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00. GUIA DE LEITURA
COMO O GUIA FUNCIONA?
O guia organiza-se a partir de três princípios: naturalização, pacificação e pausa, que ordenam o funcionamento do Guia. Cada um dos princípios contém diferentes elementos urbanos afetivos, os quais são apresentados em fichas.
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Cada ficha contém a identificação do elemento, isto é, uma abreviação - NT para naturalização; PC para pacificação; e PS para pausa - seguida da numeração, que acompanha a ordem do Guia. Ainda, na primeira parte da ficha, é apresentada uma descrição sobre o elemento, recomendações sobre sua implementação, sua durabilidade, dimensões típicas e custo material. Em sua segunda parte, enfoca-se na construção do elemento, apresentando um passo a passo para tal, as ferramentas e materiais necessários, um documento de referência e um exemplo já executado.
Ao final, pode ser consultado um glossário de terminologias que aparecem ao longo dos textos, referências de guias e manuais para elaboração desses elementos, bem como uma tabela com os preços dos materiais detalhados.
Naturalização
Pacificação
Pausa
LIMITES E POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO
Esse guia contempla um referencial de exemplos de elementos que formam parte das nossas cidades. Entretanto, não os entende como formas prontas para serem executadas. Trata-se de uma apresentação de elementos de maneira que se possa entender a sua utilidade para a vida social nas cidades, trazendo também uma noção de sua executabilidade.
Assim como os elementos são abertos para novas formas e possibilidades de executá-los, o guia também é e, nesse sentido, sugere-se que possam ser descobertas outras referências, algumas delas apresentadas ao final do documento.
Iniciativas como essas, que partem da cidadania, precisam se multiplicar. Entretanto, há de se ter em conta as limitações que elas possuem nas nossas condições atuais. Questões relacionadas à infraestrutura urbana, como abastecimento e distribuição de água, energia elétrica ou transporte público de alta capacidade dependem, ainda, da ação do poder público.
Por outro lado enxerga-se que essas iniciativas têm a capacidade de formação de massa crítica que se apoia na construção do comum, do bem comum, e essa sim pode nos trazer à um vórtice de conscientização cidadã que se retroalimenta. Acredita-se que iniciativas como essas consigam instrumentalizar a sociedade, principalmente em situações políticas adversas, com ações diretas na cidade real e existente.
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CRITÉRIOS GERAIS
GUIA PARA QUEM?
Diferentemente de muitos guias e manuais de boas práticas sobre desenho urbano que comumente são direcionados ao poder público, procurando orientar as ações dos projetos urbanos conduzidos pelo estado ou por alguém ao seu serviço, esse Guia de Elementos Urbanos Afetivos é direcionado à qualquer pessoa ou grupo de pessoas que possam vir a ter interesse em atuar em espaços comuns da cidade de modo a qualificá-los.
É um convite para que todos participem da construção das cidades, sejam indivíduos autônomos, grupos da sociedade civil organizados ou não, ativistas da política militante, organizações, grupos de comerciantes, instituições ou cooperativas que promovem ações transformadoras na cidade ou no mais banal dos cotidianos da vida social.
Nesse sentido, o guia visa a ampliação do repertório da sociedade civil para as possibilidades de atuação e transformação da cidade. Pensando os afetos como elemento fundamentalmente político com perspectiva de fortalecer a ação na produção de espaços de
encontros transformadores que aumentem nossa relação com a cidade, pretende-se, com esse guia, chegar às mais diferentes pessoas que tenham interesse em mudar a cidade ou possam interessar-se a tal a partir das referências aqui apresentadas. Que esse guia promova o interesse das pessoas pela cidade, para que possam entender a diversidade de possibilidades que moram na cidade e que são úteis para elas.
Entende-se que tanto mais o espaço se permita ser afetado pelo cidadão, maior será a potência coletiva em promover transformações necessárias nas nossas cidades, sendo uma oportunidade para desenvolver a potência coletiva e iniciativas ecológicas.