criança para jogar pelo simples prazer de
jogar. Além disso, deve selecionar jogos
implícitos nas rotinas de um jogo e seus
simples, com poucas regras. O educador
jogadores:
deve procurar despertar o espírito de
O papel do educador é fundamental
cooperação e de trabalho conjunto no
no sentido de preparar a criança para a
sentido de metas comuns. A criança
competição sadia na qual inspira o respeito
precisa de ajuda para aprender a vencer
e a consideração pelo adversário. O
sem ridicularizar e humilhar os derrotados
espírito de competição deve ter como
e para saber perder esportivamente, sem se
tônica o desejo do jogador de superar a si
sentir diminuída ou menosprezada. Quando
próprio, empenhando-se para aperfeiçoar
o educador manifesta uma atitude de
cada vez mais as habilidades e destrezas. A
compreensão e aceitação, e quando o clima
situação de jogo deve-se constituir um
da sala de aula é de cooperação e respeito
estímulo desencadeador do esforço pessoal
mútuo,
segura
tendo em vista o auto aperfeiçoamento.
emocionalmente e tende a aceitar mais
Jogo supõe relação social, supõe interação.
facilmente o fato de ganhar ou perder
Por isso, a participação em jogos contribui
como algo normal, decorrente do próprio
para a formação de atitudes sociais:
jogo. (ASSUNÇÃO, 2012, p. 4).
respeito mútuo, solidariedade, cooperação,
a
criança
sente-se
Desta forma, o professor tem um
obediências
às
regras, iniciativa
senso
papel fundamental no ensino do domínio
responsabilidade,
pessoal
dos sentimentos e emoções dos alunos.
grupal. (ASSUNÇÃO, 2012, p. 4).
de e
Assim, pode-se dizer que jogar faz parte da vida, pois perder ou ganhar é uma constante no dia a dia de cada pessoa. Conforme salienta (ASSUNÇÃO, 2012),o clima da sala de aula deve ser de cooperação e respeito mútuo, pois quando a criança sente-se segura no aspecto emocional, ela pode aceitar com mais facilidade as questões relacionadas ao jogo, ou seja, perder e ganhar estão
Pesquisa de campo
Com base nestes argumentos de (ASSUNÇÃO,
2012),
o
educador
é
imprescindível em suas tarefas ao preparar a criança para enfrentar o adversário, mesmo que seja na prática de um futebol ou em outras situações do convívio social. Competir,de acordo com a autora, pode ser a necessidade de superação, bem como, o desenvolver de habilidades e destrezas
Para corroborar com a revisão
infraestrutura
viária,
assistência
bibliográfica, foi realizada uma pesquisa
comunitária e religiosa, postos de saúde e
de campo com os docentes e discentes dos
atenção política.
anos iniciais (1° ao 3° ano) da Escola
Entende-se a importância desta
Municipal Doutor João de Souza Lima e
pesquisa de campo, pois é no campo de
Escola Municipal Professora Terezinha
ação que se consegue visualizar melhor as
Sarmento de Oliveira da cidade Frei
atividades concretas, tornando-se ações
Inocêncio, Minas Gerais.
práticas que envolvem o corpo sendo
Atualmente, as instituições atendem o ensino infantil e ensino fundamental I e
possível confirmar a ideia deste trabalho investigativo.
contam com boa estrutura. Os bairros, embora compostos em sua maioria por famílias de baixa renda, apresentam boa
Metodologia A presente pesquisa partiu do
ao 3° ano dos anos iniciais da educação
pressuposto de identificar a influência que
básica e 12 professores, totalizando 42
o futebol exerce no desenvolvimento social
participantes.
da criança no ambiente escolar. Em busca
Para a coleta de dados contamos
de atingir os objetivos traçados, utilizou-se
com a utilização dos seguintes materiais:
da pesquisa de natureza quantitativa e
Canetas
qualitativa.
entrevistado
Como
instrumentos
de
e
um
questionário
participante
da
pesquisa
deveria
estruturado com cinco perguntas fechadas
ocorresse qualquer tipo de influência de
e, posteriormente foi realizado análise dos
outras pessoas. Logo após, os dados foram
dados.
esquematizados e averiguados através da comparação
do da
percentual
sem
que
entre
interpretação
as
escolas da rede pública municipal de Frei
respostas
Inocêncio – MG. A população estudada é
resultados com base no referencial teórico
composta de 30 alunos que cursam do 1°
utilizado no projeto.
Resultados e discussões
e
sozinho,
o
pesquisa, utilizou-se de um questionário
O estudo foi realizado em duas
responder
onde
destes
Conforme demonstrado na revisão
Inicialmente,
será
demonstrado,
bibliográfica, o futebol é um esporte capaz
através de três perguntas direcionadas a
de trazer benefícios diversos para as
professores.
crianças dos anos iniciais do ensino
apresentadas as respostas a duas perguntas
fundamental. Assim, buscou-se fazer uma
direcionadas às crianças estudantes das
pesquisa de campo com vistas a constatar
escolas em estudo.
Posteriormente,
serão
se os professores e alunos dos anos iniciais possuem esta percepção.
Gráfico 1: Contribuição do futebol para o desenvolvimento social das crianças
Fonte: Pesquisa de campo, 2017.
O gráfico acima demonstra que um
fundamental
para
a
socialização
do
total de 12 professores acredita que o
educando. Esta pesquisa reforça a teoria de
futebol contribui significativamente no que
(FREIRE, 2006), ao demonstrar que o
diz respeito ao desenvolvimento social da
futebol na infância está inserido na vida
criança no ambiente escolar. Sendo assim,
social e cultural do educando.
nota-se que a prática do futebol é Gráfico 2: Futebol trabalhado de forma cooperativa e competitiva simultaneamente
Fonte: Pesquisa de campo, 2017.
Nota-se no gráfico2 que mais de 60%
dos
professores
entrevistados
em jogos contribui para a formação de atitudes
sociais:
respeito
mútuo,
disseram ser possível obter inclusão em
solidariedade, cooperação, obediências às
meio à competição. Esta resposta valida a
regras,
teoria de que o “Jogo supõe relação social,
iniciativa pessoal e grupal.(ASSUNÇÃO,
supõe interação. Por isso, a participação
2012, p. 4)
senso
de
responsabilidade,
Gráfico 3 - Valores sociais a partir do futebol
Fonte: Pesquisa de campo, 2017
O gráfico 3 demonstra que 67% dos
uma vez, o que foi defendido pelos autores
professores entrevistados acreditam ser
utilizados na pesquisa teórica.Portanto,
possível conquistar valores sociais através
tanto a revisão da literatura, quanto a
da prática do futebol, confirmando, mais
pesquisa
de
campo
demonstraram
a
importância da prática do futebol para
entrevista realizada com 30 crianças das
crianças.
escolas selecionadas.
Os
próximos
gráficos
demonstrarão os resultados obtidos à
Gráfico 4: Futebol praticado fora da escola
Fonte: Pesquisa de campo, 2017
Nota-se no gráfico 4que 100% dos
praticar o futebol e acabam familiarizando
alunos entrevistados responderam já terem
com o desporto, seja na escola, em casa ou
praticado o futebol fora do ambiente
em outros lugares e isso faz parte do
escolar. Assim, ressalta-se o que (FREIRE,
contexto cultural e das relações sociais.”
2006), disse “as crianças aprendem a Gráfico 5: Gosto pelo futebol
Fonte: Pesquisa de campo, 2017
Evidencia-se no gráfico acima que
inserido na vida social e cultural do
83% dos alunos entrevistados disseram
educando. As crianças aprendem a praticar
gostar de jogar futebol, reforçando o
o futebol e acabam familiarizando com o
quanto
inserido
desporto, seja na escola, em casa ou em
automaticamente na cultura do aluno. Para
outros lugares e isso faz parte do contexto
(FREIRE, 2006), o futebol na infância está
cultural e das relações sociais.
este
esporte
é
Considerações finais Ao final do desenvolvimento desse
tornaram mais sociáveis, passaram a
projeto evidencia-se que a prática do
respeitar melhor as regras, a terem mais
Futebol
o
disciplina, além de passarem ater mais
desenvolvimento social das crianças dos
companheirismo com os demais, aprender
anos iniciais da educação básica no
a administrar as vitórias e derrotas, além de
ambiente escolar. Através da aplicação do
se comportarem melhor.
é
fundamental
para
questionário, de acordo com as respostas
O professor exerce um papel
por parte dos docentes e discentes, ficou
primordial neste processo, pois passa a ser
evidente a importância que a prática do
o mediador e estimulador de todos os
Futebol teve no desenvolvimento social
processos que levam os educandos a
das crianças.
construírem
Notou-se a importante contribuição que o futebol teve nas relações com os demais e com os próprios alunos, onde se
seus
conceitos,
valores,
atitudes e habilidades permitindo o seu crescimento
como
pessoas
e
como
cidadãos, desempenhando uma influência
verdadeiramente significativa.
Abstract It is noticed that there are several factors
school environment? The research is
that influence directly and indirectly in the
intended for teachers and students of the
practice of soccer in the classes of Physical
Doctor João de Souza Lima School and the
Education school for the children. Among
Municipal School Professor Terezinha
them, it can be highlighted the lack of
Sarmento de Oliveira. The study has a
physical and human structure of the school,
qualitative and quantitative character, and
lack of pedagogical materials, factors that
to reach the goal a closed questionnaire
influence the learning process of soccer in
was
the school environment. It is worth noting
directed to the students and teachers. In
that childhood is understood as a period of
this way, it was possible to question
great
football and society.
importance
for
the
integral
used
with
structured
questions,
development of children. In this context, the question is: How does soccer influence the social development of children in the
Keywords: environment.Social children.
Football.School development of
Referências ASSUNÇÃO, Adilene de. Oficinas Pedagógicas: A importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras como recursos na Educação Especial. Natal, set. 2012. Disponível em: http://www.iesprn.com.br. Acesso em: 08/12/2017. CASTANHEIRA, M. A. V. Capital social, sustentabilidade e esporte: elementos para a construção de uma educação em valores a partir do esporte voleibol. 2008.250 f. Dissertação (Mestrado em Organizações e Desenvolvimento) - UNIFAE -Centro Universitário Franciscano. Curitiba. 2008. FREIRE, João Batista.Pedagogia do futebol. 2. ed. – Campinas: Autores Associados, 2006. RINALDI, W. Futebol: Manifestação cultural e ideologização. Revista da Física, UEM, v. 11, n.1, p. 167-172, 2000. SILVA, Diego Ferreira da. A importância da prática do futebol no processo de desenvolvimento social das crianças. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5086/1/CT_COEFI_2015_1_12.pdf Acesso em 8 dez. 2017.
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INCLUSÃO DE ALUNOS COM SURDEZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: O QUE DIZEM OS PROFESSORES Gilmar Miranda Damasceno¹ Rafael Pimentel Soyer¹ Maria Helena Campos Pereira² Mauricio Barcelos de Barros Cruz² Danielle de Oliveira Dantas²
Resumo A educação inclusiva é um processo social e cultural que vem crescendo em todo o mundo e alveja concepções e entendimentos sobre a educação e o papel da escola nos tempos de hoje. Este estudo objetivou analisar o ponto de vista dos profissionais de educação física nas escolas públicas e privadas de Governador Valadares, Minas Gerais em relação a inclusão dos alunos com surdez nas aulas educação física escolar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva e analítica, realizada em dez escolas públicas do município. Participaram da entrevista 30professoresda rede pública e privada. Os resultados apontam que uma das principais barreiras no processo de inclusão nas aulas de educação física, é a barreira da comunicação. Bem como, diversos autores apontam que a Língua Brasileira de sinais e a formação continuada de professores podem ser fatores que contribuem no processo de inclusão. Palavras chave: Inclusão; Surdos; Educação Física; Comunicação; Libras.
¹Acadêmicos em Educação Física Licenciatura da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: gilmarmirandafisical@gmail.com, rafaelsoyer1@hotmail.com ²Doutora Honoris Causa em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação pelo ISPEJV – Havana. Cuba. Professora de projetos de pesquisa em Educação Física da Faculdade Antônio Carlos de Governador Valadares. E-mail: maria-helenacampos@hotmail.com. ²Especialista em Educação Física Escolar. Professora de Ginástica de Academia, Natação, Hidroginástica da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autora. E-mail: jennipsoyer@gmail.com ² Especialista em Futsal. Professora de Introdução à Educação Física da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares e Co- autora. E-mail:
Introdução Nos últimos anos, percebe-se que
após a declaração de Salamanca de 1994
há um aumento significativo de ações,
(BRASIL,
1994).
O
pesquisas e discussões no sentido de
direcionamentos
compreender o processo de inclusão
teóricos,
escolar no ensino regular, em especial
filosóficas e até mesmo políticas no que
incluem
pedagógicos
foco
dos
assuntos concepções
tange a abordagem da inclusão no
Libras como meio legal de comunicação e
contexto
educacional
pelas
expressão, garantindo a inclusão da
diretrizes
apresentadas
declaração
disciplina de Líbras no currículo de
balizados na
(BRASIL, 1994).
formação de professores em todo Brasil.
Com o avanço dessas concepções,
Nessa perspectiva compreende-se
surge a necessidade de professores, em
a importância das aulas de educação
especial ora abordado, de Educação física,
físicas inclusivas, incorporando alunos
serem requisitados a atender às diversas
com
necessidades
legalmente constituídos.
sociais,
dentre
elas
a
inclusão de alunos Surdos no contexto das
surdez,
Baseado
garantindo
nesse
entendimento,
aulas (SEABRA JÚNIOR; MANZINI,
(GREGUOL
2008).
deficiência auditiva permanente (Surdez) Com a implementação da política
não
2010)
direitos
interfere
adverte
que
diretamente
a
no
Nacional de Necessidades Educativas
desenvolvimento global do indivíduo,
Especiais, na perspectiva da educação
embora, a perda da audição poderá
inclusiva (BRASIL,1994), o acesso ao
acarretar grandes perdas associadas caso o
ensino
indivíduos não receba estímulos nas aulas
e
formas
pedagógicas
que
garantem o aprendizado do aluno, se concretiza e conduzem os professores a
de Educação física. Para que este trabalho tenha maior
uma visão ampla e didática de ensinar
significado
para
concepções de (SACHR 1939, p.37), no
alunos
com
algum
tipo
de
deficiência, surgindo-se novos desafios. Muitos
desses
busca-se
as
que tange a criança surda, onde ele relata na
que ao presenciar o surgimento de uma
Educação e inclusão de alunos surdos no
escola de surdo a sociedade começou a
contexto
ver os surdos como pessoas comuns
escolar,
comunicação.
é
desafios
teórico,
a
Atualmente
barreira a
da
Língua
capazes de trabalhar igual aos não surdos.
brasileira de Sinais (LIBRAS) é a primeira
Como também, Chomsky (1991, p.
língua de alfabetização de um aluno surdo
16) com a fala de que a metodologia de
sendo o português a língua secundária.
ensino foi criada seguinte ao pressuposto
Nessa perspectivas, os professores
do oralismo, no entanto, no Brasil no
necessitam se capacitarem para atender
centro de reabilitação ligado a esta
alunos que demandem com surdez, nesse
metodologia usam a língua de sinal, para
sentido, a lei A Lei nº 10.436/02
que as aulas passam a ter sentidos e
reconhece a Língua Brasileira de Sinais –
significados para o aluno surdo. Nessa
perspectiva,
a
política
nacional
de
estudá-los, atualizando para novas formas
educação garante ao aluno surdo, o
e métodos de ensino para a inclusão de
acompanhamento de um interprete, que
alunos com surdez nas aulas de educação
fará a ligação didática entre o que o
física.
professor ensina e a forma traduzida para o discente.
Portanto, este tema foi escolhido com a finalidade de analisar o ponto de
E ainda, (BAKHTIN 1990, p. 38),
vista dos profissionais de educação física
ao relatar que todos os estudos em relação
nas escolas públicas e privadas de
aos surdos foram discutidos e pensados
Governador Valadares, Minas Gerais em
para chegar nos dias de hoje e por isto
relação a inclusão dos alunos com surdez
devem ser seguidos, mas nunca deixar de
nas aulas educação física escolar.
Alunos surdos no âmbito escolar A inclusão escolar, até
Nesse contexto, analisar sobre a
meados da década de 90 não era um
educação de surdos no Brasil requer
assunto muito recorrente em estudos e
transpor as propostas educacionais, pois
amplamente
os que são diferentes, no sentido de não
discutidos
no
ambiente
escolar, gerando diversas controversas e
estarem
atitudes
tema
socialmente, não são identificados como
inclusão se envereda em campos de
um fenômeno do meio sociocultural,
batalhas onde a defesa pela inclusão se
sendo limitados à sua diferença (VILELA-
sustenta em campos teóricos, mas pouco
RIBEIRO; BENITE; VILELA, 2013).
práticos
descontextualizadas.
no
chão
da
O
escola
(CAVALCANTE, 2011).
no
Nesse
padrão
sentido
determinado
é
importante
compreender, que além de ser um direito
A educação inclusiva parte do
legal, é moral garantir uma educação
princípio de que a escola comum é o lugar
igualitária a alunos surdos, conferindo
(de direito) de todos. As pessoas devem se
todos os recursos possíveis no processo de
desenvolver e aprender juntas, sendo que
contribuição
cada umadelas devem ser atendidas pelas
bilíngue quando couber.
suas necessidades educacionais especiais. Na
Política
Nacional
de
Educação
da
educação,
seja
ela
A inclusão de alunos surdos no contexto
escolar
é
contudo
uma
realidade
ainda
não
Especial na Perspectiva da Educação
contundente,
se
Inclusiva, isso fica muito claro também no
concretizaram meios eficientes para a
que diz respeito à surdez (BRASIL, 1994)
garantia dessa inclusão no meio escolar,
pois de acordo com (DORZIAT 2004),
observar que nas escolas inclusivas, o que
(APUD SILVA 2009) Considera que a
de acordo com a política nacional de
inclusão
educação são todas as escolas públicas,
social
objetivando
sua
de
pessoas
surdas,
participação
social
alguns
desses
critérios
não
são
efetiva, depende de uma organização das
inteiramente seguidos, tais como:tendem a
escolas considerando três critérios: a
não existir interação por meio da língua
interação por meio da língua de sinais, a
brasileira de sinais, pois professores e
valorização de conteúdos escolares e a
alunos ouvintes não são fluentes em
relação conteúdo-cultura surda (s/p)
LIBRAS, nesse sentido a aprendizagem é
Percebe-se que a inclusão escolar
prejudicada e a cultura surda não é
se configura como um dos meios para se
valorizada, prevalecendo nestas escolas à
alcançar
cultura das pessoas ouvintes.
a
inclusão
social.
Pode-se
Surdos na educação física escolar A inclusão dos alunos surdos à educação física é um ponto muito delicado
educação física seja mais divertida e prazerosa.
a ser tratado, pois começa a haver em
A disciplina Educação Física como
alguns momentos um conflito entre os
parte constituinte da grade curricular das
surdos e os não surdos, eis que surgem
escolas não poderia ausentar-se desse
algumas
processo
indagações,
até
onde
você
de
inclusão
educacional.
professor está incluindo um aluno surdo e
Destarte, em consenso com Rodrigues
até onde você como professor esta
(2003) reforça a ideia de que o professor
excluindo o aluno não surdo?É preciso
de
que o professor compreenda todos os
fundamental para que a inclusão se torne
processos de inclusão na perspectiva do
efetiva, por ser operacionalizado de
ensino global e integral de todos os
saberes e competências que auxiliam para
alunos, sem que haja exclusões ou
o desenvolvimento integral, saúde e
preferências
qualidade de vida dos alunos, além do
Mas,
independentemente
deste
Educação
Física
tem
papel
acesso destes à diversidade.
problema é possível que o professor crie
O professor de Educação
atividades que incluam a todos de maneira
Física, por meio de sua prática pedagógica
divertida,
envolvida
utilizando
pedagógica adaptações
e para
didática, jogos
com
o
desenvolvimento
e
psicossocial, colabora eminentemente no
brincadeiras, fazendo com que a aula de
âmbito da educação inclusiva, utilizando-
se de novas propostas e abordagens
proporcionar aos alunos vivencias que
teórico-metodológicas, que fomentam a
propiciem a cooperação, a sociabilidade,
criatividade, a expressão corporal, a
bem como o seu desenvolvimento psico-
liberdade de movimentos, a ludicidade,
motor (ZUCCHETI, 2011).
enfim, executam atividades capazes de
Língua Brasileira de Sinais (Libras) na escola O ensino de Língua Brasileira de
todos os seus aspectos a compreensão da
Sinais, é reconhecido como um importante
formação para a expressão e comunicação.
marco no desenvolvimento da construção
É um lugar rico de aprendizagem, de
identitária
diferenças
da
cultura
empoderamento
surda
cultural
e
no
(SILVEIRA,
s/d).
conhecimento,
e
de
permutas
precisando,
de
portanto,
abranger a todos sem distinção, a fim de Rego (1994), em
estudos
de
Vygotsky, mostra que o mesmo enfatiza
não promover fracassos, discriminações e exclusões (SANTOS, s/d)
que a linguagem é de extrema importância
Na educação das crianças surdas, a
no desenvolvimento da criança. Ele vê a
primeira língua deve ser a língua de sinais,
linguagem como imprescindível para o
pois possibilita a comunicação inicial na
desenvolvimento humano, pois traz em si
escola e a língua portuguesa escrita
todos os conceitos elaborados pela cultura
deveria ser ensinada aos surdos como
humana.
segunda língua (GODOI, 2013).
Através dos estudos de Vygotsky pode-se relações
perceber sociais
a
importância
Segundo
(QUADROS
das
2006), dessa forma, a escola deveria
e linguísticas no
apresentar meios distintos voltadas às
desenvolvimento da criança.A língua é um
necessidades linguísticas dos
dos
de
promovendo recursos que permitam a
desenvolvimento dos processos cognitivos
aquisição e o desenvolvimento da língua
do ser humano e, evidentemente do seu
de sinais como primeira língua.
principais
instrumentos
surdos,
pensamento nesse sentido, compreender
O que se percebe é que o
que o ensino na escola perpassa o direito
tempo de aprendizagem das crianças
do aluno surdo de ser instruído em sua
surdas e o seu desempenho acadêmico e
primeira língua, ou seja em Libras.
profissional, não se trata de um fator
No contexto da escola é muito
limítrofe no processo de aprendizagem e
importante na formação dos sujeitos em
sim, de uma característica ocasionada
pelas implicações maximizadas pelos
de cidadãos garantir que não haja essa
bloqueios de comunicação devido à
perda quando se trata de alunos surdos no
aquisição tardia da língua de sinais
contexto escolar, garantindo de forma
(SIMPLICIO, 2009).
legal, por meio de intérpretes e métodos
Nesse contexto, é papel da escola
didáticos condizentes.
enquanto instituição pública e formadora
Metodologia Trata-se
pesquisa
Nesse sentido, a partir da análise
qualitativa, do tipo descritivo-exploratória
dos conteúdos manifestos, emergiram 6
e
(MINAYO;
pontos analisados: experiência de trabalho
DESLANDES E GOMES 2012). De
com o público surdo; possibilidades de
acordo com Gil (2008), “as pesquisas
inclusão dos alunos surdos sem a exclusão
descritivas possuem como objetivo a
dos alunos ouvintes; indagação se a
descrição das características de uma
inclusão da Língua de Sinais na educação
população,
uma
infantil facilitaria o trabalho de inclusão;
experiência”. Já a pesquisa exploratória
analise da dificuldade da inclusão de
“por ser um tipo de pesquisa muito
surdos
específica, quase sempre ela assume a
participação dos ouvintes nas atividades
forma de um estudo de caso” (GIL, 2008).
voltadas
analítica
de
uma
conforme
fenômeno
ou
de
Foi realizada em dez escolas
nas
aos
aulas;
percepção
alunos
surdos
da
e
o
apontamento das maiores dificuldades
privadas e públicas, cinco estaduais, duas
encontradas
municipais
e
Educação Física em se trabalhar com
município
de
três
particulares,
Governador
do
Valadares,
pelos
Profissionais
de
alunos surdos.
Minas Gerais, que recebem à população
Foi relatado pela maioria dos
de pessoas com surdez no contexto
professores que a comunicação com os
regular.
alunos com surdez era de fato o maior
Os
dados
foram
organizados,
tratados, e analisados à luz da técnica de
desafio da inclusão dos alunos nas aulas de educação física escolar.
análise de conteúdo, sendo selecionadas respostas
em
entrevistados,
comum em
entre
seguida
os houve
codificação das unidades de registro.
Segundo (FERRARI, TRUJILLO APUD
ZANELLA,
HERMES
2009)
LIANE “não
CARLY
obstante
a
finalidade prática da pesquisa, ela pode
contribuir teoricamente com novos fatos
prévio de questionamentos, tendo como
para o planejamento de novaspesquisas ou
propósito possibilitar aos pesquisadores a
mesmo para compreensão teórica de
coleta de todas as informações desejadas.
certos setores do conhecimento”.
O questionário foi respondido
Nas dez instituições de educação básica,
foram
30
escolas visitadas. Cada entrevista teve
Física,
duração de aproximadamente 30 minutos
constituindo assim a população desse
e o período de realização da pesquisa foi
estudo.
entre setembro e dezembro de 2017.
Profissionais
entrevistados
pelos profissionais de educação física das
de
Educação
Participaram
da
pesquisa
30profissionais de educação física, e foram
determinados,
a
partir
Os dados oriundos das
da
entrevistas foram organizados, tratados e
verificação de repetição dos dados nas
analisados a luz da Técnica de análise de
entrevistas, ou seja, com base nas
conteúdo,
informações em que os resultados de
proposta
formatos mais coesos e consistentes
obedecendo aos seguintes passos: 1ª fase:
demonstraram informações repetitivas e
pré-análise;
redundantes (FONTANELLA; RICAS;
material e 3ª fase: tratamento dos dados,
TURATO, 2008).
inferência e interpretação.
uma por
temática (BARDIN,
2ª
fase:
categorial, 2011),
exploração
e
do
Para análise dos dados definiu-se
Inicialmente realizou-se a análise
pela entrevista semiestruturada, a partir
dos dados constituído das respostas dos 30
das indagações norteadoras relacionadas
entrevistados,
diretamente com o instrumento desse
selecionadas
estudo. Segundo (MANZINI, 2003) a
comum
entrevista semiestruturada é um meio
transformados os dados em porcentagens.
em as
entre
seguida,
respostas os
foram
dadas
em
profissionais
e
eficiente de averiguar dados junto aos entrevistados por meio de um roteiro
Resultados e discussão O
campo
caracterizado questionário
de
pela
pesquisa
está
relação a inclusão de alunos surdos nas
aplicação
de
aulas de educação física em dez escolas
30
públicas
semiestruturado
a
profissionais, com seis perguntas em
Valadares.
e
privadas
de
Governador
Tabela 1: Perguntas diretas semiestruturadas
PERGUNTAS
SIM
Já trabalhou com alunos surdos?
NÃO
ASV*
43%
57%
-
É possível fazer a inclusão de alunos surdos nas aulas de educação física sem fazer 87%
3%
10%
-
7%
66%
-
a exclusão dos não surdos? A inclusão do ensino de libras desde a educação infantil facilitaria o 93% desenvolvimento das aulas? Tem dificuldade de incluir os alunos surdos nas aulas?
34%
* As vezes
Tabela 2 – Perguntas discursivas PERGUNTAS
RESPOSTAS
Quais eram as principais dificuldades encontradas para seDificuldade de comunicação com os alunos surdos trabalhar com alunos surdos?
com cerca de 60% Falta de capacitação para atuar com este público com 16%. Falta de matérias adaptados e a falta de políticas públicas com 7% cada. Não tenho dificuldade nenhuma em trabalhar com alunos surdos – 10%
Quais as estratégias utilizadas?
50% apoio do interpretes quando possuem 50% recursos pedagógicos e capacitação
Após análise dos dados percebe-se
língua dos surdos, sendo essencial para o
que a dificuldade de comunicação com os
seu crescimento em todas as áreas
alunos surdos, como uma das principais
(sociolinguística, educacional, cultural,
barreiras encontradas na inclusão dos
entre outras).
alunos surdos.A Língua de Sinais é a
Investigadores da área da surdez
DIZEU & CAPORALLI (2005), “as
(GÓES, 2002; LACERDA, ALBRES, &
escolas
DRAGO, 2013; LODI, 2013; SKLIAR,
pautado na Libras e nas implicações dela
1997; SLOMSKI, 2010), cientes da
para a aprendizagem”. Essa língua traz
imprescindibilidade da Língua de Sinais,
impactos para o modo de constituição do
apontam os confrontos vivenciados pelos
surdo
surdos nos episódios de inclusão escolar,
referentes à cultura surda.
dados os fatores intrínsecos à forma peculiar
de
comunicação
e
de
compreensão do mundo.
devem
e
diz
assegurar
respeito,
o
aos
trabalho
aspectos
A inclusão, a qualquer custo, negligencia
questões
fundamentais
referentes à cultura, linguagem, dinâmicas
Eles advertem que a surdez traz
(entre outros aspectos) de comunidades
implicações inerentes à construção da sua
minoritárias
identidade, pois dos surdos não bilíngues.
processo
Nesse
LACERDA, 2000). Nesse sentido, as
sentido,
uma
das
maiores
dificuldades
diante
professores
uma
escola
pensada
e
enaltecidas
no
(GÓES
&
educacional
dificuldades impostas a esse alunado, de
pouco
apresentadas nos
pelos
questionários,
são
programada para os ouvintes, diz respeito
evidenciados por diversos estudos, quando
a
se apontam a língua da comunicação
sua
escolaridade.
Enfim,
como
aprender?
como fator principal para o ensino e
Para (SANTANA E BERGAMO,
inclusão nas aulas de forma geral.
2005), “a Língua de Sinais é o motivo que
O percurso entre a oficialização de
distingue o indivíduo surdo do ouvinte,
Libras, “como instrumento próprio de
aparecendo como parte central para o seu
linguagem e identidade de pessoas surdas,
crescimento”.Entretanto,
e
essa
mesma
a
implementação
obrigatória
na
língua se constitui, contraditoriamente,
formação de professores, estimulou fortes
como fator de discriminação do surdo na
debates sobre a possibilidade da criação
sociedade majoritária. Desse modo, “não
de cursos superiores voltados para esse
raras vezes, o surdo vivencia situações de
público”. (FRANCO, 2009) considera que
fracasso dentro da escola, resultante das
a
relações estabelecidas com a maioria
reconhecimento
ouvinte e dos embates desdobrados das
linguística e são fundamentais para a
questões linguísticas” (LACERDA, 2006).
discussão de Libras no cotidiano dos
Por isso, afirmam os pesquisadores
ambientes escolares. Confrontando com
(RIBEIRO (2013) e SILVA (2014) APUD
Lei
essas
e
o
Decreto
afirmações,
dessa
os
promovem
o
modalidade
resultados
da
pesquisa, foram de encontro com os
para com as diversas deficiências, dentre
argumentos embasados pelos autores,
elas
quando consideram que além da barreira
convivência de professores, alimentam a
da linguagem, a cultura bilíngue para
capacidade de uma formação continuada
alunos surdos, se caracterizam como um
com intuito de poder fornecer subsídio
fator limítrofe na inclusão nas aulas de
para o ensino de educação física para
educação
no
alunos surdos. É necessário compreender
componente que evidencia a linguagem
que a formação acadêmica devera suprir
corporal como expressão.
sua
física,
principalmente
a
ressaltada
necessidade
nesse
de
estudo.
formação
A
de
Porém a educação especial na
professores nos cursos de licenciatura,
perspectiva da educação inclusiva, se
preparando e capacitando os professores
consolidou como um marco e avanço para
formados.
a aproximação de professores e alunos
Considerações finais Através
dos
resultados
desta
pesquisa evidenciou-se que a inclusão,
as demais que constituem a grade curricular do curso de formação.
que tem sido um enredo discursivo em todo
o
mundo,
está
dando
passos
Deve-se conhecimentos
considerar do
que
professor
os serão
limitados no contexto da escola regular,
ampliados mediante a sua atuação no dia-
porém existe a necessidade de fortalecer o
a-dia do espaço escolar, desta forma as
ambiente educacional para que atenda às
experiências vivenciadas neste contexto
necessidades dos seus educandos, de
social
maneira menos tímida.
pedagógicos necessários para uma prática
No entanto, há necessidade de que a
formação
superior
disponibilize
condições mínimas para que o professor adquira
o
conhecimento
sobre
é
que
lhes
dará
subsídios
cada dia mais diferenciado e atento para os desafios encontrados no cotidiano da escola.
as
Para a inclusão de crianças surdas
possibilidades da inclusão dos surdos nas
no ensino regular desde a educação
suas aulas. Este conhecimento deve partir
infantil ao ensino superior há de se contar
não só por meio de disciplinas específicas,
com profissionais preparados para o
mas sendo abordada a temática em todas
trabalho teórico e prática docente, que entendam a real importância do processo
comunicativo e inclusivo ao qual a
é respeitada sua Língua materna, como de
educação
dos
reconhecimento
surdos e
exige.
O
qualquer pessoa que não domine a língua
conhecimento
da
de outro país, mas podem expressar-se
Língua Brasileira de Sinais efetivam a
livremente
educação dos alunos surdos, uma vez que
direitos.
Abstract Inclusive education is a social and cultural process that is growing worldwide and targets conceptions and understandings about an education and the role of school in today's times. This study objective is the objective of the governing the executive activities in the particular schools and freedes of Governador Valadares, Minas Gerais in relation in the inclusion of students with deafness in the students education school physics. It is a qualitative research, of descriptive and analytical type, carried out in ten public schools of the
quando
respeitados
seus
municipality. The interview was attended by 30 teachers from the public and private network. The results point out that it is a barrier process in physical education classes, it is a barrier of communication. Teacher training and continuing teacher education can be a factor that favors the inclusion process. Keyword: Inclusion; Deaf people; PE; Communication; Pounds
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