Portfólio - Matéria Prima 23

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Namisa bate recorde no carregamento de minério de ferro

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Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe apoio da CSN

matéria-prima Nº 23 k ano 4 k agosto_setembro | 2013 www.csn.com.br

jornal da csn

Mercado

EXCELÊNCIA OPERACIONAL

Expansão da siderurgia para Araucária (PR) e Porto Real(RJ) cria novas referências nos segmentos automobilístico, de linha branca e construção civil ® pág. 4


MINERAÇÃO

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Ampliar é possível Namisa bate recordes no carregamento de trens que transportam minério de ferro

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Namisa, empresa de mineração controlada pela CSN, tem obtido recordes consecutivos no volume de minério de ferro embarcado. Em 2011, foram 6,9 milhões de toneladas. Com o aumento da demanda e a melhoria na eficiência da operação, em 2012 foi registrada a marca de 7,1 milhões de toneladas embarcadas no terminal ferroviário de Itacolomy, em Congonhas (MG). E para este ano a previsão é atingir 8,5 milhões. A melhoria vem sendo obtida graças a uma iniciativa que reduziu em 30% o tempo gasto na operação, fazendo com que quatro composições fossem carregadas em apenas um dia – antes o recorde era de três composições diárias. O transporte de minério de ferro é uma operação complexa. É necessário manobrar as composições de trens que carregam entre 10 mil e 14 mil toneladas. Também é preciso fazer a limpeza do pátio e dos vagões, além do carregamento da composição. “Foi um trabalho de muito planejamento”, conta Frederico Andrews Duarte Silva, gerente de operações da área e coordenador do projeto. Para conseguir detectar as possibilidades de melhoria de performance, a área de beneficiamento trouxe para mais perto a MRS

Logística, responsável pelo transporte. A parceria possibilitou descobrir quais procedimentos poderiam ser aperfeiçoados. “Foi realizado um mapeamento de todas as oportunidades de melhoria que podíamos ter tanto no aspecto operacional, quanto na manutenção e na segurança”, ressalta. O minério carregado em Congonhas segue até do Terminal de Granéis Sólidos (Tecar), no Porto de Itaguaí (RJ), de onde é exportado. Para alcançar os resultados, foi preciso aumentar a eficiência de cada fase do carregamento, desde a limpeza até a retirada das composições do terminal. “Conseguimos com o planejamento, engajamento das equipes e parceria com as demais áreas”, diz o gerente. Aperfeiçoar o carregamento possibilitou diversos ganhos à Namisa e à CSN. Em função da melhoria na performance do terminal, o ciclo dos trens (terminal–ferrovia–porto) foi otimizado e as despesas de tarifa com o transporte foram reduzidas. Também houve avanços na capacidade, na eficiência e na segurança. “A empresa ganhou no sistema, pois, além de aumento de capacidade de carregamento, o terminal tem mais tempo para fazer limpeza e manutenção, o que torna as operações mais seguras”, explica Andrews. Para Fernanda Valença, gerente de Pátios e Terminais da MRS, o processo também melhora o relacionamento. “Alavanca melhores resultados para o cliente e para a MRS.”

Locomotiva em Congonhas, onde foram embarcadas 7,1 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado

Segurança

Uma das principais preocupações no processo de ampliação dos limites do carregamento de minério foi a segurança dos empregados. É o que explica o gerente de Saúde e Segurança da Namisa, Frederico Rios Fonseca. “Fizemos um trabalho em conjunto, apoiando o levantamento dos riscos para a redução dos incidentes”, conta. O aumento no número de trens foi avaliado para que não se tornasse um problema. “Já que teríamos uma maior exposição a riscos, resolvemos conhecer quais eram essas exposições”, explica. “Assim, quando aumentamos a produtividade, não expusemos os empregados.” A Gerência de Saúde e Segurança atuou com os líderes de trabalho para conhecer a percepção dos riscos no carregamento. “O importante é que os líderes, conhecendo os riscos, saibam tomar as decisões no dia a dia para termos uma produção satisfatória”, destaca Rios Fonseca. Ele avalia que atualmente os supervisores tratam a segurança de forma mais consistente. “A redução da quantidade de acidentes é uma consequência da maturidade.” Contudo, o trabalho para afeiçoar os procedimentos continua e a questão da redução de riscos é avaliada continuamente. “Quanto mais eficientes nos tornamos, mais capacidade temos para fazer todas as operações”, diz Andrews. “Nosso principal foco é, sem dúvida, quebrar os recordes de segurança nas nossas operações.”

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Produção descentralizada de aço transforma Araucária e Porto Real em referências no país 4

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descentralização da atividade siderúrgica da CSN completa 15 anos em 2013 com resultados positivos e um futuro promissor. Por um lado, a companhia tornou as unidades de Porto Real (RJ) e Araucária (PR) referência nacional na produção voltada aos mercados automotivos, de linha branca e construção civil. De outro, transferiu tecnologia, emprego e desenvolvimento para outros pontos do pais e fortaleceu seus negócios na área siderúrgica, até então concentrados em Volta Redonda (RJ). Hoje, essas duas unidades são capazes de produzir mais de 1 milhão de toneladas de aço por ano e gerar 1.600 empregos diretos e indiretos. A iniciativa começou a ser pensada após a privatização da CSN, em 1993. Três anos depois, foram lançadas as primeiras diretrizes. Márcio Lins, assessor de Planejamento e Suporte da CSN, participou de todo o processo e recorda os primeiros passos. A ação nasceu de um projeto de modernização da usina de Volta Redonda, chamado Plano de Atualização e Desenvolvimento Tecnológico. “O objetivo era ampliar a capacidade de pro-


Priorizamos o compromisso com os acionistas

5anos 1de ˆ deeficiEncia eficiEncia dução de tiras revestidas voltadas para outros mercados e melhorar a competitividade da Companhia”, relembra Lins. O ano marcante desse processo foi 1998. No mês de maio, ao lado da alemã ThyssenKrupp, a CSN iniciou a construção da GalvaSud, em Porto Real (RJ). Dois meses depois, em Araucária (PR), cidade da região metropolitana de Curitiba, era fundada a CISA (CSN-IMSA Indústria de Aços Revestidos S.A.), em parceria com a empresa mexicana IMSA (Indústrias Monterrey S.A.). Hoje, as duas pertencem totalmente à CSN, se tornaram extensões da UPV e levam o nome de CSN Porto Real e CSN Paraná, respectivamente. “As unidades nos ajudaram a ficar mais perto do mercado e a ter mais agilidade”, destaca o diretor executivo Comercial, Luiz Fernando Martinez. “O sucesso foi absoluto: o investimento foi realizado dentro do prazo e as fábricas trabalham com excelência operacional, com nível de ocupação máximo.” O gerente-geral Comercial do Segmento Indústria, Richard Boarin, diz que a descentralização da produção de aço tornou

mais fácil o atendimento de mercados em expansão, pois a CSN pode atuar com linhas direcionadas mais modernas. “Fizemos esse processo em conjunto com o mercado, porque era impossível construir algo desse porte sem estarmos fechados com os clientes que formam a nossa base”, afirma Boarin.

Pioneirismo

A coordenadora Administrativa e Financeira Fanny Solange Busato Batista trabalha na CSN Paraná desde sua fundação.

Com capacidade de produção anual de 650 mil toneladas de aço pré-pintado, galvanizados e bobinas a quente decapadas, a CSN Paraná é pioneira no Brasil e líder latino-americana na produção de Galvalume® (aço revestido com liga de alumíniozinco). Porém, os primeiros passos não foram fáceis. As metas eram ambiciosas, pois não havia produção de Galvalume® no Brasil e o pré-pintado era fabricado apenas em pequena escala. Para divulgar os produtos e suas qualidades, foi realizada uma ação de marketing. Como exemplo dos benefícios, pode-se citar que, com as chapas de aço pré-pintadas, as empresas obtinham expressiva economia, pois não precisavam manter uma li-

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nha de pintura. “O mercado foi conhecendo o Galvalume® e o pré-pintado, aprendendo a lidar com eles, e assim nossos clientes inovaram em seus produtos”, explica a gerente comercial de Desenvolvimento de Mercado, Eneida Jardim. Hoje, a produção da unidade é destinada à construção civil e à linha branca. “A CSN sentiu a oportunidade de aumentar sua vantagem em relação aos concorrentes”, comenta Márcio Lins, que participou da implantação da planta e foi gerente-geral entre 2001 e 2005. De acordo com ele, a CSN Paraná aumentou a rentabilidade da Companhia. “Cerca de 450 mil toneladas anuais de aço, que eram comercializadas como laminados a quente, passaram a ser transformadas em Galvalume® e pré-pintados, produtos com maior valor agregado e maior margem de lucro”, afirma Lins. “Havia uma demanda crescente por um material que aliasse qualidade, desempenho e durabilidade.” A escolha da cidade de Araucária resultou de um cuidadoso estudo e mudou a realidade da região. “Estes mercados novos têm como maiores consumidores a região Sul, principalmente Santa Catarina”, destaca o gerente-geral da unidade, Carlos Frederico Rangel Xavier. “Trouxemos geração de empregos, desenvolvimento, respeito à vida e ao meio ambiente”, analisa a coordenadora Administrativa e Financeira da CSN Paraná, Fanny Solange Busato Batista, primeira paranaense a fazer parte da unidade.

Evolução rápida

Composta por uma moderna Linha de Galvanização e de um Centro de Serviço de Corte e Soldagem a Laser, a CSN Porto Real foi criada para atender à demanda de um setor em ascensão – o automotivo – e às exigências em relação a novos materiais para a fabricação de veículos. “Para não ficar à margem desse mercado consumidor de produtos de ponta, a CSN decidiu implantar uma unidade voltada totalmente ao segmento”, explica o gerente-geral de Operações da planta, Milton Picinini. As obras começaram em março de 1999. Em 18 meses, a planta estava em funcionamento. A evolução foi rápida: três meses depois do início das operações, foram entregues os primeiros lotes de produtos para Mercedes-Benz, General Motors e Fiat. Em 2002, a CSN Porto Real já operava com 80% da sua capacidade instalada, firmando-se como fornecedora preferencial de chapas zincadas para uso automotivo. A planta opera atualmente no ritmo de 400 mil toneladas por ano, das quais 70% são constituídas de bobinas galvanizadas e 30% de produtos semiacabados — a bobina é cortada em chapas e blanks e vai direto para a estamparia das montadoras. O objetivo nos próximos anos é ampliar a produção de semiacabados. Além dos investimentos em tecnologia, o sucesso foi fruto da estratégica escolha de Porto Real. Recém-emancipada de Resende, a cidade, a 42 quilômetros de Volta Redonda, estava aberta para receber novas empresas. Além disso, o município é cortado

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pela Rodovia Presidente Dutra e pela malha ferroviária e fica próximo dos principais clientes, situados em Taubaté, São José dos Campos e no ABC paulista. “Esses detalhes são importantes no atendimento à indústria automobilística, que exige o sistema ‘just in time’, pois trabalha cada vez com menos estoque”, diz Picinini. Os diferenciais da unidade no atendimento – como a pontualidade e a capacidade de flexibilizar a produção – renderam vários prêmios. Nos últimos cinco anos, a CSN Porto Real obteve as principais premiações anuais das montadoras: Qualitas da Fiat, Q1 da Ford, Supplier of Year da General Motors (Brasil e Estados Unidos) e o The Best of The Best da General Motors.

A CSN Porto Real fornece aço exclusivamente para o mercado automotivo.

Desafios

Investir no aumento da capacidade da unidade está entre os desafios das duas plantas. Na CSN Paraná, o foco é ampliar a produção de pré-pintados e Galvalume®, para agregar mais serviços a esses produtos. “São investimentos para acompanhar o desenvolvimento do país. O cliente quer receber uma peça pintada e cortada, pronta para montar”, afirma Luiz Fernando Martinez. “Não queremos competir com o preço, mas com o valor que entregamos ao cliente.” No Paraná, a unidade também se preocupa em reter a equipe para os próximos anos. Amplamente industrializada, a região de Araucária está com o mercado de trabalho aquecido. “Nosso objetivo é atrair e formar mão de obra”, explica Carlos Frederico Rangel Xavier. Márcio Lins avalia que o sucesso da Companhia mexeu com outras empresas do setor. “Nossas concorrentes nos seguiram, ampliando suas capacidades produtivas em aços revestidos, mas estamos alguns passos à frente. Nossa meta é manter e, se possível, ampliar essa vantagem”, comenta Lins.Em Porto Real, o desenvolvimento de novos aços é umadas metas principais. Para tanto, a redução da espessura das chapas é fundamental. “Entre as tendências, a principal é a produção de chapas que aliem alta resistência e boa conformabilidade, permitindo reduções de peso das carrocerias”, comenta o gerente-geral de Operações, Milton Picinini. © fotos: wallace feitosa


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