NOSOTR_S nยบ 02
estilhaço do poema Requiem, de Anna Akhmatova
Nos anos terriveis da IĂŠjovshtchina, passei dezessete meses fazendo fila diante das prisoes de Leningrado. Um dia, alguĂŠm me reconheceu. Ai, uma mulher de labios lividos que, naturalmente, jamais ouvira falar meu nome, saiu daquele torpor em que sempre ficavamos e, falando pertinho de meu ouvido (ali todas nos so falavamos sussurrando), me perguntou: - E isso, a senhora pode descrever? E eu respondi: -Posso. Ai, uma coisa parecida com um sorriso surgiu naquilo que, um dia, tinha sido o seu rosto.
Nao iremos embora
TawďŹ q Zayyad
Eu sei de mim muito pouco. Mal me vejo e quase nem me reconheรงo. Em que atalho do caminho me perdi? Por que minha consciencia esta entorpecida? Por que so raras vezes a velha chama me brota no peito? Eu me abro com todos. Se eu nao for sincero, estou para sempre perdido.
fragmento da cronica Neste domingo me confesso de Plinio Marcos
1974