Cultura do estupro

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CULTURA DO ESTUPRO Projeto realizado para a matéria de Pensamento Criativo, do curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda

Professora: Evary Leal

Alunos: Ana Carolina de Morais Mahará Oliveira Paula da Silveira Pedro Gabriel

2017



EDITORIAL

a ria o arom tro nome, teJulieta, a peça ou er u q al u eu e por q nciado “Uma rosa, doce”. Este trecho de Rom temente refere agem. en u te eq fr en é , re gu ea igualm p lin a es d ak e tilidad liam Sh famosa de Wilebates sobre o peso e a vola d e s go ti uleto – em ar ta – uma Cap lie Ju á, quio, d se on esta fala ja um M té leza e se qu eu om em R a e n qu A be Na ce e não importa por seu nome. argumenta qu e sente é pelo rapaz, e nãoes que damos às coisas pois o amor qu que ela implica: os nom coisas realmente são. da citação é oamente afetam o que as a ação não necessari e, seria umas rosas om n o tr ou d contrário or qualquer “Estupro, p violenta.” Seria. Mas, ao por isso chamamos s, te igualmen nhecemos como rosa nhecer quando um reco estupro. – que reco relutamos em chamá-lo de de rosas –,tupro para poder então estupro é es Estupro é a prática não consensual do sexo, imposta por violência ou ameaça de qualquer natureza. Qualquer forma de prática sexual sem consentimento de uma das partes, envolvendo ou não penetração, configura estupro. Consentimento é um conceito-chave para compreendermos e admitirmos que existe uma diferença entre sexo e estupro. Sexo é consensual, e se for adiante sem consentimento, deixa de ser sexo e passa a ser estupro. A pessoa pode estar embriagada, vestida de forma sensual, pode já ter indicado querer sexo, pode estar nua e na cama e até mesmo já ter iniciado o sexo. No momento que ela declara não querer sexo, ou querer interromper o sexo, a ação deve parar. (E vale ressaltar que a ação não deve nem começar se a pessoa não estiver em condições de dizer sim...). O ato sexual praticado sem consentimento não é sexo: é violência. É estupro. Não pode ser tão difícil que concordemos a este respeito. Se quando um não quer dois não brigam, quando um não quer dois não transam. Isso não é complicado de entender. A cultura do estupro é a cultura que normaliza a violência sexual. As pessoas não são ensinadas a não estuprar, mas sim ensinadas a não serem estupradas. Cultura do estupro é duvidar da vítima quando ela relata uma violência sexual. É relativizar a violência por causa do passado da vítima ou de sua vida sexual. É ser mais fácil acreditarmos em narrativas de uma suposta malícia inerente das mulheres do que lidarmos com o fato de que homens cometem um estupro. A cultura do estupro é visível nas imagens publicitárias que objetificam o corpo da mulher. Nos livros, filmes, novelas e seriados que romantizam o perseguidor. No momento que acatamos como normal


recomendar às meninas e mulheres que não saiam de casa à noite, ou sozinhas, ou que usem roupas recatadas. Todas essas ações revelam o que chamamos de cultura de estupro porque todas normalizam que a responsabilidade pelo estupro é da vítima. Não é. O protagonista do estupro é o estuprador. A cultura do estupro é machista, e o machismo cria e mantém a cultura do estupro. É machismo partir do pressuposto de que o que uma mulher revela sobre estupro é invenção. É machismo duvidar das mulheres por partir do pressuposto que uma declaração sobre estupro é falsa. Na cultura machista que sustenta a cultura do estupro, a voz das mulheres é tomada como dissimulação. Na cultura machista as mulheres são malignas (olá Eva, bruxas e súcubos do imaginário coletivo), e os homens são eternas vítimas de nossas calúnias. Mas os números não mentem, e se a manutenção da lógica machista depende da fantasia, o feminismo aponta para a realidade. Pois falemos, então, com a linguagem adequada. A cultura do estupro existe e é visível, e sexo sem consentimento é estupro, ainda que alguns relutem em admitir isso. Mas uma rosa, por qualquer outro nome...

A cultura do estupro por Joanna Burigo — publicado 02/06/2016 - Carta Capital








“Ela não sabia

das intenções deles?”



"Se fosse uma moça trabalhadora, isso não teria acontecido"



A cultura do estupro é a cultura que normaliza a violência viol ncia sexual. As pessoas não n o são s o ensinadas a não n o estuprar, mas sim ensinadas a não n o serem estupradas. Cultura do estupro é duvidar da vítima v tima quando ela relata uma violência viol ncia sexual. É relativizar a violência viol ncia por causa do passado da vítima v tima ou de sua vida sexual. É ser mais fácil f cil acreditarmos em narrativas de uma suposta malícia mal cia inerente das mulheres do que lidarmos com o fato de que homens cometem um estupro. A cultura do estupro é visível vis vel nas imagens publicitárias publicit rias que objetificam o corpo da mulher. Nos livros, filmes, novelas e seriados que romantizam o perseguidor. No momento que acatamos como normal recomendar às s meninas e mulheres que não n o saiam de casa à noite, ou sozinhas, ou que usem roupas recatadas.

Todas essas ações revelam o que chamamos de cultura de estupro porque todas normalizam que a responsabilidade pelo estupro é da vítima. Não é. O protagonista do estupro é o estuprador. Joanna Burigo - Carta Capital 23/04/2017


“ Ele me ameaçou queixa.”

de morte. Tirei a

” Mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas, afinal os estupradores estavam lhe fazendo um favor, uma caridade.” Rafinha Bastos











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