Vértices: o Centro Velho pelos trilhos do Metrô

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Giovanna Rossini | Pedro Massari


Ficha Catalográfica Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas e Informação - SBI - PUC-Campinas m981.61 R835v

Rossini, Giovanna Mendes. Vértices: o centro velho pelos trilhos do metrô / Giovanna Mendes Rossini, Pedro Wilson Massari de Moura. – Campinas: PUC-Campinas, 2017. 152p.

Orientador: Celso Luiz Figueiredo Bodstein Monografia (livro fotografia documental) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Linguagem e Comunicação, Faculdade de Jornalismo. Inclui anexo e bibliografia. 1. São Paulo (Estado) - História. 2. Metrô - São Paulo (Estado) - História. 3. Transporte urbano – São Paulo (Estado). I. Moura, Pedro Wilson Massari de. II. Bodstein, Celso Luiz Figueiredo. III. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Linguagem e Comunicação. Faculdade de Jornalismo. III. Título. CDD 22ª – m981.61

Fotografias, textos e diagramação por Giovanna Rossini e Pedro Massari Logo por Felipe Carvalho | Ilustração por Bruno Franco | Impressão: Cyberdoc contato: verticessp@gmail.com


Eu fui um pouco esse tipo complexo, e, talvez por isso, cada rua é para mim um ser vivo e imóvel. Balzac dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas. São assim as ruas de todas as cidades, com vida e destinos iguais aos do homem. João do Rio


Introdução Vértice. Substantivo masculino. Ponto mais afastado da base de uma figura. Ápice, cume. Segundo a geometria, é o ponto em que duas ou mais retas se cruzam formando um ângulo. Do latim vértex, significa turbilhão, redemoinho. No entanto, para nós, é a identidade de cada um dos pontos formados pelo Triângulo Histórico de São Paulo. Conhecido também como Centro Velho, seus vértices correspondem ao Largo de São Francisco, Largo de São Bento e à Praça da Sé, três intersecções que, juntas, assistiram a capital paulista nascer, crescer e, hoje, lidam com os estigmas formados ao seu redor. Elitizado em sua formação, o Centro foi desenvolvido a partir da influência da classe média paulistana, no início do século XIX. Viu suas ruas alargarem-se, os prédios desafiarem as leis da física e a curiosidade humana e suas lojas venderem artigos importados e de luxo. Aos poucos, assistiu também sua “centralidade” migrar a oeste junto com os altos investimentos públicos e privados em direção ao Centro Novo, região formada pelo quadrilátero da Rua Xavier de Toledo e avenidas Ipiranga, São João e São Luiz. Sobretudo a partir dos anos 40, sentiu suas ruas apertadas perderem espaço e movimento para as novas obras viárias em seu entorno, ao mesmo tempo em que o mercado imobiliário o desvalorizava e suas construções antigas eram abandonadas. Retomar o prestígio e o movimento de outrora pode ser considerado um trabalho árduo e ainda inalcançado. Porém, as mudanças, de fato, começaram com a chegada do transporte público, na década de 70. A inauguração da Linha 1 – Azul do Metrô, e pouco depois, da Linha 3 –

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Vermelha, além dos terminais de ônibus, incentivaram uma maior circulação de pessoas pela área, devido à má integração entre os sistemas. A mudança no perfil do público incentivou a popularização do lugar e, consequentemente, do seu comércio. Enquanto isso, a antiga elite que moldou a região investia em outras partes da cidade e contribuía para a imagem de um Centro sujo, violento e abandonado. Tolice seria negar a degradação desta área hoje, mas ao contrário do que é disseminado, essa transformação ocorre não por aqueles que ocupam esse espaço, mas por quem o abandonou com o decorrer do tempo. Principal responsável por esse esquecimento, volta e meia o poder público retoma algum de seus projetos voltados para a revitalização do Centro. A essência do verbo revitalizar, no entanto, não combina, nem de longe, com a figura do Centro Velho de São Paulo, que acumula um turbilhão de histórias lembradas e esquecidas. Intenso, pulsante e frenético, o Centro reflete um pouco do


que é a realidade de São Paulo. Hoje, ganha vida nos passos apressados de quem vai e vem por suas ruas. Suas formas se destacam no olhar curioso daqueles que vêm de fora – e pode até mesmo ser percebido entre os paulistanos que, pela primeira vez, se desafiam a desbravar parte até então desconhecida da cidade aonde cresceram. A desatenção, é claro, também está presente entre quem tem, aqui, parte de seu dia a dia e nem se preocupa em observar. Todos trazem, levam e espalham histórias que se misturam às ruas, prédios e praças de maneira quase orgânica. Com o objetivo de apresentar a multiplicidade social, cultural e econômica do Triângulo Histórico de São Paulo, selecionamos as três estações metroviárias localizadas em cada um de seus vértices. Permitimos que nossa curiosidade nos guiasse e, como diz João do Rio, perambulamos por suas ruas com inteligência, como pequenos flâneurs, admirando cada esquina, arquitetura e personagem acidentalmente conhecido. Fizemos do Centro

nossa segunda casa e, com a câmera sempre em mãos, exploramos a maneira única como cada um de seus vértices se apresenta a quem conhece o Centro Velho pelos trilhos do Metrô. Entre as páginas seguintes, você encontrará essa história contada de uma maneira diferente. Partimos de pequenas narrativas, pautadas em personagens cujas histórias se misturam às do Centro. Próximo à Estação Anhangabaú, famosa por suas referências culturais, o Ouvidor, tomado personagem, nos emprestou parte de suas cores para ajudar a revelar as marcas artísticas que o Vale do Anhangabaú imprime em quem passa por ali. A Estação São Bento, antes marco econômico da capital paulista, tem sua história entrelaçada à do engraxate bem-humorado Fernando Guimarães, que trabalha há 24 anos na engraxataria mais antiga da cidade, e à trajetória da copeira Dona Zenóbia, conhecida por toda a 25 de Março apenas como Tia do Café. Já na região próxima à Estação da Sé, a problemática social é explorada a partir do conhecimento de Marcus Gonzalez, psicólogo do Chá do Padre, tradicional serviço de assistência à população em situação de rua – e, também, pelas histórias que compartilhamos com os inúmeros amigos que fizemos. Sempre palco, mas nunca protagonista, recortamos o Centro Velho de São Paulo a partir de um olhar que busca a poesia de espaços e detalhes por vezes ignorados e estigmatizados. Encontramos, em seus vértices, no entanto, não apenas a oportunidade de desvendá-lo, mas também de nos abrir para uma experiência que não imaginávamos – trazendo histórias e amigos não só para esse livro, mas para casa.

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ANHANGABAÚ De longe, parece tímido. Sua postura denotaria certa altivez se suas linhas não se destacassem por sua excentricidade. Grafitado da cabeça aos pés, Ouvidor está sempre de olhos bem abertos, convidando a entrar. Dentro de si, uma energia peculiar, agora, pulsa e suas frustrações parecem finalmente ter ido embora. Ao conhecê-lo, nos deparamos com uma liberdade que nunca havíamos experimentado. Sua visão do mundo, questionadora e singular, inquieta. Agora, ao descrevê-lo, entendo que o Ouvidor também nos pintou.

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Ouvidor já foi de tudo, mas nunca foi até o fim. Ao longo da década de 90, foi sede da Secretaria de Estado da Cultura. Anos depois, se viu lutando ao ser palco para uma ocupação de moradia por cerca de oito anos. Desapropriado e sem rumo, foi concedido à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e esvaziou-se em 2005. Pelos nove anos seguintes, se perdeu dentro de si. Hoje, o edifício número 63, na Rua do Ouvidor, respira aliviado. Parece ter se encontrado com a ajuda dos artistas e “multiartistas” de todas as partes do Brasil que o trouxeram de volta à vida no primeiro dia de maio, em 2014. Uniu sua paixão pela luta ao seu gosto por cultura e viu o desabrochar da arte em seu ventre. Em seus treze andares, mais de cem artistas dividem espaço e resistem, dando-lhe diferentes trejeitos, vozes, opiniões e roupas. É quase como um organismo vivo. Em cada lance de escada, hall e espaço de convivência, o prédio reúne grafites, esculturas, malabares e adereços cuidadosamente criados. Cada um de seus detalhes o traz à vida, o faz respirar e transbordar criatividade. Se você prestar bastante atenção, vai perceber que o Ouvidor é quase gente. Liberdade Artista de cabelos pretos e enrolados, nascida no Amazonas, Alexa Gomes chegou ao Ouvidor com sua filha, Aysha, poucos dias após o início da ocupação. Frustrada com emprego e falta de tempo, decidiu deixar para trás tudo o que não lhe fazia bem. Começou a vender bonecas de pano na feira e, aos poucos, nas andanças pelo Centro de São Paulo, conheceu artistas de rua e se encantou por sua arte. “Quando a gente entrou no ápice de não acreditar em mais nada, quando não tínhamos nada a perder, o Ouvidor apareceu... quer dizer, o Ouvidor já estava aqui,

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nós que aparecemos”, conta, “eu tenho uma realização pessoal, deitar a cabeça no travesseiro e pensar nas coisas boas que fiz, não naquilo que tenho que fazer ou pagar”. Alexa mora no quarto andar e, além de atuar na oficina de customização de roupas, também é responsável pelo Brechó Meia3. Além disso, faz contribuições como modelo vivo para o trabalho de amigos e também aprende bambolê e expressões corporais - no Ouvidor, é comum que os artistas entrem em contato e desenvolvam habilidades em outras frentes artísticas. Aqui, tudo pode ser questionado, construído ou desconstruído. Por isso, Alexa também faz planos com a filha - mestre em fazer limonada, Aysha já arrisca o espanhol e é fã da pintura Mona Lisa. Dizem planejar escrever algumas histórias juntas ao longo do ano que vem porque, talvez, não tenham percebido a história que construíram no Ouvidor. Apesar de ter nascido artista, o Ouvidor também encontrou incertezas pelo seu caminho. Com a ida de alguns artistas e a chegada de novos residentes, o prédio se fechou dentro de si mais uma vez após um ano de ocupação. Por mais doze meses,


Alexa Gomes

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inspirou artistas, mas não os viu tomar as ruas. Ele também sentia medo de ver seu sonho desapropriado, mas decidiu que era hora de ir em frente. Em paralelo à tradicional Bienal de Artes de São Paulo, realizada no Ibirapuera, o Ouvidor organizou, em 2016, sua própria exposição de arte, criando, em cada um dos andares, várias galerias e espaços para oficinas e performances. O evento foi incentivado pela artista plástica Moara Brasil, que visitava frequentemente a ocupação e sempre acreditou nos trabalhos produzidos aqui. Valorizados, os artistas antes muito preocupados com a instabilidade e (mais uma) possível reintegração de posse, se viram empoderados e abriram, de uma vez por todas, as portas do Ouvidor para a rua. Convivência Aos poucos, o espaço se transformou em um centro cultural e artístico popular conhecido em São Paulo, reunindo ateliês compartilhados e residência artística. No Ouvidor, são oferecidas oficinas e aulas de diversas expressões artísticas, desde canto clássico até xilogravura e serigrafia. Todos os projetos

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Erika Sanchez

são organizados de acordo com os andares, também divididos pelos diferentes tipos de arte. O terceiro andar é formando por músicos e bandas, enquanto o sexto, reúne malabaristas e palhaços de toda a América Latina e, o décimo, tem sua arte voltada para o empoderamento negro e cultura de rua variando das tranças ao rap. De maneira horizontal, todos os artistas residentes tomam as decisões em reuniões semanais, nas quais os vários coletivos presentes na ocupação atuam diretamente. O coletivo das mulheres, por exemplo, é recém-criado e deu origem ao projeto que hoje ocupa o nono andar do Ouvidor. A colombiana Erika Marcela Sanchez chegou há seis meses, depois de passar por diversas ocupações em vários países da América do Sul. Aqui, percebeu que não existia nenhum espaço para discussão e acolhimento das mulheres, crianças e homossexuais. Motivada e com o apoio de outras mulheres do Ouvidor, criou o ALIG - Artistas em Luta por Igualdade de Gêneros. “Normalmente, em ocupações, são mais homens que mulheres. Por isso, esses espaços precisam ser mais fortes para elas, [as mulheres] precisam ter um espaço para falar”, explica.

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Além disso, o coletivo também se preocupou em criar um espaço de convivência dedicado às crianças que, atualmente, são sete e correm livres pelas escadas do prédio. Além de novas oficinas e exibição de filmes, criou-se um espaço com brinquedos e materiais artísticos no mesmo andar, com o objetivo de aliviar o ritmo intenso que uma ocupação pode ter para os pequenos. Respir(arte) Apesar de dividirem um pensamento pautado no anticonsumo e na sustentabilidade, o Ouvidor é formado por diferentes opiniões e vozes. A convivência é, dessa maneira, mais uma fonte de aprendizado para quem vive aqui. Carol Ferreira, residente na ocupação há um ano, explica que, no Ouvidor, existem conflitos naturais, frutos da convivência e da loucura de cada um dos artistas. No entanto, a dinâmica da ocupação favorece o bem-estar. “A arte acaba sendo tão forte, tão em primeiro lugar, que desfaz qualquer ego! Parece até pouco falar que é tudo pela arte, mas a arte é nossa expressão mais íntima, independente do seu formato”, comenta, “todo mundo é artista, todo mundo. A arte é isso, sabe? A arte liberta”. Nessa de ser artista, parece que se deu bem. Hoje, Ouvidor ouve amor e liberdade, respira resistência. Vê o grafite e o pixo, o artesanato, os malabaristas, artistas e músicos de rua que lutam por espaço. Ouvidor também vê arte e luta fora de si, conquistando espaço, questionando tudo – até a si mesmo. Ouvidor também vê e nos ajudou a ver um Vale de muita arte, de muita luta... de muita rua.

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Caroline Ferreira


No Ouvidor, todo espaço é cenário para expressões artísticas. Apesar da baixa iluminação, a escadaria e todos os halls principais de cada andar são transformados por grafites, lambelambes, stencils, desenhos e as mais variadas instalações.

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Organizado pelo Coletivo 6/12, as Variétés contam com apresentações circenses, reunindo malabaristas e palhaços. O evento é gratuito, mas a platéia pode contribuir com o “chapéu”, maneira utilizada para arrecadar fundos para a ocupação. O espetáculo acontece no teatro construído colaborativamente no térreo.

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Assim como o teatro, também há no térreo um espaço destinado ao Brechó Meia3. O projeto foi criado por Alexa Gomes e Erika Carabina e conta, além de roupas para venda, com um ateliê de customização de peças com materiais sustentáveis, como saias produzidas a partir do tecido de guarda-chuvas. Em eventos como o “Mercado das Pulgas”, que reúne vários brechós no Vale do Anhangabaú, o Meia3 deixa o Ouvidor e vai para a rua.

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SÃO BENTO Rua 25 de Março

Agosto de 1972. Ao descer do ônibus no Terminal Parque Dom Pedro, Zenóbia Gama comprou um jornal. Vinha ao Centro da cidade procurar um novo emprego. A chegada da mãe e de seus cinco irmãos da Bahia a preocupava – com o pequeno quarto na casa da patroa, não poderia abrigar todos. No papel, leu apenas algumas palavras: “São Bento, número 220. Copeira”. Rapidamente, procurou indicações de como encontrar o endereço. Encontrou a copa sobre a antiga Farmácia Veado D’Ouro. Assim que chegou, pediu algumas informações e logo uma moça passou, com um suporte de alumínio, cheio de copinhos. “Bom, o serviço é assim. Quer aprender?”, perguntou. “Claro! Quero!”, respondeu Zenóbia, afobada.

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O primeiro destino foi a Rua Barão de Itapetininga, próximo à Galeria do Rock. Voltaram ao meio dia. Alzira, sua (nova) companheira de trabalho, disse que Zenóbia tinha se dado muito bem - “até já vendeu!”. Aceitou trabalhar ao longo da tarde também e, assim, “ganhou o dia”. Nos meses seguintes, conheceu a região da Sé como a palma da sua mão. O lugar aonde, de início, ficava perdida, agora era imensamente particular e com muita clientela. No entanto, pouco tempo depois, Zenóbia foi avisada que seria a nova responsável pela região da Rua 25 de Março. De início, ficou chateada e tentou argumentar que não poderia perder seus clientes fiéis. “Eu tinha uma comissão, então, quem vendesse mais, tinha um salário maior. E eu precisava porque eu tinha cinco filhos, né?”. Mesmo a contragosto, veio, mas admite que, no começo, dava uma passadinha pelas lojas e subia correndo até a Sé mais uma vez. “Tem café, Tia?” Encontrá-la não foi tarefa fácil. Mesmo em dias de semana, sem datas comemorativas ou feriados, descer a Ladeira Porto Geral e desbravar a Rua 25 de Março pode ser um desafio. As ruas disputam espaço não apenas com os compradores e suas inúmeras sacolas, mas com os mais variados bichinhos de pelúcia, opções de fantasias, réplicas de tênis, relógios, bolsas e camisetas de marca, diversos tipos de bijuterias, embalagens e capinhas de celular. Quase todo o imaginário do consumo existe ali, em forma de produto, a preços baixos e ocasionalmente ditos em voz alta pelas dezenas de puxadores que, incansavelmente, perguntam qual a pesquisa do dia. Ao encontrar o endereço, quatro quarteirões para baixo, perguntamos se era ali que a Dona Zenóbia vendia café. “Quem? Eu não conheço

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ninguém com esse nome aqui não, moça”. Questionamos mais uma vez. “Nossa, eu nunca ouvi esse nome aqui não”. Em um ímpeto de desespero, perguntamos pela Tia do Café. “Ah, claro! Esse é o nome dela? Pode entrar, é bem ali, ó”. Não é preciso dizer que, na região da 25 de Março, ninguém conhece Dona Zenóbia senão por seu apelido. “Eles dizem que meu nome é muito difícil”, explica. A princípio, a senhora baixa, de olhos observadores e cabelos grisalhos, perfeitamente presos em um coque bem feito, pareceu desconfiada, mas logo se dispôs a ajudar e, claro, ofereceu um café. Entrevistá-la foi quase como correr uma maratona. Sempre muito rápida e cheia de pedidos para entregar, a Tia do Café - como prefere ser chamada - logo se levanta, prepara o lanche de mais um cliente e sai a passos rápidos pela porta. Entre o senta e levanta, senta e levanta, senta e levanta, nunca deixou de sorrir ou contar cada detalhe de sua história. Em um pequeno quarto, nos fundos de um prédio na própria Rua 25 de Março, tem um cantinho para guardar os lanchinhos, bolos e tortas que traz prontos de casa. Na geladeira, guarda leite, suco e


até refrigerante. O café, bem açucarado, fica na garrafa em cima da prateleira. O espaço foi emprestado há mais de 15 anos, mas a Tia do Café reforça - “eu vendo na rua”. Hoje, sabe que o movimento na região é muito bom. “Aqui eu me familiarizei. Sabe quando parece que vira uma família? Aqui todo mundo ajuda todo mundo”, explica. Com o trabalho de copeira, criou e colocou para estudar os cinco irmãos. Mais tarde, criou também os três filhos, dos quais apenas um não se formou, “não se esforçaram, mas com 15 anos já estavam trabalhando, Graças a Deus!”, completa. A Rua 25 de Março faz também parte da família. Um de seus irmãos já trabalhou no mesmo prédio, que é cheio de salas comerciais. Além dos filhos, a neta também já passou por uma das lojas. “Eu queria tanto que ela voltasse, mas ela prefere vender doce”, conta, “você acredita que ela está em uma escola aprendendo a fazer bolo? Vai aprender panificação”. Com sorriso discreto, a Tia do Café nos olhou de volta e, com um orgulho disfarçado, completou, “acho que ela puxou para o meu lado!”.

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É impossível atravessar a Rua 25 de Março sem conhecer um marreteiro ou um puxador. De acordo com definição própria, puxadores são os vendedores contratados para a missão de conquistar os clientes da rua e levá-los até as lojas, por vezes escondidas nos inúmeros prédios comercias. O marreteiro, por outro lado, é um vendedor ambulante sem regularização, e costuma comercializar pequenos objetos na rua, normalmente escondidos em sacolas ou expostos sobre caixas de papelão ou em lonas no chão.

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O Shopping 25 de Março foi fechado no mês de setembro de 2017 devido ao comércio de mercadorias irregulares. Os comerciantes da região comentam que este tipo de operação acontece com frequência, mas que o espaço nunca permaneceu fechado por tanto tempo.

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SÃO BENTO

Rua São João

“Meu filho vai com Deus, que esse mundo inteiro é seu”, assim mesmo, como a música da dupla Zezé di Camargo e Luciano, Fernando Guimarães se despediu da mãe, há 24 anos, quando partiu prematuramente do distrito de Café-Mirim, na cidadezinha de Tarumirim, no interior de Minas Gerais, para enfrentar quase 900 km de estrada. Ao lado de um tio e um primo, embarcou nessa viagem descalço, apenas com uma camiseta e uma calça, recém ganhada, que não cobria por completo as canelas miúdas do menino que não completara nem 15 anos. O destino era a imensa São Paulo, como ele mesmo define, “o cérebro do Brasil”.

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Na mala, Fernando levava, apesar da pouca idade, apenas a experiência do trabalho no campo, que exercia com o pai desde os sete anos de idade, o que lhe garantiu um trabalho logo que desembarcou na cidade. “Mas já?”, perguntou-se quando foi recebido de portas abertas na principal engraxataria da maior metrópole do País. A estranheza, porém, não partira apenas dele. - “Ué, mas uma criança, é?”, questionou um antigo engraxate do quiosque, conhecido pelos companheiros de profissão como Seu Libanês. - “Não, eu vim pra trabalhar”, respondeu Fernando, carregado de orgulho. A falta de experiência de quando começou no ramo é, hoje, motivo de piada para Fernando, que não tira o sorriso do rosto por um minuto sequer. “O primeiro sapato que eu peguei, o cara era gerente do banco e eu novato, né. Conversa vai, conversa vem, o sapato dele era marrom, eu não sei o que eu fiz, só sei que eu consegui deixar o sapato do cara preto. Mas ele virou meu melhor cliente”, confessa, enquanto cai na gargalhada. Durante os 24 anos de trabalho no mesmo quiosque, na esquina da Rua São João com a João Brícola, em frente ao antigo Banespão, Fernando passou por momentos distintos da região central de São Paulo. De acordo com ele, os melhores períodos do Centro foram entre 1994 e 2000. Hoje esquecido pelos governantes, como garante o engraxate, o Centro está desleixado e precisa de mais atenção, e isso interfere diretamente na presença de clientes. “Na época do pregão eram mais de 3 mil funcionários, então na hora do almoço era aquela ‘muvuca’. O movimento aqui era espetacular, tudo lotado. Era diferente, era um Centro que era a coisa mais linda”. Amante confesso da região, Fernando garante que, mesmo depois da aposentadoria, as ruas

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do Triângulo Histórico de São Paulo serão destino de seus passeios. “Ah, meu, eu sou apaixonado pelo Centro. Porque eu conquistei tudo aqui, meu trabalho é aqui, a gente vive mais aqui do que em casa. A paixão pelo Centro é enorme”, assume. O prestígio pelo Centro divide espaço também com a profissão, que lhe proporcionou tudo. “Eu fiz minha vida aqui. Não vou dizer que eu escolhi, porque eu cheguei e tinha, mas é uma profissão que me ajudou a conquistar muita coisa. Não troco por nada. Nosso trabalho aqui é uma terapia pra mim. Você convive com as pessoas. A melhor coisa é conviver com elas”. E confessa que “quando parar, eu já falei pros meus filhos, vou mandar fazer uma cadeira dessa, bonitinha, toda arrumadinha - ela vai ser preta e branca, porque eu sou corinthiano, vou botar na minha sala e vou assistir TV e ver meu joguinho. E se alguém sentar nela eu não vou gostar, não. E quando tiver meus 90 anos vou vir engraxar meus sapatos e falar: ‘eu vivi isso’”.


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SÉ O relógio marca 8h47 de uma sexta-feira de outubro. A recepcionista chama os nomes por ordem de chegada, enquanto cerca de 20 pessoas esperam, parte sentada em cadeiras de plásticos, parte perambulando pelo hall do antigo prédio na Rua Riachuelo. A cada pessoa que sai pelo corredor secando os cabelos, outro nome é chamado para o banho matinal. Enquanto isso, do lado de fora, 10 pessoas aguardam impacientes a chegada de Marquinhos. O relógio aponta agora 8h51.

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- “Vâmo logo Marquinhos, a gente já tá atrasado!”, esbraveja um senhor de estatura baixa, cerca de 1,65m, cabelos brancos e barba rala de mesma tonalidade. Aparenta 60 anos. - “Ele já vai descer, ainda faltam 10 minutos”, responde a senhora responsável pela lista de nomes enquanto anuncia o próximo a ir para o chuveiro. É dia de futebol no Chá do Padre. Chá do Padre Marcus Gonzalez tem 28 anos, é psicólogo e responsável pela oficina de futebol, além de outras atividades, no Centro Franciscano de Proteção e Atendimento à População de Rua, conhecido popularmente como Chá do Padre. Todas as sextas-feiras, às 9 horas, Marquinhos, como é conhecido, parte, com cerca de 25 pessoas em situação de rua, para a quadra do Sindicato dos Bancários, localizada ao lado da Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, para uma partida de futebol. Com objetivo de preencher a lacuna consequente da violação dos direitos básicos e constitucionais da população de rua e conscientizá-los sobre isso, o serviço conhecido como Chá do Padre existe desde 1994, mas firmou convênio com a Prefeitura de São Paulo em maio de 2016. “Aqui eles buscam um pouco do que eles não conseguem na rua: se alimentar adequadamente, tomar banho, usar o banheiro, passar por uma escuta qualificada e profissional, seja do assistente social, seja do psicólogo, participar de atividades ocupacionais, lúdicas e, até mesmo, educativas. Então isso é ofertado e eles frequentam”, explica Gonzalez. São oferecidos diariamente almoço e chá da tarde para 300 pessoas.

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Com mais de 3,8 mil pessoas em situação de rua, a região da Subprefeitura da Sé é responsável pela maior concentração dessa população na cidade de São Paulo, de acordo com dados obtidos pela Prefeitura em 2015. Esse número representa 52,7% do total existente na Cidade, e se espalham por diversos pontos em grupos menores, mas, ainda assim, com grande quantidade. Quem passa pela primeira vez pela Praça da Sé, ponto turístico da capital paulista, se espanta com o elevado número de pessoas na rua. A concentração é a maior da cidade, e isso faz com que órgãos públicos se preocupem com o que chamam de “higienização” do espaço. “Aqui na Sé tem ação de remoção todos os dias. Tentam limpar, higienizar, querem levar as pessoas em situação de rua, a população mais pobre, para um lugar que seja escondido. Essa forma de ‘higienismo’ tem ocorrido há algum tempo já, mas nesses últimos 10 meses ela se agravou intensamente”, conta Gonzalez. Essa repressão diária desenvolve uma grande resistência para quem está nas ruas em relação a órgãos À esquerda, Marcus Gonzalez, psicólogo e oficineiro no Chá do Padre


públicos e, principalmente, à imprensa. “Cada vez que sai foto nossa no jornal, ou reportagem na TV, a polícia vem aqui e tira nossas coisas, joga água gelada na gente enquanto a gente dorme. Meu filho tá internado porque ele tem bronquite e os policiais molharam nossa barraca de madrugada”, desabafa um senhor sentado com a família sob a estátua do Padre Viera, no centro da Praça. A forte resistência da população de rua da Sé em determinadas situações transforma-se em ódio, enquanto as ofensas podem virar agressão física. A utilização de equipamentos que, de certa maneira, remetam à imprensa, como câmeras profissionais de fotografia, microfones, câmeras de filmagem ou adesivos que tragam o logo de empresas da área, muitas vezes são os catalizadores dessa mudança de comportamento. Essa repulsa dificultou o trabalho e impossibilitou a produção de fotografias por pelo menos dois dias. O boteco “Vocês estão muito atarefados? Podem conversar um pouco?”, pergunta Sidnei, um negro alto. Os cabelos brancos, bem curtos e crespos,


estão cobertos por um chapéu vermelho que acabara de ganhar de um amigo. Um irmão para ele. O terço pendurado no pescoço transparece sua fé. “Senhor? Senhor é meu Pai, nosso Pai, e está no céu. Eu sou o Negão, me chama de Negão”. Extrovertido, sorridente e conversador, Sidnei nos apresenta aos amigos, considerados sua família. Todos os 15 “irmãos” são frequentadores assíduos do “Buteco do Luis”, em um canto à esquerda do Marco Zero, na Praça da Sé, em que são vendidas, em uma mureta no canteiro do jardim, doses de cachaça e cigarros soltos, por R$ 0,50 e R$ 0,25, respectivamente. O lucro poderia chegar a 100 por cento em ambos os casos se a maior parte da mercadoria não fosse consumida pelos próprios vendedores e amigos. Por essa razão, é impossível avaliar o lucro do negócio. No entanto, em uma hora e meia foram esvaziadas 5 garrafas de 500ml de cachaça. Parte vendida, parte consumida pelos próprios “empresários”. A venda é feita somente à vista, com raras exceções para amigos ou conhecidos da praça. Nesses casos, não há nenhum tipo de anotação, muito menos comprovante. A


dívida é gravada na memória. O dinheiro recebido pelas vendas é depositado em um copo e posteriormente virado diretamente no bolso da camisa do comerciante. O boteco não é exclusivo para moradores daquela área. De acordo com Luis, dono do estabelecimento, muitas pessoas que passam por ali diariamente marcam ponto na mureta que serve de balcão. Ao avistar agentes de segurança passarem pelo local, o vendedor coloca os produtos atrás da mureta, fora do campo de visão dos agentes, que, no caso de confisco, descartam a mercadoria. A desconfiança inicial, gerada pela presença de dois jovens completamente estranhos, transforma-se em risos e um longo batepapo, típico de boteco. Essa aproximação proporcionada por Sidnei quebra a barreira imposta por órgãos públicos, imprensa e pela própria sociedade. O questionamento feito por Jeferson, um homem baixo, sempre com boné branco listrado, bem-humorado e inventor da “dança da felicidade”, coloca à tona o descaso de quem passa por ali: “por que vocês estão fazendo isso? Ninguém faz isso, ninguém senta aqui pra conversar com a gente”.

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Sidnei Ă esquerda, com chapĂŠu vermelho, e Jeferson no centro, com bonĂŠ listrado

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Quem passa pela Praça da Sé encontra, diariamente, pessoas pregando o que chamam de “A Palavra” de Deus para quem passa e, principalmente, para quem vive ali.

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No dia 12 de outubro a Catedral da Sé celebrou uma missa comemorando o dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil, na qual foram distríbuidas flores aos fiéis.

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Ao lado da Praça da Sé, a Rua Barão de Paranapiacaba é conhecida popularmente por “Rua do Ouro”, devido ao intenso comércio de jóias.

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Créditos Capa – Pedro Massari Contracapa – Giovana Rossini Pág. 10 – Giovanna Rossini Pág. 13 – Pedro Massari Págs. 14 e 15 – Giovanna Rossini Págs. 16 e 17 – Giovanna Rossini Pág. 18 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 19 – Pedro Massari Pág. 20 – Giovanna Rossini Pág. 21 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 22 – Giovanna Rossini Pág. 23 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 24 – Giovanna Rossini Pág. 25 – Giovanna Rossini Pág. 26 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 27 – Pedro Massari Pág. 28 – Pedro Massari Pág. 29 – Pedro Massari Págs. 30 e 31 – Giovanna Rossini Pág. 32 – Pedro Massari Pág. 33 – Giovanna Rossini Pág. 34 – Giovanna Rossini Pág. 35 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 36 – Pedro Massari Pág. 37 – Pedro Massari Pág. 38 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 39 – Pedro Massari

Págs. 40 e 41 – Giovanna Rossini Pág. 42 – Giovanna Rossini Pág. 43 – Pedro Massari Pág. 44 – Pedro Massari Pág. 45 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Págs. 46 e 47 – Giovanna Rossini Pág. 48 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 49 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 50 – Pedro Massari Pág. 51 – Pedro Massari Págs. 52 e 53 – Giovanna Rossini Págs. 54 – Pedro Massari Pág. 55 – Pedro Massari Pág. 56 – Giovanna Rossini Pág. 59 – Giovanna Rossini Págs. 60 e 61 – Pedro Massari Pág. 62 – Pedro Massari Pág. 63 – Giovanna Rossini Pág. 64 – Pedro Massari Pág. 65 – Giovanna Rossini Págs. 66 e 67 – Pedro Massari Pág. 68 – Pedro Massari Pág. 69 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 70 – Pedro Massari Pág. 71 – Pedro Massari Págs. 72 e 73 – Giovanna Rossini Pág. 74 – Pedro Massari


Pág. 75 – Pedro Massari Pág. 76 – Pedro Massari Pág. 77 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Págs. 78 e 79 – Giovanna Rossini Pág. 80 – Pedro Massari Pág. 83 – Pedro Massari Págs. 84 – Pedro Massari Pág. 85 – Pedro Massari Págs. 86 e 87 – Pedro Massari Págs. 88 e 89 – Giovanna Rossini Pág. 90 – Giovanna Rossini Pág. 91 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 92 – Pedro Massari Pág. 93 – Giovanna Rossini Pág. 94 – Pedro Massari Pág 95 – Pedro Massari Págs. 96 e 97 – Pedro Massari Pág. 98 – Giovanna Rossini Pág. 99 – Pedro Massari Págs. 100 e 101 – Giovanna Rossini Pág. 102 – Pedro Massari Pág. 105 – Pedro Massari Págs. 106 e 107 – Giovanna Rossini Págs. 108 e 109 – Pedro Massari Pág. 110 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 111 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Págs. 112 e 113 – Pedro Massari

Pág. 114 – Pedro Massari Pág. 115 – Giovanna Rossini Pág. 116 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 117 – Giovanna Rossini Pág. 118 – Pedro Massari Pág.119 – Pedro Massari Pág. 120 – Giovanna Rossini Pág. 121 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Págs. 122 e 123 – Giovanna Rossini Pág. 124 – Pedro Massari Pág. 125 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 126 – Giovanna Rossini Pág. 127 – Pedro Massari e Giovanna Rossini Pág. 128 – Pedro Massari Pág. 129 – Pedro Massari Págs. 130 e 131 – Pedro Massari Pág. 132 – Giovanna Rossini Pág. 133 – Pedro Massari Pág. 134 – Pedro Massari Pág. 135 – Pedro Massari Págs. 136 e 137 – Pedro Massari Págs. 138 e 139 – Giovanna Rossini Pág. 140 – Pedro Massari Pág. 141 – Pedro Massari Pág. 142 – Pedro Massari Pág. 143 – Giovanna Rossini e Pedro Massari Pág. 147 – Giovanna Rossini


Agradecimentos A todos aqueles que conhecemos enquanto perambulávamos pelas ruas do Centro Velho de São Paulo, compartilharam suas histórias com a gente e, logo, se tornaram nossos amigos: aqui, nosso mais sincero obrigado. A toda galera da Ocupa Ouvidor 63, que nos recebeu de portas abertas desde o primeiro dia, em especial Alexa Gomes, Caroline Ferreira, Erica Sanches, Erika Carabina, Alan Vinícius e Carlinhos de Moraes. À Dona Zenóbia, pela disposição em nos ajudar e paciência inigualável, além dos inúmeros cafés. Ao Fernando, pelas risadas e a troca de ideias, assim como todos os engraxates do quiosque da Rua São João. Ao Marcus, pelo auxílio e reflexões que trouxe não apenas para este livro, mas para nós. A toda nossa família na Praça da Sé, em especial ao Sidnei e ao Jé, que nos abraçaram com carinho e nos confiaram suas histórias. Agradecemos, principalmente, ao nosso orientador, Prof. Dr. Celso Bodstein, que sempre acreditou na nossa ideia. À Prof. Ms. Ciça Toledo, que aguentou nossa teimosia na escolha do tema,

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e também à Prof. Dra. Rose Bars, pelos conselhos ao longo do projeto. Ao Prof. Ms. Nelson Chinalia, que nos ensinou tudo que sabemos sobre fotografia. A todos os professores que, durante os últimos quatro anos, acompanharam nossa caminhada ao longo da Faculdade de Jornalismo. Nosso muito obrigado. Aos nossos pais, Larissa e Paulo Rossini e Jane Massari e Pedro de Moura, por todo o apoio e dedicação. À tia Cecilia Mendes, por cuidar de nós em São Paulo e nos receber tão bem durante tantos finais de semana. Também ao tio Jardel Massari pelo apoio e auxílio. A todos os nossos amigos. Obrigada pelas sugestões, incentivos e paciência pelo tempo ausente.


nozes

Autorretrato na Rua 25 de Marรงo em 28/09/2017

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