SÃO FARAÚSTO

Page 8

Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2, Portel Relatório Final – 1ª Fase

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 2 1Índice–Introdução ...................................................................................................3 2 – Descrição do local .......................................................................................3 3 – Resenha Histórica .......................................................................................5 4 – Metodologia ................................................................................................8 5 – Prospecção ................................................................................................10 6 – Intervenção Arqueológica .........................................................................16 7 – Estudo dos Materiais ................................................................................37 8 – Conclusões ................................................................................................52 9 – Medidas de Minimização...........................................................................53 10 – Constituição da equipa ...........................................................................55 11 – Bibliografia ..............................................................................................58 12 – Anexos .....................................................................................................61

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 1 – Introdução

Este troço faz parte de um projecto integrado no subsistema de rega do SegundoAlqueva.oestudo eleborado pela empres Nemus, um dos principais problemas passava pela destruição parcial do sítio arqueológio de S. Faraústo indicando, esta empresa, que o local deveria ser escavado e estudado antes da construção do túnel, para que, não se perdesse o conhecimento científico e se salvassem alguns objectos arqueológicos importantes, já que não podia ser evitada a destruição parcial deste espaço.

A destruição do Sítio Arqueológico de S. Faraústo 2 e as consequências do transvaze do Guadiana, são os principais impactes negativos apontados pelo estudo de impacte ambiental do troço de ligação Loureiro-Alvito.

Os trabalhos tiveram início a 27 de Abril de 2004 e terminaram a 25 de Maio de 2005.

Assim, a empresa de arqueologia Archeo Estudos foi contratada pela EDIA, para realizar sondagens avaliativas numa área de 120m2 dentro da área que viría a ser afectada pelo canal e respectivos caminhos de acesso, num prazo de execução de 22 dias úteis.

3

2

– Descrição do local Localizado num terreno da freguesia de Oriola, concelho de Portel, distrito de Évora, este sítio arqueológico encontra-se num terreno, hoje semeado de trigo e com algumas azinheiras, em propriedade privada, tratase de um local sobranceiro á ribeira de Oriola, a uma altitude de cerca de 198m a As205m.sondagens foram localizadas entre os Meridianos 225.900 e o 225.984 (O/E) e os Paralelos 149. 283 e o 149.179 (N/S).

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 4

Neste espaço e sobre o sítio arqueológico de época romana encontramos a ermida de São Faraústo, dedicada a um santo quase desconhecido. Deste santo diz-se ser um mártir que morreu subjugado aos romanos. Esta pequena edificação terá tido a sua origem no ínicio do séc. XVI, apresenta um conjunto pictórico na capela-mor quinhentista, sendo um dos exemplares mais peculiares do núcleo da Rota do Fresco.

Desprovida de culto há alguns anos, por informação oral, foi-nos comunicado que o orago da capela era Nossa Senhora dos Remédios e não São Faraústo.Foi-nos ainda referido oralmente, por um senhor, cujo pai, já falecido, lhe contava que quando andavam a lavrar os terrenos encontraram na elevação junto à capela restos de mosaicos romanos, bem como, muros baixinhos do mesmo período. Dizia, ainda, que enquanto se lavrou com Fig. 1 – Pintura da capela-mor da Capela de São Faraústo

Esta capela encontra-se bastante danificada pois a cobertura da nave bem como parte das paredes da nave e da sacristia anexa á capela ruíram. A capela-mor não sofreu danos ao nível da estrutura, mas requer obras de consolidação, o mais urgente possível.

1 AMARAL, 1993: 66. TEIXEIRA, 1999: 77. 2 ESPANCA, 1978: 255.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 5 arado alguns muros foram sobrevivendo mas depois do incremento dos tractores, a destruição foi mais acentuada.

3 – Resenha Histórica São poucas as referências a este local como sítio arqueológico e também escassas as referências à capela ali erigida, mas são muito menos as que se referem ao santo seu orago. Não encontrámos menção a mais nenhum São Faraústo em Portugal, o que nos leva a concordar com Pierre David quando fala na derivação de nomes de São Fausto, para Fraústo e quem sabe Faraústo. São Fraústo encontrámos algumas referências das quais destacamos um São Fraústo na freguesia de Samaiões, concelho de Chaves, pela semelhança topográfica e cronológica do local. Este sítio encontra-se numa encosta virada a SE, na margem direita do Tâmega, numa área de cerca de 1,5 hectar de dispersão de tegula, sigillata, silhares, fustes cilindricos e muita cerâmica comum. Hoje não existe nenhuma capela associada a este sítio, embora se fale de uma capela que existía numa quinta ali próxima1 Túlio Espanca fala-nos da Ermida de S. Fausto, mártir das grandes perseguições imperiais romanas contra o cristianismo e advogado contra as maleitas – na expressão popular - já existente no século XVII e mais tarde consagrada a N. Senhora dos Remédios, situada num local ameno da margem direita da ribeira de Odivelas, no Monte das Covas, a cerca de 5 Km de distância da antiga sede de freguesia, alcançando-se pela Est. Nac. 384 e através de um mau caminho particular da herdade de Vale Figueiras.2.

3 Esta ficha encontra-se na página da WEB da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais (DGEMN), foi realizada por Paula Amendoeira em 1999 e actualizada por Paula Figueiredo em 2001. Fig. 2 – Capela de São Faraústo (Fachada virada a Oeste) Fig. 3 – Capela de São Faraústo (Fachada posterior)

Pierre David refere as variantes do nome S. Fausto, também chamado de Frausto ou Faustino. A identificação deste santo não é fácil, por vezes confundido com S. Faustino de Brescia.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 Paula Amendoeira, em 1999, na sua ficha de Inventário do Património Arquitectónico, designa esta ermida como Ermida de São Faraústo/Ermida de São Fausto/Ermida de Nossa Senhora dos Remédios.

6

Faz uma caracterização da capela, datando-a dos inícios do século XVII e as pinturas murais do século XVIII. Refere já “...os abundantes vestígios cerâmicos de época romana a anunciarem uma ocupação do local já nessa época.”3Em 2003, foi realizado um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do troço de ligação Loureiro-Alvito, onde através dos trabalhos de prospeção realizados pelo arqueólogo Pedro André Santos Neto, a empresa Nemus aponta como principal impacte negativo a destruição parcial do Sítio Arqueológico de S. Faraústo.

Do segundo grupo, por vezes chamados «irmãos», sabe-se que nos princípios do século V o seu culto era conhecido já fora de Córdova. Como S. Fausto é o primeiro, é possível que a igreja seja designada só pelo seu nome.

4 CARDOSO, 1657: 722. Fig. 5 – Pintura da capela-mor da Capela de São Faraústo Fig. 4 – Pintura da capela-mor da Capela de São Faraústo

Identificado com um dos dezoito mártires de Saragoza no Agiologio Lusitano, Jorge Cardoso refere que o sagrado corpo do mártir foi levado de Saragoza, por um rei de Navarra, para um lugar do seu domínio, na diocese de Calahorra, onde lhe construiu igreja e a sua festa é comemorada a 26 de Abril, sobre o título de confessor e a sua intercessão é particularmente solicitada por mulheres estéreis4.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 7

Há várias datas para o seu dia, sendo a mais antiga a 13 de Outubro, há também a referência a 28 de Setembro.

Carmen Garcia Rodriguez refere um São Fausto de Zaragoza (um dos nomes dos dezóito mártires) e um São Fausto de Córdova, que faz parte de um grupo de 3 santos, com Jenaro e Marcial.

A vila de Vitória, na Cantábria, reevindica-o como tendo nascido neste local.

8

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 Pensa-se que este culto só terá sido difundido na Bética.5

O S. Fausto de Zaragoza terá culto desde princípios do século V e o seu nome não é dos que foram acrescentados posteriormente, pelo contrário aparece logo nas primeiras referências6. 4 – Metodologia

Devido à grande área de dispersão de materiais à superfície na área a ser afectada pelo projecto e desta área ser, também ela, grande optou-se por uma recolha de materiais à superfície que se pretendía ser sistemática e que apenas foi prejudicada pelos cerca de 50 cm de altura do trigo plantado no local.Foi realizada a prospecção, separando por tipologias os diversos materiais, nomeadamente: cerâmica comum, dolium, sigillata, tegula, material de construção e escória. Estes materiais foram colocados em sacos, 5 GARCÍA RODRIGUEZ, 1966: 225-227. 6 GARCÍA RODRIGUEZ, 1966: 324-334. Fig. 6 – Pintura da capela-mor da Capela de São Faraústo Fig. 7 – Pintura da capela-mor da Capela de São Faraústo

As estruturas, planos, alçados e cortes foram desenhados á escala 1:20 e registados fotograficamente. Os materiais exumados encontram-se ainda em fase de marcação com o acrónimo da estação, ano da intervenção e número de unidade estratigráfica (ex: SF2/05/000) e devidamente separados tipologicamente, contabilizados e acondicionados em sacos de plástico dentro de contentores de plástico.Acontabilidade de fragmentos apresentada na listagem do ponto 5 deste relatório, é apenas referente aos fragmentos de cerâmica: comum, sigilata, dolium e ânfora e trata-se de uma primeira contagem em campo. Esta listagem será actualizada quando os materiais se encontrarem marcados.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 9 contabilizados os números de fragmentos e georeferânciados com Coordenadas Gauss, Datum 73 com origem num ponto fictício. Baseando-se na dispersão de materiais, foram implantadas oito sondagens de 4m por 4m, como podemos observar nas plantas que seguem em anexo, prefazendo os 120 m2.

Foram atribuídas as unidades estratigráficas do 000 ao 099 à sondagem 1; do 100 ao 199 à sondagem 2; do 200 ao 299 à sondagem 3; do 300 ao 399 à sondagem 4; do 400 ao 499 à sondagem 5; do 500 ao 599 à sondagem 6; do 600 ao 699 à sondagem 7 e do 700 ao 799 à sondagem 8.

A metodologia adoptada na realização das sondagens arqueológicas, baseou-se nos princípios estratigráficos defenidos por E. Harris.

A prospecção neste local foi realizada no dia 27 de Abril de 2005, com toda a equipa de arqueologia e com o apoio do topógrafo, Armando Guerreiro.Primeiro

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 10 5 – Prospecção

Após este trabalho, os sacos foram georeferênciados.

Deste trabalho, resultou uma listagem das unidades da recolha de materiais de superfície que aqui apresentamos.

foi realizada uma batida sistemática a toda a área afectada pelo canal, com a separação tipológica, como já referimos, e contagem de número de fragmentos de material arqueológico, depois foram prospectadas as duas áreas de acesso ao canal com a mesma metodologia de trabalho.

Fig. 8 Aspecto dos trabalhos de prospecção

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 11 São Faraústo 2 Recolha de superfície Coord. Gauss, Datum 73. Origem no Ponto Fictício. NúmerodeRecolha CoordenadaM CoordenadaP AltimétricaCota Número Fragmentosde Tipo Materialde SF0001 226036.16 149442.52 206.84 2 Tegula SF0002 226038.52 149340.50 206.71 1 CerâmicaComum SF0003 226019.38 149322.78 206.58 4 Tegula SF0004 226002.98 149304.31 206.37 7 Tegula SF0005 225586.55 149286.30 205.32 57 Tegula SF0006 225986.52 149284.76 205.12 3 CerâmicaComum SF0007 225969.64 149267.47 203.54 16 Tegula SF0008 225971.83 149267.63 203.65 1 CerâmicaComum SF0009 225952.78 149249.14 202.35 25 Tegula SF0010 225954.32 149249.88 202.43 4 CerâmicaComum SF0011 225936.11 149230.62 202.73 43 Tegula SF0012 225935.93 149232.12 202.72 2 CerâmicaComum SF0013 225919.58 149212.93 201.77 113 Tegula SF0014 225920.49 149212.02 201.65 2 Mat. Construçãode

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 12 NúmerodeRecolha CoordenadaM CoordenadaP AltimétricaCota Número Fragmentosde Tipo Materialde SF0015 225919.48 149211.16 201.60 21 CerâmicaComum SF0016 225919.46 149211.17 201.60 8 Dolium SF0017 225921.52 149210.76 201.50 1 Escória SF0018 225900.65 149194.72 200.60 88 Tegula SF0019 225902.78 149194.71 200.53 8 Escória SF0020 225902.10 149193.63 200.46 23 CerâmicaComum SF0021 226043.39 149427.89 205.95 2 CerâmicaComum SF0022 226022.61 149425.79 205.36 1 CerâmicaComum SF0023 226015.06 149404.16 206.30 1 CerâmicaComum SF0024 225980.52 149383.92 205.19 4 Tegula SF0025 225981.02 149383.92 205.19 1 CerâmicaComum SF0026 225938.22 149326.13 205.16 2 Tegula SF0027 225937.44 149325.06 205.23 1 Dolium SF0028 225919.01 149302.57 205.05 2 Tegula SF0029 225912.16 149282.69 204.62 33 Tegula SF0030 225913.05 149281.45 204.60 7 CerâmicaComum SF0031 225913.89 149281.60 204.57 2 Escória

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 13 NúmerodeRecolha CoordenadaM CoordenadaP AltimétricaCota Número Fragmentosde Tipo Materialde SF0032 225913.82 149283.57 204.74 1 Mat. Construçãode SF0033 225917.14 149252.56 203.97 5 Dolium SF0034 225914.80 149255.04 204.06 53 Tegula SF0035 225915.57 149255.35 204.06 8 CerâmicaComum SF0036 225924.16 149248.07 203.60 21 Tegula SF0037 225922.78 149247.69 203.68 2 CerâmicaComum SF0038 225918.45 149233.37 203.57 17 Tegula SF0039 225918.46 149234.12 203.56 4 CerâmicaComum SF0040 225911.36 149220.01 202.85 48 Tegula SF0041 225910.41 149221.61 203.09 10 CerâmicaComum SF0042 225911.54 149221.76 203.06 1 Dolium SF0043 225913.37 149210.58 201.81 19 Tegula SF0044 225914.77 149210.45 201.75 3 CerâmicaComum SF0045 225902.96 149194.47 200.53 53 Tegula SF0046 225901.78 149195.15 200.61 1 Dolium SF0047 225901.29 149194.03 200.48 18 CerâmicaComum SF0048 225900.31 149194.60 200.59 5 Escória

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 14 NúmerodeRecolha CoordenadaM CoordenadaP AltimétricaCota Número Fragmentosde Tipo Materialde SF0049 225883.80 149175.56 199.41 22 Dolium SF0050 225885.33 149176.37 199.38 54 Escória SF0051 225885.00 149174.53 199.33 204 Tegula SF0052 225883.00 149174.16 199.32 112 CerâmicaComum SF0053 225868.52 149158.18 198.50 3 CerâmicaComum SF0054 225867.18 149157.49 198.47 1 Tegula SF0055 225867.94 149156.87 198.45 30 Escória SF0056 225852.31 149139.29 198.32 1 Escória SF0057 225850.91 149139.30 198.32 3 Tegula SF0058 225922.27 149194.11 200.01 3 Tegula SF0059 225923.47 149195.65 200.10 2 Dolium SF0060 225922.13 149195.59 200.14 2 Dolium SF0061 225931.01 149202.61 200.26 30 Tegula SF0062 225930.78 149201.56 200.15 7 CerâmicaComum SF0063 225931.43 149202.51 200.23 1 Dolium SF0064 225932.44 149203.18 200.26 3 Escória SF0065 225988.00 149189.20 199.29 2 Tegula SF0066 225877.02 149188.78 200.21 330 Tegula SF0067 225877.83 149189.38 200.25 5 Dolium SF0068 225879.87 149189.35 200.30 12 Escória

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 15 NúmerodeRecolha CoordenadaM CoordenadaP AltimétricaCota Número Fragmentosde Tipo Materialde SF0069 225879.43 149187.43 200.15 50 CerâmicaComum SF0070 225881.83 149194.88 200.69 44 CerâmicaComum SF0071 225887.28 149194.61 200.73 1 Sigillata SF0072 225887.23 149197.92 200.94 15 Tegula SF0073 225888.33 149198.01 200.89 1 Mat. Construçãode SF0074 225980.09 149199.40 199.53 10 Tegula SF0075 225981.82 149199.66 199.53 1 CerâmicaComum Esta listagem gerou mapas de distribuição de materiais que apresentamos em anexo e que foram a base para a localização e marcação das sondagens arqueológicas. Este trabalho foi realizado no dia 28 de Abril e ainda neste dia se iniciaram os trabalhos arqueológicos.

Após

Foram

compacta e

superficial, U.E.-000,

U.E.-001,

com

Foi uma camada camada de terra muito de revolvimento do arado do tractor. esta camada de cerca de 20 a 30 detectou-se a rocha-base, composta por xisto. Esta encontra-se por cortes dos arados o que confirma o revolvimento da camada superficial. detectados cerca de cerâmica. desenhados os planos das duas bem como os 4 cortes da sondagem.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 16 6 – Intervenção Arqueológica Sondagem 1

de 341 fragmentos

Foram

marcada

ZONA NºUEde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem1 000 Camada Superficial Depósito 341 Sondagem1 001 Rocha-base (xisto) Depósito Fig. 10 – Sondagem 1, U.E.-001Fig. 9 – Sondagem 1, U.E.-000

removida

unidades,

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 17

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 18 Sondagem 2 Foi removida uma camada superficial, U.E.-100, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada de cerca de 20 a 30 com detectou-se a rocha-base, U.E.-101, composta por xisto. Esta encontra-se marcada por cortes dos arados o que confirma o revolvimento da camada superficial. Foram detectados cerca de 421 fragmentos de cerâmica. Foram desenhados os planos das duas unidades, bem como os 4 cortes da sondagem. ZONA NºUEde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem2 100 Camada Superficial Depósito 421 Sondagem2 101 Rocha-base (xisto) Depósito Fig. 11 – Sondagem 2, U.E.-100 Fig. 12 – Sondagem 2, U.E.-101

Após esta camada, foi registada uma terra castanha escura com muito materiasl de construção, cerâmica comum e muita escória. Após esta camada foi registado um derrube de tegula, partida em pequenos pedaços, e muitas pedras, U.E.-203. Nesta camada, foi cortado o interface, U.E.-211, cheio por uma terra rebufactada, U.E.-210 e uma terra negra, U.E.-209, estas camadas não foram detectadas em plano apenas foram registadas nos cortes. Estas unidades fazem parte de uma estrutura de fundição. Esta estrutura assenta, como vimos, numa camada de derrube.

Foi removida uma camada superficial, U.E.-200, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada foi registada uma terra castanha com muito material de construção, U.E.-201.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 19 Sondagem 3

Sob a camada, U.E.-205 surge uma terra arenosa com muitas intrusões de pequenos fragemrntos de cerâmica comum e de pedrinhas. Esta camada é resultado de um nivel de cheia.

Após esta camada surge uma camada de terra castanha argilosa, U.E.207. Esta camada cobria a rocha-base (Xisto), U.E.-208. Desta sondagem destacamos as grandes concentrações de escórias de ferro e a quantidade de materiais. Mais uma vez, não foram encontradas estruturas.Foram desenhados os planos das duas unidades, bem como os 4 cortes da sondagem.

A Sondagem 3 tem aproximadamente 3260 fragmentos de cerâmica. Fig. 13 – Sondagem 3, U.E.-203. Fig. 14 – Sondagem 3, U.E.-204.

Sob esta camada surge uma camada de terra castanha barrenta, com menos intrusões de material de construção e cerâmica comum, U.E.-205.

Sob a U.E.-203 foi registada uma terra castanha, U.E.-204, com uma concentração de tegulas e tijolos, no perfil Norte e Oeste; escória no perfil Este e terra um pouco menos dura junto ao corte Oeste.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 20

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 21 ZONA UENºde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem3 200 Camada Superficial Depósito 229 Sondagem3 201 Camada de terra castanha com muito material de construção Depósito 133 Sondagem3 202 Terra castanha escura com muito material de construção, cerâmica comum, escórias e ossos Depósito 1191 Sondagem3 203 Derrube de tegula, partida pequena e pedras Depósito 416 Sondagem3 204 Camada castanha com concentração de tegulas, tijolos no perfil (N-E), Escória no perfil E, terra mais mole no perfil Oeste Depósito 275 Sondagem3 205 Camada castanha com menos intrusões de material de construção e cerâmica comum, com terra barrenta Depósito 578 Sondagem3 206 Terra arenosa com muitas intrusões de pequenos cacos e pedrinhas, camada de cheia. Depósito 39 Sondagem3 207 Camada castanha argila - arenosa de compactação média e muitas intrusões de material de construção, cerâmica comum e ossos. Depósito 399 Sondagem3 208 Rocha-base (Xisto) Depósito Sondagem3 209 Terra negra Depósito Sondagem3 210 Terra vermelha, queimada. Depósito Sondagem3 211 Interface Interface

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 22 Apresentação da Matriz de Harriz

2005 23

Destacamos a grande quantidade de materiais de construção e de materiais cerâmicos comuns em especial de dolium e ânfora. Fig. 15 – Sondagem 4, U.E.302. Fig. 16 – Sondagem 4, tegulas da U.E.-302. Fig. 17 – Sondagem 4, U.E.-303.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 Sondagem 4

Foi removida uma camada superficial, U.E.-300, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada surge uma terra escura com algumas pedras, U.E.-301. Após esta camada surge um grande derrube, U.E.-302, de tegulas, pedras e cerâmica comum. Este derrube encontra-se envolto em terra escura pouco compacta. Este derrube assenta na rocha-base, U.E.-303.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 24 Foram desenhados os planos das duas unidades, bem como os 4 cortes da sondagem. A sondagem 4 tem aproximadamente 3306 fragmentos de cerâmica. ZONA NºUEde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem4 300 Camada Superficial Depósito 1667 Sondagem4 301 Terra castanha escura com algumas pedras Depósito 431 Sondagem4 302 Derrube de tegula, pedras e cerâmica comum Depósito 1208 Sondagem4 303 Rocha-base (granito) Depósito

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 25 Apresentação da Matriz de Harris Foram desenhados os planos das duas unidades, bem como os 4 cortes da sondagem.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 26 Sondagem 5 Foi removida uma camada superficial, U.E.-400, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada de cerca de 20 a 30 com detectou-se a rocha-base, U.E.-401, composta por xisto. Esta encontra-se marcada por cortes dos arados o que confirma o revolvimento da camada superficial. Foram detectados cerca de 308 fragmentos de cerâmica. Foram desenhados os planos das duas unidades, bem como os 4 cortes da sondagem. ZONA NºUEde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem5 400 Camada Superficial Depósito 308 Sondagem5 401 Rocha-base (xisto) Depósito Fig. 18 Sondagem 5, U.E.-401.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 27 Apresentação da Matriz de Harris Foram desenhados os planos das duas unidades, bem como os 4 cortes da sondagem.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 28 Sondagem 6 Foi removida uma camada superficial, U.E.-500, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada surge uma terra castanha escura, pouco compacta com pequenos fragmentos de xisto e de quartzo, U.E.-501. Após esta camada surge a rocha-base, U.E.-502. Foram detectados cerca de 265 fragmentos de cerâmica. Foram desenhados os planos das unidades, bem como os 4 cortes da sondagem. ZONA UENºde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem6 500 Camada Superficial Depósito 61 Sondagem6 501 Terra castanha escura, pouco compacta, com pequenos fragmentos de xisto e quartzo. Depósito 204 Sondagem6 502 Rocha-base (Xisto) Depósito Apresentação da Matriz de Harris Fig. 20 – Sondagem 6, corte Oeste.Fig. 19 – Sondagem 6, U.E.-502.

Foi removida uma camada superficial, U.E.-600, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada, surge uma terra castanha com tegulas e xisto, U.E.-601. Após esta camada surge um derrube de pedras de xisto e de tegula, U.E.-602, junto ao corte Norte.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 29 Sondagem 7

Ainda sob a camada, U.E.-601 surge uma estrutura com pedras irregulares de tamanho médio e alguns rtestos de tijolos. Esta estrutura apenas tem uma fiada de pedras, encontrando-se portanto ao nivel do alicerse e assenta na rocha-base. Esta estrutura encontra-se no canto Sudeste da sondagem.Aoenchimento da vala de fundação desta estrutura, composta por uma terra castanha alaranjada compacta e com xisto decomposto, foi atribuida a

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 30 U.E.-605. Quer esta camada quer a estrutura, U.E.-603, enchem o interface, U.E.-604. Este corte prolongava-se para Oeste.

A rocha encontrava-se cortada e nivelada indicando-nos que a estrutura, U.E.-603 se prolongava para Oeste, embora só tenhamos encontrado o seu negativo. Este interface corta a rocha-base, U.E.-607. Também a cortar a rocha foi registado o interface, U.E.-606 que se encontrava cheio pela U.E.-602.

Fig. 21 – Sondagem 7, materiais de construção da U.E.-611.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 Após terminada a realização das oito sondagens e como em nenhuma se tinham detectadas estruturas, resolvemos alargar a sondagem 7 de forma a tentar verificar que tipo de estrutura tinhamos detectado no canto Sudeste da sondagem.Assim,partindo do canto Sudeste, alargou-se 1m para Norte, 3m para Este, 3m para Sul, 4m para Oeste, 2m para Norte. Foi removida a camada Fig. 22 – Sondagem 7, U.E.-603, antes do alargamento. Fig. 23 Sondagem 7, alçado da U.E.-615.

2005 31

Ao alinhamento Norte/Sul a Sul da estrutura, U.E.-603, foi atribuida a U.E.-615. Sob a camada, U.E.-610 surge uma terra castanha alaranjada argilosa com xisto desagregado, U.E.-612. Este depósito enche a vala de fundação da estrutura, U.E.-615. Quer a estrutura quer a U.E.-612 enchem a vala, U.E.-616. Esta estrutura encontra-se adossada á estrutura, U.E.-603. A vala de fundação desta estrutura encontra-se cortada na rocha-base, U.E.618.

Ao enchimento da vala de fundação do muro, U.E.-603, composto por terra muito compacta e xistosa foi atribuída a U.E.-613. Esta camada e a estrutura U.E.-603 enchem a vala, U.E.-614. Também esta vala se encontra cortada pela rocha-base, U.E.-618. Fig. 24 – Sondagem 7, U.E.-616. Fig. 25 – Sondagem 7, U.E.-617.

A Sul desta estrutura foi detectado outro alinhamento, com orientação Norte/Sul. A Oeste desta estrutura foi registada uma terra castanha escura com xisto desagregado, U.E.-610. A Este deste alinhamento foi registada uma terra castanha com um derrube de material de construção. Destacamos nesta camada o aparecimento, para além de vários fragmentos de cerâmica, de uma moeda, que se encontra em fase de limpeza e de leitura.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 32 superficial, e após ela foram registadas três camadas. Uma terra castanha compacta com pedras a Norte da estrutura, U.E.-603.

TOTAL

Fig.

Foram

ZONA UENºde CARACTERIZAÇÃO

e

Sondagem7 600 Camada

534 Sondagem7 601 Camada de

Sob a camada U.E.-609 surge-nos ainda uma outra estrutura, composta por pedras de xisto e por tegulas, U.E.-617. Esta estrutura tem uma orientação Norte/Sul e encontra-se adossada á estrutura, U.E.-603 para Norte. Esta estrutura assenta na rocha-base. desenhados os planos das unidades e estruturas, bem como os cortes da Nestasondagem.sondagem exumadas cerca de 1483 fragmentos de cerâmica. TIPO FRAGMENTOSDE Superficial Depósito terra castanha média com muitas intrusões de tegula. Depósito pedras de xisto Estrutura pedras irregulares de tamanho médio alguns Estrutura 26 Sondagem U.E.-618 e aspecto final da sondagem.

7,

e tegula Depósito 11 Sondagem7 603

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 33

foram

com

com granulometria

58 Sondagem7 602 Derrube de

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 34 restos de tijolo formam parte da mesma no perfil sudeste com uma única fiada de pedras. Sondagem7 604 Interface da vala de fundação da estrutura U.E.-603 InterfaceVertical Sondagem7 605 Enchimento, composto de terra castanha alaranjada com alguma cerâmica, da vala de fundação da U.E.-603. Depósito 10 Sondagem7 606 Interface cheio pela U.E.-602 InterfaceVertical Sondagem7 607 Rocha-base (Xisto) Depósito Sondagem7 608 Camada superfícial do alargamento da sondagem para Sudeste. Depósito 247 Sondagem7 609 Terra castanha com pedras Depósito 12 Sondagem7 610 Terra castanha escura com xisto desagregado Depósito 150 Sondagem7 611 Terra castanha com derrube de material de construção Depósito 456 Sondagem7 612 Terra castanha alaranjada mais argilosa com intrusões de tijolos (cerâmica comum e xisto desagregado) Depósito 5 Sondagem7 613 Enchimento da vala do muro, U.E.-603 Depósito Sondagem7 614 Interface da vala do muro, U.E.603 InterfaceVertical Sondagem7 615 Muro Norte/Sul Estrutura Sondagem7 616 Interface da vala do muro, U.E.615 InterfaceVertical Sondagem7 617 Estrutura Norte/Sul adossada ao Muro, U.E.-603 para Norte, composta por pedras e tegulas Estrutura Sondagem7 618 Rocha-base - Xisto Depósito

35

Sondagem 8 Foi removida uma camada superficial, U.E.-700, camada de terra muito compacta e de revolvimento do arado do tractor. Após esta camada de cerca de 20 cm detectou-se a rocha-base, U.E.-701, composta por xisto desagregado. Foram detectados cerca de 18 fragmentos de cerâmica. Foram desenhados os planos das duas unidades. ZONA NºUEde CARACTERIZAÇÃO TIPO TOTAL FRAGMENTOSDE Sondagem8 700 Camada Superficial Depósito 18 Sondagem8 701 Rocha-base desagregado)(Xisto Depósito Fig. 27 – Sondagem 8, U.E.-701.

conta, assim, neste relatório de algumas das peças representativas do volume de materiais exumados e das suas características gerais.

Destacamos os cerca de 10.000 fragmentos de cerâmica exumados.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 37 Apresentação da Matriz de Harris 7 – Estudo dos Materiais

Dado o grande volume de cerâmica exumada e o prazo de um mês para apresentação do relatório não foi possível fazer um estudo aprofundado da cerâmica.Damos

Apresentamos ainda uns quadros de contagens de fragmentos de cerâmica por sondagem e um quadro com a contabilidade de todos os tipos de materiais por sondagens, esta contabilidade como referimos na metodologia é provisória. Os materiais de construção são essencialmente tegulas e imbrex resultantes de níveis de derrube, bem como, alguns fragmentos de tijolos e de oppus signinum Quanto aos materiais vítreos, apresentam-se muito fragmentados e são em pouca quantidade. Estes materiais integram-se num período tardio de ocupação romana.

Salientamos o grande volume de cerâmicas comuns de uso doméstico, nomeadamente de panelas, potes, almofarizes, doliuns, algumas ânforas e uma Surgemlucerna.vários fragmentos de sigillata, onde destacamos a maior quantidade de Sigillatas Claras Africanas em relação às Sigillatas Hispânicas, andando o horizonte cronológico entre o século III e o século V.

SONDAGEM 1 U.E. Comum DoliumComum- Sigillata Total U.E.-000 304 31 6 341 Total 304 31 6 341 SONDAGEM 2 U.E. Comum DoliumComum- Sigillata Total U.E.-100 373 25 23 421 Total 373 25 23 421

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 38

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 39 SONDAGEM 3 U.E. Comum ÂnforaComum- DoliumComum- LucernaComum- Sigillata Total U.E.-200 226 3 229 U.E.-201 130 3 133 U.E.-202 1.132 53 1 15 1.201 U.E.-203 360 51 5 416 U.E.-204 240 21 14 275 U.E.-205 512 1 52 18 583 U.E.-206 39 39 U.E.-207 271 114 14 399 Total 2.910 1 291 1 72 3.275 SONDAGEM 4 U.E. Comum ÂnforaComum- DoliumComum- Sigillata Total U.E.-300 1.545 84 38 1.667 U.E.-301 394 28 9 431 U.E.-302 973 9 103 1.085 Total 2.912 9 215 47 3.183 SONDAGEM 5 U.E. Comum DoliumComum- Sigillata Total U.E.-400 236 58 14 308 Total 236 58 14 308

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 40 SONDAGEM 6 U.E. Comum DoliumComum- Sigillata Total U.E.-500 59 2 61 U.E.-501 197 2 10 209 Total 256 2 12 270 SONDAGEM 7 U.E. Comum ÂnforaComum- DoliumComum- Outros Sigillata Total U.E.-600 476 1 54 3 534 U.E.-601 48 10 58 U.E.-602 10 1 11 U.E.-605 6 4 10 U.E.-608 221 22 4 247 U.E.-609 12 12 U.E.-610 149 1 150 U.E.-611 446 12 458 U.E.-612 5 5 Total 1.373 1 68 39 4 1.485 SONDAGEM 8 U.E. Comum Dolium Total U.E.-700 15 3 18 Total 15 3 18

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 Fig. 28 – Almofariz em cerâmica comum. Fig. 30 – Bordos de panelas e potes em cerâmica comum redutora e com vestígios de uso.

2005 41

Fig. 29 – Asas de bilhas em cerâmica comum de pasta vermelha.

Fig. 31 – Bordos com arranque de asa de peças de cerâmica comum.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 42 Fig. 33 – Cerâmica comum com engobe vermelho Fig. 34 – Fundos de panelas em cerâmica comum. Fig. 35 – Fundos de panelas em cerâmica comum. Fig. 32 – Bordos de várias tipologias de peças de cerâmica comum, nomeadamente, panelas e alguidares de bordo triangular decorado.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 43 DoliumÂnforas Fig. 36 – Vários tipos de pastas. Fig. 38 – Vários tipos de asas de ânforas e potes. Fig. 37 – Vários tipos de bordos de dolium. Fig. 40 – Fundo de ânfora.Fig. 39 – Fundo de ânfora.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 44 LucernasO único fragmento de lucerna exumado é o que figura na imagem 42. Trata-se de parte do disco com uma asa tipo Ponsich 9. A tipologia é, possivelmente, tipo III B1, pertencente à 2ª metade do século I d. C.7, outra hipótese é pertencer à forma Dressel-Lamboglia tipo 30A8. 7 PONSINH, 1961. 8 DENEAUVE, 1969. Fig. 41 – Vários tipos de fundos de ânfora. Fig. 42 – Fragmento do disco de uma lucerna.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 45 Paredes Finas Sigillata Fig. 43 – Fundo de taça de paredes finas com engobe avermelhado. Fig. 44 – Sigillatas Claras C

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 46 Fig. 46 Sigillata Hispânica. Fig. 45 – Sigillatas Clara C e Clara D (n.º1). Fig. 47 – Sigillata Hispânica.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 47 Fig. 48 – Sigillata Clara C. Fig. 48 – Sigillata Clara C. Fig. 49 – Sigillata Hispânica

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 48 Vidros Fig. 51 – Fragmento de sigillata com pasta cinzenta e engobe vermelho. Fig. 50 – Sigillata Hispânica, forma Drag. 15/17. Fig. 52 – Fragmentos de peças de vidro de várias cores e de várias tipologias formais.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 49 Materiais de Construção Fig. 53 Fragmentos de oppus signinum. Fig. 54 – Fragmentos de tegula e imbrex das U.E.-201 e U.E.-202. Fig. 55 – Fragmentos de tegula e imbrex da U.E.-302.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 Fig. 57 – Marouço da direita de escória de ferro da sondagem 3. Fig. 56 – Pulseira de criança em liga de cobre Fig. 58 – Moeda do século IV/V, não é visivel legenda, não se vê o exergo, apenas é possível ver a figura masculina virada para a direita, com coroa radiada.

2005 50 Metais

U.E. CerâmicaComum ComumDolium ÂnforaLucernaSigillataMat.Construção EscóriaOssosLíticosVidrosMetais(Outros) Total 000 30431 66975311092 100 37325 237504111213 200 226 3115117813161 201 130 343413571 202 113253 115359241251 203 36051 5861431 204 24021 141712286 205 51252 1186562656 206 39 140 207 271114 1476951481 300 154584 383991769 301 39428 97438 302 971103 912311099 400 23658 1438019707 500 59 2171593 501 1972 109218 600 47654 132442582 601 4810 111272 602 10 1112 605 64 10 608 22122 431212265 609 12 12 610 1491 6156 611 4467 5196119485 612 5 5 700 153 1101129 Total 8377723 111187363720911591392615234

8 – Conclusões

Após a realização destas oito sondagens, e embora tendo em conta que a área a ser afectada pela construção do canal é enorme em relação à dispersão de materiais arqueológicos e da área que foi objecto de sondagens ser bastante reduzido, podemos chegar a algumas conclusões.

As estruturas detectadas encontram-se na parte mais elevada, mais precisamente, na sondagem 7. Destacamos ainda os quase 10.000 fragmentos de cerâmica, incluindo, sigillatas, doliuns, ânforas e muita cerâmica comum.

Embora ainda não se tenha feito um estudo aprofundado dos materiais exumados, podemos concluir estar perante um povoado com ocupação durante a época romana (século III/IV ao século V/VI) e talvez durante a altaidade média. Alguns materiais, a utilização de fornos sobre derrubes de tegula e a presença do templo dedicado a um Santo Mártir alto-medieval, leva-nos a pensar estar perante uma villa de cariz rural e/ou metalúrgico de um período tão pouco estudado no nosso país que é transição da época romana para a Idade Média.

Verificou-se que na encosta a rocha-base se encontra quase à superfície, enquanto na zona mais plana e junto à linha de água a potência estratigráficaVerificou-seaumenta.ainda que a Sul do caminho de terra batida se encontra a maior concentração de escórias e de materiais arqueológicos.

Voltamos a relembrar as medidas de minimização apresentadas no relatório preliminar pois, à data, elas continuam a ser válidas.

3 - Cabe-nos ainda alertar para que a empresa de construção do canal, nesta área específica e até se chegar ao nível da rocha-base, usar máquinas que minimizem a destruição das estruturas que, a existirem, pelo que verificámos se encontram quase ao nível dos alicerces ou tratarem-se de estruturas de fundição muito difíceis de detectar.

2 - Para além deste alargamento, cabe-nos alertar para a necessidade de um acompanhamento, cuidadoso e eficaz de pelo menos um arqueólogo e de um técnico de arqueologia.

1 - Após a realização destas sondagens e dos resultados obtidos, ficou estabelecido perante a entidade de tutela o alargamento das Sondagens 7 e 4, numa tentativa de compreender a funcionalidade e tipologia das estruturas existentes.

4 – Avaliação no terreno por parte do arqueólogo que realize o acompanhamento da necessidade de separar lotes de terras para posterior recolha selectiva de materiais exumados.

2005 53 9

Salientamos ainda que, a estas medidas e após a pretensão da empresa Teixeira e Duarte dar início à escavação, antes de serem efectuados os trabalhos arqueológicos de alargamento, acrescentámos ao parecer que nos foi solicitado, os seguintes pontos:

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 – Medidas de Minimização

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 54 5 – Relembrar que na eventualidade de surgirem estruturas, os trabalhos serão de imediato interrompidos, para que se proceda à escavação e registo das mesmas. Porto, 1 de Julho de 2005 A Arqueóloga Susana Maria Rodrigues Cosme P’la Empresa Paula Barreira Abranches

Direcção Susana Maria Rodrigues Cosme Licenciada em História, variante de Arqueologia em 1994 e Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto com a dissertação ”Povoamento Romano e Alto-Medieval entre o Côa eo Âgueda” defendida em 2002. Especialista em povoamento romano e alto-medieval, tendo realizado desde 1994 diversas intervenções de investigação e/ou de emergência, essencialmente em ambiente urbano. 26 de Abril a 25 de Maio Arqueólogos Ivan Jaramillo Fernandez Licenciado em História pela Universidad Complutense de Madrid em 1998 e Mestrando em Arqueologia versando o tema de Arquitectura Romana na Sub-Meseta Sul, na mesma universidade 26 de Abril a 25 de Maio Vitor Santos Licenciado em História, variante de Arqueologia pela Faculdade de Letras da Univerdidade Clássica de Lisboa em 2002. 26 de Abril a 9 de Maio

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 55 10 – Constituição da equipa Trabalhos de campo

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 56 Rebeca Lenguazco Gonzalez Licenciada em História pela Universidad Autónoma de Madrid em 2000 e Mestranda em Arqueologia versando o tema da Idade do Bronze em Castilla La Mancha na mesma universidade. 26 de Abril a 25 de Maio Maria Furtado Licenciada em História, variante de Arqueologia pela Univerdade do Minho em 2002. 26 de Abril a 25 de Maio Técnico de Arqueologia Victor Ribeiro Cortegano Técnico de Património e Arqueologia, em 1999, pela Câmara Municipal de Barrancos e Rota do Guadiana 2 de Maio a 25 de Maio Maria Luisa Nata Técnica de Desenho 26 de Abril a 25 de Maio Operário de Arqueologia Reinaldo Adriano Oliveira Ramos Gomes 26 de Abril a 25 de Maio José Manuel Domingues Damião 2 de Maio a 25 de Maio Ulisses Miguel Pão Duro Caiados 10 de Maio a 25 de Maio

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 57 Trabalhos de Gabinete Redacção de Relatório Susana Maria Rodrigues Cosme Lavagem e Marcação de Espólio Victor Ribeiro Cortegano Levantamento Topográfico Armando Guerreiro Limpeza e Tratamento de Metais Isabel Alexandra Justo Lopes Tratamento Informático dos Registos Gráficos da Intervenção Sandra RicardoFotografiaNogueiradeEspólioAbranches

2005 58 11 – Bibliografia Autor

ROLDÁN,BOHIGAS Ramón; RUIZ GUTIÉRREZ, Alicia Las cerámicas visigodas de poblado en Cantabria y Palencia IN Boletín de Arqueología Medieval, 3. Asociación Española de Arqueología Medieval. 1989 1989 ZOREDA,CABALEROLuis Cerámicas de "Época Visigoda y Postvisigoda" de las provincias de Cáceres, Madrid y Segovia IN Boletín de Arqueología Medieval, 3. Asociación Española de Arqueología Medieval. 1989 1989 CARDOSO, Jorge Agiológio Lusitano Porto: Edição fac-similada, Tomo II, p. 722. 2002. 2002 CARDOSO, Luis Dicionário Geográfico de Portugal Lisboa: Vol. 1.

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 Título Editor Ano

PAGÉS,Elías;FERNÁNDEZ,CARROCERAREQUEJOOtilia Producciones cerámicas tardías en castros y villas asturianas IN Boletín de Arqueología Medieval, 3. Asociación Española de Arqueología Medieval. 1989 1989 CASAS I GENOVER, Josep et. al. Ceràmiques Comunes i de Producció Local D'Època Romana Girona: Centre Arqueològiques.D'Investigaciones Sèrie Monogràfica, 12. 1990 COSME, Susana Rodrigues Entre o Côa e o Águeda. Povoamento nas épocas romana e alto-medieval. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Dissertação de Mestrado em Arqueologia. Texto 2002

ALARCÃO, Adília Moutinho A «Terra Sigillata» itálica em Portugal Separata das Actas do II Congresso nacional de Arqueologia. Coimbra. 1971 1971 ALARCÃO, Jorge de Cerâmica Comum, local e regional de Conímbriga Suplemento da Biblos, 8. Coimbra. 1974 1974 AMARAL, Paulo O povoamento romano no vale superior do Tâmega – Permanências e mutações na humanização de uma paisagem. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Dissertação de Mestrado em Arqueologia. Texto Policopiado. 1993. 1993 PaulaAMENDOEIRA, Inventário do ArquitectónicoPatrimónio Lisboa: Base de Dados da DGEMN. 1999. 1999

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 59 Policopiado. 2002. DAVID, Pierre Études Historiques sur la Galice et Portugal, du Vie au XIIe siècle. Paris-Lisboa: Institut Français au Portugal; Instituto de Estudos Históricos Dr. António de Vasconcelos da Faculdade de Letras de Coimbra, p.236-237. 1947 1947 ESPANCA, Túlio Inventário Artístico de Portugal – Distrito de Évora Lisboa: Vol. 1, p. 125. 1978 1978 GOMEZ,GARABITOTomas

IN Boletín de Arqueología Medieval, 3. Asociación Española de Arqueología Medieval. 1989 1989 HortensiaIZQUIERDO,LARRÉN Fondos Cerámicos Marcados Procedentes de Zamora

IN Boletín de Arqueología Medieval, n.º 5. Asociación Española de Arqueolgía Medieval. 1991 1991 El conjunto ceramico de la Calle Obispo Acuña de Zamora IN Boletin del Seminário de Estudios de Arte y Arqueologia. Separata del Tomo LXI. 1995 1995 LIMA, Paulo Património de Portel Portel: Câmara Municipal de Portel, vol. 1. 1992. 1992 MARTINS, Carla Maria Bráz; COSME, Susana O Contributo do espólio cerâmico na interpretação da estação Guarda: Actas de Beira Interior – História e Património. 2000 2000

Barcelona: Editorial Crítica. 1991 1991 HAYES, J. W. Late Roman Pottery London: The British School at Rome. 1980 1980 HAYES, John W. Handbook of Mediterranean Roman Pottery London: British Museum Press. 1997 1997

AraceliTURINAHortensia;IZQUIERDO,LARRÉNGÓMEZ,

Los Alfares Romanos Riojanos, produccion y comercializacion Madrid: Bibliotheca Praehistorica Hispana, Vol. XVI. 1978. 1979 CarmenRODRIGUEZ,GARCÍA El culto de los santos en la España Romana y Visigoda Madrid: CSIC. 1966 1966 HARRIS, Edward C. Principios de Arqueológicaestratigrafía

HortensiaIZQUIERDO,LARRÉN Materiales Cerámicos de la Cabeza: Navasangil (Ávila)

La Ceramica Visigoda en el Interior Peninsular. Antecedentes y Perduraciones. Trabalho policopiado de Doctorado 1992

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 60 Rodrigues arqueológica de Aldeia Nova/Olival dos Telhões (Almendra) FrançoiseMAYET, Les Céramiques a parois fines dans la Péninsule Ibérique Paris: Diffusion E. DE BOCCARD. 1975 1975 FrançoiseMAYET, Les céramiques sigillées hispaniques Paris: 1984. 1984 JeannetteNOLEN, U. Smit et. al Cerâmicas e Vidros de Torre de Ares - Balsa Lisboa: Secretaria de Estado da Cultura e Instituto Português de Museus. 1994. 1994 NOZAL CALVO, Miguel; FernandoGUTIÉRREZ,PUERTAS

La terra sigillata paleocristiana gris en la villa romana de La Olmeda Universidad de Valladolid. Studia Archaeologica, 83. 1995 1995 PEREIRA, Cláudia Sofia Garcia A Terra Sigillata da Nedrópole Romana da Praça da Figueira Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 2001 PINTO, Inês vaz A Cerâmica Comum das Villae Romanas de São Cucufate (Beja) Lisboa: Universidade Lusíada Editora. Colecção Teses. 2003. 2003 RIGOIR, J.; MEFFRE, J.-F. Gallia - Fuilles et ArchéologiquesMonuments en France Metropolitaine Paris: Ed. C. N. R. S.. Tome 31-1973-Fascicule 1 1973 SANTROT, MarieHélène et Jacques Céramiques d'AquitaineGallo-RomainesCommunes Paris: Editions de C. N. R. S.. 1979 1979 RicardoTEIXEIRA, De “Aqua Flaviae” a Chaves. Povoamento e organização do território entre a Antiguidade e a Idade Média. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Dissertação de Mestrado em Arqueologia. Texto Policopiado. 1996. 1996 VEGAS, Mercedes Cerámica común romana del Mediterráneo Occidental Instituto de Arqueolgía y Prehistoria. Publicaciones Eventuales, n.º 22. 1973 1973

OlatzZUBIZARRETA,VILLANUEVA

Relatório Final da Intervenção Arqueológica em São Faraústo 2 2005 61 12 – Anexos 12.1 - Localização de São Faraústo 2 12.2 – Área condicionada – património cultural de São Faraústo 12.3 – Planta Geral – Implantação das sondagens arqueológicas 12.4 – Planta geral – Implantação das sondagens com planos finais (só em suporte informático) 12.5 – Planta Geral – Recolha de materiais arqueológicos de superfície 12.6 – Planta Geral – Dispersão dos materiais por tipologias. 12.7 – Plano Final da Sondagem 1 12.8 – Plano Final da Sondagem 2 12.9 – Plano Final da Sondagem 3 12.10 – Plano Final da U.E.-302 da Sondagem 4 12.11 – Plano Final da Sondagem 4 12.12 – Plano Final da Sondagem 5 12.13 – Plano Final da Sondagem 6 12.14 – Plano Final da Sondagem 7 12.15 – Plano Final da Sondagem 8 12.16 – Alçado da U.E.-615 da Sondagem 7 12.17 – Corte sul da Sondagem 3 12.18 – Corte Este da Sondagem 3 12.19 – Corte Oeste da Sondagem 4 12.20 – Corte Este da Sondagem 6 12.21 – Corte Sul da Sondagem 7 12.22 – Corte Este da Sondagem 7

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.