refĂşgios na paisagem
YULI PIRES
YULI PIRES 2016
refúgios na paisagem
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO RIBEIRÃO PRETO, SP - NOV. 2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ORIENTAÇÃO: MARCELA CURY PETENUSCI
FOLHA DE APROVAÇÃO YULI PIRES refúgios na paisagem
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências para a obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da Prof. Marcela Cury Petenusci Aprovada em:
Banca examinadora: ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família pelo apoio, aos professores e amigos que fizeram parte desta etapa da minha vida. Agradeço muito ao Mestre Francisco Gimenes, que além de excelente educador, foi um grande amigo e exemplo de vida.
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INTRODUÇÃO
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2. ABRIGO/REFÚGIO 2.1. EVOLUÇÃO DO REFÚGIO 2.2. ABRIGO TEMPORÁRIO EMERGENCIAL 2.3. ABRIGO/REFÚGIO - CONCEITOS ATUAIS 2.4. RELAÇÕES ESPACIAIS – dimensionamento mínimo
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3.
INTEGRAÇÃO COM O MEIO NATURAL
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4.
APLICAÇÕES NO BRASIL
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5. APLICAÇÕES NO MUNDO – referências projetuais 5.1. MINIMOD – Porto Alegre 5.2. MINIMOD - Catuçaba 5.3. MIMA HOUSE – Portugal 5.4. ECOLOF - México 5.5 WIKKELHOUSE
A CABANA PRIMITIVA – breve introdução histórica
59 60 62 64 66 76
6. SÃO SIMÃO, SP - breve introdução 6.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 60 6.2. FORMAÇÃO, POVOAMENTO E IMIGRAÇÃO 6.3. EPIDEMIAS, DECADÊNCIA E ESTAGNAÇÃO 6.4. LEVANTAMENTO DE DADOS 6.5. VOCAÇÃO TURÍSTICA
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7. ATIVIDADE TURÍSTICA SOBRE O MEIO NATURAL 7.1. ÁREAS POTENCIAIS PARA IMPLANTAÇÃO
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8. OBJETO DE ESTUDO 8.1. CROQUIS
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9. O PROJETO
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Referências
INTRODUÇÃO São primordiais o descanso e o lazer para a vida do ser humano, tendo como função aliviar essas sensações de estresse, melhorar a saúde e a disposição de cada um. Sem eles, o corpo não responde adequadamente, se sente sobrecarregado e padece. A importância de separar um período de descanso implica tanto na manutenção da saúde física quanto mental das pessoas. Sendo assim sente-se a necessidade de fugir do núcleo caótico e do modo de vida urbano geralmente definido por longas jornadas de trabalho estressantes, principalmente dos grandes centros urbanos, como Ribeirão Preto, a
fim de se preservar uma boa qualidade de vida. O lugar de conforto [...] dá especial atenção ao bem-estar, funcionando como refúgio (ou abrigo) inspirador de intimidade, onde o ser humano se sente fisicamente
bem e seguro. (MAGALHÃES, 2013, p. 19)
São Simão possui potencial turístico e paisagístico para apoiar este tipo de equipamento de descanso e lazer, porém pouco explorado: estimular a vocação turística relacionada à paisagem “natural” do município, a partir da elaboração de equipamentos de apoio ao turismo - os refúgios - com a possibilidade de implanta-los em diversos locais, é em grande parte, a conceito desta pesquisa.
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Portanto, na primeira parte do presente trabalho é apresentada a pesquisa teórica realizada sobre o tema refúgio, abordando seu princípio, evolução e conceitos atuais. Diante da correlação espacial entre o exterior e interior e sua intima relação com o dimensionamento mínimo, o capítulo ainda reflete sobre a composição do refúgio e denota referencias projetuais. Em uma segunda parte é apresentado o município ao qual o projeto estará inserido, sua contextualização histórica e o levantamento de dados. A consequência dessa problematização é o desenvolvimento do projeto do equipamento de apoio ao turista, disponível na terceira parte deste trabalho. OBJETIVO O presente trabalho visou elaborar o projeto de equipamentos de descanso de uso temporário destinados às pessoas que buscam se refugiar da rotina e do modo acelerado da vida urbana, atendendo as necessidades mínimas humanas. Este projeto, de caráter turístico, pretendeu vincular a atividade antrópica ao meio ambiente, de acordo com a demanda de uso do município de São Simão.
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JUSTIFICATIVA O município de São Simão apresenta notáveis paisagens, porém exploradas inadequadamente. É inegável sua potencialidade turística relevando o Morro do Cruzeiro e as prainhas do Rio Tamanduá. A importância destes meios reflete no desenho da paisagem, assim como na identidade do município e, garantir a manutenção destes espaços é essencial. As atividades aplicadas nestes meios carecem de instrumentos apropriados para sua funcionalidade satisfatória, implicando no abandono da prática turística. Por sua vez, o ambiente perde seu devido valor caminhando à deterioração. Aplicar atividades adequadas, que visam à integração do meio antrópico com o meio natural, é uma forma de evitar a deterioração do meio ambiente. A partir do desenvolvimento turístico, busca-se valorizar o município melhorando assim suas condições de proteção e manejo, como propõe Geraldes (2007) sobre o planejamento turístico. O estudo busca desenvolver instrumentos necessários para exercitar e complementar o turismo local, a fim de prosperar a economia, enriquecer a cultura local, e otimizar espaços de convivência para a população e visitantes. Os
propostos equipamentos de incentivo para movimentação turística agregam valores a esse tipo de atividade e consequentemente a preservação do ambiente ao qual serão implantados. A região possui poucos equipamentos que visam acolher esse público que deseja fugir dos grandes centros urbanos e se refugiar em ambientes mais isolados e próximos a natureza. A partir dessa pesquisa foram ampliados os conhecimentos sobre a complexidade do objeto de estudo de modo a debater a importância de espaços de descanso e lazer para qualidade de vida e abordar a atuação da arquitetura vinculada à paisagem a fim de requalificar o ambiente.
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A CABANA PRIMITIVA BREVE INTRODUÇÃO HISTÓRICA
As primeiras construções do homem não eram destinadas à habitação, e sim para eventuais cultos: “É unânime, entre os teóricos, que as primeiras construções do homem primitivo não se destinavam à habitação”, diz Santos (2014). Com as mudanças climáticas e a procura por maiores fontes de alimentos, sente-se a necessidade de um estabelecimento de suporte, a busca por abrigos: assentamentos temporários e outros permanentes (KRONENBURG, 1995).
Figura 1: a cabana primitiva e a origem da arquitetura segundo Chambers
Quando no princípio da História da Humanidade e da Arquitetura, Adão foi expulso do Paraíso e precisou de procurar abrigo para si e para Eva, teve duas possibilidades: refugiar-se numa caverna com os animais ou, mais tarde, criar com as suas próprias mãos uma cabana [...] A primeira prendia-o a um lugar, enquanto a segunda iria permitir-lhe maior mobilidade e, portanto, maior liberdade. (CAMPOS BAEZA, 2011. p. 49 apud MAGALHÃES, 2013. p. 42).
Para abrigar-se e proteger-se das intempéries o homem dependia de elementos e espaços naturais, já existentes pela natureza, como cavernas, grutas e troncos de árvores, sendo a forma primária de abrigo, de caráter precário proporcionando o mínimo de segurança e conforto (MAGALHÃES, 2013). “Porém, imediatamente descontentes com a humidade e a escuridão destas habitações, começaram a procura por um alojamento mais salubre e confortável. ” (CHAMBERS apud SANTOS, 2014 p.13). Além disso, o uso desses espaços está fortemente influenciado pelo local onde se insere. “Estes refúgios, ou abrigos naturais, apresentam-se de diferentes formas, conforme os recursos e condições ambientais, e existem onde a natureza os cria” (VEIGA DE OLIVEIRA,
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do homem. Através da observação ele aprendeu com os animais a construir seu próprio espaço, e como ser racional, aplicou certos materiais na cabana, camuflando-a com o lugar, demonstrando seu instinto de proteção, de abrigo. (SANTOS, 2014) Imitou os métodos construtivos dos animais recolhendo galhos e folhas empilhando-os de forma cônica e cobrindo-os com uma mistura de folhas e argilas “formando assim a sua cabana, o suficiente para abrigar o audacioso habitante durante as noites e estações de mau tempo” (CHAMBERS apud SANTOS, 2014 p.13). 1992). A existência destes elementos não era constante em todos os ambientes terrestres, sendo necessária a produção de espaços para atender as necessidades de proteção do homem primitivo, por exemplo, escavando solos e rochas. Os abrigos naturais eram fixos e por vezes mal situados ou com condições pouco favoráveis à vida humana, sendo para o homem primitivo, um ser nómada, um aspecto negativo deste tipo de abrigo. Assim surgem os primeiros abrigos artificiais como tendas e outras construções simples, que pela sua aparência podemos dizer que eram uma espécie de caverna recriada – o espaço conhecido pelos primeiros homens como espaço de abrigo. (SANTOS, 2014, p. 11).
A natureza era o principal quadro referencial para o desenvolvimento
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Com o tempo, foram aperfeiçoando suas técnicas e concebendo abrigos mais resistentes e duradouros. Em 1753, o abade Marc-Antoine Laugier define a “cabana rustique” ideal, onde a estrutura de suporte da modesta cobertura protetora deve ser apoiada em colunas, deixando as paredes divisórias e de fechamento livres de cargas. [...] o interesse pela casa-refúgio como a primeira expressão arquitetônica é, assim, um fato evidente. (GALFETTI, 2002, p. 11).
O homem pode, então, decidir onde iria ocupar e qual a melhor forma arquitetônica para isso (MAGALHÃES, 2013). Neste contexto o homem passou a se definir diante a natureza, delineando seu caráter, construindo sua identidade.
Figura 2 homem primitivo se protegendo da chuva, segundo Filarete
Figura 3: a cabana nativa americana, TIPI
Não se trata, portanto, de uma construção estritamente de proteção do mau tempo e de animais ferozes, mas uma afirmação frente à natureza, uma relação mais ampliada do homem com o meio ambiente. (SAN-
TOS, 2014, p. 15)
Há argumentações de que toda a arquitetura tem suas origens na cabana primitiva, “sendo o princípio e medida de toda a arquitectura, mais do que um modelo para imitar. ”, como um ato instintivo de projetar e construir. Retomar às origens é um modo de repensar o que se faz habitualmente. E não seria diferente com o presente trabalho, fundamentando o primeiro passo para progredir nos projetos futuros.
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ABRIGO / REFÚGIO 2.1. EVOLUÇÃO DO REFÚGIO
Figura 4: a evolução da cabana segundo Milizia.
O refúgio, como segunda opção de espaço para escapar do mundo ao qual está habituado, um mundo paralelo, vem sendo explorado desde a antiguidade. A rainha Maria Antonieta exigiu que fosse construída, junto ao palácio de Versalhes, uma “hameau”, um local para uma vida simples, mais humana, ao qual remete as ocupações campestres - certo interesse na arquitetura popular. Enquanto os arquitetos eram exclusivos de uma determinada classe, a arquitetura popular era um subproduto da idealização de um povo. “Há numerosos exemplos de arquitetura que, ao formular a casa-refúgio buscaram nas [...] cabanas da arquitetura popular um modelo” (GALFETTI, 2002, p.
11). A inspiração pela vida mais simples despertava o interesse pelo modo de construção dessa “arquitetura sem arquitetos”, sendo executados pelos próprios usuários utilizando recursos e materiais do próprio ambiente, explica Galfetti, Os modelos de arquitetura popular são utilizados como fonte “não-poluída”, mas dela também surgiu a paixão pela autoconstrução entendida como um mecanismo alternativo como a possibilidade de outorgar mais felicidade ao habitante da casa-refúgio, baseado na satisfação que pode produzir a ação de construir as próprias paredes, ou seja, a autossuficiência. (GALFETTI, 2002, p. 12)
A arquitetura popular continuou sendo referência, porém as casas-refúgio extrapolam os modelos domésticos
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e plásticos das “casinhas-populares”, e, após a década de oitenta alcançam os modelos industriais, onde “[...] os galpões industriais, estábulos ou construções agrárias são a base do projeto, e muitos arquitetos buscaram desenhos “não-desenhados” nelas.” (GALFETTI, 2002)
Figura 5: o “hameau” da Maria Antonieta em Versalles
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2.2. ABRIGO TEMPORÁRIO EMERGENCIAL Frequentemente, os conceitos de abrigos e refúgios são abordados como elementos de caráter emergenciais. Anders (2007) trata a temática de abrigos temporários emergenciais voltados para o apoio de desabrigados por desastres naturais e assentamentos precários e irregulares, como favelas, cortiços. No entanto, Anders (2007, p. 32) nota que
Nem todo fenômeno natural é perigoso ao homem, uma chuva forte, o deslizamento de uma encosta ou a cheia de um rio, só tornam se uma ameaça quando afetam o funcionamento de uma comunidade, causando perdas de vidas, prejuízos e danos materiais.
A abordagem seria ingênua se atribuísse as tragédias apenas às causas naturais. Por esse motivo o autor consta as ações humanas como responsáveis
Figura 6: desastre ocorrido em Mariana, MG no ano de 2015. Um dos maiores desastres ambiental ocorrido no Brasil, desabrigando centenas de famílias.
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pelas situações de risco e potenciais desastres naturais: E se esses fenômenos naturais se tornaram um desastre, é porque havia uma situação vulnerável induzida ou produzida por algum tipo de intervenção humana sobre a natureza (FERNANDEZ,1996 apud Anders).
No Brasil, o quadro mais recorrente de pessoas desabrigadas ocorre sobre os efeitos de enchentes, deslizamentos e tempestades tendo em vista a ocupação desordenada da população em áreas vulneráveis, tornando-se fundamental a elaboração de abrigos emergenciais sendo “uma das chaves para salvar vidas e prolongar a sobrevivência”, como reflete Anders (2007, p.55).
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Nestes casos extremos, é crucial, para a recuperação física e mental dos atingidos, a agilidade no fornecimento desses espaços. Alguns autores retratam a tenda como forma de abrigo temporário mais eficaz visto que sua montagem é rápida “e pode ser facilmente armazenada e transportada, além de acomodar-se melhor a diferentes climas, a partir de recentes inovações na estrutura e adaptabilidade dos tecidos, que materiais plásticos ou metálicos” (FERES, 2014, p.92). No entanto, quando não há estratégias de reconstrução de moradias permanentes ou levam muito tempo para serem concebidas, essas estruturas de tendas condicionam as pessoas às situa-
ções sub-humanas [...] sem dignidade e qualidade necessária para o reestabelecimento da normalidade e de suas atividades rotineiras [...]. Um abrigo de qualidade está antes relacionado, portanto, ao planejamento prévio e posterior dos eventos do que pelas dimensões, layout ou formas que possam apresentar. (FERES, 2014, p. 168).
Figura 7: abrigo têxtil desmontável para refugiados, de Abeer Seikaly
Para fins de sobrevivência ou meros espaços de descanso, os refúgios buscam acomodar e proteger seus usuários de uma situação de ameaça física ou mental. Portanto devem possuir o mínimo necessário para confortar e aten der as necessidades básicas humanas. Sendo assim, o refúgio, uma peça simples que auxilia o homem a recompor seu bem-estar.
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2.3.
REFÚFIO - CONCEITOS ATUAIS
Refúgio por definição é um lugar para onde alguém se retira para evitar um perigo, é um abrigo, um retiro. Abrigo por sua vez é um lugar defendido das intempéries. (Santos, 2014, p. 35).
O homem, por instinto, busca suas origens, sua relação íntima com a natureza. Sendo assim, essencial a criação do abrigo e a importância de satisfazer o conforto e o sentimento de proteção, ao qual transmita familiaridade. “O abri-
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go de hoje, diz respeito à relação do ser humano com as suas raízes, ao conforto que associamos ao ventre materno, com o interior de conforto e bem-estar aliado à noção de refúgio.” (MAGALHÃES, 2013, p. 41). O refúgio é o lugar onde se procura o bem-estar físico e emocional, um local de proteção, motivado pela necessidade de abrigo do corpo. É um conceito
Figura 8: ninho de passarinho, remetem a sensação de segurança e conforto
como essencial. Depois da tenda, vem a casa, “onde as coisas são possuídas, na tenda são experimentadas, as experiências colecionadas, podendo ser incrivelmente diversificadas” (MAGALHÃES, 2013, p. 48). Esses espaços de refúgio destinam-se ao usufruto do ócio, descanso, e lazer sobre espaço/natureza de modo mais informal, simples e conectado à natureza, podendo ser adaptado de acordo com as necessidades dos usuários. (BASSAM, 2013).
subjetivo que ganha formas adequadas à condição de habitar, relacionando o espaço fechado ao meio que o circunda. “A noção de abrigo da atualidade vê o conforto na casca que envolve o corpo, protegendo-o das agressões exteriores – a agressividade do meio urbano em que normalmente se insere.” (MAGALHÃES, 2013, p. 41)
Originalmente, o fator mais importante para o bem-estar em um abrigo se dava pela segurança. Hoje, essa condição é adquirida, considerando o conforto
Em sua gênese, a casa refúgio é mais uma das invenções burguesas que fizeram sua ascensão social a partir da revolução industrial. Historicamente, pode se dizer que a burguesia inglesa cria conceitos de conforto, privacidade e lazer, introduzindo hábitos e costumes que influenciam todo o modo de vida ocidental até os dias de hoje. (BASSAM, 2013).
Os refúgios temporários para turistas são interpretados como espaços aos quais os usuários são acolhidos num curto espaço de tempo livre (finais de semana, feriados ou férias curtas) para recompor suas energias, [...] desvalorizando o conceito de permanência prolongada, permitindo que este se aproprie de cada um destes espaços momentaneamente, com os seus pertences, reorganizando e personalizando a sua atmosfera. (Magalhães, 2013, p. 18).
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Portanto, refúgios são de caráter provisório e o usuário desses espaços é transitório, buscando por espaços que lhe ofereça o mínimo de segurança, conforto e intimidade, mas que não são dele, nem de ninguém, pois “não sendo um lugar identitário, evita a permanência do utilizador por um longo período de tempo, mas permite que este o personalize, caso assim o pretenda” (MAGALHÃES, 2013, p. 20)
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Figura 9: projeto “Veasyble” serve para criar uma sensação de isolamento em meio ao caos.
2.4. RELAÇÕES ESPACIAIS - DIMENSIONAMENTO MÍNIMO Figura 10: Maison Dom-Ino, de Le Courbusier, 1914, tem vigas, pilares, lajes e a caixa de escadas em cimento reforçado eliminando a necessidade de paredes estruturais.
A discussão sobre a área mínima aceitável para o “espaço habitável” já dura há muito. Desde a simples definição das dimensões do espaço, baseada no layout do mobiliário necessário, até às atuais discussões em torno da psicologia ambiental, têm existido as mais variadas propostas para definir o espaço mínimo para se habitar. (MAGALHÃES, 2013, p. 30).
O mundo atual é marcado pela constante aceleração e após as primeiras décadas do século XX, os arquitetos começaram a se atentar aos novos sistemas pré-fabricação, visto como método de baixo custo e tempo, tanto para propósitos residenciais quanto emergenciais. Alguns nomes destacam-se como, Le Corbusier, Walter Gropius, Mies Van Der Rohe, Buckminster Fuller, Frank Lloyd Wright, quanto ao desenvolvimento do conceito de módulos básicos reutilizáveis (MAGALHÃES, 2013). As primeiras definições de áreas mínimas habitacional estavam diretamente ligadas às preocupações nos âmbitos de higiene, modo de vida e relação com os mobiliários, sendo
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[...] apresentadas diversas configurações internas das habitações, com propostas inovadoras de ambientes, através da utilização de divisórias leves, painéis deslizantes e mobiliário dobrável e multifuncional. Esta linha de pensamento refletia a preocupação com a adequação dos móveis dentro dos espaços reduzidos das habitações económicas, de forma a evitar interferências entre o mobiliário e a circulação, iluminação e ventilação da habitação. A Maison Dominó de Le Courbusier, ou a Bauhaus, com o seu uso da prefabricação para espaços de habitação de área reduzida (Braga, 2010), exemplificam esta linha de pensamento. (MAGALHÃES, 2013, p. 31).
As casas-refúgio usualmente têm suas dimensões espaciais otimizadas, despertando o caráter de microarquitetura. “Esta, ocupa-se de uma escala menor do que a do edifício, mas maior do que a escala do mobiliário, criando espaços fluídos que podem ser alterados pelo utilizador. ” (MAGALHÃES, 2013, p. 20) Estes espaços devem respeitar
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certo programa, e suas funções muitas vezes se sobrepõe a fim de otimizá-lo. O mobiliário, por sua vez, é repensado, sendo projetado para maior número de atividades e adaptado para modificações do espaço, como mesas dobráveis, possibilitando o uso flexível do ambiente, ou seja, “[...] aproveitar o máximo de espaço disponível leva a arquitetura a projetar um mobiliário muito versátil.” (GALFETTI, 2002, p. 13) O homem é o centro da concepção dessa arquitetura reduzida, sendo condicionante espacial por meio de suas próprias medidas e proporções. É a escala humana física e íntima, sendo o corpo referência de dimensionamento e espaço acolhedor. “A casa-refúgio foi descrita como a arquitetura mais humana justamente por essa condição de abrigo do corpo: é a arquitetura que oferece espaços íntimos, reservados e protetores” (GALFETTI, 2002, p. 13) .
Le Corbusier reflete que a arquitetura é a extensão do corpo e da mente: essa assimilação da casa-refúgio com o corpo é tão tangível que modificá-la seria como a troca de roupa das pessoas. Definir refúgio nos remete ao espaço mínimo, a escala do indivíduo, como uma segunda pele, uma vestimenta, uma primeira proteção. (GALFETTI, 2002). Assim, surgem os novos abrigos, do qual envolvem o corpo e o espaço mínimo. “Habitar espaços pequenos supõe ampliar a experiência do que nos rodeia, buscar uma vida mais simples, consumir menos energia e deixar a menor pegada possível. Somente o necessário: um refúgio na paisagem. ” (MINIMOD, 2016)
Figura 11: Le Modulor 1942 a 1948, Le Corbusier
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Figura 12: TREE HOTEL - Projeto dos arquitetos suecos Tham & Videgard Hansson – um abrigo camuflado na árvore.
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INTEGRAÇÃO COM O MEIO NATURAL O homem iniciou a construção de seu abrigo em meio à natureza e depois de muito evoluir sobre a vida urbana, percebeu o quanto é essencial sua conexão e aproximação ao espaço natural (QUINTA, 2010). Contrapondo-se ao modo de vida urbano, é comum as pessoas buscarem maior contato com a natureza e seu “eu” mais profundo. O projeto Bubble Tree do designer francês Pierre Dumas - foi concebido a fim de “aproximar o homem da natureza, proporcionando ao usuário uma visão panorâmica do ambiente sem que, para isso, seja necessário abrir mão do conforto” (MAGALHÃES, 2013, p. 54), exemplificando essa linha de pensamento, onde a simbiose dos espaços conecta o homem a seu entorno.
“A casa, dessa maneira, apresenta uma dicotomia entre uma vontade expansiva e participativa com o entorno e a condição sine qua non de proteção e abrigo.” (GALFETTI, 2002). Uma dualidade de sentimentos de extroversão e introversão, como reflete o autor, de querer estar receptivo às energias exteriores, mas ao mesmo tempo querer estar resguardado e protegido no seu mundo íntimo. Utilizar da continuidade espacial entre interior e exterior também permite minimizar a sensação claustrofóbica que esses espaços de dimensionamentos mínimos das casas-refúgio causam (GALFETTI, 2002, p. 14). O ambiente interno passa a ser repensado como extensão do externo, “A fluidez espacial do interior ao exterior não é somente um mecanismo de projeto
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para aumentar o espaço interior. [...] A casa-refúgio permite que seu habitante participe passivamente da natureza que o rodeia, mas que ao mesmo tempo se sinta protegido dela, convertendo a casa no mirante do mundo ideal, de um ‘paraíso na terra’. ” (GALFETTI, 2002, p. 15).
chamentos e aberturas cumprem um papel importante para essa integração do interior e exterior, a partir de sua materialidade, transparências, sua forma, seu desdobramento.
Muitos estabelecimentos seguem esta “evolução cultural e temperamental e passam a permitir percecionar a natureza como espetáculo e como fonte de bem-estar [...]” (MAGALHÃES, 2013, p. 62). Portanto não é possível apreciar a ca-
O sentido de simplicidade aliado à integração na natureza pode ser refletido na própria concepção do espaço, na forma e também na sua implanVtação, exemplifica o autor Quinta (2010), como na utilização do “terreno de forma natural, respeitando a vegetação e o relevo,
sa-refúgio sem considerar o lugar onde se
situa, “[...] não é por acaso que a maioria das implantações tenham como o marco a própria natureza, uma natureza ‘estética’. ” (GALFETTI, 2002, p. 15). Cada paisagem é única, portanto cada experiência de estar num refúgio também é única. Galfetti (2002) expressa que os fe-
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de forma a deixar o mais intacto possível o ambiente pré-existente” (QUINTA, 2010, p. 28). Galfetti (2002) segue o mesmo raciocínio, refletindo que essa elevação da casa-objeto é um desejo de não alterar a natureza “virgem”, solução optada por diversos arquitetos que projetaram casas-refúgios como Water Groupius e Marcel Breuer, Jacques Herzog & Pierre De Meuron, Paul Rudolph, Harry Seidler, Glenn Murcutt, James Jones, Albert Frey, Eugeen Liebaut. “Esta postura obedece não um desejo de marcar um campo de atuação muito delimitado – reduzindo possíveis dúvidas sobre onde começa e onde termina o artifício – mas de oferecer segurança e intimidade, distanciando-se do possível ‘perigo’, como o que ocorre com a cabana construída sobre os galhos das arvores em plena floresta”. (GALFETTI, 2002, p. 16).
Figura 13: A simbiose do interior e exterior no projeto Bubble Tree - designer francês Pierre Dumas .
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Figura 13: vista do minimod inserido na paisagem, distante do mundo urbano
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APLICAÇÕES NO BRASIL
O contexto geográfico e cultural onde se situam esses refúgios é muito amplo. Em quase todos continentes é possível observar exemplares dessa arquitetura, “demonstrando que o interesse pela casa-refúgio é universal e representa um dos assentamentos mais primitivos do ser humano e não um produto de interesses mais ou menos locais”. (GALFETTI, 2002, p. 17). Aqui no Brasil o exemplo mais
Figura 14: concepção modular do MINIMOD, através de cubos.
recente (2015) são as duas unidades MINIMOD, da equipe de arquitetura Mapa Arquitetos, localizadas na cidade de São Luiz do Paraitinga, SP, no cenário natural da fazenda Catuçaba, caracterizada pela paisagem ondulada e vegetação densa.
“Um dispositivo que nos conecta com nossas raízes mais profundas: o natural, o tempo, a paisagem”. (MELENDEZ, 2016, p. 53) Os refúgios MINIMOD de Catuçaba são unidades autônomas, ou seja, independe de redes externas, tanto em relação de geração de energia, quanto no abastecimento de agua e descarte de esgoto, tudo próprio. (MELENDEZ, 2016) Os arquitetos dedicaram-se anos “para suprir a demanda de clientes por uma segunda casa, contraposta à rotina cotidiana - um refúgio, como os autores consideram as Minimod”. (MELENDEZ, 2016, p. 53)
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“Sair da nossa rotina, fugir do caos e reconectar com o natural são princípios para um estilo de vida equilibrado. ” (MANIFESTO MINIMOD, 2016) “Conceitualmente, os arquitetos dizem se tratar de uma releitura contemporânea do abrigo primitivo. A ideia inerente ao projeto é a fruição de paisagens remotas, afastadas das cidades”. (MELENDEZ, 2016, p. 53)
O escritório Mapa Arquitetos, no ano de 2013 concebeu em PORTO ALEGRE, RS, o refúgio também expressado como MINIMOD. “Um dispositivo silencioso que renuncia ao protagonismo para potencializar a experiência relacional en-
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tre usuário e paisagem. ” (O CONCEITO MINIMOD, 2016). Semelhante ao de Catuçaba, o projeto prefab inova principalmente quanto sua tecnológica construção seca. Seu desenho é compacto, de lógica modular, e de flexibilidade interna. Apesar de seu caráter Plug&play, no qual basta receber e conectar o dispositivo no local, os arquitetos lembram que o MINIMOD “não é apenas um objeto, busca ser uma experiência” (MELENDEZ, 2016, p. 53), do qual é inseparável da paisagem.
Figura 15: área interna, compacta, do MINIMOD Catuçaba. Figura 16: MINIMOD Maquiné inserido na paisagem. Figura 17: transporte do MINIMOD Maquiné , através do caminhão grua. Obra limpa.
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Outro exemplo desses refúgios projetados para paisagem brasileira, também do escritório Mapa Arquitetos, é o denominado Refúgio São Chico, na cidade de São Francisco De Paula, RS, a 100 km de Porto Alegre. Em um terreno de 1600 m2, margeado pela mata atlântica e da floresta de araucárias, a casa vence um suave declive de modo a não interferir no perfil natural do terreno. O refúgio de diferentes materiais, de metal e madeira, também foi pensado de forma modular (1,20x1,20) (REFÚGIO SÃO CHICO, 2016). “O projeto procurou responder as ne-
cessidades do programa desejando delimitar o espaço construído, sem mimetizar ou camuflar-se, mas apropriando-se da paisagem sem competir com a mesma.” (FERNANDES, 2011).
E por fim, o Refúgio em Juquitiba, SP, do ano de 2009. A cidade possui belas paisagens e fontes naturais revelando seu potencial para ecoturismo e turismo de aventura. A equipe do Mapa Arquitetos desenvolveu o projeto sobre o plano de necessidade de um casal, que desejava adquirir um refúgio particular. Algumas estratégias foram respeitadas a favor do sitio da obra, como a preferência pela casa elevada do terreno, preservando o máximo possível
Figura 18: Refúgio São Chico, inserido na mata
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sua forma “natural”; a consideração pela vegetação removida para a inserção do refúgio, posteriormente replantada sobre a cobertura deste; e a postura econômica frente aos materiais de construção a partir da concepção modular destes (REFÚGIO EM JUQUITIBA, 2016). Assim como os projetos do Mapa Arquitetos apontados anteriormente, o projeto em Juquitiba apresenta amplas aberturas a fim de conectar o inteiro ao exterior, atendendo a necessidade de refugiar junto à natureza. No site oficial do escritório (mapaarq.com), os arquitetos refletem sobre a condição de um refúgio, traduzindo-
-o como algo além das paredes de uma casa. Refúgio é um termo que transcende puramente o arquitetônico, trata mais de “abrigo”, “proteção” do que de “casa” em sua concepção mais clássica. [...] não se trata de uma casa.. é algo mais leve, sutil. [...]. Pensamos na analogia de um acampamento: construção discreta, íntima e mínima. (REFÚGIO EM JUQUITIBA, 2016).
Mas como podem ser observados, os exemplares no Brasil são, geralmente, de caráter particular, de uso de descanso privativo e devido a isso possuem em seu programa, maiores exigências pessoais, de maior luxo, sem intuito turístico de uso público/comum, contrapondo, neste ponto, a ideia do trabalho aqui presente.
Figura 19: foto tirada do refúgio paulistano da cidade de Juquitiba. Possui telhado verde e implantação respeitando o desenho “natura” do terreno são partidos do projeto.
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APLICAÇÕES NO MUNDO REFERÊNCIAS PROJETUAIS
A fim de sintetizar as informações, e não descrever exaustivamente, alguns projetos de refúgios forão indicados nes-
se tópico como referencias projetuais para o desenvolvimento do projeto final deste trabalho.
Figura 20: MIMA HOUSE, uma casa portuguesa pré-fabricada. Os painéis móveis permitem variadas composições
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5.1. MINIMOD – PORTO ALEGRE, RS, BRASIL (2013) Projeto arquitetônico do Mapa Arquitetos. Sua concepção é modular, a partir da reorganização de cubos, no qual cada módulo é resultante da pré-fabricação, conduzidos pela ideia de uma obra limpa e a possibilidade de futuras modificações, tendo em vista sua fácil e rápida instalação.
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O projeto busca ser uma experiência relacional entre a paisagem e o usuário, assim como é proposto para projeto final desse trabalho. O desenho compacto e a flexibilidade de uso também inspiram o presente trabalho.
Figura 21: o MINIMOD pode ser implantado em diferentes ambientes
As grandes aberturas permitem tal conexão entre o interior e exterior, pretendida pela autora, a fim de aproximar o usuário à natureza que o rodeia, na tentativa de resgatar sua origem, permitindo ao usuário a condição de bem-estar, e de proteção. Caso o desejo momentâneo for resgatar sua intimidade, painéis perfurados articulados ao podem ser abaixados, permitindo ainda a entrada de luz, porém impedindo a visibilidade total do modulo a partir do exterior. Por se tratar de um projeto particular, MINIMOD conta com área para cozinhar e comer; espaço para higiene, com sanitário, pia e chuveiro; e espaço para descanso. Partindo do conceito que o projeto final deste trabalho é um conjunto de refúgios modulares, implantados em uma determinada área em meio à natureza, o ideal para esse projeto de intuito público foi um conjunto sanitário de uso comum, pontuando a instalação hidráulica, assim como a rede de abastecimento e esgoto, favorecendo na manutenção destas, e não sanitários privativos para cada módulo. Figura 22: área interna, voltada para cozinha, com os painéis externos fechados Figura 23: área interna com paineis abertos.os painéis, também funcionam como “brises”
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Quanto à materialidade do MINIMOD, para o revestimento externo foi utilizado o compensado naval de pinus, muito comum para confecção de barcos e mobiliários de áreas molhadas, com boas respostas para isolamento térmico e a prova d’agua além de ecológico (GLOBAL WOOD, 2016). Ideal para revestir os módulos do projeto devido ao seu contato direto com as intempéries.
Para complementar o isolamento térmico/acústico foram utilizados lá de pet, e para impermeabilização, membrana hidrófila, como podem ser observados no corte de detalhe do projeto do MINIMOD. As esquadrias são alumínio, material leve, resistente à umidade e variações climáticas, e de fácil manutenção.
Figura 24: planta baixa do MINIMOD aplicado em Porto Alegre, RS. Grandes aberturas permitem integração com o meio até nas horas mais intimas. Figura 25: detalhamento da estrutura e materialidade
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5.2. MINIMOD – CATUÇABA- FAZENDA CATUÇABA, SP, BRASIL (2015) Figura 26: planta baixa dos modulos para serem combinados Figura 27: conjunto de modulos implantado na fazenda Caçatuba
O Mapa Arquitetos possui duas obras modulares na fazenda Catuçaba, independentes entre si e de estrutura externa. Os módulos contam com a medi-
da interna de 2.90 m, e foram agrupados em dois arranjos diferentes: linear e em cruz, porém o site oficial minimod.com.br, apresenta 9 opções de modelos, permitindo ao cliente definir o modelo ideal de refúgio. “O Sistema MINIMOD está composto por módulos de idênticas proporções, mas de diferentes funções e possibilidades, que se articulam para gerar infinitas combinações. ” (O CONCEITO MINIMOD, 2016)
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O refúgio em cruz possui aberturas nas quatro extremidades, permitindo com que o usuário desfrute completamente do seu entorno. “ Vivência do ciclo da natureza circundante: amanhecer, dia, pôr-do-sol, noite; primavera, verão, outono, inverno e - novamente – primavera” (MELENDEZ, 2016).
As amplas aberturas, em alumínio, assim como na referência projetual anterior, proporciona fluidez espacial entre o interior e exterior, conduzindo o usuário a uma intensa relação com o lugar – característica intrínseca aos refúgios. Neste refúgio, o espaço de dormir apresenta dois planos horizontais sobrepostos, simulando uma cama beliche, próximas ao vão de vidro, dando a impressão de estar, ao mesmo tempo, dentro e fora.
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Figura 28: planta baixa do conjunto em cruz. Com ampla visão para as 4 coordenadas. Figura 29: nesta fachada é possível ver a disposição das camas..
Já o MINIMOD linear possui aberturas nos dois extremos e lateral, sendo nesta, possível controlar a iluminação e privacidade a partir de painéis tipo porta camarão.
Figura 30: planta baixa do conjunto linear. Figura 31: conjunto inserido em meio à natureza
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Apesar das implantações dos projetos serem sobre um terreno com pouco desnível, é possível observar que os módulos estão elevados do solo, apoiados em pilares que distribuem suas cargas nas fundações, permitindo sua implantação em variados tipos de terrenos. Ambos módulos implantados são concebidos a partir da tecnologia CTL (Cross-Laminated Timber), um sistema industrializado, durável e sustentável de painéis maciços de madeira reflorestada, conduzindo sua construção ao prefab “maior precisão, maior rapidez, menor quantidade de resíduos e, sobretudo, uma maior responsabilidade ambiental. ” (MINIMOD CATUÇABA, 2016).
Figura 32: os conjuntos de modulos se adaptam a qualquer terreno devido ao ao tipo de estrutura - sobre “pilares” Figura 33: pré-fabricação dos modulos
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Figura 34: os modulos contam com sistema hidraulico e elétrico. Prontos para serem plugados no ambiente. Vista da cozinha Figura 35: Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica.
Os minimods são autônomos, e estão afastados da cidade, como a maioria dos refúgios, e para garantir a infraestrutura mínima foram utilizadas placas fotovoltaicas (windeo) compostas de bateria para geração, armazenamento e consumo da energia solar, denominado autoconsumo isolado.
te estudo, devida a ausência de nascentes potentes para esse tipo de atividade no entorno, e aos riscos que podem ser gerados nesse meio ambiente.
O abastecimento de água utiliza como fonte as nascentes locais, não sendo válido para todos os locais, como é o caso da implantação do projeto final des-
grau de pureza, assegura a equipe” (MELENDEZ, 2016), solução mais cabível aos projetos autônomos, isolados e sem
Quanto às instalações sanitárias, “o esgoto é direcionado para fossas, tratado em sistemas filtrantes e a água restante devolvida ao curso d’água com alto
conexão às redes públicas.
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5.3. MIMA HOUSE - Viana (2011) Projetada pelo escritório MIMA Architects, a MIMA HOUSE foi considerada o melhor edifício de 2011, pela Archdaily. Sua inspiração parte das casas japonesas mutáveis, de design sofisticado e limpo, de linhas agradáveis, transmitindo conforto e leveza. Aqui também parte do conceito da pré-fabricação, de rápida produção e baixo custo.
do castelo ,
Portugal
As quatro faces do projeto transparecem seu interior, permitindo ampla visão do entorno, importando o meio externo como parte projetual. No entanto painéis móveis podem ser acoplados nas fachadas, permitindo o controle de privacidade e iluminação natural.
Figura 35: Os painéis podem ser utilizados no interior e exterior, devido sua materialidade leve e resistente, podendo ser recolocados facilmente por duas pessoas.
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O interior é servido por uma malha de trilhos que permitem adicionar e percorrer os painéis de madeira compensada, quando necessário. Esses planos verticais possibilitam diversas configurações do espaço, sendo por tanto flexível, movimentadas de acordo com o uso e necessidade dos usuários.
Figura 36: os painéis são anexados e deslizados nos trilhos dispostos internamente ao módulo, na grade regular de 1,50 m.
E porque não movimentar planos na horizontal? Partindo deste questionamento, pressupõe-se que planos percorrendo na horizontal também poderiam compor arranjos para atender variados usos, como plano para sentar, deitar, apoiar. A proposta foi adotada para o projeto da autora.
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5.4. ECOLOF - encuentro guadaluPe (MÉXico) Ecolof - Encuentro Guadalupe (México) Graciastudio, Arq. Jorge Gracia 2012 Proprietário : Antiresorts Tipo de projeto: Turismo O complexo de 20 abrigos (eco-lofts) independentes. Tem sua vista voltada a exuberante paisagem e vinícolas. “Uma das principais premissas não devia interferir diretamente na terra, como parte da filosofia do projeto é respeitar a natureza em todos os sentidos possíveis.”
Figura 37: módulos implantados no terreno acidentado Figura 38, 39 e 40: para acessa-los foram elaborados patamares, dimensionados para o desfrute o ambiente externo
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Figura 41: leitura da planta baixa - espacialidade , acesso e cirulação Figura 42: corte do módulo, ilustrando sua implantação no terreno acentuado Figura 43 e 44: ilustra a leitura da planta baixa Figura 45: Vista externa dos módulos
Sua implantação foi elaborada sobre uma encosta, numa distribuição dispersada e sem alterar a topografia,
respeitando o local natural. O esquema de cores, escolha de materiais e decoração neutros garantem o conforto, sem distrair o hóspede do que realmente importa – a paisagem.
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5.5. WIKKELHOUSE
Figura 46: Wikkelhouse pode ser implantado em qualquer ambiente. Figura 47: esquema para ilustrar as possibilidades de montagem da wikkelhouse
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O projeto modular é construido camada após camada de papelão, em uma grande maquinaria que vai rodando e enrolando o material. os segmentos possuem 1,2m de profundidade, e podem ser facilmente ligados. Apesar de impermeabilizados, podem, posteriormente, receber o revestimento desejado de cada usuário. Seu formato de cantos arredondado é justificado pela resistencia da materialidade, alem de emitir a sensação de conforto, aconchego.
Figura 48: vista interna da Wikkelhouse, com revestimento em madeira. Figura 49: produção de segmentos da Wikkelhouse, concebidos em papelão e super-cola
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II
SÃO SIMÃO, SP BREVE INTRODUÇÃO
Figura 50: A cidade ao pé da serra. Foto de ALEXANDRE SAMPAIO. Mapa 1: Localização e limites do município de São Simão, SP
O município de São Simão – SP, objeto geral desta pesquisa, está localizado ao nordeste do estado e teve origem durante a segunda metade do século XIX. Seu desenvolvimento é marcado por grandes conturbações, como o retrocesso do crescimento populacional e de seu desenvolvimento, durante o final do século XIX e começo XX, ocasionados principalmente pelas trágicas epidemias que devastaram a cidade. (OLIVEIRA, 1975).
de caráter agrário (cultura de cana, antes café, e reflorestamento) e pequenas atividades industriais e minerações, sem especular e usufruir de novos potenciais socioeconômicos (PIRES, 2010). Logo, o turismo como potencial atividade social, econômica e cultural recebe pouca atenção e poucos investimentos.
Desde então a cidade estagnou, principalmente no âmbito econômico,
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6.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Quem chega a São Simão, vindo da Anhanguera pela Conde Francisco Matarazzo Jr., já percebe a monumentalidade da paisagem; um semicírculo formado pelas serras cobertas de verde que acomodam o Vale da Saúde e sua área urbana, propiciando ao visitante uma atraente visão bucólica. (OLIVEIRA, 1975)
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As serras predominam a paisagem com suas exuberantes matas, afirmando sua vocação natural para o turismo, não apreciada com a devida atenção. As serras que a circundam, em seu ponto mais alto ultrapassa a altitude de 1000 metros, sendo local ideal para ser instalado um sanatório, ou mesmo um hotel para recuperação e descanso. (MELENDEZ, 2016, p. 02)
Figura 51: azulejos da Praça da Matriz, ilustrando o inicio da história de São Simão.
Figura 52: Entrada para o centro da cidade, a partir da rodovia Matarazzo. Figura 53: Em segundo a Igreja da Matriz nos anos 1950. E em terceiro, a mesma igreja atualmente. Figura 54: Imagem de madeira, do santo São Simão,trazida por Simão da Silva Teixeira. A história da cidade é de cunho religioso. Seu nome é atribuído ao santo de devoção do sertanista. Em segundo a Igreja da Matriz nos anos 1950. E por último, a mesma igreja atualmente.
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6.2. FORMAÇÃO - POVOAMENTO E IMIGRAÇÃO Os primeiros moradores que iniciaram o povoamento de São Simão vieram de Minas Gerais com Simão da Silva Teixeira; eram seus familiares, seus agregados, escravos e amigos (OLIVEIRA, 1975). Quer devido ao acaso ou à sua perícia nas matas, Simão da Silva conseguiu deparar sua morada. Foi a Minas, e de lá trouxe o milagroso S. Simão às costas, acompa-
nhado de um imenso povo, fundou a capela e doou ao santo mais mil alqueires de terras [...] (OLIVEIRA, 1975, p. 6)
Espalhando-se a notícia da formação de novo povoado, começaram a chegar outras famílias e forasteiros; “[...] a maioria paulistas de diversos municípios e elevado número de mineiros.” (OLIVEIRA, 1975, p. 19). Depois vieram habitantes de outras “províncias” (Estados) e já em 1845 contava-se uma dezena de grandes famílias, chegadas ao povoado depois de 1820, quando as primeiras fazendas foram sendo abertas. Inicialmente, eram para a criação de gado e, posteriormente, por volta de 1840 foram formados os primeiros cafezais que logo se tornaram a principal economia de São Simão. A cidade foi crescendo e rapidamente, “[...] passou à categoria de Capela, depois Freguesia e finalmente a Município. ” (OLIVEIRA, 1975, p. 19), libertando-se da tutela de Casa Branca a que estava submetido. As fazendas contribuíram bastante para a formação urbana e econômica de São Simão, especialmente com a chegada da energia elétrica, das ferrovias (a
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Figura 55: Foto da estação de trem, da Companhia Mogiana, em São Simão, em 1910. Atualmente é a principal rodoviária e prédio da Polícia. Figura 56: Linha do trem em São Simão atualmente Mapa 2: Traçado das antigas ferrovias na região de São Simão, SP
Figura 57: : Fazenda Santa Olímpia, de grande contribuição para história da cidade. Hoje, em ruínas.
a capital, traziam consigo o progresso; com seus vagões levavam e traziam mercadorias, desenvolvendo o comercio, indústria e a agricultura; com seus carros levando e trazendo passageiros, conduzindo malas de correio (jornais e correspondência); com o telegrafo, colocando a cidade em comunicação rápida com as demais localidades. (OLIVEIRA, 1975, p. 142).
Os fazendeiros, além das sedes de suas fazendas, construíram na zona urbana suas moradias, escolas, associações recreativas e culturais. Forasteiros estabeleceram-se aqui com suas famílias e seus comércios que atendiam também a moradores de outros municípios. Nascia, então, um centro urbano movimentado que floresceu rapidamente. São Simão tem sua área urbana muito próxima à zona rural. Muitas de suas ruas e estradas demarcam fazendas, sítios e chácaras. Desde a sua fundação, além da agricultura de subsistência e a criação de gado, sua maior riqueza agrícola foi a cultura cafeeira, praticada por todas as fazendas locais. Chegou, na região inteira, onde se incluía Ribeirão Preto, a produzir café ótima qualidade, e por esse mérito obteve prêmios internacionais (OLIVEIRA, 1975). A cafeicultura, que se estendeu dos finais do século XIX até a metade do século XX, seguida da exploração do solo na extração de argilas especiais para ce-
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râmica e o cultivo de matas de Eucaliptos para a produção de papel e derivados, propiciaram o rápido desenvolvimento do município, transformando-o, na época, no mais importante polo econômico e cultural da região, para onde convergiam as atenções de aventureiros, artistas, negociantes e políticos de outras origens. E aí nasceram escolas importantes, teatro, cinema, clubes culturais e esportivos (OLIVEIRA, 1975). Após o ciclo cafeeiro, as fazendas que restaram depois que a maioria optou pelo cultivo da cana de açúcar, conservam ainda seus traços rurais e com eles suas histórias de vida, feitas de muitas lutas e de grandes sacrifícios.
Considerado por muitos como o “Berço da Proclamação da República” porque aqui se originou, sob a liderança do ativista político Rodolfo Miranda, um dos mais ativos movimentos republicanos que ganhou reconhecimento nacional. São Simão proclamou a República antes mesmo do 15 de novembro de 1889 e entrou para o calendário nacional como cidade de importância histórica. A decisão histórica de São Simão foi efetivada um ano e onze meses antes da proclamação da República, quando a ideia republicana não estava ainda bastante disseminada, batstante entranhada no povo e pessoas de projeção. (OLIVEIRA, 1975, p. 88)
6.3. EPIDEMIAS, DECADENCIIA, ESTAGNAÇÃO
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Acredita-se que a decadência e estagnação da economia de São Simão foram consequência da febre amarela que fez grande números de proprietários abandonarem a cidade com suas famílias e se estabelecerem noutros municípios, “muitas famílias que não mais voltaram, indo residir em Ribeirão Preto e outras cidades. ” (OLIVEIRA, 1975, p. 177).
febre amarela, trazida por famílias que vieram de Santos e Rio de Janeiro, provavelmente fugidas da epidemia que se alastravam por lá. “ Essa mesma doença que em 1889 dizimou a cidade de campinas; que depois assolou o Rio de Janeiro e Santos; que atacou Sorocaba em 1897 e outras localidades. ” (OLIVEIRA, 1975, p. 174)
A partir de 1896, São Simão foi vítima de três surtos consecutivos de
Segundo os registros históricos, a quantidade de mortes foi tão alarmante
Figura 58: imagem em azuleijo em homenagem ao Proclamação da República - atualmente depedrada . Figura 59: fazendas antigas de São Simão . Foto de ALEXANDRE SAMPAIO. Mapa 3:Roteiro da febre amarela entre 1889 e 1896 Mapa 4: Abrangência territorial de São Simão, no sec. XIX. Posteriormente a cidade foi se fragmentando. Demarcado em linha preta, está o formato atual do município.
que houve necessidade de se construir um “hospital” específico para receber os infectados e um cemitério longe da cidade, no bairro de Bento Quirino. (QUINTA, 2010) Outros fatores favoreceram tal declínio, especialmente a partir do desmembramento das terras de Ribeirão Preto que se tornou município independente da tutela de São Simão, uma vez que deixou de ser o maior produtor de café do mundo para dividir este privilégio com outras cidades que foram nascendo em seu entorno.
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6.4. LEVANTAMENTO DE DADOS São Simão está localizado à 380 km da capital paulista e à 50km de Ribeirão Preto, ambas podendo ser facilmente acessadas a partir da via anhanguera à oeste da cidade. O município está inserido na Região Administrativa (RA) de Ribeirão Preto admitindo grande influência desta cidade, principalmente no âmbito econômico. Os dados mais recentes, conforme o senso do IBGE (2010), apontam 14.346 hab. para São Simão (SP), com estimativa de uma população de 15.165 hab. em 2016. E segundo esta mesma fonte, a área da unidade territorial totaliza 617,252 km² (ou 61.725 ha) com área urbana de aproximadamente 6,72 km² (ou 672 ha), apresentando, portanto, baixa densidade demográfica, de 23,24 hab/ km², principalmente quando comparada à Ribeirão Preto (928,92 hab/km²). A principal via de acesso, a rodovia Conde Francisco Matarazzo Jr. - SP 253, forma o eixo central do qual a cidade se distribui. A Serra (à direta) e o Serrote (à esquerda), além da própria rodovia e linha férrea são elementos limítrofes para o desenvolvimento da cidade, resultando em um desenho linear.
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Mapa 5: Localização de São Simão no estado de São Paulo, e sua proximidade com Ribeirão Preto
O desenho da cidade remete ao caráter linear (EM AMARELO), inicialmente, seguindo a ordem física/geográfica proporcionada ali: os montes (EM VERMELHO) são elementos geográficos limitantes e determinantes para o traçado, conduzindo o desenvolvimento físico principalmente no vale, próximo ao curso d’água (EM AZUL). Mapa 6: o desenho linear da cidade pode ser justificado pelos elementos marcantes como serra e serrote, vias e curso dágua.
Figura 60: vista aérea da Serra São Simão, elemento determinante para o desenho da cidade. Mapa 7: Evolução da mancha urbana.
A cidade prosseguiu seu crescimento físico paralelamente à linha férrea (EM VERDE - de grande importância para o desenvolvimento econômico). Esta via inicialmente era um elemento limítrofe do crescimento FÍSICO da cidade. Posteriormente a cidade expandiu além da via, sobre ocupações irregulares, firmando sua divisão física e social. Uma única galeria de passagem para os bairros que expandiram além da linha férrea dificulta maiores desenvolvimentos ali.
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Por outro lado, a movimentada Rodovia Conde Francisco Matarazzo Jr. (EM ROSA) não impediu que o crescimento físico da cidade fosse além do seu desenho (posteriormente originando Bento Quirino). No entanto, a presença e caráter de via rápida da Rodovia dificulta a fluidez dos elementos físicos e funcionais, conflitando a convivência entre as duas principais zonas, conhecidas popularmente por: Bento Quirino (B.Q), e São Simão (o centro e seus bairros lindeiros). O fluxo de pessoas é obstruído entre esses lados, ou até mesmo torna
Figura 61, 62: vistas áereas do Serrote Sta Maria antes e depois do desenvolvimento do nucleo urbano. Figura 63, 64: vistas aéreas da Serra São Simão.
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esta passagem perigosa, tanto entre os bairros dos dois lados, quanto ao acesso ao Morro do Cruzeiro do outro lado da rodovia. O maior conflito se dá na rotatória de Bento Quirino. O bairro destacado do restante da cidade possui uma das principais escolas públicas, e as crianças que moram nos bairros opostos da via principal, se submetem diariamente a travessias perigosas. Esse fato também se aplica aos trabalhadores de outros
bairros que trabalham nas fábricas de Bento Quirino e aos estudantes da ETEC “Professor Francisco dos Santos” (Escola Técnica Estadual), no qual já foram relatados graves acidentes. Já na zona central, os principais conflitos ocorrem sobre as vias de predominância comercial (no polo gerador de fluxo) onde a movimentação de pessoas e automóveis é maior. Um exemplo relevante está nas proximidades do principal mercado da cidade – a via não é compatí-
Mapa 8: Mapa síntese - principais acessos e vias, assim como os principais conflitos na cidade.
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vel ao seu fluxo, e pedestre e caminhões de produtos entram em constantes conflitos. Outro exemplo é o cruzamento entre vias de maiores fluxos, como a Avenida Simão da Silva Teixeira e a via de ligação do Bairro São Luís (paralela à linha férrea) que leva até as Prainhas do Tamanduá. O caminho do cruzeiro1 recentemente teve seu acesso otimizado para os automóveis, porém dificultado na escala pedestre. Seu trajeto é utilizado principalmente pelos moradores do Condomínio “Sétimo Céu” e por trabalhadores da zona rural, às costas do morro. Ali, a ati1 Frequentemente o caminho que leva até o cruzeiro é utilizado para prática de caminhadas e ciclismo. Entretanto a via é tortuosa e utilizada por automóveis, não havendo local especifico para pedestre e ciclistas, tornando as práticas inseguras.
Figura 65: individuo praticando caminhada na via do Morro. Atividade comum por ali. Figura 66: Via Conde Francisco Matarazzo e acesso ao Morro do Cruzeiro, sem suporte para atrevesia do pedestre Figura 67: O Cruzeiro no alto de morro, com vista voltada para a malha urbana Figura 68: Em destaque, o Morro do Cruzeiro e sua paisagem exuberante.
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vidade turística também faz uso deste caminho, tanto de caráter religioso, devido ao caminho via sacra e a cruz marcante no topo do morro, quanto apreciativo, no interesse de usufruir as belas paisagens. No entanto, a atividade é comprometida pelo risco da travessia da Rodovia Conde Francisco Matarazzo Jr para chegar ao “pé do morro”.
Mapa 9: localização de parte de São Simão sobre as sub-bacias 2 e 3.
Também conhecida como Vale da Saúde pela prosperidade de seu clima e notável qualidade e exuberância dos seus elementos naturais, o município abrange uma malha hidrográfica vantajosa apresentando ricas fontes de água
mineral, sendo destacados os rios Pardo e Mogi-Guaçu, e os córregos tamanduá e São Simão. De acordo com o Plano de Bacia do Pardo (2003), área do município está predominantemente inserida sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, sobre as sub-bacias Ribeirão da Prata/ Ribeirão Tamanduá e Médio Pardo, no qual sua fragilidade compete a grande extensão de área de recarga do Aquífero Guarani, sendo fator determinante para a elaboração e cumprimento das exigências mínimas de uso e ocupação do solo da cidade.
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são realizadas atividades educacionais, pesquisas científicas e o turismo (com agendamento prévio), além da produção e conservação florestal. Segundo informações do Instituto Florestal, a vegetação é representada pelo cerrado, revelando rica fauna e flora, ótimas para atividade exploratória e de observação. A estação conta com trilhas para realização de caminhadas educacionais ou turísticas, tendo em destaque a Trilha do Piqui, nome dado em homenagem à esta arvore do cerrado. O espaço conta com um viveiro florestal para reprodução de mudas para estudos e reflorestamento, além de dispor de sala para educação
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Mapa 10: Tipos de solo – principais unidades geológicas presentes no município de São Simão.
Mapa 11: Tipos de cobertura vegetal sobre o município de São Simão. Assim como a localização das importantes estações ecológicas. Mapa 12: Uso do solo por predominancia na cidade de São Simão, SP Mapa 13 - Inserção regional do município - análise dos fluxos e suas intensidades, entre as cidades vizinhas
ambiental, principalmente atendendo as visitas das escolas locais. No entanto, os estabelecimentos estão sem manutenção e sem estrutura adequada para atender o público, além da carência em quantidade de profissionais e funcionários para sustentar a Estação. Atualmente o meio urbano se apresenta principalmente sobre o uso residencial, além de pequenos comércios e serviços locais, sendo habitual a busca por essas atividades em outras cidades próximas, principalmente Ribeirão Preto. Devido a este fato, a economia da cidade se faz dependente do grande polo. A prática de exportar as atividades para fora de São Simão, afim de atender o consumo, ou a necessidade de um serviço especializado, ou até mesmo por melhores empregos, também reflete na exportação das atividades turística. É comum os próprios simonenses saírem da cidade em busca do turismo. Muitos vão em busca de um tipo de turismo que é oferecido por São Simão, porém poucos sabem da existência, ou quando sabem, pouco valorizam. Pode
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ser que essa prática de exportação em geral reflita no modo de experimentar o turismo, também buscando fontes externas 2. Mas o município tem muito a oferecer, basta ser melhor explorado e apresentado. O grande deslocamento que parte de São Simão em direção à Anhanguera (SP 330) é dado, principalmente, pela ida à cidade Ribeirão Preto, polo regional. Ribeirão Preto influencia diretamente a movimentação de pessoas e veículos, atraindo-os por sua diversidade de serviços, comércios e também em vista disponibilidade de melhores empregos, e também pelo turismo e lazer. 2 RIBEIRÃO PRETO - A influência atual de Ribeirão Preto sobre São Simão é a maior entre as cidades vizinhas, devido a grande facilidade de acessos (via anhanguera - onibus a cada 1h) e a grande oferta de atividades, sendo um grande atrativo, para os simonenses, nas áreas comerciais, de serviços (principal de saúde e educação) e também em oferta de emprego - há um grande numero de pessoas que moram em São Simão e trabalham em Ribeirão. O nível de interesse de inverso é menor, voltado ao turístico e circulação de suas mercadorias. STA ROSA DE VITERBO – Sta Rosa busca o lazer e comércio em São Simão. Inversamente ocorre o mesmo, porém com menor intensidade. LUÍS ANTÓNIO - Essa cidade oferta empregos. O fluxo contrário é dado pela procura de lazer, serviços e mercadorias. SERRA AZUL – Sua relação com São Simão é modesta devido a proximidade daquela com Ribeirão Preto. Seus interesses por São Simão são por alguns serviços (ex. bancários) e lazer. CRAVINHOS - Cravinhos é cidade corredor entre São Simão e Ribeirão Preto. STA CRUZ DA ESPERANÇA E CAJURU - A relaçao desta duas cidades e São Simão é baixa, devido a baixa oferta e distanciamento dos centros urbanos.
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O caminho mais viável e “seguro” para acessar esta cidade é pela via Anhanguera, mesmo na existência de um pedágio entre São Simão e Cravinhos. Esta via também conecta a região administrativa de Ribeirão Preto à Grande São Paulo, relacionando atividades entre esses dois polos. O frequente acesso à Ribeirão é potencializado pelo número constante de ônibus oferecidos até essa cidade. A empresa Rapidodoeste é responsável pelo transporte intermunicipal. A linha mais utilizada (em amarelo) parte da cidade de Santa Rosa de Viterbo, passa pela principal via interna de São Simão (Avenida Simão da Silva Teixeira), e depois vai ao bairro Bento Quirino, e segue pela SP 253 em direção a Anhanguera/Ribeirão Preto.
Mapa 14: Rotas dos ônibus e acessos à cidade de São Simão
Apesar da tentativa de suprir as atividades fora da cidade, São Simão apresenta um número considerável de equipamentos, de todos os tipos, tanto públicos quanto particulares.
Mapa 15: os equipamentos presentes na cidade
Por meio da análise do mapa, podem ser observados que equipamentos de educação, saúde, cultura/lazer, e religião estão bem distribuídos pela malha urbana, mas ainda carece de equipamentos de segurança. No entanto, a seguran-
ça existente se apresenta convincente, de acordo com informações apresentadas abaixo. Segundo o gráfico disponibilizado pela presidente da COMTUR, Adriana C. Pretel, foram avaliados e declarados satisfatórios os serviços e equipamentos existentes, ligados as atividades turísticas. Com exceção aos postos de recepção e informações.
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Quantos aos atrativos turísticos foram classificados com boa infraestrutura, porém, através da visitação de algum desses espaços, fora do núcleo urbano, não foram constatados suportes básicos suficientes, como no caso do cruzeiro, onde ausenta um local para higiene, além de guarda-corpo para segurança dos visitantes. Outros locais, como as Prainhas, apresentam suporte precário.
6.5 VOCAÇÃO TURISTICA São Simão, por sua natureza, sua topografia, seu aspecto bucólico e atraente e sua herança histórica, sempre foi um município com indiscutível vocação para o turismo, sempre atraiu visitantes de diversas partes da região e até mesmo do país. Está plenamente comprovado que o turismo é atualmente uma das maiores indústrias, havendo cidades e mesmo países que dele obtém grande parte de suas rendas. São Simão tem tudo para ser local de turismo e principalmente de repouso: ótimo clima, boa agua, e vários passeios. Um hotel moderno e confortável na cidade, ou melhor ainda, no arredor, talvez no alto da serra (altitude que quase mil metros) seria ideal para descanso, para turistas [...] (OLIVEIRA,
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1975, p. 386)
São Simão é hoje, conforme informações do seu Departamento de Cultura, Esporte e Turismo, um município de interesse turístico e faz parte de um projeto em andamento que propõe a implantação e reformas de vários pontos que se destacam como atrativos a serem visitados por turistas, tais como o Bosque Municipal, o Parque Ecológico, o Projeto Ciclismo Tamanduá, o Teleférico, Carnaval de Rua - que já é sucesso há anos, Feira de Artesanatos, trilhas nas matas da serra, incentivo à instalação de hotéis-fazenda no alto da serra, Semana Marcelo Grassmann e Semana do Folclore.
Gráfico 1: Análise realizada sobre a qualidade dos serviços e infraestruturas, ligados ao turismo, em São Simão, pela presidente da COMTUR e Técnica em Turismo.
A cidade conta com número considerável de equipamentos voltados à cultura, esporte, e lazer, de variados tipos, e para todas as idades. Porem muitos não tem conhecimento de sua existência, ou passam despercebidos – até mesmo pelos próprios habitantes.
Mapa 16: atrativos turísticos e de cultura, esporte e laze
De acordo com a presidente da COMTUR, Adriana C. Pretel, “a demanda por Turismo apresenta uma especificidade própria, consoante às diversas motivações, necessidades e preferências
dos turistas pelo principal produto permanente ou eventual, que imprime ao Núcleo Receptor sua vocação turística e seu consequente poder de atração, permitindo-lhe uma afluência autodeterminada ou dirigida”, por esse motivo, há variados tipos de turismo na cidade: Climático – ótimo clima e água; Paisagístico – contemplação da
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Figura 69: montagem feita pela autora, dos principais pontos Turísticos de São Simão: 1 Casa Grassmann; 2.Quadra poliesportiva “Bolão Azul”; 3 Parque Municipal; 4 Prainha Tamanduá “1”; 5 Tamanduá “3”; 6 Teatro Carlos Gomes; 7 interior do teatro; 8 Igreja Matriz; 9 Praça da Igreja Matriz; 10 Dragão de Pedra da Igreja Matriz; 11 Museu de São Simão; 12 Fonte da Praça da República; 13 Morro do Cruzeiro; 14 Cemitério de Bento Quirino – histórico; 15 Grupo Escolar – patrimônio da cidade; 16 Antiga estação de trem de Bento Quirino; 17 Antiga Agencia do Correio; 18 Antiga Estação Ferroviária Mogiana/Museu; 19 Tamanduá de Bento Quirino; 20 Queda d’agua atrás do Morro; 21 Queda d’agua perto de Sta. Rosa.
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paisagem, tendo em vista o Morro do Cruzeiro;
Melhor idade: típico lugar tranquilo buscado por aposentados
Histórico e Cultural – Berço da Proclamação da República;
Rural: as fazendas antigas
Religioso – Procissões e rota do turística regional do Caminho da Fé; Desportivo – torneios e encontros esportivos Folclórico e artesanal – festividades de cultura popular e manifestações típicas, além de gastronômica Sócio familiar / segunda residência: visita a parentes e amigos
Ecológico: usufruir a natureza, e as belas paisagens da cidade. Aventura: caminhadas em trilhas e atividades que enfrentam situações inesperadas. O destaque para turismo em São Simão é Ecológico, de Aventura, Cultural e Artístico e seus pontos principais são: Visitas à Casa da Cultura Marcelo Grassmann bem tombados pelo CONDE-
Figura 70: encontro dos Trilhados em São Simão Gráfico 2: os pontos turísticos mais visitados em São Simão
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PHAAT em 1978, Museu Histórico Alaur da Matta, Visitas à Associação Quirinense, Complexo da Igreja Matriz, Praça da República e Fonte Luminosa, Cemitérios de Bento Quirino e São Simão, Teatro Carlos Gomes, Bosque Municipal, Balneário Praia do Tamanduá, Morro do Cruzeiro, Memorial Ferroviário da São Paulo e Minas, Sorveteria do Adriano – Praça da República (Premiada no Circuito Gastronômico de São Paulo).1
Além desses pontos focais, São Simão é integrante de programas e rotas regionais e estaduais como: Rota Turística Caminho da Fé; Rota da Arte; Programa Roda São Paulo; AMITAM. A maioria dos turistas provem do próprio estado, seguido da minoria de Goiás, Minas Gerais e Paraíba, respectivamente. Com relação aos turistas das cidades do estado de São Paulo que mais frequentam São Simão, provem da cidade de São Paulo. Muitos possuem familiares e amigos na cidade, e periodicamente frequenta-os e passeiam por lá.
Mapa 17: a peregrinação interestadual, Rota do Caminho da fé – inspirado no caminho de Santiago de Compostela - tem São Simão como passagem
1 “São Simão possui uma identidade única no cenário regional, no estadual e nacional e esta imagem comprovada por fatos e documentos históricos de cidade ‘BERÇO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA’ e ‘TERRA DE MARCELLO GRASSMANN’. – Adriana Pretel, presidente da COMTUR e Técnica em Turismo
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Mapa 18: Rota da Arte – composto por municípios da Alta Mogiana. Proporciona reconhecimento dos artistas nacionais e internacionais e de suas obras. Em São Simão destaca-se Marcelo Grassmann.
Ribeirão Preto é a segunda que mais visita à cidade. Muitos buscam repouso, longe do núcleo urbano ribeirão pretano, ou praticam atividades de aventura, como fazer trilhas off Road de automóvel, ou trilhas de bicicleta ou até mesmo a pé, sendo a terceira atividade turística mais executada no município. Tem destaque, para esse tipo de atividade, o grupo de aventureiros denominados Os Trilhados. O grupo consta com membros da cidade e Região, aumentando o fluxo e potencializando o turismo simonense. Muitos turistas têm conexão com alguma pessoa da cidade, facilitando sua hospedagem, sejam amigos ou parentes. Conforme dados da Diretoria de Cultura e Turismo de São Simão, apenas 4% ficam em hotel e mais de 12% acampam.
Gráfico 3: Principais Cidades e estados que provem os turistas Gráfico 4: Principais motivos dos turistas quando visitam São Simão
O projeto desenvolvido pela autora também visa dar suporte a esse tipo de prática, disponibilizando áreas para pessoas que desejam acampar, ou conviver em meio a natureza além de instalações sanitárias adequadas.
Gráfico 5: O meio de hospedagem utilizados pelos turistas em São Simão, sendo predominância em casas de amidos e parentes
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ATIVIDADE TURÍSTICA SOBRE O MEIO NATURAL
São Simão é privilegiado por sua localização geográfica entre morros que proporcionam envolventes paisagens. A realização consciente de atividades turísticas sobre esses meios vulneráveis exigem maiores cautelas. Para Kahtouni (2006, p. 51) “não se pode mais falar de paisagem sem se pensar na ação humana, ou vice-versa” e completa afirmando que o ser humano representa “[...] o principal agente da evolução ou das transformações ambientais, caracterizando o chamado AMBIENTE como um ambiente antrópico, significadamente diferente do ECOSSISTEMA natural”. Sendo assim, a intervenção humana se faz presente em (quase) todo ambiente, e não seria diferente com o objeto aqui estudado. A questão não é privar a ação sobre o meio, mas saber como agir peran-
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te a ele. Desta forma, Geraldes (2007) enfatiza a necessidade de se equilibrar o uso e preservação do meio, em vista as ações irreparáveis por excesso de intervenções humanas. Odum (1988, p.1 apud KAHTOUNI, 2006, p.52) acrescenta a importância e consequência dessa associação afim de “preservar e melhorar a qualidade ambiental por meio de uma tecnologia harmoniosa e não prejudicial”. Embora consciente de seu papel criador e dominando os mecanismos coordenadores e reguladores do meio ambiente, o homem é obrigado a ter cuidado no sentido de não interferir no automatismo desse sistema autônomo, componente de seu próprio Meio Ambiente. Dada a natureza complexa das inter-relações que mantêm essa harmonia, a interferência em um de seus elementos de ligação pode originar verdadeiras reações em cadeia desorganizando todo o sistema, de forma irreversível. Esse constitui, talvez, o aspecto mais delicado dos chamados impactos ambientais (BRANCO, 1989, p. 87 apud KAHTOUNI, 2006, p.53).
Figura 71: Serra São Simão, com a rodovia passando sob seus pés
7.1. ÁREAS POTENCIAIS PARA IMPLANTAÇÃO Sendo referência para este estudo, o intitulado Morro do Cruzeiro, cartão postal da cidade, apresenta-se frequentemente no roteiro dos visitantes locais e de outras cidades próximas, como atividade de passeio e contemplação da paisagem. Berque descreve a importância da paisagem, para a formação de identidade local: A paisagem é uma marca, pois expressa uma civilização, mas também é uma matriz porque participa dos esquemas de percepção, de concepção e de ação - ou seja, da cultura - que canalizam, em certo sentido, a relação de uma sociedade com o espaço e com a natureza e, portanto, a paisagem do seu ecúmeno. (BERQUE, 1998:85 apud GERALDES, 2007, p.14)
Figura 72: Por do Sol do Cruzeiro
em potencial. A falta de equipamentos urbanos e a ausência de infraestrutura adequada para efetuar o percurso do Morro, na escala pedestre gera desconforto e risco a segurança. Já a interação direta com a natureza de modo a explorar o meio é um ponto motivador para prosseguir a caminhada e fato essencial para o desenvolvimento desta pesquisa. É inegável a emergência por um planejamento que condiz com o espaço “natural” envolvido e seus condicionantes, sem agredir profundamente o meio, como reflete Kahtouni (2006).
Por si só, o Morro do Cruzeiro se faz monumento da cidade. Sua presença é um marco diferencial das demais localidades e compõe a identidade de São Simão, ou é até mesmo o genius loci, “ a alma do lugar” como sugere Geraldes (2007, p. 14). O autor (2007) ainda salienta que os lugares que apresentam qualidades específicas e envolventes tal como o Morro do Cruzeiro - são propícios às práticas turísticas, no entanto há necessidade da existência de estruturas e instrumentos capazes de atender a demanda local de acordo com a atividade
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O turismo, como estratégia de desenvolvimento, ganharia força e consequentemente o espaço envolvido incorporaria melhores condições de proteção e manejo. Geraldes (2007) conclui que “o patrimônio ambiental deve necessariamente considerar não apenas os recursos naturais [...], mas também aqueles elementos submetidos aos processos de construção cultural”.
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Os valores culturais intrínsecos (deste patrimônio) não são enfraquecidos ou comprometidos pela associação com os interesses turísticos; pelo contrário, a atração das propriedades culturais e número crescente de admiradores estrangeiros confirmam sua importância e significado nacional. Um monumento restaurado corretamente, um complexo urbano que recuperou seus valores originais, não constituem apenas lições de história, mas razões legítimas de orgulho nacional. (GERALDES, 2007, p. 6)
Mapa 19: Áreas de interesse para a aplicação do projeto Mapa 20: pontuação da área de aplicação do projeto
ESCOLHA DA ÁREA De intuito modular, o abrigo pode ser implantando onde houver necessidade de se obter um equipamento de apoio para visitantes e turistas, esteja ele inserido próximo ao meio urbano ou rural, desde que levado em consideração também os requisitos específicos de cada local para possíveis readaptações. Porém para maiores esclarecimentos da proposta do abrigo foram adotadas duas áreas para o aprofundamento e aplicação dos estudos, aproximando-os da realidade turística da cidade:
Figura 73: sequencia de módulos produzidos pela autora. Ilustram a possibilidade de implanta-los em variados ambientes
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BALNEÁRIO PRAINHA DO TAMANDUÁ Ao longo do Córrego Tamanduá foram estabelecidas três áreas de lazer, conhecidas como: Prainha do Tamanduá 1, 2 e 3. As três prainhas são utilizadas principalmente nos finais de semanas e feriados, tanto pela população local, quanto pelos turistas da região. Com águas cristalinas e rica vegetação, a pequena praia fluvial atrai turistas locais e de cidades vizinhas, no entanto, cada uma das três apresentam um
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uso singular. Tamanduá 1: é a primeira a ser avistada no sentido São Simão-prainha. Dentre as três, esta é maior em área, podendo ser realizadas atividades de acampamento, além de possuir banheiros e bar para consumo preferencial de álcool pelos usuários jovens e de baixa renda. O local não possui controle de acesso e de uso, propiciando maior número de usuários.
Figura 74: Prainha do Tamanduá 1. Durante o verão, as prainhas lotadas. Foto Diego Imagens
Tamanduá 2: Desconhecida pela maioria é a menor prainha devido à grande concentração de vegetação, dificultando o acesso a água e limitando a área de uso. Assim, torna-se preferência para as famílias que buscam maior tranquilidade para a prática de camping e piqueniques, já que o local não possui equipamentos para tais fins de alimentação e descanso. Tamanduá 3: Devido ao controle físico – cercado- e controle de entradas – pagamento – a demanda é realizada por um público mais elitizado e familiar. Possui placas de conscientização ambiental e monitoramento, resultando em um ambiente mais límpido e tranquilo, contrapondo a prainha 1. Estão dispostos na areia bancos e mesas cobertos
em pequenos quiosques, além de outros dentro da água, garantindo conforto de todos. Também possui banheiros, e um pequeno bar no qual o consumo se dá principalmente pelos alimentos. Além de contar com ambiente especifico para churrascos, alugado nos finais de semana. Devida a existência de demanda, caminhos já estabelecidos e grande interesse visual, a área para possível implantação foi traçada com um raio de 150m afim de propor um número compatível de equipamentos para atender as necessidades locais, de aproximadamente 15 unidades, baseando-se nas implantações dos refúgios abordados nas referências projetuais.
Figura 75, 76 e 77: Tamandua 3, tamanduá 1 e córrego do tamanduá 1 Mapa 21: área circundada em rosa, de 150 m de raio, para aplicação do projeto, entre as Prainhas do Tamanduá
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MORRO DO CRUZEIRO O segundo local escolhido para implantação está localizado na Serra São Simão, ou Morro do Cruzeiro, sobre altitude elevada de 1000 m e declividade acentuada propiciando vista completa da paisagem rural do nordeste da cidade, de alto interesse visual. Inserido no meio natural, a área está distante do centro urbano afim de preservar o intuito de isolamento do refúgio como fuga da conturbada vida urbana, e garantir um contato mais próximo à natureza. Para isso, o local conta com rica vegetação e elementos naturais a se-
rem explorados e preservados como córrego (nascente) e a própria mata. Ainda conta com belas trilhas utilizadas para a prática de trekking e caminhadas devido sua localização privilegiada entre o caminho que leva à cachoeira e a proximidade com o mirante que tem vista para à área urbana. Também é local de peregrinação e acontecimentos religiosos como procissões e missas e local apropriado para lazer e esportes radicais. Sendo assim a área já possui trajetos, mesmo que de terra, que possibilitam o acesso dos futuros usuários dos abrigos, sem a necessidade de se abrir novas vias.
Figura 78: Monumento no topo do Morro do Cruzeiro, imagem ao entardecer.Foto de Helcio de Souza Mapa 22: área de implantação do projeto , atras do morro do cruzeiro.
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O OBJETO DE ESTUDO DIRETRIZES
MODUL AR ACESSO VISUAL
TRILHOS individualidade
Segurança e Intimidade
ninho
FITAS
t e n d a i n t e r i o r FLEXIVEL Estrutura fácil montagem PELE T R I L H A S e s p a ç o s A M B I E N T E N AT U R A L m í n i m o d e c o n f o r t o INTEGRAÇÃO conexão com a natureza PLANOS QUE CORREM
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Aqui, são expostos os requisitos projetuais dos módulos tipos, com a função de abrigar o ser humano, seja para protege-lo nas condições físicas ou imateriais. Enquanto local de proteção, o abrigo remete a sensação de segurança e conforto, assim a configuração do espaço tende a estimular essa percepção. A integração do interior e exterior atuaria mediante à conexão entre o indivíduo e a natureza, por isso busca-se por paisagens de relevância visuais, ao qual possa ser amplamente contemplado, como as duas áreas selecionadas para a aplicação do projeto. A flexibilidade dos espaços é um ponto crucial para a readequação dos espaços de acordo com as necessidades pessoais de cada usuário, visto que as configurações de espaços mínimos de conforto são íntimas e mutáveis – ora abertas, ora recolhidas – possibilitando também diferentes graus de privacidade. Opor-se a marginalidade, a partir de um mobiliário, fixo, porem flexível, capaz de atender diferentes atividades apenas movendo os planos para que se adequem à tais usos Diante às variáveis topográficas, a ideia é que a estrutura do módulo se aco-
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mode sem grandes intervenções no espaço. No entanto como proposta para o projeto, se faz necessária algumas áreas planas de camping para a inserção complementar e opcional de barracas ao ar livre, assim como espaços de convívio coletivo.
Requisitos gerais
- Área de higienização - Plano para refeição - Plano para descanso
8.1. CROQUIS
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O PROJETO
Necessidade: abrigo para o corpo e espírito e apoio para ações básicas dentro do contexto local turístico. A proposta: Conceber um equipamento destinado ao usufruto do ócio, descanso, e lazer de modo mais informal, simples e conectado à natureza, podendo ser adaptado de acordo com as necessidades dos usuários. Nesses espaços mínimos os usuários são acolhidos num curto espaço de tempo livre, afim de obter proteção e espaços para atividades básicas , inseridos e integrados ao meio natural – contemplação da paisagem local. O presente trabalho visa elaborar o
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projeto de equipamentos de apoio aos turistas, atendendo suas necessidades da prática do ócio e lazer em conjunto ao meio ambiente – destinados principalmente as pessoas que buscam se refugiar da rotina e do modo acelerado da vida urbana.
Os usuários -> turistas que frequentam espaços naturais como o morro e a prainha, como famílias pequenas e jovens que realizam trekings e campings e atividades afins no entorno. O usuário desses espaços é transitório, ao qual busca por “espaços que não são dele, nem de ninguém”. Os equipamentos com dimensões mínimas visam dar apoio aos usuários desses ambientes de uso temporário e público. A propostas é que os espaços sejam flexíveis as atividades, ou seja, há em um mesmo espaço, diferentes possibilidades de usos. Os usuários possuem a liberdade de utilizar o equipamento de acordo com suas necessidades mínimas. As possibilidades de combinações dos módulos permitem acolher diferentes formações de usuários, de 1 à 3 pessoas no modulo uno, e de 5 à mais pessoas nos módulos conjuntos. Para a configuração dos espaços, foi proposto um módulo com dimensionamento interno de 2,20X2,20, mínimo para a realização confortável das atividades de: DESCANSO e REFEIÇÃO Para realizarção das atividades de higiene foram propostos módulos de sanitários coletivos.
Para melhor compreensão da proposta* serão apresentados 3 possibilidades de união dos módulos: Módulo uno Módulo dual Modulo sanitário. * podem haver outras uniões, caso necessário.
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N
Os módulos foram implantados com as faces de vidro voltadas para a paisagem em destaque. Sua distribuição foi realizada entorno de espaços em comum. Neste espaço central, mais vertical,
podem receber usuários que também desejam vsitar o ambiente, mas tem a preferência em acampar em barracas.
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mรณdulo uno Os mรณdulos uno e dual foram projetados para servir os turistas. Foram dispostos modulos com escada, e a mesma tipologia de mรณdulos, com patamares, afim de favorecer os acessos.
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3.72
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2.52
0.85
Sp
2.20
1.50
Sp 0.60
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2.20
2.52
0.60
A flexibilidade dos usos em um mesmo espaço é determinado pela disposições de planos mais adequadas para cada atividade, como descansar e comer . Para atender estas diferentes funções e garantir o dimensionamento mínimo foram apresentados planos que se deslocam por trilhos.
Esses painéis possuem o dimensionamento de 0,40X2,20 m , possibilitando combinações de cama para uma pessoa (0,80x2,00), para duas pessoas (1,20X2,00), mesa e assento ( ambos com 0,40 cm) e prateleira para guardar objetos. Para garantir o acesso ao modulo os painéis ficaram dispostos perpendicularmente, visto que ocupam toda a extensão do modulo (2,20m) , apoiando-se em trilhos nas paredes. Na planta baixa é demonstrado os painéis posicionados em camas, tendo a possibilidade de ser uma cama para uma ou para duas pessoas (quando o terceiro painel é deslizado - linha tracejada).
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0.40
2.20
0.80
0.80
Sp 0.60
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2.20
0.85
0.85
2.20
Sp
2.20
Sp
2.20
4.88
0.60
Afim de flexibilizar os usos no mesmo espaço e ter a possibilidade de atender diferentes formações de usuários, os paineis articulados correm nos trilhos da vertical para horizontal podendo formar planos para descanso ou ate mesmo assento e mesa para realização de refeições. Os paineis são formados por tiras menores, articuladas por um material textil resiistente. Nesses são inseridos rolamentos que possibilitam seu movimento nos trilhos.
Os painéis possuem travas de segurança nos extremos para que quando posicionadas, nao deslizem acidentalmente
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O fornecimento de energia provem de placas solares fotovoltaicas dispostas na cobertura do módulo. O sistema off-gride dispões de armazenamento das cargas de energia solar em baterias, que garantem o abastecimento em períodos sem sol. Esse sistema também é conhecido por sistema isolado, ou autônomo.
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Para atender o caráter modular, a proposta se apoiou sobre uma estrutura independente da vedação e fechamentos, garantindo amplas vistas para a contemplação visual e aberturas, integração interna e externa e entre os meios. As aberturas em todas as faces permitem aos usuários melhor integração com o meio, avistando todo seu entorno e usufruindo da vista que mais lhe agrada naquele momento. O formato inclinado procede da necessidade de maior pé direito em uma das faces , e paralela a essa, o acesso, que não exige alturas maiores. Contato mínimo com o solo , possibilitado pela trasferencia de carga por curtos pilots. Conjuntos (ou não) com vigas “I” internas ao qual se apoia pontualmente
sobre pilotis de concreto e fundação em bloco. A escolha módular também é justificada pela rápida e limpa construção. Materialidade: Estrutura e trilhos metálicos; Fechamento em compensado naval de pinus 30mm, resistente a intempéries; Membrana Hidrofuga para garantir impermeabilização; Isolamento de Lã de Pet entre os compensados; Esquadrias alumínio e vidro; Escada em aluminio; Fundação concreto Paineis composto por ripas de madeira, articulados por material texti em camada sanduiche
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Quando os painéis saem da vertical para o posicionamento na horizontal, abrem-se vistas para o exterior, possibilitando melhor contemplação do espaço pelas 4 faces do módulo.
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Deslocamento dos planos da vertical em mesa e assento e posteriormente para camas
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2.97
2.53
0.68
1.40
2.85
Na face do acesso, um painel se desdobra da parede e configura uma nova mesa, possibilitando atividades de frente para a maior abertura do modulo. Sendo assim , opcional em qual face realizar suas refeiçþes e contemplar o espaço.
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0.40
0.33
1.00
Sp
130 0.05
3.30
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mรณdulo dual 133
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0.15
0.35
0.05
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Sp Sp
0.40
0.80
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0.80
0.80
Sp 0.60
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0.85
0.85
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Sp
2.20
Sp
2.20
4.88
0.60
Os módulos são “anexados” pela face da estrutura trapezoidal devido ao formato curvo dos “cantos” dos módulos dificultarem suas conexões laterais e por melhor disposição espacial quando assim unidos . O acesso ao modulo se da pela lateral mais baixa, visto que a painel (cama)
superior (e maior) necessita de maior pé direito e apoios em paredes paralelas, impossibilitando a localização do acesso em outras faces. A escada de acesso aos painéis superiores, assim como estes, percorre pelo trilho por um rolamento, e seus pés possuem rodas para deslizarem com facilidade. Esse rolamento é conectado à escada por um sistema de dobradiça, permitindo seu recolhimento para maior aproveitamento do espaço. O outro extremo da escada possue trava para se conectar ao painel
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mรณdulo
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o sanitário
Para o tratamento das aguas negras foram projetados Tanques de Evapotranspiração (TEVAP), ou usualmente Fossa de Bananeiras - um metodo alternativo de tratamento de esgoto para meios distantes do urbano.
figura 79: esquema de funcionamento do TEVAP. ecoeficientes.com.br
Quanto as aguas cinzas, foi proposto tratamento atraves de filtros biológicos.
figura 80: esquema de funcionamento do filtro biologico.
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0.60
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Sp
1.10
0.45
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1.10
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0.80
Sp
Sp
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CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da realização deste trabalho foi possível refletir sobre a importância dos equipamentos e espaços de lazer e descanso para o desenvolvimento das cidades. Os módulos propostos não somente colaboram com o desenvolvimento do turismo local existente, oferecendo apoio aos ambientes sem estrutura adequada, mas também podem apresentar novas possibilidades para o turismo, pois sua própria existência pode atrair mais pessoas para desfrutar destes esquipamentos. Tais possibilidades podem despertar a economia ligada ao turismo. Também foi possível concluir
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que o módulo, como objeto, por si só não cumpre sua função . Ele necessita do sítio para estar completo, estando intimamente ligados. Sem o espaço natural, preservado, ele não se justifica. Trabalhar com o turismo de forma adequada contribui para a conscientização sobre a importância dos sistemas naturais na promoção da qualidade de vida humana, o que consequentemente induz as pessoas à preservá-los. A partir do projeto, os usuários entrariam em contato direto com a natureza, e perceberiam que não há distinção entre o ser e o meio, que cuidar dele é cuidar de si.
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