Revista Sketch

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Bem-vindo! Brasília é uma cidade jovem, tem apenas 54 anos. Será que esse tempo é suficiente para criar uma identidade? Quem não é daqui até chega a dizer que Brasília não tem cultura própria.

do a todo o Distrito Federal. Esse é o caso aqui nessa revista, afinal, não podemos deixar de lado as cidades satélites que estão cheias de gente talentosa e movimentos artísticos cheios de cultura e expressão.

Entretanto, basta observar a nossa arquitetura, a nossa música, o nosso sotaque (ou a falta de um), que logo percebemos que Brasília tem sim, a sua própria cara.

Prepare seu caderninho, suas canetas e bote aquela música bacana, pois você está prestes a entrar em um universo cheio de desenhos, conversas, histórias e muita gente boa!

Da mesma forma tem acontecido com o cenário da ilustração aqui na capital. A cada dia, aparece gente criativa, fazendo coisas novas e de qualidade, conquistando assim, o mercado publicitário, editorial e até de quadrinhos.

Essa é a primeira edição da revista Sketch, a primeira totalmente candanga e voltada para o cenário da ilustração! Nas páginas seguintes, você verá trabalhos, perfis, entrevistas e dicas de alguns dos muitos ilustradores de Brasília.

É claro que, quase sempre que falamos de Brasília, estamos nos referin-

Aproveite!


Reinaldo Dimon

expediente SKETCH - Edição 1 - Maio / 2014

Projeto gráfico, programação visual e redação:

Pedro Henrique de Sousa Silva - pedrohsilva23@gmail.com

Colaboração: André Ramos, Dino Motta, Diogo Barbosa, Gustavo Osório, Olavo Maciel, Reinaldo Dimon, Rodrigo de Araújo, Tiago Palma Arte da capa: Tiago Palma


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Sumário entrevista

tiago palma Dono do estúdio Bananazoo design conversa com a Sketch e conta um pouco das suas experiências.

portfolio

olavo maciel

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galeria

reinaldo dimon - gustavo osório - rodrigo de araújo

portfolio

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dino motta 28 galeria

diogo barbosa - andré ramos - pedro silva


tiago palma

bananazoo design

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Tiago Palma é ilustrador, designer, diretor de arte e músico, é formado em Publicidade e Propaganda pelo CEUB e já trabalha com ilustração desde 2000 quando estava no 2º grau. Começou por influência e apoio do tio, que era ilustrador, gostava muito de quadrinhos, livros e de vez em quando até passava alguns trabalhos de ilustração para ele fazer. Tiago passou por algumas agências de publicidade como arte-finalista e diretor de arte e já fazia algumas ilustrações como freela, tanto dentro quanto fora das agências. Quando era criança achou que não teria futuro na ilustração, pois seu irmão mais velho desenhava melhor, mas hoje já fez ilustrações para revistas, jornais, storyboards para campanhas publicitárias e até histórias em quadrinhos. Atualmente é dono do seu próprio estúdio de ilustração e design, o Bananazoo Design. Em uma conversa descontraída e divertida com a Revista Sketch, Tiago contou um pouco das suas experiências e sua visão sobre o cenário da ilustração em Brasília. Acompanhe a entrevista. 7


Para começar, o que você acha do cenário da ilustração em Brasília, atualmente? Está bem interessante, tem muito ilustrador bom e cada dia aparece gente nova fazendo coisas diferentes. Podemos ver vários projetos voltados para a cena dos quadrinhos, coletivos e até casas para artistas e ilustradores, como o Espaço Laje e o Sindicato. Já do ponto de vista comercial tem bastante espaço dentro da publicidade, devido ao grande número de agências, empresas de iniciativa privada e pública. Acho que o que falta é um pouco de espaço na área editorial, na produção de livros e revistas, o que atualmente está bastante concentrado entre São Paulo e Rio. Os clientes costumam entender todo o trabalho envolvido em um processo de criação de uma ilustração? Eles valorizam isso? Eu percebi, que os clientes têm bastante medo de arriscar e tentar um formato diferente para a sua comunicação, eles têm uma dificuldade em confiar e investir o seu dinheiro nisso, pois às vezes acham que não está havendo resultado, quando na verdade, a construção de um conceito ou associação de uma imagem leva algum tempo e requer paciência, não é em algumas semanas que você vai conseguir criar uma identidade, fazer uma campanha fantástica e de repente se tornar a próxima Nike no mundo dos negócios.

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Como funciona o processo criativo das suas ilustrações? Isso depende muito, primeiramente do cliente e da demanda, pois 99,9% das vezes, o prazo que eu gostaria de ter não é o prazo que o cliente dispõe, e isso faz com que eu tenha que me adaptar à necessidade deles. Em geral, eu primeiramente faço um briefing para entender o que eles esperam do trabalho e aí eu passo para a criação. Começo com um esboço com algumas opções em cima da ideia inicial e mando para o cliente aprovar. Assim que o trabalho volta, faço as devidas alterações, faço o traço e mando novamente. Quando essa parte volta aprovada, faço a cor, finalizo e mando.

Tem algum tipo de cliente que você prefere trabalhar? E o que você menos gosta? Um tipo de trabalho que gosto de fazer, é a criação de storyboard para agências de publicidade, pois geralmente são trabalhos de urgência que duram 1 ou 2 dias no máximo, ou seja, são curtos, rápidos e pagam bem! Já o mais complicado é trabalhar com aquele cliente que não sabe o que quer. Isso faz com que o seu trabalho seja mais difícil, pois você vai ter mais chance de errar, porque muitas vezes ele não passa a quantidade necessária de informações que você precisa para apresentar um trabalho consistente. Infelizmente, esse tipo está presente tanto nas pequenas quanto nas maiores empresas.

Violência infantil. Disque 100 e denuncie. Uma campanha da Kids Brasília pela primeira infância.


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De onde você tira inspiração? Como eu mexo e me interesso por mais de um tipo de arte, que vão desde as visuais até a música e o cinema, eu procuro artistas que também se dediquem a mais de uma coisa, como algum cara que toca em uma banda que eu gosto, mas que também, pinta ou escreve, ou um quadrinista que gosta de dirigir filmes e coisas assim. Além disso, gosto de acompanhar o trabalho de designers e ilustradores de fora, por exemplo o artista Joshua Davis, que mistura ilustração, arte vetorial e programação e consegue resultados bem interessantes.

o que você acha dessa interferência da tecnologia na ilustração? Eu aprendi a desenhar com papel e lápis, e por um bom tempo esse era o meio que eu utilizava, porém, hoje faço quase tudo na mesa digitalizadora. Só que o traço e a forma de desenhar é muito diferente, e um dos problemas disso é o famoso “control + z” (atalho para desfazer uma ação nos principais programas de edição), pois ele torna tudo muito automatizado e acaba que nós perdemos um pouco daquele cuidado que o desenho no papel requer. Por outro lado, isso tem uma grande vantagem que é a rapidez que proporciona na realização dos trabalhos. O interessante é explorar um pouco dos dois mundos. 12


Você também é músico (Tiago é baterista da banda brasiliense de rock, ETNO), como e quanto você acha que a música influencia no seu desenho e vice-versa? É difícil dizer de uma forma racional que a música me faz enxergar o desenho de tal forma, ou vice-versa. O que eu posso definir melhor é que as duas coisas me inspiram muito e me dão muita satisfação em fazer. É meio que descansar a mente de uma atividade enquanto faz outra. Já até li estudos que dizem que fazendo diferentes atividades, você faz novas sinapses e estimulas outras áreas do cérebro, ou seja, são coisas que mexem muito com o meu senso artístico, percepção do mundo. Outra coisa é o contato com pessoas de vários meios, pois ao mesmo tempo que conheço várias bandas de Brasília, também tenho contato com vários ilustradores e artistas daqui. O que muitas vezes me dá oportunidades legais, como por exemplo, de fazer trabalhos de ilustração para bandas, festivais de música e coisas do tipo.

E no futuro, onde você pretende chegar? Quais projetos você pretende realizar? Para o futuro, eu pretendo ter evoluções do que eu estou fazendo atualmente, desde a minha banda, com o lançamento de novos CDs e maior reconhecimento, até o meu estúdio, que eu espero ter um maior fortalecimento de conceito, Buscando projetos maiores, mais interessantes e mais autorais. Tenho muita vontade também de publicar projetos meus, como quadrinhos e livros de minha autoria. Quais dicas você daria para quem está começando ou querendo começar a atuar na área? Em primeiro lugar, explore várias linguagens, estilos, ferramentas, técnicas e ao mesmo tempo, perceba onde o seu trabalho se encaixa melhor e onde você se sente mais confortável em atuar, com o objetivo de criar uma identidade para que você seja reconhecido pelo que faz de melhor. Aproveite o máximo de recursos que conseguir encontrar, principalmente na internet, que deixou tudo mais fácil e rápido de ser encontrado. Divulgue o seu trabalho, ponha ele para fora, não fique inseguro sobre a hora certa de começar a expor o seu trabalho, a hora certa é agora. Crie um blog, um site ou até uma página no Facebook e leve o seu trabalho para o público. Outra atitude importante é apoiar o cenário local, seja da ilustração, da música, da arte, dos quadrinhos, pois dessa maneira, outras pessoas te apoiarão também. É melhor criar amigos do que concorrentes. Acompanhe o trabalho do Tiago em:

bananazoodesign.com

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OLAVO MACIEL

Olavo tem 27 anos e é formado em Desenho Industrial / Design Visual e Publicidade. Começou a desenhar quando criança, por influência dos irmãos, e nunca parou. No colégio já fazia desenhos para os amigos, porém, começou a trabalhar profissionalmente com ilustração em 2006. Fazia matérias de desenho no curso de design e até hoje frequenta grupos de desenho de modelo vivo na Unb.

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Para Olavo o cenário da ilustração em Brasília ainda é muito tímido, ele acha que o espaço para ilustração no mercado editorial e na publicidade não é tão valorizado quanto deveria, o que leva os profissionais a trabalharem em áreas relacionadas (design, direção de arte) para pagar as contas. Para ele os trabalhos mais expressivos em Brasília atualmente são trabalhos autorais, que flertam com artes plásticas, como o da galera dos zines, serigrafia e grafite.


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Acompanhe o trabalho do Olavo em:

cargocollective.com/olavomaciel

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reinaldo dimon

Seção destinada a mostrar o trabalho de vários ilustradores e artistas de Brasília. 22


reinaldodimon.com

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gustavo os贸rio

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linkedin.com/in/gofdias

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rodrigo de araĂşjo

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be.net/rodrigodeac

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dino motta

Daniel Motta (a.k.a. Dino Motta) é formado em Geografia, mas é pós graduado em design estratégico, com foco em Gráfico e Editorial e trabalha com ilustração desde 2003, quando fazia freelas para agências de publicidade, elaborando layouts, storyboards e quadrinhos. Desenha desde a infância, mas começou a se interessar em procurar ilustradores e referências quando tinha mais ou menos 18 anos, já que as portas para trabalhar

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com isso estavam se abrindo. Atualmente, trabalha em uma empresa que elabora cursos de educação a distância. Para Dino, o mercado atual da ilustração está procurando o seu próprio rumo, de forma independente, sem depender de empregadores (onde a maioria é de agências de publicidade). Na visão dele, o cenário da ilustração brasiliense, em geral, tem atravessado fronteiras tanto estaduais como mundiais. “Temos excelentes ilustradores atendendo esse mercado “externo”.


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Acompanhe o trabalho do Dino em:

dinomottaesmaga.deviantart.com

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diogo barbosa

Seção destinada a mostrar o trabalho de vários ilustradores e artistas de Brasília. 34


be.net/diow

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andrĂŠ ramos

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andrexpto.com

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Pedro silva

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be.net/pedrohsilva

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