E
sse caderno é uma apresentação de potenciais, interesses estéticos e habilidades de um profissional em formação. As propostas aqui descritas não são o objeto principal dessa compilação: foram elaboradas durante sua composição apenas para efeitos de divisão temática dos trabalhos expostos e compor a diagramação das páginas, além de mostrar a habilidade de redação do autor. Os textos devem ser considerados como uma espécie de Lorem Ipsum cujo sentido (diferentemente do texto substituto comum) se relaciona de alguma forma com os objetos visuais que figuram nessas páginas. A escolha de não apresentar trabalhos remunerados tem por objetivo deixar claro que não se trata do portfolio de um profissional, e sim de alguém que pretende iniciar carreira em uma nova área, um candidato a aprendiz.
fotografia
caelis rota Ainda em construção, esse trabalho - composto por experiências fotográficas en route - nasce de dois dos meus maiores fa scínios estéticos: o céu e a estrada. Paisagens
anônimas
e
móveis,
possuidoras de um ritmo interno marcado justamente por essa força - ao mesmo tempo luz e sombra - que vem de cima.
C
ada um dos fragmentos, instantâneos, da vastidão que se descortina em constante movimento à margem da estrada, convida o observador a buscar elementos que guiem seu olhar, que marquem os tempos fortes e fracos desse ritmo próprio das paisagens móveis. O céu assume aqui o papel de protagonista, conferindo ao quadro não só seus claros
e escuros, luzes e sombras, mas principalmente a carga dramática que perpassa sua compreensão. A paisagem e seus elementos ritmicos são tão-somente receptáculos, espelhos dessa carga. O que se fixa na memória é o céu.
fotos:
1 - madrugada na descida da Capitinga. Aiuruoca, MG. Janeiro 2009
2, 3, 4 - tempestade
se anuncia na estrada Carrancas-Minduri, MG. Fevereiro 2010
5, 6, 7 - entardecer na Estrutural. Brasilia, DF. Outubro 2009
motorista e dona da C창mera: Ludmilla Alves canon
EOS 450d
arte gráfica
H
á uma sensualidade macabra na ação do fogo. O fa scínio de sua imprevisibilidade está imbuído dessa lascívia destrutiva que faz parte, se não de todos, da natureza de alguns de nós, humanos. Por vezes, o que vai no íntimo do ar tista encontra eco e tradução nesse poder destrutivo e no inferno que pode ser pintado com suas tintas: A Besta dentro do homem se deleita em meio a um mundo incandescente, consumindo em chamas a fragilidade de sua alma.
“… a o f i m d a i n f i n i t a e st r a d a , e s s a p o c i l g a o u s a v a m e e x p u l s a r. n a s t á b u a s velhas do balcão, na ruga insistente que ostentava o anão perneta atrás dele, no som do rádio abafado pelas asas de quantas moscas, no pó que recobria as garrafas sobre a prateleira mais alta; em tudo a voz que me enxotava. L á fora o sol ralava o asfalto, lá fora o so l-m ó, e sf a re lava a s pe d ra s m a is du ra s. Respirar essa limalha, cascalho de mica garganta abaixo, podia sem sair daqui. To d a a v a l e n t i a q u e e u n ã o t i n h a , o ventilador: ainda, passados todos esses miseráveis instantes, se mantém pendurado no teto, tentando sem sucesso completar um giro a t r a v é s d e s s a s t o n e l a d a s d e f e r r o .”
logo criada sobre a idéia de ignição e desconstrução, a par tir de fontes com licença de livre distribuição para fins nãocomerciais. em sua versão final, apresenta o fundo exibido abaixo, mas pode ser usada também em versão cinza ou como máscara (e xibido em página s anter iores)
Phallus Ignit
fundo multiuso, formado por montagem e sobreposição de recortes de algumas faíscas de isqueiro fotografadas.
Inspirada pelo disco Phallus Dei, lançado pela banda alemã Amon Düül II em 1969, e pelo próprio conceito chinês da energia masculina Yang, essa série de experiências - que vão desde ilustração e fotomontagem até a manipulação tipográfica - procura traduzir esse impulso humano que, em consonância com as forças mais poderosas da natureza, é ao mesmo tempo luminoso e destrutivo, bestial e divino.
a logo em forma de máscara.
M a s c a l i , 19 2 8 - I l u s t r a ç ã o representando a destruição total da cidade siciliana pelo vulcão Etna. Produzida a par tir de fotografias da época, retiradas do site de conteúdo livre archive.org, para trabalho de Oficina Literária na Universidade de Brasilia.
Ilustração a par tir de fotografia minha para o texto, também meu, intitulado Sol-Mó, par te integrante de um projeto literário assaz pretensioso que já se arrasta por 8 anos.
fotomontagem
saudade da namorada
Castrum Mor tuus (fotomontagem)
E
sses são alguns exemplos variados de estudos e experiências que me agradaram no processo e no resultado.
A meu ver, a experiência, a tentativa e o autodidatismo são, se não as mais eficazes em termos curriculares, as formas mais eficientes em termos práticos de se aprender um ofício, qualquer que seja.
assinatura VPPP Produções
Pedro Mafra é mineiro, tem 26 anos , e trabalhou com vídeo durante a maior parte de sua vida profissional. Ingressou na Universidade de Brasília em 2003, para o curso de Audiovisual. Por motivos que não cabem aqui, abandonou a Universidade no final de 2007, indo trabalhar em Belo Horizonte, como freelancer em edição de vídeo. Ao longo desses anos, desenvolveu um interesse muito grande pelas artes visuais e áreas correlatas . Como autodidata, vem aprendendo com muita facilidade o uso de ferramentas de design, tratamento de imagem e diagramação. Procura aplicar o conhecimento adquirido nos anos de prática audiovisual em suas recentes incursões no campo da imagem estática. Seu objetivo é trabalhar como diagramador. Considerando seu conhecimento em tratamento de imagem e um recente interesse pela ilustração, está à disposição para qualquer função relacionada no mercado editorial.
pedromafra@gmail.com