Revista Gambiarra

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editorial

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O tema Gambiarra não foi escolhido à toa para esta revista. A improvisação, adaptação e criatividade são algumas das características mais evidentes nos brasileiros e não podia ser diferente em Recife. Esse tipo de comportamento, apesar de ser quase sempre associado a coisas mal feitas ou até ilegais, demonstram que, mesmo quando tudo dá errado, as coisas ainda podem terminar bem, de algum jeito. Na capa, nada mais óbvio, mas ao mesmo tempo característico, do que um emaranhado de fios de eletricidade, o que pode identificar nossas vidas tão confusas e cheias de improvisação. Já os nomes das editorias foram escolhidos a partir de palavras e expressões usadas comumente e que demonstram a capacidade de criatividade até com a língua portuguesa (neologismo também é uma forma de improviso, né?). Em sete textos, a revista Gambiarra pretende abranger áreas nas quais esse modo de encarar as coisas é mais evidente ou, pelo menos, mais recorrente no dia a dia. Não há momento mais propício para “gambiarrizar” do que na locomoção numa cidade como o Recife. Ônibus lotados, linha de metrô que não abrange todas as áreas e, o pior de tudo passagens caríssimas. Numa matéria bem massa, são narradas as dificuldades do trânsito da cidade e dadas dicas de como sobreviver nas andanças pela capital pernambucana. Comportamento também tem gambiarra? Claro! E o que mais os recifenses fazem são mugangas. Pra se proteger do sol, pra se alimentar nos transportes públicos, pra reaproveitar os objetos e evitar a poluição do mundo (mentira, é pra economizar mesmo). Enfim, existem n maneiras de se adaptar ao ambiente do Recife, e nas páginas seguintes você confere algumas delas. Futebol é o esporte mais popular do país e, como não podia ser diferente, também traz a alma do jeitinho brasileiro. O Futebol Freestyle é tema de uma entrevista com um dos grandes nomes do esporte, Pedro Oliveira. A mesma coisa da música, cujo funk, ritmo mais associado ao Rio de Janeiro, mas que se espalhou pelo país, foi criado a partir de invenções e adaptações de outros ritmos, como o samba. Na cozinha, a gente pode considerar que, se não tiver improvisação, não há bom cozinheiro. Receitas podem dar errado, mas nem por isso todo mundo precisa ficar com fome, né? Se faltar utensílio, também dá pra desenrolar. Com a saúde não se brinca, mas descomplica. Dependendo da situação, aquelas dicas da vovó de chás e lambedores ajudam a sobreviver e evitar ir sempre ao hospital por qualquer tosse. Por fim, se dá pra improvisar com objetos reais, imagina com aplicativos. A internet veio pra facilitar nossas vidas, inclusive nos ajudar a criar dezenas de outras gambiarras. Esperamos que você aproveite a revista e nunca se esqueça: se tiver (não) oportunidade, invente!

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GAMBIARRA O4

Bigú

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Muganga

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Rango Xarope Macaco

EXPEDIENTE Editora: Ana Roberta Amorim da Silva | Foto de Capa: Pedro Alves Diagramação: Pedro Alves | Ensaio: Pedro Alves Redação: Ana Roberta Amorim, Arlene Carvalho, Denise Resende, GGabriel Albuquerque, Mário Fontes, Pedro Alves e Thayná Campos Revista experimental produzida por estudantes de Jornalismo, do 7º período, da Universidade Federal de Penambuco. Com orientação da Profº Isaltina Gomes.

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bigú O JEITO É SEGUIR NOS TRILHOS POR PEDRO ALVES Entre rios, morros, matas e praias, circular pelos 218 quilômetros quadrados do Recife usando o transporte público pode, a princípio, parecer fácil, considerando a dimensão de outras megacidades muito mais condensadas, como São Paulo. Em toda a região da “Veneza Brasileira” existem apenas três eixos metroviários, um sistema de transporte complementar, dois eixos de BRT e mais de uma centena de linhas de ônibus que transportam, diariamente, os 1,6 milhão de recifenses pela cidade.

Foto: Pedro Alves

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Apesar disso, as falhas na engenharia e na gestão do transporte coletivo tornam uma verdadeira saga diária transitar pela metrópole, principalmente se você tem hora marcada e precisa gastar pouco - o que, pelos R$ 3,20 da passagem do Vale A, meu amigo, já não seria possível. Para resolv-

er o problema (ou tentar, ao menos), uma série de “gambiarras” e adaptações é necessária. Não só para quem precisa cruzar a cidade para chegar aonde precisa, mas para quem está a menos de dois quilômetros de distância e precisa percorrer ao menos cinco, já que tudo é contramão. Se, por alguma graça divina, você tem a sorte de morar próximo a um Terminal Integrado (na teoria) ou de uma estação de metrô, já é meio caminho andado - ou para andar. Digo isso porque cada estação de metrô, por mais longe que seja, tem algum tipo de conexão com algum terminal (você pode morrer assaltado ou atingido por uma pedrada em dias de jogo de futebol? Pode, mas é um pequeno preço a se pagar). Se você não tem acesso aos TIs, peço desculpas, mas prepare o bolso: você ocasionalmente vai precisar pagar duas,


Foto: Reprodução/Google Street View

três ou mais passagens, ou pior: ter um “opcional” como única alternativa. Em dia de protesto, a situação piora. Até pra quem quer ir pra a manifestação fica impossível se locomover. A melhor opção quase sempre vai ser o metrô. Mesmo que você precise andar um quilômetro, mesmo que haja mais três pessoas com você por centímetro quadrado, mesmo que você tenha ouvido aquele velho e frequente boato de arrastão: não tem engarrafamento nos trilhos, quase sempre. Os BRTs, muito mal projetados, inclusive, podem ser uma opção para dias de engarrafamento, mas em que não há bloqueios de vias. Apesar disso, os dois eixos existentes no Grande Recife não se conectam, mesmo passando a menos de 500 metros é um do outro e para quem precisa pegar dois transportes em zonas opostas, a exemplo de Olinda e Camaragibe, é cilada! Em dias de chuva, quando tudo enche de água, é a melhor opção, já que algumas estações de metrô também ficam debaixo d’água (risos).

De lei, a dica é ter um Vale Eletrônico Metropolitano (VEM). Ruim com ele, pior sem. Deixe de comer, esqueça a manicure e a conta da internet, mas sempre tenha ao menos R$ 12 de carga, caso seja um estudante e pague meia passagem. Se usar VEM Comum, pense no dobro, ao menos. Na dura realidade de quem não pode inserir muitos créditos mensais, os aplicativos e serviços online de recarga tornam-se os melhores amigos. Apesar disso, lembre-se que apenas é possível realizar três recargas por mês e, por isso, não se pode desperdiçar sequer um centavo com as taxas cobradas pelo serviço. Para evitálas, faz-se de tudo. Desde transferências bancárias com exatidão de centavos às desconfortáveis filas nas estações de BRT. Enfim, unindo a superlotação dos meios de transporte à falta de planejamento da cidade e a quantidade de carros por metro quadrado, o resultado é ter que sair duas horas antes de cada compromisso e evitar ao máximo as vias arteriais da capital. Ali é onde tudo acontece e todas as pessoas do mundo passam ao mesmo tempo. 5 aurore 5 - gambiarra


11 gambiarras que o recifense conhece bem

POR DENISE RESENDE

Gambiarra é sinônimo de improviso. É uma solução imediata e criativa, uma forma inusitada de fazer as coisas. No Brasil, pode-se dizer que a gambiarra já foi até incorporada como aspecto da cultura do país. O que costumamos chamar de “jeitinho brasileiro” é basicamente uma saída não convencional para as situações rotineiras. No Recife, claro, não poderia ser diferente. Seja no transporte público ou na vida pessoal, o recifense está sempre buscando uma forma de driblar as adversidades e imprevistos que podem aparecer pelo meio do caminho.

1. Passar o VEM de outra pessoa e dar o dinheiro Desde que tiveram a brilhante ideia de tirar os cobradores e deixar alguns ônibus só com o VEM, muita gente vem sendo pega de surpresa. Sobe, mas não tem o cartão. Ou não tem mais crédito. E aí? A saída é descer e esperar outro que ainda aceite dinheiro e que vá para o seu destino... Oooou... Se tiver, digamos, “sorte”, aparecer uma pessoa desenrolada por perto pra fazer aquela gambiarra camarada de passar o VEM dela para você, e, em seguida, você dá o dinheiro para ela, mas continua com a dívida eterna com quem não te deixou ficar para trás. Mas a gambiarra só dá certo se for com o VEM Comum, tá? O VEM Trabalhador só fica disponível cerca de 10 a 15 minutos depois.

2. Comprar de tudo no metrô Para o recifense que não tem tempo (nem paciência e disposição) para ir ao Hiper Bompreço, Ceasa, Riachuelo, Nagem, o transporte público do Recife – o metrô, principalmente, é a solução mais prática que existe. A quantidade e a diversidade de coisas que você consegue comprar certamente não existem em outro lugar. Paçoca, chocolate, biscoito, salgadinho, pipoca, peixe, mortadela, escova, pasta de dente, meia, agenda, sabão líquido, tesoura, lâmina de barbear, carregador portátil... A lista é grande.

3. Levar um celular “do ladrão” pra todo lugar Essa é famosa. Aquele aparelho velho, que nem touchscreen é, ou o ‘moderno porém quebrado’ é o item indispensável na bolsa e bolso do recifense. O celular que a gente dividiu em 12x e ainda tá na terceira parcela não pode ser levado tão facilmente, já que NÃO ser assaltado no Recife é tão difícil quanto viajar confortavelmente pelos meios de transporte coletivo da cidade. A gente bota o pé na rua e esconde o novo onde der, já o velhinho fica em um lugar fácil, às vezes, até visível, pra que se “o dono” vier, já saiba onde procurar. A frase “amiga, tô entrando no ônibus. Se quiser ligar pra mim, não ligue. Espera que eu chego” é tão comum que passa a nem ser dita, de acordo com a intimidade. Foto: Ana Roberta Amorim

4. Ter uma bússola instalada na cabeça

ANATTA GREY

Além de engenheiro, o recifense também já tem uma bússola instalada na cabeça para saber qual o lado do sol e qual o lado da sombra no ônibus. Depois de uma análise muito metódica é que o recifense escolhe o lugar (isso quando existe a opção de escolher). O pior é quando é meio-dia e o sol está bem no MEIO (!) e não tem para onde fugir, porque tem um sol para cada pessoa. “Bem, com a minha experiência, eu sei que o sol nasce nesse lado aqui, então quer dizer que, quando ele fizer a volta ali na frente, ele vai nessa posição. Conclusão: aqui o sol e ali é sombra”. Bem simples.

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5. Reaproveitar a garrafinha de água por dias

Foto: Ana Roberta Amorim

É muito comum aqui no Recife comprar uma garrafa de água na rua ou restaurante e leva-lá para casa, lavar, e continuar usando por vários dias depois para beber água no colégio, na faculdade ou no trabalho. Além de ser prático, também ajuda o meio-ambiente.

6. Aproveitar a sombra do poste Onde tem sombra tem gente embaixo dela para se proteger do sol. Isso porque os abrigos das paradas de ônibus normalmente, quando existem, não são suficientes para todo mundo. A saída mais eficiente é literalmente seguir a sombra do poste, formando aquela fila única, onde todos conseguem pegar uma pontinha. As placas e pessoas altas também funcionam, caso não exista um poste por perto.

7. Caçar promoção Ficar horaaaas na fila daquela lanchonete para comprar dois sanduíches pelo preço de um? Ficar horaaaaas na fila pra conseguir sorvete de graça? Sem falar nos cupons de desconto para o táxi, limitar a ida ao cinema apenas aos dias de ingresso mais barato e aproveitar muito os shows no Marco Zero. Os museus da cidade também ficam lotados nos dias em que a entrada é gratuita ou bem mais barata que o normal. Para fazer a grana render mais, o recifense ama uma gambiarra que envolva coisa grátis, não tem como negar.

8. Transformar tudo em abanador O recifense é engenheiro, é especialista em transformar tudo e qualquer objeto que tenha por perto em leque. Para suportar esse calor que Deus nos agraciou, um livro, uma folha de papel, um caderno, a própria roupa, a mão, a bolsa, QUALQUER COISA serve. ‘Resolver’ não resolve muito, mas ajuda a amenizar, né?

9. Usar meia calça como touca de cabelo O Recife é uma cidade cheia de salões de beleza, o que mostra que aqui tem um povo bem vaidoso. Mas, depois de passar um tempão fazendo escova no cabelo, o que a recifense faz para não amassar as medeixas e conserválas por mais tempo? Para quem não tem aquelas toucas que já vêm prontas, existe um jeito bem simples de fazer uma em 2 minutos. Basta pegar uma meia-calça – pode ser aquela que já está desfiando - cortá-la cuidadosamente e ajeitar o cabelo nela. Pronto. Quando você acordar no dia seguinte, o cabelo estará do mesmo jeito.

10. Remendar roupa em casa O recifense que é pouco habilidoso com a linha e agulha já desenvolveu técnicas bem inusitadas para dar aquela ajeitadinha na roupa quando tá com pressa. Na hora do desespero, fazer a bainha da calça só se for grapeando ou colando com fita dupla face, para apertar uma calça ou short a gente usa clips de papel ou grampeador. E quando a sandália quebra? Bota um prego ou cola com super bonder que resolve.

11. Reaproveitar sacola de supermercado Aquela sacolinha plástica de supermercado tem muitas utilidades para além de simplesmente guardar as compras. Numa típica casa recifense, normalmente lá na área de serviço, é bem comum encontrar uma sacola CHEIA de outras sacolas dentro. Mas para quê? Ué, as sacolinhas servem também, no fim das contas, para colocar lixo, para usar como ‘’luva’’ e até para proteger os pés na chuva. aurore - 77 gambiarra


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Foto: Divulgação/Super Ball

DRIBLE E ESTILO De Garrinha a Neymar, o drible virou cartão de visitas do futebol brasileiro. O freestyle, modalidade mais livre que a forma tradicional do esporte, tem ganhado notoriedade, mesmo sem estar dentro de quatro linhas. Alguns atletas se especializaram no drible, no gingado, na criatividade, e a partir daí nasceu o futebol freestyle. Pode-se chamar, inclusive, de uma “gambiarra”, da prática, focada na estética.

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ENTREVISTA

PEDRINHO FREESTYLE POR MÁRIO FONTES Foto: Divulgação/Super Ball

Sendo praticado em mais de 70 países, o Futebol Freestyle consiste em fazer acrobacias com a bola, usando diferentes partes do corpo: a cabeça, pé, coxa, costas, calcanhar, sola, ombros, entre outras. A execução das jogadas ou truques, mais conhecidas como “Tricks” podem ser feitas em pé, sentado e até mesmo deitado. Em Pernambuco, berço de Ricardo Rocha, Rivaldo e outros grandes craques, a modalidade também tem seu representante. O paulistano radicado em terras pernambucanas, Pedro Oliveira, conhecido como Pedrinho Freestyle, é um dos maiores nomes do país nesse estilo. Ele concedeu entrevista à Revista Gambiarra para falar um pouco sobre a trajetória no esporte e o processo criativo de um freestyler.

Como foi o início da sua trajetória no futebol freestyle? Aconteceu no início de 2007, enquanto eu ainda era goleiro. Três momentos marcaram o ponto de partida dessa história: o primeiro foi quando descobri que meu irmão já sabia, de maneira bem básica, executar o ATW (around the world, vulgo “zerinho”, que é circular a bola no ar com o pé). Pedi que ele me ensinasse, mas o problema era que ambos não sabíamos embaixadinhas e a bola que usávamos para aprender nesta época era murcha e rasgada. Aprender a controlar a embaixadinha foi o desafio mais cansativo e divertido para nós. O segundo momento foi quando assisti pela primeira vez a campanha “Joga Bonito”, da Nike. Ronaldinho foi quem me inspirou a aprender novas manobras, e isso nos aurore - 99 gambiarra


leva direto ao terceiro momento, que foi o YouTube. Lá, descobri que conhecidos do meu bairro - hoje grande amigos - já gravavam vídeos, mostrando algumas manobras básicas ou até mesmo “firulas”, como acertar a bola no travessão a longa distância, dribles. Fiz questão de visitá-los, para ver ao vivo aquelas mesmas manobras. O fascínio só cresceu, até que eles me pediram para assistir ao vídeo de um cara chamado Soufiane Touzani. O resto é história!

Como é a ta, como

tua rotina treinamentos

como atlee preparo?

Treino três vezes por semana e faço street performance nos fins de semana para evoluir ainda mais a consistência nas manobras. Como o que é necessário para poder gastar energia e descanso o suficiente para ter disposição. Faço acupuntura chinesa uma vez por semana para aliviar um pouco as dores que me atormentam há alguns anos.

Quais as maiores dificuldades que você encontrou na carreira de freestyler? Ainda é estar longe da minha família. Torço para que um dia eu possa voltar de vez, mas, na vida de um freestyler não há futuro certo, e é por isso que continuo apostando na minha intuição. Vou pra onde o freestyle me carregar.

Em uma ocasião especial, você vestiu a camisa do Náutico em um torneio. Mesmo sem ter o apoio ideal naquele momento, o quão importante seria ter a ajuda destes clubes tradicionais nesta modalidade do futebol? Para o nosso esporte, não há importância, 10 aurore 10 - gambiarra

Foto: Divulgação/Clube Náutico Capibaribe

QUANTO MAIS TRICKS (MANOBRAS) VOCÊ SOUBER, MAIS RÁPIDO SERÁ SUA CAPACIDADE DE IMPROVISAR ALGO EM CASO DE PERDER A BOLA porque é um esporte individual. Por outro lado, acredito que os clubes poderiam investir mais tempo analisando as possibilidades que o freestyle traria no “controle de bola individual”, especialmente para as crianças e adolescentes. Quanto mais controle, mais confiança. Quanto mais confiança, mais aberto a possibilidades o jogador estará. Não falo de manobras ou embaixadinhas na frente do oponente, falo de cautela e criatividade ao receber ou se mover com a bola.

Além da habilidade, é necessário ter bastante criatividade e poder de improvisação nas apresentações e duelos. Quando você vai competir, ter algum “roteiro”,


por assim dizer, que ajude a orientar para depois improvisar? Quanto mais tricks (manobras) você souber, mais rápido será sua capacidade de improvisar algo em caso de perder a bola ou, até mesmo, corrigir um erro com outra manobra em seguida. Se inspirar em outras artes, outras áreas, pode ser um bom recurso para aumentar o poder de criatividade e improvisação. No caso de quem pratica futebol freestyle, há influência de outras áreas (como teatro, por exemplo) na hora de uma apresentação na frente de várias pessoas? E se sim, como isso influencia? O freestyle é um esporte que trás elementos de outras artes como a Ginástica e o Breakdance. A criatividade não tem limites quando você está a procura do seu próprio estilo, personalidade, etc. O teatro pode aju-

dar um pouco mentalmente te mantendo focado na respiração, nas suas sequências e se brincar até construir uma quarta parede no palco, porém para ganhar uma competição é necessário muita pancada física.

Como você avalia as perspectivas de futuro no futebol freestyle brasileiro? Depende do quão distante é o futuro que estamos tratando aqui. Acredito que em 2022 alguns atletas já estarão vivendo do esporte e isso despertará mais interesse em promover o esporte sejam em shows ou competições.

Qual a melhor maneira de ajudar a difundir o futebol freestyle entre os mais jovens? Mostrando que mesmo sem fazer uma embaixadinha, ainda é possível executar manobras. O progresso depende do quanto você se diverte. Foto: Divulgação/Super Ball

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zuada POR GGABRIEL ALBUQUERQUE

A VANGUARDA É UM JOGO DE CINTURA

Que seque secepudam ant, simus velluptate vendigenihit quia delia non ellentur?Idelliquis pa quis eturemped quunt modi bea quate rerum quate dolupici odis sediati bea voluptatium haris esto bearum laccusdam si nobis ellupitionse prae. Et escipiet audanis earum que repero tem voluptatus ea

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Com o crescimento das escolas de samba no Rio de Janeiro, na década de 1930, nem todos os foliões conseguiam escutar o ritmo que era cantado durante os desfiles pelas ruas. Com a intenção de resolver esse problema, o sambista Bide usou as habilidades que aprendeu como sapateiro e revestiu com couro de bode uma lata de manteiga de 20 quilos, atando-o à lata com arames e taxinhas. O resultado foi a criação do surdo, um tambor de som grave que redefiniu para sempre toda a sonoridade do samba. Bide, Marçal, Ismael Silva, Brancura e os demais sambistas do bairro Estácio de Sá, no centro do Rio, desenvolveram a partir daí uma musicalidade particular, com um som mais ritmado, incluindo, ainda tamborins, cuícas, pandeiros e chocalhos que embalavam seu lirismo boêmio do cotidiano nos subúrbios. Assim como o blues, o rock, o hip hop, o punk e a house music, o samba foi criado a partir de um quadro de limitações financeiras e técnicas. Mas dentro dessa limitação os artistas usaram sua inteligên12 aurore 12 - gambiarra

cia intuitiva para criar soluções experimentais. Gambiarras que ativaram também novas formas estéticas. Porém, histórica e politicamente o samba foi associado à “tradição”, “raízes”, ao arcaico, ao passado. Por outro lado, o Modernismo, por ter a arte europeia como horizonte, é identificado como a vanguarda, a modernidade, o futurístico. Se a vanguarda é uma questão de experimentações estéticas e poéticas radicais, por que não atribuir ao samba características vanguardistas? No Brasil, a tradição(?) entre tradição e vanguarda é ambivalente: nós encarnamos em nosso cerne a vanguarda do avesso e o avesso da vanguarda – Os Mutantes, Elza Soares, Sepultura, DJ Marky e de forma geral o funk. Absorvendo uma série de vertentes da música eletrônica dos Estados Unidos e Alemanha, os jovens negros dos morros cariocas tomam posse de equipamentos de produção musical e criam sua própria música. O funk é o exemplo da síntese e antropofagia que estão no cerne da cultura brasileira. Até segunda metade dos anos 1980


COMECEI A TOCAR NOS BAILES, VENDO OUTRO MANO MEU TOCAR NESSE BAILE AQUI DA MINHA QUEBRADA

Foto: Divulgação

e início dos anos 1990, o funk era marcado pelo uso de diferentes bases advindas de uma variedade de gêneros, entre os quais o electrofunk, o electro de Nova York, o electro de Los Angeles, o hip-hop da new school, o Miami Bass, o Latin Freestyle etc. O DJ Marlboro foi o primeiro a promover o “abrasileiramento” dessa música com o funk melody (na época ainda chamado de “rap” ou “melô”) no álbum Funk Brasil Volume 1 (1989), com faixas dos MCs Batata, Ademir Lemos, e Abdúla. Ainda na primeira metade da década, o funk melody passa a ser variado pela intromissão ou sobreposição de gravações de percussão afro-brasileira, ilustrada pelo berimbau. Em 1998 o DJ Luciano Oliveira cria para fazer crescer, para dar sustentação à sonoridade transparente melody, a batida que viria a chamar-se Tamborzão. Em 2008 esse Tambor passa a ser modulado por pequenos componentes vocais, até que em 2010 estas vozes assumem vida própria e se manifestam no papel de uma multiplicidade de bases, os Beatboxes. O caminhar da históri+a revela como gradativamente o gênero abriu maior espaço para a inventividade do DJ-produtor. No funk contemporâneo crescente margem de ação no que concerne ao trabalho do produtor musical, e consequentemente, maior abertura para hibridações com outros gêneros como o arrocha, o sertanejo, o forró, a house, o techno, o trap e o dancehall jamaicano – caso das músicas do cearense Aldair Playboy produzidas pelo paraense DJ Lorran. Uma das sonoridades mais impressionantes do funk atual intriga por caminhar na contramão das definições do próprio gênero. Dos bailes Suvaco da Cobra (no bairro Califórnia) e Inestan (na favela de mesmo nome), em Belo Horizonte, emerge uma sonoridade menos incisiva, com arranjos mais espaciais, etéreos e com maior destaque para os tons agudos encharcados de reverb. Ao invés da batida grave seca, os novos músicos de Belo Horizonte investem na tendência minimalista da ambient music – ainda que nunca tenham ouvido falar nessa tal de ambient ou não conheçam compositores como Brian Eno. O DJ Swat, 23 anos, é o principal nome

FIZ O COCA BATENDO COM UMA GARRAFA DE DOIS LITROS NA PORTA MESMO. EU COLOQUEI O GRAVADOR DO OUTRO LADO E CAPTEI EU BATENDO COM A GARRAFA. E DAÍ FUI EQUALIZANDO da turma mineira. Ele toca em bailes funk há nove anos e começou a produzir suas próprias músicas há quatro. Aprendeu tudo vendo tutorias pelo YouTube. Atualmente comanda o baile do Suvaco e tem um pequeno estúdio em casa, onde produz músicas para diversos MCs. Ele é Bandido, com o MC Wellerzin, é uma das faixas que melhor trabalha a construção do ambiente sonoro fazendo sobreposições de vozes. A mais surpreendente é a montagem Sacanagem Toda Hora, parceria com o DJ Vinicin do Concórdia que utiliza um elegante arranjo sinfônico de cordas – uma música delicada e exuberante, mas ainda sobre putaria. “Quando eu comecei já escutava bastante música de funk e ficava me perguntando como é que se fazia uma música”, ele conta. “Não tinha noção de nada, de nada, de nada. Ficava batendo no Youtube, mano, procurando várias fitas pra aprender a produzir, fazer essas paradas. Comecei a tocar nos bailes, vendo outro mano meu tocar nesse baile aqui da minha quebrada. Eu via esse meu mano tocando e ficava: ‘Nó, mano, meu sonho é tocar, meu sonho é virar DJ’. Sempre tive essa vontade. Já vai fazer uns nove anos que mexo nesse negócio. Aí eu vendo ele tocar, baixei o Virtual DJ [programa gratuito usado para discotecar em festas] pra tocar aqui em casa pra mim mesmo, aprendendo a virar algumas músicas. Inclusive, nunca fiz curso, nunca fiz nada. Só toco mesmo o que eu sei”, detalha Swat. Outro destaque da nova geração é Polyvox, DJ da favela da Nova Holanda, no Rio de Janeiro. Aos 26 anos, ele é o responsável por introduzir o que chamou de “putaria acelerada” ou “ritmo louco”, novíssima vertente em que a tradicional ba-

Foto: Divulgação 13 aurore 13 - gambiarra


tida do funk sai dos 130 B.P.M. (Batidas Por Minuto, em outras palavras a velocidade da música) para a faixa dos 150 BPM, criando um efeito mais caótico e frenético. Além disso, Polyvox também criou o Tambor Coca-Cola, uma batida nova para atender às necessidades do ritmo acelerado. “Fiz o Coca batendo com uma garrafa de dois litros na porta mesmo. Eu coloquei o gravador do outro lado e captei eu batendo

com a garrafa. E daí fui equalizando, colocando som de atabaques picotados, respiração e um gemidinho”, explica. O produtor desenvolveu também algumas variações, como o “Tambor Coca do Mal” (usado na música Um Tal de Bota Tira, Um Tal de Tira e Bota, com o MC Buret) e o “Tambor Coca Swing” (em Roça a Pepeca, com o Mr. Catra).

Foto: Divulgação

EMPODERAMENTO Comparando com a música eletrônica, a “putaria acelerada” de Polyvox está próxima do Footwork, Gabber, Jungle e outros estilos rápidos de dance music. Já o minimalismo de Swat soa como a Ambient Music ou o Witch House. Mas não é uma reprodução do estilo americano. Nenhum destes produtores – negros de uma periferia em que a polícia autoritariamente destrói equipes de som – têm esses estilos como referência ou sequer os conhecem. Sem nenhuma educação formal de música, jovens como Swat e Polyvox sinalizam um empoderamento pessoal: a seu modo (na tentativa e erro, na gambiarra), dominam técnicas de produção e softwares eletrônicos e desenvolvem um som próprio e único. Tudo isso é uma mostra da diversidade no fluxo de ideias da produção da música popular do Brasil e comprovam a essência experimental do funk. De Marlboro a Swat e Polyvox, os funkeiros não partiram de uma educação musical formal para fazer a música, mas inventaram-na por meio da prática 14 aurore 14 - gambiarra

dos recursos de um instrumentário novo. Essa prática e suas descobertas resultaram no primeiro gênero brasileiro de música eletrônica dançante. Isso não significa que não tenha história no Brasil e no mundo. No universo da chamada alta cultura, onde, diferente do funk, experimentalismo e invenção são sinônimo de impopularidade, suas técnicas foram descobertas e teorizadas pela música concreta do fim dos anos 1940. Mas não é a ela que ele se liga, e sim às tradições da diáspora africana. Afora o experimentalismo inerente à origem instrumental, o funk participa de uma estética experimental, na linha do menos é mais, capaz de atingir views na casa dos 7 ou 8 dígitos. E há um terceiro aspecto nesse experimentalismo: é uma música que faz parte de uma cultura de sobrevivência que o obriga a transmutar-se a fim de preservar a vida. Dos sambistas do Estácio de Sá ao batidão, uma necessidade permanece: é preciso pensar “experimental” não como um gênero ou um repertório fixo, e sim como uma prática de invenção que pode também ser intuitiva, jogo de cintura. Uma gambiarra com gingado e tempero brasileiro.


rango CRIATIVIDADE NA PANELA POR ANA ROBERTA AMORIM

Uma receita que dá certo é aquela que atende à demanda das pessoas que vão consumi-la. O paladar do cozinheiro deve ser levado em conta, mas de nada adianta se as outras pessoas não aprovarem. Mas e quando aquela receita dá errada e o jeito é arrumar um “jeitinho” para consertar o estrago e tentar salvar alguma coisa? Ou quando faltam aqueles utensílios essenciais para determinada etapa da receita? É aí que entram as gambiarras culinárias. “Além de habilidade, é preciso engenhosidade para transformar o alimento com recursos que se tem”, observa a professora de gastronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Neide Shinohara. Ela exemplifica com alguns casos comuns na cozinha, como a falta de um batedor de ovos específicos, que pode ser substituído por garfos. “Se juntarmos dois garfos, de lados opostos, eles deixam um vão no meio, que é semelhante ao batedor de ovos e pode ser usado sem problemas”, ensina. “Na gastronomia, não falamos gambiarras, mas adaptações. Existem vários exemplos nos quais determinada receita foi por um caminho que não deveria e o cozinheiro precisou fazer adaptações a fim de não perder todo o trabalho”, conta o gastrônomo Rodrigo Rossetti. De acordo com ele, essas gambiarras são mais comuns em locais que não dispõem de muitos recursos para jogar o que deu errado fora e refazer a receita com novos ingredientes. Por isso, o jeito é tentar aproveitar. “A gente pode considerar que 30%, 40% das comidas são improvisação. Mas essas adaptações não são propositais. Normalmente acontece algum erro e para salvar do erro acontece a ‘gambiarra’. Isso não é exclusivo de um país, mas de pessoas que têm mais necessidades. Depende mais da condição social-econômica do que da cultura do país”, esclarece Rodrigo. Mas se não fossem essas gambiarras na cozinha a gente não teria comidas deliciosas preenchendo nossos pratos. Aqui você confere alguma delas e como foram criadas. Ou reinventadas:

Foto: Pixabay

A arte culinária não se resume a cozinhar bem. É preciso ter jogo de cintura para reaproveitar aquela receita que tinha tudo para dar errado

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PETIT GATEAU PETIT GATEAU

Um caso de esquecimento que deu super certo. Seja o tempo menor do que o recomendável para deixar o bolo no forno (versão americana da história) ou a quantidade errada de farinha da massa (versão francesa), o fato é que o Petit Gateau conquistou uma multidão de amantes. Aquele bolinho quente, macio por fora e com uma calda de chocolate por dentro, junto com uma bola de sorvete traz um contraste super saboroso, não é? O mais curioso disso tudo é que o nome “Petit Gateau” não veio da França, foi uma invenção brasileira! Foto: Pedro Alves

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Foto: Pedro Alves

CERVEJA CERVEJA

Outro esquecimento fez com que a cevada fermentasse demais, o que acabou originando a Cerveja. Não se sabe ao certo a origem da bebida, mas evidências vindas de seis mil anos atrás, na região da Mesopotâmia (hoje, Iraque). Mesmo a fermentação ter passado do tempo ideal, o resultado acabou agradando ao paladar daqueles que experimentaram o que se tornaria, atualmente, uma das maiores paixões de diversos povos do mundo, principalmente do brasileiro. De acordo com a Innovare Pesquisa, que realiza análises de mercado e perfil de clientes, o Brasil ocupa a 17º posição de países mais consumidores de cerveja: uma média de 82 litros por pessoa, a cada ano! Não é à toa que

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Foto: Pedro Alves

COOKIE COOKIE

Criado acidentalmente por uma senhorinha chamada Ruth Graves Wakefield, que costumava fazer bolos, lá pela década de 1930, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Um dia, ela percebeu que faltava chocolate em pó para fazer seus quitutes e resolveu misturar pedaços de chocolate à massa, pensando que iriam derreter. Quando viu, os pedaços foram incorporados e viraram o que hoje chamamos de Cookie. Que sorte a nossa esse “acidente” ter acontecido, não é?

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TEMAKI TEMAKI

No Brasil, o Temaki (“sushi enrolado na mão”) faz parte do chamado hibridismo culinário. Ou seja, uma criação japonesa, mas que sofreu adaptações ou gambiarras para agradar ao paladar brasileiros. O básico da receita, peixe, permanece, mas o recheio do Temaki pode ser de cream cheese a doce de goiaba, bastante apreciado por aqui.

Foto: Pedro Alves

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xarope A SAÚDE NA MÃO DO POVO

POR ARLENE CARVALHO

Quando se ouve falar em gambiarras, uma das primeiras imagens que chegam à mente do interlocutor remetem a fios de energia elétrica ou a um jogo de luzes encontrado em teatros. Muitas vezes, essa palavras também é entendida de forma pejorativa como algo em condições precárias, provisório ou malacabado. Mas um de seus sentidos mais amplos remete ao improviso e a capacidade dos seres humanos de, com certa criatividade, realizar tarefas e solucionar problemas com o que se tem nas mãos. As gambiarras estão presentes em diversos âmbitos da vida. Seja dentro de casa, no trabalho, nas escola ou faculdade. Quando falamos da saúde das pessoas, não é diferente. Por mais que o Ministério da Saúde sempre recomende em suas peças exibidas nos veículos de comunicação, que o médico sempre deve ser consultado e que já seja parte do senso comum as informações dos diversos riscos da auto-

Foto: Pixabay

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medicação, atire a primeira pedra quem nunca resolveu pesquisar na internet ou perguntar à avó se ela sabia de algum chá ou mistura que poderia resolver o determinado problema. Não é preciso ir ao tradicional Mercado de São José, na área central do Recife, local conhecido por vender iguarias que podem ser usadas desde para questões de saúde até a compra de ingredientes para “simpatias”, para saber de algumas dessas combinações. Uma ida à feira livre do bairro já é o suficiente. É o que conta a dona de casa Viviane Souza, 63 anos. “Eu costumo fazer chá de gengibre para lidar com as enxaquecas frequentes e sempre uso lambedor quando meu neto fica gripado. É só usar colocar a raiz do gengibre para ferver e esperar ficar morno. O lambedor, eu faço com hortelã. É só misturar com mel ou açúcar e um pouco de água. É tiro e queda”. Essas são apenas duas gambiarras que ajudam no dia a dia das pessoas. Confira mais algumas:


Foto: Pixabay

LAMBEDOR

BICARBONATO DE SÓDIO

A combinação de ervas, água, açúcar ou mel é muito usada principalmente na região Nordeste do Brasil, para combater tosse e doenças do aparelho respiratório. Pode ser feita com hortelã ou ingredientes mais simples, como cebola e abacaxi, misturados com açúcar.

A substância é capaz de equilibrar os níveis de pH da pele e ainda combater infecções. Algumas pessoas recomendam o uso dela para branquear os dentes e também para limpeza caseira da pele. No caso do clareamento dental, é só misturar o bicarbonato na pasta de dente e escovar normalmente. Para a limpeza de pele, pode-se misturar uma colher de bicarbonato com um pouco d’água, até que se forme uma pasta. É preciso aplicar a mistura no rosto por 20 minutos e depois lavá-la com água corrente.

CHÁS DIVERSOS Não é novidade a relação estabelecida entre chás e infusões e o tratamento e prevenção de doenças, além de problemas como insônia e outras condições psicológicas. Os chás de gengibre e camomila são usados para aliviar as enxaquecas. Além disso, a camomila também é usada para aliviar ansiedade e até em limpezas de pele. Mulheres grvávidas devem atentar para a consulta com um médico antes de utilizar os chás

ALHO Deve ser mastigado, a fim de aliviar a dor de dente. O alho, ao ser associado ao limão, também é usado para a prevenção e tratamento da gripe e outros problemas relacionados à garganta.

CASCAS DE ÁRVORES Amplamente utilizada na cicatrização de ferimentos e inflamações cutâneas, a casca da aroeira funciona como uma espécie de antibioótico, de uso tanto externo quando interno. Em casos de cortes, por exemplo, que ocasionaram inflamações, recomendase banhar a área afetada com a água em que a casca descansou por ao menos 12 horas. A casca do Juá é um remédio para erupções dermatológicas, como a caspa e outras dermatites. A água apurada com a casca do Pau Pereira, quando ingerida, pode beixar a pressão arterial.

Apesar de tudo, é necessário lembrar que assim como em todos os âmbitos, as gambiarras feitas para curar um problema de saúde ou prevenir algo, são temporárias e podem, inclusive, ter um efeito reverso. Os produtos obtidos por meio delas podem precisar ser substituídos por ações definitivas. Ou seja, procurar um médico pode ser essencial para a resolução final do problema. 21 aurore 21 - gambiarra


macaco A SOLUÇÃO POR TRÁS DA TELA POR THAYNÁ CAMPOS

Vida de jovem é mesmo difícil. Vida de jovem sem dinheiro... a gente nem comenta. Mas já dizem que só não tem solução para a morte e, enquanto seguimos esperando esse momento sem solução, vamos improvisando para viver quase nada, só com um celular e nossa dignidade. Tendo isso, ainda é possível fazer gambiarras para não gastar muito.

C

UPONERIA

Utilizando a localização do usuário, o aplicativo reúne cupons de descontos em lojas próximas. Também é possível filtrar apesquisa por bairro, porém só as opções Várzea e Boa Viagem são possíveis para a Cidade do Recife. Algumas marcas estão disponíveis para promoções e cupons no aplicativo como Minuto Pão de Açúcar, extra. com.br, Quiosque Chopp Brahma, americanas.com e Submarino.

Z

oom.com.br

Zoom é um site que reúne preços de diversas lojas diferentes para uma infinidade de produtos. Para quem quer comparar valores sem ter que visitar vários sites o Zoom é uma boa opção. A plataforma faz pesquisas em mais de 300 sites, mas nem todos são conhecidos. Sendo assim , a dica é pesquisar a credibilidade do site antes de realizar a compra. No mais, o Zoom é o Trivago dos produtos.

B

usca desconto

Busca Descontos é um aplicativo parecido com o formato do site Zoom. Ele reúne preços divididos por categorias, lojas ou marcas. A diferença é que, ao invés de pesquisar pelo menor preço, o aplicativo pesquisa pelos descontos disponibilizados pelas lojas. Dentro das categorias é possível encontrar ofertas desde viagens até livros, variando também nas marcas. 22 aurore 22 - gambiarra

L

itrão Go

É fim do mês, quer tomar uma, mas só tem aquele dinheiro contadinho? O aplicativo Litrão Go te ajuda. Ele utiliza a localização do usuário para encontrar locais que vendem cerveja. Com marcações no mapa, os preços são mostrados e é possível comparar os valores com outros locais próximos. Encontrou um lugar mais barato? O usuário também pode acrescentar localizações e valores.

S

araiva

O melhor truque para quem gosta de livros e não encontra o melhor preço na Estante Virtual – ah, frete, pra que te quero? – e precisa comprar na Saraiva é o seguinte: os preços do site são sempre menores que os da loja. Dica dois: ao invés de colocar para receber a compra em casa, existe a opção de colocar para receber na loja. Assim não tem cobrança do frete.

I

nstabridge

Fim de mês tudo acaba, inclusive o famigerado 3g. Mas para isso também tem improviso e solução. O aplicativo Instabridge detecta os sinais de Wi-Fi próximos e se conecta neles mesmo que tenham senha. Os sinais são classificados por cores: verde quer dizer que o Wi-Fi costuma funcionar, vermelho significa que costuma não funcionar.


S N

potify etflix

Não é novidade que a Netflix e o Spotify disponibilizam alguns dias grátis para que o usuário possa testar a plataforma e então fazer sua assinatura. Para você é novidade? Então vai lá e aproveita. O truque de mestre de algumas pessoas, no entanto, é usar várias contas de e-mail diferentes para ganhar ainda mais dias gratuitos. Quanta engenhosidade!

M

cExperiência

Foi no McDonald’s uma vez e já se arrependeu da fortuna que gastou? Calma! Não dá pra ter o dinheiro de volta, mas dá pra ganhar com o cupom fiscal da compra. No site mcexperiencia.com.br, é possível ganhar alguns sorvetes e sanduíches. É só colocar o número do cupom fiscal da última compra no McDonald’s e responder perguntas sobre como foi a visita.

A

aonde Convém

Esse aplicativo é a solução para os pesquisadores de plantão. Ao invés de percorrer todos os supermercados procurando o preço mais barato, o usuário pode simples acessar o AondeConvém e ter acesso a diversos folders de loja com os preços. Assim fica mais fácil comparar valores e a economia de sola de sapato é grande.

P

opcorn Time

Já usou seu e-mail da terceira série com nome de personagem de desenho animado na Netflix? Também já usou o dos pais, dos irmãos, dos animais de estimação e dos avós? Acabaram as opções e você não vai pagar pela assinatura? Calma! Ainda tem solução. O Popcorn time é uma plataforma bem parecida com a Netflix, mas com duas vantagens: é gratuita e disponibiliza algumas séries e filmes mais rápido. É possível baixar no computador e no celular. O único problema é que, como o Popcorn Time é multiplataforma livre, algumas traduções demoram alguns dias para chegar.

C W

ittamobi aze

O improviso é para quem tem menos de uma hora para ir de casa ao estágio ou do estágio para a faculdade. E nesse tempo ainda tem que comer e fazer trabalhos. O CittaMobi permite que cada minuto antes da saída de casa seja aproveitado. Ele mostra quantos minutos faltam para o ônibus chegar, apesar de nem todas as linhas de ônibus estarem cadastradas. O Waze mostra os pontos de engarrafamento, ele permite que novas rotas sejam escolhidas por quem está de carro e que outras linhas de ônibus sejam opção para quem usa o transporte público.

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