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ÍNDICE
from CONHECENDO A TERRA: Um Olhar Ecológico Sobre o Planeta – a casa, a escola, o bairro (Livro do Aluno
Capítulo1 CONHECENDO MINHA CASA Capítulo1 CONHECENDO MINHA CASA
Foto: Patrick Goltsman Moreno
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Foto: Patrick Goltsman Moreno
Foto: Lucietta Martorano
Foto: Patrick Goltsman Moreno Foto: Patrick Goltsman Moreno
Foto: Patrick Goltsman Moreno
Ei, psiu! É, você mesmo... Você sabia que o futuro da Terra está nas suas mãos? Não só nas suas, mas também nas dos seus amigos, da sua família, dos seus vizinhos e de cada um dos habitantes do nosso planeta. Pois é, para garantir que ele continue “saudável” temos que estar conscientes do nosso papel. E, por onde começar? Sem dúvida, a melhor forma é dentro da nossa própria casa. Vamos nessa? 5
LAR, DOCE LAR
Você já pensou em como é sua casa? E como você gostaria que ela fosse? Mas será que todas as casas são iguais? Com certeza não...
Algumas casas são maiores que outras. Algumas têm quintal, outras não. Algumas ficam em condomínios e outras em comunidades. Outras podem ser apartamentos localizados em pequenos prédios ou grandes edifícios.
Mas isso não é importante. O que realmente importa é que nossa casa, independente de como seja, é o nosso lar, onde moramos junto com aquelas pessoas que mais amamos. E, por isso, precisamos cuidar muito bem dela!
Ilustração:
Fernando Costa Pereira
CUIDANDO DA NOSSA CASA
Para cuidar da sua casa, a primeira tarefa é mantê-la sempre limpa. A sujeira, além de deixar uma aparência muito ruim, pode atrair insetos, ratos e outros seres que causam doenças. Por isso, nada de deixar sujeira espalhada pela casa!
Além disso, é importante tentar conservar sua casa. Se destruí-la, além dela ficar com um aspecto ruim, seus pais terão que gastar dinheiro para consertála. E o dinheiro gasto poderia ser usado para outra finalidade como passeios, viagens etc.
Outra preocupação é evitar os acidentes domésticos. Claro que acidentes acontecem, mas se tomarmos bastante cuidado, poderemos evitá-los. Para isso, basta seguir algumas regrinhas:
Nunca, em hipótese alguma, tente comer ou beber algo que você não conhece. Muitas substâncias que existem em casa podem ser venenosas.
Muito cuidado com as escadas e janelas, principalmente se não tiverem corrimão ou rede de proteção. Cuidado com os cantos dos móveis e os objetos pontudos. Evite brincar perto deles.
Não brinque com facas, tesouras, ferro de passar, ferramentas etc. Nunca tente pegar algo que esteja fora do seu alcance. Se tiver dificuldade, chame um adulto.
Nunca tente mexer no fogão nem em nada que esteja sobre ele. Se quiser algo, peça ajuda. Não coloque os dedos nem outros objetos nas tomadas. Além do perigo de levar um choque, você poderá danificar muitos aparelhos eletrônicos da sua casa.
EVITANDO DESPERDÍCIOS
Desperdiçar significa gastar sem necessidade. Assim, toda vez que gastamos alguma coisa mais do que precisamos, estamos cometendo um tipo de desperdício. O desperdício pode ser de água, de luz, de comida e até mesmo de tempo.
Os especialistas calculam que, no Brasil, mais da metade dos alimentos produzidos é desperdiçada. Já imaginou quantas pessoas poderiam aproveitar todo esse alimento que vai para o lixo?
Outro problema é que quando existe desperdício, quem paga a conta somos nós. Isso porque a utilização dos recursos naturais, ou seja, que a natureza produz, aumenta desnecessariamente. E, para piorar, muitos destes recursos não são infinitos e um dia poderão acabar.
Desperdício de alimentos em feira
(fotos: editora pollux)
Por isso, é importante estarmos sempre atentos para evitar o desperdício. O problema é que esse desperdício pode se esconder nos mínimos detalhes, ou seja, em hábitos que adquirimos e nem nos damos conta. Quem nunca escovou os dentes com a torneira aberta ou colocou mais comida no prato do que poderia comer?
Mas mudar nossos hábitos não é impossível! É tudo uma questão de força de vontade. Para isso, é fundamental conhecer formas de evitar o desperdício no dia a dia. Depois é só colocar tudo em prática. Vamos tentar?
ECONOMIZANDO ENERGIA ELÉTRICA
Com certeza você já deve ter escutado seus pais falando: Não esqueça de apagar as luzes! ou Não ligue todos os aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo! Mas porque será que eles se preocupam tanto com isso?
A primeira explicação é bastante simples: quanto mais energia elétrica sua casa consumir, mais cara será a conta que seus pais precisarão pagar no final do mês. Isso significa que se você deixar todas as luzes acesas, mais dinheiro seus pais gastarão para pagar a conta de luz.
Mas também existe outra explicação. Produzir energia elétrica, ou eletricidade, não é tão simples. Na verdade é um processo bem complicado e caro. No Brasil, a maior parte da eletricidade é produzida pelas usinas hidrelétricas, como a de Itaipu.
Essas usinas são grandes construções que utilizam a força da queda d’água dos rios para produzir eletricidade. Quer saber como isso acontece? Veja na próxima página.
hidrelétrica de itaipu
(foto: caio coronel/itaipu binacional)
Geralmente, a usina hidrelétrica é instalada em um local do rio onde existe uma cachoeira ou uma corredeira. Ali, se constrói uma barragem para represar a água. Na barragem são instalados grandes dutos que levam a água até as turbinas.
À medida que a água vai passando, as turbinas giram e acionam os geradores que produzem eletricidade. A eletricidade produzida é levada, através das linhas de transmissão, até as nossas casas.
O problema é que para construir o reservatório de água de uma usina é preciso inundar uma grande área. Isso significa que as famílias que vivem na região precisam se mudar, a vegetação precisa ser retirada e os animais têm que ser transferidos para outros locais.
usina hidrelétrica
(Ilustração: Rafael Baldissara Belcastro)
LINHAS DE TRANSMISSÃO
RIO TURBINAS
BARRAGEM
DUTO RESERVATÓRIO
Outra forma também utilizada para produzir eletricidade em nosso País é através das usinas termoelétricas. Elas utilizam carvão mineral, óleo combustível ou gás natural para produzir eletricidade. Porém, estas usinas liberam gases poluentes que podem causar o aquecimento do planeta.
Além das hidrelétricas e termoelétricas, também existem outras formas de produzir eletricidade. Algumas delas são menos poluentes e, por isso, são chamadas de energia limpa. Tente pesquisar quais são estas formas de produzir energia. Em seguida, explique o que você descobriu para sua turma.
Assim, quanto mais eletricidade utilizarmos, mais usinas precisarão ser construídas. Isso significa provocar um maior impacto ambiental e destruir mais a natureza. Por isso, é tão importante economizar.
Mas como podemos usar a eletricidade sem desperdício? Existem algumas dicas que podem ajudar você e sua família a economizar. Vamos conhecê-las?
ilustração: Felipe Paes de Almeida
• Ajuste o chuveiro elétrico para a posição verão/ inverno dependendo da época do ano. Também desligue a água quando estiver se ensaboando. • Não deixe as luzes acesas sem necessidade. • Peça para seus pais trocarem as lâmpadas incandescentes pelas econômicas. Além de consumirem menos energia, duram 10 vezes mais.
• Evite usar aparelhos que utilizam muita energia no horário de pico, ou seja, entre 18 e 21 horas. Durante este horário, o consumo de energia é maior em nosso País.
• Nunca deixe a televisão ligada quando não tiver ninguém assistindo. O mesmo vale para os rádios e outros equipamentos. • Não deixe a porta da geladeira aberta durante muito tempo. • Caso seus pais precisem comprar eletrodomésticos, peça para eles darem preferência aos aparelhos mais eficientes, ou seja, aos que consomem menos energia.
ECONOMIZANDO ÁGUA
Agora que você já sabe como economizar eletricidade, vamos falar de outro recurso natural muito importante – a água.
Nesse ponto, nosso País é bastante favorecido. Além de ter um litoral gigantesco, quase 15% da água doce de todo o mundo está no Brasil, seja em rios ou lagos ou até mesmo debaixo da terra (água subterrânea). Porém, se você acha que ela nunca vai acabar, está muito enganado!
Hoje, estamos vivendo um problema muito sério que é a falta de água potável. De toda água do mundo apenas 2,5% correspondem à água doce, sendo que a maior parte dela está na forma de gelo. Do restante, apenas uma pequena parte está apropriada para o consumo.
Mas como parece que nunca vai faltar água, as pessoas não tomam o cuidado que deveriam para evitar sujar os rios e lagos, nossas fontes de água doce. Até os oceanos estão sujos. Além disso, a sujeira que fica no chão também pode penetrar no solo e acabar contaminando a água subterrânea. Assim, toda água nesses locais acaba contaminada e fica imprópria para ser consumida.
litoral da bahia
(foto: patrick goltsman moreno)
Mas além de tentar não poluir a água e o solo, você também pode economizar água limpa evitando desperdícios.
Se você escovar os dentes com a torneira fechada pode reduzir o gasto de água de 12 litros para menos de 1 litro.
No banho, feche a torneira enquanto se ensaboa. O gasto de água pode diminuir de 160 litros para 50 litros em um banho de 10 minutos.
Cada vez que você dá descarga, há um gasto de até 10 litros de água. Por isso, não use o vaso sanitário como lixeira.
Evite usar a mangueira para lavar a calçada. Em 20 minutos, há um desperdício de 360 litros de água.
Ao lavar a louça por 15 minutos com a torneira aberta, há um gasto de até 240 litros de água. Se abrir a torneira apenas para enxaguar a louça, esse gasto cai para menos de 80 litros.
Uma torneira pingando gasta mais de 46 litros de água por dia. Em um mês isso equivale a 1.380 litros de água desperdiçada.
PRODUZINDO MENOS LIXO
Todo dia nós juntamos o lixo, colocamos em frente da nossa casa e ficamos com a consciência do dever cumprido. Mas será que o problema do lixo termina aí?
O grande problema do lixo é que cada um de nós produz um pouquinho. Porém, numa cidade de milhões de habitantes, é tanto lixo produzido que vira um problemão.
Em todo Brasil é produzido mais de 90 mil toneladas de lixo por dia. Isso equivale a 30 mil caminhões de lixo cheios. Todo dia! E o que fazer com tanto lixo? A maior parte dele acaba indo parar em locais inadequados, poluindo o solo, atraindo animais e transmitindo doenças.
Para mudar esta situação, devemos sempre tentar reduzir a quantidade de lixo que produzimos. Isso significa só comprar o que realmente for necessário. Isso vale para roupas, brinquedos, calçados e até comida. Parece óbvio, mas pense em quanta coisa você comprou e quase nunca usou.
Também podemos mudar alguns hábitos, como trocar as sacolas plásticas por sacolas de pano, que não são descartáveis. Se comprarmos apenas o necessário, além de evitar desperdício de dinheiro, estaremos gerando menos lixo no futuro.
Podemos também tentar reaproveitar parte do que seria jogado fora. Uma lata de ervilhas pode virar um porta-lápis, uma garrafa PET pode virar um vaso de flores, caixas de sabonete e creme dental podem se transformar em brinquedos, e assim por diante. Basta ter um pouco de criatividade para dar outra função para o que iria virar lixo.
cavalo marinho, feito com garrafas pet
(foto: ricardo vait / www.brinquelobinho.com.br)
pião feito com um palito, cola e tampa de refrigerante
(foto: cris turek/ viladoartesao.com.br)
peixe, feito com caixa de ovo e espuma
(foto: http://kidsindoors. blogspot.com)
atividade
Que tal juntar alguns materiais que iriam parar no lixo e fabricar o seu próprio brinquedo? Para isso você vai precisar de:
• 1 garrafa PET • 1 folha de papel usada • 1 tesoura • 1 pedaço de barbante de 1 metro • Fita adesiva
Pegue a garrafa PET e, com a ajuda do professor, corte-a ao meio conforme mostra a ilustração. Você vai aproveitar a metade de cima, que tem a forma de uma taça. Amasse o papel até formar uma bolinha e depois envolva a bolinha de papel com fita adesiva. Pegue o barbante e prenda uma das pontas na bolinha. A outra ponta do barbante fica presa na garrafa.
Abra a tampa, coloque a outra ponta do barbate no gargalo, e feche a tampa. Agora é só brincar! O objetivo desta brincadeira é segurar a taça com uma das mãos e tentar colocar a bolinha dentro, sem tocar nela.
ilustrações: Rafael Baldissara Belcastro
Mas o que fazer com o material que não conseguimos reaproveitar? Podemos reciclar! Uma grande parte do lixo que produzimos em casa pode ser reciclada. Isso significa que esse lixo pode se transformar em matériaprima para fabricar novos produtos. Assim, quanto mais reciclarmos, menos recursos naturais serão utilizados.
Na verdade, nós não conseguimos reciclar o lixo. Apenas indústrias especializadas conseguem. O que nós podemos fazer é separar o lixo que pode ser reciclado daquele que não pode. Desta forma, pode ser feita a coleta seletiva, ou seja, a coleta apenas do lixo reciclável.
lixeiras para coleta seletiva
(foto: patrick goltsman moreno)
Você já deve ter visto aquelas lixeiras nas cores azul, vermelho, verde e amarelo, certo? Elas têm essas cores para facilitar a separação dos materiais que podem ser reciclados. No vermelho colocamos os plásticos, no verde o vidro, no azul o papel e no amarelo os metais.
Mas, calma que você não precisará colocar tantas lixeiras na sua casa. Basta ter dois recipientes diferentes, um para o lixo reciclável e outro para o não reciclável, que também é chamado de lixo orgânico. Separando desta forma, você estará facilitando o processo da reciclagem.
ilustração: Fernando Costa Pereira
Também é importante conferir se a empresa que recolhe o lixo da sua casa está preparada para a coleta seletiva. Isso já acontece em muitas cidades do nosso País. Caso contrário, existem muitas cooperativas de catadores que recolhem o lixo reciclável e o levam até as usinas de separação.
Nas usinas, o lixo que chega é espalhado em esteiras e separado de acordo com o tipo de material de que é feito. Depois de separado, ele é vendido para as indústrias que reaproveitarão essa matéria-prima para fabricar novos produtos.
Porém, nem todo o lixo pode ser reciclado. Esse tipo de lixo, o lixo orgânico, é formado por cascas de frutas, restos de legumes e verduras e vários outros tipos de alimento. Em muitas cidades do nosso País este lixo acaba enterrado de forma inadequada em lugares conhecidos como “lixões”.
A boa notícia é que parte do lixo orgânico pode ser transformada em adubo através de um processo chamado de compostagem. Com a compostagem, além de diminuir a quantidade de lixo orgânico que vai para os “lixões”, podemos usar o adubo produzido nas plantas da nossa horta.
Mas, para que tudo isso aconteça, temos que prestar bastante atenção quando separarmos o lixo reciclável do orgânico. Caso eles se misturem, grande parte daquilo que poderia ser reciclado acaba se perdendo.
Assim, se reduzirmos a quantidade de lixo produzido e reaproveitarmos ou separarmos para a reciclagem o que sobrar, muito pouco lixo precisará ser descartado. Desta forma, uma quantidade menor de lixo precisará ser enterrada e a nossa cidade vai ficar mais bonita e saudável.
acima, usina de reciclagem de lixo de juiz de fora
(foto: demlurb – prefeitura de juiz de fora, mg )
ao lado, usina de reciclagem da cidade de santiago, rio grande do sul
(foto: catiuscia bacin)