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"A neve em teus cabelos Tom que a vida te dera Floresce sem atropelos Uma nova primavera" (Trecho da poesia "Real Idade" de Iris Boff) Viva intensamente
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EXPEDIENTE EXPEDIENTE EXPEDIENTE EXPEDIENT 4
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A Revista Vitalidade é uma publicação experimental produzida pelas alunas do curso de Jornalismo do Centro Universitário Módulo, na disciplina TC (Trabalho de Curso). Sua periodicidade é semestral e pode ser encontrada em todas as bancas do Litoral Norte de São Paulo. Coordenador do Curso: Prof. Dr. Gerson Moreira Lima Professor Orientador: Ms. Paulo Rogério de Arruda (MTB 36577) Conselho Editorial: Helena Custódio e Pamela Borges Editoras chefe: Helena Custódio e Pamela Borges Reportagem: Helena Custódio e Pamela Borges Fotografia: Helena Custódio, Millena Hermes e Pamela Borges Foto Capa: Millena Hermes Modelo Capa: Maria Célia Zambello Arte e Diagramação: Paulo Ferraz Projeto Gráfico: Helena Custódio, Pamela Borges e Paulo Ferraz Tiragem: 1.000 exemplares; 32 páginas; Copiadora: Atena S/C Ltda Contatos: Helena Custódio lenaculy@hotmail.com Artigo: Dra. Sonia Ribeiro – psicóloga sonia.saosebastiao@metodosupera.com.br Pamela Borges pamela_jenipher@hotmail.com Millena Hermes millenaht@gmail.com Paulo Ferraz locutordeloja@gmail.com
CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO- CAMPUS MARTIN DE SÁ Av. Mal. Castelo Branco, s/nº CEP 11.662-700 Caraguatatuba/SP. Tel. (12) 3897-2008 www.modulo.edu.br Vitalidade
EDITORIAL
C
omo dizia o 20º presidente dos Estados Unidos James Abram Garfield "Já que têm de ser gravadas rugas na nossa testa, não deixemos que elas se gravem em nosso coração: o espírito não deve envelhecer”. É com essa linha de pensamento que a Revista Vitalidade foi produzida e vai chegar às bancas. É a busca incessante pela qualidade de vida na terceira idade. Para provar que o espírito do “Novo Idoso” não envelhece, valorizamos as grandes histórias em contextos bem diferentes, teremos nessa edição: o idoso que se destaca no esporte; que brilha no palco; que arrebenta em jogos de mesa; que busca conhecimento; que se dedica as artes manuais; que desfilam em belos trajes; e que são aventureiros. O nosso objetivo é atingir todo o público da Terceira Idade, desde aquele senhor que fica sentado na praça lendo jornal, à senhora que cuida dos netos, ou aquela que nas horas vagas faz crochê. Esse é o perfil de pessoas, que queremos levar para dentro de espaços sociais e grupos ousados. Nós da revista Vitalidade pretendemos mostrar para a sociedade, o quanto as pessoas com 60 anos ou mais, estão ativos, buscam novidades do mercado e sentem-se mais jovens do que nunca. Para chegar ao resultado final, buscamos conviver com o Idoso, participamos de eventos e atividades das quatro cidades do Litoral Norte, por isso temos reportagens que são interessantes e importantes a todos da região. Sentimos muito prazer em realizar esse trabalho, por que desde o início tínhamos certeza da importância de um veículo que aborde os privilégios e problemas dessa idade. E o grande valor dessa revista está no fato de seu público ser o idoso. Aquela idade que o jovem pode até tentar fugir, mas sabemos que a velhice chega para qualquer um, e feliz será quem tiver sabedoria para desfrutar da melhor maneira. Desejamos a todos uma boa leitura e que as reportagens tragam benefícios para as suas vidas. Helena Custódio Pamela Borges
SUMÁRIO
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Mais vida para os idosos ACONTECE
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POR TRÁS DA Conheça as cabeças que pensaram para que esta revista existisse e chegasse até você.
Helena Custódio Jornalista
Millena Hermes Fotógrafa
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Pamela Borges Jornalista
Paulo R. Arruda Professor orientador
Sonia R. Gonçalves Psicóloga
ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO AR ARTIGO Sonia Ribeiro Gonçalves Psicóloga
O idoso do Século XXI
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velha figura do vovô sentado em uma cadeira de balanço e a da vovó fazendo crochê já não faz parte da realidade do século XXI. Se, atualmente, descrevermos assim a imagem de avós para uma criança ela com certeza irá dizer: “Meus avós não
são assim”. Mesmo diante de preocupações ligadas à saúde, como pressão alta, diabetes e colesterol, nossos idosos praticam diversas atividades com o objetivo de driblar as consequências da idade. Hoje o idoso reconhece a importância de envelhecer com saúde e para tal faz caminhadas, busca alimentação saudável, participa de grupos sociais onde possam fazer aulas de dança, computação, pinturas, coral e até participam de eventos como desfile de modas e concursos de miss e mister e também campeonatos de atividades físicas. Isso sem contar a busca de atividades que estimulem o cérebro, órgão tão fundamental para a vida humana, que começa a perder suas capacidades de memorização e raciocínio com o passar dos anos. Atividades de estimulação cognitiva e ginástica para o cérebro já fazem parte da agenda de exercícios para a manutenção da qualidade de vida destes tão sábios idosos do século XXI. Quanto conhecimento e disposição estes personagens estão transmitindo para as nossas gerações. Estão se mostrando cada vez mais capazes, independentes e ativos. São dignos de reconhecimento e incentivos tanto pelo poder público como do setor privado, pois estes nossos heróis estão fazendo história sobre uma mudança de crenças e comportamentos que, com certeza, será mantido pelos séculos vindouros.
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ACONTECE Profissão do futuro
Mesmo em processo de reconhecimento, a profissão de Cuidador de Idoso atrai número significativo de pessoas em curso oferecido no Litoral Norte
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Por Pamela Borges uem cuida de idosos sabe que eles gostam de conversar, relembrar o passado, contar histórias. Torna-se um pouco pai, filho, irmão, médico, amigo. Em 2013, segundo o IBGE, com base em dados coletados no Censo de 2010, a população de brasileiros acima dos 65 anos é formada por 14,9 milhões (7,4% do total). Percentual que tende quadruplicar até 2060, quando a população nessa faixa etária representará 26,7% do total. O cenário mostra-se promissor para uma nova profissão, que apesar de ainda não ter sido regulamentada, tem atraído bom número de candidatos, a de Cuidador de Idosos. O setor é tão próspero que cresce o número de cursos para a capacitação desse profissional. Recente pesquisa publicada pela Datafolha, em abril desse ano, revela que a média de salário pago a um Cuidador de Idoso está entre R$ 1.000,00 a R$ 1.900,00. Por ser uma profissão nova, ela ainda está em fase de regulamentação e deve ser votada no Senado, em Brasília. Realidade Local Assim como outros municípios Caraguatatuba tem visto aumentar o número de idosos e para atender a demanda, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso, realiza desde agosto o curso de Cuidador de Idoso. Com parceria firmada com o Governo Federal por meio do Pronatec (Programa Nacional de Ensino Técnico em Emprego), as aulas são ministradas no IFSP (Instituto Federal de São Paulo) e atende 24 alunos. A supervisora do Pronatec, Janice Peixer, 44 anos, explica que os alunos atendidos são na maioria participantes de outros programas mantidos pelo Governo Federal como o Bolsa Família e o Baixa
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Renda. Para incentivar a participação e evitar as faltas, a supervisora explica que um dos diferenciais do Pronatec é que a cada quinze dias o Governo Federal paga ao aluno uma ajuda de custo no valor de R$ 3,75 por hora/aula. Valor esse, que segundo ela ajuda no transporte e alimentação. “Assim se torna um incentivo a não faltar. O nosso objetivo é realçar o desejo dessas pessoas interessadas em
“Na turma, existem três pessoas que já trabalham na área, também tem aqueles que cuidam da avó, ou da mãe. Todos os alunos tem ligação com este público, e durante as aulas trocam experiências”
trabalhar com este público, já que são elas que enxergam a necessidade da capacitação”. Formação No curso o aluno tem 160 horas de aula, com Enfermeiros, Fisioterapeutas, Profissionais de Educação Física, Psicólogos e Fonoaudiólogos que o orienta a zelar e proporcionar ao idoso melhor qualidade de vida. Entre as disciplinas estão as ministradas pela enfermeira Miriam Cristina dos Santos Almeida, 37 anos. “Minhas disciplinas estão ligadas aos cuidados básicos de enfermagem, introdução de processo de envelhecimento e as principais patologias do idoso”, explica. Segundo ela os conhecimentos inserem o aluno nos procedimentos dos cuidados básicos, como higiene e alimentação. Além disso, também orienta sobre a importância do acompanhamento de um profissional da saúde por causa das medicações, seja ele médico ou enfermeiro. Mais Diferencial A Supervisora do Pronatec Janice Peixer explica
CE ACONTECE ACONTECE ACONTECE ACONTECE ACONTECE ACO Foto: Helena Custódio
que os diferenciais do curso não ficam somente nas questões da aula e da bolsa auxílio. Além de capacitar para área em que o Cuidador de Idosos irá atuar, esses profissionais recebem orientação sobre questões trabalhistas, como seus direitos em uma admissão. Formada em Recursos Humanos, Luciana Jane Ferraz, 38 anos, é quem ministra as aulas que orienta o aluno a ingressar no mercado de trabalho como Cuidador de Idoso. Ela conta que desenvolve com os alunos a autoestima, como se comportar em uma entrevista, opções de mercado, orientações sobre como elaborar um currículo. Além de palestrar sobre “Direitos do Cuidador e Direitos do Idoso”. Com aulas dinâmicas a professora desafia o aluno a se colocar no papel do idoso e vivenciar suas dificuldades e limitações. Recentemente ela realizou uma atividade em sala de aula, para medir o nível de dificuldade, os alunos classificaram que limpar e arrumar o idoso estariam entre as
atividades fáceis e classificaram como difícil, dar banho e medicar. A experiência é sempre positiva, visto que vários dos alunos já têm algum tipo de vivência. “Na turma, existem três pessoas que já trabalham na área, também têm aqueles que cuidam da avó, ou da mãe. Todos os alunos têm ligação com este público, e durante as aulas trocam experiências”. Atuação De Segurança a Cuidador, esta é a realidade de Domingos Sávio, 50 anos, o único homem participante do curso e o primeiro a conseguir uma vaga de emprego na área. O aluno imaginava que seria o último da lista para a seleção ao cargo, porém a família que necessitava de um acompanhante procurava especificamente um homem. Domingos sempre teve afeto pelas pessoas mais idosas, e iniciou as aulas por falta de oportunidades na região. Na contratação, foi preciso conhecer a Viva intensamente
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ACONTECE ACONTECE ACONTECE ACONTECE ACONTECE ACONTECE família, e após o primeiro passo teve contato com o idoso. Atualmente ele cuida de um casal, que são casados há 56 anos, participa das refeições diárias, faz acompanhamentos em consultas médicas, entre outras atividades corriqueiras. Para o novo profissional, o trabalho dos professores do curso é essencial, visto que, são bem preparados, ensinam teorias e dão exemplos práticos de como chegar a uma família. Além disso, diz que a iniciativa da Pronatec é genial, uma vez que, agora o cuidador será reconhecido como profissão e não como doméstico, estas são duas profissões diferentes. “Cuido do idoso como se fosse meu pai. O cuidador não se resume em dar banho, mas sim ajudar, amar e oferecer carinho ao próximo”, ressalta Sávio. A espera de uma oportunidade, a aluna Suzetti Machado, 51 anos, sempre teve interesse por essa população, e com a capacitação espera conseguir ingressar no mercado de trabalho. A aluna espera praticar suas funções da melhor maneira,
atendendo as dificuldades daqueles que viveram muito e agora precisam de apoio. “Pretendo seguir esta carreira e depois ser apoiada quando também chegar a minha idade”, finaliza Suzetti que por meio do curso aprendeu como é bom ser cuidado na velhice. Para a enfermeira Mirian, a sociedade informalmente já contrata os serviços do Cuidador do Idoso. O curso é a forma de capacitar e orientar essas pessoas da melhor maneira para trabalhar em residências, instituições de longa permanência, e creche para o idoso que esta em evidência como uma nova modalidade futuramente. “Vale ressaltar, que esta é uma profissão ainda não reconhecida legalmente, porém está em projeto, à espera de aprovação”, finaliza. A formatura do curso da Pronatec (Programa Nacional de Ensino Técnico em Emprego) acontecerá em Dezembro. Durante o evento, todos os alunos receberão certificados e assim estarão aptos para trabalhar na área com segurança. • Foto: Helena Custódio
Aula ministrada pela Enfermeira Miriam Cristina no Instituto Federal São Paulo.
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Projetos educacionais: um novo método de estímulo no ensino e recreação Atitude, criatividade e força de vontade leva o público da Terceira Idade para a sala de aula
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Por Pamela Borges
Foto: Pamela Borges
s traços na tela com carvão vegetal, os dedos sujos de tinta e um brilho no olhar ao ver uma obra de arte sendo construída por suas próprias mãos. Esta é a sensação descrita por Nilda Maria Menezes Camargo, 56 anos, aluna de pintura da Universidade Aberta, projeto desenvolvido pelo Centro Universitário Módulo que vem transformando dezenas de pessoas, em Caraguatatuba. A responsável pelas aulas de desenho é a professora Edna Lins dos Santos, 73 anos. O projeto Universidade Aberta é coordenado pela professora Paula Corrêa da Silva. Os ministrantes das aulas são todos educadores do Centro Universitário Módulo, portanto são voluntários. Segundo a coordenadora Paula, os participantes são atenciosos, trocam experiência, adoram dinâmicas e gostam de atividades diferenciadas, sem deixar cair na rotina. A coordenadora acompanha os alunos em sala para avaliar o de-
senvolvimento de cada um, e fica atenta sobre as atividades mais produtivas. Também busca renovar as propostas no decorrer do ano. A Universidade Aberta é programada para atender todos os Idosos do Litoral Norte. As aulas oferecidas são gratuitas, e o integrante deve arcar apenas com as despesas de alguns materiais pedidos em sala e com o transporte. As atividades oferecidas são: pintura, palestras com temas variados, brincadeiras, informática básica, oficina de origami, desenho livre e educação física. Um anúncio dos cursos oferecidos em um jornal da cidade, fez com que Nilda se inscrevesse para as aulas de pintura. A aluna está envolvida com tintura, desde sua infância quando pintava quadrinhos no colégio e camisetas. Com perfil detalhista e dom artístico, sua criatividade nunca foi um problema. Agora com novo olhar, as cores dos potinhos de tintas se juntam para fazer um belo colorido nos quadros. “É importante lembrar, que por mais dificuldades que tenhamos, devemos demonstrar força de vontade sempre”. Com uma autoestima invejável, e dom de desenhar, Edna é um exemplo de pessoa. Sua paciência e criatividade encantam os alunos em sala de aula. Sua estratégia são os livros, visto que até hoje ainda estuda para conhecer as mudanças que acontecem. Geralmente trabalha com a história da arte abrangendo desde o paleolítico até o contemporâneo. Com um currículo de 40 anos de experiência em pintura, voluntária há quatro anos na Universidade Aberta, a professora descreve os alunos como ativos e interessados em aprender e conhecer coisas novas.
“É importante lembrar, que por mais dificuldades que tenhamos, devemos demonstrar força de vontade sempre” Dona Nilda na aula de pintura, no Centro Universitário Módulo
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NÇO AVANÇO AVANÇO AVANÇO AVANÇO AVANÇO AVANÇO A Nas aulas práticas os desenhos pintados, são de sua própria criatividade, baseada em geometria euclidiana. “Como uma aventura, um prazer ou até mesmo como um empreendimento, a arte da pintura dispõe de um conhecimento único nesta fase da vida. As obras são tão importantes que não saberia viver sem. Se eu ficar em casa, tenho um ataque”, finaliza Edna com uma gargalhada. A ligação entre a tela e a tinta, encantou a aluna Rosana de Paula Risso, 53 anos, que aproximadamente 25 anos realiza trabalhos deste porte para presentear sua família e seus amigos. Com dom artístico e um olhar encantador ao ver suas criações, Rosana sente-se a vontade para fazer pinturas em vasos, garrafas, flores em EVA (um material utilizado para fazer artesanato para decoração), e agora pintura em quadros. As ideias vão surgindo e quando percebe já está completo seu trabalho. Basta acrescentar um papel bonito, um laço e pronto, o presente está criado. “Esta é a maneira mais produtiva que encontrei para me distrair e ocupar meu tempo livre. Também participo de outras atividades como: palestras, aulas de pintura e Educação Física”, conta. As aulas da Universidade não tem período de matrícula, atualmente as pessoas decidem quando entrar no curso, para isto, basta fazer a inscrição e participar. Os trabalhos
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“Esta é a maneira mais produtiva que encontrei para me distrair e ocupar meu tempo livre.” finalizados como os quadros pintados, são expostos no museu do município, no Teatro Mario Covas, na praça da cidade, e em São Paulo na Universidade Cruzeiro do Sul. O município de São Sebastião também apoia o envolvimento da Terceira Idade, com cursos que desenvolvem a criatividade e a participação em grupo. Os encontros acontecem na FACULTI (Fraternidade e Assistência Cultural a Terceira Idade), desde 1998. Atualmente a escola tem 300 vagas e 270 inscritos entre Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião. A entidade oferece atividades gratuitas de Alfabetização com inclusão de temas da atualidade e curiosidades, Artesanato, Coral, Direito e Cidadania, Informática, Pintura, Atendimento com Psicólogos, Yoga e também a inclusão de festas. Segundo a coordenada da instituição Venina Targat M. Soares, 62 anos, o foco é manter a convivência com todos os idosos interessados em mudar de rotina, ampliar seus conhecimentos e fazer com que o público da Tercei-
Aula de Direito e Cidadania com o Professor Geraldo Gonçalves.
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ra Idade se sinta valorizado. “Os idosos aprendem coisas básicas do cotidiano, como escrever ou ler uma receita caseira e ficam honrados de perder a dependência que tinham de seus familiares. Além de terem a possibilidade de escolher mais de uma, das atividades oferecidas”, acrescenta. Para a professora de desenho, Janete dos Santos Passarelle, 73 anos, a FACULTI é um espaço especial. Há 10 anos trabalha com a Terceira Idade, e nota o empenho dos alunos no aprendizado. Sua técnica é ensinar a combinação das cores e o uso da tinta óleo, que tem secagem rápida. “Para iniciar a pintura faço o esboço na tela. Os alunos seguem as cores do desenho e acompanham conforme a imagem ilustrativa original”. De acordo com Janete esta é a melhor maneira de valorizar o trabalho exercido. Durante o ano, cada aluno consegue fazer cerca de cinco quadros, um deles é doado para a exposição. Logo após, o mesmo é fixado em um mural na escola para venda. Esta ação é programada para arrecadar verba e assim colaborar com as despesas da entidade. A aluna Elsira Santana da Luz, 77 anos, descobriu o gosto pela arte, depois que passou a frequentar as aulas na FACULTI. Segundo ela o espaço é aconchegante, e os responsáveis são atenciosos, em qualquer dificuldade que ela e seus colegas tenham. “O método trabalhado pelos professores em aula é totalmente específico para a minha idade”, conta. Para atualizar este público, a instituição também trabalha com palestras que envolvam temáticas do momento, conforme relata o professor de Direito Geraldo Gonçalves, 70 anos. Os assuntos são os mais diversos, como por exemplo, história, personagens da literatura, mudanças musicais, estilo de vida, crenças, cultura, e comportamento social. “Este é o momento
Seu Armando nas aulas de Informática, na FACULTI.
que damos voz, para que os nossos alunos expressem suas opiniões”. Com 83 anos, Elisa Mordentte, participa todos os dias das aulas. A aluna acredita que a informação nunca é de mais. “As aulas são aprofundadas. Fazemos novas amizades. E o professor é um excelente educador”, diz Eliza. O idoso, também está incluído na área digital. Segundo a professora Isabelle Almeida Ferreira, 27 anos, o público da Terceira Idade busca se aprofundar em alguma atividade, quando o interesse em conhecer coisas novas é verdadeiro. “Nenhum aluno, vem a aula para brincar. Mas sim para obter mais conhecimento e se tornar independente”. Seu método de ensino é separar as turmas conforme o nível de aprendizado seja iniciante, médio, ou avançado. Esta divisão acontece, porque cada estudante tem um ritmo diferente, e seguido todos os processos corretamente, dentro de um ano, o curso é concluído. O aluno, da sala de informática, Armando Caler, 69 anos, se tornou independente depois que conheceu as funções do computador. “Agora posso enviar e-mail, fazer desenhos, escrever um texto, e ainda pesquisar na internet”. Armando está no nível avançado, mas pretende continuar fazendo o curso, mesmo depois de concluído. A FACULTI (Fraternidade e Assistência Cultural a Terceira Idade) é conveniada pelo Governo Municipal de São Sebastião. Localiza-se na Rua João Batista Fernandes, nº 38. Para participar das atividades basta comparecer no local e preencher uma ficha de inscrição. •
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Vestibular 2014 Cursos presenciais e a distância
VoCê estuda agora e só paga depois de formado. AC E S S E S I S F I E S P O R TA L . M E C .G OV. B R
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Prova tradicional
Ingresso via ENEM
0800 772 0282
www.modulo.edu.br Vontade não é nada sem conteúdo.
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Projetos Sociais garantem mais vida para os idosos do Litoral Norte Atuações auxiliam para uma vida saudável por meio de atividades físicas Por Helena Custódio
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Trabalho Social em Ubatuba Em Ubatuba, o projeto “Atividade Física e Cidadania” criado há 14 anos pela Secretaria de Esporte, atende cerca de mil pessoas com idades acima de 35 anos nos dezenove bairros em que é realizado. Com o intuito de promover e prevenir a saúde, o projeto que tem como carro chefe o alongamento e a caminhada oferece a pessoa que participa com regularidade um bônus. O participante ganha uma vaga para outro exercício que pode ser natação, voleibol adaptado, bocha, peteca, tênis de mesa, hidroginástica, atletismo, malha e ginástica localizada. O casal Alexandre e Célia Zambello, 70 e 69 anos, quando mudaram para Ubatuba há cinco anos buscaram o projeto, pois ela já praticava atividades esportivas na cidade em que moravam. Hoje, ela se dedica a natação e ele ao vôlei. Ao entrar na residência é possível ver improvisado atrás da porta um varão de cortina com cerca de 100 medalhas que Célia ganhou nos campeonatos de natação. A nadadora começou nadar aos 14 anos, porém aos 20 anos deixou a prática. Quando
Foto: Helena Custódio
ma qualidade de vida melhor para a terceira idade é o principal objetivo dos Projetos Sociais desenvolvidos pelas quatro cidades do Litoral Norte de São Paulo. Nesses programas são oferecidas atividades que proporcionam bem estar a esse público. Entre os resultados constatados estão a perda de peso e a diminuição dos medicamentos. Para a geriatra Regina Clara Gambaro, todos os resultados obtidos via atividade física são excelentes, porém na terceira idade há outro foco muito importante: a parte social. “Eles têm que se manter em sociedade, em contato com outras pessoas. Por isso, os trabalhos feitos pelos centros de referências para os idosos são muito bons” atesta. A maioria dos projetos em vigor permite que o idoso perceba que é agente de transformação na sociedade contemporânea. A geriatra explica que esse público terá mais atitude, será mais proativo assumindo responsabilidades, irá reclamar menos, sendo otimista; irá viajar mais, será independente, e em alguns casos, até mesmo se tornará atleta.
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Viva intensamente Alunas do Curso de Natação em Ubatuba
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AR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM completou 50 anos retornou ao grupo Guarani de natação e conquistou vários títulos em sua categoria. As medalhas representam as diversas vezes que foi campeã máster de natação. Entre elas o 1º lugar no campeonato Sul- Americano nos 200 + (que é a soma das idades dos quatro da equipe), o 1º lugar no All American nos 240 + e o 7º lugar na FINA (Federação Internacional de Natação). Tem medalhas na participação dos Jogos da Paulista, mas é a medalha de 1º lugar no II Campeonato Brasileiro de Natação Máster Via Postal que a enche de alegria. Em Ubatuba, ela também mostrou sua habilidade, ficou com o 1º lugar no JORI (Jogos Regionais do Idoso), JAI (Jogos Abertos do Idoso) e faturou por três anos consecutivos o 1º lugar no Ubatuba de Águas Abertas de mil metros sem antes nunca ter competido no mar. Segundo o marido, quem vê a disposição de Célia na água não imagina que aos 28 anos ela sofreu de pleurisia (inflamação das pleuras pulmonares). “Seu pulmão esquerdo tem 45 % de capacidade respiratória e o direito 75%. Imagina se ela tivesse os dois pulmões bons como seriam?”, conta. O trabalho do CREMI em Caraguatatuba “O que importa é que ele está aqui. Ele cuida de mim e eu cuido dele”, essa foi à frase dita com muita emoção por Maria José de Oliveira dos Santos, 65 anos, ao falar do câncer de próstata que o seu marido José Rodrigues dos Santos, 64 anos, teve há sete anos. Ele fez a cirurgia, mas a doença prejudicou a sua vida sexual, consequentemente provocando depressão. E foi justamente
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Ginástica no CREMI. No destaque, Seu Válter, no alongamento.
por isso, que o médico recomendou que ele fizesse alguma atividade em grupo. Devido a esta situação, há oito meses o casal encontrou o projeto desenvolvido no CREMI (Centro de Referência da Melhor Idade). Lá começou a fazer Dança Sênior e Alongamento. Atividades que junto com o convívio social ajudou José na cura da depressão. O CREMI existe há mais de seis anos. É um projeto da SEPEDI (Secretária Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso de Caraguatatuba). Atualmente participam mais de 300 pessoas acima dos 60 anos. São 15 professores que oferecem aulas de espanhol, alfabetização, dança sênior, ginástica rítmica, alongamento, teatro, bordado, coral, tai chi chuan e ginástica aeróbica. Para os alunos não enjoarem e desistirem das aulas as professora de ginástica Maria Lúcia Gardelin de Almeida, 60 anos, e Amanda Marquês Pereira da Silva, 22 anos, diversificam. “Nas segundas damos alongamentos, nas quartas aeróbicas e nas sextas fazemos circuitos. Tem dias em que damos relaxamento com músicas e outros que a Amanda dança com eles. Eles adoram”, explica Maria. Conhecido como Ditinho, o professor de Tai Chi Chuan, Benedito Fernandes, 44 anos, conta que os idosos sabem dos benefícios que essa arte marcial traz para a saúde. O grupo, orientado
Grupo de Ginástica no CREMI. As turmas tem, em média, 60 pessoas.
Fotos: Helena Custódio
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Projeto Atividade de São Sebastião “Eu adoro natação. Faço o que posso quando vou para os campeonatos. Depois que comecei essa vida atlética rejuvenesci quarenta anos”, conta rindo o aposentado Arlindo Teófilo, 84 anos, que começou a fazer natação pelo projeto “Atividade”, realizado em São Sebastião. De lá pra cá, já ganhou aproximadamente 20 medalhas nos campeonatos que participou. Esse ano ficou com o segundo lugar no JORI, na modalidade nado de costas. Agora se prepara para competir em dezembro no JAI (Jogos Abertos do Idoso), em Santos. A alimentação adequada, uma boa noite de sono e os exercícios físicos é a receita de Isaura dos Santos Ferreira Siqueira, 77 anos, que há
Foto: Pamela Borges
por ele, já participou de eventos em São José dos Campos, Jacareí, Ubatuba, Poços de Caldas, entre outras cidades. “Eles ficam muito entusiasmados”, conta. O aposentado Valter José Antônio, 72 anos, já percebe em sua rotina os benefícios que as aulas práticas realizadas nestes projetos podem oferecer. Depois do susto de sofrer três enfartos Valter começou a fazer ginástica no CREMI. “A velhice chega quando você menos pensa, o mal é parar. Acha que vou ficar deitado na cama esperando a morte chegar? Eu vou é correr dela”, brinca o idoso que considera que os abusos da juventude, como ingestão excessiva de bebida alcoólica, prejudicam a velhice.
mais de dez anos segue a risca. Ela garante que o único problema de saúde, que apareceu há pouco tempo, é pressão alta. “Além de tudo, adoro passear com minhas amigas e meus parentes, o que também me ajuda muito” conta. Para o Secretário de Esporte, Fabio Figueiredo Lopez, esses resultados representam que “a administração moderna pública de qualidade tem que trabalhar de forma integrada”. Realizado há oito anos, pelo Fundo Social de Solidariedade, com parceria da Secretaria de Saúde e de Esportes da cidade, o “Atividade” conta com aproximadamente 200 idosos que participam de atividades como: caminhada, dança, alongamento, jogos de salão, natação, hidroginástica, ginástica funcional, peteca e bocha. Os professores são todos da Secretaria de Esporte, e uma enfermeira da Secretaria de Saúde fica a disposição para atender a qualquer emergência. Segundo o coordenador do projeto Ricardo Rosa, as atividades ocorrem às segundas-feiras no CAE (Centro de Apoio Educacional) do Pontal da Cruz, das 8hs às 17hs. Já em outros dias da semana são realizados em outros bairros da cidade.
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Projeto Atividade, em São Sebastião. Dona Isaura sempre faz alongamento Viva antes intensamente dos exercícios.
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Foto: Helena Custódio
BEM ESTAR EST Melhor Idade em Ação. BEM Em Ilhabela, a atividade física também é a febre dos idosos. As atividades acontecem em todos os bairros do arquipélago.
Lopez ressalta que São Sebastião é o único município da região com sua própria competição, o JISS (Jogos do Idoso de São Sebastião), que esse ano recebeu e alojou idosos de dez cidades. Para o Secretário, muito mais que incentivar a competição, o objetivo principal é a prática da atividade física e a ampliação do projeto para atrair mais idosos e proporcionar qualidade de vida. “O melhor fruto que o projeto pode ter são os idosos saudáveis com a gente”, conclui. Primeiro projeto para os idosos em Ilhabela Para os idosos que desejam ter uma vida mais ativa, o Fundo Social de Solidariedade de Ilhabela, com parceria da Prefeitura, criou o “Melhor Idade em Ação”, que atualmente oferece ginásticas, alongamentos, dança, vôlei adaptado, jogos de mesa, malha e bocha. O projeto conta com aproximadamente 200 pessoas com mais de 60 anos. Para a coordenadora Maria Nice Salomão Simão, a saúde e bem estar dos idosos são o mais importante. “Eles precisam saber que ainda são úteis. Elas não são apenas vovós e donas de casa. Elas são boas em outras coisas, em outras atividades”, destaca. A professora de ginástica Fernanda Terezinha de Souza, 22 anos, ressalta que as atividades permitem ao idoso realizar tarefas simples do cotidiano. “Tem gente que quando eu comecei a ministrar as aulas não conseguia calçar os sapatos e deitar nos colchonetes sem ajuda, e hoje já conseguem”. Edson Pisa, 60 anos, é um desses exemplos de que a ginástica reabilita. O idoso machucou-se durante um jogo de vôlei e foi orientado pelo médico a fazer esse exercício. Começou há um mês a participar das aulas
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no “Melhor Idade em Ação” e afirma que nesse curto espaço de tempo já está se sentido bem melhor. Por orientação de um ortopedista, Neli dos Santos, 46 anos, há cinco anos faz ginástica, hidroginástica e dança para a recuperação da coluna. Nesses anos já sentiu grandes avanços, além de ter diminuído o número de remédios que tomava. “Se a gente parar, fica mais atrofiada. De vez em quando faço caminhada, participo de campeonatos. A gente conhece outras pessoas e se diverte. Melhor do que ficar dentro de casa parada, sem conversar e sem ver ninguém. Sinto-me cem por cento melhor”, declara. Dicas médicas Para quem pensa em começar a ter uma vida mais ativa, antes de praticar alguma atividade física é importante ter uma orientação médica, sendo necessários exames e estudos do caso para apontar quais exercícios podem ser feitos sem correr riscos à saúde. “Se não passar pelo médico, podem ocorrer riscos de aumento de pressão e problemas cardíacos, infartos e derrames, coisas graves. Ou até mesmo, problemas mais leves como lesões articulares, lesões de tendões de músculo. Comprometendo a qualidade de vida do idoso”, explica Drª. Regina. Outro fator importante que a doutora pontua é a prática das atividades físicas com orientações erradas. É preciso ter um profissional do lado, observando se está certo o jeito que a atividade está sendo realizada. Além disso, a roupa tem que ser própria para isso e o tênis adequado. “Lembrar sempre da hidratação e alimentação”. A família também deve desempenhar um papel importante na vida do idoso. Seja para os bons momentos compartilhando as conquistas, como para os períodos de doença. “Eles querem que a família esteja por perto, participando disso. Tanto a família quer ter o orgulho desse idoso que está muito mais participativo, como o idoso quer ter orgulho da família que está ao seu lado”, finaliza. •
TAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM ESTAR BEM Academia Linha d’Água: grupo especial de hidroginástica para idosos Há dez anos a Academia Linha d’água ao perceber que o número de idosos em Caraguatatuba estava aumentando, abriu um grupo especial de hidroginástica para terceira idade. Com aulas direcionadas, atualmente contam com 22 idosos que se dividem em duas turmas. Para a professora Cláudia Imaculada Fernandes, 43 anos, esses idosos podem conquistar muitos benefícios para a saúde como o fortalecimento muscular, coordenação motora, agilidade, flexibilidade, desenvolvimento social, cardiovascular, cardiopulmonar, tratamento de labirintite, síndrome de pânico e condicionamento físico. “Antes existia um mito que os idosos não podiam saltar fazendo hidroginástica, hoje sabemos que eles podem, e que inclusive melhora muito os que têm osteoporose”, comenta. Com problemas de artrose, Isabel Cardoso Camilo, 69 anos, teve grandes avanços, mas parou por alguns meses a hidroginástica voltando a sentir dores. Há um mês retornou, ainda não obteve o resultado desejado, mas é otimista e afirma “eu sei que vai melhorar”. Abigail Leite Mazini, 74 anos, é um dos exemplos de vitalidade. Há dez anos a idosa faz aula de hidroginástica. No começo a companhia das amigas foi o que a motivou. O tempo passou, as amigas pararam e Abigail gostou tanto que está até agora. “Eu caminho e faço tai chi chuan. Sinto-me com muito mais saúde”, finaliza.
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Caraguatatuba elege Miss e Mister Melhor Idade Por Pamela Borges Foto: Gianni D’Angelo/PMC
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mês de outubro foi marcado com o glamour e vaidade do público da Terceira Idade, no CREMI (Centro de Referência da Melhor Idade), em Caraguatatuba. O brilho das roupas e as cores enfeitaram o palco do concurso Miss e Mister 2013. No total foram 24 mulheres e 12 homens participantes. Os candidatos foram avaliados nos seguintes quesitos: postura, elegância e simpatia. A candidata vencedora foi Sueli Costa Machado, 64 anos, que desfilou com um vestido de cor azul combinando com seus olhos, colar e brinco em dourado. “A emoção é única. Estava torcendo por todas as meninas, e não esperava que eu fosse escolhida”, declara a Miss. Emocionado com o resultado, Antônio Machado, esposo da Miss diz que ela é sua maior alegria e sempre a acompanha nos lugares e eventos que participa. “Estou feliz pela premiação e me sinto recompensado. A Sueli merece cada aplauso do público”, conta com um brilho no olhar. Já o candidato selecionado o campeão Valdemar Veiga Martins, 63 anos, é morador no município há
dez anos. O ganhador disse que resolveu se mudar para Caraguá, pela qualidade de vida. “Estou muito feliz, não esperava esse resultado. Agora, que percebi que tenho chances, desejo participar de mais competições e tentar ser campeão novamente” confessa Valdemar. Os vencedores receberam as faixas e um prêmio no valor de R$ 680,00 do Governo Municipal, além de presentes doados por alguns comércios da cidade. O casal também ganhou um book de fotos da agência Talents Model, empresa especializada em fotos profissionais. No comando apenas por dez dias, a coordenadora do Cremi, Maria José Pretoni, 64 anos, contou que os participantes tiveram que ensaiar e fazer a prova das roupas com antecedência. A escolha dos candidatos aconteceu por meio de uma pré-seleção dos frequentadores do CREMI. “Estou aliviada em ver meu primeiro trabalho concluído. Eu amo esta turma e o que faço, todos estão de parabéns”, conclui. Para alegrar a noite, o evento contou com a presença do Trio Los Angeles. No comando o vocalista Marcio Mendes cumprimentou o público e revelou ter 64 anos e acreditar no envelhecimento saudável. Durante o show o artista não deixou transparecer sua idade. O vocalista cantava, pulava, dançava e não parou até que chegasse a hora de se despedir da plateia. O concurso foi promovido pelo Governo Municipal, por meio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso. •
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CIAL SOCIALSOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL
Brincar, competir e
se divertir...
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Por Pamela Borges ocê sabia que brincar faz bem à mente, estimula o humor e o raciocínio lógico das pessoas? Pois é, está é uma iniciativa do município de São Sebastião, que criou em 2005, em parceria com a Secretaria de Esporte, Fundo Social da Solidariedade e a Secretaria de Saúde, o projeto denominado “Atividade”. De acordo com o secretário de Esportes, Fábio Figueiredo Lopez, a ideia é atender todos os idosos do município, em um dia exclusivo, onde a Melhor Idade tenha atendimento especializado. “A Terceira Idade precisa praticar exercícios que movimentem o corpo, e de professores dispostos”, acrescenta. O projeto atende cerca de 200 pessoas. Entre as atividades oferecidas estão a ginástica, caminhada, buraco, dominó, xadrez e dama. Os participantes também são incentivados a participar de jogos regionais, como, por exemplo, o JORI (Jogos Regionais dos Idosos). Segundo a professora Cristiane Rezende, do projeto “Atividade”, a cada encontro com o grupo de idosos, que se divertem com as cartas e jogos de tabuleiro, ela percebe a evolução na memória, mudança da autoestima e a concentração dos alunos. Visto que, estes tipos de jogos trabalham com a matemática e exigem paciência. O objetivo da professora Cristiane é trabalhar a socialização e raciocínio lógico. Assim, ajudar as pessoas que sofrem de mal de Alzheimer e déficit de atenção. “Os alunos se apegam tanto ao jogo que não querem mais parar. Muitos deles fazem reuniões particulares para jogar em suas residências”, conta. Há exatos cinco anos na equipe e acompanhada de seu esposo, a jogadora Floripe Rodrigues da Silva, 72 anos, agora se sente mais jovem e valorizada pelas pessoas mais novas. Antes de conhecer o projeto, Floripe ficava dentro de casa, fazendo aquelas famosas recei-
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Aulas de Jogos de mesa é distração para idosos de São Sebastião
tas da vovó e com um rolo de linha e agulhas na mão. “Troquei a cozinha e o crochê, pela harmonia dos meus amigos e pelos jogos. Hoje sou outra pessoa, houve uma transformação na minha vida”, revela. O gosto pelos jogos de cartas encantou a aluna Elza
SOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL Fotos: Pamela Borges
dos Santos, 69 anos, que nunca havia participado de uma rodada de baralho, mas após sua aposentadoria, procurou conhecer atividades novas. Neste percurso, encontrou o grupo do projeto social e se inscreveu para participar das aulas. “Minha autoestima melhorou e minha memória foi renovada”, diz a aluna orgulhosa de si mesma. Jogadora nata de dominó, Iraci Ferreira Borborema, 70 anos, não falta a nenhuma partida, que acontecem todas as segunda-feiras. Com a agenda lotada, participa da natação, aula de violão, hidroginástica, informática e sem pensar em parar, ainda pretende tocar teclado. Mercado em crescimento Pensando em atender a demanda de pessoas da Terceira idade do Litoral Norte, a loja BAGDA, em Caraguatatuba investe em brinquedos e acessórios para o Idoso. A intenção é oferecer diversão para pessoas até 99 anos. No local é possível encontrar jogos de desafios, quebra cabeça, raciocínio lógico, estimuladores de cores, bolinhas para fisioterapia, cartas, tabuleiro, pranchas com acento especial, pelúcia, tapetes em EVA, flutuador de piscina, coletes e óculos para mergulhar. De acordo com a gerente Erlaine Oliveira, as maiores vendas acontecem em épocas de férias, ou festas de final de ano. Os turistas jovens procuram os brinquedos para presentear seus parentes mais velhos. Já os moradores do município, são clientes fixos, que sempre pedem alguma novidade. “Este é um público que gosta de inovação. Atualmente não é mais visto como uma Terceira Idade de aposentados, mas sim de pessoas ativas”, conclui. A loja BAGDÁ foi fundada em 2004, trabalha com brinquedos para crianças, jovens e pessoas da Terceira Idade, e fica localizada em Caraguatatuba, na Rua Sebastião Mariano Nepomuceno, nº 80, loja 34. •
Dona Elza, praticando jogos de cartas. Mais acima, Dona Iraci, na mesa de Dominó.
Serviço: Segunda à Sexta-feira, das 10h às 22h Sábado, das 10h às 23h Domingo, das 14h às 22h
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RETRATO
A vida e um artist
“O artista nunca deve falar que vai fazer só aquilo, ele deve sempre buscar. O artista que para só naquilo, está acabado. Ele deve sempre pesquisar. Eu pesquiso técnica e modo de fazer sempre que posso. Cada quadro eu procuro fazer diferente”.
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le acorda de madrugada, levanta-se da cama e sai do quarto lentamente para não acordar a sua mulher. Vai até o ateliê, um cômodo que possui separado da casa. Em cima da mesa ele coloca a tela em branco e derrama um pouco de tinta, outra técnica é com barbantes molhados de tinta, que ele prensa com papelão na tela e vai puxando pelos lados, ou então faz riscos com uma espátula. Depois de tantos detalhes, ele cria algumas figuras, algumas delas, rostos com expressões fortes.
Foto: Pamela Borges
e obra de ta plástico Por Helena Custódio
Nascido em 1930, no município de Assis, interior do estado de São Paulo, Ennio Angelo Bertoncini, teve uma infância muita boa ao lado de sua família: seu pai Atílio Bertoncini e sua mãe Anália Bertoncini e de seu irmão Dirceu Bertoncini, todos já falecidos. “Papai teve muitos empregos, mas o último em Assis foi de vendedor de algodão. Já minha mãe era costureira”, lembra o artista plástico. Apesar da pouca convivência com seu avô, foi dele que herdou o gosto pela arte. Aos oito anos pegava desenhos feitos por outras pessoas e copiava. Como em Assis não havia Colegial aos 16 anos foi para São Paulo concluir os estudos. Morava na casa de seus tios, que sabendo de seu gosto lhe presentearam com um estojo de tinta óleo, presente que o incentivou a pintar sua história. Ele esticava um saco de sal, pintava de branco, e a partir dali desenhava. Daquele momento em diante, Ennio não parou de estudar e não abandonou a arte. Em 1957 formou-se em contabilidade pela FAAP (FaculdadeArmando Álvares Penteado) e depois disso, fez curso de desenho, educação artística, pedagogia, cinema, joalheria e lapidação de pedras semipreciosas, litografia e modelo vivo. Ennio foi professor de desenho em escolas estaduais; fez também croquis de joias, calçados e vidro no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); deu aula de Educação Artística em faculdades; e atualizou outros professores quando a disciplina mudou de denominação. Além, de trabalhar nos recursos didáticos da Secretaria do Estado como ilustrador de livros.
Na década de 60 abriu seu próprio negócio o “Project desenhos” em São Paulo, o que lhe proporcionou fazer a montagem da Casa de Cultura Euclides da Cunha, em São José do Rio Pardo. O marido e pai de família Em 1965 casou-se, com a também artista plástica, Adélia Cortez Bertoncini, 67 anos. Desse casamento nasceram Marcelo e Mauricio, ambos casados e moradores da cidade de São Paulo. Eles possuem três netos, “o Marcelo é o mais velho, tem duas filhas e o Mauricio tem um filho, que vale por 10”, conta com alegria. Há 14 anos, Ennio e Adélia deixaram seu apartamento em São Paulo para o filho mais velho que iria se casar, e não tinha uma casa para morar com a nova família. Eles já possuíam uma casa de veraneio no bairro Massaguaçu, em Caraguatatuba e decidiram que esse seria o seu novo lar. Aqui trabalhou como Professor de Criatividade na Casa da Agricultura de Caraguatatuba durante cinco anos. E há três anos, oferece suas aulas de criatividade na Associação dos Aposentados e Pensionistas de Caraguatatuba. Onde tem aproximadamente 12 alunos de 60 a 86 anos. “As aulas abrem bastante a cabeça do pessoal, põe ela para funcionar. Tudo eles têm que criar, não pode copiar nada. Sempre dou um estímulo novo e a partir desse estímulo eles começam a criar. É uma turma maravilhosa”. Seus trabalhos já percorreram por muitas cidades de São Paulo. Até na Alemanha e Suíça suas telas foram expostas. “O artista nunca deve falar que vai fazer só aquilo, ele deve sempre buscar. O artista que para só naquilo, está acabado. Ele deve sempre pesquisar. Eu pesquiso técnica e modo de fazer sempre que posso. Cada quadro eu procuro fazer diferente”, declara. Ennio já foi homenageado em Campos de Jordão e Piracicaba, ganhou em primeiro lugar na “V Exposição de Artes Plásticas do SENAI” e recebeu medalha de prata no “VII Salão de Arte de Mococa”. Em 2008, a cidade de Caraguatatuba também homenageou esse artista plástico, de uma forma um pouco diferente dos demais lugares. A rua onde mora ganhou o seu nome, sendo justificativa de sua contribuição para o desenvolvimento. •
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Teatro, Dança e Canto ajudam na autoestima Grupo de teatro da Terceira Idade se apresenta esse mês na Fundacc
Por Helena Custódio
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s dificuldades em memorizar os textos, as letras de músicas ou as sequências de passos de uma coreografia não desanimam os idosos que participam de grupos teatro, de canto e de dança. Apesar dos obstáculos deixarem o processo de coordenação motora e mental mais lentos esse público da terceira idade não desanima e busca superar-se sempre. Tais atividades ajudam no combate dos sintomas da velhice como a depressão e proporciona o sentimento de bem estar e utilidade de cada indivíduo. É o que diz o artigo da psicóloga Camila Faria Rezende. “Quando o idoso expressa seus sentimentos por meio da execução das atividades artísticas, ele adquire bem estar e alegria pessoal; amplia o conhecimento dos outros e de si; resgata o amor próprio; desenvolve habilidades, potenciais e capacidades criativas; alivia o estresse, diminui a ansiedade; melhora a concentração e a memória; aumenta a motivação, a autonomia, a socialização; fatores estes, fundamentais
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Apresentação do Canto Coral na Praça do Coreto, na Semana do Idoso, em Caraguatatuba
para o resgate e manutenção da autoestima”. Essas sensações são percebidas pelo professor de Teatro Heron Carrillo, 32 anos, que há sete meses trabalha com o grupo da Terceira Idade no CREMI (Centro de Referência da Melhor Idade), na produção da peça “A feira”. O professor, que sempre trabalhou com adolescentes e jovens, está gostando de trabalhar com os idosos. “Dar aula de teatro para a Terceira Idade foi melhor do que eu imaginava”, argumenta. Apesar de alguns dos integrantes da peça terem dificuldade maior na memorização do texto devido à consequência de medicamentos utilizados. “As medicações que alguns usam deixam a mente um pouco mais devagar, porém se é uma pessoa que exercita mais a mente, faz muita palavra cruzada e estudou, a memorização é mais rápida.” Entretanto isso não impede que eles se superem. “Todos são muito alegres,
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bem receptivos e têm comprometimento muito forte em fazer direito”, enfatiza. A aposentada Thereza Ferreira dos Santos, 80 anos, que está no elenco da peça é uma dessas pessoas que sentiu dificuldade na memorização do texto. “Cheguei a pensar em desistir, mas meu professor disse que se eu saísse, aí sim iria prejudicar o meu grupo”, conta. Com o espírito decidido em colaborar Thereza contou com o apoio das amigas que a incentivou em não desistir. A expectativa para a encenação está muito grande é o que conta Dinorá Perlate Pinto, 75 anos. “A peça está começando a engrenar agora, acredito que vai ficar muito boa e a apresentação será um sucesso”, espera a atriz que atua há cinco anos. O resultado desse trabalho poderá ser apreciado pelo público de Caraguatatuba no próximo dia 24 de novembro no auditório da FUNDACC (Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba). O canto que também encanta Era Natal e um padre da cidade pediu que alguns idosos ensaiassem algumas canções e se apresentassem. O que começou como brincadeira hoje reuniu um bom número de idosos no coral do CREMI. A professora de canto e coral Raquel Guedes, 57 anos, conta que na ocasião faltou alguém para tocar e a chamaram, ela foi achando que seria apenas uma apresentação. O grupo cantou no Natal, todos gostaram e receberam elogios e resolveram manter a formação. Para a professora, o trabalho é uma terapia sem formalidade, os idosos têm problemas em decorar as letras das músicas e a maioria das alunas são semianalfabetas. “Eu trabalho com a memória delas para decorar a letra. Depois coloco musicalidade e a coreografia, é um trabalho bem complicado”, explica. Mesmo com as dificuldades encontradas, Raquel não desanima e se emociona com o trabalho realizado ao perceber o que o coral proporcionou na vida de suas alunas. Como é o caso de Maria da Graça, de 63 anos, que há seis anos faz aulas de canto. “Muita coisa mudou na minha vida, as amizades principalmente. A gente fica mais alegre, mais disposta para fazer tudo. Dá mais vontade de viver, até da para esquecer as doenças”, revela. A espontaneidade de Maria motiva a todos e com um sorriso nos lábios aconselha aos demais idosos. “Não parem de viver”. A dança da vida “Em cada movimento que faço, sinto-me mais feliz
Ensaio da Peça “A feira”, que será apresentada no próximo dia 24, no auditório da Fundacc
e com muito mais saúde”, conta a dançarina Aldeires Gonçalves Pinheiro Silva, que aos 72 anos começou a fazer aulas de dança, uma vontade que tinha há muito tempo. Hoje, depois de três anos, já participou de várias apresentações e campeonatos. Bem conscientizada, ela sempre faz atividades físicas. Antes, apenas caminhava por conta própria, agora está na ginástica e dança, oferecidos pelo Projeto Melhor Idade em Ação de Ilhabela. Para o professor Kleber Moreira, 33 anos, esse tipo de trabalho é muito importante para a saúde dos idosos, mas que ao ter contato direto com esse público, percebeu que o convívio e o lazer entre eles também geram bem estar. “Tem uma aluna que sempre me diz, com muita alegria, que quando era jovem seu pai não a deixava dançar, e que hoje, aos 70 anos dança muito”, conta o professor sobre as primeiras dificuldades do grupo em fazer uma sequência de passos, e hoje comemora, eles fazem uma coreografia inteira. •
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Pacotes de viagens e seus benefícios
Programas do governo e de agências particulares são desenvolvidos para atender a demanda do público da Terceira Idade
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Por Pamela Borges rrumar as malas, comprar as passagens, sentir aquele friozinho na barriga de ansiedade até que chegue a hora da viagem, preparar a câmera fotográfica para não perder nenhum momento, desembarcar e pronto. Em meios a tantas opções de passeios, o Idoso atualmente também se programa para viajar, alguns pelo simples fato de sentirem-se independentes, outros por sonhos e, ainda, têm aqueles que viajam por meio de entidades de grupos sociais. Para beneficiar este público, o governo criou, em 2012, o Programa Melhor Viagem SP, no qual permite que pessoas com mais de 60 anos, residentes em municípios paulistas com até 30 mil habitantes, tenham a oportunidade de viajar gratuitamente. Segundo o secretário Estadual de Turismo, Cláudio Valverde, a ideia é que as viagens sejam realizadas em baixa temporada, visto que, é a época com maior opção de hospedagem. A iniciativa deu tão certo que o programa já atendeu aproximadamente 202 cidades, em um total de 10 mil idosos. Um dos destinos mais visitados é a Praia Grande, mas o programa também realiza viagens para
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Foto: Divulgação
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Atibaia, Caraguatatuba e Itanhaém. Para a recepção dos grupos, cada município fica responsável por disponibilizar atividades de entretenimento para o visitante. As cidades interessadas em fazer o passeio devem entrar em contato com a Secretaria Estadual de Turismo. Cada município viajante é recebido no destino por um técnico da secretaria, até a sua entrada na colônia de férias. Ainda de acordo com o secretário, os interessados em fazer o passeio devem se inscrever pelo portal na internet, www.cadastur.turismo.gov.br. “O Estado se encarrega com as despesas da diária, alimentação e atividades. A Prefeitura do grupo viajante deve arca somente com o transporte. Aos Idosos, cabe apenas aproveitar a semana e os passeios disponibilizados”, explica. Recentemente, o município de Ilhabela, participou de uma das viagens e seu destino foi Atibaia. O grupo de 46 pessoas permaneceu na cidade durante cinco dias e foram acompanhados da coordenadora do Fundo Social de Solidariedade, Maria Nice Salomão e da professora Fernanda de Souza. Além das atividades culturais, os idosos também participaram de uma aula de maquiagem e foram orientados sobre a prática da ginástica e seus benefícios. A coordenadora, Maria Nice, conta que existe a possibilidade do grupo fazer um novo passeio pelo projeto, porém precisam esperar ser selecionado novamente pela Secretaria Estadual. “Essa foi uma das atividades, mais diferenciada que fizemos com a nossa equipe. Todos participaram dos exercícios oferecidos em Atibaia, e pediram uma segunda viagem”. Durante os dias de passeio os idosos pediam para fazer coisas novas revela a professora Fernanda. “Consegui alugar um carro e fomos conhecer os pontos turísticos da cidade. A cada
Lago do Major. Atibaia é uma das cidades contempladas pelo programa Melhor Viagem SP.
Fotos: Arquivo Pessoal
Dona Genésia usa a criatividade e posa para foto em uma de suas viagens.
dia era uma nova atividade, tentei fazer com que eles não ficassem cansados e aproveitassem ao máximo”. Outro programa que também oferece descontos de pacotes de viagens para o idoso, via agências, é o “Viaja Mais Melhor Idade”, no qual a taxa de pagamento é menor para as pessoas acima de 60 anos. Os preços variam de acordo com a época do ano, onde dependerá do fluxo de viajantes destinados para determinada cidade. Neste caso, o idoso tem a chance de conhecer lugares como: Angra dos Reis, Aracajú, Arraial D’ Ajuda, Atibaia, Balneário Camboriú, Bertioga, Caldas Novas, Costa do Sauípe, Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Gramado, Guarajuba, Ilhéus, Imbassaí, Itacaré, João Pessoa, Maceió, Natal, Porto de Galinhas, Porto Seguro, Praia do Forte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória. A aposentada Genésia Campos Zonório, 79 anos, conta que já conheceu vários lugares e pretende conhecer muito mais. Sua primeira grande viagem foi sozinha para Fortaleza o que possibilitou fazer novas amizades. Logo depois, viajou em Lua de Mel para Maceió, uma viagem
“Cada viagem tem uma experiência e uma lembrança diferente. Procuro aproveitar agora na terceira idade, já que na adolescência não tive nenhuma oportunidade. Para 2014, estou planejando conhecer o México.”
programada e esperada. “Lembro-me como se fosse ontem que estive lá. Jamais vou esquecer, passei por momentos maravilhosos”, conta com um brilho no olhar. Depois tiveram várias outras: Manaus, Alagoas, Minas, até chegar em 2011 quando fez sua primeira viagem internacional. Junto com sua irmã viajou por oito dias para Jerusalém, realizando um sonho que tinha desde seus 20 anos de idade. Recentemente esteve no Santuário Mariano de Aparecida. Segundo Genésia a sensação promovida pelas suas viagens são indescritíveis. “Cada viagem tem uma experiência e uma lembrança diferente. Procuro aproveitar agora na Terceira Idade, já que na adolescência não tive nenhuma oportunidade. Para 2014, estou planejando conhecer o México”, conta animada. O caso de Luzia Maria dos Santos, 65 anos, é diferente. Para visitar sua família na Paraíba economiza um pouco do salário todos os meses. Assim que decide a data da viagem, vai até a Rodoviária de São José dos Campos e reserva as passagens para Campinas Grande, com no mínimo um mês de antecedência. Luiza explica que com esse procedimento as passagens se tornam gratuitas, o que possibilita fazer mais de um passeio durante o ano. “Caso eu não consiga marcar antecipadamente a data da viagem, eu tenho que pagar a passagem inteira e não recebo nenhum desconto”. Entre outros lugares que ela gostaria de conhecer estão Roma e Egito. O programa “Viaja Mais Melhor Idade”, é uma iniciativa do Governo do Estado. Os interessados em conhecer melhor os pacotes de viagens, devem procurar a agência mais próxima e verificar os destinos com descontos. •
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As Novas Sessentonas
Autoras do livro trazem as experiências das novas formas de ficar “velha” Foto: Divulgação
Por Helena Custódio
“O
que a lagarta chama de fim, a vida chama de borboleta”, essa é uma das frases que as autoras Regina Pompeu, Rita Figueiredo e convidadas expõem no livro “As Novas Sessentonas” da editora Scortecci, que teve seu lançamento no mês de setembro e outubro em São Paulo, Curitiba e Caraguatatuba. Se a intenção é rir ou chorar lendo um livro, “As Novas Sessentonas” podem proporcionar isso ao leitor. São crônicas de nove mulheres de idades e formações diferentes, que expressam suas opiniões sobre as fases da vida com base nas próprias experiências. “A Terceira Idade para muitas pessoas é o fim. Para nós é como sair do casulo e virar borboleta”, explica a autora Regina Pompeu. Regina conta que sempre teve o hábito de escrever, e que, ao completar 60 anos, fez um texto chamado “De repente 60”, com ele participou do concurso Prêmios Longevidade
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História de Vida Bradesco Seguros e ganhou o terceiro lugar. Após essa premiação, abriu um blog e publicou seu texto pela internet. Foi a partir daí que as autoras e as coautoras fizeram o primeiro contato. Sobre as autoras Moradora de Caraguatatuba desde 1996, Regina Pompeu, 63 anos, é psicopedagoga pela PUC-SP. Foi diretora do Colégio Módulo, assessora de planejamento e professora no Centro Universitário Módulo. A autora Rita Figueiredo, 67 anos, nascida em Curitiba, formou-se em Letras pela UNESP (Universidade Estadual Paulista). Aos 40 começou a praticar natação, hoje é atleta máster. Além desse livro, tem mais dois já publicados, “A montanha do Grande Segredo” e “Expressão Digital”. O livro pode ser encontrado nas livrarias do Litoral Norte e custa R$30. •
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