LAJE 2011/2013

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Laje 2011/2013



lajeano e defelino Ralph Gehre

Parece que foi ontem. Estávamos em 2010, os editores1 da revista Samba embarcavam para a feira de quadrinhos Rio Comicon2 (onde lançariam o segundo número da revista), quando o assunto foi comentado. Talvez fosse hora de se pensar em um espaço próprio. Dias depois, na volta, já não restava mais nenhuma dúvida. O encontro com um público tão receptivo e a espantosa confirmação de que visitantes, curiosos, artistas nacionais e gente de renome, como Laerte e Angeli3, conheciam a revista e elogiavam o trabalho, esse encontro mudou a perspectiva, confirmando o sentido do grande passo a ser dado. Daí a encontrar os parceiros, alugar a casa e fazer a mudança foi uma questão meramente burocrática. Em poucas semanas a realidade era outra e definia-se a fabulosa contaminação que resultou no Espaço Laje. Atrás desse movimento, profundamente transformador, ficaram anos de pesquisa e de trabalho pessoal, litros de tinta de toda espécie, toneladas de livros, revistas e papel, centenas de discos ouvidos e milhares de horas na frente de uma tela, todos os tipos de telas: de lona, de computador, de cinema. Os amigos também já tinham as decisões tomadas e a mais pura empatia estabeleceu uma conjunção muito natural entre ateliê de pintura e de desenho, editoria de quadrinhos, de livros e revistas, produção de som, de trilhas, de roteiros e de cinema, edição de livros, de cartazes, catálogos e fanzines, organização de encontros, exposições e lançamentos em feiras. A turma gosta do encontro, gosta de mostrar as novas criações, de conhecer as novidades alheias e de celebrar a produção. O grupo oficial é formado por Felipe Cavalcante, Gabriel Mesquita, Lucas Gehre, Pedro Ivo Verçosa, Rafael Lobo, Ricardo Ponte e Virgílio Neto, que agora celebram os dois anos da Laje. O espaço é de criação e as colaborações são reguladas pela disposição para o trabalho, qualidade de pensamento e generosidade na interação. A lista de nomes envolvidos nos projetos lajeanos é crescente e proporcional ao número de lançamentos nas tantas áreas abertas pelo grupo. As edições de posters e os ateliers de colagem contam com a presença determinante de Eudaldo Sobrinho (o Neno) e Julio Lapagesse, exemplificando a parceria como forma de relação adotada na casa. Muito naturalmente a proximidade entre profissionais de áreas tão específicas estimula novos desafios. São exemplos a edição de quadrinhos-colagem de Pedro Ivo Verçosa e a zine de Virgílio Neto, ambos artistas plásticos de formação. Esses experimentos, até então inéditos para ambos, demonstram a disposição do grupo para se deixar impregnar pelas referências dos parceiros e explicitam a própria força da Laje, viabilizando tantas produções em conjunto. Da mesma forma: cinema, produção de som e roteiro aproximam Rafael Lobo, Ricardo Ponte e Gabriel Mesquita; o interesse pelas colagens gigantes agrupam Pedro, Julio e Felipe; o gosto pela serigrafia une Lucas e Neno. São exemplos práticos das interações a que todos eles se dispõem, permitindo-se avançar para áreas ainda tão inéditas no trabalho regular de um, quanto tecnicamente bem dominadas pelo outro. 1 Gabriel Mesquita, Gabriel Góes e Lucas Gehre, www.revistasamba.com. 2 II Rio Comicon, feira internacional de quadrinhos, apresentando produção industrial e alternativa. 3 Laerte Coutinho (1951 -) e Arnaldo Angeli Filho (1956 -), dois dos mais importantes quadrinistas do Brasil, ambos paulistas de nascimento, publicam diariamente seus trabalhos na Folha de S. Paulo.


Amigos queridos, profissionais conhecidos e novos nomes são sempre chamados a colaborar em cada segmento que ali se inaugura, fortalecendo as relações que irmanam o grupo de criadores. Entre os novíssimos lançamentos estão a segunda edição da caixa de posters Sem Registro, contando com curadoria surpreendente de Pedro Ivo Verçosa e Felipe Cavalcante para as quinze gravuras dos cinco artistas convidados; o tão esperado terceiro número da revista Samba, que reúne desenhos de vinte e oito colaboradores nacionais; além de fanzines imperdíveis4. O filme Palhaços Tristes5, produzido por Maria Vitória e Natália Pires, estabelece um novo patamar de contaminação entre todos da casa, interligando-os a outros tantos profissionais, em uma ficha técnica impecável. Conta com direção e roteiro adaptado por Rafael, a partir dos personagens de Gabriel, a produção de som de Ricardo, música original de Sara Paracchinni e trilha sonora de Pedro Gaspa. A direção de arte é de Lucas Gehre e os figurinos de Nadine Diel. As tipografias e estampas criadas especialmente para o filme são assinadas por Lucas, Felipe, Neno, Julio, Gabriel e Nadine. No papel principal encontramos o talentosíssimo Kael Studart e, nos papéis secundários, caras conhecidas da Laje e da cidade, todos lindamente maquiados por Eduardo Barón. Em qualquer das direções escolhidas, os lajeanos mostram grande talento e a disposição de trabalhar por uma qualidade exemplar. A execução é sempre muito cuidadosa e tudo ali é feito com absoluta dedicação e grande contentamento, em uma realização autoral e consequente, abrindo espaço e criando caminhos. Dizem que Salvador Dali6 aconselhava todo jovem artista a não perder jamais a chance de anunciar aos quatro ventos suas próprias qualidades, alardeando ser o maior de todos os tempos. E arrematava confirmando que ele próprio fazia isso e que, passados vinte anos, já havia quem acreditasse. Atrás dessa afirmação pitoresca está uma verdade inquestionável: trabalhe seriamente por vinte anos e o reconhecimento virá, naturalmente. E essa parece ser a verdade por detrás das vidas dos artistas que formam o Espaço Laje. Muito trabalho, a decisão tomada seriamente desde muito cedo e a dedicação integral. E haverá vontade mais bonita, para um jovem homem, do que fazer sua arte, compor uma música, escrever um livro, desenhar uma poesia, dirigir um filme, pensar uma história? Cada um deverá avaliar e construir seu próprio espaço de trabalho, entendendo de que forma sua contribuição se origina e se insere em seu tempo e como a noção de um mercado de arte falhará em atendê-lo, tanto nas demandas por uma expressão autoral, quanto na sua necessidade por provisão financeira. O enigma é fatal e define o sentido das celebrações que agora cercam os dois anos da Laje. O acerto inquestionável reverbera fortemente ao redor, demonstrando tudo o que é possível e inspirando tantos outros à mesma iniciativa. Ao apoiar-se em um tripé que privilegia a produção, a distribuição e o consumo, o mercado de arte exclui os objetivos de vida e de trabalho do artista, pois determina que as relações se deem dentro de uma mecânica de bens, situando como agente o produto gerado, encaminhado, recebido, ofertado, anunciado e consumido. Esse mercado pode ser atendido por uma política de bens culturais, tão agradáveis quanto descartáveis, mas não alcança sentido na criação da arte em si. No entanto, produzir e consumir são os fatos comuns a todos nós e a verdade social sob a qual avaliamos as realizações artísticas. Resta na velha fórmula de mercado a verdadeira questão 4 Fanzines de: Isadora Dalle, Julio Lapagesse, Lucas Gehre, Marcos Batista, Neno e Virgílio Neto. 5 www.palhacos-tristes.blogspot.com 6 Pintor surrealista catalão (1904-1989).


vilã, sob a qual a produção e o consumo de arte ainda são viabilizados e consequentemente dimensionados: a distribuição. Trata-se de uma lógica do próprio mercado, segundo a qual a qualidade do trabalho não lhe é intrínseca senão quando confirmada por uma distribuição virtuosamente assertiva e bem-sucedida, a qual impõe o componente fixo de avaliação: o enriquecimento via trabalho. Os artistas da Laje conquistam todos os dias sua independência financeira, atendendo a uma perspectiva crescente de serviços, e enriquecem confirmando as escolhas feitas e construindo a poética de seus próprios tesouros, enfrentando o mundo e mostrando suas verdades. Na prática, a realização artística só é possível se pensarmos em um sistema, um organismo muito mais complexo e dinâmico. Um sistema que inclua outros componentes, aceite a produção da arte como um contínuo e o artista como seu agente, elemento mais significativo do que o produto que ele consegue produzir. Um sistema que inclua possibilidades infindáveis de criação e que aceite a imensidão e a diversidade como raízes originais em termos de expressão, de linguagem, de meios, de partícipes e de formações. Que aponte o lugar do artista, permitindo que ele crie trabalho e oportunidade de trabalho, compreendendo que é fundamental encontrar a linguagem adequada e a circunstância propícia dentro da produção exercitada e pesquisada diariamente. Quando os visito, fico atento ouvindo-os e me dou conta de que eles nasceram pós-ditadura, em um país redemocratizado, e cresceram em um mundo já com computadores, internet e telefonia celular. Ao mesmo tempo, é espantoso ver como tantos valores e experiências da minha velha geração são parte do espírito de outra, tão nova. Entre ambas encontro a identidade com a gravura e os gravados mais diversos, inclusive o encantamento pelas gráficas primitivas que geraram um gosto estético muito particular, assim como o apreço pelas enciclopédias ilustradas e os livros de capa dura, encadernando coletâneas de contos juvenis. Depositam-se ali referências essenciais de uma linguagem visual, olfativa, tátil, que alimentaram o pop, atravessaram a vanguarda e agora são transformadas com os meios e pontos de vistas particulares, próprios de uma geração que viveu a passagem efetiva entre sistemas diametralmente opostos, o analógico e o digital. Ainda, o uso regular do desenho como forma de expressão e, em especial, o apreço pela colagem em suas muitas formas, a micro, a máxima, a gigantesca. E aqui se encontra a forma de trabalho em comum praticada por todos eles: colar pedaços. Pedaços de papel, pedaços de cor, pedaços de palavras, frases e fotografias, colar pedaços de cenas e de memórias, pedaços de sons, de barulhos e de imagens, entendendo o artista como um funileiro, um protético, um soldador, aquele que dá amálgama a tudo o que recolhe. Da mesma forma, avisto na música que dali emerge um vínculo delicado com as estéticas vanguardistas da minha juventude, resumidas em escolhas que parecem navegar entre um clima de cinema europeu da nouvelle vague7 e a psicodelia hipnótica pinkfloydiana8. Nos roteiros e na fotografia, um tom metafísico como do clássico Limite, de Mário Peixoto9, com cortes sobrepostos, a prevalência das áreas de sombra, a quietude como linguagem. Não referências passadistas, apenas extraídas do contexto estético e do acabamento final dessas produções, mas uma atmosfera como que emprestada da forma de vida que dali de dentro emerge para nos marcar definitivamente. 7 8 9

Movimento artístico do cinema francês de caráter contestatório, desenvolvido na década de 1960. Expressão inaugurada pela jornalista Françoise Giroud em 1958, na revista L’Express. Pink Floyd, banda inglesa de rock progressivo criada em 1965. Integrantes: David Gilmour, Roger Waters, Nick Mason, Richard William Wright, Syd Barrett e Bob Klose. Filme mudo de 1931, fundador do cinema nacional de autor.


Vejo no grupo uma espontaneidade pé no chão, expressa na indefectível camiseta autoral, serigrafada e surrada. Uma postura política clara, uma noção mais civilizada do consumo, uma disposição para a verdade e uma relação menos belicista no enfrentamento da vida. Entre nossas gerações há ainda em comum o gosto por fazer tudo com as próprias mãos, hoje propiciado por uma tecnologia que permite uma máquina potente em cada canto do atelier, onde se edita com toda a competência um filme, um site, uma trilha sonora, um livro, um álbum de gravuras. Passa também por uma identidade comungada com os quadrinhos de Moebius, Crumb e Crepax10, a animação de Hanna-Barbera11, o traço de Ungerer e Steinberg12, o pensamento de Deleuze e o existencialismo de Sartre13, a câmera de Godard, Antonioni, Pasoline e Jodorowsky14, o experimentalismo de Cage e do Fluxus15, a arte de Bacon e Marker16 ou a fotografia de Michals e Ghirri17 para citar nomes cujas obras exemplares se cristalizaram nos anos 1960 e 1970, organizando uma verdadeira galeria de heróis a serem reverenciados por todos os jovens. E segue adiante na consciência de um poder enorme que emana da noção de fazer parte de um sistema amplo, onde importa mais a criação de uma linguagem profundamente pessoal. A Laje funciona como um espaço aberto, onde os achados, as sabedorias e os meios não se confiscam, onde os processos e seus resultados são poderes partilhados que contaminam com uma forma de trabalho e de vida. O espírito lajeano é afetivo e acolhedor e encontra na generosidade e na curiosidade suas ferramentas mais importantes, repercutindo no país um riquíssimo ambiente natural do DF. Para usar uma expressão estupenda – criada pelo DF Medieval18 e usada pela banda Sexy Fi19 no texto do encarte de seu mais recente CD, produzido na Laje, claro – um universo defelino de uma geração defelina, sem precedentes. Maio de 2013 10 Moebius é pseudônimo do artista e quadrinista francês Jean Giraud (1938-2012). Robert Crumb (1934-) quadrinista norte-americano fundador da publicação independente. Guido Crepax (1933-2003), quadrinista e ilustrador italiano, autor da personagem Valentina. 11 Empresa de desenho animado criada pela dupla de cartunistas norte-americana William Hanna e Joseph Barbera, cuja produção foi popularizada na televisão a partir de 1957. 12 Tomi Ungerer (1931-), escritor e ilustrador francês. Saul Steinberg (1914-1999), ilustrador e cartunista norte-americano. 13 Gilles Deleuze (1925-1995), filósofo francês. Paul Sartre (1905-1980), filósofo, escritor e crítico francês. 14 Jean-Luc Godard (19340-), cineasta franco-suiço. Michelangelo Antonioni (1912-2007), cineasta italiano. Pier Paolo Pasoline (1922-1975), cineasta e escritor italiano. Alejandro Jodorowski (1929-), cineasta, poeta e escritor chileno. 15 John Cage (1912-1992), compositor, escritor e artista norte-americano. Fluxus é um movimento artístico das artes visuais, música e literatura, informalmente organizado pelo lituano George Maciunas (1031-1978). 16 Francis Bacon (1909-1992), pintor figurativo irlandês. Chris Marker (1921-2012), cineasta, fotógrafo e escritor francês. 17 Duane Michaels (1932-), fotógrafo norte-americano. Luigi Ghirri (1943-1992), fotógrafo italiano. 18 O grupo DF Medieval tem identificado em seu blogspot os contributors: Nego China PHD, Terrores Filho e Éder Bariloches. 19 Banda de rock independente, formada por Camila Zamith, João Paulo Práxis, Diogo Saraiva, Ivan Bicudo e Marlon Tagdual.


NinguĂŠm da Lajy tem Tatuagy



Pedro VirgĂ­lio Gabriel Ponte Felipe Rafael Lucas


felipe cavalcante Formado em desenho industrial na UnB, foi sócio fundador do Mopa, estúdio de design e ilustração. Participou do London Design Festival em 2011, na exposição Celebrating September. Professor substituto do Departamento de Design da UnB entre 2011 e 2013, ministrou as disciplinas de tipografia, ilustração e materiais e processos de impressão. Faz parte do Irmãos Colagem, projeto coletivo com Júlio Lapagesse e Pedro Ivo Verçosa desenvolvendo colagens gigantes. Também com Verçosa é criador da revista Sem/Registro, álbum de gravuras impressas em serigrafia.


gabriel mesquita Graduado em Artes Plásticas na UnB, é quadrinista, artista plástico e ilustrador, criador do infame Capitão Atomo e dos ignóbeis Palhaços Tristes. Assina o romance gráfico Canção de Antes, cujas primeiras partes foram publicadas na revista SAMBA. Editor fundador da revista, realizou com o grupo diversos trabalhos de performance de desenho ao vivo, murais e exposições. É colaborador e co-editor do site revistasamba.com, onde apresenta suas séries de quadrinhos e desenhos.


lucas gehre Quadrinista, artista plástico, diretor de arte, roteirista e produtor, formado em comunicação social. Um dos editores da revista SAMBA e do selo de mesmo nome, com o qual publicou a coletânea de suas tiras e histórias curtas no livro Amarelo, Laranja e Vermelho. Participou como cenógrafo e diretor de arte de diversos curta-metragens premiados no país, como Ratão, de Santiago Dellape e Confinado, de Rafael Lobo. Participou de exposições coletivas de arte no ECCO, na Funarte e na Referência Galeria, entre outras. Atualmente trabalha em uma série de zines experimentais, já lançados AETHER, SIRIUS e NIX.


pedro ivo verçosa Artista plástico formado pela UnB, seu principal trabalho está na pintura. Sua pesquisa estende-se também a diversas outras mídias como colagem, desenho, fotografia e animação. Faz parte do Irmãos Colagem, projeto coletivo com Júlio Lapagesse e Felipe Cavalcante, desenvolvendo colagens gigantes. É editor da revista Sem/Registro junto com Cavalcante.


rafael lobo Formado em Comunicação (Audiovisual) pela UnB, trabalha principalmente com cinema. Sua produção inclui ainda animação, quadrinhos, fotografia e colagem. Estreou na direção de cimema em 2010 com o premiado curta-metragem Confinado, incluindo o prêmio de melhor direção. Seu projeto mais recente é o curta-metragem e piloto de série Palhaços Tristes.


ricardo ponte Compositor, engenheiro e produtor musical, trabalha com bandas e projetos variados, da concepção à gravação e mixagem final. Sua atuação inclui o audiovisual e o cinema, na composição de trilhas e direção de som. Em 2012 ganhou o prêmio de melhor trilha sonora com o curta metragem Pelo Caminho de Vinícius Fernandes. Seu projeto mais recente é o curta-metragem e piloto de série Palhaços Tristes.


virgílio neto Artista plástico e designer gráfico, trabalha principalmente com desenho. Participou de várias mostras coletivas e individuais, tendo sido selecionado para o Projeto Rumos Itaú Cultural 20112013 e para o Prêmio Pipa 2013. Primeiro lugar no Prêmio EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake, foi agraciado com residência artística no Banff Centre no Canadá. Em agosto de 2012 a Bolha Editora publicou seu livro de desenhos Talvez o Mundo Não Seja Pequeno.


No bullying

A compilação das tantas realizações dos sete amigos aponta números espantosos: mais de 90 eventos realizados e mais de 10 mil exemplares publicados, incluindo revistas, livros, fanzines e catálogos. Vale observar que dezenas de edições de zine são numeradas em tiragens minúsculas, às vezes de apenas 30 exemplares. Ou seja, são muitos títulos no bolso do colete, vários deles foram publicados na Laje e mais uma dúzia em parceria com A Bolha Editora de Rachel Gontijo de Araújo. Vinte e dois prêmios já consagraram alguns dos trabalhos individuais e coletivos do grupo, abrindo oportunidades de apresentação também em Portugal, no Canadá, na Eslovênia, nos Estados Unidos, na Argentina e Inglaterra. Entre as relações institucionais ali estabelecidas tem destaque o projeto inédito de roteiro para longa metragem, aprovado pelo fac-gdf. Dois projetos da Laje tiveram sua captação acelerada via site Catarse: para o filme Palhaços Tristes e a revista Samba#3. Contabilizam ainda quatro roteiros de cinema e oito filmes, entre curta e média metragem, os quais apresentam lajeanos em seus créditos, inclusive na direção. E a trilha sonora para três

filmes, além da edição de som de outros dois. Ali foram gravados dez cds e mais de vinte bandas tiveram sua produção musical realizada. A série Encontros na Laje, com cinco edições, inovou ao trazer para a informalidade da casa a conversa direta com artistas e curadores convidados. Mais de 100 gravuras, incluindo a série Sem/Registro, já foram impressas e cada evento de lançamento na Laje acolhe mais de 350 visitantes. Só o site (Samba) com suas postagens diárias – organizadas em duzentos tags marcadores de assuntos, para facilitar a consulta – já conta mais de 180 mil acessos ao seu conteúdo. Isso significa, na contagem oficial do provedor, uma média de 300 acessos diários. Afora dezenas de palestras e oficinas em livrarias, shoppings e centros culturais, a participação oficial em oito festivais nacionais ou internacionais e dezenas de feiras. Em sua maioria, os artistas da Laje tiveram formação na UnB, vínculo esse que culmina na mostra de segundo aniversário, agora inaugurada na galeria do Espaço Piloto, onde se encontra a panorâmica de uma produção efervescente que consagra a cidade, o grupo e a universidade. rg


palhaços

tristes

Termina o dia e o ar sombrio se apodera da noite de sexta-feira. As almas perdidas no escuro pântano da cidade navegam rumo ao desconhecido. Será que Felizardo terá coragem de concluir sua jornada?



sem/registro Uma revista de gravuras que convida artistas visuais a experimentarem a serigrafia como técnica que limita e que liberta – o múltiplo, o impresso – em tiragem restrita, como exercício de série. Interessa-se pelo processo analógico: o erro aceito como linguagem, o desvio, aquilo que não é perfeito, feito a mão. O que define melhor uma técnica que seus defeitos? As imperfeições que tem? As marcas que deixa?


(s a m b a ) Selo editorial independente formado por Gabriel Mesquita, Gabriel Góes e Lucas Gehre com a colaboração de artistas convidados. Além da revista SAMBA, hoje em seu terceiro número, publicaram Kowalski #1 e #2, Amarelo, laranja e vermelho, Bátima, Quadrinhos-colagem e diversos zines.


desenho


pintura


colagem


cinema


serigrafia


música



eventos O melhor da Laje é o encontro. Exposições, lançamentos, oficinas, palestras, feiras, apresentações e festas.


amigos da laje

Muita gente passou por aqui nesse meio tempo e todos são sempre bem-vindos. Entre eles, hoje agradecemos a: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Rachel Gontijo, com a sua A Bolha Editora. Neno, em todas as empreitadas serigráficas, bares e danças, sempre. Camila Maria, que fez a primeira residência artística espontânea da casa. Natalia Philomena Jø, nossa estagiária alemã. Gabi, a primeira estagiária da SAMBA. Rafaella Tamm, DJ Apache, curadoria para a SAMBA com o Conjunto A4 e chataaaaaaaa! Julio Lapagesse (falcon), um dos Irmãos Colagem, nenem lindo e assistente da DJ Apache. Toda a galera do Pântano de Manga, vizinhos queridos e talentosos. Liana Lessa, que foi fundamental para que os Encontros na Laje acontecessem. Toda a equipe dos Palhaços Tristes. Renato Rios, que de vez em quando pinta aqui. Bicicleta Sem Freio, nossa versão goiana, e Renato Reno, o Fera. Tomás Cardoso, fazendo o Bartleby com Rafael Lobo. Bruna Carolli e seu Azul de Beatriz. Nadine Diel, que é feita de pêssego. We Fátima. Juan Torassa pelo sanduba que rouba a cena. Leno Veras por ser um amigo curador instigante. Stêvz com a turma do Pindura e da Beleléu, em vários lançamentos maneiros. Nina Ridd e seu sarau de aniversário. O bebum incógnito que vomitou na pintura do Pedro, valeu hein! Os vizinhos da rua, que nos toleram e nunca reclamam, mesmo. Kung-Fu, detetização, é básico. Carol de Góes e Eduardo Dutra, que descobriram que não podem subir no telhado. Todas as gatas que comparecem em peso. Jéssica e Flora e o bullying eterno. O lagartão do jardim. Sinistro. Gordo. Alex Vidigal, produtor executivo dos Palhaços Tristes, barbarizando e dormindo no sofá do lagartão. Vitor Schietti, que fez lindas fotos da casa. Geral do Super Maia e o Leo do Pão de Açúcar. Vitamina Central, melhor lanche do DF. Sky’s burger. O refúgio da madrugada. Todas as bandas do Ponte. Isabela Peixoto e seu projeto final, aquele livrão maluco. Turmas de alunos da UnB, pela zona feliz. Isadora Tupinambá com estampas gigantes e biscoitos de canela. Pedro D’apremont e suas visitas ocasionais para pedir dicas e mostrar desenhos. Nonato dente de Ouro, por ser Radical Sem Dó, e o Pedro Chão pela fé no Taj Mahal. O sniper do BOPE, fornecendo segurança. Banana, Gaspar, Henrique, Big Lôra e a galera do ponte. Isadora Dalle e seu zine maneiro. Nahira Salgado, pela ajuda em vários momentos. Luiza Tonon, pelo sofá incrível. O Papeleiro, pela inesquecível pilhagem de materiais. Todos os colaboradores de nossas publicações. Todo mundo que apoiou nossos projetos no Catarse. Todos que prestigiaram nossos eventos, lançamentos, festas e exposições. Vocês são demais. Elder, Cecilia, Christus, Átila e Ingrid pela exposição no Espaço Piloto.

Em especial ao Ralph Gehre, pela amizade, incentivo, surpresas, games, lanchinhos, amor e seu texto.


Foto dos sete de Rafaella Tamm Foto Palhaços Tristes de Emília SIlberstein Foto da Malu pintando de Pedro Ivo Verçosa Fotos Cinema de Nadine Diel e Tauana Macedo Fotos Sem/Registro e Eventos de Felipe Bittar

Capa impressa na oficina tipográfica da UnB Tiragem de 320 exemplares

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708 sul A 47 BrasĂ­lia, 2013




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