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angola-portugal
Trim | Julho•Agosto•Setembro 2013 | Nº 95
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FILDA
30 anos INAPEM Entrevista a Jaime Fortunato, administrador
Exportações com novas regras Fim das inspecções pré-embarque
Oferecemos Conforto com qualidade
Contactos: info@blox.bz 916018672/924698980 www.blox.bz
Editorial A entrevista concedida recentemente pelo Presidente da República de Angola à televisão foi muito importante. O Presidente José Eduardo dos Santos explanou de uma forma muito clara o passado, o presente e o futuro de Angola, demonstrando um grande entusiasmo pelo seu País. É normal que assim seja, pois decorre do enorme trabalho realizado desde o advento da paz, há 11 anos, paz essa que permitiu que Angola já tenha conseguido alcançar realizações amplamente elogiadas. Foi a entrevista de um Homem tranquilo, mas com grandes convicções. Não escondeu os problemas que ainda há por resolver, alguns de grande ambição e amplitude, nem escondeu alguns erros que, aqui e ali, foram cometidos, mas, acima de tudo, deixou bem claro a vontade de continuar a trilhar o caminho do fazer cada vez mais e melhor. Explicou de uma forma profunda os grandes objectivos já alcançados na reabilitação de infra-estruturas, a maioria das quais destruídas pela guerra. Explicou o que está a ser feito nas áreas da Saúde, da Educação, da Habitação e em muitas outras, todas imprescindíveis para melhorar a qualidade de vida e a dignidade aos Angolanos. Explicou o esforço de construção de uma economia diversificada, embora nesta ainda se sinta o peso das matérias-primas, com predominância para o petróleo, diamantes e outros minérios. Explicou e defendeu de uma forma muito consistente, o papel da Educação e da Formação dos quadros angolanos, porque evidentemente é aos quadros nacionais que compete construir e desenvolver o seu país. E quanto mais preparados e qualificados estiverem, mais Angola avançará. Foi também um Presidente da República que defendeu a importância das relações entre Portugal e Angola, dos investimentos mútuos, independentemente de alguma experiência menos boa. Um Presidente da República que continua a dar as boas-vindas aos empresários e quadros portugueses, pois considera que estes podem ser úteis ao desenvolvimen-
to de Angola. Acreditamos que as partes têm de fazer o que lhes diz respeito, no sentido de incrementar e melhorar as relações políticas, económicas, empresariais, comerciais, culturais e outras entre os dois países. Tem de ser, em cada momento, realçado o que é mais importante, não deixando que pontuais atitudes, menos sérias, afectem o bom estado das relações e o clima de ampla confiança entre os angolanos e os portugueses e respectivas autoridades.
Relações
Portugal-Angola
Prese nte e Futuro O Presidente Eduardo dos Santos foi claro sobre as relações entre Angola e Portugal que, para além de boas e frutuosas, só têm um caminho que é o de melhorarem e o de aumentarem cada vez mais. Uma nota final sobre os 30 anos da FILDA que este ano se comemoram. A FILDA tem sido um instrumento fundamental para o apoio e a dinamização das actividades económicas de Angola e das diversas parcerias com outros países. O seu papel é cada vez mais fundamental. Portugal será, na continuação do seu empenho de País mais interessado nas relações com Angola, aquele que terá mais expositores. O Pavilhão de Portugal está completamente cheio e há diversas empresas portuguesas espalhadas por outros pavilhões. Portugal será o líder em número mas, essencialmente, em qualidade e, muito importante, o que mais parcerias construiu e quer construir com empresários e empresas angolanas. Os empresários e empresas dos dois países mostram o caminho.” # Carlos Bayan Ferreira, presidente da CCIPA
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Índice
CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA PORTUGAL-ANGOLA
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Portugal Edíficio Luxor, Avenida da República, 101 - 3º, Sala D, 1050-204 Lisboa tel.: [+351] 213 940 133 fax: [+ 351] 213 950 847 ccipa@cciportugal-angola.pt Angola Edifício Monumental, Rua Major Kanhangulo, 290 - 1º Dto, Luanda tel.: [+ 244] 924 918 149 www.cciportugal-angola.pt
em destaque
beCOMM
Filda 2013
Nesta 30ª edição da FILDA, que decorre de 16 a 21 de Julho, tudo será em maior dimensão: a área do certame, o número de países e de empresas presentes. Portugal volta a ser uma das presenças em destaque. P06
Av. da República, 62F - 7º 1050-197 Lisboa, Portugal tel.: [+351] 213 584 460 fax: [+351] 213 584 461 becomm@becomm.pt | www.becomm.pt
Revista ANGOLA-PORTUGAL NEGÓCIOS
Exportações para Angola
O Governo angolano decretou o fim das inspecções pré-embarque obrigatórias para a entrada de produtos no país. P16
Especial G
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Embora a modalidade careça ainda de muitos apoios e investimentos, a começar pela criação de uma Federação desportiva, o golfe começa a ser uma realidade em Angola. Os projectos começam a consolidar-se e os praticantes a criar rotinas e hábitos. P40
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Tema de Capa 06 FILDA 2013 30 anos em grande! Conjuntura 12 Entrevista Jaime Fortunato, administrador do INAPEM 16 Exportações para Angola com novas regras 20 Privatizações. Estado prepara novo plano 23 O Triângulo estratégico Economia 26 AEO, boas perspectivas para o continente 31 Offshore é decisivo para produzir 2 milhões de barris Opinião 35 Desenvolver líderes 36 Angola, muito mais do que petróleo
40 Especial Golfe Vida Empresarial 48 Multitel 53 Grupo Manuel Serra 57 Grupo Elevo 60 Onebiz 63 Mondo Portugal 64 Breves empresariais Sociedade 68 CE-CPLP em defesa dos negócios em língua portuguesa Cultura 70 Pavilhão de Angola conquista Leão de Ouro 73 A simbiose perfeita de Waldemar Bastos Informação CCIPA 76 Novos associados, legislação, entre outros
Director Carlos Bayan Ferreira Director Executivo João Luís Traça Coordenação Editorial Cristina Casaleiro e Manuela Sousa Guerreiro Redacção Andreia Seguro Sanches, Manuela Sousa Guerreiro, Fátima Azevedo e Paula Girão Design e Paginação Filipa Andersen e Vasco Costa Directora Comercial Maria do Carmo Santos Publicidade Cristina Lopes e Isabel do Carmo Fotografia beCOMM; Bruno Barata; JáImagens; DR Impressão IDG - Imagem Digital Gráfica Periodicidade Trimestral Distribuição Gratuita aos sócios da CCIPA, entidades oficiais e empresariais em Angola e Portugal É interdita a reprodução total ou parcial por quaisquer meios de textos, fotos e ilustrações sem a expressa autorização do editor Registo 114257 > Tiragem 5000 NIPC 501910590 Depósito Legal 60018 ⁄ 93
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A abrir
Agenda da cimeira bilateral começou a ser discutida O secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros, Francisco Almeida Leite, esteve em Luanda, onde foi recebido pelo seu homólogo angolano, Manuel Augusto, e pela secretária de Estado da Cooperação de Angola, Ângela Bragança. A visita oficial de cinco dias teve como prioridade a preparação da cimeira bilateral que terá lugar até ao final do ano. Um encontro que, de acordo com o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, deverá marcar “uma nova etapa nas relações entre os dois países”. Em declarações à imprensa, Francisco Almeida Leite sublinhou que a cooperação entre os dois países deve reflectir o desenvolvimento e o crescimento que Angola conheceu os últimos anos, “através de uma parceria estratégica mais ampla”. Uma opinião partilhada por Ângela Bragança. “Tudo será analisado. As equipas técnicas vão poder explorar as inúmeras possibilidades que existem para que no quadro da cimeira que deverá ter lugar no segundo semestre se possa definir um novo rumo para a cooperação”, disse.
Angola LNG primeiro carregamento foi para o Brasil O Angola LNG iniciou a produção de gás natural liquefeito (LNG) e expediu o seu primeiro carregamento, no passado dia 16 de Junho. O primeiro carregamento foi vendido à Sonangol e expedido para o Brasil (e não para os EUA, como inicialmente previsto), no navio tanque Sonangol Sambizanga, o qual faz parte de uma frota de sete navios de LNG, com 160 mil m3 cada um, fretados a longo prazo. Em comunicado, o presidente da Angola LNG Marketing Lda, Artur Pereira, afirmou a propósito que “o Angola LNG entra no mercado num momento particularmente interessante”, uma vez que se prevê “que o mercado mundial de LNG continue limitado ao longo dos próximos anos, com reduzidas perspectivas de arranque em produção de novas unidades de LNG”, sublinhou. O Angola LNG é, por si só, um dos projectos de maior investimento, 10 biliões de USD, alguma vez feito na indústria angolana de petróleo e gás. A partir da sua unidade fabril, localizada no Soyo, irá recolher, processar, vender e entregar 5,2 milhões de toneladas de LNG por ano, além de propano, butano e condensados. O projecto deverá ter uma duração mínima de 30 anos e une, em parceria, a Sonangol (22,8%), Chevron (36,4%), BP (13,6%), ENI (13,6%) e a Total (13,6%).
Conferência assinala 100 anos de exploração diamantífera Há 100 anos eram descobertos os primeiros diamantes em Angola. A estatal Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) decidiu comemorar a data com uma conferência internacional, que levou a Luanda algumas das figuras mundiais do sector, como os presidentes do Conselho Mundial de Diamantes, Eli Izhakoff, da Associação Industrial de Diamantes, Maxim Shkadov, das Bolsas de Xangai, Qiang Lin, do Dubai, Peter Meeus, e do Banco de Diamantes da Antuérpia, Pierre De Bosscher. O evento constituiu uma oportunidade para promover os recursos minerais do país e para relançar a produção nacional de um dos sectores mais afectados pelo crise nos mercados internacionais. A conferência internacional, que se realizou no final de Junho, contou com a presença de mais 700 participantes, entre eles alguns convidados especiais como a ministra dos Recursos Minerais da África do Sul, Susan Shabangu, o ministro das Minas do Zimbabwe, Obert Moses M’pofu, e do seu homólogo da RDC, Martin Kabwelulu. À margem do encontro a ENDIAMA e a russa ALROSA estabeleceram uma parceria para a prospecção de diamantes em Angola. O capital social da nova empresa será repartido em partes iguais. Em 2012, a produção de diamantes em Angola foi de oito milhões de quilates, o que permitiu arrecadar uma receita na ordem dos 110 biliões de Kwanzas. Em valor, Angola foi, nesse mesmo ano, o quarto maior produtor do mundo e o segundo em África, depois do Botswana.
Exportações 4 000 000 000
investimento 10º
trocas comerciais -12º
Angola consolidou em 2012 o lugar de 4º maior mercado das exportações portuguesas.
Nos últimos cinco anos, Portugal foi o 10.º maior investidor em África, participando em 137 novos projectos.
As trocas comerciais entre o Brasil e os outros países lusófonos atingiram 3,99 mil milhões de USD, em 2012, o que traduz um decréscimo de 12% face a 2011.
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Novas regras para remessas de valores O Banco Nacional de Angola definiu novas regras para o serviço de remessas de valores em Angola. As novas regras estipulam que os pagamentos e recebimentos passam a ser efectuados unicamente em moeda nacional. As remessas nacionais podem ser ordenadas por cidadãos angolanos ou estrangeiros, maiores de 18 anos. Para as remessas internacionais, no entanto, para além dos cidadãos angolanos, apenas podem ser ordenantes os cidadãos estrangeiros residentes cambiais. Quanto aos limites, as remessas internacionais não podem ultrapassar o valor mensal de 500 000 Kz, e anual de 2 milhões de Kz, por ordenante e por beneficiário. As três instituições licenciadas pelo BNA para exercerem a actividade de remessas internacionais são a ‘Western Union’, a ‘Money Gram’ e a ‘Real Transfer’, cujos balcões funcionam junto de diversos bancos comerciais, que passam a ser as responsáveis pela conversão da moeda nacional em estrangeira ou o inverso. O envio e o recebimento das transferências são feitos de acordo com a taxa de câmbio do dia.
IDE quadruplica na África Subsariana até 2030 O Banco Mundial prevê que os fluxos de capitais com destino à África Subsariana aumentem de 48 para 196 mil milhões de euros, entre 2013 e 2030, o que significa uma quota mundial de 8,2% do IDE, mais cerca de 3 pontos percentuais do que actualmente. Os recursos naturais são o principal alvo e, apesar do declínio provocado pela crise financeira mundial, no longo prazo, “os valores de IDE deverão manter níveis robustos nos próximos anos”. Nigéria, Gana, Angola, Egipto, Quénia, Etiópia e África do Sul “estarão entre os motores de crescimento da economia global” em 2040, de acordo com o African Attractiveness Survey, elaborado pela Ernst & Young. A verdade é que em menos de dez anos, os projectos de IDE em África mais do que duplicaram, passando de 339 em 2003, para 857 em 2011. E nesta dinâmica convirá não esquecer a importância do crescimento dos emergentes. China, Índia e Brasil têm mantido elevados ritmos de crescimento, o que, associado, ao aumento da população e da classe média, se traduz num maior consumo de petróleo, matérias-primas e bens manufacturados provenientes de África.
Zona Franca para Lusofonia
Português é a 5ª língua na internet
A importância dos parceiros lusófonos traduz-se na decisão da Associação Industrial de Angola (AIA) em criar uma zona franca de desenvolvimento da lusofonia, cuja localização deverá ser no Lubango e que pretende acolher os investimentos empresariais provenientes dos parceiros de língua portuguesa. A escolha do Lubango, a sul, é intencional, dado que permite intensificar as relações intra-CPLP, mas também a integração regional com os países da África Austral.
Mais de 82 milhões de pessoas utilizam a língua portuguesa todos os dias para ‘navegar’ na internet. Os dados do Internet World Stats revelam que o português é a 5ª língua mais utilizada em todo o mundo digital. O balanço final corresponde à evolução das dez línguas mais utilizadas na internet, ao longo de dez anos, entre 2000 e 2010. Nesse período, o português registou um crescimento de 990,1%. A explicação para este ritmo de crescimento está na expansão da internet no Brasil, o maior país lusófono, com cerca de 199 milhões de habitantes.
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“As relações entre os dois países [Portugal e Angola] também estão voltadas para o futuro. São relações como as do Brasil, que se desenvolvem em quase todas as áreas de actividade com vantagens mútuas no domínio económico. Eu diria que um dos países que mais investe em Angola é Portugal. Como sabe, os portugueses conhecem bem Angola, e por conseguinte, Portugal está numa condição privilegiada para realizar negócios, desde o mais pequeno até ao grande negócio” (...) “Os portugueses são bem-vindos. Há uma grande falta de pessoal qualificado. E é de nosso interesse que todos aqueles que puderem vir contribuir e que tenham uma qualificação necessária para apoiar-nos em projectos vários de desenvolvimento, sejam sempre bem-vindos. Eles chegam e são enquadrados seja no sector público, seja no privado. A procura é muito grande”, José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola, à SIC
“Estamos com uma média de investimento anual de mil milhões de kwanzas, com o sector da construção a liderar o volume de investimentos”, Maria Luísa Abrantes, PCA da ANIP, in Jornal de Angola 5N
Tema de Capa
FILDA 2013
30 anos em grande! Nesta 30ª edição da FILDA, que decorre de 16 a 21 de Julho, tudo será em maior dimensão: a área do certame, o número de países e de empresas presentes. Portugal volta a estar em destaque, mas o país já não participa com a maior delegação estrangeira. Sinais de uma nova realidade em Angola que se reflectem também naquela que ainda é a sua principal ‘montra’ de empresas e uma das maiores feiras multissectoriais em África. T Manuela Sousa Guerreiro | F DR
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urante três décadas a FILDA foi a ‘montra’ preferida dos empresários e a principal porta de entrada do investimento estrangeiro em Angola. Hoje, com a economia real a ganhar forma, o tecido empresarial nacional a crescer e o país a atrair cada vez mais um maior volume de investimento estrangeiro, a FILDA continua a ocupar um lugar de destaque na agenda dos homens e mulheres de negócios, nacionais e estrangeiros. Por isso, na edição número 30 do certame, que decorre de 16 a 21 de Julho, tudo será em maior dimensão. Desde a área do certame, ao número de países representados, passando pela quantidade de empresas presentes. Tudo concorre para que esta seja a maior edição de sempre. A construção de novos pavilhões começou em Março e aumentou a área bruta de exposição, de cerca de 29 mil m2 para mais de 33 mil m2, que irão albergar 728 expositores, mais 12% que o ano passado. Ainda assim, várias dezenas de empresas e instituições, nacionais e estrangeiras, ficaram
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em lista de espera. Trinta e quatro países marcam presença, aos quais acresce uma forte participação nacional. “Podemos afirmar que esta edição ultrapassará os indicadores de participação alguma vez alcançados, facto que se prende também com a participação de novos países com elevada expressão”, sublinha a direcção da FIL, SA em comunicado. Os novos indicadores fazem do certame a “maior bolsa de negócios multissectorial do continente africano”. Nesta edição, Portugal, Turquia e China trazem as maiores delegações estrangeiras, com cerca de uma centena de empresas cada e, por isso, com direito a pavilhão próprio. O ano passado, a Turquia foi o país sensação da 29ª edição, devido ao elevado número de empresas representadas, destronando, pela primeira vez, Portugal do primeiro lugar do ranking de maiores delegações presentes. Este ano, a Turquia ganhou o estatuto de País Convidado e volta a trazer a maior delegação estrangeira, que irá ocupar um pavilhão com cinco mil
m2 (mais dois mil m2 do que os pavilhões português e chinês). O número de expositores presentes é representativo do interesse em investir no mercado, mas os seus resultados não são imediatos. Nesse sentido, o investimento realizado ao longo dos anos por Portugal, fez do país “o maior parceiro económico de Angola”, como relembrou Matos Cardoso, presidente do Conselho de Administração da FIL SA. “A larga maioria das empresas [portuguesas] que operam em Angola, se não vieram por intermédio da FILDA, já lá estiveram, pelo menos uma vez no certame”, reconheceu o responsável em declarações à Lusa. Sendo a FILDA uma ‘bolsa de negócios’, por excelência, no ‘final do dia’ o facto mais importante é a realização de negócios e “sobre esse ponto de vista, acho que Portugal continuará a manter a liderança”, sublinhou ainda Matos Cardoso. Para além de Portugal, outros países europeus vão estar fortemente representados, é o caso da Espanha, que este ano não falta à ‘chamada’, da França, Inglaterra, Polónia,
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Tema de Capa Holanda, Noruega, Alemanha e Itália. Sinais de uma conjuntura de crise na Europa, que parece não ter fim à vista e que obriga as empresas a olhar para outros mercados. Por outro lado, os países do continente americano, em particular o Brasil, Cuba, EUA e Argentina, este último mais recentemente, já se tornaram uma presença habitual na feira. O continente africano terá, igualmente, uma presença de destaque, com um número alargado de países quer do norte, centro ou sul do continente, sendo inclusive esperada a visita da ministra do Comércio da vizinha África do Sul. Mas na lista de presenças confirmadas destacam-se também outras geografias asiáticas, como a Índia, o Paquistão ou Singapura.
Entrevista a Pedro Reis, presidente do Conselho de Administração da AICEP Portugal Global
Portugueses têm uma presença efectiva no país Para Pedro Reis, presidente do Conselho de Administração da AICEP Portugal Global a FILDA é “uma montra de excelência da oferta portuguesa”. A 19 de Julho é comemorado o Dia de Portugal.
A atracção pelo investimento Este ano a FILDA volta a decorrer sob o lema “Os desafios da atracção de investimento: estratégia, legislação, instituições, infra-estruturas e recursos humanos”, o mesmo das edições de 2011 e 2012. Tal como há dois anos o país continua a sentir necessidade de atrair investimento estruturante – indústria, tecnologia, know-how – ainda que os fluxos de investimento não tenham cessado nunca de chegar ao país. Nos últimos anos, Angola foi o sétimo principal destino do investimento directo estrangeiro em África e o terceiro na região a sul do Sahara. Não obstante, é preciso um maior esforço na diversificação da estrutura produtiva do país. Nesse sentido, mais do que teorizar sobre a questão “investimento”, a FILDA estabeleceu uma estratégia pro-activa no que diz respeito à atracção de potenciais investidores. Foram definidos mercados e sectores estratégicos, aos quais foram dirigidas acções de promoção de Angola e das suas potencialidades. Acções que foram facilitadas pela recuperação económica do país, depois de anos de crescimento lento devido à crise financeira global. O forte desempenho registado pelos sectores dos transportes, da energia e da construção pública acelerou a recuperação em 2012 (com o país a registar um crescimento do produto interno bruto de 7,9%) e influencia as boas perspectivas para 2013 e 2014, com a previsão de um crescimento económico de 8,2% e 7,8%, respectivamente. #
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forte presença de Portugal naquele que ainda o maior evento do género em Angola já deixou de constituir uma surpresa, mas o número não espelha a real dimensão da presença lusa no certame, já que muitas empresas escolhem estar entre as várias centenas que se encontram espalhadas pelo recinto, lado a lado com os seus parceiros locais. A presença efectiva e o conhecimento do mercado dão às empresas portuguesas uma vantagem competitiva, numa altura em que o país está despertar o interesse de outros investidores. “Mais do que apenas exportarem para o mercado, as empresas portuguesas procuram hoje ter uma presença efectiva e continuada no país”, sublinha Pedro Reis, presidente do Conselho de Administração da AICEP Portugal Global. Para os empresários portugueses a presença na FILDA é já tradição mas é também uma questão
estratégica. A crise no mercado interno continua a empurrar as empresas para a internacionalização e, nesse contexto, Angola ainda é um ‘mercado seguro’, como o provam os números crescentes do comércio bilateral. Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, é uma presença confirmada nesta edição da feira. A FILDA mantém o estatuto de evento importante para as empresas portuguesas? É um evento da maior importância, no qual Portugal tem participado ao longo de três décadas, e é uma montra de excelência da oferta portuguesa. Angola é o nosso primeiro mercado extracomunitário e um parceiro comercial incontornável, pelo que faz todo o sentido este investimento. Portugal vai ter uma presença forte na 30º edição da FILDA? Este ano vão participar cerca de 90 empresas de praticamente todos os sectores
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Tema de Capa Diplomacia económica ganha força A integração da AICEP na alçada do ministério dos Negócios Estrangeiros trouxe alterações no modo de actuar da Agência? O apoio do Estado ainda é importante na persecução dos negócios? A integração da AICEP na esfera do MNE trouxe valor acrescentado à actividade que desenvolvemos, pois ganhou-se em coordenação e em abrangência. A diplomacia económica ganhou ainda mais corpo e os nossos embaixadores e cônsules estão hoje ainda mais apetrechados para lidarem com questões económicas porque têm o braço técnico da AICEP, localmente, nos mercados, a prestar-lhes apoio. Isto é algo que as empresas reconhecem e de que beneficiam directamente. O apoio do Estado é muito importante, seja nas grandes questões de política comercial internacional ou europeia, seja diariamente na resolução de problemas que afectam a actividade de pequenas, médias ou grandes empresas portuguesas.
À semelhança de 2012, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, estará presente nesta edição da FILDA
de actividade. É preciso sublinhar que o entrosamento entre as economias dos dois países é crescente, o que se reflecte num leque variado de empresas, dos bens aos serviços, dos produtos mais tradicionais aos mais sofisticados. Mais do que apenas exportarem para o mercado, as empresas portuguesas procuram hoje ter uma presença efectiva e continuada no país. Estamos numa fase importante de consolidação no mercado angolano, com a internacionalização de empresas a ganhar dinâmica, designadamente através da realização de parcerias locais de médio e longo prazo. Os últimos números relativos ao comércio bilateral, bem como ao investimento directo, inverteram-se. Como vê esta evolução? Os números do comércio bilateral não se inverteram. As exportações portuguesas para Angola cresceram 28% em 2012 e nos primeiros quatro meses deste ano cresceram 11%, relativamente ao período homólogo do ano anterior. A tendência é, por isso, de crescimento. O que aconteceu é que há um reequilíbrio dos pratos de uma balança comercial que ao longo dos anos, era altamente desequilibrada, e isto é um sinal positivo para as nossas relações comerciais. As exportações angolanas cresceram significativamente e atingiram em 2012 cerca de 1,7 mil milhões de Euros.
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Como vê a multiplicação de eventos e de interesses de outros países europeus em procurar Portugal como plataforma ou rampa de lançamento para Angola? Com naturalidade. Portugal possui no mercado angolano, mas também nos outros mercados de expressão portuguesa, uma vantagem comparativa, única e inigualável, que é uma língua e uma história comum de séculos. Acresce a este património o facto de nos últimos anos as empresas portuguesas terem apostado muito intensamente nos mercados da lusofonia, crescendo de forma rápida mas sustentada em alguns destes países, nos quais se inclui obviamente Angola. Ou seja, as empresas portuguesas estão particularmente bem posicionadas para funcionar como plataforma para a lusofonia que, no fundo, acaba por ser um mercado “natural” de Portugal.
O que mudou no modo de actuação e na abordagem da AICEP ao mercado angolano nos últimos dois anos? Trata-se de um mercado onde cada vez mais temos de responder a solicitações muito diferentes, de muitos sectores e oriundas de empresas com graus de conhecimento e de experiência do mercado muito distintos. Angola já não é apenas o mercado da construção e da venda de produtos alimentares e, muito menos, o mercado da “exportação de contentores”. Angola é, cada vez mais, um mercado sofisticado e exigente, no qual produtos como os farmacêuticos, as tecnologias de informação, de educação e do conhecimento, das engenharias, entre muitos outros, vão ganhando peso e importância. Angola tem estado aberta ao investimento português, à transferência de know-how e à qualificação que as empresas portuguesas podem oferecer aos parceiros angolanos. Há um aprofundamento das nossas relações comerciais fruto de uma nova fase de relacionamento, que é também marcada pelo alargamento da presença portuguesa às províncias angolanas, onde existem muitas oportunidades para as nossas empresas, pois o Estado angolano tem estado apostado em dinamizar o território e em desenvolver o território de forma ainda mais equilibrada. #
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Conjuntura Entrevista Jaime Fortunato, Administrador INAPEM
“Há um excesso de aversão ao risco por parte dos bancos” O Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas é uma peça central na política pública de fomento empresarial. Jaime Fortunado, administrador do INAPEM, fala sobre os desafios do tecido empresarial angolano e sobre a importância das MPME para o desenvolvimento da economia. T Manuela Sousa Guerreiro F beComm, Paulo Mulaza/JAimagens
Que papel, e responsabilidades, assume o INAPEM no desenvolvimento do tecido empresarial nacional? O INAPEM é responsável pela implementação de estratégias e políticas de fomento empresarial, pela administração de fundos e dotações orçamentais que estão/ ou venham a estar à sua disposição, pela promoção do desenvolvimento de todos os sectores da economia angolana e pela orientação da cooperação internacional relacionada com o fomento empresarial. Para além disso, auxiliamos tecnicamente o ministério da Economia. O objectivo é que o INAPEM potencie as suas atribuições junto das micro, pequenas e médias empresas (MPME). À luz da orgânica funcional é o órgão responsável pela execução das acções referente ao fomento das MPME, enquanto o Ministério da Economia é órgão formulador das políticas estratégicas. Que reformas organizacionais, reforço de competências, reforço de quadros, entre
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“a economia informal chegou até onde os sistemas convencionais e a economia formal não conseguiram ir, ou seja à população mais desprovida de recursos”
outras, foram feitas para que o INAPEM seja capaz de desempenhar a sua função? Está em curso um processo de revitalização. Há sensivelmente um ano, um novo Conselho de Administração, composto por cinco gestores, iniciou as suas funções. Desde então, foi feito um investimento na capacitação dos quadros internos e reforço
do corpo técnico. Simultaneamente, foi implementado um sofisticado sistema informático que permite melhorar a qualidade dos serviços prestados, designadamente a consultoria na elaboração de estudos de viabilidade económica e financeira, concepção de planos de negócio, acompanhamento na implementação dos projectos e
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capacitação dos promotores empresariais. Nesta vertente, e ao procurar incentivar e apoiar a criatividade e iniciativa dos jovens empresários, vamos criar incubadoras de empresas, para apoiar as start up empresariais. Com está a correr esse processo? O processo de criação de incubadoras de empresas está em fase avançada. Teremos, numa primeira fase, incubadoras em Luanda, Benguela e Huíla. Serão apoiados diferentes ramos de negócio, desde os materiais de construção, aos produtos tecnológicos e também os serviços.
“É preciso combater as falhas da economia para acabar com a informalidade” Que análise faz sobre a realidade do tecido empresarial angolano? É preciso recordar que a economia de mercado em Angola é relativamente recente, tendo surgido no início dos anos noventa com o processo de democratização. O sector económico não esteve imune às vicissitudes políticas que o país passou por mais de três décadas. Hoje, o sector empresarial privado nacional tenta afirmar-se no mundo dos negócios num contexto bastante perverso, se tivermos em linha de conta que tem de enfrentar concorrentes experientes e maduros. Contudo, é importante sublinhar que este mesmo tecido empresarial, quer do sector real da economia (geradores de bens) quer do sector financeiro, tem vindo a dar passos no sentido da qualidade. Por esta razão, existe uma preocupação do Governo em conceder apoio ao desenvolvimento e dinamização do tecido empresarial. Olhando, sobretudo, para as MPME elas são fundamentais para o crescimento económico nacional, na medida em que são empresas de trabalho-intensivo (empresas dotadas de baixo volume tecnológico e que demandam mais mão-de-obra), logo, são geradoras de emprego e de renda. Condições que permitem um crescimento económico equilibrado e uma maior diversificação na arrecadação de receitas fiscais, o que, por sua vez, contribui para a redução da dependência das receitas fiscais provenientes do sector petrolífero e, consequentemente, da vulnerabilidade externa do país associada a choques adversos no mercado petrolífero.
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Três programas, um objectivo! As MPME têm ainda uma importância reduzida no tecido empresarial angolano, contribuindo apenas com 5% do imposto industrial arrecadado. A taxa de sucesso dos pequenos e médios negócios é bastante baixa. Inclusive, de acordo com números do Ministério da Economia, apenas 3,3% destas pequenas e médias empresas sobrevive para além do primeiro ano de actividade. O Governo angolano tem em curso três iniciativas de apoio aos empreendedores angolanos: os programas ‘Angola Investe’, ‘Meu negócio, minha vida’ e ‘Deslocalização de Empresas Agrícolas, Industriais e de Serviços Produtivos de Portugal, Espanha e Itália”, tema abordado na edição nr. 94 da revista Angola Portugal Negócios. Enquanto o programa ‘Meu Negócio Minha Vida’ tem por objectivo facilitar o crédito, em especial aos pequenos empresários do sector informal que queiram transitar o seu negócio para a economia formal, já as empresas de dimensão MPME, detidas em pelo menos 75% por nacionais, têm à sua disposição o ‘Angola Investe’. Este programa tem metas ambiciosas, como sejam a criação e /ou apoio de 9000 empresas e a criação de 300 mil postos de trabalho até 2015. Através do ‘Angola Investe’ os empresários têm à sua disposição uma linha de financiamento que está protocolada com 20 bancos comerciais angolanos e apoios através do Fundo de Garantia de Crédito do Estado, que cobre 70% do valor financiado pelo banco. Os juros do financiamento são bonificados e os empresários abrangidos beneficiam ainda da redução do imposto industrial e isenção do imposto de consumo sobre as matérias-primas. No entanto, cerca de 10 meses após o seu lançamento, os resultados estão aquém do esperado. Muitos são os projectos que entram em pipeline, mas poucos, cerca de 40, são aqueles que foram, até ao momento, apoiados. Os empresários atribuem a culpa aos bancos, por lhes dificultarem o acesso ao crédito. Por sua vez, os bancos falam de projectos de investimentos mal concebidos e empresários pouco preparados. Os números mostram contudo, do lado da banca, que há, a cada ano, uma maior apetência para a concessão de crédito. Só em 2012, no conjunto das instituições, esta rubrica cresceu 25%.
“Foi com o objectivo de corrigir estas falhas e de pôr em marcha a ‘formalização’ da economia que o Governo angolano criou o Programa de Reconversão da Economia Informal, PREI”
Quais os maiores entraves ao crescimento e dinamização destes importantes ‘actores’ da economia? São vários os entraves que geram maiores constrangimentos e podemos enumera-los: desde logo, o baixo volume de capitais próprios; a fraca cultura empresarial; a fragilidade no domínio de práticas modernas de gestão de negócio; o elevado custo e a excessiva burocracia no acesso ao financiamento; a percepção errada do negócio e/ou do mercado onde o projecto se insere; entre outros. E também a existência de um sector informal com algum peso. Que argumentos uti-
lizam para combater esta situação? Eu não diria que devemos combater a informalidade, até porque essa expressão pode gerar varias interpretações. Diria, isso sim, que é preciso trazer esses empresários para a economia formal. Temos que reconhecer que, mesmo com todos os constrangimentos existentes, a economia informal chegou até onde os sistemas convencionais e a economia formal não conseguiram ir, ou seja à população mais desprovida de recursos. A economia informal prospera em função das falhas do mercado. Foi com o objectivo de corrigir estas falhas e de pôr em marcha a ‘formalização’ da economia que
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o Governo angolano criou o Programa de Reconversão da Economia Informal, PREI, que deverá regulamentar e reorientar as melhores práticas para o exercício da actividade económica.
Mais de 6800 empresas certificadas Quantas empresas estão hoje inscritas na base de dados do INAPEM? A ‘certificação’ da empresa é o primeiro passo para que esta possa beneficiar dos programas em curso? Correcto, a certificação é o passo inicial para que as empresas possam concorrer e beneficiar dos apoios concedidos pelos programas públicos. Existem hoje mais de 6800 empresas certificadas. Para obterem a certificação, as empresas têm que nos fazer chegar alguns documentos que demonstram que respeitam os termos da lei para a sua funcionalidade. O mesmo é válido para as empresas em fase de arranque. As províncias com maior número de empresas certificadas são Luanda, Uíge, Moxico, Cuando Cubango e Benguela e o sector mais atractivo é o dos serviços, talvez por ser
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menos complexo de gerir e com menos necessidade de recursos para as suas operações correntes. A capacitação das MPME é uma prioridade. Que acções têm sido desenvolvidas nesse sentido? Prestamos apoio técnico no domínio da formação sobre o uso de práticas modernas de gestão de negócio, elaboramos estudos de viabilidade económica, bem como planos de negócios e fazemos o acompanhamento da implementação dos projectos. Os bancos queixam-se que se houvesse melhores projectos haveria mais empréstimos. É essa a vossa percepção? A questão pode ser vista por esse lado mas, por outro, há também um excesso de aversão ao risco por parte dos bancos. É preciso que os bancos sejam mais ousados e entendam que o risco é inerente ao exercício da sua actividade.
vidas pelo Governo, designadamente ao programa Angola Invest? Há total aderência dos empresários já firmados no mercado e dos promotores empresariais. O Angola Investe é um programa que foi concebido ao mínimo detalhe. A sociedade, de uma maneira geral, encara de forma bastante ambiciosa a persecução das suas metas. Estamos expectantes quanto ao sucesso do Programa, julgo que o difícil não está na implementação do programa em si, mas sim na grande dificuldade que é libertarmo-nos dos velhos hábitos que estão impregnados e que comprometem o sucesso dos negócios. Quais são as funções do INAPEM no quadro do Programa Angola Investe? Somos o organismo do Governo de Angola responsável pela implementação e/ou operacionalização do Programa Angola Investe. Isso significa que prestamos todo o apoio aos empresários, desde na fase de concepção até à implementação do projecto/negócio. #
Qual tem sido a adesão dos empresários/ futuros empresários às iniciativas promo-
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Editorial Conjuntura
Exportações para Angola
com novas regras
O Governo angolano decretou o fim das inspecções pré-embarque obrigatórias para a entrada de produtos no país. Até ao final do ano deverá, também, entrar em vigor uma nova Pauta Aduaneira. Mudanças que ditam o início de uma nova etapa no comércio com o país. T Manuela Sousa Guerreiro | F DR
O
Decreto Presidencial nº63/13 de 11 de Junho, revoga os artigos 10º, 11º e 12º do Decreto nº 41/ 2006, de 17 de Julho, que regulamenta as inspecções pré-embarque obrigatórias, a que até à data estavam sujeitas todas as exportações de produtos de industria alimentar, brinquedos, veículos automóveis e motores usados, produtos vegetais, animais vivos e produtos derivados, entre outros bens, para o mercado angolano. O procedimento, bem conhecido dos exportadores por-
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tugueses, obrigava à realização de uma inspecção física para verificação da qualidade, quantidade, preço (incluindo taxas cambiais e termos financeiros) e classificação aduaneira dos bens a serem exportados para o país. As alterações que foram agora introduzidas colocam um fim à obrigatoriedade da IPE, tornando este processo facultativo para todas as mercadorias. A modalidade de ‘IPE facultativa’ já estava prevista na lei, sendo que à chegada ao país as mercadorias sujeitas a uma IPE facultativa bene-
ficiavam do regime de Canal Verde, ou seja, de um desalfandegamento mais rápido. O Decreto de 11 de Junho sublinha que “os importadores ou exportadores que assim o entenderem podem voluntariamente, junto das entidades de inspecção, realizar a inspecção pré-embarque das mercadorias a importar ou a exportar para Angola, servindo o Atestado de Verificação (ADV) emitido apenas para seu controlo”, tal como se pode ler no artigo 2º do novo documento. O Decreto tem efeitos imediatos, mas as operações de importação e exportação que
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Editorial Conjuntura já estejam em curso à data da entrada em vigor do novo diploma ficam sujeitas ao disposto na legislação em vigor na data em que foram iniciadas as formalidades aduaneiras.
Maior controlo no local São vários os argumentos que influenciaram a necessidade do Estado angolano de reequacionar o regime jurídico em vigor. Por um lado, há o “entendimento de que as operações comerciais internacionais de compra e venda de mercadorias, assim como a certificação das suas condições de preço, quantidade, características técnicas, comerciais e sanitárias são matéria da competência de empresas que exploram este mercado em regime de cessão de exploração e não do Estado”. Por outro, a necessidade, “imperiosa”, como justifica o prêambulo da Lei, de garantir “o controlo pós-importação em especial das mercadorias que apresentam um maior risco para a cobrança da receita fiscal e para a protecção da saúde pública, do meio ambiente e da indústria nacional”. Ora, a aprovação das alterações ao Regime de Inspecção Pré-Embarque surge numa altura em que já estão em curso novos procedimentos de recolha de amostras para análise laboratorial dos produtos alimentares e bebidas, os quais são executados por uma entidade independente, a Bromangol, empresa com quem o Serviço Nacional das Alfândegas assinou contrato, a 20 de Junho de 2012, para inspecionar toda a mercadoria importada ou de produção nacional destinada ao consumo humano. Uma exigência que segue uma orientação da Organização Mundial do Comércio e que tem por objectivo salvaguardar a saúde pública, o meio ambiente e a indústria nacional, mas cuja implementação tem conhecido nos últimos meses alguma polémica. Em causa estão os custos envolvidos com as análises e que passaram a ser suportados por exportadores/importadores, o tempo de espera pelos resultados das análises e os elevados custos com as sobreestadias dos contentores no porto. Todo este processo está a ser revisto de modo a adequar preços, procedimentos e a diminuir os tempos de espera. No final de Maio, o Governo angolano retirou o monopólio à Bromangol, abrindo o mercado a outros laboratórios. “Não obstante tratar-se de um processo em evolução, é uma medida que não é transi-
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tória e com a qual os exportadores devem passar a contar”, como constata a aicep Portugal Global no seu Guia de Acesso ao Mercado angolano. E o novo decreto presidencial confirma-o, sublinhando a existência no país de “capacidade técnica e humana para proceder a uma adequada e segura verificação e controlo das mercadorias”, sejam estas importadas ou de produção nacional, “nomeadamente, quanto à quantidade, qualidade, preço, características técnicas e comerciais, classificação pautal e protecção de direitos de importação”.
Uma nova Alfândega Esta decisão vem também na sequência do próprio processo de modernização das alfândegas em Angola. É conhecido o crescimento e o desenvolvimento que o país sofreu na última década. Nesse sentido, foi implementado um Programa de Expansão e Modernização das Alfândegas (PEMA), com o objectivo de melhorar o desempenho integral do Serviço Nacional das Alfândegas, dotando esta instituição de conceitos, metodologias e infra-estruturas mais modernas, sustentáveis e adaptadas à actual conjuntura do país. Um processo que envolveu uma parceria com a consultora internacional Crown Agents, que terminou no final de 2012. No âmbito deste processo de modernização, foram introduzidos novos sistemas, procedimentos e controlos, que contribuíram para facilitar e desburocratizar o processo de importação e exportação, reduzir o tempo de desalfandegamento, melhorar a comunicação entre as Alfandegas de Angola e os agentes económicos, despachantes e transportadoras. Também ao abrigo do PEMA, a ‘tolerância zero’, que obrigava à inspecção de todas as mercadorias que entravam no país, foi substituída pelo método de selecção baseado em perfis de risco, à semelhança do que é praticado noutros países. O fim da inspecção pré-embarque obrigatória é mais um passo num processo de modernização que continua em marcha. O Plano Estratégico das Alfândegas para o período 2013-2017 já está em curso e tem como prioridades, entre outras medidas, a adopção da nova Pauta Aduaneira e o Regulamento Aduaneiro, a criação e implementação do Guichet Único. #
Pauta Aduaneira até ao final do ano Ao nível do comércio externo, o segundo semestre de 2013 será marcado pela adopção da nova Pauta Aduaneira. O documento é aguardado com um misto de expectativa e receio, já que a mesma reflectirá um agravamento dos direitos aduaneiros sobre determinadas mercadorias. A nova Pauta Aduaneira foi aprovada pela Assembleia Nacional no final de Março, aguardando agora publicação, culminado que está um longo período de debate alargado entre importadores, exportadores, organismos públicos e instituições angolanas com empresários de todos os sectores da economia angolana. Entre os vários itens, prevê-se um incremento das taxas sobre os produtos que em Angola apresentam já um determinado nível de produção local ou em que é expectável que haja capacidade para um maior investimento local, mas que carecem de protecção face à concorrência e agressividade dos produtos estrangeiros. Assim, entre os produtos que verão os custos de importação agravados com a nova Pauta Aduaneira sobressaem as bebidas, os materiais de construção (com visível produção nacional) e a matéria-prima resultante de proveitos agrícolas.
O Plano Estratégico das Alfândegas para o período 2013-2017 já está em curso e tem como prioridades, entre outras medidas, a adopção da nova Pauta Aduaneira e o Regulamento Aduaneiro, a criação e implementação do Guichet Único
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Conjuntura
Privatizações
Estado prepara novo plano T Fátima Azevedo
O arranque do novo programa de privatizações avança com a alienação de 33 empresas paralisadas ou com actividade residual. A localização dos terrenos subjacente é a principal atracção destes activos.
A
estratégia de diversificação económica e de reforço do sector privado são pilares da estratégia angolana, surgindo, por isso, um novo programa de privatizações, de acordo com o qual o governo angolano decidiu alienar 33 das 90 empresas públicas até 2018. O processo, necessariamente gradual, visa criar 300 mil postos de trabalho. Este novo programa decorre do Plano de Desenvolvimento Nacional 2013-2017, em que um dos objectivos estratégicos é “transformar as empresas do Sector Empresarial Público em instrumentos efectivos para a estratégia de desenvolvimento e diversificação da economia”. Nessa lógica, o Programa de Redimensionamento do Sector Empresarial Público, a par da Reestruturação das Empresas Públicas Estratégicas e do Reforço da Capacidade Institucional do ISEP, surgem como medidas estratégicas, em que um novo programa de privatizações deverá concretizar
a “liquidação de empresas públicas paralisadas que, por razões estratégicas, não mais deverão permanecer no sector empresarial público” e a “fusão de empresas públicas para melhoria do desempenho e permanência no sector empresarial público”. Na primeira fase, as empresas a privatizar serão de pequena e média dimensão. Os terrenos serão o activo mais valioso da lista de privatizações em preparação, até porque grande parte dos equipamentos das empresas estará obsoleta. Aliás, da lista divulgada, 19 das 27 empresas são tidas como “paralisadas e as restantes como com “actividade residual”. A Sonangol continuará na esfera pública, até porque o elevado volume de negócios, na ordem dos 1,24 mil milhões de dólares em 2012, permite ao Estado prosseguir com a sua estratégia de investimento. Também no sector financeiro, os bancos Popular de Crédito (BPC) e de Comércio e Indústria (BCI) continuarão a ser públicos. #
Mais de 60% das empresas públicas são industriais 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
Telecomunicações Angola Telecom . Constituída pela Empresa Nacional de Telcomunicações, Enatel, e pela Empresa Pública de Telecomunicações, EPTEL, que trabalham no mercado nacional
Banca e Seguros Entidade supervisora, Banco Nacional de Angola, BNA Banco de Poupança e Crédito Banco de Comércio e Indústria, BCI Caixa de Crédito Agro-pecuária e Pescas, CAP Empresa de Seguros e Resseguros de Angola, ENSA
Outros Activos Estratégicos
pescas
comércio
grande dimensão
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Empresas públicas em sectores estratégicos
obras públicas indústria geologia hotelaria e turismo e minas energia e turismo transportes agricultura e minas média dimensão
pequena dimensão
finanças
Transportes, TAAG, Linhas Aéreas de Angola Geologia e minas, Endiama Petróleo e gás, Sonangol Comunicação Social, TPA e RNA Electricidade, EDEL e ENE Águas, EPAL
total
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Europa, África e América Latina
Triângulo estratégico T Fátima Azevedo | F DR
Portugal pode ser um verdadeiro hub nos negócios trilaterais entre a Europa, África e América Latina, aproveitando a história e um posicionamento geográfico que atrai parceiros europeus, mas abre portas ao investimento asiático no espaço lusófono.
O
dinamismo dos mercados emergentes tem tradução na evolução das trocas comerciais. Este ano, estima-se que pela “primeira vez, o comércio multidireccional entre mercados emergentes (E2E) ultrapasse os fluxos entre mercados desenvolvidos (D2D)”, segundo a Accenture, confirmando a tendência da primeira década do século XXI, em que o comércio intra-emergentes aumentou de 10 para 24%. O reforço das relações comerciais entre a América Latina e África, com aumento de 43%, em 2011, sinaliza o contributo importante para a consolidação de um triângulo estratégico e o papel impulsionador do Brasil, ao exportar para o Egipto, Angola e África do Sul, e importando da Argélia, Líbia e Nigéria No caso da América Latina, a proximidade geográfica torna a América do Norte o principal fornecedor, mas a verdade é que a China é o principal fornecedor do Brasil, destronando os EUA. Para os analistas da Accenture, no caso africano, a contribui-
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ção “para o nível de exportações mundial é reduzida (cerca de 3,3%), apresentando obstáculos estruturais – como o acesso limitado ao crédito, as infra-estruturas inadequadas, incluindo a inexistência de acesso ao mar em alguns países, e a corrupção – dificultando a integração no comércio mundial”. Acresce a dependência da exportação de commodities, que pesam cerca de 70% nas exportações da região, com enfoque para o peso do petróleo em Angola e Nigéria (90%) ou o cobre na Zâmbia (84%). A Europa continua a ser o principal fornecedor (39%), mas a China ganhou a liderança na região subsariana. A esta crescente interdependência acrescem outros factores que diferenciam uma aposta na triangulação Europa-África e América Latina, onde os países lusófonos podem assumir um papel relevante: por um lado, a proximidade cultural, seja o legado histórico e a partilha da língua; a calibração demográfica, que permite compensar uma Europa envelhecida com a população
jovem e mais qualificada de África e América Latina; e, finalmente, o pilar estratégico assente no potencial energético das regiões emergentes face a uma Europa sem recursos naturais relevantes no panorama mundial, se excluirmos a Rússia.
O peso da lusofonia O português é a quinta língua mais falada do mundo, por 258 milhões de pessoas, e se associarmos o castelhano, esse número supera os 500 milhões de pessoas. Na esfera económica, os países lusófonos contribuem com 4,4% da riqueza mundial e 2,3% do comércio internacional, de acordo com um estudo do BES, coordenado por Francisco Palma. Do conjunto lusófono, Portugal surge com um posicionamento estratégico - de interface - na Europa para a América e África. A oferta de portos representa um activo importante, pois permite cruzar o Atlântico para oeste, ligando a Europa à América do Norte, e a sul, América Latina e África. Se atentarmos no eventual alargamento do canal do Panamá, por onde passarão 30% das exportações mundiais, haverá vantagens adicionais para o porto de Sines, um dos nove portos portugueses, que pode beneficiar amplamente do aumento esperado do fluxo de mercadorias de e para a América Latina e África. A língua, tendo, intrinsecamente, um papel unificador, influencia determinantemente as economias, quer nas trocas comerciais, quer na promoção da internacionalização das empresas, passando pelo desenvolvimento de relações sócio-políticas, mobilidade de pessoas e de ideias. A intensificação das trocas comerciais no espaço lusófono é uma tendência clara e que pode potenciar novos negócios e alargar a rede de parceiros dos países de língua portuguesa. Associando a língua às vantagens em termos de posicionamento geográfico, o potencial de Portugal como plataforma para outros parceiros acederem
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Conjuntura ao espaço económico lusófono é crucial, ao acrescentar valor ao já importante comércio externo. As exportações portuguesas de bens para países de língua portuguesa ronda os 4 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 10% das exportações totais, das quais 2/3 se destinam a Angola. Paulo Neves, presidente do Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina (IPDAL), é um adepto da intensificação das relações trilaterais entre Portugal, África e América Latina, precisamente porque “Portugal funciona como um hub”, dada a proximidade, a partir da Europa, de África e da América Latina. Por isso, o IPDAL encomendou à consultora Accenture a realização de um estudo sobre “A triangulação no Espaço Atlântico”, que conclui como as “obras públicas, energias renováveis, combustíveis, alimentação e bebidas” são actividades nucleares no volume de negócios gerados. Os parceiros europeus têm particular interesse na lusofonia, porque as competências distintivas da Europa não são condição suficiente para fazer a ponte entre o potencial africano e sul-americano e a liquidez financeira da Ásia. A aposta nesta triangulação entre parceiros europeus, africanos e sul-americanos tem impactos diferenciados, de acordo com a origem das empresas. Segundo a análise da Accenture, para as multinacionais emergentes, significará “capitalizar as vantagens competitivas do seu conhecimento local, flexibilidade na adaptação, conforto com o risco e alcance de novos segmentos da procura”. Como as exigências dos consumidores emergentes evoluem mais rapidamente, há que investir no reconhecimento de marca e qualidade acrescida. As multinacionais de países desenvolvidos terão de acentuar o foco na inovação de produto e do modelo de negócio.
A energia no centro do triângulo Quando pensamos em África e na América Latina, convirá não esquecer que mais de 25% das reservas de petróleo, mais de 50% das reservas de água potável e mais de 50% das terras aráveis por explorar estão localizadas nas duas regiões, reforçando o seu papel estratégico no futuro global, caracterizado por um crescimento demográfico e da classe média dos países emergentes que pressionam a procura de recursos naturais. Assim, para satisfazer o aumento da procura, a produção alimentar terá de
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América Latina – Europa – África factores competivivos Proximidade Cultural Forte interdependência A maioria das exportações da América Latina para a China são produtos primários
População jovem • Em conjunto corresponde a 30% da população activa mundial e jovem (envelhecimento na Europa e crescimento na América Latina e América • Foco saúde, educação e urbanismo
Energia • 25% das reservas de petróleo e metade dos recursos alimentares traduzem o eixo estratégico da América Latina-África
Brasil e Angola são dois países com peso crescente na geo-economia do petróleo e gás com um poder atractivo elevado sobre os principais actores mundiais aumentar 70% até 2050, de acordo com a OCDE. Matérias-primas alimentares, metais, petróleo e gás são activos estratégicos de África e da América Latina, já que dos 12 países com excedente comercial de commodities, sete encontram-se no triângulo, sublinha a Accenture. A América Latina responde por 14% do comércio mundial de commodities e, com África, abarca 28% das reservas globais de petróleo e 11% das reservas de gás natural; nos minérios, ouro, prata, diamantes, cobre e ferro são reservas importantes, com foco no Perú, o maior exportador de prata e o quinto de ouro, Botswana e Congo, os 2º e 3º maiores produtores de diamantes, e o
Brasil e África do Sul, como 3º e 7º produtores de minério de ferro. A abundância de recursos naturais continua a atrair investimento estrangeiro, mas há que acautelar a capacidade de esses recursos se traduzirem em crescimento e bem-estar das populações, através da diversificação económica que propicie a ascensão nas cadeias de valor. O crescimento acelerado do mundo emergente, a procura de energia tende a crescer exponencialmente, envolvendo esforços de investimento adicionais na descoberta e produção de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que urge encontrar novas tecnologias que garantam a sustentabilidade e contribuam para a satisfação do consumo mundial. Brasil e Angola são dois países com peso crescente na geo-economia do petróleo e gás, com um poder atractivo elevado sobre os principais actores mundiais. A estratégia da portuguesa GALP tem-se centrado na inovação e no estabelecimento de parcerias de investimento, sobretudo com a Sonangol e Petrobras, que a projectam no mercado internacional, quer na exploração, quer na distribuição. Atentas ao potencial brasileiro, Galp, Partex e Sonangol juntaram-se para concorrer aos leilões de 289 áreas de exploração de petróleo no norte e nordeste do Brasil, com reservas estimadas de 9,1 mil milhões de barris. A forte concorrência – 71 empresas de 21 países – justifica-se pelo volume de reservas estimados e pela diversidade de blocos, “terrestres, no mar e em águas profundas” e misturando bacias maduras, como a de Potiguar (Ceará), com bacias da nova fronteira, como a da Foz do Amazonas (na Amazónia). A entrada da chinesa CTG (China Three Gorges) no capital da EDP permite, agora, avançar, em conjunto para projectos no Brasil e Moçambique, com ênfase no país africano, dada a apetência pela hidro-electricidade, seja em Cahora Bassa, seja na construção de Mphanda Nkuwa, cujo consórcio inclui os brasileiros da Camargo Corrêa, num investimento que supera os 1,5 mil milhões de euros. No Brasil, a eléctrica portuguesa está envolvida na barragem do Jari, a norte, correspondendo a um investimento de 285 milhões de euros, e na futura construção da barragem da Cachoeira Caldeirão, cujo investimento deverá superar os 400 milhões de euros. #
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Conjuntura
African Economic Outlook
Boas perspectivas para o continente As perspectivas económicas para África são positivas, mas não basta crescer; urge intensificar o ritmo de transformação das economias, aproveitando o impulso gerado pela exploração dos recursos naturais para criar emprego e distribuir a riqueza de uma forma inclusiva e sustentável. T Fátima Azevedo | F Bruno Barata/becomm; DR
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resiliência é o conceito abraçado pelas principais organizações internacionais para restaurar a confiança no progresso global, na medida em que se promove a capacidade dos países em superarem dificuldades acrescidas. Por isso, nas suas perspectivas económicas para África, o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD), a OCDE e as Nações Unidas comungam no optimismo assente numa “resiliência perante os choques internos e externos” e que se traduz num crescimento global do PIB de 4,8% e de 5,3% para 2013 e 2014, respectivamente. Ao contrário das previsões para o mundo mais desenvolvido, os analistas esperam uma aceleração do crescimento africano, cuja ‘chave’ resulta do aproveitamento dos recursos agrícolas, minerais e energéticos. Mas os desafios, repetidos ao longo dos vários anos e por diversas entidades, mantêm-se: crescer não é sinónimo de redução da pobreza, do desemprego ou da desigualdade intra e inter-países. Isso mesmo sublinhou Mario Pezzini, responsável da OCDE, na apresentação do relatório. “O crescimento não chega”, mas o timing é precioso para impor um ritmo mais intenso na “transformação económica” necessária para “que as economias africanas se tornem mais competitivas e consigam criar mais empregos”. Despois de um período de estabilidade das políticas económicas e de crescimento dos fluxos comerciais, a fase de transformação implica diversificar as fontes de riqueza, ou seja, as actividades económicas, de modo a que os benefícios extraídos do solo e subsolo possam resultar numa “melhor
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Conjuntura distribuição dos rendimentos”, encorajando parcerias entre “investidores externos e os agentes locais”.
Angola e Moçambique crescem acima da média africana 10 8
Concretizar um crescimento inclusivo e progressista significa, para os researchers da OCDE, adoptar quatro eixos prioritários: i) alicerces da transformação, como infra-estruturas, educação e dimensão e abertura de mercados; ii) optimização da exploração dos recursos naturais; iii) optimização da gestão e distribuição dos rendimentos; iv) diversificação das actividades e coesão territorial em termos de disponibilidade de energia e meios de transporte e comunicação. O continente africano continua a apresentar uma tendência para um significativo crescimento da população, pelo que o ritmo de crescimento terá de ser acentuado e, sobretudo, inclusivo para evitar um agravamento de tensões sociais, nomeadamente entre os mais jovens. África possui a população mais jovem do mundo, com 200 milhões de jovens (entre os 15 e os 24 anos), número que deverá duplicar até meados do século. Isto traduz-se num elevado crescimento da população activa. Se entre 2000 e 2008, a população africana activa (dos 15 aos 64 anos) aumentou 25%, de 443 milhões para 550 milhões, até meados do século, a população activa poderá superar a fasquia dos mil milhões de pessoas, suplantando mesmo a chinesa ou indiana. Esta tendência demográfica acentua a importância da educação. E a trajectória é, segundo o relatório do Banco Mundial, favorável, esperando-se que 59% dos jovens com idades entre os 20 e os 24 anos concluam o ensino secundário em 2030. Mas será necessário criar oportunidades de emprego e condições de vida para absorver 150 milhões de jovens qualificados.
O caso angolano Angola continua a crescer acima da média do continente, mas ainda se mantém entre os países com “desenvolvimento humano baixo”. Na verdade, o crescimento de 7,9% do PIB em 2012 (contra 3,9% em 2011) deveu-se “ao forte desempenho registado pelos sectores dos transportes, da energia e da construção e obras públicas” e, por isso, as perspectivas para 2013 e 2014 “são muito positivas, com a previsão de um crescimento económico de 8,2% e 7,8%, respectivamente” assente num mix entre a
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Jovens africanos cada vez mais qualificados
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Ensino secundário
Ensino universitário
expansão do sector petrolífero e o incentivo à diversificação. Estas estimativas do Banco Mundial resultam do expectável aumento das exportações de hidrocarbonetos, no valor de 65,7 mil milhões de dólares, em 2013, e 62,7 mil milhões em 2014, assumindo um preço médio de 96 dólares por barril de crude. Mas subsistem alguns riscos, associados a uma eventual queda dos preços internacionais abaixo dos 85 dólares por barril, “o que se traduziria numa estagnação das reservas cambiais de Angola”. Em 2012, a produção de 1,88 milhões de barris diários, face aos 1,66 milhões verificados em 2011, foi viabilizada pela recuperação nos blocos de petróleo da Grande Plutónio e da Pazflor e perspectiva a fas-
Angola continua a crescer acima da média do continente, mas ainda se mantém entre os países com “desenvolvimento humano baixo” quia dos dois milhões de barris por dia a ser alcançada em 2015. Na indústria, o African Economic Outlook destaca a aceleração do crescimento de 5,4% em 2011 para 6,7% em 2012, mas, ainda assim, fortemente condicionado pelas restrições em termos de acesso a “água e energia eléctrica, à falta de pessoal qualificado, à indisponibilidade de matérias-primas específicas no mercado local e às dificuldades de acesso ao crédito”. Nos serviços, o ritmo de expansão passou a dois dígitos (12,3% em 2012) face a 8,7% em 2011. #
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Offshore é decisivo para produzir 2 milhões de barris
O petróleo representa metade do PIB e 95% das exportações angolanas. Num mercado internacional volátil, em termos de preços e de procura, com quebra relativa nos consumos da Europa e China, Angola ainda tem margem para aumentar a capacidade de produção, atendendo ao potencial da exploração das actuais e futuras concessões no offshore. T Fátima Azevedo
A
convergência de Angola para o grupo dos “países de rendimento médio” requer não apenas a acumulação de capital natural e construído, mas também de capital humano, pelo que a formação de quadros, com uma meta já avançada de 2,3 milhões, é um factor crítico para o sucesso do desenvolvimento angolano. Para 2013, governo e organizações internacionais antecipam uma ligeira desaceleração, depois dos 7,4% de crescimento estimado para 2012. Ao contrário do FMI, que previa uma expansão de 8,5% do sector petrolífero, o governo angolano aponta para o contributo de 4,3%, enquanto a actividade não petrolífera terá progredido 9,1%, sobretudo devido ao dinamismo da energia e agricultura, que avançaram 23,9% e 13,9%, respectivamente. Para este ano, o governo aponta para um aumento de 6,6% do sector petrolífero e de 7,3% para as actividades não petrolíferas, que se traduzirá
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num crescimento de 7,1% do PIB, um pouco acima das expectativas do FMI. A política orçamental expansionista traduzir-se-á num aumento de 27% da despesa, sobretudo devido ao forte impulso da componente de investimento (+58%), para os 17 mil milhões de dólares, atendendo aos projectos estruturantes ambiciosos para a agricultura, indústria extractiva e transformadora.
Angola protagonista da ‘Africamania’ A ‘Africamania’ que tem vindo a caracterizar os mercados internacionais beneficia Angola, que também é um dos principais
protagonistas do optimismo em torno do continente africano. Quando, há uns meses, a Economist Intelligence Unit (EIU) estimava que Angola ultrapassaria a África do Sul em 2016 como a maior economia da África Subsaariana, muitos se surpreenderam, sobretudo pelo peso político dos sul-africanos, que já se associaram aos outros BRIC para transformar a sigla em BRICS, que junta as cinco economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Mas, além do peso político, a África do Sul tem o sistema financeiro mais desenvolvido de África, beneficiando, assim, de instrumentos de
Presença Galp no offshore angolano Bloco 14
CONSÓRCIO Galp Energia (9,0%), Chevron (Operador, 31,0%), Eni (20,0%), Total (20,0%) e Sonangol (20,0%) ÁREA 4.091 km2 TIPO Águas profundas (200 – 2.000 metros)
Angola Bloco 14 Bloco 32 Bloco 33
Bloco 14K-A-IMI
CONSÓRCIO Galp Energia (4,5%), Chevron Overseas Congo LTD (Operador, 15,75%), CABGOC (15,5%), Sonangol (10,0%), SNPC (7,5%), TFE (10,0%), TEPC (26,75%) e Eni (10,0%) ÁREA 700 km2 TIPO Águas profundas (500 – 1.000 metros)
Bloco 32
CONSÓRCIO Galp Energia (5,0%), Total (Operador, 30,0%), China Sonangol (20,0%), Marathon Oil (10,0%), Sonangol (20,0%) e Exxon (15,0%) ÁREA 5.090 km2 TIPO Águas ultra-profundas 1.400 – 2.000 metros
Luanda
Oceano Atlântico Benguela
Bloco 33
CONSÓRCIO Galp Energia (5,33%), Total (Operador, 58,67%), Falcon Oil (16,0%), Sonangol (20,0%) ÁREA 746 km2 TIPO Águas ultra-profundas (1.800 – 2.500 metros)
Namibe
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Economia financiamento que outros países, como Angola, ainda não dispõem. Mas, segundo o FMI, Angola soube aproveitar uma conjuntura favorável em termos de preços das matérias-primas, nomeadamente do petróleo, para regressar a uma trajectória de crescimento, sem esquecer os esforços fundamentais para acelerar a diversificação das actividades e o programa de construção de infra-estruturas que agilizam a conectividade interna e internacional, e, por isso, decisivos para ganhar escala e competitividade. Se a produção de petróleo pode aumentar dos actuais 1,8 milhões de barris diários para 2,23 milhões em 2017, de acordo com as estimativas da EIU, o investimento não petrolífero tem crescido a dois dígitos nos últimos anos, muito por causa das infra-estruturas, mas a agricultura e a indústria transformadora têm um enorme potencial de expansão. Aliás, de acordo com a OCDE, Angola está entre os 20 países com maior potencial agrícola do mundo, mas cultiva apenas 3% das suas terras aráveis; da mesma forma, as pescas são potenciadas pela longa costa, mas a produção corresponde apenas a metade dos stocks efectivos. Na área das utilities, as necessidades do país envolvem um ritmo de investimento na casa dos dois mil milhões de dólares anuais durante a próxima década, segundo o Banco Mundial, conferindo um poder de atracção nos investidores internacionais. Entre os investidores internacionais, a China tem sobressaído, não apenas na dinamização dos fluxos comerciais centrados na importação de petróleo angolano, mas também no financiamento aos projectos infra-estruturais. No entanto, o risco de uma excessiva dependência da China poderá dificultar a diversificação da própria estrutura produtiva. E, apesar de todos os esforços de diversificação, o sector do petróleo e do gás continua a representar 45% do PIB, 70% das receitas fiscais e 90% das exportações. Em 2015, a China poder-se-á tornar no maior importador mundial de petróleo, destronando os EUA. No ano passado, os chineses importaram, em média, 5,4 milhões de barris por dia, menos 2,01 milhões do que os EUA, mas, em Dezembro, atingiram os 6 milhões, mais 200 mil barris/dia do que os americanos. Angola é o maior fornecedor de crude dos chineses, com 58% do total em 2012 e, este ano, a quota do petróleo angolano no abastecimento da China
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Angola é o único produtor de petróleo africano com outlook positivo Há cerca de 20 anos, a África do Sul era o único país da África Subsariana classificado em termos de rating; actualmente são duas dezenas. Este aumento não se traduz necessariamente numa melhoria substancial das classificações de rating que, na generalidade, se mantêm inalteradas ao longo da última década. Apenas quatro países viram os seus ratings melhorados (Lesoto, Gana, Ruanda, Seicheles e Angola) e apenas Angola e as Seicheles apresentam um outlook positivo. Numa análise aos 13 países africanos que são alvo de acompanhamento pela agência de rating Fitch, verificamos que são divididos em três categorias: os que são classificados como limitados pelo rendimento (Quénia, Ruanda, Moçambique, Zâmbia, Camarões, Lesoto e Uganda), os condicionados por questões orçamentais (Gana, Seicheles e Cabo Verde) e países produtores de petróleo (Angola, Nigéria e Gabão). De acordo com a agência americana, os maiores desafios são colocados aos países limitados pelo rendimento, na medida em que a subida do respectivo rating dependerá da capacidade de aumentar o rendimento per capita, o que exige muitos anos, mesmo num contexto de taxas de crescimento acima da média do continente. Ainda assim, Moçambique, com rating B, Zâmbia, Quénia e Ruanda são tidos como mais dinâmicos entre os países limitados pelo rendimento. Outro Palop, Cabo Verde, com rating B+, está classificado entre os países mais limitados por problemas orçamentais, devido ao elevado peso da dívida pública, mas o forte desempenho relativo em termos de rendimento per capita e as melhorias no campo orçamental são factores positivos para a evolução futura do rating, de acordo com a Fitch. No terceiro grupo – produtores de petróleo – Angola, cuja notação é BB-, é destacada pelo excedente orçamental e externo, reduzida dívida e significativas reservas internacionais num contexto de crescimento rápido da riqueza, sendo, por isso, considerado o país com rating mais dinâmico e com perspectivas positivas. Este optimismo assenta no forte potencial de crescimento, aumento do rendimento per capita, baixas taxas de juro e um quadro sólido das finanças públicas. Mas, tal como a Nigéria, Angola terá de superar o desafio da governação, considerada fraca, e avançar decisivamente para a diversificação económica que, para a Fitch, é um factor crítico para uma melhoria do rating. “Angola tem o rating mais dinâmico do grupo e tem actualmente perspectivas positivas, o que reflecte o forte potencial de crescimento, um rendimento ‘per capita’ comparativamente elevado, finanças públicas saudáveis e baixas taxas de juro”, acrescenta a agência.
Em 2015, a China poder-se-á tornar no maior importador mundial de petróleo, destronando os EUA. Angola é o maior fornecedor de crude dos chineses, com 58% do total em 2012 e, este ano, a quota do petróleo angolano no abastecimento da China deverá subir para os 59,4% deverá subir para os 59,4%. Em contraste, os EUA têm reduzido as importações de crude, dado um forte aumento da produção doméstica. África é um activo estratégico para a China, sedenta de energia, sobretudo desde a chegada ao poder de Hu Jingtao. No próximo triénio, o gigante asiático planeia investir mais 20 mil milhões de dólares no continente africano, tornando-o na sua re-
serva estratégica de energia e no palco de internacionalização das suas empresas. Mas a elevada liquidez dos chineses tem sido aplicada na aquisição de activos estratégicos no mundo desenvolvido, como as eléctricas portuguesas EDP e REN, mas também da petrolífera canadiana Nexen, que permite à China National Offshore Oil Corporation aceder ao petróleo do Golfo do México e do Mar do Norte. #
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Opinião
Desenvolver líderes Prof. José Filipe Rafael Diretor-Geral para África da Católica Lisbon School of Business & Economics
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ngola tem vivido transformações profundas que implicam mudanças rápidas no Capital Humano. A Católica Lisbon School of Business & Economics está presente em Angola desde 1997. Ao longo destes 16 anos tem contribuído para o reforço de competências de centenas de quadros angolanos e estrangeiros e tem testemunhado, por um lado, uma grande mudança nas necessidades de formação e, por outro, uma mudança do perfil dos quadros inscritos nos seus cursos, em parte coincidente com a mudança de gerações. É verdade que continua a haver um défice considerável na formação de base dos activos, o que terá solução a longo prazo, com uma melhoria constante do ensino básico e secundário, numa modernização que exige mais treino de comunicação, mais raciocínio quantitativo e maior capacidade de resolução de problemas. Ainda assim, estas competências têm sido melhoradas e os quadros superiores que recebemos nas nossas formações revelam cada vez mais um maior domínio de competências de comunicação, mesmo em Inglês, boa capacidade de trabalho com ferramentas informáticas e, sobretudo, uma grande apetência para o conhecimento, suprindo lacunas que persistem no sistema de ensino superior. Os grandes desafios dos quadros angolanos são, sem dúvida, de dois tipos: a capacitação para lidar com uma economia de mercado muito internacionalizada e a di-
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namização das suas organizações para se transformarem e acompanharem o processo de desenvolvimento de toda a sociedade angolana, seja a administração pública, as empresas ou outras instituições. É verdade que existe uma elite muito bem preparada, muitas vezes no exterior, mas em muito pequeno número e, portanto, ocupando posições de topo nas suas organizações. A disparidade para o nível de competências do midle management é impressionante, o que torna muito difícil a implementação da estratégia e a sucessão dos gestores dentro da organização (problema agravado pela elevada rotação de quadros). Esta discrepância é, particularmente, relevante pelo facto de os quadros intermédios estarem mais habituados a ser chefiados do que liderados, ou seja, vêem-se mais como executores do que como corresponsáveis pela dinâmica das organizações.
vestimentos, energia, água e saneamento, imobiliário, transportes, agro-industriais) e funções de gestão (finanças, marketing, logística, recursos humanos, gestão de projectos, sistemas de informação). O domínio destes conhecimentos é tanto mais importante quanto a economia angolana está cada vez mais internacionalizada, não só através das empresas estrangeiras que se encontram a trabalhar em Angola, mas também com investimento angolano no exterior. Formar muitos e bons gestores não é tarefa fácil, sobretudo porque tem de haver estruturas capacitadas para o fazer. Desde logo, universidades que têm um papel central nesta tarefa. Foi interessante constatar o crescimento vertiginoso no ensino superior, sobretudo em quantidade. É gratificante perceber que agora se assiste a um desenvolvimento mais orientado para a exigência e a qualidade do trabalho de-
“As organizações em Angola têm, pois, de investir muito em formação comportamental a todos os níveis, com reforço das capacidades de liderança dos gestores, ou seja, têm de saber delegar, motivando e responsabilizando as suas equipas, procurando desenvolver as competências dos seus elementos” As organizações em Angola têm, pois, de investir muito em formação comportamental a todos os níveis, com reforço das capacidades de liderança dos gestores (têm de aprender a ser menos chefes e mais líderes de equipas), ou seja, têm de saber delegar, motivando e responsabilizando as suas equipas, procurando desenvolver as competências dos seus elementos. Do mesmo modo, há que colmatar as deficiências na formação de base dos quadros, promovendo o conhecimento dos principais modelos de funcionamento das economias de mercado (concorrência, regulação, políticas financeira, monetária, etc) e dos modelos de negócio (banca e in-
senvolvido, um aumento de competição saudável, muitas vezes com recurso a parcerias com instituições internacionais de prestígio. É dentro desta linha que a Católica Lisbon tem desenvolvido parcerias com instituições angolanas com quem partilha a mesma ambição pela excelência. É o único princípio válido quando se pretende desenvolver líderes. #
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Opinião
Angola
Muito mais do que petróleo* Angola continua a ser um destino incontornável na internacionalização das empresas portuguesas.
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uma conjuntura em que os principais destinos das exportações portuguesas, Europa e sobretudo Espanha, se encontram em recessão, parece claro que as empresas portuguesas irão continuar o esforço de diversificação que têm vindo a desenvolver, quer em termos de exportações quer em termos de internacionalização, procurando novos mercados. Pelas afinidades culturais e linguísticas e pelo potencial de oportunidades que representa, Angola surge como uma opção natural. A economia angolana tem apresentado, nos últimos anos, elevadas taxas de crescimento. Para 2013, perspetiva-se uma ligeira desaceleração face a 2012, devendo ainda assim atingir um crescimento de 6,2% segundo as estimativas do FMI. Para além do potencial de crescimento, Angola tem uma situação política e social estável e um ambiente favorável ao investimento estrangeiro, sobretudo nas Zonas Administrativas Especiais, onde existem incentivos relacionados com sectores como: agropecuária, indústria de transformação, pescas e derivados, construção civil, saúde, educação, infra-estruturas rodoviárias, portuárias e aeroportuárias, telecomunicações, energia e águas ou equipamentos de grande porte de carga e passageiros. O petróleo ainda tem um excessivo peso na economia, representando mais de 90% das receitas das exportações angolanas, com os riscos que esta dependência implica. No entanto, o Governo angolano tem vindo a fazer um esforço no sentido de diversificar a economia, desígnio que constitui a prioridade absoluta do Plano
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de Desenvolvimento 2013-2017. As oportunidades para as empresas portuguesas envolvem, assim, praticamente todos os sectores, quer em termos de exportações quer de investimento directo, com destaque para as infra-estruturas, agricultura e indústrias relacionadas, telecomunicações, tecnologia e energias renováveis. O sucesso de qualquer projecto de investimento num mercado externo depende, em primeiro lugar, da sua qualidade
mas também, em larga medida, da sua adequação à realidade e necessidades do país de destino e da sua relevância para o desenvolvimento nacional. Para isso, é fundamental conhecer profundamente as especificidades do país, o enquadramento legal e regulamentar, o sistema fiscal, o ambiente de negócios. Sempre que possível deverá apostar numa parceria local para facilitar o conhecimento do mercado e a integração no país. # * Millennium bcp
Presença forte em angola O Banco Millennium Angola, como outros bancos angolanos, tem contribuído para o desenvolvimento do país, ao financiar os projetos de infra-estruturas, ao reduzir a “informalidade” da economia, apostando na eficiência, através de ATM, POS, banca por internet e desenvolvimentos tecnológicos. O BMA representa uma forte parceria entre Portugal e Angola, evidenciada pela estrutura de capital do banco. Desde a sua fundação em 2006, o BMA tem mostrado um crescimento contínuo e sustentado, quer em termos de resultados, quer em número de clientes, de financiamento à economia ou número de sucursais
Resultados Líquidos
Empréstimos a Clientes
MUSD
MUSD
686 606,5 644,3 72,9 173,6 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
302,9
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Golfe em Angola
com espaço para crescer Embora a modalidade careça ainda de muitos apoios e investimentos, a começar pela criação de uma Federação desportiva, o golfe começa a ser uma realidade em Angola. Os projectos começam a consolidar-se e os praticantes a criar rotinas e hábitos. T Andreia Seguro Sanches | F Bruno Barata/becomm
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palavra golfe provém do inglês golf que, por sua vez, vem do alemão kolb, que significa taco. Embora não exista uma tradição de prática de golfe em Angola – que é jogado maioritariamente por expatriados: portugueses, sul-coreanos, chineses, japoneses, americanos, sul-africanos, entre outros - nos últimos dois anos, a modalidade ganhou mais fãs no país. Fala-se em vários projectos de campos de golfe, sendo alguns na zona de Luanda, e os já existentes têm cada vez mais jogadores, embora o processo de popularização ainda não tenha atingido os números necessários. Actualmente, a oferta no país ainda é escassa, existindo apenas campos de golfe de propriedade privada. Na Europa, por exemplo, já existem campos municipais. Mais humildes em termos de exigências técnicas e de beleza natural, mas mais baratos.
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Potencial turístico
O primeiro campo de golfe em Angola foi construído em 1935, no Alto da Catumbela, em Benguela. Um ano depois foi inaugurado Clube de Golfe de Luanda e, posteriormente, surgiram mais campos nas cidades do Huambo, Dundo e Soyo. Em 1993 iniciou-se a construção do campo pelado do Morro dos Veados, inaugurado em 1996, pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. De acordo com António Sobrinho, jogador natural de Angola que foi 11 vezes campeão de Portugal na modalidade, este campo é dos mais bonitos onde já esteve, “com paisagens magníficas e de rara beleza”. Há dois anos abriu o primeiro campo relvado, o Mangais Golf, ao pé do rio Kwanza. Contudo, para que esta modalidade desportiva, turística e de lazer se expanda, massifique e se desenvolva é necessário investir na modalidade e construir mais campos noutras províncias do país. Até porque a construção deste tipo de infra-estruturas traz inúmeros benefícios para a sociedade e o meio ambiente.
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Para além disso, é necessário criar uma Federação Desportiva que apoie a modalidade para que os jogadores mais conceituados não tenham de estar filiados na Federação Portuguesa de Golfe, para poderem participar em competições internacionais. “Esta será uma plataforma de lançamento e divulgação da modalidade”, diz Miguel Lourenço, Director do Mangais Golf Club. É, pois, preciso criar mais clubes, criar estruturas capazes de formar jovens, ter bons profissionais e fazer um trabalho de sensibilização junto da população e dos media, para que se apercebam as potencialidades desportivas, turísticas e financeiras desta modalidade. Se nos Estados Unidos da América e em Inglaterra, duas das grandes potências, esse dinheiro é gerado quase inteiramente em instalações desportivas no país, em Angola o negócio deve centrar-se no imobiliário e no turismo. Embora existam muitos expatriados a jogar, o número pode aumentar se houver condições para que os turistas que passam por Angola, o façam também com o intuito de jogar golfe num dos campos existentes. Se aumentar o número de jogadores, multiplica-se o dinheiro investido e o dinheiro gerado pela indústria que move o golfe: exploração directa de campos, investimentos em instalações, fornecedores de equipamentos, torneios, associações e prémios de jogo. No entanto, António Sobrinho avisa que “não podemos pensar em Angola como um destino turístico do género de Portugal. Os turistas europeus não irão para Angola jogar golfe por causa do clima, é muito quente. Talvez 1%. Mas Angola pode fazer concorrência ao Dubai, à Índia ou até mesmo aos Estados Unidos”.
O golfe não é elitista Quanto ao mito de ser um desporto elitista, cada vez existem mais jovens e membros da classe média a jogar. Como referiu Miguel Lourenço, “infelizmente o golfe ainda está associado às classes sociais média/ alta, mas com tendência a mudar. Cada vez mais podemos encontrar equipamentos a preços muito acessíveis e com a abertura de campos municipais a modalidade será também mais acessível. Para que a modalidade deixe de ser elitista, terá que ter a ajuda das Federações, dos Clubes e Associações, para a criação de programas de
FACTOS DO GOLFE • O golfe é a modalidade que mais cresce no mundo: 10% ao ano. • É também o desporto que apresenta menor índice de desistência entre os iniciados: em cada 10 pessoas, 8 continuam a jogar. • Na Ásia há 31 milhões de jogadores, dos quais 20 milhões são japoneses. • Um campo de golfe oficial ocupa cerca de 1 milhão de metros quadrados. • Cada buraco é planeado para testar a habilidade dos jogadores - há buracos considerados fáceis e outros difíceis. • O golfe também possibilita que os jogadores mais e menos experientes possam disputar uma partida entre si, através do sistema handicap, que são tacadas de bonificação dadas ao jogador menos experiente para serem descontadas ao final do jogo. • O handicap varia de 0 a 28 para homens e de 0 a 36 para mulheres, e, conforme o jogador progride neste desporto, vai ‘baixando’ o handicap, até chegar a zero, prosseguindo como amador ou profissional. • Os principais tipos de tacos são divididos nos seguintes grupos: Putter; Ferros; Híbridos; Madeiras; Driver. • Os principais campeonatos de golfe são: Masters, U.S. Open, British Open e PGA Championship. • Tiger Woods é considerado o melhor jogador do século e já ganhou diversos campeonatos.
incentivo aos jovens e abrindo campos de golfe a todas as classes sociais”. A mesma opinião é partilhada por António Sobrinho, “o golfe tem de entrar nas escolas. Pode ser através do mini-golfe, uma vez que hoje em dia já há tacos e bolas de plástico. Pode-se dar formação às escolas, para que as pessoas vejam o golfe como um modo de vida. A verdade é que Angola ainda é muito carente a nível de cultura desportiva, tal como Portugal”. Em relação ao perfil dos jogadores que frequentam os campos em Angola, constata-se que é um público maioritariamente masculino e diversificado, tanto na variedade de nacionalidades, como na diversidade de profissões, em que se podem encontrar “administradores de companhias, engenheiros, gestores, embaixadores, diplomatas, entre outros”, refere Miguel Lourenço. #
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Mangais Golf Club Localizado no lado esquerdo da Barra do Kwanza, junto à foz do rio, o Mangais Golf possui um campo relvado de 18 buracos, desenhado pelo arquitecto Jorge Santana da Silva, estando neste momento em fase de construção mais 9 buracos, que devem estar concluídos em 18 meses. O complexo inclui ainda uma área imobiliária composta por 78 lotes de 3 mil m2 cada, para construção de moradias de 500 m2. “O objectivo da Mangais é ser uma referência a nível nacional, dado ser o primeiro resort no país a oferecer excelentes condições de lazer para os visitantes e para os moradores”, revelou Miguel Lourenço, Director do Mangais Golf. O resort é dotado ainda de outras infra-estruturas de apoio, das quais se destacam a marina fluvial para 30 embarcações, um aeródromo com uma pista asfaltada de 2 km, segurança privada e transportes. A área de lazer integra campos de ténis e um hotel com SPA, entre outras ofertas. Actualmente, a funcionar com 100 colaboradores, o Mangais Golf resulta de um investimento de muitos milhões de USD, dos quais 50 milhões foram destinados à construção do campo. Com características de um championship course, o complexo apresenta várias opções de tees, o que permite aos jogadores alternar o seu jogo. A relva escolhida é a Seashore Paspalum, a relva que “melhor se adaptou tanto ao clima, como também ao tipo de água que temos”, explicou Miguel Lourenço, que deseja receber uma prova do European Tour em Angola. #
Pestana Golf Resort O Pestana Golf Resort, localizado junto à pequena vila piscatória do Carvoeiro e com a Serra de Monchique como cenário de fundo, é um dos locais ideais no Algarve para a prática de golfe. O empreendimento, que se estende por 260 hectares, dispõe de várias opções de alojamento, desde apartamentos com um, dois ou três quartos totalmente equipados, às moradias com amplos espaços interiores e piscina privada. O resort oferece dois campos de golfe com 18 buracos cada: o campo Gramacho com a assinatura de Nick Price, com 27 greens e vários pontos de tee, e o Vale da Pinta com o estatuto de Championship, desenhado por Ronald Fream, com fairways de relva Bermuda, bunkers de areia branca estrategicamente colocados e greens em relva Pen Cross Bent. A paisagem envolvente abarca plantações de alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras e oliveiras e é pontilhada por pequenos lagos. O moderno Clubhouse do Pestana Vale da Pinta
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oferece Pro-shop com marcas de golfe conceituadas; aluguer de tacos, tróleis e buggies; balneários; restaurante e bar com vista para os fairways e Buggy bar. O Pestana Golf Resort dispõe ainda de outras infra-estruturas como uma academia de golfe, um driving range, vários campos de ténis, piscinas comuns, bares e restaurantes. O Grupo Pestana dá ainda a possibilidade aos proprietários e aos hóspedes de utilizarem de forma gratuita mais quatro campos de golfe Pestana: Alto, Silves e Vila Sol no Algarve e o Beloura, perto de Lisboa. A menos de três horas de voo de distância das principais capitais europeias, o Pestana Golf Resort é uma referência pelo ambiente familiar e de segurança que transmite, sendo um espaço ideal para a prática de golfe. #
revista angola-portugal negócios revista angola-portugal negócios Julho • Agosto • Setembro 2013 • Nº 95
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António Sobrinho Um campeão em Portugal Angolano de nascença, foi em Portugal que viu o seu talento desabrochar. 11 vezes Campeão de Portugal, António Sobrinho é um ‘Ás’ no Golfe. Hoje, já na ‘reforma’, põe o seu conhecimento ao serviço dos outros, dando aulas em regime de exclusividade no Vale do Lobo Golf, um dos mais exclusivos da Europa.
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asceu em Mungualdo, Angola, mas cedo (2 anos) veio viver para Portugal, com os tios e com os avós. Aos 8 anos já trabalhava no campo de golfe da Quinta do Lago como caddie, “para ganhar uns trocos”. Nunca pensou em ser golfista, “achava que era um desporto para velhos. Mas enganei-me”. O acaso bateu-lhe à porta quando o convidaram para participar num torneio de juniores. Até então nunca tinha pegado num taco de golfe a sério. “Faltavam miúdos para a equipa da Quinta do Lago entrar no torneio e lançaram-me o desafio. Torci o nariz. Pensava que era fácil, mas quando peguei no taco percebi que exige muita técnica, concentração e precisão. Passei horas a tentar acertar na bola e depois a tentar levantá-la até que, passado uma semana de muita persistência, consegui”, recorda. No entanto, o talento estava lá, era só desbravar caminho e dedicar-se à causa. E assim aconteceu. Em 1991 tornou-se profissional, no mesmo ano em que se naturalizou português. Desde então, ninguém o parou. Onze vezes campeão nacional de golfe em Portugal, com um jogo fortíssimo, e outros tantos títulos em torneios a juntar ao palmarés. Um feito inédito ao alcance de poucos. Uma lesão no joelho atirou-o para fora das competições. Representou Portugal em competições internacionais, viveu na África do Sul, em Inglaterra, na Áustria e ainda nas Filipinas durante 3 meses, “uma das melhores fases da minha vida”. O maior amargo de boca que sente é esse, não ter ficado nas Filipinas. “Iria certamente ter outras oportunidades, uma vez que o golfe estava a desenvolver-se na Ásia. Hoje todos os circuitos contam com asiáticos”, sublinha. Mas as saudades de Portugal falaram mais alto. Em 2000 começa a ensinar e a rentabilizar os seus conhecimentos e expe-
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riência. Deu aulas na Quinta do Lago, em Vilamoura, no Campo da Estela, na Póvoa do Varzim e, actualmente, fixou-se no Vale do Lobo Golf, onde trabalha toda a época. “Adoro o Algarve. É a minha região de eleição e quase sempre vivi aqui. Adoro o facto de conhecer e ver pessoas diferentes todos os dias, devido aos inúmeros turistas que nos visitam durante o ano”, conta o jogador que aproveitou o dia com a Revista Angola Portugal Negócios para voltar a jogar uma partida com a campeã nacional, Susana Mendes Ribeiro. Aos 22 anos, a jovem portuense quer ser profissional de golfe. Um talento em ascensão, que desistiu do voleibol para se dedicar a esta modalidade. António Sobrinho aproveitou o momento para lhe dar umas “dicas”. #
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• Birdie - Terminar o buraco com uma tacada abaixo do par (-1); • Bogey - Terminar o buraco com uma tacada acima do par (+1), ou categoria de jogadores que joga com handicap 18 (uma tacada acima para cada buraco); • Buggy - O famoso carrinho de golfe; • Caddie - Ajudante do golfista, carrega a bolsa e os tacos e pode auxiliar com palpites e dicas; • Course - Todo o percurso de 18 buracos; • Drive - primeira tacada a partir do tee; • Eagle - Terminar o buraco duas tacadas abaixo do par (-2); • Fairway - Percurso entre o tee e o green em que a bola deve cair durante o jogo; • Green - Área onde fica o buraco com a relva muito fina, compacta e aparada rente ao solo, que permite à bola correr; • Green fee - Preço que se deve pagar para jogar uma partida; • Handicap - É uma medida com propósito de balancear jogadores de diferentes níveis, por exemplo, profissionais jogam com handicap 0 e iniciantes entre 40 e 18, dependendo do seu ‘currículo’ num clube de golfe. As regras para essa medida variam de clube para clube; • Hole-in - Acertar no buraco apenas com uma tacada. Na maioria dos clubes de golfe, o jogador que realiza essa “proeza” ganha algum prémio; • Match-Play - Competição em que o vencedor é o que acerta o maior número de buracos; • Par - Número de tacadas de referência pré-definidas para cada buraco. Acertar o buraco com este número de tacadas significa fazer um Par; cada buraco tem o seu par e cada campo tem um par total; • Tee - É o pino em que é colocada a bola de golfe para dar a (primeira) tacada.
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Vida Empresarial
Multitel Crescimento, expansão e novos investimentos Os últimos anos têm sido de forte crescimento para a Multitel. 2013 não será excepção, perspectivando-se um aumento de 18% no volume de negócios da empresa de telecomunicações angolana. Um crescimento que será acompanhado de fortes investimentos. T Manuela Sousa Guerreiro | F DR
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empresa de telecomunicações Multitel aproveitou o impulso do início do novo ano para lançar uma nova imagem, “mais moderna e ousada”, e um novo produto, dirigido ao segmento de micro, pequenas e médias empresas. Na prática, esta nova aposta representa a entrada da empresa de telecomunicações angolana num novo, e actu-
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almente bastante dinâmico, segmento de mercado. O desenvolvimento dos grandes projectos serviu de lançamento ao nascimento de pequenas e médias empresas (PME) prestadoras de serviços. Este empreendedorismo é também fortemente encorajado pelo Estado, que criou uma série de incentivos públicos. Na prática, significa a criação de um tecido
empresarial com necessidades específicas, às quais é preciso dar resposta. “Isto não significa que tenhamos mudado a nossa forma de estar no mercado ou os nossos valores. Temos o nosso foco no cliente, desenvolvemos soluções personalizadas adaptadas às suas necessidades e que melhor se adequam à evolução do seu negócio. Até aqui tínhamos concentrado os nossos
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Vida Empresarial serviços no segmento corporate, grandes empresas, e agora passámos a olhar também com atenção este novo segmento de MPME”, explica António Geirinhas, director-geral da Multitel. Desde 2010 que esta empresa de telecomunicações participada pela Portugal Telecom (40%), pela Angola Telecom (30%) e pelo Banco de Comércio e Indústria (20%) tem registado um grande crescimento na sua operação. “A economia angolana puxa muito por nós”, admite António Geirinhas. “Não há crescimento económico nem desenvolvimento sem telecomunicações, tal como não há sem energia ou sem infra-estruturas básicas. O crescimento que registámos nos últimos anos foi impulsionado pela necessidade de criar condições para que outras empresas se instalassem, com qualidade e com níveis de produtividade interessantes. Por isso, a Multitel tem crescido mais do que a própria economia angolana. Em 2012 crescemos 21% e este ano perspectivamos um crescimento de 18%”, revela o director-geral da empresa.
Crescimento acompanha dinâmica económica A forte expansão do sector bancário e segurador, onde a empresa tem um market share de 52%, tem influenciado o crescimento da empresa de telecomunicações angolana, mas não é o único. “As empresas de construção civil estão hoje presentes em todo o país e as suas operações precisam de suporte das telecomunicações. Também o próprio sector público necessita de redes de dados fortes para a sua operação e modernização. Estou a lembrar-me, por exemplo, da segurança social. Hoje as declarações das empresas para a Segurança Social seguem por via informática, à semelhança do que se faz na Europa. Há sectores que estão claramente à frente, inclusive a própria indústria, que começa agora a despontar. Temos clientes na área automóvel, na distribuição alimentar, entre outros. Temos mais de 400 grandes clientes na nossa carteira, que depois se desdobram em milhares de acessos e serviços que são prestados um pouco por todo o país”, contabiliza António Geirinhas. Apenas o sector petrolífero permanece por conquistar, dada a presença de um outro concorrente. “Quem pensa que o mercado das telecomunicações em Angola não é concorrencial engana-se”, sublinha António Geirinhas. Actualmente, são cinco os
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o que poderemos assistir, isso sim, é a uma re-organização, seguindo a tendência que se verificou noutros mercados de fusão dos operadores”, sustenta o responsável. Poderá a Multitel ser abrangida por esse movimento? António Geirinhas não descarta essa possibilidade. “Há vários cenários que se podem desenvolver”, refere a propósito.
Investimento e expansão geográfica
O crescimento que registámos nos últimos anos foi impulsionado pela necessidade de criar condições para que outras empresas se instalassem, com qualidade e com níveis de produtividade interessantes. Em 2012 crescemos 21% e este ano perspectivamos um crescimento de 18%”, António Geirinhas, director-geral da Multitel operadores licenciados pelo Executivo, a Multitel, a Angola Telecom, a Mercury MS Telecom (grupo Sonangol), a Startel e a ACS Angola Comunicações e Sistemas. Atendendo às caraterísticas do mercado e às ligações accionistas existentes entre algumas empresas, António Geirinhas admite que no futuro haja uma re-organização do sector, o qual poderá implicar algumas fusões ou aquisições. “Não acredito na entrada de mais operadores, com excepção de um terceiro operador de rede móvel, que já é esperado. Neste segmento
O crescimento do volume de negócios e da actividade da empresa tem sido acompanhado também pela realização de investimentos na construção de novas plataformas de serviços, modernização de redes e ampliação e formação do seu corpo técnico. Nos últimos três anos o volume de investimento ultrapassou os 10 milhões de USD e, de acordo com António Geirinhas, o ritmo do investimento deverá manter-se nos próximos anos, “porque a economia assim o exige”, justifica. No final do ano passado, a empresa apostou na abertura de uma filial em Benguela, que foi acompanhada pelo investimento em infra-estruturas de suporte à distribuição dos serviços locais, que irá gerir o mercado do Huambo e Lubango, perspectivando-se a abertura de novas filiais noutras províncias em 2014. A empresa conta com uma rede parceiros e de agentes comerciais, sendo especializada no desenvolvimento de soluções chave-na-mão. António Geirinhas acredita que com a entrada no segmento das MPME será possível construir pacotes de oferta (com voz, dados e internet) que depois serão adaptados a cada um dos clientes. É uma nova forma de trabalhar para uma empresa habituada a responder aos desafios das grandes empresas. “O nosso maior trunfo são os nossos quadros. Somos 125 e apenas três pessoas não são angolanas”. O crescimento da actividade obrigou ao recrutamento de novos quadros, um processo de expansão que ainda está em curso. “Entre 2010 e 2012 sofremos o que se pode chamar ‘as dores do crescimento’. Crescemos muito, o que nos levou a implementar um processo de reorganização interno, com definição de novas competências e formação e capacitação dos quadros para o novo know-how e tecnologias. É um desafio permanente e constante. Vamos continuar a crescer e até ao final do ano seremos 145. Somos já uma grande família”, acrescenta António Geirinhas. #
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Grupo Manuel Serra
Azeite português em expansão
Em 2010 o grupo Manuel Serra apostou forte na internacionalização. Hoje exporta para 32 mercados, produz para 51 marcas próprias, para além das sete do grupo. Angola é paragem obrigatória nesta rota de expansão. T Manuela Sousa Guerreiro | F Bruno Barata/becomm
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grupo Manuel Serra é um dos grupos portugueses mais antigos no sector do azeite. Até 2009 o grupo tinha centrada a sua atenção no mercado nacional, com uma presença externa limitada a seis mercados, sendo que só o Brasil respondia por 90% das suas exportações. A estratégia adoptada para o período 2010-2013 inverteu este quadro, rompeu com tradições e fez do grupo um player mundial do sector. Decisivo foi o investimento na modernização e automatização das duas unidades industriais do grupo e a aposta na implementação de alguns dos principais normativos internacionais de segurança alimentar, como a certificação International Featured Standards (IFS). “O investimento efectuado permitiu-nos aumentar a capacidade de produção diária em 120%. Hoje temos 16 linhas de embalamento e capacidade para 17 mil caixas/ dia. Mas tão importante como a modernização das unidades foi a implementação dos vários requisitos internacionais que nos obrigaram a uma nova re-organização, à formação intensiva dos nossos quadros e à introdução de novos hábitos e métodos de trabalho. Somos mais exigentes com o nosso trabalho e com a qualidade do nosso produto”, explica Joaquim Martins, director de Exportação do grupo. Com o aumento exponencial de produção em vista, o grupo centrou a sua atenção no mercado internacional, “não foi a crise que nos obrigou a focar noutros mercados, até porque continuamos a crescer no mercado
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português, mas sim a nossa ambição de crescer mais. Tínhamos capacidade de produção, logo tínhamos que ter mercado para fazer valer o investimento que foi feito. Na altura traçámos uma estratégia e estabelecemos como objectivo crescer de seis para 20 mercados, até 2013”, sublinha Joaquim Martins. Uma meta superada, já que presentemente a empresa está em 32 países. “Teimosia e persistência”, explicam parte do sucesso. “Em alguns mercados sentimos que entrámos tarde, face à concorrência da Espanha, Itália e Grécia, os grandes produtores mundiais de azeite. Inclusive, em alguns países nem sequer sabiam que Portugal também é um produtor de azeite. Mas apostámos em feiras internacionais
e numa maior divulgação do nosso produto. Uma estratégia que também foi seguida, quase que simultaneamente, por outros grupos portugueses do sector. O que reforçou a imagem de Portugal como produtor de bom azeite”, sublinha Joaquim Martins. Três anos depois, o Brasil continua a ser o mercado número um do grupo, absorvendo 50% das suas exportações. Em segundo lugar surge a França, seguida pela Índia, pelo mercado norte-americano e o Canadá e, em quinto, pelo grupo de países africanos, Angola, Moçambique e Cabo Verde. “Estamos presentes em vários continentes, somos muito fortes na Europa, onde exportamos para quase todos os países. Estamos na Índia, um mercado que constituiu uma surpresa, mas que tem uma classe média em grande crescimento e onde o consumo do azeite está também em forte crescimento. Estamos na Rússia, o nosso sexto mercado, com uma classe média também ela emergente e ávida de novas experiências”, inúmera o director de Exportação.
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Vida Empresarial
Maior produtor mundial de marcas próprias Em três anos o grupo tornou-se o maior produtor mundial de marcas próprias, acompanhando o ritmo de crescimento deste segmento de mercado. “Em França, 67% do azeite já é da marca do distribuidor e, por toda a Europa, esta é uma tendência que está a crescer. Hoje somos capazes de produzir qualquer perfil de azeite que nos seja pedido e, actualmente, já produzimos 51 marcas próprias”, refere Joaquim Martins. Mas são as marcas do grupo que o director de Exportação gosta de destacar. “Temos as nossas sete marcas que exportamos para os 32 mercados, sobretudo a marca Serrata, para um segmento médio, Vila Flor, para um segmento gourmet, e Beirão, um produto mais competitivo em termos de preço”. Em Angola, o grupo entrou de forma mais consistente, há dois anos, com a marca Serrata. As perspectivas de crescimento no mercado são grandes, alicerçadas em parcerias com os grandes grupos de distribuição moderna, como o grupo Kero, o Jumbo ou o sul-africano Shoprite e também na parceria com um importador/distribuidor local. “Definimos Angola como um dos nossos alvos de crescimento para os próximos anos. Entrámos no mercado há dois anos com uma enorme vontade de crescer e de
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crescer rapidamente e fomos obrigados a desacelerar e a rever a estratégia. Foi preciso deixar que o país desenvolvesse a sua infra-estrutura rodoviária e ferroviária e de distribuição. E neste ponto de vista é um país que se desenvolve muito rapidamente. Tivemos uma primeira experiência com um parceiro local que não correu bem. Estamos em negociações com vários importadores/distribuidores e esperamos até
cado. Numa segunda fase estabelecemos parcerias com grandes distribuidores/importadores. Em Angola é o que está a acontecer. Muito possivelmente, dada a dimensão do país, iremos estabelecer mais do que uma parceria, uma para a região de Luanda e norte e outra para o mercado de Benguela e Lobito”, explica Joaquim Martins. O grupo afasta a possibilidade de investir numa plataforma de distribuição própria, “uma estratégia que talvez há uns anos fizesse sentido mas, hoje com o desenvolvimento do mercado e com o surgimento de actores locais com capacidade e conhecimento do país, não faz sentido”, justifica o director de Exportação. Para o grupo Manuel Serra, Angola pode ser também uma plataforma de entrada noutros países. O grupo olha com atenção para a África do Sul, para a Namíbia ou para o Botswana. Para além da posição geográfica estratégica, a parceria com o grupo sul-africano Shoprite pode estender-se a outras latitudes. “Temos parcerias com os grandes grupos mundiais como o Carrefour, França, o Aldi, Alemanha, o Walmart, EUA. Gostaríamos de aprofundar e alargar a parceria também com esta rede de moderna distribuição sul-africana, seja com as nossas marcas seja com a criação de marcas próprias”, refere Joaquim Martins. Enquanto perspectiva sobre o futuro, o director de Exportações olha também para o presente. O ano passado as exportações do grupo absorveram 50% da produção e valeram mais de 32 milhões de euros. Em 2013 as exportações vão continuar a cres-
Em Angola, o grupo entrou de forma mais consistente, há dois anos, com a marca Serrata. As perspectivas de crescimento no mercado são grandes, alicerçadas em parcerias com os grandes grupos de distribuição moderna ao final do ano firmar um acordo”. Este é um factor estratégico para conseguir chegar aos grandes mercados distribuidores. Afinal, é preciso não esquecer que apenas uma pequena parte da população do país se abastece em lojas convencionais, não obstante o grande impulso que o sector tem vindo a conhecer nos últimos anos. “Estamos, no fundo, a seguir a estratégia que adoptámos no Brasil. Aqui também entrámos com as grandes redes de supermer-
cer, ultrapassando, pela primeira vez, o mercado nacional (no primeiro trimestre do ano 60% da produção foi para os mercados externos e a tendência deverá manter-se, apesar do mercado nacional também continuar a crescer). Para esta inversão da balança irão contribuir, pela primeira vez, os mercados árabes para onde o grupo começa a preparar a exportação. Mais um ponto numa rota de expansão que já dá a volta ao mundo. #
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Grupo Elevo Construção ganha novo player com dimensão O processo de fusão da Edifer, Hagen, Monte Adriano e Eusébios deu origem a uma nova construtora, com dimensão para avançar para o mercado internacional. As atenções do Grupo Elevo estão centradas nos dois lados do atlântico, mas é Angola que assume, por enquanto, o protagonismo. T Manuela Sousa Guerreiro | F Bruno Barata/EDITANDO
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ob o comando de Pedro Almeida Gonçalves, o Grupo Elevo começa a delinear a sua estratégia de actuação. “Internacionalização”, “construção”, e “parcerias” são os elementos-chave para perceber como aquele que é o quarto maior grupo de construção em Portugal vai actuar. A nova marca foi apresentada ao mercado em meados de Maio, mas o processo que irá levar à fusão das quatro construtoras começou ainda em 2011, no seio da Vallis. Em conjunto com alguns quadros com experiência no sector da construção, esta private equity decidiu arrancar no final de 2011 com um projecto que associasse a vertente de consolidação do sector da construção em Portugal, com a criação de um grupo com músculo para se tornar um player internacional, perspectivando, desta forma, a recuperação de algumas empresas que começavam a entrar numa situação económica e financeira difícil, devido à contracção do mercado português de construção e obras públicas. “Este é um projecto consensual que envolveu três partes: os promotores do projecto, as entidades financiadoras e os accionistas das empresas. O primeiro passo foi dado em Março de 2012, com o acordo de aquisição da Edifer. Em Agosto foram adquiridas a Hagen e a Monte Adriano e, finalmente, em Dezembro do ano passado foi comprada a Eusébios”, conta o presidente do Grupo Elevo. Para Pedro Almeida Gonçalves estes são os três milestone que permitem “virar a página e entrar em 2013 com massa crítica
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mínima em termos de grupo. E o que é que isto significa? Por um lado, ter um conjunto de competências técnicas ao nível dos recursos humanos e de equipamentos que nos permitem cobrir todas as valências da actividade de construção e engenharia com recursos próprios. Por outro, ter expressão em alguns mercados o que nos catapulta já para o processo de internacionalização”, explica. Hoje o Grupo Elevo tem uma carteira de encomendas de cerca de 900 milhões de euros, 75% a nível internacional, projecta um volume de negócios para 2013 na ordem dos 600 milhões de euros e emprega 4500 trabalhadores (3200 dos quais fora de Portugal).
Projecto ‘Integrar’, com fusão em mente O processo de fusão das quatro entidades, que na verdade representam um universo empresarial de 174 entidades (contando com as participações), não está ainda concluído. “Começámos por criar sinergias internas. No início deste ano unificámos, em Portugal, o centro corporativo - recursos humanos, jurídicos, contabilidade, financeiro, sistemas de informação, etc.. Hoje existe uma única entidade que presta serviço a todas as empresas. Unimos a área de aprovisionamento e também a área de estudos e propostas técnico-comercial, passando a alinhar a estratégia comercial. Unificámos a estrutura de produção e temos uma hierarquia de topo que é comum
Europa • Portugal 29% Senegal
Colômbia
Camarões
Emirados Árabes Unidos Arábia Saudita Timor Leste
Prospecção comercial
América Latina • Brasil 2,8% • Venezuela 10%
África • Cabo Verde 4% • S.Tomé e Príncipe 0,2% • Angola 41% • Moçambique 10% • Marrocos 2% • Argélia
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Vida Empresarial às várias empresas, apesar de cada uma delas manter os seus órgãos de decisão. As quatro entidades continuam a operar com a sua designação porque juridicamente são quem ainda detém os alvarás. Passada esta primeira fase de integração operacional, vamos avançar para a fusão propriamente dita. Mas, antes, terá que haver uma reorganização interna de cada uma das quatro estruturas empresariais, que representam no seu conjunto 176 empresas”, reforça Pedro Almeida Gonçalves. Assim, todas as participações e empresas que não estejam ligadas à construção, actividade onde o grupo se irá focar, como sejam as áreas de imobiliário ou as concessões rodoviárias e na área da saúde, serão alienadas.
Prioridade às parcerias O grupo Elevo elegeu como mercados prioritários os países situados no eixo Atlântico. De um lado os países da América do Sul e Central e do outro África, continente visto como um todo, mas onde Angola, Moçambique e Cabo Verde assumem, naturalmente, o seu protagonismo. Em particular Angola, mercado que será responsável por 41% do volume de negócios do grupo este ano e que emprega 53% da sua força de trabalho. “Em Angola vamos operar com a Edifer Angola, Tecnasol Angola, Edimetal Angola e Construções Fortaleza, onde existe uma parceria com o grupo GEMA. Uma parceria que se mantém e que foi reforçada o ano passado, tendo o grupo angolano uma participação de 50% da empresa. Este grupo de empresas manter-se-á já que nos tem dado provas da sua capacidade de crescimento e reforço do negócio. Quanto às outras empresas, vamos arrancar com um processo de integração operacional semelhante ao que está em curso em Portugal, ou seja, ter uma estrutura comum de apoio e back office financeiro, mantendo, para já, as marcas que têm os seus contratos. Em Angola estamos a caminhar para operar com dois grupos empresariais: Edifer/ GEMA e Elevo”, avança Pedro Almeida Gonçalves. A criação de parcerias com agentes locais será, na medida do possível, a linha estratégica de actuação do grupo Elevo. Já é assim em Angola, em Moçambique e também na Venezuela, mercado onde a construtora ganhou um “grande contrato” e tem perspectivas interessantes de novas adjudicações. “Neste país vamos avançar com a criação de uma empresa especializada em
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“Em Angola estamos a caminhar para operar com dois grupos empresariais: Edifer/GEMA e Elevo”, Pedro Almeida Gonçalves, presidente do Grupo Elevo
geotecnia e fundações, em parceria 50/50 com uma empresa local”, revela o presidente do Grupo Elevo. Do lado de lá do Atlântico, o Brasil é outro mercado-chave para o grupo, onde está presente nas actividades de geotécnia e fundações, estradas e pavimentação. Colômbia, Senegal, Camarões, Gabão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Timor são
Indicadores 2013 Volume de negócios
600 ME Margem EBITDA
9% (aprox.) Resultado líquido
break even (aprox.) Colaboradores
4491 (Março 2013) Carteira de encomendas
> 900 ME Presença Internacional
Europa, África e América do Sul
outros mercados em prospecção comercial. “Em termos de volume de negócio, África manter-se-á como o grande motor no horizonte mais próximo. Mas a América Latina deverá registar um forte crescimento”, perspectiva Pedro Almeida Gonçalves. Olhando para o futuro, o gestor revela que daqui a um ano “gostaria de ver o processo de ajustamento do grupo em Portugal terminado, com uma equipa mais pequena do que aquela que resultou da soma das quatro empresas, mais coesa, com uma estrutura vocacionada para suportar a actividade internacional. Daqui a um ano quando estivermos a olhar para perspectivas futuras provavelmente estaremos a olhar para a 80 a 90% da nossa actividade fora de Portugal”, arrisca. Até lá Pedro Almeida Gonçalves espera também ter estabilizadas as questões críticas de natureza financeira e regularizadas as dívidas com fornecedores. Relativamente à actividade, “ter, para além de Angola, mais um ou dois mercados em produção e não apenas em desenvolvimento. Neste horizonte de curto prazo não me move um objectivo de grande crescimento, antes de consolidação e estabilização deste projecto”, conclui. #
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Vida Empresarial
Onebiz Empreendedorismo angolano faz crescer franchising Líder em Portugal na oferta de serviços empresariais em franchising, o grupo Onebiz quer expandir a actividade em Angola. Seis das suas marcas já têm parceiros locais. T Manuela Sousa Guerreiro | F DR
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dinâmica e o empreendedorismo da iniciativa privada angolana fazem prever o crescimento transversal da actividade económica do país. Para além da indústria ou da agricultura, também os sectores dos serviços e do comércio começam a fervilhar de novas iniciativas, já que o mercado e os consumidores estão receptivos a novas marcas, a novos produtos e serviços. O crescimento das redes de franchising é um sinal visível desta nova dinâmica. “O mercado está muito receptivo a receber marcas de qualidade. A abertura de centros comerciais é uma necessidade do mercado e representa uma oportunidade para o franchising”, re-
fere Pedro Santos, administrador do grupo Onebiz, líder em Portugal na oferta de serviços empresariais em franchising. Angola é já um mercado de referência para o grupo português, onde seis das suas marcas estão presentes. “A Esinow tem uma actividade local há 10 anos, em parceria com a SOF Consulting. A NBB resulta de uma parceria com a consultora GDS. A Elevus está a ser implementada com parceiros portugueses residentes em Angola. A Morangos vai abrir a primeira creche/jardim de infância com uma empresária angolana, estando prevista a abertura de outras dez unidades nos próximos anos. Estamos ainda no mercado com a Acountia e com a 4Best, que estão a ser desenvolvidas também por empresários locais”, inúmera Pedro Santos. O empresário reconhece que nos últimos anos este mercado tornou-se estratégico e de forte enfoque para o desenvolvimento do grupo. “As marcas Esinow e NBB estão no mercado há vários anos e estão devidamente consolidadas. As outras quatro estão em fase de implementação. A nossa intenção é colocar todas as nossas marcas no mercado”, revela o administrador e fundador do grupo. Para Pedro Santos este modelo de negócios
Pedro Santos, administrador do Grupo Onebiz, com Claver Furtado, master Acountia, e com Maria Romulo, master Morangos, no lançamento oficial dos masters, que coincidiu com a realização da 1º Feira do Empreendedorismo, onde a empresa portuguesa esteve presente.
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em Angola vai conhecer um forte crescimento nos próximos anos. O empresário faz o paralelismo com a evolução do franchising em Portugal: “olhando para o exemplo de Portugal, onde hoje existem mais de 500 marcas de franchising a operar, que empregam mais de 70 mil pessoas e cujo
“O mercado está muito receptivo a receber marcas de qualidade. A abertura de centros comerciais é uma necessidade do mercado e representa uma oportunidade para o franchising”, Pedro Santos, administrador do grupo Onebiz volume de negócios representa 3% do PIB, quando nos anos 90 era ainda um mercado que se estava a iniciar. O mesmo irá ocorrer em Angola nos próximos anos”, defende. Existe apetência do mercado, legislação adequada, sendo agora fundamental “a informação e formação dos empreendedores” para que esse crescimento se concretize. No final deste ano, a operação no mercado angolano deverá ser responsável por mais de 15% da facturação do grupo. Para os próximos anos a meta é duplicar esta percentagem. De acordo com o administrador da Onebiz, os segmentos que têm maior potencial de crescimento são a educação (Morangos), contabilidade (Acountia), formação (Elevus), para além das áreas de serviços de créditos e seguros (Exchange), obras e reparações (Imo24h), estética (Legs&Nails) e saúde (Sensil). #
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Mondo Portugal A crescer com o desporto angolano A Mondo Portugal é a empresa responsável pela montagem dos pavimentos nos três pavilhões que serão palco do Campeonato do Mundo do Hóquei em Patins, que se realiza no próximo mês de Setembro em Angola. T Manuela Sousa Guerreiro | F DR
De Cabinda a Ondjiva
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ngola já começou a contagem decrescente para o arranque do 41º Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins. Os três palcos do espectáculo – pavilhão Arena em Luanda, e os pavilhões no Namíbe e em Malange – estão a ser construídos em tempo recorde. Uma empresa portuguesa está envolvida neste que é o primeiro mundial de Hóquei a realizar-se no continente africano. À Mondo Portugal, filial da italiana Mondo, líder mundial na área do fabrico de pavimentos desportivos, cabe “montar o palco”. A empresa irá fornecer e colocar os pavimentos (mais de quatro mil m2 de pavimento desportivo), os assentos (só o pavilhão Arena, em Luanda, terá uma capacidade para 12 mil espectadores) e também toda a parte electrónica, que envolve sistemas de marcadores, placardes, som, entre outros. “Este é um grande desafio e uma grande responsabilidade, mas também uma prova da confiança que o Governo angolano depositou em nós e no nosso trabalho”, sublinha Carlos Paixão, director geral da Mondo Portugal. O empresário é a voz, a alma e o motor des-
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-estruturas desportivas. “Esta empresa passou a ser o nosso distribuidor privilegiado no mercado. É uma empresa de direito local, com capacidade e recursos humanos para fazer a instalação dos diferentes tipos de equipamentos desportivos e para prestar o serviço pós-venda, que é uma área fundamental e crítica”, sublinha Carlos Paixão. O empresário justifica a aposta pelo potencial de crescimento do mercado na área do desporto. “Tenho para mim que Angola sabe muito bem o que quer no desporto e tem tudo para se tornar um grande player africano neste domínio”, constata Carlos Paixão. A realização do Mundial de Hóquei, a recente Taça das Nações Africanas, sem esquecer as várias edições do Afrobasket, são exemplos da vocação angolana para o desporto. “Angola neste domínio tem o que é essencial: capacidade financeira para edificar as infra-estruturas e os equipamentos necessários, um clima extraordinário para a prática desportiva e uma população jovem muito receptiva ao desporto. Só para dar uma ideia, se abrir um clube de atletismo, no dia a seguir tem 500 miúdos a correr”, sustenta.
ta pequena/média empresa portuguesa. Em sua opinião, este contrato é também o culminar de três décadas de dedicação e trabalho na área do desenvolvimento das infra-estruturas desportivas em Angola. “Fui para Angola há 30 anos, movido pelo impulso de sentir o país onde cresci e vivi até aos 18 anos. Fui também para ver como estava o desporto angolano, o que havia de infra-estruturas desportivas e, a partir daí, fui construindo relações”, explica. Ao longo destes anos, trabalho foi o que nunca lhe faltou, pese embora a instabilidade que o país viveu. Três décadas de trabalho em crescendo, que culminaram, há quatro anos, na criação de uma estrutura local: a Playgroup Angola, uma empresa também ela dedicada, sobretudo, à área das infra-
A actividade empresarial já o levou a várias províncias angolanas. Cabinda é a província que divide a atenção e o trabalho com a capital Luanda. E não é por mero acaso que é a ‘sede’ da Playgroup, já que é uma das províncias do país que hoje tem melhores infra-estruturas para a prática desportiva. “Estamos a fazer um trabalho muito interessante em Cabinda. Estivemos envolvidos na reabilitação do Estádio do Tafe e na construção do campo de futebol do Chibobo. Estamos agora a trabalhar em conjunto com o governo provincial num projecto de manutenção de infra-estruturas, que envolve a formação de recursos locais”, conta Carlos Paixão. Em Luanda são várias as obras onde Carlos Paixão e a dupla Mondo/Playgroup, estão envolvidos. Com o Mundial de Hóquei, as províncias do sul do país começam a ganhar algum protagonismo na carteira de obras de ambas as empresas. Para a Mondo Portugal, Angola é hoje um mercado-chave. Uma importância que se reflecte também nas contas da empresa, que tem neste país o grosso do seu volume de negócios. #
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Breves empresariais
Sonangol emite dívida
Kero, marca de excelência em Angola
A Sonangol, Sociedade Nacional de Petróleos de Angola, vai emitir dívida a cinco anos no valor de 1,9 mil milhões de euros, numa operação mediada pela financeira Standard Chartered, noticiou a agência Bloomberg, citando duas fontes conhecedoras da operação. De acordo com a agência de notícias norte-americana, a Sonangol deverá finalizar o negócio no final de Junho e vai pagar juros três pontos percentuais acima da taxa interbancária praticada em Londres. A emissão de dívida deste mês segue-se a uma outra feita em Setembro do ano passado, no valor de 1,1 mil milhões de euros, também mediada pela Standard Chartered.
A rede de hipermercados angolana Kero foi distinguida pela Superbrands como marca de Excelência em Angola, na 3ª gala realizada pela entidade, e que todos os anos identifica as marcas angolanas que mais se destacam no panorama empresarial do país. João Santos, director-geral do Kero, referiu que “o Kero pretende que os seus clientes tenham acesso ao maior número de bens pelo menor preço, quer dar-lhes garantias de qualidade nos produtos vendidos nas suas lojas, uma vez que as pessoas precisam de sentir confiança naquilo que compram para poderem voltar. A todos estes fatores ainda juntamos uma preocupação enorme em relação ao atendimento e, para isso, apostamos muito na formação dos nossos colaboradores. Através de todos estes factores que mencionei, construímos a marca Kero, uma marca angolana que nos deixa a todos muito orgulhosos.” As marcas foram analisadas de acordo com os seguintes parâmetros: familiaridade, relevância, satisfação, lealdade e comprometimento.
Baptista da Costa & Associados vence concursos A consultora portuguesa Baptista da Costa & Associados venceu dois concursos de auditoria em Angola. Os projectos envolvem investimentos públicos na ordem dos 115 milhões de euros, um na área da saúde e outro na área das águas e saneamento. Luís Rosa, sócio da consultora, em declarações à agência Lusa, explicou que a auditoria destes projectos “é muito exigente e rigorosa”, sendo financiados pela IDA - Agência Internacional para o Desenvolvimento, do Banco Mundial (BM), e envolvendo um investimento público a médio e longo prazo de mais de 150 milhões de dólares (115 milhões de euros). “Os dois projetos que a BA vai auditar envolvem a construção física de infra-estruturas, o que constitui um desafio ainda maior do que aquele que envolve alguns projetos que têm a ver apenas com estudos”, diz o responsável da empresa, que actua em Angola também nas áreas do gás natural e do petróleo.
AIP distinguida na Feira ‘Ambiente Angola 2013’ A Fundação AIP, através da AIP Feiras Congressos e Eventos, foi galardoada com o prémio de melhor participação internacional na Feira ‘Ambiente Angola 2013’, organizado pela FIL de Luanda e pelo Ministério do Ambiente de Angola, que teve lugar de 31 de Maio a 2 de Junho, nas instalações da Filda, em Luanda. O pavilhão de Portugal, organizado pela Fundação AIP, contou com a presença das empresas Coba, Decflex, Hubel, Tecnilab e Valcon, que puderam constatar as imensas oportunidades que o mercado angolano apresenta neste momento para a área dos projectos de ambiente.
Grupo CESO atinge novo máximo O Grupo internacional de consultoria e prestação de serviços, CESO, com empresas em Portugal, Angola e Moçambique, e cuja actividade se desenvolve, quase exclusivamente, nos mercados internacionais, atingiu em 2012 um novo máximo, que se situou nos 8,1 milhões de USD. Em 2012, a CESO registou um volume de vendas na ordem dos 6 milhões de USD, o que corresponde a um aumento superior a 30% face ao ano transacto. O principal mercado da empresa em 2012 foi o Brasil, tendo Angola
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ocupado a segunda posição. A Comissão Europeia continua a ser o principal cliente da empresa, fruto de contratos plurianuais de assistência técnica em sectores tão diversos como o Planeamento (Brasil e Angola), Energia (Moçambique), Actores Não‐Estatais (Guiné‐Bissau), Saúde (Moçambique) e Comércio Internacional (Angola e São Tomé e Príncipe). De realçar que a CESO concluiu recentemente o Plano Nacional de Formação de Quadros para a Casa Civil da Presidência da República de Angola.
Angola-Telecom com fibra no Huambo
A Angola-Telecom controla actualmente mais de 17 mil ligações telefónicas, contra as quatro mil em 2011, na província do Huambo. A entrada em funcionamento da fibra óptica, ampliou a capacidade de ligações e melhorou as transmissões, uma vez que até então as ligações eram feitas por via satélite, situação que causava constrangimentos, sobretudo na época das chuvas.
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Breves empresariais
LN Group a crescer A LN Moldes, que faz parte do LN Group juntamente com a LN Plás e a TPS – moldes, plásticos e engenharia –, registou um crescimento de cerca de 75% em termos de volume de negócios e cerca de 26% nos resultados líquidos, distribuídos pelos seguintes segmentos de mercado: 65% indústria automóvel, 15% embalagem, 15% indústria eléctrica e electrónica e os restantes 5% repartidos pelos sectores alimentar e farmacêutico. A LN Moldes é uma empresa certificada pela norma ISO 9001:2008 e especializada na concepção e produção de moldes técnicos de alta precisão para injecção de termoplásticos de dimensões pequenas e médias, tem uma capacidade de produção situada em 110 moldes por ano e emprega 160 pessoas. Em 2013, a empresa prevê crescer cerca de 6%, com uma rentabilidade líquida que espera ser superior em 10% face a 2012.
Mota-Engil quer aumentar obras em África A construtora portuguesa Mota-Engil prevê ganhar obras num valor superior a 3,8 mil milhões de euros em África, disse o presidente executivo da empresa, Gonçalo Moura Martins, à Agência Bloomberg. “Os resultados do primeiro trimestre permitem-nos reafirmar todas as nossas previsões para este ano e reforçar a nossa expectativa de cumprir o plano estratégico” da empresa, acrescentou o responsável. De salientar que a empresa registou um resultado líquido de 5,5 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 22,4% face ao mesmo período no ano trasacto. Nos primeiros três meses do ano, o volume de negócios atingiu o montante de 471 milhões de euros, o que representou um crescimento de 2,7% face ao registado em igual período do ano anterior, que é atribuído ao bom desempenho verificado nos mercados de África e América Latina, que cresceram 5,2% e 55,9%, respectivamente. Estes dois mercados têm reforçado o peso na facturação do grupo, tendo representado, no primeiro trimestre de 2013, mais de 55% da actividade total.
Fidelidade aposta no mercado angolano A companhia de seguros Fidelidade, através da sua participada Universal, lançou a sua primeira operação de seguro por telefone em Angola, o “UNiAUTO”. Esta oferta pioneira de seguro automóvel permite a cobertura da totalidade do território de forma fácil e eficaz para os clientes e vai ser complementada com a criação de uma rede de centros de atendimento. O UNiAUTO está apenas disponível através do seguinte telefone: 226 434 555. Pedro Mantorras, ex- jogador da seleção angolana de futebol e do Benfica, é o rosto da campanha de lançamento. A oferta da seguradora compreende cerca de 40 produtos, do ramo Vida a Não Vida, entre os quais os seguros automóvel, de acidentes de trabalho, responsabilidade civil, riscos industriais e comerciais, obras, transportes, assistência, saúde, entre outros. A Fidelidade tem como objectivo para 2013 alcançar um crescimento de dois dígitos em Angola.
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Agenda Feiras Angola FILDA
Data: 16 a 22 Julho 2013 Local Instalações da FIL,
Estrada Catete - Luanda 30ª Edição - “Os Desafios da Atracção do Investimento: Estratégia, Legislação, Instituições, Infra-estruturas e Recursos Humanos”
Angola Sport Show
Data 19 a 23 Setembro 2013 Local Luanda
1ª Edição da Feira dos Desportos de Angola
Energia e Águas de Angola Data 25 a 28 Setembro 2013 Local Luanda
1ª Edição da Feira Internacional de Energia e Águas de Angola
FIMA - Feira Internacional de Minas de Angola Data 3 a 6 de Outubro 2013 Local Instalações da FIL,
Estrada Catete - Luanda
Projekta by Constrói Angola Data 24 a 27 de Outubro de 2013 Local FILDA, Estrada Catete - Luanda
O maior evento orientado para o sector da Construção e Materiais de Construção.
Feiras PORTUGAL FIA (Feira Internacional de Artesanato) Data 6 a 14 de Julho de 2013 Local FIL (Parque das Nações)
A Feira Internacional de Artesanato de Lisboa apresenta uma ampla oferta em produtos artesanais de mais de 40 países. Alimentos arte, decoração, lar, moda, acessórios, gastronomia, objectos decorativos e produtos artesanais.
SIL - Salão Imobiliário de Lisboa
Data 9 a 13 de Outubro de 2013 Local FIL Feira Internacional de Lisboa
(Parque das Nações) Feira anual que atrai visitantes profissionais e o público em geral, que procuram propriedades, casas de veraneio e oportunidades de investimento no sector de imóveis de Portugal.
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Sociedade
Confederação Empresarial Em defesa dos negócios em língua portuguesa A Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) quer alargar as suas fronteiras, aumentar o número de associados e dinamizar o tecido empresarial da CPLP com novos e arrojados projectos. T Andreia Seguro Sanches/Manuela Sousa Guerreiro | F DR
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Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) quer criar a marca CPLP, um rótulo de origem que irá certificar os produtos lusófonos e facilitar a entrada destes nos vários mercados. “Não se trata de criarmos produtos novos mas, antes, rotular os que temos ao abrigo de um enquadramento jurídico comum aos países que integram a Comunidade. O projecto foi aprovado em reunião da CE-CPLP e será discutido no encontro empresarial da CPLP que se realiza em Julho, em Maputo”, revelou à revista Negócios José Medina Lobato, secretário-geral da Confederação. Este é um dos projectos mais recentes defendidos pela CE-CPLP, o braço empresarial da CPLP. A CE-CPLP ganhou um novo impulso no final de 2012, depois de uma mudança de estatutos. A ‘nova’ CE-CPLP
está mais abrangente, quer nos agentes económicos que pretende atrair quer nos mercados-alvo a que a organização quer chegar. “A organização nasceu em Junho de 2004, então como Conselho Empresarial, em Dezembro de 2009 evoluiu para Confederação empresarial e em Outubro de 2012 entrou numa nova etapa. As alterações introduzidas nos estatutos vão no sentido de a tornar mas abrangente e flexível. Queremos conquistar o tecido empresarial
“O nosso objectivo último é o de facilitar os negócios em língua portuguesa”, José Medina Lobato, secretário-geral da CE-CPLP
José Medina Lobato, secretário-geral da Confederação, com o Presidente da República de Portugal e com Carlos Simbine, Presidente da CE-CPLP, durante a reunião ordinária da Assembleia Geral e Direcção da Confederação Empresarial.
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(empresas, associações empresariais, associações industriais, etc) dos oito países membros da CPLP, mas não só. Queremos convidar também o tecido empresarial dos países observadores da CPLP (Guiné Equatorial, Senegal, Ilhas Maurícias e a região de Macau) e queremos também aproximar a CE-CPLP das organizações regionais que integram países membros da CPLP”, explica José Medina Lobato. No fundo, trata-se de abrir a CE-CPLP ao mundo, se tivermos em linha de conta que os países da CPLP estão espalhados por quatro continentes e cada um integra, se não várias, pelo menos uma organização regional local. “São mercados com elevadíssima capacidade de desenvolvimento e com forte necessidade de investimento, o que possibilita mais-valias para todos os empresários. São novos horizontes de negócio que se abrem, novos mercados onde os produtos lusófonos podem passar a ser apreciados”, referiu o secretário-geral da CE-CPLP. A par da perspectiva de incremento dos fluxos comerciais, acresce o facto de estes mercados beneficiarem de acordos regionais de comércio que favorecem as trocas económicas nessas regiões e que constituem factores importantes de competitividade económica para a inserção das empresas. “O nosso objectivo último é o de facilitar os negócios em língua portuguesa”, sustenta o secretário-geral da CE-CPLP. Mas antes é preciso aumentar a cooperação, estimular a parceria entre instituições lusófonas, promover a partilha de informação e de acções que concorram para a melhoria do ambiente económico e empresarial na CPLP. José Medina Lobato salienta, ainda, a importância do diálogo e da convergência política entre os Estados membros mas sublinha que as empresas e os empresários têm um importante papel a desempenhar. #
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Bienal de Veneza
Pavilhão de Angola conquista Leão de Ouro O Leão de Ouro da Bienal de Arte de Veneza para a melhor representação nacional foi atribuído ao Pavilhão de Angola, que se faz representar este ano pela primeira vez naquela que é considerada a mais importante bienal de artes plásticas do mundo. Até 24 de Novembro de 2013, vai ser possível visitar as duas exposições angolanas, que estão instaladas no palácio Cini, um edifício histórico que acolhe uma colecção de arte e mobiliário renascentista. No Pavilhão de Angola, da responsabilidade do Ministério da Cultura em parceria com a ENSA, Seguros de Angola, S.A., o visitante encontra duas exposições: ‘Luanda, Cidade Enciclopédica’, que inclui 23 fotografias de Edson Chagas e é comissariada por Paula Nascimento e Stefano Pansera, e ‘Angola em Movimento’. A exposição de pintura e escultura ‘Angola em Movimento’ - cujo curador é o artista Jorge Gumbe - é totalmente constituída por obras da colecção da ENSA e inclui pinturas e esculturas de artistas como Francisco Van-Dúnem, António Ole, Fineza Teta e Marco Kabenda, entre outros. O fotógrafo Edson Chagas foi um dos seis artistas angolanos que no início do ano expôs em Lisboa, no Museu Berardo, na mostra No Fly Zone. Seis curadores vindos de vários continentes – Jessica Morgan (Reino Unido), Sofía Hernández Chong Cuy (México), Francesco Manacorda (Itália), Bisi Silva (Nigéria) e Ali Subotnick (Estados Unidos da América) – compuseram o júri internacional desta 55ª bienal, na qual participam 88 países, incluindo Portugal, que apresentou o projecto Trafaria Praia, da artista Joana Vasconcelos: um antigo cacilheiro convertido em pavilhão flutuante e cujo exterior foi revestido a azulejos pintados à mão. # Marcos Kabenda, Quadro 8, 1995 (porm.), Colecção ENSA
Instituto dos Pupilos do Exército
Educação sob o lema ‘Querer é poder’
O Instituto dos Pupilos do Exército (IPE) é um estabelecimento militar vocacionado para a educação de jovens, onde são ministrados o Ensino Básico (2.º e 3.º ciclos) e o Ensino Secundário (Ensino Profissional) a cerca de 230 educandos, em regime de internato e externato. Com mais de 100 anos de experiência e sob
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o lema “querer é poder”, o IPE é uma referência no actual panorama educativo português. Os alunos desenvolvem actividades de carácter físico, desportivo e cultural, que complementam a formação baseada no compromisso com o espírito de grupo, camaradagem, o rigor e a honra, continuamente fortalecidos, ao longo de anos, pelas referências comportamentais pró-sociais de ética e cidadania. O ingresso no IPE está aberto, sem qualquer tipo de exclusividade, a todos os jovens em idade escolar, provenientes de todas as regiões de Portugal e mesmo de outras nacionalidades, designadamente dos PALOP, o que lhe confere, em termos relacionais, um carácter agregador e transnacional. A admissão de alunos(as) faz-se para o 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico (do 5º até ao 9º Ano), e para o Ensino Secundário por ma-
trícula no 1º ano dos Cursos Profissionais (10º ano de escolaridade), funcionando a frequência destes cursos em regime de internato (sexo masculino) e ainda em regime aberto (tanto para o sexo feminino como masculino). No Ensino Profissional são ministrados diversos Cursos, em que as competências profissionais desenvolvidas são devidamente certificadas, e que proporcionam uma intensa experiência com meios técnico-pedagógicos.
Condições gerais de admissão Ter condições físicas e psicotécnicas; ter os conhecimentos literários (Português e Matemática) necessários à frequência do ano de escolaridade a que o aluno se candidata, comprovados em provas de admissão. #
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A simbiose perfeita de
Waldemar Bastos Com várias distinções no currículo, alguns álbuns editados, milhares de discos vendidos e centenas de concertos por todo o mundo, o cantor angolano Waldemar Bastos está a comemorar 30 anos de carreira. Em Novembro sobe ao palco do CCB. T ANDREIA SEGURO SANCHES | F DR
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onhece de cor a cartilha da música africana, pisou caminhos pouco conhecidos por outros artistas angolanos, lutou por regras e abalou o panorama musical. Com mais de três décadas de carreira, Waldemar Bastos viu recentemente, mais uma vez, o seu talento reconhecido. ‘Sofrimento’, do álbum ‘Petraluz’ (1997) foi o tema que valeu ao músico a segunda posição na categoria World do International Songwritting Competition.
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Este é um evento anual de músicos e letristas cuja missão é dar a oportunidade a novos ou reconhecidos talentos de ver as suas músicas ouvidas num contexto internacional, no qual concorreram este ano 20 mil músicos de todo o mundo. A competição foi ganha pela israelita Mira Awad, com o tema ‘Bahlawn – Acrobat’, e em terceiro lugar ficou o norte-americano Dachee, com ‘Boom Boom’. Waldemar Bastos agradeceu a Deus, aos amigos, aos fãs, aos amantes da música em geral e a Angola. “Esta caminhada e estes prémios são o reconhecimento de um longo trabalho, sempre a partir pedra. E é bom sentir que apesar das grandes tempestades em alto mar, algumas em que o casco arrombou completamente e que eu nem sabia se chegava a terra, cheguei a bom porto. O esforço e a dedicação valeram a pena. Tudo porque acredito que Deus me abençoou, me protegeu e me fez apreender muita coisa. Superei a inveja e a calúnia. Sinto que sou um indivíduo a quem Deus deu um dom. Sou um privilegiado por chegar a esta altura da minha carreira com tanta bagagem e tantos momentos especiais vividos. Sou grato a todos os que participaram na minha trajectória, sobretudo aos meus fãs,
que são o meu grande motor. Dizem que a minha música cura as pessoas e que as tira da depressão. Este é o sucesso número um, mais do que as distinções”, reconheceu. O júri do International Songwritting Competition foi constituído por um painel de 40 músicos, entre os quais Tom Waits, Jeff Beck, Robert Smith, Anoushka Shankar, McCoy Tyner, Alejandro Sanz, Suzanne Vega e Bill Evans, e 22 personalidades da indústria discográfica. Mas o reconhecimento não se fica por aqui. O álbum ‘Classics of My Soul’, licenciado pela editora ENJA RECORDS (Matthias Wincklemann), produzido por Derek Nakamoto e gravado em Londres e Los Angeles, em 2012, foi considerado como um dos álbuns do ano na categoria de World Music para o jornal francês Libération. O trabalho, que foi lançado o ano passado nos Estados Unidos da América e na Europa, é o resultado de um sonho antigo do músico de “casar” os sons e etnografias de África, recuperando clássicos da música angolana, ao pendor e composição da música clássica europeia. Para isso, escolheu algumas músicas mais ‘clássicas’ de Angola, algumas que também fazem parte do seu repertório, e vestiu-as com os ornamentos da música
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Cultura clássica ocidental com a ajuda da Orquestra Sinfónica de Londres, dirigida por Nick Ingman. “Mostrei que é possível trabalhar estes dois estilos musicais em conjunto, harmoniosamente e salutarmente, numa simbiose perfeita, sem nenhuma perder a sua identidade” explicou. Para que o projecto fosse avante foi necessário encontrar parceiros que estivessem “dentro da mesma frequência” como foi o caso de Derek Nakamoto, o artista por quem Waldemar Bastos nutre grande respeito, carinho e admiração. “Sem dúvida o artista com quem trabalhei que mais me marcou, porque fazer um disco desta dimensão sem nenhuma discussão é realmente nobre. Tivemos muita paciência e abordámos os temas e os momentos mais difíceis de forma muito delicada”, disse.
‘A música é algo tão importante como respirar’ Waldemar Bastos nasceu perto da fronteira com o Zaire em N’Banza Congo, uma pequena cidade que foi a primeira capital do antigo reino de Angola, em1954. A música entrou na sua vida desde cedo, por influência do pai que era organista de música sacra. O jeito era evidente, aprendia tudo com enorme facilidade. Tocou acordeão, formou grupos e percorreu o país a cantar em bailes e a dar concertos gratuitos. Tocava vários estilos e foi influenciado pelos artistas que ouvia na rádio como Nat King Cole, Michael Jackson, Jimmi Hendrix, Beatles, Bee Gees, entre outros. Aos 17 anos, durante a era colonial, foi preso pela PIDE, por causa de uns panfletos que andavam a circular. Na prisão escreveu temas como ‘Coisas da Vida, Coisas da Terra, Coisas fazer Homem ‘. Em 1982, durante a guerra civil, decidiu partir para Portugal, onde não permaneceu
muito tempo. Instalou-se na Alemanha durante alguns meses, tendo depois partido para o Brasil, onde se familiarizou com alguns músicos bem conhecidos, como Chico Buarque, João do Vale, Elba Ramalho, DJAVAN e Clara Nunes, entre muitos outros. Aí grava o seu primeiro álbum ‘Estamos Juntos’, um marco definitivo na carreira de Waldemar Bastos, que inclui o tema ‘A Velha Chica`(´Xê, menino, não fala política’). Em 1985 instala-se em Lisboa, onde grava o seu segundo álbum ‘Angola Minha Namorada’ (1990) e ‘Pitanga Madura’, em 1992. Já 1997, a convite de David Byrne da Luaka Bop, Waldemar Bastos grava o álbum ‘Pretaluz’ com Arto Lindsay, em Nova Iorque. Em 2000, foi convidado para abrir o Festival de UNESCO ‘Don’t forget Africa’ e passado dois anos lançou o disco 20 Anos de Carreira. Após essa caminhada nasce ‘Renascence’do produtor Paul ‘Groucho’ (2005), com temas populares de semba, interpretados com instrumentos tradicionais angolanos. O músico continuou com outros projectos, chegando mesmo a gravar uma canção para o álbum tributo aos U2 ‘Em nome do Amor – África celebra U2’ e colaborou no álbum do pianista Keiko Matsui ‘Moyo’. Em Novembro de 2009, Waldemar terminou o seu sexto álbum de estúdio “Classics of my Soul”, em Los Angeles. De olhar sereno, o cantor confessa que levar mensagens de esperança, tristeza, optimismo, saudade e felicidade para as pessoas é uma dádiva e só assim“concebo a minha música”. Com uma base de fãs fiel que o acarinha muito, Waldemar Bastos sente-se grato pelo apoio que tem tido ao longo da sua carreira. “Qualquer pessoa que trabalha comigo tem ordens para não bloquear a passagem a ninguém. A minha arte é a de
Lisboa espera por ele Dar a conhecer a cultura africana, sobretudo a música angolana, ao mundo tem sido o grande objectivo de Waldemar Bastos. De Luanda a Nova Iorque, passando por Portugal, Brasil, França, Áustria, Moçambique, Mónaco, Inglaterra, Turquia Coreia do Sul, entre outros, o artista percorre o mundo transformando-se num embaixador da música angolana no exterior ao integrar os circuitos da World Music. A sua música é uma ponte entre os sons de África e o Ocidente. Aos 59 anos não pensa em se reformar. Com uma voz de tenor, continua na “estrada”, porém escolhendo a dedo os palcos que pisa, fruto da experiência e da maturidade alcançada ao longo dos tempos. Em Novembro, Portugal vai poder ouvi-lo ao vivo no Centro Cultural de Belém, no dia 16, juntamente com a Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian. Waldemar promete “uma viagem através dos sonhos para todos aqueles que não têm medo de voar”, num espectáculo promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian. Mas até lá, o músico tem concertos agendados em Moçambique, França, Áustria, Brasil e Coreia do Sul.
comunicar, sou amigo dos meus fãs. Sem eles também não vivia”. O mesmo sentimento nutre pela música. “Não vivo sem ela. É algo tão importante como respirar”, afirma o músico que gosta de surpreender: “Amanhã ninguém se admire se eu gravar um disco de rock”. Waldemar considera-se um cidadão do mundo, com residência fixa nos Estados Unidos da América, mas é a Angola que vai buscar inspiração. #
“Sou grato a todos os que participaram na minha trajectória, sobretudo aos meus fãs, que são o meu grande motor. Dizem que a minha música cura as pessoas e que as tira da depressão. Este é o sucesso número um, mais do que as distinções”
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Mudámos A Editando comemorou 20 anos de actividade com a criação de uma nova marca. Somos uma Agência de Comunicação com vocação multidisciplinar e internacional. Trabalhamos em Portugal e nos mercados de Angola e Moçambique, países onde, directamente ou com parceiros, prestamos serviços de Marketing, organização de eventos, RP e Assessoria de Imprensa. Consolidámos a nossa posição no mercado dos conteúdos especializados, customer publishing e design gráfico pela qualidade do nosso trabalho, adequação às necessidades dos nossos clientes e parceiros e pelo cumprimento rigoroso dos compromissos que assumimos. Conseguimos o mesmo na área do Marketing, RP e Assessoria, graças a uma equipa de profissionais empenhada em aprender e em encontrar as melhores soluções para o cliente. Queremos continuar a criar, a inovar e a ir para além do horizonte. Queremos chegar cada vez mais longe. Queremos comunicar as suas ideias.
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Informação CCIPA LEGISLAÇÃO PUBLICADA EM ANGOLA EM 2013 RELAÇÕES INTERNACIONAIS m Aprovação para adesão da Convenção para a Repressão de Actos Ilícitos Relacionados com a Aviação Civil Internacional – Beijing 2010 – Resolução nº 8/13, de 10 de Abril. m Aprovação para ratificação da Convenção da União Africana sobre a Protecção e Assistência às Pessoas Deslocadas Internamente em África – Convenção de Kampala – Resolução nº 11/13, de 11 de Abril.
TRANSPORTES m Criação do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito, com o objectivo de propor a participação das diferentes instituições na concepção dos programas e da política de viação e trânsito bem como de acompanhar e divulgar as medidas de política de viação e trânsito aprovadas pelo Executivo e promover a realização de acções de natureza preventiva de combate à sinistralidade rodoviária; aprovação do seu regulamento – Decreto Presidencial nº 18/13, de 15 de Abril. m Criação de um Grupo de Trabalho Permanente com a finalidade específica de acompanhar o trabalho da Comissão Executiva do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito, coordenado pelo Assessor para os Assuntos Jurídicos do Vice-Presidente da República – Despacho nº 27/13, de 15 de Maio.
GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA m De Autorização Legislativa que concede ao Presidente da República e titular do Poder Executivo autorização para legislar sobre as regras de criação, estruturação e funcionamento dos Institutos Públicos – Lei nº 4/13, de 17 de Abril. m Exoneração dos Ministros das Finanças e da Construção, dos Governadores das Províncias do Namibe e de Benguela e do Presidente do Conselho de Administração do Fundo Petrolífero (Armando Manuel) e nomeação de Armando Manuel para o cargo de Ministro das Finanças; Waldemar Pires Alexandre para o cargo de Ministro da Construção; de Isaac Francisco Maria dos Anjos para o cargo de Governador da Província de Benguela; de Rui Luís Falcão Pinto de Andrade para o cargo de Governador da Província do Namibe – Decretos Presidenciais nº 27 a nº 30 e nº 32 a nº 35/13, de 8 de Maio, e nº 40/13, de 9 de Maio. GEOLOGIA E MINAS m Determinação de que o acesso aos direitos mineiros para a exploração de minerais destinados à construção civil e das águas minero-medicinais deve obedecer aos requisitos do art.º 332º do Código Mineiro – Despacho nº 1393/13, de 5 de Junho. ORDENAMENTO ADMINISTRATIVO m Criação do Gabinete Técnico de Coordenação da Requalificação e Reconversão Urbana do Perímetro Costeiro demarcado da Cidade de Luanda, abreviadamente designado por G.T.R., e delimitado nos termos da poligonal e das coordenadas geográficas locais – Decreto Presidencial nº 22/13, de 25 de Abril. m Revogação do Despacho Presidencial nº 30/08, de 12 de Novembro, que cria o Grupo de Trabalho para a promoção do projecto de Requalificação do Município do Cazenga – Despacho Presidencial nº 46/13, de 7 de Maio.
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EMPRESAS m De alteração à Lei da Contratação Pública (nº 20/10, de 7 de Setembro): alteração do nº 2 do art.º 41º sobre a competência para nomeação dos presidentes das comissões de avaliação e aditamento de um novo artigo – Lei nº 3/13, de 17 de Abril. m Aprovação do Estatuto Orgânico do Balcão Único do Empreendedor (BUE) – Decreto Executivo Conjunto nº 116/13, de 23 de Abril. m Subdelegação de plenos poderes no Secretário Geral do Ministério das Finanças, Américo Miguel da Costa, para representar o Ministério na negociação e assinatura do termo de Prorrogação dos Contratos de Prestação de Serviços especializados de Tecnologia de Informação e Comunicação com a JÚPITER Development Systems Corporation – Despacho nº 1116/13, de 10 de Maio. m Autorização da constituição da Sociedade Seguradora Bonws Seguros e Resseguros, S.A., a qual deve processar-se até ao Registo Especial no Instituto de Supervisão de Seguros para iniciar a sua actividade – Despacho nº 1138/13, de 13 de Maio. m Aprovação do Estatuto orgânico da Coordenação Nacional dos Balcões Únicos do Empreendedor – Decreto Executivo Conjunto nº 141/13, de 14 de Maio. m Aprovação do contrato de empreitada para a reabilitação, ampliação e modernização do aeroporto do Namibe e autorização à ENANA – E.P. para celebrar o contrato com a empresa Odebrecht, S.A. – Despacho Presidencial nº 50/13, de 15 de Maio. m Criação de um Grupo de Trabalho para apresentação do Projecto de Regulamento das Sociedades Unipessoais, Nota Explicativa e Sumário, a publicar em Diário da República – Despacho nº 1349/13, de 27 de Maio. COMÉRCIO m Exoneração de António Rebelo do Amaral Gourgel das funções de Director do Serviço Regional das Alfândegas de Luanda e nomeação de Cristina Suso Vieira para o cargo de Directora do Serviço Regional das Alfândegas de Luanda – Despachos nº 1027 e nº 1028/13, de 30 de Abril. m Concessão de autorização legislativa sobre a Pauta Aduaneira dos Direitos de Importação e Exportação ao titular do Poder Executivo – Lei nº 5/13, de 7 de Maio. m Extinção da CENCO – E.P. – Central de Compras e criação da comissão de liquidação, coordenada pela Ministra do Comércio – Decreto Presidencial nº 48/13, de 29 de Maio. m Aprovação da tabela de preços máximos das análises laboratoriais, microbiológicas e físico-químicas dos produtos alimentares que constam do Anexo I do Regulamento de Análises laboratoriais de Mercadorias Importadas e de Produção Nacional, a serem realizadas pelos laboratórios devidamente licenciados para o efeito – Decreto Executivo Conjunto nº 190/13, de 3 de Junho.
ATIVIDADES ECONÓMICAS E DESENVOLVIMENTO m Aprovação do projecto de investimento SODIBA – Sociedade de Distribuição de Bebidas de Angola, Limitada, no valor de USD 149,6 milhões, sob Regime Contratual – Decreto Presidencial nº 25/13, de 7 de Maio. m Aprovação do Ajuste Complementar entre os Governos das Repúblicas de Angola e da Coreia, relativo ao Empréstimo do Fundo para o Desenvolvimento Económico para o projecto do Centro Industrial de Tecnologia Avançada -–Decreto Presidencial nº 45/13, de 15 de Maio. m Aprovação dos Contratos referentes ao projecto para a Construção do Sistema Associado à 2ª Central de Cambambe; autorização ao Ministro das Finanças para assinar o Acordo de Financiamento referente ao Con-
trato e assegurar os recursos financeiros necessários à implementação do projecto – Despacho Presidencial nº 49/13, de 15 de Maio. SISTEMA FINANCEIRO E POLÍTICA ECONÓMICA m Regulação das obrigações das instituições financeiras no âmbito da governação corporativa no que se refere à estrutura de capital, estratégia, modelo de organização societária, transparência das estruturas orgânicas e de capital, políticas e processos de gestão de risco, política de remuneração e conflito de interesses – Aviso nº 1/13, de 19 de Abril. m Regulação da obrigação de estabelecimento de um sistema de controlo interno pelas instituições financeiras supervisionadas pelo Banco Nacional de Angola – Aviso nº 2/13, de 19 de Abril. m Estabelecimento do âmbito da supervisão em base consolidada, para efeitos prudenciais, de acordo com as competências atribuídas ao Banco Nacional de Angola pela Lei das Instituições Financeiras e sujeição das instituições financeiras autorizadas e das sociedades gestoras de participações sociais à supervisão do BNA – Aviso nº 3/13, de 22 de Abril. m Regulação da actividade de auditoria externa nas instituições financeiras autorizadas pelo BNA e nas sociedades gestoras de participações sociais sujeitas a supervisão do BNA – Aviso nº 4/13, de 22 de Abril. m Estabelecimento de que todas as transferências interbancárias a crédito, passíveis de serem executadas mediante documento de crédito, passam a ser obrigatoriamente efectuadas através do Subsistema de Transferências a Crédito (STC) ou do Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR) – Aviso nº 5/13, de 22 de Abril (revoga parcialmente o Regulamento do Serviço de Compensação de Valores - SCV - que integra o Aviso nº 4/04, de 20 de Agosto). m Regulação da prestação do serviço de remessas de valores efectuado pelas instituições financeiras sob supervisão do BNA – Aviso nº 6/13, de 22 de Abril. Regulação do processo de autorização para a constituição, funcionamento e extinção das casas de câmbio – Aviso nº 7/13, de 22 de Abril. m Estabelecimento dos termos e condições que as instituições financeiras bancárias devem observar com vista à substituição do arquivo físico dos documentos definidos no nº 2 do presente Aviso por processo electrónico conforme previsto no art.º 40º da Lei nº 5/05, de 29 de Julho – do Sistema de Pagamentos de Angola – e no art.º 150º da Lei nº 13/05, de 30 de Setembro – das Instituições Financeiras – Aviso nº 8/13, de 22 de Abril. m Autorização da emissão e colocação de Bilhetes do Tesouro 2013 – Dívida Fundada; Bilhetes do Tesouro 2013 – Dívida Flutuante; Obrigações do Tesouro 2013 – Capitalização BNA – Despachos nº 1020 a nº 1022/13, de 29 de Abril. m Determinação da emissão, colocação e resgate das Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional, com taxa de juro definida na colocação e a actualização do seu valor nominal em conformidade com a variação da taxa de câmbio de referência divulgada pelo BNA para a compra de dólares norte-americanos – Despacho nº 1023/13, de 29 de Abril. m Determinação da emissão, colocação e resgate das Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional sem reajuste do valor nominal, com taxas de juro de cupão predefinidas por maturidade e colocadas através de leilão de preços – Despacho nº 1024/13, de 29 de Abril. m Criação da Comissão Instaladora da Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, coordenada por Eduardo Leopoldo Severim de Morais – Despacho Presidencial
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nº 43/13, de 3 de Maio. m Aprovação do estatuto orgânico da Comissão do Mercado de Capitais – Decreto Presidencial nº 54/13, de 6 de Junho (revoga, nomeadamente, o Decreto nº 9/05, de 18 de Março, e o Decreto Presidencial nº 22/12, de 30 de Janeiro). PETRÓLEO E GÁS m Aprovação da base de cálculo das taxas ambientais aplicáveis aos projectos da indústria petrolífera – Decreto Executivo Conjunto nº 140/13, de 13 de Maio. TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL m Aprovação do estatuto remuneratório do sector público das carreiras do regime especial da Aviação Civil – Decreto Presidencial nº 46/13, de 21 de Maio. m Criação do Fundo de Apoio Social dos Trabalhadores do Ministério da Energia e Águas – Despacho nº 1394/13, de 5 de Junho.
TROCAS COMERCIAIS PORTUGAL - ANGOLA – Janeiro/Fevereiro 2012-2013
Saldo
2012 5 254 175 4 161 799 -1 092 376
2013 5 398 508 4 552 229 -846 279
(mil euros e %) Var. 13/ 12 2,75 9,38 -22,53
Saldo
584 187 11,1% 1 029 740 24,7% 445 553
1 151 815 21,3% 1 117 144 24,5% -34 671
97,17 91,89 8,49 -0,82 -107,78
Saldo
575 902 98,6% 11,0% 823 179 79,9% 19,8% 247 277
1 127 404 97,9% 20,9% 913 367 81,8% 20,1% -214 037
95,76 -0,71 90,53 10,96 2,27 1,44 -186,56
Total do Comércio Extracomunitário Importações Portuguesas Exportações Portuguesas PALOP Importações Portuguesas % do total Exportações Portuguesas % do total Angola Importações Portuguesas % nos PALOP % do total extracomunitário Exportações Portuguesas % nos PALOP % no total extracomunitário Elaborado pela CCIPA, com base em dados da página do INE Portugal
NOVOS ASSOCIADOS MERCER PORTUGAL (Nº 1179) Consultoria e Formação
MONDO PORTUGAL (Nº 1180) Construção Civil e Projectos
Edifício Monumental, Avenida Fontes Pereira de Melo, nº 51 – 3º A-E, 1050–120 Lisboa Tel.: 213 113 700 • Fax: 213 113 771 e-mail: portugal.geral@mercer.com Diogo Alarcão, Partner
Rua dos Jasmins, 417, Parque Industrial do Batel 2890–189 Alcochete Tel.: 212 348 700 • Fax: 212 348 709 e-mail: mondoportugal@mondo.pt Elsa Cristina Mendes, Gerente
Representação em Angola: PLAYGROUP ANGOLA Rua do Timor, S/N, Bairro Marien N’Gouabi, Cabinda Telefone: +244 – 931 302 293
Informação Editorial CCIPA
Associe-se à CCIPA! FICHA DE INSCRIÇÃO
Órgãos Sociais da CCIPA 2011/2013
EMPRESA
ENDEREÇO
LOCALIDADE
Mesa da Assembleia
TELEFONE
presidente
CAE
NÚMERO DE CONTRIBUINTE
CÓD/CX. POSTAL FAX
SECTOR DE ACTIVIDADE
INDÚSTRIA
COMÉRCIO
SERVIÇOS
AGRICULTURA
PECUÁRIA
OUTROS
CERTIDÃO DA ESCRITURA DE CONSTITUIÇÃO: D.R. n.º _____, III Série, de _____/______/______
REPRESENTAÇÃO EM ANGOLA/PORTUGAL ENDEREÇO
CX/COD POSTAL
TELEFONE
FAX
REPRESENTANTE JUNTO DA CCIPA NOME
CARGO
TELEFONE
FAX
CONDIÇÕES DE INSCRIÇÃO: JÓIA: E 400,00 (a) | QUOTA ANUAL: E 400,00 (a) Liquidação no acto de inscrição. Nos anos subsequentes, a quota é paga em Janeiro. Pagamento por cheque ou por transferência bancária para NIB 0010 0000 01899590001 85, Banco BPI (Portugal) ou IBAN AO06 0006 0000 52594671301 07, BFA (Angola). Enviar comprovativo da transferência bancária por fax ou email. Valor fixado pela Assembleia Geral.
Assinatura e Carimbo
Serviços CCIPA Data: ____/____/____
Admissão em ____/____/____ Comunicação em ____/____/____
N.º de Sócio atribuído
PORTUGAL TELECOM SGPS vice-presidente SONANGOL – SOCIEDADE NACIONAL DE COMBUSTÍVEIS DE ANGOLA secretário
ADP – áGUAS DE PORTUGAL INTERNACIONAL Direcção presidente
GALP ENERGIA* vice–presidentes BANCO BIC BANCO BPI* ESCOM SECIL – COMPANHIA GERAL DE CAL E CIMENTO* vogais
AMORIM HOLDING II SGPS BES – BANCO ESPÍRITO SANTO CGD – CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS MILLENNIUM BCP* MIRANDA CORREIA AMENDOEIRA & ASSOC. – SOC. ADVOGADOS* MOTA-ENGIL, ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO RANGEL INVEST* SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES SOARES DA COSTA SPE – SOCIEDADE PORTUGUESA DE EMPREENDIMENTOS* UNICER BEBIDAS Conselho Fiscal presidente
DELOITTE CONSULTORES
JUNTAR: • Cópia da Certidão da Escritura de Constituição. Relação dos produtos/serviços que produz/comercializa. • Outros elementos que permitam o melhor conhecimento da empresa, por exemplo: Sócios, Direcção, volume de vendas, n.º de empregados, catálogos/prospectos, entre outros.
vogais
Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola autorizada por Despacho Ministerial de 05.11.1987 (D.R. n.º 267/87, II Série), constituída por escritura de 23.07.87, no 18º Cartório Notarial de Lisboa. Instituição de utilidade pública sem fins lucrativos, por Despacho do Primeiro Ministro de 06.06.91 (D.R. n.º 147/91, III Série). Homologação dos Estatutos, em Angola, por Despacho do Ministro da Justiça de 18.04.91 (D.R. n.º 50/91, III Série). PESSOA COLECTIVA N.º 501 910 590
suplentes
publicações da CCIPA • Distribuição e transporte em Angola
* Comissão Executiva
COSEC – COMPANHIA DE SEGUROS DE CRÉDITO TAAG – LINHAS AÉREAS DE ANGOLA AMROP PORTUGAL WAYFIELD TRADING INTERNACIONAL
Loureiro, Lda. ...................................................................................... Benguela, Lobito Associação de Jovens Empresários ....................................................................... Huambo Intercal, Lda. .................................................................................................. Lubango Mabílio M. Albuquerque Comercial, S.A. ............................. Namibe, Sumbe / Cuando-Cubango
N80
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