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Soul Tattoo Art Café

Ano I, Edição I Fevereiro de 2013

Skin

Andrea Lavezzaro 22/02/2013 08:11:40


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Editorial

Caro leitor, Você tem nas mãos a primeira edição da revista Skin, a mais nova publicação focada em tatuagem do Brasil. Com ela, nós da equipe buscamos mostrar as novas tendências, as grandes personalidades do mundo das tattoos, a cultura em ligada a essa arte, e muito mais. A Skin vem com uma nova proposta no mercado: difundir para o público e os artistas a tattoo como tendência e o universo que gira em volta dessa atividade. Para isso nós fomos atrás de especialistas, de amantes da tatuagem e de personalidades influentes da área. Acreditamos que você vai perceber esse grande trabalho de pesquisa enquanto lê as diversas matérias. Buscamos nos aprofundar em cada tema para montar um quadro completo do mundo da tatuagem. E uma revista de qualidade sobre o tema estava em falta nas bancas do Brasil. Esperamos mudar essa realidade para melhor no cenário nacional.

Nessa edição você vai ler sobre a nova técnica da tatuagem ultravioleta, que está ganhando o mundo. Também vai saber sobre um local muito bom para ir em São Paulo e sobre uma festa mexicana que inspira tattos. Além disso, vai descobrir a interessante ligação entre tatuagem e yoga. Um foco da Skin são as pessoas e as tattos. Por isso, você vai ler muito sobre personalidades importantes no mundo da tatuagem. Entre elas, uma das mais famosas: Rick Genest, mais conhecido como Zombie Boy. Há duas entrevistas com brasileiros que trabalham diretamento com as tattoos no seu dia-adia, Roger Marx e Andréa Lavezzaro. Por último, você vai ler uma crônica sobre tatuagens. Esperamos que você, leitor, goste muito da primeira Skin e podemos afirmar com certeza que a segunda edição vai ser tão boa quanto essa! Aproveite a revista e se informe sobre o mundo da tatuagem e das artes. Boa leitura!

Expediente Editores

Diagramadores

Fotógrafos

Isabella Campedelli, Pedro Alves, Raquel Franco, Taise Borges, Victor Pires.

Isabella Campedelli, Pedro Alves, Raquel Franco, Taise Borges, Victor Pires.

Isabella Campedelli, Pedro Alves, Raquel Franco, Taise Borges, Victor Pires.

Repórteres

Revisores

Publishers

Isabella Campedelli, Pedro Alves, Raquel Franco, Taise Borges, Victor Pires.

Isabella Campedelli, Pedro Alves, Raquel Franco, Taise Borges, Victor Pires.

Isabella Campedelli, Pedro Alves, Raquel Franco, Taise Borges, Victor Pires.

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Sumário

4. Estilo Beleza e Tattoos

5. Técnica Tatuagem ultravioleta

6. Dualidade Tatuagem e Yoga

9. Mundo La Catrina

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10. Capa Zombie Boy

14. Entrevista Roger Marx

16. Aonde Ir Soul Tattoo Art Cafe

18. Entrevista Andrea Lavezzaro

20. Cr么nica Tatuagem 3

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Estilo

Beleza e Tattoos

Marina Dias, modelo paulista, não esconde suas tatuagens na hora de desfilar. Pelo contrário!

Por Victor Pires

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ARINA DIAS, 36 ANOS, é um dos grandes nomes do mundo da moda. No final da década de 90, foi considerada um ícone da moda brasileira. Além do seu trabalho nas passarelas, é reconhecida por suas 16 tatu-agens e quatro piercings, os quais usa em seu trabalho. Ela nasceu em São Paulo, mas cresceu em Curitiba. O início de sua carreira não foi precoce, como ocorre com as modelos hoje em dia. Começou em 1997, com cerca de 20 anos. Em sua carreira de profissional, Marina fez desfiles para grandes marcas nacionais e interna-cionais, como Marcelo Sommer, Chanel, Dior e Kenzo. Já foi capa e realizou vários ensaios para revistas célebres do mundo da moda, como, por exemplo, para as versões brasileira, inglesa, francesa e russa da revista Vogue. Marina ainda possui um contrato de exclusividade para alta costura de Mugler e a campanha mundial da Fendi.

Marina atuou numa performance do grafiteiro francês Zevs. Em 2009, apresentou na televisão um programa sobre moda e, em 2011, foi uma das estrelas da exposição “Todo o Nada”, do fotógrafo peruano de moda Mario Testino. Atualmente, além de desfiles e campanhas, é também diretora de casting e coreografia e ilustradora, além de integrar o projeto “De Polainas”, um coletivo de DJs paulistanas. Atualmente podemos vê-la atuando como jurada no reality de maquiagem Desafio da Beleza, exibido pelo canal pago GNT na segunda-feira às 20h00, porém ela está longe das passarelas, mas nem tão longe assim, pois continua presente nos bastidores. “Meu trabalho acontece quando a passarela não é só ida e vinda das mo-delos. Quando a postura corporal faz parte do conceito da coleção. Pra mim, é super divertido. Quando era modelo tinha preocupação em mostrar minha postura que o estilista queria passar”, diz Marina.

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Técnicas

Brilho Noturno

Discretas durante o dia e fluorescentes à noite, as tatoos ultravioletas já chegaram ao Brasil Por Taise Borges

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tatuagem ultravioleta, UV ou de luz escura, como também é conhecida, vem fazendo muito sucesso em países como Estados Unidos, Canadá e Japão. Durante o dia, é pouco visível, mas à noite, revela seu efeito florescente, brilhando no escuro. A tinta usada é composta por um produto chamado Polymethyl methacrylate, que não ocasiona nenhum tipo de alergia. Essa tinta foi cuidadosamente formulada para garantir biocompatibilidade, aderir à pele e ser facilmente manuseada pelos tatuadores. Sob a luz solar, as tatuagens ultravioleta ficam quase invisíveis. Quando colocadas em ambientes propícios à luz UV,

é que revelam sua fluorescência. Essa característica faz com que a tinta constitua uma opção àqueles que buscam uma

Como surgiu a UV tattoo

A ideia veio de uma empresa norte-americana, que desenvolveu a tinta especial De acordo com a fabricante e os órgãos de vigilância sanitária dos Estados Unidos, as substâncias que compõem a tinta não são de natureza radioativa, causadoras de câncer ou prejudiciais à saúde do usuário em qualquer aspecto. A produção desse tipo de desenho envolve procedimentos semelhantes aos utilizados para as tatugens comuns. Por se tratar de uma tinta de composição diferenciada, entretanto,

tatoo discreta durante o dia. são necessários cuidados ainda maiores, principalmente quanto à exposição à luz do sol. Especialistas recomendam doses generosas de bloqueador solar, não somente para evitar queimaduras, como para manter a integridade da tatuagem. Mesmo recentes no Brasil, as tatuagens UV já adquiriram credibilidade em países do exterior. Sua popularidade nacional só não é maior por conta do valor mais alto que o das tatuagens comuns. A explicação para o preço elevado está na peculiaridade da tinta utilizada e na capacitação exigida do profissional para o manuseio dela. Apesar da aplicação ser semelhante a qualquer outra, o profissional interessado na técninca deve recorrer a cursos de capacitação disponíveis no Brasil ou exterior.

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Dualidade

Índia

Como a cultura hindu tem influenciado as tatuagens dos praticantes de Yoga e oferecendo a alternativa da hena àqueles que não querem encarar a tatoo definitiva Por Taise Borges

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ara alguns praticantes de Yoga, o corpo é sagrado e não deve ser maculado. Para outros, a pele não passa de uma tela em branco, possibilitando exibir pensamentos, textos e divindades que inspiram e informam a prática. Estampadas em ombros, peito, braços e pernas, as tatuagens podem ser escondidas durante um dia de trabalho. Porém, ao praticar o Yoga, as poucas roupas geralmente revelam os desenhos existentes. Muitas praticantes de Yoga tem ou pretendem ter uma tatoo. Érica Correa, professora de Yoga, há dois anos começou a tatuar um dragão colorido nas costas. Segundo seu marido, Flávio Cabelo, tatuador, só faltam três sessões para que o dragão esteja finalizado. Segundo Érica, é muito comum ver praticantes de Yoga tatuados. “Acredito que seja porque as pessoas se identificam com a ideologia e a mitologia indiana, e desejam passar isso para o corpo.”, explica. A jornalista e professora de Yoga, Madu Cabral, é um exemplo disso. Há três anos tatuou um mantra tibetano no pulso direito. “Estava em uma fase em que praticava intensamente o budismo tibetano e esse mantra é um dos seus re-

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presentantes”, afirmou Madu. Segundo Érica, as tuagens mais populares são as dos deuses Krishna, Ganesh e Shiva. “Normalmente, os desenhos são grandes, com mais de 20 centímetros, porque os símbolos relacionados à mitologia indiana são muito detalhados, não tem como ser uma tatuagem pequena”, afirma. Outros desenhos bem requisitados são o do mantra Om e da flor-de-lótus, além das palavras escritas em sânscrito. As fotos que ilustram essa matéria são de praticantes de Yoga que aderiram à tatuagem. O pavão ao lado cobre a lateral esquerda das costas de Carol Tessirone, 32 anos. Sugundo ela, a figura tatuada representa sua própria personalidade e demorou mais de 25 horas para ser feita, custando cerca de 2 mil dólares. Lula Trainor, 28 anos, tinha 19 quando escolheu tatuar uma flor-de-lótus em seu peito. Lula conta que foi atraída pelo símbolo da flor que nasce em águas poluídas e emerge

na luz e que, na cultura hindu, simboliza a superação, a energia divina e fundamental.

Uma alternativa às tatoos Tem-se observado, no Brasil, a frequente utilização da hena por pessoas que desejam enfeitar o corpo e fazer tatuagens que duram cerca de duas semanas. O adereço também

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serve para aqueles que não têm coragem de fazer um desenho definitivo na pele. Já na Índia, a tatuagem de hena é uma das muitas tradições que marcam os costumes religiosos e que, além de embelezar, é símbolo de amor e de sorte. A brasileira Ana Luiza Rodrigues segue o hinduísmo desde a adolescência e é uma adepta da hena há três anos. “Uso tatuagem de hena nas mãos e nos pés em qualquer festa que vou. Ela é um adorno, um enfeite que nos deixa mais bonitas”, conta. As folhas de hena são derivadas de um arbusto encontrado em grande abundância em países de clima quente,

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como Índia e Paquistão. Depois de secas e trituradas, as folhas se transformam em uma pasta, utilizada para a confecção dos desenhos. Na cultura hindu, a hena é usada nas festas e nas comemorações. “Usamos essas tatuagens em chás de bebê, casamentos, noivados, aniversários e na Diwali, a Festa das Luzes. É um costume bem popular no país”, diz a indiana Antima Rajput, profissional que trabalha com tatuagen de hena. Segundo Antima Rajput, a maioria de suas clientes são brasileiras e fazem desenhos indianos, como flores, coração e pavão, que representam a fertilidade e o amor. No entanto, as tatuagens não se li mitam aos pés e às mãos, como acontece na Índia. As brasileiras também costumam tatuar a nuca, os ombros e as costas. Antima conta que seu público é variado e que já atendeu “desde uma noiva que fez seu casamento em estilo indiano, até um rapaz que queria fazer uma tatuagem definitiva e acabou testando com a de hena para ver antes como ficava”. O pó de hena utilizado na tatuagem é um produto muito barato na Índia. No

Brasil, porém, é difícil de ser encontrado, pois a hena natural sempre é importada do Oriente. Tal dificuldade é a causa do alto valor que atinge no mercado brasileiro: quatro gramas de hena custam aproximadamente R$20. As tatoos feitas a partir do pó não possuem preço fixo, porque ele varia de acordo com o tamanho do desenho e de seus detalhes. Praticar yoga é buscar a harmonia entre mente e corpo, o equílibrio interno e externo. Os praticantes adquirem verdadeira paixão pela técnica, a qual passa a fazer parte de suas vidas. A tatuagem ganha sentido nesse momento, quando o adepto usa o corpo para imortalizar a yoga, difundí-la e informar sua prática. O caráter definitivo da tatuagem serve bem a esse propósito.

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Mundo

Por Isabella Campedelli

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contrário da religião católica e sua tradição de luto no dia dos mortos, para os mexicanos esse dia é de muita felicidade e celebração. El día de Muertos é um dia de recordação e honras aos mortos de cada familia. A ideia é que as pessoas convivam tão bem com a morte como com a vida e comemorem a paz dos espíritos daqueles que já se foram. As celebrações são dedicadas à deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a Dama da Morte. A La Catrina surgiu da gravura de La Calavera de La Catrina do artista mexicano José Guadalupe Posada: a representação de uma dama da alta sociedade em forma de caveira.

El Día de

os chapeús luxuosos, e sim com diversas flores em seu cabelo. A caveira, também chamada de “Caveira de Açúcar”, é um símbolo popular da celebração. É usada principalmente em máscaras, tinha a função social de demonstrar a inexistência de diferenças entre ricos e pobres, pois perante a morte, todos somos iguais. Esta tradição inspirou o uso de tatuagens de Caveira Mexicana, extremamente coloridas (lançam mão de cores como rosa, vermelho, verde, roxo, violeta). Cabe aos tatuadores usar da criatividade para criar tatuagens que se destaquem pela originalidade e cor, além de representarem a tradição dessa data no país.

Muertos

Catrina é uma variante feminina da palavra Catrín, que significa homem de bom gosto e de bom senso estético, não necessariamente alguém pertencente á nobreza, mas o perfeito cavalheiro exemplar. A figura da La Catrina tem como objetivo lembrar que mesmo os mais ricos enfrentam a morte e que ela é igual para todos. Desde a figura pintada por José, a La Catrina se tornou mais sofisticada e, hoje, é vista tanto na festividade do Dia dos Mortos como em tatuagens. A diferença é que, atualmente, La Catrina não aparece mais com

Além de serem extremamente exploradas pelos que amam suas tatuagens, essas caveiras já se tornaram uma tendência da moda. Por isso muitas revistas do meio estão investindo em editoriais com essa linha estética e apostando em acessórios e roupas com a estampa. Homenageiam os mortos de uma forma diferente da que estamos acostumados a ver aqui no Brasil, pois é alegre e traz uma lembrança feliz e festiva dos antepassados. Essa diferente forma de ver a morte já tem adeptos e cabe a cada um a adesão ou não desse espírito.

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Capa

Zombie Boy

Rick Genest, o modelo canadense, descober-

to por Nicola Formichetti, que se tornou conhecido pelo corpo coberto por tatuagens

Por Raquel Franco

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ick Genest, mais conhecido como Zombie Boy, recebeu esse apelido de seus amigos na época da adolescência. Modelo canadense de 27 anos, ele é conhecido por suas tatuagens que o fazem lembrar um cadáver. Mundialmente conhecido e fã da cultura punk, ele participa de campanhas publicitárias e desfiles de marcas famosas. Zombie Boy nasceu em Châteauguay, no subúrbio de Montreal. Primogênito de dois irmãos, Rick esperou até os 16 anos para fazer a primeira tatuagem em respeito aos pais, disse sua mãe. Um crânio e ossos cruzados no ombro faziam parte de sua primeira tatuagem. Aos 17 anos, foi morar sozinho e dois anos depois já tinha o projeto de tatuar todo o corpo - inclusive o rosto - quando fizesse 21 anos. Quando atinguiu essa idade, procurou Frank Lewis, responsável pela maior parte de suas tatuagens. O processo de se tornar uma “obra de arte” já dura 6 anos e Rick gastou cerca de 17 mil dólares.

Para ele, a obra retrata “o corpo humano como um corpo em decomposição, a arte de um cadáver apodrecendo”. Suas tatuagens refletem criaturas vistas na arte literária e cinematográfica como símbolos da xenofobia. Rick se identifica com isso, já que, segundo ele, durante sua adolescência foi rejeitado e incompreendido. A modificação em seu corpo ainda não terminou e não tem previsão. Entre outras modificações, Rick tem vontade de remover a ponta do nariz. Zombie Boy disse a respeito das escolhas de suas belas e dramáticas tatuagens, “Eu uso minhas tatuagens como vetores de uma mensagem expressando o que eu sinto. Existem várias razões para a minha escolha. Primeiro, o mito do zumbi com origem em pessoas enterradas vivas no tempo da peste ter sido algo verdadeiro para mim em minha infância. Eu fiquei seriamente doente, fui afetado física e mentalmente... Eu parecia um zumbi.” Para ele, o zumbi encarna a rebelião contra o consumo

excessivo e contra as próprias leis da natureza. A este respeito, Rick cita o filósofo William James Durant, que disse “Uma grande civilização não é conquistada de fora, a menos que ela seja destruída por dentro”. Com suas tatuagens, Rick se tornou uma figura popular no cenário underground, mas no passado passou por grandes dificuldades financeiras. No entanto, no ano de 2010 foi criada uma página no Facebook sobre a sua escolha de tatuagens. Por essa exposição ele foi descoberto pela Mugler, empresa da qual Nicola Formichetti, diretor de moda da Lady Gaga, é diretor criativo que o convidou para ser a estrela da nova fase da marca. Após o contato pela rede social, Rick participou de um desfile não programado com a cantora em Paris. Consequentemente, teve seu nome promovido pela estrela do pop. Em 2011, Zombie Boy participou de uma campanha publicitária para os produtos de maquiagem da Dermablend, sem nenhuma

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Veja o vídeo que o modelo tatuado fez para a Dermablend no link: www.youtube.com/watch?v=Jk37BdzonCY

gem visível. No comercial, que possui a assinatura “Go beyond the cover” (Vá além da capa), ele aparece tirando a camisa e virando para a câmera, logo depois ele utiliza uma esponja com removedor da marca e passa no corpo e rosto, revelando suas tatuagens e virando para a câmera. O vídeo também mostra o making off com todo o processo que Rick passou para cobrir as suas tatuagens. Confira o vídeo da campanha utilizando o link do box ao lado. As pessoas se perguntam onde se esconde o rapaz nascido em Quebec, uma múmia de tatuagens que cobriu 80% do seu corpo e o que está em sua mente para colocar o imortal em sua pele. Zombie Boy diz que não está rico, como muitos imaginam. Dividindo um apartamento com um amigo, em um local afastado da cidade, o rapaz pode fazer festas a noite toda “sem o risco dos policiais aparecerem”. Mas o corpo em tinta, só faz sentido para Rick Genest. Atualmente, Rick segue sua carreira de modelo, constantemente fazendo desfiles, en-

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saios fotográficos, campanhas e algumas entrevistas para revistas de moda. Apesar de jovem, Rick é um dos personagens mais impactantes e intrigantes, devido a maneira que transformou seu corpo. Com o dinheiro que ganhou, ele tem como objetivo trabalhar em um show que tem com seus amigos e fazer grandes festas. Questionado sobre como gosta de se vestir, ele afirma que antes de entrar na indústria da moda, fazia suas próprias roupas mas agora se veste da maneira que se sente bem. Utiliza tachas e texturas diferentes para customizar as peças ao seu estilo, transformando-as em únicas. O rapaz que sacrificou seu futuro, acredita na originalidade e não aprova que outros façam o mesmo. Se considera feliz e acha graça quando param na rua para tirar foto apesar de receber olhares de espanto. Zombie Boy acredita no respeito às diferenças e manda um recado: “Eu não posso te dizer o que fazer e você não pode me dizer o que fazer, mas nós podemos nos dar bem mesmo assim”.

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Entrevista

Roger Marx

A arte de tatuar, com os erros e acertos, inspirações e desejos que movimentam o tatuador Por Isabella Campedelli

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oger Marx é um tatuador paulista, nascido em 1980. Apenas com 20 anos de idade, abandonou a faculdade e mudou-se para os Estados Unidos. Em janeiro de 2001 retornou a São Paulo, e, aos poucos, a ideia de tornarse um tatuador profissional foi amadurecendo. Após isso, abandonou o ramo do design e ilustração para se dedicar exclusivamente a esta arte. No ano de 2008 o tatuador abriu o próprio estúdio de tatuagem. Roger passa alguns meses por ano em Los Angeles, trabalhando e aprendendo mais em estúdios locais, mas seu endereço fixo é no Guadalupe Tattoo, localizado no Nimbus Studios, em São Paulo. Roger também já tatuou pessoas

famosas, como integrantes da banda Guns’n’Roses. Confira, a seguir, a entrevista que a revista Skin fez com o artista! Skin: Por que você decidiu começar a tatuar? Roger Marx: Porque precisava de um ofício para pagar as contas. A música, além de prazer, só me deu gastos na vida. Tentei, por 15 anos, ser músico, e sempre fui ligado ao mundo da tatuagem como grande admirador, além de colecionador de desenhos em minha pele. Mas chegou um momento em que tive que me virar, e tudo aconteceu naturalmente. Quando vi, já estava tatuando e ganhando para isso. Meu amigo Joe Klenner (dono do Inferno

Club, na rua Augusta) foi quem me deu a minha primeira máquina, e, logo em seguida, comecei a fazer tatuagens em mim mesmo. Skin: O que te inspira profissionalmente?Há temas específicos que você prefira tatuar, por exemplo? RM: Arte, no geral, me inspira. Desde de desenhos e quadros, à filmes, músicas, shows… tudo o que é relacionado à arte e suas vertentes. Acredito, também, que recebo inspirações cósmicas vindas de todos os cantos desse nosso grande planeta e de outras dimensões e galáxias distantes. Adoro tatuar coisas relacionadas a música e cultura em geral também. Gosto de me abrir para novas influências.

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Skin: Existe uma técnica em especial que prefira usar? RM: Não. Nada específico ou especial. Só existe uma forma de aprender algo: errando! Eu errei no começo, aprendi o que NÃO fazer, aprendi fazendo e observando. Tento mesclar todas as técnicas que aprendi no meu estilo. Sempre tento aprimorar observando as pessoas trabalhando (melhor ou pior do que eu). Skin: Qual o significado das suas tatuagens? RM: Tenho tatuagens que remetem a um momento, um estado. Outras, a uma fase da minha vida, a minhas crenças, e algumas não têm significado. Tento contar minha história de vida no meu corpo. Tenho desde as assinaturas dos meus pais e avós, até logos das minhas bandas preferidas, passando por deuses, santos e flores! Uma mistureba… Skin: Sua família te apoia e sempre apoiou? RM: Na verdade, quando comecei a me tatuar (antes de tatuar as pessoas) meus pais não gostavam. Mas independentemente disso, sempre me apoiaram, nunca me recriminaram. Sempre me aceitaram como eu era, mesmo não gostando. Quando eu decidi começar a tatuar os outros, eles foram os primeiros a me apoiar! Skin: Tem algum conselho a quem está começando a entrar nesse meio? RM: Sim. Primeiro: não ouça quem diz que você não

é capaz ou “que não tem jeito pra coisa”. Use isso como incentivo e mostre para todo mundo o quanto eles estão errados. Já pelo lado prático, uma coisa que me ajudou muito no começo foi refazer tatuagens. Todo mundo tem amigos que têm tatuagens toscas, coisas que nem se você quiser consegue piorar. Eu aprendi muito refazendo tatuagens, aprendi como os tatuadores faziam, aprendi aplicação, sombreamento e treinei fazer linhas firmes. Não cobrava nada dos amigos, mas ganhei algo mais valioso que dinheiro: ganhei o conhecimento.

Skin: E os planos futuros? Pretende continuar no Brasil ou fixar residência no exterior? RM: Meus planos são tatuar cada vez mais e melhor. Evoluir como pessoa e como profissional a cada dia, ate meu último dia, seja quando for. Quero fazer intercâmbios sempre que possível, uns mais demorados que outros. Adoro conhecer outras culturas e ver o mundo, mas minha residência é e sempre será no Brasil. Amo meu país e quero melhorá-lo como posso e não abandoná-lo.

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Foto: Bruno Santos

Aonde ir

Sport Fino O Soul Tattoo Art e Café é um estúdio de tatuagem que reúne várias culturas e atrações Por Pedro Alves

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riado em fevereiro de 2011, o espaço fica em São Paulo, na Rua Oscar Freire, e é liderado por Paulão Tattoo (desde 1985, um dos pioneiros da tatuagem no Brasil) e sua esposa, a barista Patrícia Martins. No local, há uma mistura de vários ritmos e artes, que se unem em sintonia. Os visitantes têm acesso a um estúdio de tatuagem e piercing, uma galeria de arte, um espaço para exposição de jóias, um lounge com coffee shop.

Paulão Tattoo é nome conhecido no cenário da tatuagem nacional, e trabalha com esse tipo de arte corporal há cerca de 28 anos. O tatuador já teve a oportunidade de tatuar celebridades, tais como a famosa atriz Deborah Secco, e a ex-Miss São Paulo, Marcela Temer, agora casada com o vice-presidente do Brasil, Michel Temer. Paulão e Patrícia ressaltam que a tatuagem, assim como as artes em geral, expressa o que há de mais profundo no espírito do

ser humano. “Toda e qualquer obra de arte, seja em forma de pintura, música, dança, cinema, tem uma história que inspirou o autor, e com a tatuagem não é diferente. O Soul Tattoo pretende relacionar histórias a pessoas bacanas, ambiente aconchegante e profissionais renomados. No andar onde é situada a galeria, são realizados muitos eventos com viés artístico. A vitrine de joias tem trabalhos de designers famosos. A equipe de piercings sabe dos

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Foto: Bruno Santos

melhores e mais conhecidos procedimentos de assepsia e segurança, e tem familiaridade com os mais variados tipos de perfuração estética e corporal, inclusive a microdermal. O bistrô, sob comando da barista Patrícia Martins, tem drinks super criativos e que fazem parte do menu de cafés renomados no mundo, além de guloseimas deliciosas e bem conhecidas, como o “blondie” (versão do velho brownie, confeitado em açúcar mascavo e noz macadâmia) e diversos salgados. Outra diferença do Soul é a biblioteca, que fica também no lounge, e serve de referência para váriados temas, tais como

música, turismo, gastronomia oferecendo um universo cultural muito além da tatuagem. As salas de tattoo e piercing, assim como todo o local, são clean organizadas e tem a proposta de trazer mais delicadeza para o estúdio. Cada um tem o seu estilo, mas todos são ótimos profissionais e se complementam. Os profissionais têm experiência em várias áreas da arte e podem ajudar os visitantes em assuntos como moda, música e, é claro, tatuagem. Vale a pena acessar o Facebook do Soul Tattoo e ver todas as fotos que compõem o portifólio, além de seguí-los no Twitter. Eles também são responsáveis pelo blog Alma Tatuada, um canal que traz o dia-a-dia do estúdio, dicas, , entrevistas com personalidades e muitas referências do universo da body art, beleza, cultura e das artes em geral.

Vai lá: Soul Tattoo Art & Café R. Oscar Freire,2203, Jd Paulista, São Paulo Tel: (11) 3063-3435

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Entrevista

Andrea Lavezzaro A fotógrafa argentina tem modelos tatuadas como principais musas

Por Pedro Alves

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ndrea Lavezzaro é filha de argentinos, mas nasceu e viveu no ABC Paulista até mudar para São Paulo para fazer um curso de Moda na faculdade, coisa que ela acabou deixando para trás. O início dela no ramo ocorreu no momento em que Andrea começou a trabalhar como assistente em estúdios de fotografia da capital. Atualmente, é fotógrafa oficial do site de modelos tatuadas Suicide Girls, além de possuir diversos outros projetos próprios.

Nessa entrevista exclusiva, você aprende mais sobre a história da carreira profissional de Andrea e sobre os trabalhos que ela faz. Confira! Skin – Como você começou sua carreira de fotógrafa? Andrea Lavezzaro – Fui para

São Paulo quando comecei a faculdade de Moda. Por sempre gostar mais das aulas de H istória da Arte, a fotografia foi a minha escolha quando larguei a faculdade para trabalhar em estúdios e libertar as

minhas ideias sobre arte, que antes eram manipuladas por outra instituição, e ao mesmo tempo, para conseguir dinheiro suficiente e comprar meu próprio equipamento. Depois de quase dois anos, pensei que finalmente havia conseguido minha liberdade, mas iniciar uma carreira solo foi muito difícil e, mesmo trabalhando para a Folha de S. Paulo, nunca tive uma chance real de crescimento, por estar envolvida num ambiente pessoal que não me inspirava.

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Foto: Andréa Lavezzaro

Em 2006, decidi que já estava na hora de ir explorar outros lugares e horizontes. Skin – Desde quando você trabalha para o Suicide Girls? AL – Desde 2006 eu fotogra-

fo para o Suicide Girls - site que conta com fotos eróticas de estilo pin-up - como fotógrafa oficial deles aonde quer que eu vá. Assim é como a maioria das pessoas conhece meu trabalho, mas de maneira superficial, porque faço outras coisas além de nus de meni-

nas tatuadas. De um jeito ou de outro, gosto bastante de trabalhar com isso, pois tenho a liberdade que procurava de poder viajar, fazer meus horários e criar sem ter um chefe ou rotina – mas não é tão fácil como soa, pois eu tenho que lidar com vários problemas, o tempo todo. Fotografar é só uma parte do processo. Skin – Você faz outros trabalhos, além do Suicide Girls?

AL – Eu também trabalho para várias revistas na Euro-

pa, projetos pessoais (que são os meus favoritos) e para o cinema alemão. Este ano, estou lançando meu primeiro livro com algumas fotos que já foram publicadas e foram bem recebidas, sendo que a maioria delas é exclusiva. Site da Andrea Lavezzaro: http://lavezzaro.com/ Facebook: /LavezzaroPhotography

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Foto: Andréa Lavezzaro 22/02/2013 08:17:28


Crônica

Reconhecendo uma arte O momento em que uma pintura corporal passa a ser reconhecida como arte

Por Isabella Campedelli

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onfesso que nunca tinha me interessado pela arte de gravar sobre a pele, desenhos, nomes, símbolos etc. Mas - a vida é sempre repleta de surpresas - o meu dia chegou, tardiamente, mas chegou. Não que eu pense em tatuar alguma parte do meu corpo, não, não é isso, ou, ainda não é isso. O dia a que me refiro é o dia em que reconheci que a tatuagem é uma arte. Chegou tarde, porque essa arte já existe a mais de cinquenta anos no Brasil. Mas, era tão marginalizada, que poucas pessoas se atreviam a tatuar o corpo. Eram tidas como marginais. Hoje, é quase mania nacional e os tatuados não sofrem mais de alguns antigos preconceitos. As tatuagens são bonitas! Especialmente quando feitas com tintas multicoloridas em um painel de bom tamanho. Em grandes dimensões é de um efeito visual incomparável! São pinturas artísticas para serem apreciadas. Um conceito que aqueles que se dizem gostar apenas da arte de acadêmia poderão descordar de mim, mas que eu me atrevo a dizer que isso é porque eles nunca puderam estar perto o suficiente para

observar e disfrutar a beleza de uma tatuagem bem feita, bem desenhada, por um verdadeiro artista. Me recordo perfeitamente do desenho que me fez enxergar essa arte. Era um desenho bonito e meio enigmático. Tinha dragão, borboleta, e também uma cobra, tudo muito colorido e também alegre. Não resisti e pedi para tocar no desenho. Comecei a explorar a tatuagem com o sentido do tato. Tocando na imensa borboleta, que ocupava grande parte da tela corporal, senti como se o pólen transportado por ela estivesse em minhas mãos. Enfim, pude entender essa arte, até então desconhecida para mim. Fiquei longamente admirando aquela ilustração. A arte é tudo que mexe com os nossos sentidos e achamos bonito, sem obrigatoriamente seguir conceitos acadêmicos que muitas vezes nos reprimem. Quando descobrimos beleza em tudo que nos rodeia, somos, finalmente, verdadeiros apreciadores das obras de arte. É como dizia o gênio Tom Jobim: “É pau, é pedra, é o fim do caminho.” Amo tatuagem!

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