Um pouco de cultura...UM
O tempo quaresmal começa com a Quarta Feira de Cinzas. Chama-se assim porque na comemoração com que se inicia este tempo litúrgico são impostas cinzas sobre a cabeça de quem participa na celebração.
Esta imposição é acompanhada da proclamação solene das frases:
“Lembra-te, homem, que és pó e ao pó hás-de voltar”; “arrependei-vos e acreditai no evangelho”.
Fruto do fogo que devora e purifica, a cinza aparece na BĂblia com o saco ou veste grosseira, com jejuns, choros e lamentaçþes.
Por vezes, indica aflição ou consternação:
“Tamar colocou terra na cabeça, rasgou a túnica de mangas compridas, colocou as mãos na cabeça e saiu a gritar”. (2 Samuel 13, 19)
mas na maior parte dos casos é sinal de penitência:
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidónia tivessem realizado os milagres que foram feitos no meio de vós, há muito tempo que elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza» (Mateus, 11, 21)
A cinza é sinal de morte, de uma vida que foi consumida no fogo; como também pode ser sinal de esperança numa vida nova que delas renasce.
De uma forma ou de outra, a cinza aparece sempre relacionada com a vida que se esvai ou que ressurge e que, por vezes, se esvai para RESSURGIR.
REFLEXÕES A PROPÓSITO: • A vida, por mais forte e saudável que seja, é sempre frágil e, por vezes, breve; facilmente se esfuma e reduz a cinza (“ Lembra-te, homem, que és pó...).
• É necessário e incontornável o arrependimento e a penitência pelas nossas faltas, sejam elas provenientes de palavras, obras ou omissões, bem como a urgência do aprofundamento da fé (“Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”).
• É imperiosa a purificação interior e a mudança de mentalidade, mediante a aceitação da proposta de uma vida nova que Deus nos faz por meio da sua Palavra (“Nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”) (Mateus 4, 4)
É por isso que na Quaresma se dá uma importância significativa à escuta da Palavra de Deus, luz que desfaz a escuridão dos caminhos da vida e prepara interiormente os crentes para acolher a vida nova que de CRISTO RESSUSCITADO lhes vem.
CRÉDITOS: Adaptação e formatação de: António Elísio Portela de um texto elaborado por: João Alberto Correia