d e m o r 么
d e m o r 么 p a u l o k a u i m
©2008 revisão geraldo lima Foto da capa workprogress de fernando carpaneda cedida getilmente capa, projeto gráfico e realização masanori ohashy
dados de catalogação da publicação editora
para
maria américa, joão gabriel teixeira,
joselita rodovalho,
wagner alves do nascimento
( chamas bailarinas da revolução )
severino manoel soares e juciara costa oliveira
( in memoriam )
DE
galáxias: haroldo de campos
M O
o mundo não é chato: caetano veloso reflexões (não) contemporâneas: bernard stiegler
RÔ
o atual sempre: joselita rodovalho
1 a pulso
sobre a pele do papel queria que o poema remirar nem jogar o início na casa de arrabal poesia meu pai defeito poeta escaneia mini rap agalopado para chico science
2 entre os dentes de uma bacante joão sem plumas o nome do galo dois o x da questão ao homem que nunca saiu da asa norte mônica fé ser rio vilma figueiredo olhos de ressaca o boca escola industrial de taguatinga antígona céu em que grécia tudo errado édipo vai ao shopping 1984 quero ser as latrinas século XXI lendo gabriel beckmann zé edson
3 africânticos caravalha roda do samba la can asas do deleuze samba duchamp pára-raio três jias saltando tanque toda dor virou vinil nomes de nômades cará de orobó célia porto recôncavo
4 parente do tempo zé regino e pedro gabriel parente do tempo esse amor fica mais e mais e mais amor não é buraco ele naufrágio entre tantas patologias hotel
5 bonsai caiu em pé brilho da lua chá verde moro longe cidade pequena lua no lago cai e sangra comer sushi semana santa fim de férias lesmas não vão
6 rodagem biu aqui 1983 ronaldo revolussom de bus em bus adsl bia medeiros AI5 todo mundo brasil 500 o brasil é errado desse jeito o brasil a felicidade brasileira brancos ser poeta no brasil sem terra essa pia de periferia de tanto não no topo quilombo agora mãe geração 80 eu & pezão casaco blindado musa surda 12 coisas me tiram do chão
7 sem nonato o mundo é palha
8 grafite totem tatu magrace simão que minha poesia ellen oléria parangolé recapitulo hálito de manhattan 3 anos sem ir ao cinema o som lá vai bashô nada hiv merda seu existir fez cena 1 para leandro braga cena 2 para leandro braga beethoven ar bang bang ela bsb sbs sua barba tarde tádzio tem dois dias fora escreversobre
DE
‘ E ‘
o povo é o inventalínguas na malícia da mestria no matreiro da maravilha
M
‘
‘
o futuro já chegou, já passou e o brasil ficou aqui
O
‘
‘ a arte só existe se ela afeta
RÔ
‘ Ô ‘
conforme já havia previsto schopenhauer, o estado de consciência é um produto tardio (um subproduto), e é somente a atenção despendida para o fluxo permanente da subjetividade humana que terá a chance de ver surgir um mundo como representação renovável
1 a pulso
sobre a pele do papel
nem um dia sem uma linha todo dia suar sobre a pele do papel prosa ou poesia afiar a rosa lixar o dia
I queria que o poema saísse porque pedia II mas quem implora por poesia é papiro quem necessita de poesia é olho crânio ouvido III ao meio-dia a pino no meio da página o poema sai a pulso
o poema ĂŠ como um telhado
exato
ĂĄgua nĂŁo entra dentro mas augusto dos anjos tem uma telha fora do lugar ( pra remirar urubus )
poesia não é música poesia não é pintura poesia não é vídeo-arte
não é porra nenhuma
nem filosofia
nem política
nem psicanálise
não é nuvem
não é neve
não é nada
nem psia
nem psiquê
o início da feitura do poema eterno retorno da paúra esse desejar indizível no papel de pão ou na brancura da tela
a poesia: hemorragia o poema: nuvem de plástico lua de urucum
vício ínvio
na casa de arrabal p/ gabriel
lutava para conseguir te botar dentro da página lutava com a palavra que é maior do que essa brancura e se lutava e se com faca defendia não só por seu corpo que é grande não só por sua alma que é maior que a brancura da página queria antes de entrar no branco retirar todo branco que sobrar pra quando na sua baiana bunda apenas um branco rosado entrar
poesia pinga em mim
uĂsque em finnegans
meu pai é meu poe rimbaudelairezrapoundonnepitalurgregório meu mário de sá-carneiro meu mário de andrade meu mário faustino gabrielbecruzesousândradécio meu pai é meu mallarminskilkerry meu maiakóvskikaq haroldoaugustodosanjosdecamposwaldrummond é bandeira quintana ferreira é cabral cassiano caixeta ele é minha muna ele é minha pagu meu pai é meu paes meu pai é seu severino seu biu
filósofos erigem imanências crianças falam o que pensam poetas falham desejam o defeito no poema
poeta escaneia nuvem,
come crase,
engole bala, marca touca, cospe crepĂşsculo,
nina cigarra e arranha cĂŠu
mini rap agalopado para chico science este poema foi escrito pra ser falado não pra página ou parede e sim pra tímpano e martelo o poema falado é pistola no ouvido grito saído do papiro
2 entre os dentes de uma bacante
joão sem plumas a língua de joão não é de cão da arcádia a língua de joão é espessa ( de cadela pernambucana ) ele é o embaixador da palavra pregada na página aprendo com joão a ser oceano e sertão não há plumas em cabral há lama e urina ele é o rio miró de caruaru é severino e sevilha joão rosa da zona da mata
o nome do galo era cabral sem fios de sol ( ou cordel ) para tecer a manhĂŁ resolvemos comĂŞ-lo a palo seco
dois físicos dois químicos dois antropólogos dois sociólogos dois geógrafos dois filósofos dois cientistas um flamenguista
dois meninos dois rios duas luas duas piabas de ouro um boi um cavalo marinho seu teodoro mestre salustiano
o x da quest達o
mestre zezito x man do rir
ao homem que nunca saiu da asa norte
um dia ser gabriel beckmann furar a asa de bike amolar sua melopĂŠia dechavar sua nĂŁo sintaxe fazer da palavra um bĂşzio cantar a ode barroco-futurista pros lumpens do conic
mônica
ela ladainha liquidificador laranja terra de brasília tudo isso ela: trilhos de pêlos de raposa índia de plumagem punk tudo isso eu diria esse poema cabe mais ela é tão cega esquila branca pelo nilo pelo tapete da sala água do mediterrâneo água do godard nua terra do saara se ela soubesse iorubá iaô oriki din din da praça do d.i. ela cabelo luar tudo falo ela ela ela espirra baleia poesia pelo atlas virgulina
fé tem américa reza até pela tv
ser rio ser mar lua barroca barco flauta tudo flutua ao ouvir sĂŠrgio barrenechea
vilma figueiredo
rosa vermelha do campus tulipa amarela em manhattan bromélia em moscou nublada vitóriarégia do leblon tantas pétalas esta menina tantas arestas esta cientista
1 olhos de ressaca de capitu 2 não de uísque vodca conhaque 3 ressaca de oceanos índicos atlânticos pacíficos
quando o mundo era barroco o brasil era s贸 oca greg贸rio de matos o boca
escola industrial de taguatinga
aqui entre estantes e ereções góticas na biblioteca lia o barroco gregório de matos guerra ( fora da escola ) no inferno da praça do relógio entre pernas pagas boca em grandes lábios d eit ase
ant铆gona
s贸 eu
minha vida
sem corifeu
cÊu filtra o som deste pranto aponta uma nuvem albina amor teceme desta ma drug ada com o coração entre os dentes de uma bacante
em que grécia pernambucana nasceu nelson rodrigues? aliança? carpina? macaparana? em que grécia suburbana nasceu nelson rodrigues? méier? cascadura? nilópolis? ( em que pólis? )
tudo errado futuro arcaico ĂŠdipo invertido mama mamilo de laio
1.
édipo vai ao shopping com rapa de pó no cartão de crédito
2.
dentro da loja é algemado não por jocasta na papuda fuma um numa rebelião ele mata laio e escapole
3.
de olhos arrancados atirase no paranoá
1984
hoje acordei mais vivo como uma pedra que de manhã molha seus pés na água
hoje foi o sol quem acordou mais tarde feito um poeta do século passado com as faces rosadas de tanto gim
o dia seráfausto se sobrar tempo escreverei um poema falando de obsessão perversão e blasfêmias
nem bi nem homo nem hetero
quero ser bis homero heterodoxo
as latrinas do colégio marista em um poema de cabral ( no recife ) e as latrinas de um convento em um filme do almodóvar ( na espanha ) as duas sem poesia porém com excrementos idênticos
século XXI lendo gabriel beckmann
o pulo do puto numa pica falopáica o caralho cíclope mira o buraco e diz: encontro do tigres com eufrates num minimonólogo o cu fala: nilo rola de faraó me fura
zé edson pele de leopardo a roupa do rapsodo ao dorso de lira pela L2 pela lexington pela palafita tristesourinha hermes exu de macapá de manhattan de macaparana junkie sem vapor sem beque sem papelote ginsberg uiva renato urra donne pita arauto torto da norte michê mitsubishe conic-me sou zé edson em logopéia sobre a plataforma da rodoviária do plano piloto crepes camburões o poeta diante das varizes do papel diante do inabitável vazio pós-humano ela: asa norte dia cabral noite duchamp eu: zé edson poeta-antena de um tempo tracajá
3 afric창nticos
caravalha
a ira a usura branca não sabiam que dos podres porões das escravavelas sairia o samba o vento no lenço no pescoço na lapa
cartola
rosa que fala noel
roda do samba
praรงa 11
quadrado do quadril da mulata
la can to sam ba
asas do deleuze dias de nietzsche em turim s贸 o samba bressana-me
samba duchamp dan莽a semioiticica nu descendo escadas pela favela mangueira mondriand beira mar 么 beira mar nossa mirada alto do morro malevich fumar beckmann cheirar kaq quero poesira quero parongolondres brazl芒ndia copacabana galenuvens fixas por anz贸is
samba: pรกra-raio do morro
os cachorros das cachorras os cabelos da menina o mirar de lampião a estrela matutina vivaugusto haroldo décio três trombetas da poesia três jias saltando tanque três luas furando o dia meu coco é hip hop é kaq com chico science língua fogo portuguesa língua povo brasileira
onda do rap porão de navio toda dor virou vinil meu microfone pipa favela rima navalha barraco oiticica bach tu cada hip hop eu soul só sol lua sabotage ninar a terra ferréz sérgio vaz anderson vigário bom sangue geral desejo sim em expansão viela japão raffa no bronx aninha em são sebastião minhas amídalas imploram paz bis tô de rolê na quebrada desquebro o poema
nomes de nômades
corisco, volta seca, jararaca, ezequiel candeeiro, bezouro, labareda, sabonete, arvoredo, quina-quina, catingueiro, lamparina, cajarana, limoeiro, zambelê, dadá
mabuse, fred 04, garnizé, dengue, bactéria, chico science, otto, pupilo, dolores, jorge du peixe, apolo 9, bola 8, buguinha, renato L, xico sá, cátia de frança sérgio vaz, japão, sj, ferréz , wty, x, gog, rogerinho, bob, dj raffa, dário, dugheto, jairo, zezé, fuzzil, sacolinha, jamaika, buzo, nego chic, negro rauls, re.fem
zurêia, galego, finelo, nonato dente de ouro, bolão, kauim, zé carlos, cascão, bolinha, paulo neguim, delegado, bolacha, ronaldo, bidila, cabeça, cafagérsom, pezão, jorrildo, dona dulce
esse forró é pra come morar como é bom o cará de orobó
célia porto
não é qualquer canto que ela cantarola não é qualquer cantar nem qualquer cantilena que ela canta seus tons nos entontece parece uma loba guará
recôncavo para rubi
quando canto desenhos se movimentam pelas paredes internas da minha garganta tenho um oceano que te aguarda quando canto tenho um tapete amarelo e um canto aqui dentro que te aguarda há um navio no porto que nos aguarda quando canto há um anjo no teto que bate as asas de cartolina quando canto quando canto meu canto corta tanto que choro por dentro
4 parente do tempo
zĂŠ regino e pedro gabriel
I escrevo quando amo dizendo que quando amo escrevo II quando escrevo dizendo que quando escrevo amo III inscrevo quando o amar se descreve
amor: parente do tempo eterno
esse amor é assim chuva na tarde salmão lua me seca sua boca barroca bagdá roubada seu braço meu metrô eu corro eu danço sou de ferro e filosofia quatro e quarenta da manhã você no sábado você no alto amor é assim sem hemisfério mas eu quero namorar você terra em transe idade da terra silêncio no céu beijos na babilônia
fica mais e mais e mais em mil lĂnguas em mim
amor não é buraco é cratera de abraços fogo e gelo rubi e mano brown na mesma estação de rádio
ele cĂŠume ele solme ele nemme
naufrágio
apenas um cavalo cego poderia tentar me ajudar sinto volúpia com a chuva e vou pra dentro da tempestade sei que um relâmpago não sente piedade de ninguém você não ousa nem tem destreza para se aproximar do século XXX eu uivo durante o crepúsculo incessantemente pela sua inocência numa cabine sem classe eu uivo durante o crepúsculo quando você diz que não haverá nunca mais uma mão
entre tantas patologias contaminado sou pelo amor amor é doença e cura mordida e antídoto amor fura olhos beija pupilas amor é só é troca sem troco epiderme do ódio ir ao trabalho sem amor é suicídio beijar na boca sem amor é abismo sexo sem amor é só sexo só sexo é mais só amor contamina sem cegar amor entra no sangue sem coagular amor desentope
é samba que o morro todo decorou amor não aceita cheque amor é à vista amor é caro amor nos deixa descabelados quando chega atrasado quando não manda imeio quando celular se cala tudo isto também é amor e dói amor não é buraco é cratera de abraços amor não é porra nem cu nem pau nem buceta amor é concreto é tato nuca queixo narina boca clavícula endorfina alma a alma não tem nada de invisível assim como o amor amor é onda maré baixa maré alta
hotel duas estrelas
meu amor e eu
5 bonsai
caiu em pé sem pára-quedas pétala do ipê
brilho da lua na pele da รกgua da lagoa
chå verde na geladeira ele na ceilândia
moro longe morro longe chรก pro monge
cidade pequena trĂŞs quebra-molas pra gente olhar pra ela
lua no lago sala do chat cheia sem bash么
cai e sangra sem mĂĄgoa no asfalto a amĂŞndoa
comer sushi sem
vocĂŞ
dia
vazio
semana santa sem vocĂŞ um inferno
fim de fĂŠrias lĂĄgrima no olho da palmeira
lesmas n達o v達o ao shopping na primavera
6 rodagem
biu
meu pai em pernambucana prosĂłdia entre calos entre canas repete : a melhor religiĂŁo ĂŠ o outro
aqui ninguém morre de morrer é tudo morte matada ou no trânsito ou na periferia ou na reforma agrária
1983
o homem em mim começa não pela cabeça não pela conta bancária o homem em mim começa pela bala começa pelo comício o homem em mim se dispara
ronaldo
o mundo mano não é negro nem cheyenne não é japa nem xingu o mundo é branco e crack mas o mundo não é só miami o mundo não é só wall street o mundo também é nô olodum ornitorrinco é martelo carpina arpoador há um mundo nesse mundo que fica fora mano mas o mundo pode ser sem míssil pode ser sem fome pode ser capão pode ser redondo pode ser sérgio vaz pode ser periferréz pode ser maracatu bauhaus
revolussom
bem longe da puc da oca do mar do mam do masp da faap do museu afro da ipiranga com a são joão bem longe do pão de açúcar do elevador lacerda do palácio do planalto do pantanal da avenida nossa senhora de copacabana do rio tocantins das dunas de jenipabú bem perto da serra da barriga de palmares de zumbi da pipa da batida perfeita do zé batidão da chácara santana da 1 da sul das vísceras do vaz aqui é o lugar sarau da cooperifa
de bus em bus gozo e
a
vida
peรงo
bis
ADSL
solid達o mais veloz
bia medeiros
homem morre arte permanece mas arte pode despermanecer pode des bi arse
AI 5
co turnos furam Ăşt eros
todo mundo usa droga skol maconha cocaĂna bigbrother
brasil
500 m l d รก s
e l
c o
o b
o r
l e
gal din
o
o brasil Ê errado desse jeito porque começou com a faculdade de direito
o brasil é jô e gil nô e new é assis e noel é caqui com cajá judô com dendê é araci com araçá
a felicidade brasileira (
t
o
d
a
cabe num pandeiro
)
brancos mata patax贸 brancos ter bom advogado pata choques ( no bolso ) pratas chovem
impossível será ser no brasil poeta quando políticos até palav roub
sem-terra
u donu du ing茅m cheg么 bem divagarzim i atir么 im n贸i
essa pia de periferia ainda vaza
de tanto n達o o
sert達o
vai virar sim
no topo para dj raffa, japão e rappin hood
auto-estima é a gente gostar da gente como a gente é ter as pernas tortas do garrincha ser o gol de bicicleta do pelé se olhar no espelho transformar a dor do porão do navio negreiro em samba, ragga, rap, dub perceber que a alegria e a lágrima de ser negro, mulato, ianomâmi, lusitano, me deixam mais belo, mais zumbi, mais guerreiro sem auto-estima não arrumo nem a rima
quilombo agora
capão redondo feio e bonito capão redondo inferno e paraíso capão redondo cratera de atitude capão redondo ferréz e sentimento de fúria
da casa do sj vejo o jangadeiro no coração do nego chic urra a ira dos guerreiros vai meu capão meu capão brasileiro deixar de ser senzala pra ser quilombo agora
m達 e
nu nc a
ma is
fu mo
ma co nh a
nu nc a
ma is
sa io
vo an do
pe la
ci da de
co m
su a
ca mi so la
ro
sa
geração 80
sobre boyzinhos ainda sempre punks ainda sobre vazia cabeça sempre múltiplas guitarradas assim como sobre estilhaços forte barulho vago século zero alfinete sempre cara grátis ainda que desemprego medonho larga não porque borboletas de hitler holofausto forte sobre guitarradas ainda que coletivo vômito sobre a pátria
eu & pezão
eu: qual é a cara desse século boyzinha ? ele: não há mais que procurarmos que de bom fomos tempo de resgatar os per-versos que seremos
casaco blindado ( com josé carlos vieira ) janelas fechadas luzes negras no interior da sala lá fora uma motocicleta vermelha cruza velozmente o sinal vermelho uma mulher grávida atravessa a esquina dentro da sala a luz amarela dos olhos do gato indica um garfo que cai no chão não havia lareira na sala só a insinuação da minha seta na sua teta e o crepúsculo minúsculo da noite caia sobre a cidade apagada haveria poesia? sexo? teorias? a noite escorregava pelas ruas o beijo foi a última palavra e as línguas gastas se enrolavam no gosto do gin ele saiu com seu casaco blindado debaixo de chuva ela disse que machismo é charme ela disse seu silêncio mimando o gato deitado no sofá na cidade os narizes das pessoas são todos iguais todos molhados ela fecha um livro e pôe o disco red clay a casa permanece vazia e escura como se nada tivesse acontecido só os olhos do gato brilham amarelamente
musa surda pós-moderna. seu parnaso agora é o shopping. seu navegar agora é na internet. a paixão desta época é em pixel. somente a dor não mudou. teu tempo: miríades de fragmentos. seu cabelo, boca, nuca, desejo sob lua arcaica. hoje abraço você com casaco de lan house
12 coisas me tiram do chĂŁo
boca bach pina bausch poesia bando de teatro olodum psicanĂĄlise sarau da cooperifa filosofia bongar coco da xambĂĄ mar de arraial do cabo bateria da mangueira carnaval da bahia
7 sem nonato o mundo ĂŠ palha
com eliane e zé carlos para o natinho cascão na eit cesta na certa cerca no céu pirilampo fulgaz noite acesa cascão na cesta incerta era muito batom para uma namorada só a adolescência fazia a gente voar ele queria ser astronauta ou pop star chora nonato musa voa para um mapa no azul do sul do brasil voa para molhar os pés na praia voa para guardar na gaveta do coração os beijos passados os toques gostosos de um passado mais que pretérito eliane em trancoso nonato em arraial joão pedro num submarino na água mineral
kauim no hawai pegando ondas invisíveis super-homem frágil diluído em concreto eliane não errou o passo passou a noite sonhando eliane sabe o que faço sou poesia, espelho, sou bêbado viajando algumas folhas de hortelã alguns poemas de eliane alguns sons de chopinxinguinha tudo que o baú abriga tudo que não cabe no espaço de um hiato meu cálice sua taça nossa dose de nostalgia mas é o que pulsa atrás dos olhos a verdadeira face o sorriso mais bonito do anjo mais esquisito vomita no ventilador charque num hiato à toa à beça há momentos ininterruptos delira de febre o poeta apaixonado dipirona não resolve o coração quebrado
eliane hoje terreiro no céu odalisca petisco de harém canto pra ninar neném cantiga antiga de oriente órion demente eliane não me engana nessa viagem de poesia ela dança, desfila, balança sabe que a vida não é só concreto é fantasia... ela eliane e ele 1001 noites 1001 nonatos piscina de mulheres nuas luas estrelas chechênias vagalumes granadas mapa de giz de cera indecorosas madonas de faces rosadas línguas azuis dos anjos lambem as pálpebras da melhor mulher que brinca com corações na frigideira uma mulher que rima carinho com coração à passarinho
acabou a folha ou a lauda dos caretas eles disseram bíblia eles só falam de política e ela passa um bronzeador na piscina do cit o kauim caça a inspiração como a comida caça um cão kauim, deixa a poesia pegar você e você já é a poesia abençoada madonas, anjos, cães tudo diluído em um verso e eliane joga com as palavras na corda bamba brinca, rebola como uma malabarista no globo da morte e eu, poeta bobo, me divirto e suspiro: que sorte! zé, você tem a rima como he-man tem o beijo de she-ha pepeu e baby rita ali roberto acolá
é um bip bop ou um fox-trote é um rock and rolo um bandoleiro blues sem ritmo ou certeza apenas um estilo tonto um choque de feio com beleza mineirinho prato no chão arroz com carne seca chão de estrelas eliane dentes de vera fisher gargalhada de lucélia santos kauim furacão na flórida zé versos tranqüilos na avenida das palmeiras mas é do flamengo que eu gosto flamengo tem remédio mas o que não gosto é deste tédio zé, todo tédio tem remédio como existe uma luva para cada dedo como toda mão busca o ocaso como busco o sol nessa escuridão
eliane e zé pintura branca no peito da timbalada sem nonato no farol da barra rima babaca viva machado e rosa e chorões na avenida das palmeiras e zumbis nos quilombos dos palmares nonato nativus uga-uga do cerrado meu melhor Jangadeiro meu samurai errado a tua tatuagem mistura ceará com leningrado natinho que a sua lembrança é carne que a sua imagem é tocha acendendo o movimento tchau natinho amo você até no frio mas eu acelero não tenho freio e eu tenho até o fim da folha pra fechar a celebração zé, kauim, eliane, natinho e todos os ismos
8 grafite
T O T E M T A B U
a mãe do meu pai era irmã da mãe da minha mãe a avó do meu pai era irmã da mãe do meu avô
dia
nu bla do dia dor im
sem rio bal do
que mi nha poe sia te nha a eco no mia das li nha s do bu ri ti
el le n ol 茅r ia vo z de um de us em c贸 le ra
I re capitu lo capítu lo por capítu lo II re capitu lo capítu lo por capitu III cap tu ro
h รก l i t o d
e
man hat tan p e l o fio d
o
f o n e c e g am e
3
anos
sem
ir
a
o
cinema
m p
e i
u o r
l o n g a
S D T
O O A
M O C O
DA A D S
A
S C
A
L
U
A T S S D T
A S A
E O O A
M M O C O
A D DO S
A
L
A
U T A F U F R T
l 谩 v a i b a s h 么
c o m s e u t e l e v i s o r
m i t s u b i s h i
n
a
d
a
h
a
v
i
n
a
a p
e
n
t
e
a
d
e
i
r
a
n
e
n
u
m
o
e
d
e
l
t
i
n
n
e
n
h
u
m
i
f
d
e
i
m
u
d
d
e
e
r
h p
m
a a
o
s
r l
e r
b
a
p n
a
t
o
r
t
a
s
p
e
d
i
s
e
a x
o
a
z
v i
a
hiv
víru ínvi vênu
?
merda merda merda merda merda merda merda merda merda mer la
se us or ri so es se se us om br os od ob gu ra do me ua br aç am ad ru ga da bê ba ul ip as ua al ma he ca lm as ua bu nd ac le mm eu pa us eu cu is vo cê em se ad as nç ac re pú sc ul op ev ul cã ov oc êa nt ia se ua br aç om eu os eu ma mi lo bo ca ov oc êe ss ab ús sol mt op og ra fi as vo vê lo zd an ça rt en
so ls ob re me us er ro do do br od al ar ob ar ro co su ab oc da me lg ir as so lt ct ar es de fú ri ae or di lh ei ra ra pe mi nh ar ol ap ed eb er en ap er se vê ra úr pu ra ne ve so br i- no it ed ec ab ír be rç os am ba ma ci de an im al fa mi nt aa po nt an do em mi cê lu ap le na fo go ni nh ak ur yo vo ar
e
x
i
s
t
f
a
z
e
r
g
o
i
r
l
s
o
u
v
i
r
d
o
r
i
v
a
l
s
u
m
i
r
e
araci
no e l fez
araçå
ro s a
beethoven
m
u
n
d
o
s
u
r
d
o
m s
u
n
d d
u
r o
o
ar now no war
B A N G B A N G B A
G D Á
B A N G U
el pel vid tod lu
BSB
BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB
SBS
BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB BSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSBSB
s u a b a r b a a r r a n h a m i n h a m a n h 達
tarde tadzio
tem
do
is
dias
que
não
tev
ejo
tem
um
ecli
pse
que
não
tev
ejo
voc
êqua
ndo
vai
esq
uece
oche
iro
tem
du
asl
uas
que
não
tev
ejo
tem
um
an
eve
que
não
tev
ejo
voc
êqua
ndo
vai
fol
has
ca
em
jogar prosa fora pela poesia
q u e r o e s c r e v e r s o b r e o q u e q u e r o e s c r e v e r e s s e q u e r e r e s c r e v e r s o b r e o e s c r e v e r q u e r o e s c r e v o e t e n h o e s c r i t o s o b r e o q u e q u e r o e s o b r e o q u e e s c r e v o : s o b r e o e s c r e v e r s o b r e
Esta
obra fo
i impressa nas o ficin as d
a th esa u
ru se di to ra , no
iv no er do
evi da lic e
nd
m
do un
samba
o.
m
o ad us
cortadas com d
a
s p ra
botar
to d o
s da ca di de
da ra
sã o
a sd
bra nc o
ta, res f lo
de 2008. As páginas aq ui e raça
pa r
g da
n
o an
em
a Nação Xam ais d bá
e instru m ão d e nt e cç os nf co
ça
ritu
ma homenagem oeu às á exã rvo efl re ar s
sa g