Poemas de RogĂŠrio Mattos
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CAMINHO DAS ESTRELAS - Não te aflijas, filho, com as calamitosas tempestades de tua vida Muitos e graves erros cobrem a tua existência Inúmeras e incontáveis experiências levarão o selvagem ao caminho das estrelas Se tens casaco de pedra irá te ensinar um livro a ter linhagem de prata
Paligenesia Onde estรก o Tempo Que na pedra o vento Bate sem parar
ESTELA À Camille Flammarion Estela é o nome da musa Que prepara todas as auroras Quem se atreve a comer com ela Não cozinha nem precisa se alimentar Mistura-se ao astro poente Que nenhuma câmara de filme pode filmar Flama de amor fervente Se não queima o corpo Somente o coração perceberá Seus olhos – límpidas retinas – São como o corpo Que só quem possuir alma encontrará
MADRIAGAL EM HOMENAGEM A GUIMARÃES ROSA Quando a toada da noite surgir O chefe vai cantar seu madrigal A lua ponteia em Jacuí É quando segura mais forte seu embornal Quando aparece o Alaripe Mano bom de mui fina moral A lua ponteia em Jacuí Anunciando a luta do bem contra o mal O velho já ouviu o juriti Pássaro voa no matagal Já se anunciou no Serro-Curí Chefe-velho apareceu no matagal Quando aparece o Alaripe Já se anunciou em todos Gerais Chefe-velho está plantado no sertão Como buriti É senhor do bem e do mal
Sob o cĂŠu Sabia que viveria esse momento Sob as montanhas de Jubarte Ela me amava O sol reapareceria Depois desapareceria Como as noites de luar
Nascimento da Lua Gostar é como o desabrochar da flor Paixão que se move sem querer Prende o olhar Celebra o amor Canta sem poder Não é a toa que nos faz sofrer Cala ao me dar Gotas de mel Sangra sem doer E o que nos faz a dor Se não levar a reviver Reparte o olhar A boca de mel Sob o luar Já não sou mais meu Nem seu E o que nos faz sonhar Se não a partilha de viver Cada olhar É como o mel Doce ilusão de viver