Cidadania
Por: Djenane Arraes | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.
Motociclistas solidárias
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Mulheres vão se reunir no autódromo de Brasília para confraternizar e ajudar dependentes do crack
ndar de moto é coisa para mulher solidária e consciente. Cerca de 5 mil delas – mas é bom resaltar que o espaço estará aberto a todos os interessados – devem participar do 2º Passeio do Dia Internacional da Mulher no dia 10 de março no Parque da Cidade. O evento é uma chamada para o Encontro Nacional de Mulheres Motociclistas a ser realizado no dia 21 de abril no Autódromo Internacional Nelson Piquet. São esperadas 25 mil pessoas para a ocasião. Mas a confraternização entre as motociclistas brasileiras não vai se limitar a passeios, encontros e sorrisos. Discussões sérias sobre problemas sociais vão estar em pauta. O primeiro e mais sério problema é sobre a arrecadação de donativos para clínicas que oferecem tratamento a dependentes do crack. “Entendemos que este é um dos grandes problemas sociais da atualidade. É um mal que invadiu as grandes capitais e que agora se espalha para o resto do país”, defendeu Andreia Oliveira, uma das organizadoras do evento e
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integrante do Vulcanas Motoclube – que é exclusivo para mulheres e existe há 12 anos. Além de ajudar no combate ao crack, o evento ainda vai promover palestras educativas sobre a saúde da mulher, preservação do meio ambiente e também de segurança no trânsito. Outra ação tradicional realizada entre os motociclistas em qualquer evento realizado por eles é o de arrecadação de alimentos. “As inscrições para qualquer coisa feita pelos motoclubes envolvem a doação de 1kg de alimentos não perecíveis para doação em creches ou asilos”, explicou Andreia. As próprias vulcanas, mesmo sendo formada por cinco mulheres, anualmente fazem arrecadação de donativos que elas revertem em produtos para serem doados: além dos mantimentos, ainda compram presentes para as crianças e organizam um belo café da manhã com a garotada. “O dinheiro que sobra a gente doa em espécie para a própria instituição.” “A cultura solidária é muito forte entre os motoclubes do país. Todos se organizam no sentido
de ajudar, em especial nas datas especiais, como Páscoa, Dia das Crianças e Natal.” Os motociclistas não se escondem nas situações de emergência. Ano passado, na ocasião das enchentes que assolaram o estado do Rio de Janeiro, os amantes de duas rodas se uniram para arrecadar donativos em prol dos desabrigados. As ações não param, e não importa se são grandiosas ou pequenas. No dia 8 de março, por exemplo, as cinco vulcanas têm compromisso no Hemocentro para doar sangue. Brasília é um importante polo de motociclistas. De acordo com Andreia Oliveira, são mais 200 clubes, o que faz do DF ser, proporcionalmente, o local do país com o maior número desses grupos organizados. “A cultura motociclística em Brasília é muito forte. Sábado à tarde você pode observar a quantidade de motos rodando. A própria cidade favorece isso devido à variedade de pistas largas para a gente rodar”, disse. O Moto Capital, por exemplo, é um dos maiores eventos do tipo realizado na América do
tem raízes nas redes sociais, mais especificamente no Facebook. Foi ali que surgiu o grupo organizado Mulheres Apaixonadas por Duas Rodas. Gisela Girardi e Alice Castro foram as idealizadoras do grupo e do evento, que tem a coordenação de Andreia Oliveira e Luciana Sacheto. São cerca de 800 mulheres que fazem parte desta comunidade virtual. “A gente conversa com mulheres do Brasil inteiro. E foi por meio deste grupo que percebemos a carência delas no meio motociclístico. São muitas que querem comprar motos e interagir, mas elas até então se sentiam sozinhas”. É nesta comunidade do Facebook em que a mulherada pode
Motociclistas brasilienses tem tradição em ações solidárias
Sul. São aproximadamente 200 mil pessoas que circulam em quatro dias. Neste ano, a nona Edição do Moto Capital acontece nos dias 25 a 29 de julho na Granja do Torto. “Os motoclubes são várias famílias que compõem uma única. Somos todos irmãos.”
Mulheres no Facebook A organização de um encontro nacional de mulheres motociclistas
trocar informações sobre veículos e acessórios. Comentam-se coisas mais lúdicas também. “Às vezes uma comenta que comprou uma moto e pede para as outras sugestões para batizar a nova máquina.” O apelo e a quantidade de pessoas interessadas foi o ponto motivador para que Andréia, juntamente com as idealizadoras e coordenadoras, organizasse um encontro nacional. Com a ajuda na organização do Portal Encontro de Motos, o Grupo conseguiu o apoio do GDF – por meio das secretarias do Meio Ambiente e da Mulher –, Detran, Polícia Rodoviária Federal, BPTRAN e do Hemocentro. Todos estes órgãos estarão presentes em tendas com campanhas educativas. Serviço 2º Encontro Nacional de Mulheres Motociclistas 21 de abril de 2012 Autódromo Internacional Nelson Piquet
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