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PLUG
by PCGuia
REFURBISHED
Muitas lojas aproveitam produtos devolvidos nas condições iniciais para os vender com um pequeno desconto, no formato ‘recondicionado’. Os produtos podem ter sido de exposição, não terem a caixa original, faltarem alguns componentes ou terem mesmo sido devolvidos por um cliente que mudou de ideias. O motivo geralmente é exposto na página do produto e quando existe alguma implicação contratual, a mesma é referida, como a garantia reduzidapara um ano. Algumas empresas dedicam-se inteiramente à requalificação de material de um sector, seja por compra de grandes lotes e revenda, como pela compra de equipamentos avariados e reparação profunda.
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COMPRAS EM SEGUNDA MÃO
O mercado de peças usadas, em plataformas dedicadas ou associadas a redes sociais, são óptimas para estender o tempo de vida da tecnologia. Como vendedores, obtemos o retorno de algo que sabemos ainda ter valor a acrescentar e uma função a cumprir; como compradores, adquirimos algo de que precisamos, mas que não é necessário ser novo para o uso que lhe vamos dar. Obviamente, recomendo muita atenção às burlas, especialmente no actual mercado de placas gráficas que se assumem quase como uma miragem, nas lojas.
GARANTIAS
Felizmente, algumas marcas ainda optam por, apelando à qualidade que acreditam que os seus produtos têm, incluir garantias maiores entre três e dez anos. É frequente alguns componentes, como as memórias RAM, terem garantia vitalícia, mas atenção às entre-linhas: muitos fabricantes só oferecem isso ao primeiro dono certificado desse produto e se este estiver registado. Nada como confirmar no manual assim que adquirem e tratar logo de tudo. A fiabilidade é um importante factor no momento da compra, porque é muito fácil ganhar aversão a processos de garantia, especialmente por terras lusas.
© repair.eu
«A obsolescência programada é uma estratégia de mercado onde se desenvolvem produtos com um tempo de vida já planeado».
CONCLUSÃO
Continua na mão dos utilizadores decidirem em que marca ou tipo de produtos preferem gastar o seu dinheiro. A possibilidade de reparar um produto será cada vez mais importante, sem ser necessário ir directamente à marca e gastar 40% (ou mais) do valor original, para substituir o que por vezes era uma falha de desenho de produto, propositada ou não.
Luís Alves
nickname Shuper’ Luu’
ÍNDICE DE REPARABILIDADE
O lixo electrónico deve passar os cinquenta milhões de toneladas em 2021, sendo o tipo de desperdício com maior crescimento em todo o mundo. Números de 2016 mostram que a Europa está abaixo da média mundial: em 90% da população com um telemóvel, a reciclagem destes equipamentos acontece em menos de 15%. O seu incorrecto tratamento como lixo tem um impacto gigantesco nas emissões de carbono, contaminação das águas e vida animal (que chega até nós de volta como alimento).
A França é pioneira no combate a este problema. Após algumas sondagens à sua população, o governo percebeu que a maioria das pessoas preferia reparar os produtos que comprar novos, mas só não sabiam como o fazer. Com um sistema parecido ao da eficiência energética, o índice de reparabilidade pontua os produtos com cinco critérios: facilidade da tarefa, preço das peças necessárias, disponibilidade das mesmas, documentação disponível para cada tipo de avaria e uma variável final do tipo de produto, para nivelar a necessidade/impacto e o peso dos critérios.
Quem não respeitar, seja produtor, distribuidor ou vendedor, paga uma “pequena” multa de uns milhares de euros, mas só em 2022. Não sendo tudo perfeito, é uma excelente batalha para evitar o consumo desnecessário de recursos naturais e espelhar a preocupação com o meio ambiente de quem produz novas tecnologias.
Espanha está à procura de activar uma medida similar, mas em Portugal, ainda não se sabe de nada. Será que o nosso País não tem arranjo?