1 FESTIVAIS DE CINEMA E A INTERNET: UMA BREVE ANÁLISE POR MEIO DOS FORMATOS DE SUBMISSÃO DE FILMES.
Paulo Vitor Luz Corrêa 1 RESUMO Os Festivais de cinema são um grande evento do circuito exibidor brasileiro, se configurando como uma janela alternativa de exibição. É uma rede de comunidades onde novos realizadores, novas técnicas e novos conceitos podem se apresentar para o setor audiovisual. A tecnologia da informação, possibilitada pela internet, virtualizou a comunidade dos festivais no seu processo de submissão de filmes, tornando o processo para o realizador muito mais prático, ao mesmo tempo que o Festival passa a dialogar com essas novas sistemáticas comunicacionais. Procurou-se analisar alguns desse formatos de inscrição, relacionando estaticamente seu desempenho. Palavras-chave: Festivais de Cinema; Comunidades; Submissões de Filmes; Internet;
ABSTRACT Brazilian film festivals are a big alternative window of exhibition for producers. The audiovisual sector brings together new producers, techniques and concepts through a networking community. Made possible by the internet, information technology brought the process of submitting your movie to the virtual world, thus making it much more practical to the producer, while at the same time starting a dialogue between the Festivals and the new communication systems. One hopes to examine some of the various submitting formats, statistically associating their success. Keywords: Movie Festivals; Communites; Movies Submission; Internet; Última Atualização dos dados: 11/08/2019
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Bacharel em Comunicação Social - Cinema e Audiovisual, pela Universidade São Judas campus unimonte (2015). Trabalha na Universidade São Judas, instituição de ensino superior, como técnico de laboratório audiovisual, auxiliando os alunos dos cursos de cinema e audiovisual na realização dos trabalhos acadêmicos com suporte logístico e de equipamentos. Além do "Festivais de Cinema e a Internet: uma breve análise por meio dos formatos de submissão de filmes", lançou, em coautoria com Raquel Pellegrini, diretora técnica do Curta Santos, o artigo "O Curta Santos e a evolução do movimento cinematográfico do litoral paulista", que aborda a relação do Festival, fundado em 2002, com o desenvolvimento audiovisual da Região Metropolitana da Baixada Santista. Seu estudo mais recente, "Os Festivais Estudantis e Universitários como porta de entrada à Prática Audiovisual", que analisa a segmentação dos festivais nas categorias estudantis e universitárias e suas características, integra o volume n°3 dos Cadernos FORCINE - Fórum Brasileiro de Cinema (2017), sociedade civil que representa as instituições e profissionais brasileiros dedicados ao ensino de cinema e audiovisual. pauloluzcorrea@gmail.com
2 INTRODUÇÃO
Mesmo diante de umas das maiores crises enfrentadas pelo Brasil, no que tange o setor audiovisual, o país está em constante crescimento, injetando R$ 24,5 bilhões na economia nacional e US$ 1,74 bilhão movimentado entre importações e exportações audiovisuais em 2015. O circuito de exibição também cresceu, agora com 3126 salas de cinema. Nesse cenário, as mostras e festivais são espetáculos do fazer cinematográfico. Apenas há festivais se houver filmes, chamando o público, e com isso, retorno cultural, institucional, comercial, turístico, entre outros aspectos. Com inúmeras especificidades, um festival é completamente diferente de outro, mas todos compartilham suas semelhanças práxis. O processo para submissão de filmes é intrínseco à condição que o Festival possui para com suas responsabilidades. Mais importante, é inerente à sua condição de absorver e gerir todo o material inscrito anualmente. Com a globalização da internet e o avanço dos meios tecnológicos, os festivais conseguem caminhar de acordo com o aumento da produção cinematográfica retratada neste estudo. Dentro desse escopo, a gama de formatos concentra-se em formulários, com as denominadas plataformas virtuais ganhando espaço. Entretanto, alguns festivais permanecem com a estrutura física de envio. O principal material de estudo desse artigo são os festivais que abriram processo de submissão de obras. Ao longo de todo ano coletou-se informações referentes a esse tipo de evento, com mais de 270 festivais cadastrados. Mapear todos os eventos audiovisuais realizados no Brasil é uma tarefa árdua, de difícil execução, devido à dificuldade de conhecer todos eles em um país de dimensões continentais. Atualizações pontuais dos dados sempre serão realizadas. 2 Foram consideradas apenas a inclusão de festivais e mostras brasileiros realizados
em solo nacional, sendo seu processual típico (inscrições -> curadoria -> realização do festival) acontecendo inteiramente dentro do ano de 2016. No caso de festivais online, em que não há uma exibição física, conta-se como finalizado uma situação que indique seu fim, como uma cerimônia de premiação.
2
A coleta de dados desses festivais se deu com base em releases, divulgações dos festivais e sites especializados. Diante da dificuldade dessa coleta, a pesquisa de mapeamento nunca estará encerrada: caso algum festival que se encaixe nas linhas de pesquisa não tenha sido incluído nesse estudo, favor entrar em contato via e-mail: pauloluzcorrea@gmail.com
3 Eventos que constam a submissão de filmes em um ano e são realizados no ano subsequente (como o Festival Guarnicê de Cinema, no Maranhão, Cine-PE, em Pernambuco, entre outros) foram integrados às estatísticas do ano de sua realização. Festivais que abriram inscrições, mas com sua realização adiada/impossibilitada não foram incluídos neste estudo, bem como festivais que não abriram processo de submissão. Por "inscrição", considerar o processo de envio de informações de obras audiovisuais à um festival/mostra, para sua aprovação ou não no dito evento, sendo realizado pelos responsáveis da obra. “Estreante" é a condição em que se encontram os festivais/mostras em sua primeira edição em 2016. Festivais denominados com seu formato de inscrição como "apenas virtuais" ocorrem apenas por meios online; eventos denominados como "físicos" possuem, em algum momento do processo de submissão, alguma necessidade que é realizada apenas física/presencialmente, como envio de uma cópia da obra para a sede do festival, por exemplo. Por "plataforma virtual" entende-se os domínios virtuais que centralizam as inscrições em diversos festivais (desde que os responsáveis pelos mesmos cadastrem o evento na plataforma). No caso de festivais que possuem mais de uma característica que os definam, foi considerada para categorização a sua temática que o defina. Por exemplo, o Cine Virada - Festival de Filmes Universitários da Bahia, que é um festival de filmes universitários apenas de estudantes baianos, possui duas características: regional e universitário3. Por mais que dentro de uma ótica globalizante esse festival possa ser considerado “regional”, foi incluído na categoria “universitária”, por ser a sua associação intrínseca.
Usando novamente o exemplo do Cine Virada, as versões anteriores deste estudo – publicadas online consideravam-no como um festival regional. A partir da atualização do artigo datada de 13/08/2017, esse e casos similares foram categorizados da maneira explicada no texto, para melhor compreensão das temáticas categorizadas em análise. 3
A atualização do artigo de 18/09/2017 revisou a quantidade de eventos catalogada, e alguns festivais estavam duplicados, sendo a versão do estudo a partir dessa data que conta com a quantidade verossímil de eventos.
4 1. AS COMUNIDADES DOS FESTIVAIS
Utilizando-se dos mais variados recursos dispostos da linguagem, o homem vem criando meios para suprir suas necessidades de se comunicar, interagindo com o mundo e assim ampliando seus conhecimentos, constituindo uma gama de linguagens técnicas em prol do bem-estar social. Entretanto, essas linguagens se configuram como técnicas até certo ponto, tendo em mente que "este vocabulário é colocado em uso ao ser transportado para a linguagem comum, o que resulta em tradução e mobilização democrática" (GALLI, 2002, p. 5-6), onde as linguagens servem às comunidades. Segundo Berry Wellman (apud CASTELLS, 2001, p.1) comunidades são redes de laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação, senso de integração e identidade social. As mostras e festivais são alvos de diversos profissionais do gênero cinematográfico. Constituem uma gama de possibilidades àqueles que inserem-se em sua célula participativa, são comunidades fílmicas que abrangem um propósito: a preservação e continuidade fílmica. Festival” é o nome dado a uma série de manifestações artísticas, caracterizadas pelo nível de suas apresentações, exibições, periodicidade e/ou local onde se realizam. No caso dos festivais cinematográficos, a programação é marcada pela exibição de filmes e debates estabelecidos de acordo com o evento. Os festivais possuem uma série de fatores políticos, econômicos, culturais e sociais, onde governamentalmente transmite-se um ponto de vista de incentivador cultural; para os realizadores é uma janela de exibição; para a sociedade é uma forma de acesso à cultura; para investidores/patrocinadores e correlatos, é uma chance de atrelar sua marca à imagem do festival, em contato direto com o público (ALENCAR, 1978, p. 44-45), além de serem partes importantes da cadeia produtiva cinematográfica. Os festivais, como evento sociável, possuem estratégias de hipertextos, e como toda rede hipertextual, estão sujeitos à algumas características comunicacionais:
1 - Princípio de Metamorfose, onde se encontra em constante construção e renegociação; 2 - Princípio de Heterogeneidade, onde o processo sociotécnico coloca em jogo pessoas, grupos, artefatos tecnológicos integrados em todos os tipos de associações entre seus elementos;
5 3 - Principio de Multiplicidade e de encaixe das escalas, onde sua conexão se estabelece a fundo composto por toda uma rede; 4 - Principio de Exterioridade, onde seu crescimento se baseia na relação de membros e de seu acontecimento como um todo; 5 - Principio de Topologia, onde no universo do hipertexto, tudo é próximo, e seus acontecimentos se dão por uma série de caminhos; 6 - Princípio de Mobilidade dos Centros, onde a rede não possui um centro, mas diversos centros permanentemente móveis. (LEVY, 1993, p.25-26).
Evidente que Levy não trata dos festivais em sua obra, mas eles se apropriam das atribuições enquanto gestores de comunicação próprias. Os Princípios de Topologia e de Mobilidade de Centros são a associação dos festivais em seu tempo atual: sem um espaço universal homogêneo com forças de ligação e separação, com as mensagens circulando livremente. Essa rede não está no espaço, dispersa, ela é o espaço. Ao longo da estrutura de um festival, compõem-se ramificações infinitas de sentidos, que correm posteriormente para outras paisagens de sentido. Se um filme é a "projeção sócio-econômica-político-cultural de um país" (ALENCAR, 1978, p.55), então o festival é o projetor propriamente dito, servindo de suporte para que as obras difundam essa condição social e de existência fílmica. Koehler (2009 apud ARAÚJO 2013, p.8) afirma que todo festival tem por definição defender o cinema, em oposição a uma lógica de mercado. Os festivais, assim, possuem a função de contribuir para o fazer cinematográfico, posicionando-se como promotores da cinefilia e dos filmes de autor, defender o cinema em si e possibilitar que filmes tenham uma oportunidade de serem vistos. Para Nepumeceno (2014, p.11), essencialmente todo festival tem caráter de selecionar os trabalhos mais representativos dentro de um espaço-tempo que envolve a cadeia cinematográfica e sua relação com aspectos da vida em sociedade, principalmente os que estão em voga ao seu momento de realização. O autor continua ao afirmar que o diálogo intercultural é a maior consequência da realização de um festival. Trata-se de manifestações legítimas da sociedade civil em estabelecer diálogo, em suas mais diversas instâncias - cultural, social, educativa - e por meio da cultura não encontram apenas seus meios, mas também seus fins. Os festivais estão cada mais vez engajados em melhorar o todo que gira com relação a produção do fazer cinema, porque a preocupação não está apenas na exibição dos filmes, parte
6 importantíssima de qualquer evento do tipo, mas também na programação por si só, oferecendo oficinas, rodas de conversa, aproximação entre realizadores-público, os mais diversos apoiadores para que todo o evento saia como o planejado e que perdure uma boa imagem da produção nacional e dos próximos que lhes serão suplantados. Em sua essência, todo festival possui caráter de amostragem: o ato de selecionar trabalhos audiovisuais, em quantidade estabelecida ou não, dentro dos critérios definidos pelo próprio festival, a fim de montar sua programação. Os curadores, responsáveis por assistirem todos os filmes inscritos e fazer essa seleção, desempenham tamanha relevância neste processo, já que a equipe deve estar consciente de suas escolhas. O curador, então, desempenha seu papel como mediador cultural, e portanto, carregando função social. Dentro do circuito cultural estão mostras, festivais e outros eventos que permitem uma avaliação a respeito de uma produção. É por meio dos festivais que os filmes têm a possibilidade de atingir diferentes públicos, além da troca de conhecimento e contatos entre produtores: Os festivais permitem, em via de mão dupla, um olhar específico e um olhar abrangente. Específico no que tange à produção cinematográfica, e abrangente, pois, a partir daí, são possíveis as trocas, os diferentes olhares para a produção, a variação de temas, a riqueza cultural que o cinema consegue alcançar, permitindo ao público um grande número de informações e percepções para amplas possibilidades, característica de uma arte e também de entretenimentos. E é, justamente, nessa perspectiva que se pode entender a proposta dos festivais de serem plurais, ao propor a troca de informações e possibilidades, ao levarem diferentes formas e temáticas para se pensar, viver e realizar cinema (ROCHA, 2010, p.7-8).
Os festivais são reconhecidos por alavancar a carreira de certas obras, colocandoos publicamente em posição midiática favorável, o que naturalmente não conseguiriam no mercado Blockbuster. Entretanto, apenas os mais famosos festivais conseguem obter uma mudança significativa no circuito comercial do filme, casos de Cannes, Veneza, Berlim e San Sebastian. (ALENCAR, 1978, p.49-50). O Oscar, mesmo não sendo considerado um festival, também se encaixa nessa definição. Como consequência há chance de maior inserção mercadológica, e um boca-a-boca mais fervoroso. O diretor Zelito Viana compartilha sua experiência no livro “O Cinema Em Festivais e os Caminhos do Curta Metragem no Brasil”, de Miriam Alencar: a premiação no Festival de Nova Délhi, na Índia, com seu filme “Os Condenados” (1975), fez com que como consequência, o longa fosse visto por diversas pessoas, permitindo muitos contatos de
7 produtores estrangeiros. A obra ainda ganharia outro prêmio, agora no Festival de Santarém, em Portugal.
Foi uma reação em cadeia. Premiado e visto, o filme passou a receber convites de outros países e eu pude exibi-lo. Mas na verdade, ele só foi vendido para os lugares onde já havia sido acertada a compra antes do prêmio (...) Prêmio ajuda pouco, isto é, só se for ganho em Cannes. Prêmio de outro festival só tem valor cultural e não ajuda à venda (ALENCAR, 1978, p. 86).
O artístico e o mercadológico caminham subjetivamente paralelos um ao outro, o que não significa que não haja interação entre suas postulações. O “valor cultural” mencionado por Viana é o ponto de partida para sua inserção em um mercado artístico, que também possui características mercadológicas, e a partir delas que desenvolve-se seu perfil de distribuição. Os festivais, diante de sua capacidade de selecionar e exibir filmes e todas as suas consequências naturais, se tornam um território privilegiado de contato de obras audiovisuais avessas ao circuito comercial cinematográfico. Rocha (2015, p.32) usa os exemplos dos festivais internacionais que exibem os principais lançamentos da indústria antes de entrarem no circuito comercial. Outro exemplo é o Festival Mix de Diversidade, que dentro de sua especificidade fílmica – a temática LGBTTT – traz filmes que contemplam uma série de desejos e representações visadas aos grupos sociais inseridos dentro daquele campo. A Agencia Nacional de Cinema - ANCINE, reforça que os festivais são a porta de entrada de obras audiovisuais, além de se mostrar como um dos principais canais de difusão de novos realizadores e produtos que não se encaixam no circuito comercial. 4 Outro benefício é a possibilidade de levar o movimento cinematográfico brasileiro e mundial às regiões distantes, com carência de programação cultural e/ou locais que não possuem uma sala de cinema, etc. Os curtas-metragens, em virtude de seu formato que o afasta do mercado, é o que está para o festival assim como o cinema está para a sétima arte, se configurando como a vitrine natural do formato. (MATTOS, 2009, p.7). A dificuldade de exibição do curta é o que torna o festival sua principal plataforma de exibição de obras e novas tendências de experimentações conceituais e técnicas. 4
A IMPORTÂNCIA dos Festivais e Mostras de Audiovisual. Brasília: ANCINE, 2012. Texto sobre a importância dos Festivais e Mostras. Disponível em: < http://www.ancine.gov.br/conteudo/import-nciados-festivais-e-mostras-de-audiovisual>. Acesso em: 18 dez. 2016.
8 Sendo o "curta-metragem definido por sua extensão". (ALCANTÂRA, 2014, p.16), Silva (2004), parafraseando o depoimento de Francisco César Filho, exemplifica o poder do curta-metragem enquanto formato: (...) o curta é também um espaço privilegiado para explorar a linguagem cinematográfica. É um formato que dispensa a "amarração" narrativa que um longa necessita. Cada curta pode construir sua própria linguagem, utilizando uma liberdade extremamente criativa. Esse caráter informal do curta, aliado ao volume de sua produção, tem revelado inúmeros talentos novos. É uma perspectiva de renovação inédita na história do cinema brasileiro, e que, necessariamente, transformará a produção dos longas (SILVA, 2004, p.7-8).
Para Paulo Bastos Martins, diretor, produtor e distribuidor, o curta-metragem tem outros mercados em que pode ser aproveitado:
O filme curto é um produto que, de certa maneira, tem uma amplitude maior que o longa-metragem, porque ele pode atingir outros mercados, além do comercial, como o mercado do cinema funcional. Um mercado único se transforma num mercado múltiplo pelas possibilidades de utilização do curta com fins didáticos, informativos, recreativos, sociais e culturais propriamente ditos - por parte de empresas privadas, governamentais, mistas, universidade, clubes, escolas e centro de cultura, e até por aviões e navios. (...). Na escola de primeiro grau, uma criança pode ver um filme de curta-metragem no período destinado a atividades como teatro e a pintura. Os professores podem fazer uso do curta dentro do próprio programa curricular, como recurso audiovisual moderno de ilustração de aula (VERA, 1978, p.121).
Dessa forma, o festival se configura como o principal palco de atuação do curtametragem, como um formato experimental e livre das arrestas que permeiam as tendências do mercado, onde os realizadores, em início de carreira ou não, podem expor de formas experimentais, conceituais e técnicas suas relações sociais, inscrever seus projetos já materializados em obras fílmicas em eventos de amostragem do tipo, e caso aceito, exibi-lo. Essa cadeia de sentidos se torna muito mais dinâmica com o advento da internet, e as chamadas comunidades virtuais.
1.1 Os Festivais e as Comunidades Virtuais
Se as novas tecnologias da informação estão em um processo de integração do mundo em redes globais de instrumentalidade (CASTELLS, 2007, p.57), destaca-se que a comunicação sediada por computadores gera uma enorme quantidade de comunidades virtuais.
9 Como as comunidades virtuais se inter-relacionam com os Festivais? Diante das novas tecnologias de informação, e da escala global que derruba paredes e limitações geográficas, acompanharam esse desenvolvimento um processo de integração:
a
submissão online de obras. Com essa etapa realizada de forma virtual, os realizadores, antes obrigados a arcar com confecção de cópias físicas e seus respectivos envios aos festivais, submetem seus filmes de forma online, em um processo muito mais rápido e prático. O surgimento da WEB 2.0 representa uma transformação tecnológica, com a diferença para a primeira versão (baseada esta nos primórdios da internet), para o comportamento do usuário, agora em modo ativo, transitando da era de produção para colaboração. O formato da internet então se moldou completamente: o que era antes one-to-many passa a ser many-to-many, em formato descentralizado, compartilhado e colaborativo; enquanto o primeiro é o método tradicional de comunicação por partes dos meios (emissor -> mensagem -> receptor), o modelo many-to-many é configurado para as mensagens por meios de diversas fontes. Organizadores e consumidores tornam-se simultâneos emissores e receptores, o processo é muito mais interativo e desmembrado de uma ordem racional de interação. A comunicação agora é direta e imediata entre as partes, potencializada pela agilidade e rapidez que o meio permite. Os receptores agora se transformam em produtores de conteúdo, criando e transmitindo mensagens, passando a dividir também este espaço com os meios de comunicação tradicionais. (HENRIQUES, 2013, p.44-45). Entender as formas novas de interação social presentes na internet se vê necessário com uma nova definição de "comunidade", com menos ênfase em seu componente cultural, o que não significa que não esteja presente, e sim em seu papel de apoio a indivíduos e famílias, "desvinculando sua existência social de um tipo único de suporte material". (CASTELLS, 2003, p.106). O deslocamento dessas comunidades para a rede foi sua principal forma de organizar sua interação, onde antes baseadas no compartilhamento de valores e organização social, isto é, valores de grupos, indivíduos e famílias. Assim, a transformação da sociabilidade ocorreu com a substituição desse formato de comunidades por redes como formas fundamentais de sociabilidade. De modo geral, comunidade virtual é o termo utilizado para os agrupamentos humanos que surgem no ciberespaço através da comunicação mediada pelas redes de computadores. (BALDANZA, 2006, p.4). O desenvolvimento da internet e seu posterior uso acabou produzindo entre os usuários uma linguagem própria, repleta de
10 significações próprias e únicas, compreendendo o conjunto da rede em seus termos que a compõem. A comunicação virtual, dessa forma, introduz um conceito de descentralização da informação e do poder de comunicar: Pode-se dizer que a Internet é um meio de comunicação que se enquadra no dispositivo "Todos e "Todos". Ela proporciona a interação entre locutor e interlocutor, uma vez que, na rede, qualquer elemento adquire a possibilidade de interação, havendo interconexões entre pessoas dos mais diferentes lugares do planeta, facilitando, portanto, o contato entre elas, assim como a busca por opiniões e ideias convergentes (GALLI, 2002, p.4).
As novas tecnologias de informação provocam a criação de uma nova cultura urbana, proporcionando aos seus usuários a possibilidade de construir um espaço comunicacional autônomo, onde a difusão da informação é descentralizada e os participantes desse fluxo de informação enviam e recebem ao mesmo tempo, tornando toda essa composição uma polifonia informativa. Um dos posicionamentos observados pelo desenvolvimento tecnológico é a descentralização - territorial, mas também do sujeito e das identidades, em meio às tendências multiculturais intensificadas a partir da década de 80. Dissoluções de fronteiras, heterogeneidade cultural, interpenetração entre o espaço físico e o virtual, complementando a cada dia que se passa. Presente desde a era moderna, a produção cultural está moldada com relação à mobilidade e em todas as esferas cotidianas contemporâneas sociais, inventando espaços e redimensionando-os. Os deslocamentos se realizam em espaços esvaziados de sentido, impondo-nos novas formas de interação, assumindo que o multiculturalismo se torna então, legitimador da presença e convívio de diversas culturas em um mesmo ambiente. Da mesma forma:
A internet levou ao rompimento definitivo da fronteira entre produção cinematográfica e audiovisual, acabando com a barreira entre película e fita, porque, na web, a reputação de uma produção não está na bitola do filme ou no formato mini-dv ou DH, e sim na quantidade de acesso e comentários dos usuários, através do qual se obtém, em tempo real, a reação do público (ALCANTÂRA, 2014, p.26 apud MOLETTA, 2009).
Os festivais, então, acompanharam o ritmo tecnológico de inovação do uso da ferramenta, acelerando seu acontecimento enquanto evento: 1) pela rapidez da informação; 2) pela descentralização da informação; 3) pela virtualização das comunidades. Dessa forma, os festivais, a fim de um bom resultado final, isto é, resultado de público, divulgação, etc, apostam no fator online para expansão de seu
11 conhecimento geral. Um fator que merece ser destacado é a submissão de filmes, que se apropriou dos conceitos da internet para integrar os realizadores de forma mais prática, como poderá ser percebido no próximo capítulo. Se o "contexto é o próprio alvo dos atos da comunicação", (LEVY, 1993, p.21), desprende-se o porquê dos festivais aceitarem a submissão de filmes pela internet. Esses atores comunicacionais produzem continuamente o universo de sentido que os une e separa. O que está em jogo dessa vez são elementos de representação. Cada nova mensagem adequa o contexto e seu sentido. Esse jogo da comunicação consiste por meio das mensagens, na sua precisão, ajuste e transformação do contexto compartilhado por seus parceiros. Um festival, ao aceitar as obras de forma online, estabelece uma comunicação de acesso, se apropriando dos elos virtuais, livres das limitações geográficas. Um realizador residente no Amazonas pode inscrever seu filme em um festival do estado de São Paulo sem os gastos que teria caso a inscrição fosse física, como a confecção de cópias do filme e envio, por exemplo. A multiplicação desses gastos pela quantidade de festivais torna essa relação ainda mais complexa e onerosa. As comunidades presentes dentro do círculo virtual, sem a limitação físicogeográfica, podem abrigar uma grande quantidade de cultura, diversificada em seu arsenal de possibilidades que interliga pessoas com um motivo em comum, nas mais diversas formas de pensamento, além das mais diversas localidades de seus participantes (BALDANZA, 2006, p.2). Da mesma forma, esses membros dessas comunidades virtuais, diante das mesmas facilidades, fazem partes de outras comunidades, transitando livremente por esse conceito cosmopolita e intercultural de interação social virtual. As comunidades virtuais, ao mesmo tempo que não são comunidades físicas, não seguem os modelos das comunidades que o são, não sendo "irreais", mas funcionando em outro plano da realidade, redes interpessoais, baseadas em laços fracos, diversificadas e especializadas, podendo gerar reciprocidade por apoio da dinâmica da interação que a sustenta (CASTELLS, 2007, p.445-446). Os filmes, por sua propriedade, já fazem parte de uma comunidade, a cinematográfica. Ainda mais inseridos dentro dessa comunidade, os festivais são comunidades-evento, onde em um determinado período de tempo num espaço prédeterminado, o festival acontece, e a comunidade desse evento se solidifica em um prol do fazer cinematográfico. Seus participantes, que poderemos chamar de membros desse sistema - espectadores, realizadores - são voláteis e livres para estabelecer essa função
12 em outros festivais, criando uma espécie de carreira dentro dessas comunidades. Os espectadores na função de receptores de conteúdo, e os realizadores como produtores.
13 2. ESTUDO QUANTITATIVO 2.1 Estudo Geográfico
No ano de 2016, em pesquisa própria, mais de 300 festivais abriram inscrições no Brasil, nas cinco regiões brasileiras. Destas, a região sudeste é a que se destaca, sediando 46,5% do total. A Região Nordeste vem atrás com 23%, seguido da Região Sul com 13,9%, Centro-Oeste com 8,6%, a Região Norte com 4,3%, festivais interestaduais com 2,9% (que ocorrem em mais de um Estado simultaneamente, não confundir com ações paralelas de exibições de Festivais) bem como a Região Norte, e 0,9% online.
Tabela 1: Quadro de festivais – Brasil 2016
147
FESTIVAIS POR REGIÃO - 2016
71 47 28
14
11
3
14 Dentro da Região Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro englobam praticamente todos os eventos desse porte (45% e 34%, respectivamente), como esperado dos estados que são o centro do movimento político, cultural, econômicos e social do país. Minas Gerais apresenta 16% e Espírito Santo com 5%.
Tabela 2: Quadro de festivais – Região Sudeste 2016
FESTIVAIS POR REGIÃO - SUDESTE 2016 65 50 24 8 SP
RJ
MG
ES
A Região Nordeste é um caso interessante. Pernambuco, um dos principais palcos do movimento cinematográfico contemporâneo, possui 19 festivais sediados no Estado, (28%) do total. A Paraíba com 14 é seguida do Ceará com 13 (18% e 17%, respectivamente), Bahia com 10 (12%), Rio Grande do Norte com 5 (7%), Alagoas com 4 eventos (7%) e Sergipe com 3 (5%), Maranhão com 2 (4%) e Piauí com 1 festival (2%). Tabela 3: Quadro de festivais – Região Nordeste 2016
FESTIVAIS POR REGIÃO NORDESTE 2016 19 14
13
10 5
PE
PB
CE
BA
RN
4
AL
3 SE
2 MA
1 PI
15
A Região Sul conta com 47 festivais, distribuídos entre Rio Grande do Sul (51%), Paraná (32%) e Santa Catarina (17%). Tabela 4: Quadro de festivais – Região Sul 2016
FESTIVAIS POR REGIÃO - SUL 2016 24 15 8
RS
PR
SC
A Região Centro-Oeste conta com 28 eventos sediados, com Goiás (64%) e Distrito Federal (24%) com destaque, seguidos de Mato Grosso do Sul (8%) e Mato Grosso do Sul (4%), respectivamente. Tabela 5: Quadro de festivais – Região Centro-Oeste 2016
FESTIVAIS POR REGIÃO - CENTROOESTE 2016 16
8 3
1 GO
DF
MS
MT
16
A Região Norte é mais emblemática, com apenas 14 festivais em toda a região. Pará e Amazonas são os lideres (43% e 25%, respectivamente), seguidos, Acre, Amapá, Rondônia e Tocantins (8% cada). O Estado de Roraima não há registros de festivais próprios. Tabela 6: Quadro de festivais – Região Norte 2016
FESTIVAIS POR REGIÃO - NORTE 2016 6 4
1
1
1
1 0
PA
AM
AC
AP
RO
TO
RR
É interessante notar que Estados com poucos festivais, quantitativamente, possuem eventos tradicionais do gênero: o Festival Guarnicê de Cinema (MA), na sua 39° edição, o Festival de Vitória (ES) em seu 23° acontecimento; o CURTA- SE 16 – Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (SE), na 16° edição; a Mostra Audiovisual Universitário
América Latina
MAUAL
(MT),
na 15° edição;
CINEAMAZÔNIA – Festival Latino Americano de Cinema Ambiental (AM), na 14° edição; o Festival Imagem-Movimento – FIM (AP), na 13° edição; o Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões (PI), na 11° edição. Já a região Sul/Sudeste concentra grande parte dos festivais mais antigos do país (Festival de Cinema de Gramado, no RS – 44° edição; Festival de Tiradentes, em MG – 19° edição; Festival do Rio – 18° edição; Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – 40° edição, em SP; Festival de Vitória, no ES – 23° edição; FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul – 20° edição, em SC).
17
2.2 Características dos Festivais
Dos eventos registrados, destaca-se a quantidade de festivais em a partir da segunda edição: 245 (77%). Na primeira edição estão em 76 (23%).
Tabela 7: Quantidade de festivais nacionais em 2016.
OS FESTIVAIS NACIONAIS 2016 Tipo
Quant
A partir da 2° Edição Estreantes (Primeira Edição)
245 76
TOTAL
321
Desses, sua representatividade temática é bem diversificada, mesmo com uma parcela considerável generalista (37%). Universitários, regionais, estudantis, ambientais e festivais que aceitam exclusivamente filmes dirigidos por mulheres possuem escala quantitativa acima de dez eventos nacionais. (11%, 6%, 5%, 4%, 3% cada, respectivamente). Para finalidade de definição, considerou-se como “temática” o aspecto característico para inscrição das obras audiovisuais: filmes produzidos por estudantes de ensino superior, para festivais universitários; curtas-metragens realizados por cineastas de uma determinada região, no caso dos festivais regionais. No caso de um evento com mais de uma característica, caso do “Festival de Cinema 5 Minutos de Saúde NESC”, no Paraná, que engloba tanto a categoria “saúde coletiva” quanto “metragem”, considerou-se a característica predominante do Festival: nesse caso, só podem participar vídeos com a temática de saúde coletiva, com duração máxima de cinco minutos, categorizando-se como um festival de temática de saúde coletiva. Para que fosse englobado na categoria metragem, o principal aspecto teria que ser vídeos de duração curta, sem uma temática aparente.
18 Tabela 8: Temática dos festivais nacionais em 2016. TEMÁTICA FESTIVAIS NACIONAIS 2016 TEMÁTICA
Quant
Geral Universitário Regional Estudantil (Ensino Fundamental, Médio e Técnico) Ambiental Filmes dirigidos por Mulheres LGBTTT Cinema Fantástico Animação Documentário Infantojuvenil Metragem Filmes Etnográficos Patrimônio Cultural/Imaterial Desigualdade Social Filmes de Realizadores Negros Filmes em 24/48h Mobile Videodança Mobilidade Audiodescrição Direitos Humanos Filmes de Arquivo Hip Hop Música Produções Televisivas/Pilotos Roteiro Super 8 Videoperformance Anarquismo Animal Bicicleta Cidade (Urbano) Diversidade Diretores Estreantes em curtas-metragens Doutrina Espírita Esportes
114 37 22 18 12 10 9 9 9 6 5 5 4 4 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1
19 Filmes já selecionados em Festivais anteriores Filmes sobre Bares Filmes sobre Rio Doce Futebol Institucionais Linguagem Eletrônica Nuclear Periferia Saúde Coletiva Trabalho Turismo Transcendência Videoclipe Vídeos Experimentais
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
TOTAL
321
2.3 Formato de Inscrições dos Festivais
Quanto aos formatos de inscrições, o modo virtual é uma constante, com 230 festivais aderindo exclusivamente ao método (70%). Os que aceitam os dois modos estão em 59 (21%) e apenas físico, 32 deles (9%).
Tabela 9: Formato das inscrições dos festivais em 2016. FORMATOS INSCRIÇÕES Tipo
Quant
Apenas Virtual * Virtual / Opção Envio Físico Apenas Físico
230 59 32
TOTAL
321
Interessante notar que os festivais estreantes já nascem com essa predisposição ao método exclusivamente online. A sociedade para com a internet estabelece uma relação dialética, onde permite-se o desenvolvimento e criação de conteúdo, ao mesmo tempo
20 que se produz transformações relevantes na cultura da Sociedade. O caráter mais importante desse modelo operacional da internet é o caráter descentralizador e interativo, "possibilitando romper a relação de quem detém o poder da informação, processo antes não imaginado pelos produtores de mídia tradicionais". (RODELLA, 2005, p. 42).
Tabela 10: Formatos das inscrições dos festivais estreantes em 2016.
FORMATOS INSCRIÇÕES - FESTIVAIS ESTREANTES Tipo
Quant
Apenas Virtual * Virtual / Opção Envio Físico Apenas Físico
62 9 5
TOTAL
76
Usando como exemplo a Mostra de Cinema da Vitória de Santo Antão, na cidade homônima (PE), no que em seu primeiro ano teve 210 filmes inscritos, por meio do método exclusivamente online 5. O Cine Tamoio, realizado na cidade de São Gonçalo (RJ), também na sua 1° edição e por método apenas online, teve 162 filmes inscritos 6. Para uma primeira edição, são bons números de inscritos. A nível de comparação, a 8° edição do CineCreed – Documentarista Felipe Peres (PE), contou com 160 inscritos7, também online sua inscrição. A 39° edição do Festival Guarnicê de Cinema contou com
5
MOSTRA DE CINEMA DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO - Relação de Inscritos. Vitória de Santo Antão. Página do Festival divulga quantidade de filmes inscritos. Disponível em: <https://www.facebook.com/mostravitoria/photos/a.1712244525689703.1073741828.1711916612389161 /1723131037934385/?>. Acesso em: 16 mar. 2016. 6
CINE TAMOIO - Relação de Inscritos. São Gonçalo. Página do Festival divulga quantidade de filmes selecionados. Disponível em: <https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=774832012658076&id=751893078285303>. Acesso em: 16 nov. 2016. 7 RELAÇÃO DE FILMES INSCRITOS - CineCreed 2016. Abreu e Lima (PE): Preciscope.com.br. Apresenta relação de filmes inscritos no Festival CineCreed em 2016. Disponível em: <http://www.precisope.com.br/index.php/viii-cinecreed/inscritos>. Acesso em: 15 nov. 2016.
21 251 obras submetidas8; O 20° Cine PE, outro festival tradicional, contou com 575 filmes inscritos9. Ambos tradicionais, mas utilizaram inscrições exclusivamente físicas. A vantagem desse tipo de festival está em sua tradição, onde os realizadores veem com bons olhos sua submissão, mesmo que necessitem arcar com custos de inscrição indiretos (envio via correios, por exemplo). Os Festivais que mantém sua forma de inscrição apenas via física, o fazem de acordo com alguns fatores em consideração: 1) a tradição do formato; 2) a continuidade de um arquivo físico de filmes. 10 O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, por exemplo, um dos mais longínquos festivais cinematográficos do Brasil com 49 edições em 2016, mantém o formato de inscrição física, sendo necessário enviar cinco (05) cópias em DVD para a sede do Festival para o processo de inscrição (Embora para a edição do ano subsequente tenha alterado o formato para um formulário próprio). Outros eventos em que a inscrição se dá por meio físico são o Cine PE- Festival Audiovisual (20° edição), a Mostra de Cinema e Direitos Humanos (10° edição), entre outros. Dessas inscrições online, o formato mais utilizado são os formulários para a submissão dos trabalhos. Enquanto boa parte prefere o formulário Google (34%), o formulário próprio é uma opção bem utilizada e bastante preferível pelos responsáveis (32%). O envio diretamente do conteúdo para um e-mail do Festival como forma de submissão tem sua representatividade (18%), enquanto que as plataformas virtuais possuem um empate técnico com os multiformatos (8% para cada), isto é, as várias formas de suceder a inscrição, mais de uma forma online de realiza-la. Outros Formulários com (2%).
8
MAIS DE 250 FILMES INSCRITOS no 39° Festival Guarnicê de Cinema. São Luís: Cultura.UFMA.BR. Apresenta texto sobre quantidade de inscritos no 39° edição do Festival. Disponível em: <http://www.cultura.ufma.br/39guarnice/index.php/mais-de-250-filmes-inscritos-no-39o-festivalguarnice-de-cinema/>. Acesso em: 13 nov. 2016. 9
CINE PE Divulga programação completa. Recife: JCONLINE.com.br. Apresenta release dos inscritos no CINE PE de 2016. Disponível em: <http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/cinema/noticia/2016/04/25/cine-pe-2016-divulgaprogramacao-completa-232704.php>. Acesso em: 22 jan. 2017. 10
Durante a elaboração deste artigo, o autor entrou em contato com alguns festivais a fim de elucidar a pesquisa. Até o fechamento deste texto, alguns representantes de festivais se prontificaram a ajudar, mas nenhum deles responderam às perguntas enviadas.
22
Tabela 11: Formato das inscrições online dos festivais em 2016
FORMATOS DAS INSCRIÇÕES ONLINE Tipo
Quant
Apenas Formulário Google Apenas Formulário Próprio Apenas E-mails Apenas Plataforma Virtual Multiformatos de Inscrição Outros Formulários
100 87 54 23 21 4
TOTAL * Somando com os 32 físicos
289 321
Esses formulários se mostram preferíveis por sua praticidade no agrupamento de informações. De forma automatizada, todas as informações dos filmes inscritos ficam predispostas em um banco de dados que organiza todas as informações por data, hora e categoria da pergunta, podendo ser convertidos em planilha a qualquer momento, tornando a transmissão desse conteúdo para análise muito mais facilitada. O formato de plataforma virtual é tímido, mas aos poucos está ganhando seu espaço. Essas plataformas online são sites que objetivam a centralização do processo de inscrição, onde tanto o festival quanto os realizadores necessitam se cadastrar nela para realizar a inscrição. Após o festival se cadastrar enquanto evento, estará disponível para inscrição. Com o realizador se cadastrando na plataforma, terá acesso a todos os eventos que estiverem disponíveis na mesma plataforma, cada um de acordo com sua especificidade. Para submeter seu filme, é necessário criar um cadastro da obra, com todas as informações relevantes para análise. Como forma de sustentação, algumas plataformas cobram uma taxa ao realizador por inscrição, mesmo com o festival não cobrando taxas, estipuladas em dólar.
23
Tabela 12: Plataformas Virtuais utilizadas por festivais em 2016.
PLATAFORMAS VIRTUAIS UTILIZADAS * Tipo
Quant
Festhome Filmfreeway Moviebeta Click For Festivals ShortfilmDepot Up To Fest Withoutabox
26 11 8 3 3 1 2
TOTAL 54 * Tanto como Apenas Plataforma Virtual como em Multiformato * Mais de uma plataforma pode estar disponĂvel em um mesmo Festival
24 Tabela 13: Os festivais nacionais de 2016 que abriram inscrições para filmes.
REGIÃO CENTRO-OESTE N°
NOME
EDIÇÃO
UF
1
Festival de Brasília de Cinema Brasileiro
49°
DF
2
Festival Curta Brasília
5°
DF
3
Festival Internacional de Cinema de Brasília - BIFF
5°
DF
4
Festival Internacional Cinema e Transcendência
3°
DF
5
Festival de Filmes Curta-metragem das Escolas Públicas de Brasília
2°
DF
6
Festival de Curta-Metragem do IFB
2°
DF
7
Festival Luminoso Cine Bar
1°
DF
8
Mostra de Curtas PARANOÁ
1°
DF
9
FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental
18°
GO
10
Goiânia Mostra Curtas
16°
GO
11
Mostra da Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Goiás
14°
GO
12
TRASH – Mostra Internacional de Cinema Fantástico
8°
GO
13
Mostra Audiovisual UEG
8°
GO
14
Festival Intercolegial de Vídeo Ambiental e Cidadania FIVAC
7°
GO
15
Anápolis Festival de Cinema
6°
GO
16
IFIDEVIDULA - Festival Universitário de Videoclipes
4°
GO
17
FAVERA – Festival Audiovisual Vera Cruz
3°
GO
25
18
Festival de Filmes de Faina
2°
GO
19
Pirenópolis DOC - Festival de Documentário Brasileiro
2°
GO
20
Curta Canedo - Festival de Cinema de Senador Canedo
1°
GO
21
ELAS fazem cinema - Mostra de Filmes Dirigidos por Mulheres
1°
GO
22
DIGO –Festival Internacional de Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás
1°
GO
23
GO FILM - Goiânia Film Festival
1°
GO
24
MORCE-GO VERMELHO – Goiás Horror Film Festival
1°
GO
25
Mostra Audiovisual Universitário América Latina MAUAL
15°
MT
26
Festival de Cinema do Vale do Ivinhema - Festivale
13°
MS
27
Festival Universitário do Audiovisual FUÁ
8°
MS
28
Mostra Audiovisual de Dourados
4°
MS
26
REGIÃO NORDESTE
N°
NOME
EDIÇÃO
UF
29
Festival do Cinema Brasileiro de Penedo
9°
AL
30
Mostra Sururu de Cinema Alagoano
7°
AL
31
Festival de Cinema Universitário de Alagoas
6°
AL
32
Mostra Velho Chico de Cinema Ambiental
3°
AL
33
Panorama Internacional Coisa de Cinema
12°
BA
34
CachoeiraDoc - Festival de Documentários de Cachoeira
7°
BA
35
Curta 5 - Festival Estudantil de Curtas
7°
BA
36
FECIBA – Festival de Cinema Baiano
6°
BA
37
Cine Virada - Festival de Filmes Universitários da Bahia
5°
BA
38
Mostra de Filmes Educa7 minutos
2°
BA
39
Mostra de Cinema Contemporâneo do Nordeste
1°
BA
40
Mostra de Cinema Cine Horror
1°
BA
41
Mostra Itinerante de Culturas Populares
1°
BA
42
Conquista Ruas: Festival de Artes Performativas
1°
BA
43
Cine Ceará - Festival Ibero Americano de Cinema
26°
CE
44
Mostra Sesc Cariri de Culturas
18°
CE
45
NOIA – Festival do Audiovisual Universitário
15°
CE
46
CURTA CANOA Festival Latino Americano de Cinema de Canoa Quebrada
11°
CE
27
47
FOR RAINBOW – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade
10°
CE
48
Mostra Outros Cinemas
8°
CE
49
Mostra Percursos
7°
CE
50
FESTCINE MARACANAÚ – Festival de Cinema Digital e Novas Mídias
6°
CE
51
Mostra Internacional Audiovisual Curta o Gênero
5°
CE
52
Mostra ICA
3°
CE
53
Mostra de Cinema Rock Grito Sobral
4°
CE
54
Mostra Curta Vazantes: Cinema em Comunidade
3°
CE
55
Mostra Itinerante Livre de Cinema -MILC
1°
CE
56
Festival Guarnicê de Cinema
39°
MA
57
Festival Maranhão na Tela
9°
MA
58
Comunicurtas - Festival Audiovisual de Campina Grande
11°
PB
59
Fest Aruanda do Cinema Brasileiro
11°
PB
60
CINECONGO – Festival Audiovisual da Paraíba
8°
PB
61
Curta Coremas - Festival do Audiovisual
6°
PB
62
Mostra Cultura de Cinema Brasileiro
4°
PB
63
CURTA PICUÍ – Festival de Audiovisual
3°
PB
64
FESTISSAURO - Festival de Audiovisual do Vale dos Dinossauros
3°
PB
65
Mostra Parada de Cinema
3°
PB
66
Mostra Arandu de Filme Etnográfico
1°
PB
67
Cine Paraíso - Festival de Cinema de Juripiranga
1°
PB
28
68
Festival Brasileiro de Cinema Espírita e Espiritualista
1°
PB
69
I Mostra de Vídeos Institucionais do CCTA
1°
PB
70
Mostra Audiovisual Sobre Prevenção e Combate Á Corrupção
1°
PB
71
Mostra Virtual de Animação
1°
PB
72
Cine PE - Festival do Audiovisual
20°
PE
73
FESTCINE – Festival de Curtas de Pernambuco
18°
PE
74
Mostra Play The Movie
10°
PE
75
Curta Taquary - Festival Internacional de Curta-Metragem
9°
PE
76
Festival de Cinema de Triunfo
9°
PE
77
Janela Internacional de Cinema do Recife
9°
PE
78
CineCreed – Documentarista Felipe Peres
8°
PE
79
ANIMAGE - Festival Internacional de Animação de Pernambuco
7°
PE
80
Festival do Filme Etnográfico do Recife - FIFER
7°
PE
81
RECIFEST – Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero
4°
PE
82
Festival de Cinema de Caruaru
3°
PE
83
MOV - Festival Internacional de Cinema Universitário de Pernambuco
3°
PE
84
VerOuvindo: Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional
3°
PE
85
Cine Jardim – Festival de Cinema de Belo Jardim
2°
PE
86
MACO - Mostra de Cinema Agrícola
2°
PE
87
Mostra Pajeú de Cinema
2°
PE
88
Cine Às Escuras| Mostra Erótica de Cinema Acessível
1°
PE
29
89
Festival Internacional de Cinema das Realizadoras - FINCAR
1°
PE
90
Mostra de Cinema da Vitória de Santo Antão
1°
PE
91
Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões
11°
PI
92
BOOM - Mostra de Audiovisual do DECOM
9°
RN
93
Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa – FINC
7°
RN
94
Mostra UrbanoCine
2°
RN
95
Mostra Sesc de Cinema Potiguar
2°
RN
96
Mostra Trinca Audiovisual
7°
RN
97
CURTA- SE 16 – Festival Ibero-americano de Cinema de Sergipe
15°
SE
98
SERCINE – Festival Sergipe de Audiovisual
6°
SE
99
EBGÉ - Mostra de Cinema Negro de Sergipe
1°
SE
30
REGIÃO NORTE
N°
NOME
EDIÇÃO
UF
100
Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira
7°
AC
101
Festival UM AMAZONAS
16°
AM
102
Cine Bodó - Mostra Itinerante de Audiovisual
2°
AM
103
Mostra do Cinema Amazonense
2°
AM
104
Mac Horror Film Festival
1°
AM
105
Festival Imagem- Movimento
13°
AP
106
Festival Osga de Vídeos Universitários de UNAMA
13°
PA
107
Fusca - Festival Universitário de Criação Audiovisual
6°
PA
108
FICCA - Festival Internacional de Cinema do Caeté
3°
PA
109
FAB - Festival de Audiovisual de Belém
3°
PA
110
Mostra Curta Pará de Cinema
2°
PA
111
TORÓ - Festival Audiovisual Universitário de Belém
2°
PA
112
CINEAMAZÔNIA – Festival Latino Americano de Cinema Ambiental
14°
RO
113
Festival de Cinema Estudantil de Palmas - Você na Tela
1°
TO
31
REGIÃO SUDESTE
N°
NOME
EDIÇÃO
UF
114
Festival de Vitória
23°
ES
115
Mostra Produção Independente - ALDEIAS ABD Capixaba
11°
ES
116
FECIN – Festival de TV e Cinema do Interior
5°
ES
117
Mostra de Curtas Araçá
4°
ES
118
Mostra Cine Rap – Cinema de Rua nos Bairros
3°
ES
119
Mostra Audiovisual de Sexualidades e Afetos de Vitória
3°
ES
120
Cine.Ema - Festival de Cinema Ambiental do ES
2°
ES
121
Doc Regência - Mostra de Documentários sobre o Rio Doce
1°
ES
122
FORUM DOCBH - Festival do Filme Documentário e Etnográfico
20°
MG
123
Mostra de Cinema de Tiradentes
19°
MG
124
Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte
18°
MG
125
Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades
15°
MG
126
MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação
14°
MG
127
CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto
11°
MG
128
Mostra CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte
10°
MG
129
Cinecipó - Festival de Cinema Socioambiental da Serra do Cipó
6°
MG
130
Festival audiovisual nacional Imagens da Cultura Popular Urbana
4°
MG
131
Festival de Cinema de Caratinga
3°
MG
32
132
Festival Nacional de Cinema de Poços de Caldas - FESTCINE
2°
MG
133
Lumiar Festival Interamericano de Cinema Universitário
2°
MG
134
Mostra CineAfroBH Saberes e Fazeres Afro-brasileiros
2°
MG
135
Mostra de Cinema Feminista
2°
MG
136
Festival Cine Memória
1°
MG
137
Festival de Verão Vale do Aço
1°
MG
138
Mostra Cine Rua-Feminista
1°
MG
139
Mostra de Pequi de Audiovisual
1°
MG
140
Mini Festival de Web Film
1°
MG
141
Mostra Universitária de Cinema e Audiovisual - MOCINA
1°
MG
142
Mostra Traga Seu Filme
1°
MG
143
Mostra de Curtas da Ocupação TransArte BH
1°
MG
144
Recria Cine - Mostra de Cinema para Crianças e Adolescentes
1°
MG
145
Mostra de Cinema de Uberaba
1°
MG
146
Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema
26°
RJ
147
Festival do Rio
18°
RJ
148
RECINE – Festival Internacional de Cinema de Arquivo
16°
RJ
149
Dança em Foco - Festival Internacional de Vídeo & Dança
15°
RJ
150
Mostra do Filme Livre - MFL
15
RJ
151
Festival Internacional do Audiovisual - FIAV
12°
RJ
152
BAIXADA ANIMADA – Mostra Ibero-americana de Cinema de Animação
10°
RJ
33
153
Festival Visões Periféricas
10°
RJ
154
MacacuCine - Festival Internacional de Cinema Estudantil de Cachoeiras de Macacu
9°
RJ
155
Mostra UFFilme 2016
9°
RJ
156
Semana dos Realizadores
8°
RJ
157
Animaldiçoados - Festival Internacional de Animação Sombria para Adultos
7°
RJ
158
CeLU.Cine - Festival de Micro metragens
7°
RJ
159
Festival Internacional Estudantil de Cinema de Barra do Piraí - Festcine Estudantil
7°
RJ
160
Mostra de Audiovisual de Petrópolis
7°
RJ
161
Brazil Cinefest - Festival Internacional de Cinema
6°
RJ
162
Festival Internacional de Curtas-Metragens Cine Curtas Lapa
6°
RJ
163
Festival Internacional Pequeno Cineasta
6°
RJ
164
Filmambiente – International Environmental Film Festival
6°
RJ
165
Mostra Audiovisual Estudantil Joaquim Venâncio
6°
RJ
166
International Uranium Film Festival
6°
RJ
167
Mostra Maré Cheia de Cinema
6°
RJ
168
Rio Festival de Gênero e Sexualidade no Cinema
6°
RJ
169
ANIMA-SÃO - Festival Internacional de Animação de São Gonçalo
6°
RJ
170
Festival Internacional de Cinema Cristão - FICC
5°
RJ
171
Iguacine – Festival de Cinema da Cidade de Nova Iguaçu
4°
RJ
172
Mostra de Filmes “Memória em Movimento”
4°
RJ
173
VER CINE - Festival de Cinema Brasileiro da Baixada Fluminense
4°
RJ
174
72HORAS RIO Festival de Filmes
3°
RJ
34
175
Mostra Internacional de Cinema Green Nation
3°
RJ
176
Festival O Cubo de Cinema
3°
RJ
177
Semana Universitária Audiovisual Sudeste - SUA
3°
RJ
178
ARQUIVO EM CARTAZ – Festival Internacional de Cinema de Arquivo
2°
RJ
179
Dobra- Festival Internacional de Cinema Experimental
2°
RJ
180
Festival Mate Com Angu de Cinema Popular
2°
RJ
181
Rio WebFest
2°
RJ
182
Mostra de Realizadores de Audiovisual de Paraty
1°
RJ
183
Festival de Curtas da Facha
1°
RJ
184
CinEsporte - Festival de Filmes de Esporte
1°
RJ
185
1° Mostra de Curtas - Curta Cine CCBB
1°
RJ
186
AnimaNit - Mostra de Animação de Niterói
1°
RJ
187
Brazil International Film Festival - BRIFF
1°
RJ
188
CINE TAMOIO – Festival de Cinema em São Gonçalo
1°
RJ
189
Corte - Festival de Estudantes de Montagem e Edição em Cinema!
1°
RJ
190
Rio Fantastik Festival - Festival Internacional de Cinema Fantástico
1°
RJ
191
Mostra 100 Filtro: Mostra de Vídeos Juvenis sobre Diversidade
1°
RJ
192
Mostra Audiovisual: “Posso falar? A hora e a vez dos meninos e meninas em situação de rua”
1°
RJ
193
Mostra Cine Giro
1°
RJ
194
Mostra Cine Redemoinho
1°
RJ
195
Mostra Jovens.mov
1°
RJ
196
Curta Solar
Bimestral
RJ
35
197
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
40°
SP
198
Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo
27°
SP
199
ECOCINE - Festival Internacional de Cinema Ambiental
24°
SP
200
Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade
24°
SP
201
FEIA - Festival do Instituto de Artes da Unicamp
17°
SP
202
FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica
17°
SP
203
Prêmio ABC de Cinematografia
16°
SP
204
Curta Santos - Festival de Cinema de Santos
14°
SP
205
Cinefest Gato Preto
12°
SP
206
FeVIS - Festival de Vídeos da Imagem e Som
11°
SP
207
Festival 2 Minutos de Áudio e Vídeo
10°
SP
208
MIVSC - Mostra Internacional de Videodança de São Carlos
10°
SP
209
Mostra Curta Audiovisual de Campinas
10°
SP
10°
SP
9°
SP
210 211
Mostra CineTrabalho - Brazilian International Labour Film Festival (BILFF) ENTRETODOS - Festival de Curtas-Metragens de Direitos Humanos de São Paulo
212
Prêmio Cineclube Jacareí - Corvo de Gesso
9°
SP
213
Curta Atibaia
8°
SP
214
Festival do Minuto FACOPP
8°
SP
215
FIIK - Festival Internacional de Cinema Independente Kino-Olho
8°
SP
216
IN EDIT BRASIL - Festival Internacional do Documentário Musical
8°
SP
217
Cinefantasy - Festival Internacional de Cinema Fantástico
7°
SP
218
CIVIFILMES – Festival de cinema independente do Colégio Civitatis
7°
SP
36
219
Fest Clip
7°
SP
220
Festival de Cinema de Mogi Mirim
6°
SP
221
SEIS - Semana da Imagem e do Som - Mostra Audiovisual
6°
SP
222
Circuito Cine na Praça 2016
5°
SP
223
Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo
5°
SP
224
Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental
5°
SP
225
CINE COSMO - Mostra Audiovisual Hardy Kowalesky
4°
SP
226
Curta Caraguá – Festival de Cinema de Caraguatatuba
4°
SP
227
POPCORN FESTIVAL - Festival de curtas da UNIP- Sorocaba
4°
SP
228
Festival Brasileiro de Nano metragem
3°
SP
229
Festival Boca do Inferno
3°
SP
230
Festival de Finos Filmes
3°
SP
231
Loco de Ouro
3°
SP
232
Mostra da Diversidade Sexual - MoDive-Se
3°
SP
233
Mostra de Cinema Desobediente
3°
SP
234
Semana do Audiovisual Livre SALVE - SP
3°
SP
235
Super Off - Festival Internacional de Cinema Super 8 de São Paulo
3°
SP
236
Concurso da Semana Paulistana do Curta-Metragem
2°
SP
237
FESTICINI - Festival Internacional de Cinema Independente
2°
SP
238
Mobgraphia Film Festival
2°
SP
239
Mostra Pilantragi de Cinema NAVEIA
2°
SP
240
Mostra Imagem e Som: É Proibido Filmar
2°
SP
37
241
Mostra Internacional de Dança - Imagens em Movimento a Céu Aberto - IMARP
1°
SP
242
Cine Performa
1°
SP
243
Festival Audiovisual FIAM-FAAM
1°
SP
244
Festival Brasileiro de Filmes sobre Mobilidade e Segurança Viária MOBIFILM
1°
SP
245
Festival Path de Cinema Documental
1°
SP
246
Festival Curta com Vida
1°
SP
247
Festival de curtas da Escola de Atores Wolf Maya
1°
SP
248
Festival POE de Cinema Fantástico São Jose dos Campos
1°
SP
249
Mostra das Minas
1°
SP
250
Mostra CONTATO
1°
SP
251
Mostra de Cinema Cena Cine
1°
SP
252
Mostra de Cinema da Mulher
1°
SP
253
Mostra de Cinema e Vídeo Hip Hop SP
1°
SP
254
Mostra de Filmes Independentes Cine Matilha
1°
SP
255
Mostra de Vídeos Bicicultura
1°
SP
256
Mostra do Audiovisual Negro (APAN)
1°
SP
257
Mostra Formiga Independente
1°
SP
258
Mostra Mulheres Gritam Ação
1°
SP
259
The São Paulo Times Film Festival
1°
SP
260
Cine MIS
Anual
SP
38
REGIÃO SUL
N°
NOME
EDIÇÃO
UF
261
Festival KinoArte de Cinema
18°
PR
262
Curta 8 – Festival Internacional de Cinema Super-8 de Curitiba
12°
PR
263
Mostra O Teu Que Eu Mostro O Meu
9°
PR
264
Festival de Cinema de Cascavel
9°
PR
265
Festival de Vídeos de Maringá
9°
PR
266
Mostra Internacional de Cinema pelos Animais – Mostra Animal 2016
6°
PR
267
Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
5°
PR
268
Festival de Cinema Curta Pinhais
4°
PR
269
Cine Urge - Festival de Cinema de Cornélio Procópio
3°
PR
270
Festival de Curta-metragem de Toledo
3°
PR
271
FICBIC - Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba
3°
PR
272
Cine Tornado Festival
3°
PR
273
Festival de Vídeos da Universidade Estadual de Maringá - FEVUEM
2°
PR
274
Petit Pavé - Mostra de Cinema Independente de Curitiba
2°
PR
275
Festival de Cinema 5 Minutos de Saúde NESC
1°
PR
276
Festival de Cinema de Gramado
44°
RS
39
277
SET Universitário
29°
RS
278
Festival Nacional de Cinema Estudantil de Guaíba
15°
RS
279
FANTASPOA – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre
12°
RS
280
Cine Esquema Novo
14°
RS
281
CURTA NO SANTA - Festival de Curta-metragem, Cover e Animação
8°
RS
282
CINESERRA – Festival do Audiovisual da Serra Gaúcha
4°
RS
283
FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre
4°
RS
284
Festival de Cinema de Santo Ângelo
4°
RS
285
Festival Internacional de Cinema da Fronteira
8°
RS
286
Festival de Cinema de Três Passos
3°
RS
287
Festival Diálogo de Cinema
3°
RS
288
Festival Regional de Cinema e Literatura
3°
RS
289
CINEST -Festival Nacional de Cinema Estudantil
2°
RS
290
Festival de Cinema Escolar de Alvorada
2°
RS
291
Mostra de Curtas de Herval
2°
RS
292
Mostra Ela na Tela
2°
RS
293
São Leo em Cine
2°
RS
294
Primeira Janela – Festival de Cinema Infanto-juvenil de Porto Alegre
2°
RS
295
Festival de Cinema de Bento Gonçalves
1°
RS
40
296
Mostra de Cinema Feminino (RS)
1°
RS
297
Mostra Centro Cultural CEEE Erico Verissimo de Cinema Estudantil
1°
RS
298
Mostra "Todas as Mulheres no Cinema"
1°
RS
299
Fresta - Mostra Audiovisual do Curso de AVisuais
1°
RS
300
FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul
20°
SC
301
Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis
15°
SC
302
Festival Internacional de Cinema em Balneário Camboriú - Cinerama BC
6°
SC
303
Festival Nacional de Cinema Universitário Tainha Dourada
5°
SC
304
Festival Multicultural Psicodália
3°
SC
305
Festival Internacional de Cinema Socioambiental – PLANETA.doc
3°
SC
306
FIACULT - Festival Internacional Audiovisual de Cultura e Turismo
3°
SC
307
XØKE - Mo(n)stra Independente de Arte de Guerra
2°
SC
41
INTERESTADUAIS N°
NOME
EDIÇÃO
UF
308
Anima Mundi Festival Internacional de Animação do Brasil
24°
Interestadual
309
É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários
21°
Interestadual
310
Festival Internacional de Cinema Infantil
14°
Interestadual
311
Dia Internacional da Animação DIA
13°
Interestadual
312
Festival MIMO de Cinema
13°
Interestadual
313
Mostra de Direitos Humanos no Mundo
10°
Interestadual
314
Visualidades
8°
Interestadual
315
Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente do Circuito Tela Verde.
7°
Interestadual
316
CINEfoot - Festival de Cinema de Futebol
7°
Interestadual
317
Festival Internacional Lume de Cinema
4°
Interestadual
318
Mostra Cartas Visuais - Cidades
1°
Interestadual
ONLINE
N°
NOME
EDIÇÃO
UF
319
Festival Curta na UERJ
5°
Online
320
Festival do Minuto
25°
Online
321
Mostra “1 Minuto Contra a Violência”
1°
Online
42 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção cinematográfica brasileira está em crescente pós-Retomada, e encontra nos festivais e mostras um espaço para circular suas obras no mercado cultural, permitindo a aproximação de pessoas com o filme, troca de experiências, conceitos, linguagens, disponibilizadas com mais facilidade pelo avanço tecnológico. "Um movimento que tece identidades, com a criação de eventos que passam a fazer parte do calendário cultural das regiões onde ocorrem (ROCHA, 2015, p. 7). Um festival é importante devido a sua oportunidade de revelar novos talentos, técnicas e profissionais em ascensão; seu papel de mediador favorecendo a distribuição e exibição de filmes que originalmente não possuem espaço de comercialização; por permitir o contato entre pessoas, de mais diferentes países e regiões, para trocar ideias entre si, ampliando o conhecimento cinematográfico. (ALENCAR, 1978, p.54-55). Quanto aos dados, seria demasiada presunção afirmar que este artigo tem a missão de mapear o circuito de festivais audiovisuais brasileiros. Fazem parte desse estudo apenas os festivais que abriram inscrições, o que já assume um caráter limitador. Tampouco assume-se a condição de perfeição desses dados: diante da dificuldade de centralizar informações a respeito desses eventos tão diversos, a pesquisa nunca estará encerrada propriamente dita. Festivais que acabaram passando do filtro de procura serão inclusos posteriormente a disponibilização online do texto, e representantes desses eventos, a fim de facilitar esse processo, podem entrar em contato solicitando a inserção do festival. Os mais de 300 eventos mostram um norte, uma característica da conjectura audiovisual nacional. Os festivais aderem ao formato online pela sua praticidade com relação ao modo físico. A dinâmica do recebimento e principalmente armazenamento e gerenciamento dessas informações facilitam a progressão dos eventos, com os formulários como grandes aliciadores da prática virtual de inscrição, com os novos festivais exclusivamente voltados para a prática online. A Região Sudeste condensa os festivais em praticamente metade do certame, o que comprova que por mais que a quantidade seja grande, é mal distribuída. A temática é essencialmente generalista, mas destaca-se a atuação dos festivais ditos de classe, que oferecem voz a um determinado povo audiovisual: universitários, estudantis, obras de aspectos regionais, dirigidas por mulheres, ambiental, LGBTTT,
43 obras do gênero de animação, segmentos que por si só merecem um estudo próprio, que atuam na militância da obtenção do espaço e engajamento das múltiplas formas de audiovisual e representação social que adentram o campo da etnografia e misturam seus objetivos. O resultado é uma associação de signos presentes na esfera associativa. O cinema, agregado dos festivais, desempenham papel político, em termos de visibilidade dentro da esfera pública, de atuação social, econômica e cultural. Cinema, festivais e filmes são idealizações, estabilizados dentro de um emaranhado de intensidades que alterando suas conexões, podem levar a uma nova interpretação do que seja cada um deles. Sensorialmente, um filme exibido numa sala de cinema dentro da programação de um festival pode desenvolver uma reação única aos receptores - os espectadores - completamente diferente do mesmo receptor assistir em casa em seu computador. A reunião dos filmes na programação de um evento de tal porte se dá de forma performativa, em um conjunto de estratégias discursivas que estabilizam e naturalizam essa classificação (ROCHA, 2010, p.33). O atual modus operandi da nossa sociedade, envolta na globalização, virtualiza suas necessidades em prol de um acesso mais amplo as suas divulgações e objetivos. Com os festivais, essa síntese se mantém, onde a inscrição online permite o acesso dos realizadores ao evento de forma mais rápida. Os filmes em links permitem a virtualização do conteúdo e sua organização. O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a sua centralidade de conhecimento e informação, mas sim a aplicação desses conceitos para gerar dispositivos de comunicação da informação, numa tentativa cíclica de realimentar cumulativamente entre a inovação e seu uso (CASTELLS, 2007, p.69). Dessa forma, atentar-se para os modos de inscrição dos festivais é atentar-se para uma das aplicações da diversificação do processo tecnológico dentro do setor audiovisual, e com uma frequência no acompanhamento de dados, poderá perceber como a ferramenta é utilizada com o passar do tempo.
44 REFERÊNCIAS
A IMPORTÂNCIA dos Festivais e Mostras de Audiovisual. Brasília: ANCINE, 2012. Texto sobre a importância dos Festivais e Mostras. Disponível em: < http://www.ancine.gov.br/conteudo/import-ncia-dos-festivais-e-mostras-deaudiovisual>. Acesso em: 18 dez. 2016. ALENCAR, Miriam. O Cinema em Festivais e os caminhos do curta-metragem no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Artenova S.A, 1978. 142p. ALCÂNTARA, Jean Carlos Dourado de. Curta-metragem: gênero discursivo propiciador de práticas multiletradas. 2014. 138p. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). – Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2014. Disponível em: <http://www.ufmt.br/ufmt/unidade/userfiles/publicacoes/ec4c7c583edff3064bcee74013 2a9df4.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2016. ARAUJO, Milena Moreira de. Motivação da audiência de festivais de cinema: estudo exploratório em Portugal. 2013. 41p. Dissertação (Mestrado em Marketing) – Lisboa School Of Ecnomics & Management, Lisboa, 2013. Disponível em: <https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/11422/1/DM-MMA-2013.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016. BALDANZA, Renata Francisco; ABREU, Nelsio Rodrigues de. Comunidades Virtuais: reflexões sobre multiculturalismo e cosmopolitismo na rede. II ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, v.2, maio 2006. Disponível em: <www.cult.ufba.br/enecul2006/renata_francisco_baldanza.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016. CASTELS, Manuel. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2003. 243p. _______________. A Sociedade em Rede. 10 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 698p. CINE TAMOIO - Relação de Inscritos. São Gonçalo. Página do Festival divulga quantidade de filmes selecionados. Disponível em: <https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=774832012658076&id=751893 078285303>. Acesso em: 16 nov. 2016. ESTUDOS DA ANCINE apontam que o mercado audiovisual brasileiro segue crescendo. Brasília: ANCINE, 2016. Estudo sobre o Valor Adicionado pelo setor audiovisual na economia brasileira. Disponível em: < http://www.ancine.gov.br/salaimprensa/noticias/estudos-da-ancine-apontam-que-o-mercado-audiovisual-brasileirosegue>. Acesso em: 20 dez. 2016. GALLI, Fernanda Correa Silveira. Linguagem da Internet: um meio de comunicação global. Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional. Recife, dez. 2002. Disponível em: <https://www.ufpe.br/nehte/artigos/LINGUAGEM%20DA%20INTERNETum%20meio.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2016.
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