EDP ON 19 - Kakuma

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Energia sem limites · Outubro | Novembro * 2010 Nº19

DOW JONES SUSTAINABILITY Já somos a empresa líder no Índice de Sustentabilidade

Kakuma

PROJECTO EDP NUM DOS MAIORES CAMPOS DE REFUGIADOS DO MUNDO

ENTREVISTA ANTÓNIO GUTERRES “Estou muito satisfeito com o esforço da EDP”

SPOTLIGHT Saiba tudo sobre a reestruturação da EDP Soluções Comerciais



editorial

on

Mais do que energia, é vida qui, uma lâmpada é apenas uma lâmpada; em Kakuma, uma lâmpada pode significar a diferença de uma vida. Para uma pessoa que vive em condições de pobreza extrema e que sofre por ter sido deslocalizada da sua terra, o simples facto de ter luz melhora a sua vida do ponto de vista da segurança, da saúde, da educação. E dá motivos de esperança às novas gerações para que o futuro não seja uma fatalidade sem retorno. Foi esta a missão que, durante mais de um ano, a EDP levou a um dos maior campos de refugiados do planeta. Através de uma experiência piloto revolucionária, nunca antes testada no terreno, mudámos o mundo de milhares de pessoas. Não nos limitámos a montar as estruturas, a financiar um projecto, a levar a caridade ao campo. Envolvemos as populações, transmitimos o conhecimento, demos as ferramentas, acompanhámos a sua evolução. Pusemos um ponto final a uma vida na escuridão. Os alunos podem estudar à noite, as mulheres podem circular no campo correndo menos riscos de serem violadas, as plantações podem ser constantemente irrigadas, os alimentos já podem ser cozinhados em fornos a energia solar. Tudo com energia limpa, renovável, sustentável, utilizando as tecnologias mais inovadoras a nível mundial. É impossível não ficar orgulhoso com os resultados: há dois anos a EDP conseguiu entrar no exigente Índice Dow Jones Sustainability; este ano, subiu mais um degrau, e alcançou o primeiro lugar. Podemos ir mais longe? Claro que sim. O triple bottom line – economia, ambiente e social - é fundamental porque cria uma empresa mais ágil para a mudança. E num mercado competitivo como é o das utilities, temos de continuar sempre um passo à frente. No bom caminho. Já um grande sucesso é a nova campanha da EDP. O objectivo foi tornar a marca mais humana e próxima das pessoas, simultaneamente porta-voz do optimismo e da responsabilidade ambiental, da alegria de viver e da inovação social, da ética e da transparência. O timing não podia ser mais indicado. O projecto em Kakuma e o primeiro lugar no Índice Dow Jones Sustainability são apenas alguns exemplos desta simples ideia: mais do que energia, a EDP é vida!

A

Paulo Campos Costa Director de Marca e Comunicação

Através de uma experiência piloto revolucionária, nunca antes testada no terreno, mudámos o mundo de milhares de pessoas on 3


índice Outubro | Novembro Energia sem limites · Outubro | Novembro * 2010 Nº19

DOW JONES SUSTAINABILITY Já somos a empresa líder no Índice de Sustentabilidade

PROJECTO EDP NUM DOS MAIORES CAMPOS DE REFUGIADOS DO MUNDO

ENTREVISTA ANTÓNIO GUTERRES “Estou muito satisfeito com o esforço da EDP”

SPOTLIGHT Saiba tudo sobre a reestruturação da EDP Soluções Comerciais

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A EDP realizou uma visita ao campo de refugiados de Kakuma, entre 7 e 8 de Setembro, com a intenção de apresentar os resultados do seu projecto ao longo do último ano. Conheça todos os pormenores nesta edição

Os refugiados do campo de Kakuma receberam em festa os responsáveis da EDP. Um projecto social que tem sido um exemplo para o mundo

On é uma edição bimestral Proprietário EDP – Energias de Portugal, SA Praça Marquês de Pombal, 12, 1250-162 Lisboa Tel: 210 012 680 Fax: 210 012 910 gmc@edp.pt Director Paulo Campos Costa

4 on

Editora Península Press SL Rua dos Correeiros 120, 4º esq , 1100-168 Lisboa Administrador executivo Stella Klauhs info@peninsula-press.com Redacção Eduardo Marino (editor), Joana Peres (redactora), Arte Marta Conceição, André Noivo e Nuno Teixeira Fotografia Hugo Gamboa, José Reis, Miguel Baltazar, Antony Njunguna e Adelino Oliveira, iStockphoto, SXC Revisão Ana Godinho Coordenação EDP Margarida Glória Distribuição gratuita Portugal – 23.000 exemplares; Espanha – 2.000 exemplares; Brasil – 2.500 exemplares; América – 500 exemplares Heska Indústrias Tipográficas Campo Raso, 2710-139 Sintra – Portugal. Telf. +351 21 929 89 58 (Geral); Fax. +351 923 89 51 Isenta de registo na E.R.C., ao abrigo do decreto regulamentar 8/6, artigo 12º nº1-a


í n d i ce

LÍDER MUNDIAL no

Dow Jones Sustainability

52 A EDP atingiu a liderança mundial nos índices Dow Jones de Sustentabilidade, no sector das Utilities. Um feito inédito, que acontece pela primeira vez com uma empresa portuguesa

6 fórum Perguntámos aos colaboradores EDP, quais os principais meios de locomoção para chegarem ao local de trabalho

7 bolsa 8/15 cultura edp Projecto Lince, Identidade Única e o Programa Sou+EDP são alguns dos temas em destaque

16/18 mercado 20/22 causas

54

Dentistas do Bem é um projecto social adoptado em Portugal, depois de fazer sucesso no Brasil

Ensaio Fotográfico: Festivais de Verão

24/25 inovação 26/33 em foco

Quem é quem? António 36 das Guterres, alto comissário Nações Unidas para

Tudo sobre o projecto de Kakuma, que vai levar ao campo de refugiados formas de energia sustentável com o patrocínio da EDP

os refugiados

40/41 em debate A que desafios da EDP pode a tecnologia dar resposta, é o tema em discussão

42/45 a nossa energia As notícias que ligam os centros produtores às comunidades envolventes

64 em destaque Vanda Martins, directora da EDP Sucursal de España/Projecto Sharedp

Entrevista a Manuela 46 Silva e João Matos Fernandes, do Conselho de Administração da EDP Soluções Comerciais on 5


fórum* PA R T I L H A R C O N H E C I M E N TO · A O n p e rg u n ta

MOBILIDADE DOS COLABORADORES Todos os dias utilizamos transportes para chegar, a horas, ao trabalho e aos nossos compromissos. Mas nem todos usamos os mesmos meios de deslocação. O sector dos transportes é o que mais contribui para as emissões de Gases com Efeito de Estufa GEE (em especial o CO2). E cabe a cada um de nós adoptarmos pequenas mudanças de comportamento para revertermos esta situação. Por isso, gostaríamos de saber quais os meios de transporte mais utilizados pelos colaboradores da EDP. PERGUNTÁMOS AOS COLABORADORES – BRASIL, ESPANHA E PORTUGAL – PELA INTRANET E RECEBEMOS 1.269 RESPOSTAS 44,0%

• Veículo automóvel: 559 (44%) • Transportes Públicos: 466 (37%) • A pé: 166 (13%) • Outro: 51 (4%) • Bicicleta: 12 (0,9%) • Veículo Eléctrico: 7 (0,5%) • Veículo Híbrido: 5 (0,4%) • Boleias EDP*: 3 (0,2%)

37,0%

13,0% 4,0%

0,9% 0,5%

0,4%

0,2%

(*) Boleias edp – esta ferramenta, disponível na intranet, em Portugal, foi criada com o objectivo de promover uma gestão mais eficiente da mobilidade. O Boleias EDP é um site de partilha de viagens e percursos, para uso exclusivo de colaboradores. Para saber mais http://boleias.edp.pt/

COMENTÁRIOS “Venho para o trabalho de bike desde 03/05/2010 e como coloquei velocímetro na minha bicicleta posso informar que já pedalei mais de 1.800 Km. Sou embaixadora do Econnosco e sempre busco um meio de dar o exemplo para os colegas.” BRASIL “A ferramenta Boleias edp não está a ser devidamente utilizada. É uma óptima ideia, que todos nós colaboradores da EDP deveríamos agarrar, mas até agora todas as vezes que peço uma boleia, não consigo. Lá tenho que ir de comboio para Lisboa, Coimbra... É pena não sermos solidários e tentarmos construir um mundo cada vez melhor e sustentável.” PORTUGAL “Es importante tener el centro de trabajo ubicado en zonas con muy buenos accesos de transporte para realizar estas buenas prácticas. En Naturgas la oficina está en el 6 on

centro de Bilbao con lo cual es muy fácil el acceso a pie o en transporte público.” ESPANHA “Infelizmente, ainda utilizamos muito veículos movidos a gasolina/diesel, mas a necessidade (se não mudarmos, afundamos) nos faz pensar e investir em combustíveis limpos (hidrogêncio e eletricidade).” BRASIL “Se todos prescindirmos de 10% das comodidades diárias, de certeza que teremos um MUNDO melhor, quer para a geração actual, quer para as seguintes.” PORTUGAL “Sugestão: Protocolo com a rede de transportes públicos (CP, Metro e Carris) mais utilizados, no sentido de obter melhores tarifas com vista a tornar-se mais económico e prático a sua utilização.” PORTUGAL “Na maioria das vezes vou trabalhar

de bicicleta para me manter em forma e também para contribuir com a natureza. Um carro na garagem é menos co2 sendo lançado no ar seja conciente.” BRASIL “O Boleias edp parece-me ser uma ferramenta de extrema utilidade e com enormes vantagens. Além de promover a socialização dos colaboradores EDP, é um motor de arranque na mudança de mentalidades - é mais económico e beneficia o meio ambiente.” PORTUGAL “Embora tenha a sorte de morar a cerca de 30 minutos a pé do meu local de trabalho, vou de carro. Devia ter vergonha e juízo, a bem da minha saúde e não só...” PORTUGAL “Usar os transportes públicos é cómodo, é barato, permite-nos uns instantes de leitura e... como vocês

muito bem informam ‘cuidamos do ambiente’." PORTUGAL “Optei por alugar casa nas proximidades do meu local habitual de trabalho, precisamente para ter a possibilidadae de me deslocar a pé.” PORTUGAL "Devido à localização da EDP em Lisboa ser no centro da cidade, todos os colaboradores deveriam adoptar uma postura proactiva pelo ambiente. Vir de transportes públicos é a melhor opção, sem dúvida, até porque sou utilizadora dos mesmos e testemunho o seu bom funcionamente das linhas que passam no Marquês de Pombal. É também uma boa forma de nos exercitarmos e para quebrar a rotina diária de estar ’sentado’. Deixo uma mensagem de incentivo: Faça isto por si, o ambiente merece e agradece!!" PORTUGAL


o s co rd õ e s d a b o l s a

EDP PORTUGAL 1 Julho 2010 a 20 Setembro 2010 2,6 2,5 2,4

2,4

2,3

Valor em Euros

EDP BRASIL 1 Julho 2010 a 20 de Setembro

37,0 35,0

As recomendações dos analistas financeiros

36,0 34,0

ANALISTA

Valor em Reais

EDP RENOVÁVEIS 1 Julho 2010 a 20 Setembro 2010

4,0 5,0

3,0

PREÇO-ALVO

RECOMENDAÇÃO

DATA

HSBC

3,00

Overweight

27-09-2010

Citigroup

2,70

Hold

22-09-2010

BoA – Merrill Lynch

2,90

Buy

02-09-2010

BES

3,60

Buy

17-09-2010

Goldman Sachs

3,50

Buy

8-09-2010

UBS

3,55

Buy

8-09-2010

Nomura

2,90

Reduce

06-09-2010

BNP Paribas

3,00

Outperform

02-09-2010

N+1

2,70

Neutral

01-09-2010

BBVA

3,40

Outperform

01-09-2010

Morgan Stanley

3,20

Equalweight

12-08-2010

Deutsche Bank

2,90

Hold

30-07-2010

Millennium BCP

3,05

Buy

20-07-2010

Valor em Euros on 7


cultura edp Os métodos mais eficientes e os valores que servem de exemplo

Projecto Lince: uma nova cultura

O

Projecto Lince insere-se no Sharedp (um dos cinco projectos do EDP Way) e tem por objectivo implementar processos uniformes e integrados em todo o Grupo, baseados nas melhores práticas de mercado apoiado nos standards SAP (software de gestão de negócios), sobre uma arquitectura de sistemas SAP multigeografias robusta e alinhada com a estratégia de serviços partilhados do Grupo EDP. O Projecto Lince representa um passo fundamental na evolução da EDP, de Grupo internacional de empresas para um verdadeiro Grupo multinacional, forte e competitivo. Desta forma, os processos de suporte ao negócio irão estar alinhados com as melhores práticas e serão idênticos nas diversas empresas e geografias,

permitindo elevados níveis de produtividade e eficácia, características indispensáveis para uma presença relevante no competitivo mercado global. Esta transformação é, também, muito positiva para os colaboradores da EDP, que verão as suas competências reforçadas. Além disso, a uniformização de processos aumenta as possibilidades de mobilidade entre diferentes empresas e geografias do Grupo, abrindo aos colaboradores da EDP um vasto leque de novas experiências pessoais e profissionais. O âmbito do Projecto Lince abrange os processos das áreas Plano & Orçamento, Económico-Financeira e Recursos Humanos, que foram definidos, nos meses de Junho e Julho, por cerca de 200 colaboradores

EDP de 16 unidades de negócio e três países (Portugal, Espanha e EUA). Este trabalho foi uma demonstração da grande capacidade do Grupo. As melhores práticas do mercado e de cada uma das empresas foram utilizadas pelos participantes, com o apoio de consultores especializados, para definir os processos que vão agora ser implementados, de forma uniforme, em todas as empresas do Grupo, até 2012. Estamos perante uma grande transformação da cultura do Grupo EDP, que o colocará ao nível das grandes multinacionais, e proporcionará aos seus colaboradores todas as vantagens de mobilidade e valorização pessoal e profissional que só uma empresa global pode proporcionar.

Benefícios do Lince PARA A EDP: • Processos e sistemas alinhados com as melhores práticas mundiais; • Aumento de competitividade da EDP num mercado global cada vez mais exigente; • Cultura forte e multinacional. 8 on

PARA OS COLABORADORES: • Trabalho com processos e sistemas alinhados com as melhores práticas ao nível mundial; • Maior possibilidade de mobilidade entre as diferentes empresas e diferentes geografias do Grupo EDP; • Desenvolvimento de competências pessoais e profissionais.


c u l t u ra e d p

António Mexia em destaque Os leitores do Economico.pt foram convidados a escolher os CEO das empresas do PSI 20 que mais se destacaram no ano 2009. As votações decorreram entre os dias 15 de Dezembro e 15 de Janeiro, tendo sido o mais votado António Mexia. O CEO da EDP conseguiu mais de 18 mil votos e o pódio em todas as categorias em votação: liderança; visão/estratégia; responsabilidade social; comunicação; energia/dinâmica e resultados.

A entrega do prémio realizou-se num encontro/debate, que decorreu no final de Julho, onde os 50 melhores alunos dos cursos de Economia e Gestão de universidades portuguesas marcaram presença. A iniciativa do Diário Económico e da Heidrick & Struggles teve como objectivo revelar a forma como o CEO da EDP desenvolveu a carreira, os segredos do seu sucesso e aquilo que considera mais importante para a atribuição desta distinção.

DSI Promove Gestão Integrada de Acessos O Projecto Identidade Única é uma das peças que compõe o Plano Estratégico de Segurança de Informação do Grupo EDP e tem como objectivo disponibilizar uma plataforma que automatize e simplifique a atribuição, alteração e eliminação dos acessos dos colaboradores às diferentes aplicações informáticas do Grupo EDP. PROCESSO ACTUAL 1

PROCESSO FUTURO 5

Pedido de acesso

1

Tarefa de Execução do Pedido

8 Executa pedido

Pedido de acesso

2

Técnico Recurso 2

Regista Pedidos

Notifica

4

Recursos

Responsável de pedidos de acesso

3

Notifica

4

Aprova Pedido 5 Pedido de Acesso

Consulta 7 registos de acesso

ITG 3

Recursos Fisicos

IAM

Service Desk Utilizador Final

Provisioning do acesso (automático)

Regista Pedido

Aprova pedido

Service Desk Recurso não Fisicos

Donos de Recurso / Donos de Processo de Suporte BD Gestão Acessos

6 Regista Donos de Recurso / Donos de Processo de Suporte acesso

Actualmente, o processo de gestão de acessos é composto por muitas interações, a maioria delas manuais e orientadas a funções de sistema sem relacionamento com funções organizacionais tipificadas pelo que é difícil adequar a evolução do colaborador na organização com a informação e sistemas a que tem acesso, acumulando-se ‘’lixo histórico’’ que contribui para situações de não conformidade nomeadamente face aos requisitos do Sistema de Controlo Interno para Reporte Financeiro - SCIRF. Com o Projecto Identidade Única a gestão de acessos ficará integrada numa plataforma de Gestão de Identidades (IAM) que interagirá com os diversos sistemas, traduzindo funções organizacionais em funções técnicas próprias para cada sistema.

Passa-se assim de uma visão por sistema para uma visão orientada ao indivíduo baseada em funções organizacionais. Uma Função Organizacional consiste no agrupamento lógico de Funções de Sistema ou de outras Funções Organizacionais. Tem como objectivo representar uma função desempenhada por um grupo de pessoas na organização com as mesmas responsabilidades, ou pessoas associadas a uma localização geográfica ou outro elemento organizacional. Além da tipificação por funções organizacionais, a plataforma estará integrada com o sistema de recursos humanos (SAP HR) que servirá de trigger para despoletar avisos e / ou criação e eliminação de acessos de forma

automática em situações predefinidas nomeadamente quando um colaborador novo chega ao Grupo, quando muda de empresa/geografia e quando o colaborador sai do Grupo. Este projecto, dada a sua abrangência e complexidade, desenvolve-se em várias fases ao longo do tempo prevendo-se que as entradas em produção se concretizem em três vagas: final de Outubro de 2010, Final de Dezembro de 2010 e final de Março de 2011.

“Maior rapidez no acesso aos sistemas de informação, redução da complexidade e maior controlo na concessão de acessos a informação crítica é o que se pretende com o Projecto Identidade Única” Vergílio Rocha, Director Corporativo da DSI on 9


cultura edp

Ligue-se à rede sem fios Muitos pontos, uma só rede que os une. Se o seu computador portátil já se encontra no "domínio EDP" e reconhece a rede wirelessON, então pode ligar-se à rede interna, nos edifícios EDP, sem precisar de fios. Global, ágil e segura, esta forma de acesso, agora disponível em Portugal (e no futuro, acessível em todas as geografias), não necessita de qualquer configuração ou instalação de software. Se o seu portátil a reconhecer, a wirelessON ficará automaticamente ligada.

A rede sem fios EDP (wirelessON) foi desenhada para locais onde existe a necessidade de ligação à rede interna EDP sem recorrer aos pontos físicos de ligação que apresentam melhor qualidade e performance de acessos, mas que limitam a mobilidade e estão reduzidos às condições físicas disponibilizadas. Por ser uma rede de uso limitado, mas que potencia a mobilidade, os locais candidatos a este serviço são as salas de reuniões e auditórios.

Novo sistema optimiza actividade comercial A Direcção de Sistemas de Informação iniciou o upgrade do sistema para mercado regulado, fundamental no suporte à actividade comercial da EDP dinâmica dos mercados faz com que os fabricantes de SW (software) te-nham como principal preocupação a resposta, por parte das suas aplicações, aos novos requisitos dos seus clientes. A SAP não é excepção. Em resultado da evolução de versões do SAP ISU (Sistema Comercial), a DSI iniciou o upgrade do sistema SEP (Sistema para Mercado Regulado), em Fevereiro deste ano, para a última versão disponibilizada pela SAP. Esta actualização de versão teve como objectivo preparar o caminho para a evolução do sistema, para garantir um suporte cada vez mais adequado e abrangente às equipas do negócio. Tendo sido um upgrade técnico, garantiu que a EDP disponha de um sistema com um potencial elevado de evolução em termos de suporte a novos processos de negócio, ao mesmo tempo que segue as melhores práticas existentes nos mercados de TI (Tecnologias de Informação). Sendo este sistema fundamental no suporte à actividade comercial da EDP no mercado regulado da electricidade, esteve envolvida uma equipa muito abrangente de recursos internos e externos para garantir o sucesso deste projecto. A implementação ficou a cargo da Logica, parceiro de há longa data na área de sistemas de informação,

A

10 o n

A EDP já pode contar com um sistema com potencial elevado de evolução em termos de suporte a novos processos de negócio

com equipas das áreas de Projectos, Manutenção Aplicacional, Centro de Processamento de Dados, entre outras. Este projecto teve um trabalho piloto na área de Certificação de Testes de Aceitação,

no qual a Novabase foi parceiro. Garantiu-se uma maior fluidez e simplificação do processo de teste, tendo sido criado um repositório de cenários reutilizável para processos idênticos. A DSI garantiu a Gestão do Projecto e um suporte fundamental à equipa do negócio através dos Analistas Funcionais no que respeita a validações e testes do sistema. Por fim, foi essencial para toda a validação da aplicação, na sua nova versão, uma equipa extensa de Donos de Processo e Utilizadores Chave tanto das Soluções Comerciais, como das várias áreas de negócio com as quais as Soluções Comerciais interagem.


cultura edp

Auto-certificação do SCIRF em Portugal A Auto-Certificação dos processos e controlos do SCIRF – Sistema de Controlo Interno do Relato Financeiro, lançado pela primeira vez na geografia de Portugal, no primeiro semestre de 2010, constituiu um marco fundamental na consolidação e auto-confiança das Unidades de Negócio, na qualidade da informação financeira colocada à disposição

dos stakeholders. O número significativo de certificados recepcionados na DAI Corporativa evidenciam bem a dimensão que o SCIRF tem em Portugal. É intenção da EDP, num futuro próximo, estender e aplicar este procedimento nas restantes empresas que estão abrangidas pelo SCIRF, nomeadamente EDP Renováveis, Naturgas e Brasil.

Mais Lean nas Soluções Comerciais Integrado no projecto Lean II do Program Office EDP Way, foram lançadas três novas equipas Lean Soluções Comerciais – organização do trabalho, refacturação e correspondência não entregue, o que representa mais um contributo para a criação de valor para o cliente. A maturidade, profundidade das análises e conhecimentos sobre a metodologia pelos colaboradores faz

com que a metodologia Lean se vá integrando no quotidiano da organização, com adesão natural, consequência dos resultados obtidos na solução dos problemas do quotidiano de forma participativa e estruturada. Como manifestação da maior maturidade do projecto, refira-se a criação de duas equipas de iniciativa departamental (Incidências de Leitura

e Leituras Forçadas); a forma inovadora como os líderes das equipas desenvolveram e definiram os alvos do trabalho; e a temática de abordagem dos problemas do quotidiano das pessoas – Organização do Trabalho. Com este importante passo, a EDP Soluções Comerciais aproxima-se cada vez mais do lema: "O Lean faz parte do nosso ADN". o n 11


c u l t u ra e d p e d p w a y

Atendendo à importância de consolidar os negócios, criar valor e aumentar a execução no novo ciclo previsto pelo Plano Estratégico 2009-2012, a EDP lançou o Programa EDP Way, no qual se inclui o Sou+EDP. Saiba mais sobre este projecto, integrado no novo modelo de gestão de Recursos Humanos, que é composto por vinte grandes temas

“Conquistas do Sou+EDP” revelam dinâmica dos colaboradores “As nossas Pessoas são a nossa maior fonte de energia!”. Esta é uma máxima do Grupo e um dos princípios que norteia o Sou+EDP - um dos cinco vértices do Programa EDP Way - com o qual se pretende potenciar a actuação dos colaboradores como fonte de vantagem competitiva para a empresa. O Projecto Sou+EDP agrega quatro conceitos estratégicos para o Grupo EDP, nomeadamente a Sustentabilidade Social, a Mobilidade, a Atractividade e a Comunicação/Mobilização, e assenta num conjunto de acções que visam o 12 o n

aumento da mobilização dos colaboradores e do desenvolvimento de condições que permitam a sua mobilidade interna, entre diferentes negócios e geografias. O envolvimento dos recursos humanos nos vários projectos da empresa é uma estratégia e a comunicação aparece assim como um dos seus grandes eixos. É preciso dinamizar, integrar, trocar ideias e fazer comuns as metas e a missão do Grupo. Importa dar a conhecer o que de melhor se faz na EDP para que cada acção seja sentida como pertença e uma conquista de todos.

INVESTIR NO ESFORÇO DE EXECUÇÃO “As conquistas do Sou+EDP reflectem o esforço de execução em que temos investido, nas diferentes áreas em que os centros de competências da DRH, em colaboração com todas as equipas de Recursos Humanos do Grupo EDP, trabalham diariamente e são sintomáticos do caminho que se quer percorrer”. Maria João Martins Responsável do Projecto Sou+EDP


e d p w a y c u l t u ra e d p

Comunicação e a Mobilização

v

v

Relatório Social Uma evidência para Dow Jones… EDPessoa Alavancar os Processos RH, uniformizando e mantendo a diversidade

v

sou+edp Learning Maps

A comunicação e a mobilização dos colaboradores do Grupo EDP é um dos grandes objectivos estratégicos do ciclo 2009-12. Pretende-se que os colaboradores apropriem as mensagens da empresa e, é precisamente, com esse objectivo que foi preparado um calendário de acções comunicacionais de RH, para RH. Destaque para a acção de learning-map ‘sou+edp’, que pretende desenvolver uma nova vaga de mobilização, promovendo o alinhamento de todos os colaboradores em torno dos pilares estratégicos e facilitar a apropriação da cultura e valores essenciais ao sucesso do novo ciclo. Esta iniciativa abrangeu os colaboradores de todas as empresas de Portugal, Espanha e EUA, tendo-se realizado mais de 1.500 sessões de learning-map, apoiadas por cerca de 250 energizadores.

v Gestão do Clima Auscultar para melhorar!

v Valorizar a Experiência Precisamos do seu conhecimento

v

EDP TEAM As nossas Pessoas são a nossa maior fonte de energia! o n 13


c u l t u ra e d p e d p w a y

Mobilidade De forma a promover a partilha de conhecimento e experiência no Grupo, a EDP assume como uma das suas principais prioridades a dinamização e incentivo à mobilidade funcional e geográfica no Grupo. Está-se, nesta fase, a analisar as várias possibilidades de programa que, podendo promover várias tipologias e formatos de mobilidade, visa, sobretudo, dinamizar a troca de conhecimentos e riquezas culturais, criar sinergias e posicionar a EDP como uma empresa multinacional.

v On Top Conquistar potencial para reforçar a Equipa EDP e garantir o futuro!

v

SMS Saiba Mais Sobre…

v Rotas com Energia Mostramos quem Somos e o que Fazemos

v

Centro Novas Oportunidades Certificar para motivar e crescer

v Tomada de Decisão 14 o n


cultura edp

Atractividade

v Mobilidade Interna e Internacional Energia para novas competências

O Grupo EDP, no âmbito da sua política de recrutamento e selecção, considera essencial posicionar a sua imagem no mercado como employer of first choice. Neste sentido, foi desenvolvido o programa "ON TOP - EDP recruitment program", uma iniciativa que visa atrair e captar jovens com potencial de crescimento para o Grupo, nos estabelecimentos de ensino que constituem as nossas principais fontes de recrutamento, aproximando desta forma a EDP do mundo escolar/académico. A aposta na atracção e captação de jovens com potencial constitui um factor essencial para o desenvolvimento futuro do Grupo EDP.

v Modelo de Governance DRH Proximidade Simplificação Sinergia Diálogo

v Guia do Líder EDP Orientar para liderar!

v

Gestão da Sucessão… Preparando os Futuros Líderes

v Plano de Formação e Regulamento de Formação Avançada Desenvolver rumo à competitividade o n 15


mercado Negócios da EDP

“Melhor semestre de sempre” Estas foram as palavras de António Mexia na apresentação de resultados do 1.º semestre do Grupo, no passado dia 29 de Julho. Um crescimento no lucro de 19% suportado pelas actividades de internacionalização

O

EBITDA consolidado do Grupo EDP cresceu 14% (+€220M) para 1.831 milhões de euros no primeiro semestre deste ano. Um valor impulsionado pelas operações da EDP no Brasil (+€105M), pela actividade da EDP Renováveis (+€72M) e pelas redes reguladas (+€55M). Segundo António Mexia, “ o forte crescimento dos resultados devese à melhoria, mais uma vez, do ratio de eficiência”. E acrescenta: “Se virmos o OPEX sobre a margem bruta, atingimos um valor que desceu, dos 28 por cento no ano passado, para 27 por cento, o que constitui o melhor índice ao nível da indústria, em especial no mercado ibérico”. Quanto ao EBITDA o CEO fez uma análise histórica dos últimos cinco anos: “Verificámos um crescimento de 89 por cento em cinco anos nos resultados operacionais da companhia, para o qual contribui uma percentagem de 55 por cento do negócio fora de Portugal”. Relativamente ao nível de liquidez (4,2 mil milhões de euros), considera o valor suficiente para assegurar todos os projectos até ao próximo ano. Tanto o EBITDA como os lucros líquidos ficaram acima das estimativas dos analistas, que estimavam 1.803 milhões de euros de EBITDA e 526 milhões de euros de lucros líquidos.

+ 19% Resultado líquido (lucro) Aumento de

14% nos resultados operacionais

Crescimento de

12% ao ano, do EBITDA desde 2005

EBITDA (cash-flow operacional)

Nível de liquidez nos

Dívida líquida de

4,2 mil milhões de euros

16,1 mil milhões de euros

Evolução do EBITDA no Grupo 1.º SEMESTRE 2009 (VALORES EM MILHÕES DE EUROS)

1.º SEMESTRE 2010 (VALORES EM MILHÕES DE EUROS)

Produção Ibérica

648,6

669,6

Comercialização Ibérica

23,5

1,5

EDP Renováveis

270,8

342,9

Distribuição Ibérica

330,4

353,2

Gás Ibérico

121,9

142,3

Energias do Brasil

235,9

341,2

Grupo EDP

1.610,5

1.830,8

ÁREAS DE NEGÓCIO

16 o n

1.831 milhões de euros


m e rca d o

Diferenciação de Imagem nas Lojas EDP No segundo semestre de 2009, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) formulou à EDP um conjunto de recomendações. A EDP cumpriu e as lojas já têm nova cara. A rede de Lojas acrescenta valor ao Grupo EDP pelas sinergias inerentes à realização, numa mesma plataforma comercial, do atendimento presencial dos clientes das diversas empresas do

Grupo, sejam de electricidade ou de gás, do segmento regulado ou do liberalizado. Para evidenciar de forma ainda mais significativa a própria liberalização do mercado a EDP seguiu as recomendações da ERSE em todas as Lojas do país. Como? Utilizando a marca EDP como base, operou uma diferenciação de imagem que transmite aos clientes,

de forma inequívoca, que ali podem tratar assuntos do âmbito da EDP Distribuição, EDP Serviço Universal, EDP Comercial e EDP Gás. Com o novo layout, a diferenciação de imagem é de imediato perceptível não só nos directórios das lojas mas também nos espaços de organização dos folhetos que apresentam conteúdo e grafismo específicos de cada empresa.

ESPANHA: Energia já se pode comprar no supermercado A Telecor, empresa de serviços de telecomunicações do grupo El Corte Inglés, e a HC Energía iniciaram a comercialização de electricidade, gás e serviços de valor acrescentado. Uma iniciativa que já funciona em 17 centros comerciais entre León, Burgos, Valladolid, La Rioja, Navarra e Valência. “Uma nova fórmula de expansão do negócio, uma experiência piloto, a primeira com estas características em Espanha”, assim descreveu a imprensa espanhola o acordo entre a cadeia de lojas de serviços, telecomunicações e energia do El Corte Inglés (Telecor) e a HC Energía através do qual os clientes podem contratar electricidade, gás e serviços energéticos.

Os clientes têm a possibilidade de realizar todo o tipo de gestão comercial nestas lojas: alteração de dados pessoais, mudança da domiciliação bancária, adesão à factura electrónica, contratação de serviços de abastecimento, alterações de tarifa/potência ou reclamações. Esta é uma forma da HC Energía estabelecer um novo canal de venda, mais acessível e próximo dos clientes. A oferta é dirigida a clientes domésticos e pequenos negócios consistentes na Fórmula Gas + Luz e serviços. Telecor é o novo canal de venda para levar a oferta do Grupo EDP em Espanha a milhões de casas!

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m e rca d o

Serviço de aumento de nível de tensão

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nível de tensão de fornecimento a um cliente nem sempre é o mais apropriado... nesse sentido, o serviço de Aumento do Nível de Tensão disponibilizado pela EDP Serviços permite melhorar não só a qualidade do serviço como reduzir os custos de fornecimento de energia eléctrica. É um serviço particularmente vantajoso para clientes que devido ao crescimento da sua produção tenham aumentado o seu consumo ener-

gético, mantendo a tensão a que eram alimentados inicialmente. Desta forma, os clientes podem instalar o nível de tensão mais adequado aos seus consumos, usufruindo de um tarifário mais competitivo. Assim, as principais vantagens deste serviço são: • Aumento da qualidade de serviço, através do aumento de nível de tensão do fornecimento;

• Redução de custos de energia, decorrente de uma menor utilização da tarifa de acesso às redes de distribuição; • Um único prestador de serviço “chave-namão”. As soluções de aumento de tensão podem ser realizadas quer em novos Pontos de Consumo, quer em qualquer cliente que deseje passar de Baixa Tensão (BT) para Média Tensão (MT) ou de Média Tensão (MT) para Alta Tensão (AT).

Neoplástica: concentração da produção em Portugal A Neoplástica S.A., empresa de produção de filme plástico para o sector alimentar, decidiu concentrar numa nova unidade de produção em Portugal, no concelho de Santo Tirso, as fábricas de Virte (Holanda), de Porriño (Espanha) assim como a de Chamistães, também na zona de Santo Tirso. A EDP Corporate foi consultada para a vertente de venda de energia em mercado livre, e através da EDP Serviços e da sua oferta complementar de serviços energéticos, foram acompanhadas várias áreas do projecto. Para além do serviço energético de Aumento do Nível de Tensão, os trabalhos prestados incluíram ainda a desmontagem, transporte e remontagem de equipamentos industriais, com o auxílio de mais de 30 camiões vindos da Holanda e outros 15 vindos de Espanha. O projecto, cujo investimento rondou os 1,5 milhões de euros, consistiu no fornecimento e montagem de uma subestação de 10MVA com o respectivo painel de comando, e uma linha aérea de 60KV com aproximadamente 6 Kms de extensão, para que a unidade industrial pudesse receber electricidade com uma tensão de 60KV/15KV. Refira-se que o payback do investimento foi de cerca de 3,5 anos, tendo a Neoplástica alcançado, através da implementação deste projecto, uma poupança de cerca de 300 mil euros/ano.

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Pingo Doce quer poupar Com a integração das lojas PLUS, na cadeia Pingo Doce, do Grupo Jerónimo Martins, foi detectada pelo Gestor de Cliente da EDP Corporate a necessidade de aumentar o nível de tensão em 70 lojas. A cadeia PLUS era composta por 77 estabelecimentos dos quais sete tinham postos de transformação (PT) próprios, sendo os restantes 70 abastecidos em baixa tensão (BT). O objectivo foi proceder ao aumento do nível de tensão das instalações abastecidas em BT e aumentar a potência nas restantes. A mudança de tarifário e poupança estimada daí decorrente, foram os principais motivos desta operação, passando, assim, a quase totalidade das lojas recentemente adquiridas, do nível de BT para média tensão (MT) com cerca de 250 kVA, instalando-se para o efeito PT com Posto de Seccionamento (PS) incorporado. As adjudicações tiveram início em 2008, tendo o volume de obra já adjudicada ultrapassado o valor de 3,2 milhões de euros, respeitantes a 52 instalações dos supermercados pertencentes à antiga cadeia PLUS, prevendo-se a conclusão desta fase até ao final de 2010. Com esta solução as novas lojas Pingo Doce passam a conseguir, ao tarifário actual, uma poupança anual entre 20% a 25% (aproximadamente 1,7 milhões de euros/ano), estimando-se que a recuperação do investimento total de cerca de 4 milhões de euros ocorra em cerca de 2,5 anos.



causasedp Capacidade económica e empenho social

Fundação EDP traz Dentista do Bem

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s doenças orais, como a cárie, a gengivite ou os problemas ortodônticos, são uma grande preocupação na área da saúde pública. Dados estatísticos indicam que 90% da população portuguesa apresenta cárie e outras patologias bucais. Aproximadamente, aos 60% dos jovens até 14 anos nunca foram ao dentista. E, com apenas 12 anos de idade, os jovens têm, em média, 50% dos dentes já comprometidos, apresentando problemas dentários graves como sintomas de infecção, dor ou sensibilidade… Ciente deste desafio, a Fundação EDP lançou em Junho, no Museu da Electricidade, o projecto Dentista do Bem, da ONG (Organização Não Governamental) Turma do Bem, idealizado pelo dentista brasileiro Fábio Bibancos. Esta iniciativa (que conta com o patrocínio da EDP Brasil desde 2008), já conta com mais de 7.500 dentis-

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No Dentista do Bem o atendimento é gratuito e cada profissional é responsável pelo seu doente até completar 18 anos tas no Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e México. Em Portugal já são, actualmente, mais de 120. Em 2010, estes Dentistas do Bem atenderão mais de 15.000 crianças em todo o mundo. A selecção será realizada nas escolas e nos projectos do Terceiro Sector (constituído por organizações criadas por iniciativa de cidadãos com o objectivo de prestar serviços ao público, sem fins lucrativos), através de um critério que dá prioridade às crianças com os piores problemas, as mais velhas e as que realmente não podem pa-

gar pelo atendimento. O atendimento é gratuito e cada dentista é responsável pelo seu doente até completar 18 anos. Mais do que um projecto de saúde oral, o Dentista do Bem gera impactos socio-económicos significativos e transforma milhares de vidas. Não só das crianças e suas famílias, mas também dos dentistas voluntários, que são valorizados e reconhecidos por toda a sociedade. E todos podem ajudar: na próxima consulta, fale com seu dentista. Ele também pode melhorar a vida de muitas crianças!

Mais informações: Murilo Casagrande, Turma do Bem Portugal Avenida Brasília - Central Tejo, 1300-598 - Lisboa Tel: + 351 21 002 8125, Tm: + 351 92 620 8751 www.turmadobem.org.br


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Guia de Boas Práticas Ambientais A EDP Gás editou o Guia de Boas Práticas Ambientais, uma ferramenta dirigida a todos os que trabalham na própria empresa, ou em seu nome, que visa assegurar a correcta gestão dos aspectos ambientais associados à actividade da empresa. Estruturado em quatro áreas temáticas - gestão de consumos, resíduos, descargas e emissões, e impacto das actividades nos serviços prestados - este guia apresenta regras, técnicas de gestão e métodos de trabalho destinados a controlar o impacto da empresa sobre o ambiente. O Guia de Boas Práticas Ambientais assume-se, assim, como um instrumento de formação e sensibilização ambiental.

Orquestra Geração em Amarante A Fundação EDP alargou a Amarante o Projecto Orquestra Geração. No dia 26 de Junho, entregou os instrumentos musicais (10 violinos, quatro violas d’arco, quatro violoncelos e dois contrabaixos) aos primeiros 20 jovens músicos da localidade. Os jovens, com idades entre os 10 e 12 anos, são alunos do agrupamento de escolas Amadeo de Souza-Cardoso, que começaram a ensaiar a 15 de Maio, e surpreenderam a plateia com uma pequena exibição. A “Orquestra Geração” é um projecto de inclusão social que junta, no gosto pela música, crianças de extractos sociais desfavorecidos. A ideia é inspirada num modelo nascido na Venezuela há 38 anos

e que já mudou por completo a forma de viver de milhares de crianças: alunos com elevados níveis de insucesso escolar são, deste modo, incentivados a desenvolver valores como a disciplina, a pontualidade, a persistência e o trabalho em grupo, entre outros. Em Portugal, o projecto arrancou em 2007 com acções desenvolvidas no Casal da Boba, na Amadora, e tem vindo a ser alargado a outras localidades. A Fundação EDP, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Ministério da Educação, a Escola de Música do Conservatório Nacional e as Câmaras Municipais das cidades envolvidas têm sido as entidades impulsionadoras e de suporte à implementação do programa.

200 crianças em Bike Tour A edição deste ano do Porto Bike Tour teve uma novidade: uma prova totalmente dedicada aos mais novos, dos 4 aos 11 anos. O EDP Gás Kids Bike Tour realizou-se na marginal de Matosinhos, na véspera do evento principal, e teve a participação de 200 crianças. Numa lógica de inclusão social, a maior parte das crianças (150) eram provenientes de instituições sociais: Obra do Frei Gil, Porto; Cáritas, Braga; pelouro de Acção Social da Câmara Municipal de Viana do Castelo. Estas crianças tiveram a oportunidade de usufruir de um dia diferente, tendo recebido todo o material usado na prova, incluindo a bicicleta. O grupo de participantes foi completado por filhos de colaboradores da EDP Gás.

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Fundación Síndrome de Down de Madrid visita Parque Eólico A EDP Renováveis celebrou, no passado dia 15 de Junho mais um Dia do Vento, este ano marcado pela visita de um grupo de alunos da Fundación Síndrome de Down de Madrid a um dos seus Parque Eólicos. Mais de vinte alunos da Fundação estiveram nos Altos de Voltoya e puderam descobrir o interior de uma das 80 turbinas que constituem este Parque Eólico localizado a cerca de 1.500 metros de altitude, e assim aprender como se transforma o vento na energia que chega

diariamente a nossas casas. Dando continuação a uma relação que se tem vindo a estabeler por meio de outras actividades e acções, desta vez, a EDP Renováveis quis dar a conhecer a estas crianças especiais o modo como funcionam os seus parques eólicos e os benefícios que trazem ao ambiente e para a criação de energia limpa. Para além da componente pedagógica, o objectivo foi sobretudo a integração social e a promoção de um contacto eficaz com o

EDP Gás apoia corrida no Porto A Corrida Festas da Cidade voltou a juntar uma multidão no Porto, em Junho, tendo contado, uma vez mais, com o patrocínio da EDP Gás. Este evento desportivo tem como prova principal a corrida de 15 quilómetros, na qual participam atletas nacionais e internacionais de topo, incluindo ainda uma caminhada de cinco quilómetros dirigida às famílias, e a corrida mini-campeões EDP Gás, dirigida aos mais novos. Na edição deste ano, a EDP Gás marcou presença com o lema ‘Andar é 100% natural’, lançando o paralelismo com o Gás Natural, energia limpa, 100% natural, que distribui e comercializa. Prosseguindo um dos pilares estratégicos 22 o n

da empresa e do Grupo, a responsabilidade social, parte das receitas (0,50¤ por cada inscrição) reverteu a favor de crianças, idosos e deficientes desprotegidos socialmente. A EDP Gás associou-se nesta iniciativa à Ajudaris e à Provedoria Metropolitana dos Cidadãos com Deficiência neste objectivo, que visa assinalar o ‘Ano da Luta contra a Pobreza e Exclusão Social’. A Corrida Festas da Cidade do Porto realiza-se anualmente em honra de São João, padroeiro da cidade, e mobiliza, em cada edição, cerca de dez mil participantes. Esta corrida é patrocinada há 11 anos pelo Grupo EDP, estando associada à marca EDP Gás desde 2008.

exterior e com uma realidade muito actual. O Dia do Vento resulta de uma parceria entre a EWEA (European Union Wind Energy Association) e a espanhola AEE (Associación Empresarial Eólica), e foi instituído no sentido de criar oportunidades para que qualquer cidadão descubra em detalhe a energia renovável proveniente do vento e os seus benefícios, bem como apoiar todas as iniciativas que permitam dar voz ao debate das energias renováveis.



inovação* No âmbito das smartgrids estão em curso diversos projectos europeus co-financiados pela Comissão Europeia. Um deles, o OpenNode, conta com a participação da EDP Inovação

Projecto comunitário OpenNode A EDP participa no projecto comunitário OpenNode (Open Architecture for Secondary Nodes of the Electricity SmartGrid), co-financiado pela Comissão Europeia no âmbito do FP7 (Seventh Framework Programme), e que tem como objectivo estudar e desenvolver nós de rede inteligentes a instalar nos PT (Postos de Transformação) das redes Inteligentes, segundo especificações abertas e normalizáveis no futuro. O projecto envolve um financiamento da ordem dos 2,5 milhões de euros, sendo de 250 mil euros a parcela referente ao trabalho a desenvolver pela EDP Inovação, com a colaboração da EDP Distribuição. Este projecto teve início em Janeiro de 2010 e tem uma duração prevista de 30 meses. 24 o n

O OpenNode associa dois aspectos principais das futuras smartgrids. Por um lado, considera as comunicações com os contadores nos clientes, qualquer que seja o respectivo fabricante: • Consumos de energia e relatórios de qualidade de serviço; • Falhas de serviço; • Operação remota dos contadores inteligentes; • Gestão remota dos contratos (potência, tarifas, etc.) Por outro lado, a infraestrutura de contagem acompanha a automação da rede de distribuição de acordo com o paradigma das smartgrids. O OpenNode tem vindo a ser executado por um consórcio constituído por nove empresas.


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Semana com Inovação A EDP Inovação lançou mais uma iniciativa inédita - a "Semana com Inovação". Com esta acção, que associa a mobilidade e a comunicação interna à partilha de conhecimento, pretende-se reforçar a interacção entre empresas e contribuir para a promoção da inovação no Grupo. Através deste programa, a EDP Inovação convida as áreas de comunicação interna, das outras empresas do Grupo, a passar uma semana nas suas instalações e partilhar do seu dia-a-dia. Desta forma, aquela empresa pretende dar-se a conhecer, partilhar o que

faz e estabelecer pontes para futuras actividades conjuntas. A primeira "Semana com Inovação" ocorreu em Junho, com a participação da EDP Comercial/EDP Serviços. A responsável pela Comunicação Interna, Isabel Botelho, aceitou o desafio e mudou-se para a sede da EDP Inovação, durante uma semana. Ainda em Junho, foi a vez da EDP Valor. Gonçalo Carvalhas, da área de Comunicação Interna, participou num programa similar. Prevê-se que a iniciativa termine em Novembro. Até lá, vários colegas terão a oportunidade de viver uma semana de trabalho diferente.

O EWebReport@ é um sistema de gestão de consumos, disponibilizado pela EDP Serviços, que promove a eficiência energética nas instalações dos clientes da EDP contribuindo de forma muito clara para uma redução significativa de custos. Este serviço proporciona uma interacção permanente entre o cliente e a EDP via portal dedicado, e-mails automáticos de alarmes ou relatórios pré-configurados, assim como por visitas regulares de Gestores de Energia que ajudam na identificação de ineficiências nos equipamentos ou procedimentos. Um concentrador EDP recolhe localmente os consumos totais e parciais de electricidade, água e gás, enviando-os em tempo real via GPRS para uma base de dados acessível em qualquer parte via Web. É então gerado um conjunto de relatórios que fica acessível ao cliente ou é enviado via e-mail mediante certas condições. O EWebReport@ alia, assim, as mais modernas tecnologias de comunicação a um serviço personalizado, dirigido às necessidades específicas dos clientes.

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EWEBREPORT@ IGUAL A EFICIÊNCIA

Encontro Smart Energy A EDP Inovação patrocinou e co-organizou o primeiro evento “Smart Energy Brainstorms”, em parceria com os programas CMU (Carnegie Mellon University) - Portugal e MIT (Massachusetts Institute of Technology) - Portugal. O encontro do passado dia 15 de Junho foi a 1ª edição de sete eventos dedicados aos novos desafios relacionados com “Smart Energy Grids”. A iniciativa decorreu no Centro Científico e Cultural de Macau e foi dedicada ao tema "R&D for the Future of Smart Energy Grids: fostering pilot experiences in Portugal", associando assim o debate aos projectos InovGrid e Mobi-E. A sessão incluiu quatro "brainstorms", subordinados aos seguintes temas: Learning from pilot experiences of smart grids in Portugal; Key

technological challenges with smart grids; Consumer interaction, public policies and interaction with other services and technologies; Research Needs. Ao apresentar a perspectiva do Grupo EDP sobre os principais desafios do sector eléctrico em termos de redes inteligentes, bem como as iniciativas que já estão a decorrer em Portugal, António Vidigal abriu a sessão que foi seguida por um debate sobre cada um dos tópicos em análise. Além disso, também foram apresentados os projectos e perspectivas de cada um dos restantes participantes para esta nova área tecnológica. O encontro foi bastante participado e permitiu a identificação de alguns pontos-chave a aprofundar para um desenvolvimento de sucesso das redes inteligentes em Portugal. o n 25


em foco Kakuma Uma luz de esperança A EDP aliou-se ao ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) para levar energia renovável e soluções ambientais sustentáveis ao campo de refugiados de Kakuma. Um projecto inédito, aplaudido à escala mundial

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com telhado de junco, tendas e moradias de barro. Viver dentro do campo é como estar preso e exilado. Uma vez admitidos, os refugiados não têm liberdade para se movimentar no país. São obrigados a obter passes de movimento do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e do governo queniano. Não podem procurar educação ou de emprego fora das imediações. Dentro desta pequena cidade à beira do deserto, a esperança vai dando lugar à resignação. Os refugiados levam, afinal de contas, vida de reféns. Foi perante este cenário que a EDP se decidiu aliar ao ACNUR para levar energia renovável e soluções ambientais sustentáveis ao campo de refugiados de Kakuma. Um projecto inédito à v

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iver em Kakuma como refugiado é uma experiência árdua. Não são apenas as tempestades de areia, as altas temperaturas, as cobras, aranhas e escorpiões venenosos que devastam o território. Desnutrição, surtos de doenças transmissíveis e malária fazem os maiores estragos. O apoio às populações tem decrescido, por conta de outros conflitos, noutras partes do mundo. Muitos dos refugiados continuam a ter a esperança de deixar Kakuma para recomeçarem as suas vidas na Europa ou nos EUA. Kakuma é a palavra suaíli para "lugar nenhum", fazendo jus ao isolamento da área. O campo existe desde 1992 e serve mais de 70.000 refugiados que fugiram de guerras nos países vizinhos. O acampamento é uma pequena cidade de cabanas

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Guilherme Collares Pereira “A presença do Alto-comissário, Eng.º António Guterres, e do CEO da nossa Empresa, Dr. António Mexia, bem como dos restantes convidados, confirmava o êxito da iniciativa e a conclusão com sucesso da 1ª etapa de transformação de vidas de dezenas de milhares de Refugiados. Acudir à causa dos Refugiados de forma verdadeiramente inovadora e disruptiva, só se consegue numa empresa como a nossa, comandada por pessoas com visão e com coragem para assumir riscos”.

João Maciel “O mais importante é que ‘ensinámos a pescar’ e não oferecemos o ‘peixe’. Todos os projectos foram desenvolvidos com total envolvimento local. Temos hoje, por exemplo, ‘engenheiros solares’ que asseguram a instalação, gestão e manutenção dos sistemas de energia fotovoltaica. E assim diminui a exclusão social – um dos principais problemas destas pessoas, e garantimos a sustentabilidade de toda a abordagem e soluções desenvolvidas. E em cerca de um ano, a visão e os planos transformaram-se em realidade. E existe, já hoje, energia EDP que leva mais vida ao campo de refugiados de Kakuma! Que vivam a nossa energia!”

Sérgio Figueiredo

Pedro Paes

“É impossível mesmo através da imagem passar as emoções, a sensação que é tocar a vida das pessoas. Isto é uma coisa que nós, obviamente, temos a obrigação de ser porta-voz dentro da nossa empresa para testemunhar junto dos nossos colegas a intervenção do Grupo EDP na vida deste campo. As empresas são isto: são emoções, são pessoas porque aí também está o negócio”.

“A fase piloto do projecto, que está agora a terminar, é apenas uma ‘semente’, um pequeno contributo para a mudança das condições de vida (subsistência) dos refugiados. A abordagem da EDP, ao conceber o projecto ‘com’ e não ‘para’ os refugiados e envolvendo um conjunto de parceiros locais, pretende justamente garantir a sustentabilidade das soluções a longo prazo, promovendo a capacitação local e o empreendedorismo social”.

Projecto Kakuma

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• 30 fornos solares • 4.000 lanternas solares para estudantes de cerca de 20 escolas. • Instalação de 31 candeeiros solares de rua. • Instalação de três sistemas de bombagem para explorações agrícolas de pequena dimensão e reflorestação. • Acções de formação técnica para cerca de 100 refugiados. • O impacto ambiental e social de todo o projecto piloto será monitorizado e avaliado com o apoio de dois parceiros externos especializados. • Estudo detalhado dos custos incorridos pelos refugiados e pela comunidade local (de acolhimento) com a iluminação e consumo de energia.

escala mundial que foi apresentado na 5.ª conferência anual da Clinton Global Initiative (CGI), em Nova Iorque, em Setembro de 2009. Uma ideia simples que irá revolucionar a vida de mais de 50 mil pessoas. Este projecto piloto tem por objectivo desenvolver um conjunto padronizado de soluções energéticas ambientalmente sustentáveis e renováveis, que irá aumentar o acesso às energias renováveis, reforçar a capacidade local e incentivar o empreendedorismo social em Kakuma. A EDP e o ACNUR esperam conseguir estimular novas actividades económicas no campo, através deste projecto piloto, com o objectivo maior de o reproduzir em outros campos de refugiados e comunidades rurais ao redor do mundo. Se for bem sucedido e escalável, a EDP pretende contribuir para quebrar ciclos de pobreza e dinamizar o desenvolvimento sustentável das comunidades, capacitando as populações

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vulneráveis e cobrindo as suas necessidades básicas de energia. “Toda esta questão da responsabilidade não pode ser conversa, tem que ser material, consequente, tem que se traduzir em actos e não apenas em um trabalho de consciência tranquila”, sublinhou António Mexia, presidente do Conselho de Administração Executivo (CAE) da EDP, na visita que efectuou ao campo de refugiados de Kakuma. “Entregámos um projecto que tem a energia no coração no centro mas que tem a ver com saúde, educação, alimentação, com a parte agrícola e são essas vertentes que vimos hoje aqui mostram como podem alterar a vida de 70 mil pessoas”. Até Outubro de 2010, terão sido instalados em 12 edifícios cerca de 47 kW de energia eólica e sistemas solares fotovoltaicos, com mais de 1.500 lâmpadas de baixo consumo. As estruturas metálicas de suporte foram construídas localmente, bem como as salas técnicas para os equipa-


em foco

“Sendo hoje uma empresa global, a EDP tem também uma responsabilidade global. Estamos numa das áreas do mundo que mais sofre com as alterações climáticas, a fazer com que as pessoas tenham uma vida diferente, para melhor. Pessoas que não tiveram a oportunidade que nós temos.” ANTÓNIO MEXIA

Graças ao mérito e ao carácter inovador deste projecto, a EDP tornou-se um dos parceiros oficiais da “Campanha Europeia de Energia Sustentável”, tendo sido seleccionada para os prémios “Sustainable Energy Europe Awards Competition 2011” mentos eléctricos. Foram distribuídos 30 fornos solares de alta qualidade, tendo sido dada uma sessão de formação sobre a sua utilização. Em cerca de vinte escolas estão a ser distribuídos 4.500 lampiões solares para os estudantes, mediante a celebração de um acordo escrito entre os pais (ou encarregados de educação), os alunos-utilizadores e as escolas respectivas. Estão a ser instalados 31 postes solares de iluminação pública e três sistemas solares de bombeamento de água para agricultura familiar e reflorestação. Todas estas actividades foram complementadas com sessões de formação técnica para cerca de 100 refugiados, que decorre-

ram de forma entusiástica por parte dos refugiados que os frequentaram. “Quero testemunhar o meu enorme apreço pela solidariedade demonstrada pela EDP”, referiu António Guterres, Alto-Comissário da ACNUR, durante a visita ao campo de Kakuma. “A parceria com o sector privado, com a EDP neste caso, é um estimulo essencial para nos fazer, a nós, ACNUR, sair da rotina, e para introduzir, neste caso, formas extremamente inovadoras de utilizar energia, inteiramente verde, ao serviço do bem-estar de populações altamente carenciadas e criando capacidade nessas populações para enfrentar os desafios do desenvolvimento”.

Graças ao mérito e ao carácter inovador deste projecto, a EDP tornou-se um dos parceiros oficiais da “Campanha Europeia de Energia Sustentável”, tendo sido seleccionada para os prémios “Sustainable Energy Europe Awards Competition 2011”. “A EDP é uma companhia global, se não fosse não estaríamos aqui hoje (Kakuma). Estamos em mais de 12 países, é a maior multinacional portuguesa, é o maior investidor em Portugal, mas é também o maior investidor português no estrangeiro”, concluiu António Mexia. “Temos uma ambição global e temos uma responsabilidade global”. on 29


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Desafio aos clientes A EDP quer convidar todos os seus clientes, em Portugal, Espanha e Brasil, a participar, voluntariamente, numa campanha de recolha de fundos de apoio a campos de refugiados. Esta acção foi anunciada por António Mexia, Presidente Executivo da EDP, numa conferência de imprensa, durante a Iniciativa Global Clinton, em Nova Iorque. O desafio pretende envolver os parceiros e clientes da empresa que queiram, voluntariamente, levar melhores condições de vida aos milhares de refugiados que hoje vivem em situação de extrema pobreza. “Queremos multiplicar este efeito através dos nossos parceiros e dos nossos clientes. Vamos lançar o desafio para que, com verbas relativamente simbólicas, cerca de quatro euros por ano ou 30 cêntimos por mês, consigamos mais fundos para intervir nos campos de refugiados”, anunciou António Mexia. Os pormenores desta iniciativa estão a ser finalizados, uma vez que ainda é preciso esperar pelos pareceres das respectivas entidades reguladoras de mercado nas várias geografias onde a EDP está presente.

O campo de refugiados de Kakuma fica a mil quilómetros de Nairobi, no Quénia. É um dos maiores da África oriental e é administrado pelas Nações Unidas. Trata-se de um campo de refugiados provisório há cerca de 20 anos. Situa-se perto das fronteiras do Sudão e Uganda e recebe ainda pessoas do Burundi, Congo, Etiópia, Ruanda e Somália.

Iluminação para todos e estudantes Escola Primária Polataka Hospital dos Refugiados Escola Our Lady Serviços centrais Cidade Kakuma Escritório ACNUR Estrada Lodwar-Lokichogio

Energia renovável para fornecimento de água

Purificador de água

Empresariado social

Projecto em curso Uma luz para o futuro Agricultura doméstica

Iluminação nas ruas para as famílias

Iluminação eficiente nos Fornos edifícios a energia solar

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Energia sustentável nos edifícios (escolas, hospitais e outros)

Ambiente sustentável


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Jorge Mayer

“SAIO DAQUI COM A ALMA MAIS REFORÇADA” O engenheiro da EDP Produção geriu em permanência as operações no campo de refugiados. Um período intenso, tão difícil quanto gratificante. No final, não esconde o seu orgulho por ter vivido num ambiente que não é fácil para um "Mzungu" ("homem branco", na língua local) Como surgiu a ideia de vir para Kakuma? A empresa procurava alguém que encaixasse neste perfil, e depois das entrevistas que fiz acharam que eu era essa pessoa.

parte da solução. Eles ficam muito à espera que sejam as outras pessoas a resolver os problemas deles. Quais são as características que uma pessoa deve ter para vir para Kakuma? Costumo brincar e dizer que para vir para cá é preciso trazer fio para os dentes, porque aqui na região nós comemos muita carne de cabra (e, às vezes, camelo), e por vezes prende-se aos dentes. Fora de brincadeiras, eu acho que é crucial uma série de características. É crucial que as pessoas venham com uma abertura de espírito enorme e uma robustez interior, que venham num espírito de conciliação e de motivar todas as pessoas para um fim.

O que trouxe na bagagem? Pouca coisa: uma série de t-shirts e calções. Só trouxe uma mala. Quando regresso a Portugal ela vai quase sempre vazia. E qual era a expectativa? Tinha a ideia de fazer algo inovador e de diferente. Ser parte de algo completamente novo. Este é um projecto pioneiro, único ao nível mundial. É a primeira vez que a empresa faz isto. Por isso, toda a gente está a aprender ao mesmo tempo. Vim com muita expectativa e agora que estamos próximos do final, quando se vê a obra no terreno e a alegria das pessoas, é quando se começa a ter gratificação e a sentir, realmente, que temos quase a missão cumprida. Tem uma história de vida ligada a intervenção social. O que move uma pessoa para se dedicar a estas causas? Normalmente as pessoas não falam muito da sua fé, mas eu sou uma pessoa de fé. Tento vivê-la no meu dia-a-dia. E vim pelas 70 mil pessoas que estão aqui. Este é um projecto único que podia mudar a vida das pessoas do campo e de muitas pessoas mais no futuro. Eu acho que a felicidade vem principalmente de três coisas: sabermos qual o sentido da nossa vida, estar próximos das nossas raízes (família, amigos, etc.), e encontrar o lugar onde somos mais úteis.

aproveitei para lhes dizer que estavam perante uma oportunidade única, que nenhum campo de refugiados tinha tido e, por isso, tínhamos de trabalhar todos em equipa. Desde o início que trabalhámos muito a parte da motivação e fiz questão de os apresentar ao Dr. Mexia, dizendo que eles eram os responsáveis pelos postes de iluminação pública. Era visível a alegria na cara deles de terem feito algo único e com um potencial tão grande. Com todo este processo, que puxou tanto por toda a gente, eles passaram a ser líderes e cresceram como pessoas e trabalhadores.

Tem alguma história mais marcante? Assim de repente, entre muitas histórias, em termos positivos a mais marcante, além da alegria do Eng.º António Guterres com os resultados, foi quando chegámos uns dias antes da visita e fizemos uma ronda para ver se estava tudo bem. Estávamos dentro do jipe e vimos cinco crianças pequenas que vieram para perto do carro, começaram a abanar as mãos e a dizer juntas: "Thank you! Thank you!". Dos mais negativos, foi o momento em que fui preso. Não foi fácil aterrar, ainda nem ter chegado ao campo, e já receber ordem de prisão, porque um senhor achou ilegal eu ter tirado uma fotografia e queria levar-me a tribunal. Mas depois tudo acabou em bem.

O que recebeu aqui em Kakuma? Recebi duas coisas muito importantes. Em primeiro lugar, os sorrisos das crianças. Deram-me muita força. Outra coisa, foi ver a obra feita e ter percebido que, todos juntos, conseguimos fazer coisas impensáveis, como, por exemplo, o primeiro poste do mundo de iluminação feito por refugiados. “Partimos muita pedra”, fomos pioneiros.

Acha que este projecto trouxe aos refugiados o sentimento de pertença? Isso já é mais difícil analisar, até porque eles já têm um sentido de pertença a este lugar. Funcionámos muito juntos, trabalhámos como equipa, uns com os outros. Por isso é que o projecto funcionou tão bem. Demos tudo o que tínhamos.

Os locais não gostam de ser filmados porque dizem que lhes roubam um pedaço da alma. E como está a sua alma? Eu diria que sai mais reforçada daqui. Sai maior no sentido em que foi preciso muito entrega. Houve muita coisa da minha vida que eu tive de fechar para vir para cá. Não foi fácil, mas no fim acho que a minha alma sai mais reforçada, porque também sai mais retemperada. Trabalhar cá exige sempre que tenhamos um plano B, um plano C, e às vezes até um Z.

E o que significa o primeiro poste, ao nível mundial, feito por refugiados? É sempre difícil falar do que os outros sentem. Eles são todos muito novos e eu

O que foi mais difícil na sua relação com os refugiados? A cultura deles não tem nada que ver com a nossa. As pessoas não estão habituadas a ser

Consegue definir Kakuma numa frase? Diria que é uma missão e um sentido. Missão, porque trabalhamos em equipa. E sentido, pelas pessoas que estão em Kakuma. on 31


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Os rostos de Kakuma

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A EDP levou a esperança a milhares de vidas no campo de refugiados de Kakuma. Estas são algumas imagens que não se esquecem

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1. 07 de Setembro de 2010. Meio Dia. Quase 40 graus. António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, e António Mexia, Presidente Executivo EDP, aterram em Kakuma. São recebidos pelos Turkana, habitantes ancestrais desta zona quase desértica do Norte do Quénia. 2. Centro de distribuição de comida. As grades e corredores são aqui formas de organização da multidão. O ambiente é carregado e os conflitos surgem facilmente. Joga-se aqui, o mínimo para a sobrevivência.

7. A água é tirada de um poço pouco profundo através de uma bomba solar instalada pela EDP. Daqui a uns meses haverá verduras para algumas das famílias de Kakuma. 8. As lanternas são carregadas nos painéis solares instalados nas escolas. Ter uma lanterna solar implica ter de ir a escola. Reduz-se o abandono escolar, consegue-se poupanças evitando o uso de querosene e aumenta-se o rendimento escolar. A EDP distribui 4.500 lanternas solares.

3. Garantir comida continua a ser tarefa feminina. 4. A EDP levou para Kakuma fornos solares eficientes e robustos. Tenta-se substituir o consumo de lenha, um combustível cada vez mais raro. A deflorestação não pára de crescer em torno do campo. 5. O refúgio provisório tende a tornar-se definitivo. Tenta-se reconstruir um quotidiano perdido. 6. Em Kakuma, a comida é distribuída pelas Nações Unidas. As filas são inevitáveis. A distribuição é feita duas vezes por mês.

9. Vidas difíceis não eliminam a generosidade. Milhares de pessoas agradeceram à EDP e ao ACNUR.

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12. Uma lanterna pode mudar vidas. Passar no exame final pode significar conseguir uma das poucas bolsas de estudo oferecidas por ONGs. 13. As mulheres: são poucas as que chegam à escola secundária. Ficam amarradas às tarefas domésticas. O programa de distribuição de lanternas solares da EDP procura privilegiar as raparigas. 14. É o primeiro poste feito em Kakuma. A saia de palha é apenas um dos componentes produzidos localmente. O objectivo é garantir o máximo de integração e soluções locais.

10. Como tudo o resto, a água é um bem escasso em Kakuma. As Nações Unidas abrem furos para abastecimento. A EDP traz agora uma novidade. Bombas movidas a energia solar para criar pequenas hortas.

15. As baterias carregadas durante o dia sob o sol tórrido iluminam, horas depois, a noite da cidade de Kakuma. A segurança é um problema por aqui. No campo, espera-se que a instalação de postes de iluminação reduza o número de incidentes, roubos ou violações.

11. Há uma única escola secundária em Kakuma. Serve pouco mais de 800 estudantes numa população de 75 mil pessoas.

16. Mogadisho Street, a avenida mais movimentada do campo. Os somalis, mais dados ao comércio, dominam a zona.

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quem é quem Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados

ANTÓNIO GUTERRES L

evar energia aos refugiados pode melhorar significativamente as suas condições de vida. António Guterres quer mais exemplos como o da EDP em Kakuma: empresas que contribuam com o seu know-how para a protecção dos Direitos Humanos. Como tem sido a sua experiência como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados? Acima de tudo, devo reconhecer que é um extraordinário privilégio poder dedicar a minha vida a uma causa tão nobre, e que diz respeito à situação daqueles que estarão com maior vulnerabilidade no mundo de hoje. Durante este período, fizemos um grande esforço, não só no sentido de melhorar as condições de protecção aos refugia-

países de origem. No último ano, o número de repatriamento de voluntários para o Afeganistão, para a República do Congo e para o sul do Sudão, os três maiores movimentos que estávamos a concretizar, reduziu-se drasticamente pelo agravamento das condições de insegurança nesses países. Vivemos, hoje, num arco de crise que começa no Paquistão, que se prolonga pelo Afeganistão, pelo Iraque, com os países limítrofes que acolhem os refugiados, o Médio Oriente, o Sudão e, depois, o Congo de África e Iémen. Um arco de crise do qual provém 2/3 dos refugiados ao nível mundial, em que as situações estão cada vez mais interligadas. Todas elas têm implicações ao nível da segurança mundial, pois, de alguma forma,

“Estou muito satisfeito com o esforço da EDP” Há um realismo duro no discurso do Alto Comissário da ONU para os Refugiados, que não deixa grandes dúvidas quanto ao futuro: os problemas vão agravar-se para os milhões de pessoas deslocadas das suas terras. Mas apesar de todas as dificuldades de quem lida com este drama humanitário, António Guterres acredita que exemplos inovadores, como o de Kakuma, podem abrir novas portas à esperança dos, mas, sobretudo, de encontrar soluções para eles. O nosso objectivo principal é diminuir o número de pessoas que vivem em condições tão dramáticas. Embora, infelizmente, cada vez que encontramos soluções para um, logo surgem dois novos refugiados, com o agravamento dos problemas que ocorrem em tantas crises a nível mundial. Que diferenças regista no mundo desde que tomou posse, em 2005? No início, estava a verificar-se uma redução significativa do número de refugiados graças à resolução de um conjunto de conflitos como o de Angola, Libéria ou da Serra Leoa. Hoje, estamos a lutar com enormes dificuldades, nomeadamente, procurando ajudar os refugiados a regressar em condições de dignidade e de segurança aos seus 36 o n

está em causa o conjunto de relações entre o chamado mundo ocidental e o chamado mundo islâmico. De que forma é que a ACNUR pode fazer a diferença nesse cenário tão dramático? Infelizmente, nós não podemos resolver o problema. Não há uma solução humanitária. A solução é sempre política e as coisas não têm evoluído positivamente na generalidade destas situações. O que nós podemos fazer, e estamos a fazer, é minorar as condições de sofrimento das pessoas que são atingidas por estas catástrofes humanitárias. Como é o dia-a-dia de um alto comissário da ACNUR? Como sempre foi. Trabalhando o mais que posso para que a missão que tenho possa ser


Ciência Portuguesa Quem é Quem

mitem uma acção mais eficaz, de forma a gastar o mínimo possível com a organização, para que o máximo possa ser dedicado às pessoas pelas quais trabalhamos. Conseguimos passar de uma actividade de 1,1 mil milhões para 1,8 mil milhões de dólares, em quatro anos, sem aumentar o pessoal ao nível mundial e re-

duzindo 300 pessoas em Genebra. As despesas da sede passaram de 14% para 9.5% da nossa despesa global. Tudo isto se traduziu no aumento de eficácia da Organização, mas não é isso que me dá gosto fazer: o que me dá gosto é o trabalho directo no terreno. Sobretudo, o contacto com os refugiados, procurando, pela v

cumprida da maneira mais eficaz possível. Mas vai para o “terreno”? Mais de metade do tempo é passado no terreno. Essa é, aliás, a parte mais interessante do trabalho que faço, porque nós desenvolvemos ao longo dos últimos anos um conjunto de reformas importantes no ACNUR que per-

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Quem é Quem Ciência Portuguesa

António Guterres foi recentemente eleito pela Assembleia Geral das Nações Unidas para o seu segundo mandato, de cinco anos, como Alto Comissário para os Refugiados. Iniciou as suas funções no dia 15 de Junho de 2005, sucedendo ao holandês Ruud Lubbers, tornando-se no 10º Alto Comissário do ACNUR. Encabeça uma das principais agências humanitárias ao nível mundial, que conta com mais de 6.000 colaboradores repartidos em cerca de 115 países, nos quais dão protecção e ajuda humanitária a cerca de 17 milhões de refugiados. António Guterres foi primeiro-ministro de Portugal entre 1996 e 2002. Durante o seu mandato, encabeçou o esforço internacional contra as graves violações dos Direitos Humanos em Timor Leste. Como presidente do Conselho Europeu, em 2000, co-presidiu à primeira cimeira ÁfricaUnião Europeia. Fundou o Conselho de Refugiados português em 1991 e integrou o Conselho de Estado de 1991 a 2002. Entre 1981 e 1983, foi membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, exercendo o cargo de presidente do Comité de Demografia, Migrações e Refugiados. Foi presidente da Internacional Socialista em 1999, até ingressar na ACNUR. Engenheiro eletrotécnico de formação, nasceu em Lisboa a 30 de Abril de 1949 e estudou no Instituto Superior Técnico. É casado e tem dois filhos.

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PERFIL DO ALTO COMISSÁRIO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS

acção directa, melhorar a nossa actividade para que ela possa ser mais eficaz na resolução dos problemas das pessoas com que contactamos. Quais foram as situações mais dramáticas a que assistiu? Os casos de sofrimento mais horríveis que pude constatar foram, seguramente, de mulheres vítimas de violência sexual no leste da República Democrática do Congo. Será, porventura, uma catástrofe humanitária pouco lembrada ao nível internacional, mas é a que tem o maior impacto de sofrimento humano. E qual a situação mais gratificante que registou? Conseguimos, recentemente, que a Tanzânia outorgasse a nacionalidade tanzaniana a 160 mil refugiados do Burundi, que viviam na Tanzânia há mais de 30 anos. Não pode calcular a alegria


Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados quem é quem

com que toda aquela gente que vivia em acampamentos, concentrados numa zona muito reduzida do território tanzaniano, recebeu esta notícia. Agora têm a possibilidade de usufruir de todos os direitos da cidadania tanzaniana. Já agora, também em relação às soluções, passámos, em 2006, de 60 mil propostas de reinstalação de países do terceiro mundo para países desenvolvidos de refugiados em situações de menor vulnerabilidade, para 128 mil, em 2009. Como pode calcular, isto traduz-se no oferecer oportunidades de vida muitíssimo mais favoráveis a um número muito significativo de pessoas que vivem em circunstâncias muito dramáticas. O que podem fazer as grandes empresas mundiais perante o drama dos refugiados? As empresas podem, sobretudo, dar-nos o contributo do seu know-how e da sua capacida-

a instalação com energia solar de iluminação pública num campo de Bangladesh, em situação muito menos eficaz do que aquela que está a ser desenvolvida em Kakuma, onde existe um projecto muito mais abrangente, traduziu-se numa redução espectacular do número de casos de violência contra mulheres. Isto dá uma ideia da importância do projecto que neste momento está a ser desenvolvido no Quénia. Acha importante estender este tipo de projectos a outros campos? Não tenho dúvidas nenhumas que, se se pudesse generalizar este tipo de utilizações de energia renovável, não apenas a campos de refugiados, mas a muitas populações carenciadas em zonas tão problemáticas como aquelas em que trabalhamos, isso traduzir-se-ia num enorme benefício. Como é o dia-a-dia dos refugiados?

climáticas, a extrema pobreza e também o conflito. Tudo isso faz com que, cada vez mais, assistamos a um fluxo enorme de gente que deixou de ter condições de continuar a viver nas suas comunidades de origem. Pensa que as populações do mundo ocidental estão sensibilizadas para estas questões? Por um lado estão sensibilizadas, mas, por outro, estão a ser alvo de campanhas muito intensas, quer por razões de populismo político, quer por razões de sensacionalismo mediático, que levam a uma atitude de rejeição aos estrangeiros, em geral, e aos emigrantes, em particular. É preciso promover a tolerância, fazer compreender às pessoas, que todas as sociedades se estão a transformar em multi-étnicas, multi-religiosas, multi-culturais , e que a imigração é uma componente

Um campo de refugiados é também uma grande prisão. Depois há todo um conjunto de carências. Por muito que nós façamos em termos de apoio alimentar, abrigo, em assistência médica ou em apoio escolar, estamos sempre em níveis que não são comparáveis com aqueles que temos no mundo desenvolvido

de. Naturalmente que contamos também com o seu apoio financeiro. Mas mais importante do que isso, queremos empresas, como é o caso da EDP, que nos tragam aquilo que sabem fazer e que utilizem esse know-how em benefício, obviamente, com custos para a sua organização, das pessoas que vivem em situações de grande vulnerabilidade. O facto de a EDP disponibilizar em Kakuma energia àquela população, ainda por cima em termos de sustentabilidade assegurada com energias renováveis, traduz-se, não apenas numa melhoria substancial das suas condições de vida, como em forma de aumento da sua protecção em matéria de Direitos Humanos. Por exemplo, a iluminação pública diminui imenso os ataques a pessoas e, em particular, contribui muito para a protecção das mulheres em relação à violência sexual. Já esteve no campo de refugiados de Kakuma? Sim, mais do que uma vez, e estou particularmente satisfeito pelo esforço de investimento que a EDP está a realizar neste momento. Só

A situação mais dramática em Kakuma decorre do facto de os refugiados no Quénia, embora usando a protecção das autoridades quenianas, não poderem deslocar-se livremente no país. Um campo de refugiados é também uma grande prisão. E essa é, talvez, a mais dramática das situações relacionadas com o exílio. Depois há todo um conjunto de carências. Por muito que nós façamos em termos de apoio alimentar, abrigo, em assistência médica ou em apoio escolar, estamos sempre em níveis que não são comparáveis com aqueles que temos no mundo desenvolvido. Estamos neste momento num cenário de crise económica, de degradação ambiental, de catástrofes naturais constantes. Que respostas inovadoras é que podem ser dadas? Penso que é evidente que o conceito tradicional de refugiado, vítima de perseguição ou de conflito, está, neste momento, a dar origem a um conceito muito mais amplo de pessoas forçadas a abandonar os seus bairros, as suas comunidades, por um conjunto diferente de razões: pela inter-relação entre as alterações

indispensável à própria sobrevivência das sociedades que têm índices de fertilidade muito baixas. É preciso fazer compreender às pessoas que importa combater a xenofobia. É algo absolutamente essencial para nós, para que o apoio aos refugiados possa também ser mantido. Como vê o futuro? Temos neste momento 16 milhões de refugiados, 27 milhões de pessoas deslocadas internamente por causa de conflitos no mundo e, infelizmente, penso que os problemas tender-se-ão a agravar-se. Assistimos a uma redução do espaço humanitário pelo aumento da insegurança. Pelas atitudes de alguns governos que, invocando a soberania nacional, limitam mais e mais o acesso às acções humanitárias às suas próprias populações. E, finalmente, por uma confusão por vezes difícil de evitar entre a presença militar e a presença civil, tudo junto, criando condições que dificultam o trabalho humanitário e que agravam a situação, não apenas dos refugiados, mas de todos aqueles que são vítimas dos conflitos à escala mundial. o n 39


em debate VERGÍLIO ROCHA · Director da DSI (Direcção de Sistemas de Informação)

Sistemas de Informação A que desafios da EDP pode a tecnologia dar resposta? É verdade que os sistemas informáticos são a solução para muitos problemas. Mas até que ponto podemos contar com eles? Como todas as áreas de forte especialização, sujeitas a um significativo jargão técnico e forte mediatização, os Sistemas de Informação sofrem hoje de um número significativo de equívocos. Exemplos: • Tenho um problema de eficiência ou organizacional. Compro um sistema informático, logo o problema fica resolvido. ERRADO, a informática só por si não resolve nenhum problema! • Preciso de investir em Inovação. Compro um sistema Informático inovador e já está. ERRADO, a informática só por si não é inovação. Os Sistemas Informáticos podem ser a solução para o problema organizativo, podem ser inovação, podem facilitar, libertar e estimular, mas tão só se soubermos o que pretendemos deles, se os integrarmos na solução, se formarmos as pessoas na sua

A informática, só por si, não é inovação, nem resolve nenhum problema sozinha utilização, se os soubermos fazer evoluir e adaptar à evolução da realidade envolvente. São tecnologia e portanto são o que fizermos deles. São necessários, mas não são suficientes; são consequência e ponto de partida; são a base de um mundo novo de possibilidades, mas não são só por si qualquer novo mundo; são o gadget e o big brother. Uma inserção correcta das tecnologias da informação no tecido empresarial da EDP exige: • Formação e cultura tecnológica a todos os níveis; • Automatizar apenas aquilo de que se conhece o processo e os entregáveis esperados • Especificar bem. Não avançar para a compra de tecnologia antes de ter a certeza do que queremos. 40 on


em debate

As opiniões de diferentes personalidades

+ Carlos Luengos · HC Energía

+ Aurélio Manuel Blanquet

Miguel Amaro · Energias do Brasil

· EDP Distribuição Qualquer solução organizacional dos sistemas de informação é, como todos sabemos, uma peça chave do triângulo pessoas – processos - sistemas. Os profissionais dos sistemas de informação são, actualmente, muito mais do que técnicos por de trás dos computadores. São profissionais a quem se requer uma compreensão das organizações, da sua administração, da tecnologia associada ao negócio e suas necessidades em matéria de informação. Se em qualquer contexto de negócio os sistemas de informação são uma componente chave, os serviços energéticos são um claro exemplo dessa realidade. Os clientes, hoje, pedem-nos soluções diferentes em matéria energética que só mediante uma atitude de mudança, suportada pelos sistemas de informação, podemos oferecer adequadamente. Portanto, os desafios dos sistemas de informação no nosso sector são múltiplos. Além de contribuir e dar suporte a esta nova realidade de produtos e serviços sob o qual supõe uma alteração de mentalidade, os sistemas de informação devem fornecer soluções que permitam uma adequada tomada de decisões de negócio para possibilitar a visualização de temas complexos e a criação de novos produtos.

No século XXI os Sistemas Informáticos cederam definitivamente o seu lugar às Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC): do seu funcionamento 24h sobre 24h, passamos à sua presença em qualquer lugar, integrando uma perspectiva multimédia e multicanal que permite, às organizações e às pessoas, o acesso à informação, a partilha de conhecimento e uma superior capacidade de intervenção e de produtividade; mas informação e conhecimento significam também maior responsabilidade. E se as TIC se constituem como alavanca de eficiência das organizações, na EDP, pela sua dimensão, por uma dispersão geográfica e pela transversalidade da sua actuação, o seu grande desafio passa pela sua capacidade de entendimento do negócio e das suas necessidades, e pela sua capacidade de constante reinterpretação do seu contributo de forma a assegurar soluções adequadas e geradoras de vantagens competitivas: deste modo a inovação tecnológica libertará o seu potencial como alavanca de diferenciação da empresa num mercado competitivo e instável. As TIC terão cada vez mais de assegurar o entendimento do negócio como factor de inspiração e fundador da sua actividade e do seu papel; será desta cumplicidade entre as TIC e o negócio que a inovação se constituirá como alavanca de criação de valor assegurando uma rentabilidade sustentável.

Hoje em dia, é difícil imaginar que qualquer processo de negócio não seja suportado por um sistema de informação e comunicação, por mais simples que o mesmo (processo) seja. O Grupo EDP, dentro do sector da energia, irá enfrentar, um conjunto de alterações que modificará (num prazo mais ou menos longo), a forma com que as empresas e os clientes se relacionam. O ponto onde os sistemas podem contribuir mais, é na eficiência e no controlo. O grau de rigor aumenta, os erros são reduzidos e a velocidade de processamento permite analisar maior quantidade de dados, cruzar informações e tomar decisões e medidas que conduzam a resultados mais eficazes. É, contudo, importante frisar que a inteligência vem de quem analisa e conclui, não do sistema em si. Mas não basta colocar um sistema novo para podemos concluir que vamos ser mais eficientes. É necessário, diria mesmo, fundamental modificar os processos subjacentes e também os hábitos de trabalho e adaptarmo-nos às exigências que as mudanças colocam. O aspeto central, que considero importante reforçar, é que os sistemas de informação são parte das soluções, não são as soluções em si. São parte da inovação mas não trazem a inovação, por si, só. A inovação vem das pessoas, que idealizam, pensam e implementam as soluções de novos modelos.

Vergílio Rocha é, desde Julho, o director da DSI - Direcção de Sistemas de Informação, do Centro Corporativo. Apesar de só agora estar formalmente vinculado à EDP, tem 10 anos de uma relação muito próxima com o Grupo, primeiro na Edinfor, na EID e na Oniway e, mais tarde, na Logica, o que lhe dá um acervo de experiência e conhecimento da EDP que, com certeza, se irá revelar muito útil. De uma direcção mais vocacionada para as empresas que se localizam junto à sede, tornou-se numa organização orientada para uma Direcção Corporativa, com responsabilidades alargadas sobre a condução das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicações) do Grupo EDP. Os desafios mantêm-se e é a esses que a DSI vai dar continuidade.

Os sistemas de informação são necessários, mas não suficientes. Servem o negócio da EDP mas não são o negócio da EDP.

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a nossaenergia* CENTRO DE PRODUÇÃO CARREGADO HOMENAGEADO

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O Centro de Produção foi homenageado pela forma como tem vindo a contribuir para o enriquecimento da Freguesia do Carregado e, consequentemente, para o Concelho de Alenquer. Nas várias intervenções foi elogiado o importante contributo da EDP para a comunidade, numa expressão de grande sentido de responsabilidade social e ambiental, em mais de quatro décadas de serviço da Central Termoeléctrica do Carregado.

Ribatejo Por proposta do departamento de comunicação da EDP Produção desenvolveu-se o projecto “Dia da Central Aberta” nos Centros de Produção Ribatejo e Sines. Dezenas de pese Sines soas aproveitaram o desafio e foram conhecer as instalações, eliminando assim receios e em festa preconceitos que por vezes têm sobre as centrais térmicas. Esta atitude de “Portas Abertas” foi muito elogiada e todos os participantes ficaram com uma ideia mais concreta da complexidade do processo de “fabrico” da energia eléctrica. Por outro lado, tiveram a oportunidade de verificar todos os cuidados colocados relativos à segurança e à minimização dos impactos ambientais.

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a nossa energia

Ministra de Angola visita Lares No dia 18 de Junho, a Ministra da Energia e Águas de Angola visitou a central de ciclo combinado de Lares onde foi recebida por Jorge Cruz de Morais e António Ferreira da Costa. Uma visita que serviu, fundamentalmente, para dar a conhecer as performances e características deste tipo de centrais, bem como aspectos relacionados com a sua construção, já que existe a possibilidade de a EDP participar num projecto semelhante em território angolano.

Homenagem à Central do Barreiro No dia 1 de Julho realizou-se uma homenagem a todos quantos passaram pela mítica instalação. A Central do Barreiro, durante 31 anos (1978 – 2009), cumpriu com elevada qualidade as solicitações dos seus clientes. O Conselho de Administração da EDP Produção fez questão de acarinhar este evento de uma forma particular. “Temos que olhar para o futuro. Mas o futuro só existe se soubermos respeitar o passado. E este, foram as pessoas que o fizeram”, afirmou João Manso Neto.

EDP Produção na Feira da Sertã A EDP Produção marcou presença na FAFIC Feira Agrícola, Florestal, Industrial e Comercial da Sertã, este ano dedicada ao tema das Energias Renováveis. José Farinha Nunes, Presidente da Câmara Municipal, destacou a aposta do executivo em “divulgar o concelho da Sertã, quer promovendo de forma eficaz as excelentes condições que possuímos para a produção de energias amigas do ambiente, quer divulgando todo o nosso património sócioeconómico”. O director do Centro de Produção Tejo-Mondego, Carlos Rosário, participou na conferência com a comunicação “O Parque Hidroeléctrico EDP – contributos para um sistema eléctrico mais sustentável”.

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a nossa energia

Central em família O “Dia da Central em Família” visa abrir as portas das nossas Centrais aos familiares dos colaboradores dando-lhes a conhecer as instalações e o trabalho desenvolvido. Esta iniciativa teve início no passado dia 19 de Junho na Central do Ribatejo e vários colaboradores aproveitaram o desafio para viver um dia diferente com as suas famílias. Depois de uma breve apresentação em sala, houve uma visita à central seguida de momentos lúdicos, desde jogos tradicionais a actividades radicais para os mais destemidos. No final do almoço todos os colaboradores receberam uma fotografia de família para mais tarde recordar! As centrais da EDP vão continuar a abrir portas aos colaboradores e seus familiares. Esteja atento à intranet e acompanhe estes dias!

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a nossa energia

Aquasemana em Portalegre A EDP Produção participou no dia 20 de Maio na Aquasemana, evento organizado pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre, onde, durante 3 dias, mais de 40 oradores debateram temas relacionados com a água. Convidados para o painel sobre a energia, os oradores da EDP Produção foram Carlos Rosário, da Direcção de Produção Hidráulica, que apresentou o tema “Parque Produtor Hídrico EDP”, com especial destaque do Tejo-Mondego, e Eduardo Guedes, da Direcção de Desenvolvimento de Negócio, que conferenciou sobre o tema “Novas Barragens”, com enfoque no Aproveitamento do Alvito, área onde desenvolve a sua actividade.

Visitas ao Alqueva e ao Ribatejo

Integrado no programa " Dia da Central Aberta ", iniciativa conjunta das áreas de Recursos Humanos e Comunicação da EDP Produção, tiveram lugar nos passados dias 18 e 22 de Junho, duas visitas, respectivamente ao Aproveitamento Hidroeléctrico do Alqueva e ao Centro de Produção do Ribatejo. No dia 18, um grupo de 28 colaboradores da EDP Produção partiu de Lisboa, rumo ao Alqueva, onde foi recebida pelo Director do Centro de Produção Tejo-Mondego, Carlos Rosário, anfitrião do grupo. Por sua vez, no dia 22 de Junho, terça-feira, outro grupo rumou do Porto ao Ribatejo, onde era esperado pelo responsável pela Manutenção, Carvalho Rodrigues.

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Festa da Cereja em Alfandega da Fé Realizou-se entre 10 e 13 de Junho em Alfandega da Fé a Festa da Cereja, na qual a EDP Produção se fez representar através de um stand centrado no Aproveitamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor. O stand foi concebido para dar a conhecer à população o projecto, através de antevisões, fotografias das obras

em curso e outros elementos gráficos relativos à albufeira e às obras complementares. Entrando no espírito da feira, a EDP Produção adquiriu à Cooperativa de Alfândega da Fé 250 quilos de cerejas, que foram distribuídas aos trabalhadores do estaleiro do Baixo Sabor. Estando a iniciar-se a 2ª fase do

processo de aquisição dos terrenos para a albufeira e obras complementares, que tem uma grande incidência no Concelho de Alfândega da Fé, aproveitouse também a presença na Festa da Cereja para divulgar este processo, o que mereceu grande aceitação junto da população interessada.

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spotlight À conversa com...

MANUELA SILVA JOÃO MATOS FERNANDES EDP SOLUÇÕES COMERCIAIS

Preparada para o Futuro O Conselho de Administração da EDP Soluções Comerciais explica a reorganização profunda de que foi alvo a plataforma de serviços comerciais do Grupo. Um corte profundo com o passado que tem como objectivo preparar a empresa para os novos desafios que se avizinham

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spotlight

Como é que nasceu a EDP Soluções Comerciais?

A EDPSC é uma plataforma de serviços comerciais que foi criada em 2005, numa altura em que a legislação do sector eléctrico preconizou a separação entre a distribuição e a comercialização de electricidade. Pensouse, então, que faria sentido ter uma plataforma partilhada que pudesse assegurar a prestação de serviços comerciais às várias empresas do Grupo EDP. E foi assim que a SC nasceu. Nos primeiros dois anos a empresa manteve-se, no essencial, com as características daquilo que foi a área comercial da EDP Distribuição, das pessoas aos métodos de trabalho. A verdade é que nesses anos sabíamos que a EDP estava sozinha no mercado e a questão da concorrência não era um problema… embora se soubesse que essa situação ia mudar e que havia que preparar a empresa para novos desafios. Nesses tempos, no entanto, mantiveram-se um conjunto de práticas em relação aos serviços comerciais que eram bastante tradicionais. Quando começou a ser visível uma mudança mais profunda?

MANUELA SILVA Manuela Silva, 55 anos, casada, é administradora da EDP Soluções Comerciais desde 2007. Licenciada em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa em 1978, está no Grupo EDP desde 2001, ano em que iniciou a actividade na Edinfor como membro da administração da IT-LOG, Logística e Gestão de TI, empresa que ajudou a criar e desenvolver. De 2004 a 2006 foi membro da administração da EDP Valor. Desenvolveu a sua vida profissional no sector empresarial, tendo passado por diversas áreas de actividade, do turismo à energia, passando pela indústria transformadora. No ano de 1996 foi adjunta do Ministro da Economia do governo de então. Ocupa os seus tempos livres a ler e a viajar e tem na família o centro do seu equilíbrio emocional. Tem um interesse especial pela área social e procura intervir construtivamente em iniciativas de ajuda à comunidade.

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Com a mudança do Conselho de Administração da EDP em meados de 2006, foi tomando corpo a ideia de que era preciso preparar as empresas do Grupo para enfrentarem um mercado mais competitivo que se começava a desenhar e esse desafio foi feito também à SC, que é quem, na prática, faz o front-end com os 6 milhões de clientes de energia. A equipa de gestão da SC foi renovada em Janeiro de 2007 e na segunda metade do ano a empresa fazia a sua primeira reorganização. O triénio 2007-2009 foi, assim, um tempo em que se fizeram algumas transformações em matéria de customer service que sobretudo visaram aproximar as empresas do Grupo dos seus clientes finais. Foi também o início de um novo foco da actividade comercial em vendas, tendo a SC sido a entidade que mais concorreu para a angariação de clientes da EDP Comercial, nomeadamente através da rede de lojas. Ainda em 2009, a SC iniciou os serviços comerciais para o sector do gás, o que constituiu também importante desafio organizativo. Que aspectos destacam na reorganização efectuada recentemente?

Os efeitos da liberalização do mercado de energia começam agora a ser mais fortes, logo, por um lado, a concorrência passou a ser uma realidade e, por outro, as exigências regulatórias tornam-se mais intensas (fenómeno este que não é apenas nacional). Estes dois factos obrigam uma plataforma como a


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SC: a tornar-se absolutamente eficiente, para que os custos do serviço comercial sejam mais competitivos; a assegurar a fidelização dos clientes, através de um serviço inovador e de qualidade que cada vez mais os satisfaça, mantendo-os no centro das suas atenções; a garantir que todos os procedimentos determinados pelo Regulador são cumpridos sem qualquer falha. Estes três aspectos foram determinantes para a nossa necessidade de reorganizar, e a nova estrutura procura responder-lhes da melhor forma. E qual é essa forma? Procurámos criar uma organização mais “achatada”, com a qual a equipa de gestão interage mais facilmente – na SC, cada pequeno problema de um cliente é uma grande preocupação que a Administração quer acompanhar e garantir que se resolve a contento. Por outro lado, foi nossa intenção criar uma estrutura segmentada por mercados residencial, empresarial e redes de distribuição o que permite um actuação integrada sobre o ciclo comercial desses clientes e, dessa forma, concorrer melhor para a sua satisfação. Por outro lado ainda, a SC tem um corpo de quadros com idade e antiguidade médias elevadas, o que aconselha a proporcionar uma evolução de

das pessoas, no conjunto dos trabalhadores da SC (660), mudou de chefias. Ao mudarmos a macroestrutura, as pessoas vêem-se confrontadas com novos líderes, com novas formas de fazer, com outras maneiras de estar. Promovemos algumas pessoas jovens que nos últimos anos têm feito um caminho consistente de trabalho. Criámos, também, responsabilidades de transição: há um período de transição a decorrer até final de Outubro, com os respectivos “gestores”. Afinal, estamos a falar de 200 milhões de operações anuais, de 6 milhões de clientes, e todos os dias estão a acontecer milhares de coisas de norte a sul do país. Que não podem correr mal! Quais são os clientes da EDP SC no Grupo EDP?

Este é o que designamos por mercado core. Temos um cliente fundamental, a EDP Distribuição, operador de rede de distribuição de electricidade, que foi, aliás, a empresa que deu origem à SC. Depois, temos as empresas comercializadoras de electricidade do Grupo. A EDP Serviço Universal, que resultou ela própria de um spin-off da EDP Distribuição, que tem contrato com os cerca de 6 milhões de clientes regulados de electrici-

que teremos um contact center ibérico. Poderemos atender no site de Odivelas clientes espanhóis, com chamadas transferidas para Portugal. Que serviços são prestados?

Os serviços que prestamos cobrem todo o ciclo comercial. Desde a contratação até à leitura, facturação, cobrança, gestão da dívida e resposta a contactos. E todo o atendimento, que é transversal. Do ponto de vista do contacto com o cliente, ele é feito sobretudo em front-officeatravés dos nossos canais de atendimento. Gerimos uma rede de 45 lojas, maioritariamente operadas por colaboradores da EDP SC embora haja já algumas em outsoursing. Gerimos também uma rede com 370 agentes, com um diferente leque de serviços. Mas o canal que acaba por responder pela maior parte dos atendimentos é o contact center. Este canal e a internet estão disponíveis 24/24 horas. O contact centercomeçou por ser em Odivelas. Há cerca de dois anos, criou-se um segundo em Seia e agora, com a integração ibérica, passamos a ter quatro sitesde contact centerpara a Península Ibérica. Acreditamos que a Internet vai ser o canal do futuro e nele estamos a apostar seriamente (designadamente, na recente reorgani-

Dados de 2009

Leituras efectuadas 26,4 milhões Facturas (documentos) 41,8 milhões Cobranças 80,6 milhões Valor Cobranças 7,403 milhões de euros Atendimentos Presenciais 2,3 milhões Operações Internet 5,3 milhões Chamadas no Contact Center 11,7 milhões

Colaboradores 660 Lojas 45 Agentes 370 Clientes 6.326.532 EDP SU 5.842.797 EDP C 259.575 EDP Gás 224.160

Junho de 2010

Nº Clientes com Factura Electrónica 533.566

Esta reorganização levou quase um semestre a preparar. Porquê?

Porque fizemos um corte muito grande com o passado e esses passos devem ser dados com prudência. Criámos direcções completamente novas e mais “leves”, que separaram as actividades reguladas das não-reguladas. Há um número interessante, que tem que ver com a mobilidade que o nosso CAE preconiza, e que explica a dimensão que esta reorganização teve: 40 por cento das pessoas com responsabilidade de chefia mudaram de funções. Tal significa que quase metade

dade do Grupo EDP. A EDP Comercial, que com uma maior liberalização do mercado e uma maior dinâmica no mercado livre, tem vindo a assumir um papel crescente no sector da energia. Temos também as empresas do gás, uma realidade mais recente, que hoje, em termos de operações, está crescentemente integrada na EDP SC: EDP Gás Distribuição, operador de rede da distribuição de gás no Grande Porto; EDP Gás SU, que tem clientes regulados; EDP Gás GPL; e EDP Gas.com, com clientes livres do segmento empresarial. E a própria EDP Valor: quando, por exemplo, um colaborador pretende contactar a área de RH, esse atendimento é feito no contact centerque é gerido pela SC. Temos planeado, até ao final do ano, prestar serviços à HC e à Naturgas, na medida em

zação criámos um departamento específico que vai gerir os “canais digitais”). Hoje em dia, este meio já permite a realização de um leque muito alargado de operações, e sendo incontornável e fundamental a crescente “webização” da relação com o cliente, esta área é crítica para nós nos próximos anos. Outra área em que os nossos serviços são relevantes é a da gestão dos sistemas comerciais, que são a base indispensável para a prestação dos serviços em larga escala que 6 milhões de clientes obrigam: a maior parte destes sistemas, com destaque para o SAP ISU, são activos da SC, pelo que todas as actualizações dos mesmos são concebidas, em termos funcionais, e posteriormente testadas, pela SC. v

carreira a quadros mais jovens, que devem poder beneficiar da transição do conhecimento dos mais velhos e conhecedores; procurámos criar essas oportunidades.

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Existem também os clientes do designado mercado ‘não core’. Que tipo de serviços prestam neste âmbito?

Os clientes são empresas de águas e de gás, no essencial. A elas prestamos serviços na área da cobrança, aproveitando o nosso know-how e a estrutura e sistemas próprios; e serviços de sistemas de informação e de finishing, que são prestados no âmbito do consórcio que temos com a Logica e que foi herdado da antiga Edinfor. Através deste negócio, servimos mais 2 milhões de clientes que concorrem, para uma base de economias de escala na negociação dos serviços de cobranças, a qual beneficia, igualmente, os custos do mercado core. Assim, a importância deste negócio é grande para a EDP, uma vez que, além das mencionadas economias de escala, esta actividade é desenvolvida com margens calculadas em função da situação do mercado para este tipo de serviços. Também se insere neste âmbito a cobrança da Contribuição para o Audiovisual, e a respectiva transferência para a RTP, que realizamos para a EDP Serviço Universal e EDP Comercial. Qual é a importância dos colaboradores em todo este processo?

Costumamos dizer que a SC é uma empresa que tem três pilares essenciais: os processos, os

Agora estamos a procurar fazer alguma renovação dos quadros. Antes de mais há que garantir a transmissão do conhecimento. Existem muitas pessoas próximas da sua reforma e é preciso assegurar que todo esse conhecimento seja transmitido aos mais novos. Que incorporem essa cultura, que possam ser os seus seguidores. Além dos colaboradores directos, contamos também com os serviços de muitas pessoas que não são do quadro da EDP. No contact center trabalham 1.000 pessoas entre Odivelas e Seia, de empresas de subcontratação de pessoal, e utilizamos ainda 600 pessoas que trabalham para os nossos prestadores de serviços de leituras. No conjunto, estamos a falar num universo de mais de duas mil pessoas em torno da SC. Realmente este lado do triângulo é fundamental, mas é um lado que nos dá preocupações sobre o futuro. Um dos outros lados do triângulo são os Sistemas de Informação. Qual é a sua importância na SC?

Com estes milhões de operações anuais, de atendimentos, de facturas, leituras, nós tínhamos que ter sistemas poderosos. Hoje temos dois grandes sistemas de gestão comercial que são o SAP ISU e um novo sistema de suporte a toda a actividade do mercado empresarial livre (CC&B) que

Gestão) – que pretende disponibilizar uma plataforma fiável e muito dinâmica para a obtenção da informação comercial dos vários sistemas que operamos. Além desta informação comercial, há também um papel muito importante desempenhado pela SC: quando se fazem os encerramentos contabilísticos do Grupo, toda a informação relativa a vendas e a facturação tem de ser assegurada por nós; existem então aqui ciclos curtos de produção e de validação desta informação, que são cruciais para que o serviço que estamos a prestar aos nossos clientes seja bem prestado. Quais são os maiores desafios para o futuro?

No que diz respeito aos clientes finais, diríamos que a EDP vai atravessar, nos próximos tempos, desafios diversos. Quer porque a liberalização é hoje uma realidade, quer porque outros factores vão mudar por completo a relação das empresas de energia com os seus clientes, como é o caso da possibilidade de haver contadores inteligentes (área de inovação onde a SC também é um parceiro). Toda a conjuntura económico-social nos próximos tempos vai fazer com que naturalmente, quer empresas, quer particulares, procurem as soluções mais eficientes de energia. Ao nível dos clientes finais, os desafios são totais. Va-

Um caso de sucesso é o da factura electrónica: em Portugal, a EDP é o Grupo que tem mais clientes com factura electrónica. Ultrapassámos a barreira dos 500 mil clientes agora em 2010. É uma forma diferente de prestar o serviço e potencia objectivos de maiores poupanças e sustentabilidade para o Grupo sistemas e as pessoas. É um triângulo que tem mesmo de ser equilátero. As pessoas na SC são absolutamente fundamentais. Há competências consolidadas ao longo dos anos, que têm não só que ver com competências hardmas também com competências soft, em que se destaca o sentido de orientação ao cliente. Em qualquer incidente que ocorra na SC, em que seja preciso intervir numa relação com o cliente, é muito frequente recorrermos a qualquer trabalhador, indistintamente, porque sabemos que está completamente disponível e aberto para resolver o problema daquele cliente. O foco no cliente é uma realidade da SC, desde sempre. Além desta competência, as pessoas têm também um sentido de compromisso fortíssimo: o Grupo EDP é, para a maioria delas, uma grande referência de vida. Quais são as maiores preocupações com este conjunto de 660 pessoas?

Temos alguns pontos fracos que têm que ver com a história da empresa. Como incorporámos pessoas que já estavam há muito tempo na EDP, na SC a idade média é de 50 anos e a antiguidade média de cerca de 28 anos. Temos apenas 1,5% de trabalhadores com menos de 30 anos. De 2007 a 2009 admitimos muito poucas pessoas novas. 50 o n

vai assumir uma importância crescente com a progressão da liberalização, uma vez que permite a gestão do cliente de “A a Z”. Além de prestarmos o serviço comercial directamente aos nossos clientes institucionais, asseguramos, como há pouco foi referido, a consistência de todo o suporte informático, que tem que ser poderoso, das cerca de 200 milhões de operações. E voltando às pessoas, para além de terem de saber fazer contratos, facturas, cobranças, etc., são, em geral, pessoas com boa formação tecnológica. São muito completas. O papel delas aqui, para além do coração e da alma, é um papel em que as competências hardtambém são fundamentais. Como se gere uma quantidade tão significativa de informação?

Quando falamos de uma realidade cada vez mais complexa, que é a que nos espera, a informação é fundamental, e nós temos que a organizar, analisar e disponibilizar aos nossos clientes. Mas só podemos assumir esta responsabilidade se os sistemas em que apoiamos a nossa actividade possuírem uma grande robustez e capacidade para sistematizar e produzir a informação necessária. Neste ponto de vista há um projecto iniciado em 2009 – o SIG (Sistema de Informação de

mos procurar as soluções mais avançadas para que as empresas do Grupo fidelizem os seus clientes. Vamos lançar a curto prazo, em parceria com a DRE e a DSI, um projecto que se chama e-Customer, no qual participam também várias outras entidades do Grupo e cujo objectivo principal é repensar toda a relação com o cliente e privilegiar as relações através da Internet, da utilização do telemóvel, etc. Todo o ciclo comercial tem de ser repensado e desmaterializado e a cultura e-business tem que ser uma realidade na EDP a curto prazo. E a SC quer ter neste desafio um papel significativo. Que planos há para os colaboradores?

Queremos continuar a fortalecer as competências e a motivação do corpo de colaboradores da EDP SC. Para tal, é fundamental que prossigamos, como até aqui, políticas de formação e de desenvolvimento das pessoas ajustadas às necessidades da SC, e delas próprias, e que as consigamos envolver nos objectivos da empresa de um modo cada vez mais consciente e participativo. Desejamos que as “nossas” pessoas sejam líderes nas boas práticas: seja na disponibilidade para a mobilidade funcional, como forma de aprender mais, seja na vontade de participar em projectos


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“indutores de felicidade” pessoal, como é o caso do programa corporativo Mais Conciliar. Pela nossa parte, tudo faremos para que todos trabalhem bem, sentindo-se bem. É o nosso compromisso. E relativamente aos accionistas?

Quanto aos accionistas, o desafio da convergência ibérica dos serviços comerciais - de que o contact centerde que falámos é um primeiro passo – está na ordem do dia, respeitando naturalmente o andamento da convergência prioritária em Espanha (HC e Naturgas). Manteremos o estudo cuidado das melhores soluções para o Grupo nesta matéria. Por outro lado, há importantes contributos para o Projecto OPEX II, que passam pela operacionalização de iniciativas que traduzem melhor gestão de fornecedores e automatização de tarefas. Também em termos de cultura Lean o contributo da SC é importante para o Grupo. Desde 2007 que a SC tem tido sucessivas “vagas” organizadas de intervenção a este nível e estamos já numa fase em que espontaneamente, nalgumas áreas da empresa, surgem iniciativas deste tipo; com estes movimentos tem sido possível semear a cultura de melhoria contínua e de combate ao desperdício, de um modo muito significativo. Qual será a abordagem para os clientes directos?

Ao nível dos nossos clientes directos, existe o tema do relacionamento. É necessário incrementar a nossa capacidade de articulação com eles. No âmbito da reorganização, reforçámos inclusivamente a função de “gestor de contrato”, um desafio que lançámos a dois quadros muito experientes da SC. Por outro lado, temos de ter em atenção toda a questão regulatória e assegurar que somos o garante do cumprimento desses desafios. E há ainda a questão de reforçar a nossa capacidade de venda. Num cenário de mercado liberalizado e concorrencial, somos obrigados a ter uma boa capacidade de venda, desde logo, na nossa rede de lojas, mas acreditamos que do lado dos agentes será também possível potenciar essa actividade. E também através do contact center. A actual quota de mercado da EDP Comercial no mercado residencial foi construída com o forte contributo da SC; temos que manter e desenvolver essa boa performanceem matéria de vendas. Um caso de sucesso é o da factura electrónica: em Portugal, a EDP é o Grupo que tem mais clientes com factura electrónica. Ultrapassámos a barreira dos 500 mil clientes agora em 2010. É uma forma diferente de prestar o serviço e potencia objectivos de maiores poupanças e sustentabilidade para o Grupo.

JOÃO MATOS FERNANDES Nascido no Porto, João Matos Fernandes, 36 anos, é casado e tem dois filhos. Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto, iniciou a sua carreira em 1997 como analista no research de acções do Banco Português de Investimento. Em 1999, foi assessor do Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, tendo regressado ao BPI no ano 2000 como responsável pela originação de operações de mercado primário de acções. Entre 2001 e 2006 integrou a equipa de Análise de Negócios / M&A da EDP, tendo participado em operações de aquisição e desinvestimento em diversas geografias e áreas de negócio. Entre 2006 e 2009 foi director de Planeamento e Controlo de Gestão da EDP Distribuição. É, desde Janeiro de 2010, administrador da EDP Soluções Comerciais.

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sustentabilidade R e s p o n s a b i l i d a d e p e lo m e i o a m b i e n t e

LÍDER MUNDIAL no

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Sustainability A EDP atingiu a liderança mundial nos índices Dow Jones de Sustentabilidade, no sector das Utilities. Um feito inédito que acontece pela primeira vez com uma empresa portuguesa

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á três anos consecutivos que a EDP integra, quer o Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World), quer o European Dow Jones Sustainability Europe Index (DJSI Europe). E, em cada ano, tem vindo a ganhar terreno neste rigoroso índice que integra empresas de todo o mundo, 318 empresas no World e 157 ao nível europeu . Se em 2009, a EDP tinha já atingido a liderança na Europa, agora, passou a estar, também, na liderança ao nível mundial no sector das Utilities. Num conjunto de 22 critérios, a EDP é "Best in class” em 10 critérios, distinguindo-se em seis por ter a pontuação máxima. António Mexia recebeu a notícia assim que chegou do Quénia, onde esteve de visita ao

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campo de refugiados de Kakuma, apoiado pela EDP, e partilhou de imediato com os colaboradores da EDP a sua satisfação pelos resultados alcançados. "É uma distinção que nos coloca como a empresa, no nosso sector e ao nível mundial, com o melhor desempenho nas questões ligadas à transparência e sustentabilidade, mostrando excelência na gestão económica, ambiental e social", referiu o presidente do CAE. "O projecto em Kakuma e a nossa posição de liderança mundial nos índices Dow Jones são os dois mais recentes exemplos de sucesso. A ambas as equipas, os meus parabéns e obrigado. São um motivo de orgulho para os mais de 12.000 colaboradores da EDP presentes em 12 países".

RAZÕES PARA SER A MELHOR Este ano, a EDP manteve uma posição destacada de liderança das práticas de Desenvolvimento Sustentável e é, pela primeira vez, “Best in Class” na Dimensão Social. Quanto à dimensão económica, a EDP continua a ser uma das melhores empresas do sector. De salientar a manutenção da pontuação máxima nos critérios Price Risk Management e Scorecards and Measurement Systems e, pela primeira vez, a posição de “Best in Class”, no critério Codes of Conduct/Compliance/Corruption&Bribery. O posicionamento da empresa na Dimensão Ambiental corresponde a uma melhoria do alinhamento com as práticas médias do sector e é o resultado dos esforços que têm sido desenvolvidos, quer na área da biodiversidade e da gestão ambiental, quer na estratégia relativamente a alterações climáticas. Destaca-se a pontuação máxima no critério Biodiversidade. A presença nos índices Dow Jones de Sustentabilidade é conseguida através de um rigoroso processo de avaliação realizado pelo SAM Group que incorpora um questionário com 113 questões e onde são apreciados, e evidenciados os aspectos fundamentais das três dimensões do Desenvolvimento Sustentável – a Económica, a Ambiental e a Social. Uma distinção que reflecte o trabalho de um grupo exemplar e o reconhecimento do compromisso assumido para com o desenvolvimento sustentável. Parabéns a todos!


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fundação* “Os Carros dos Presidentes - o Motor da República” é a exposição que a On recomenda nesta edição. Pode ser visitada no espaço exterior do Museu da Electricidade, até dia 17 de Outubro

Carros com muito Poder

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s carros dos Presidentes saíram dos museus e garagens onde estavam guardados e reuniram-se para contar, entre 28 de Julho e 17 de Outubro, as histórias que protagonizaram ao serviço da instituição presidencial. O local escolhido para esta reunião foi o espaço exterior do Museu da Electricidade, numa iniciativa conjunta entre Museu da Presidência da República e a Fundação EDP. Dos hipomóveis aos Cadillac e Rolls Royce, aparatosos carros antigos (objecto de curiosidade e colecção), aos modelos mais recentes ainda hoje em funções, esta exposição é um encontro de veículos e um encontro com a História. Através do automóvel, dos seus usos e representações, o visitante percorre os 100 54 on

anos da República Portuguesa. A exposição é composta por quatro núcleos: “Do Hipomóvel aos Pioneiros”; “O Estado Novo e as Viaturas de Aparato”; “A Democratização das Viaturas Presidenciais” e “O Presidente da República e as Forças de Segurança”. Com textos, fotografias e filmes de enquadramento, a exposição “Os Carros dos Presidentes – O Motor da República” apresenta, não só um valioso conjunto de automóveis que fazem o gosto de apreciadores e conhecedores deste meio de transporte, como constitui uma oportunidade, para os curiosos da História, de relembrar os 18 Presidentes da República e os seus mandatos, através dos veículos em que viajaram.


fundação edp

Portugal Arte 2010 - EDP Lisboa, Grândola, Portimão e Vila Real de Santo António, receberam, entre 16 de Julho e 15 de Agosto, a 1ª. Bienal Portugal Arte 2010 – EDP, uma mostra internacional de arte contemporânea que reuniu 246 artistas de 14 países (entre eles duas dezenas de portugueses), alguns consagrados, outros jovens revelações. No âmbito desta iniciativa, a Fundação EDP lançou, já em Setembro, o Prémio Internacional de Arte Pública, um galardão dirigido a artistas nacionais e internacionais, dedicado às obras de arte de dimensão pública - produzidas em Portugal e com materiais portugueses - por artistas consagrados e emergentes.

Trienal de Arquitectura de Lisboa

Tendo como objectivo a selecção da melhor proposta para concepção de uma unidade familiar em Luanda, a Trienal de Arquitectura de Lisboa lançou o concurso “A House in Luanda: Patio and Pavilion”.

O concurso, destinado a promover na capital angolana a habitação de custos controlados, foi feito em parceria com a Trienal de Luanda e foi o mais participado de sempre em Portugal. Foram recebidas 599 propostas e aceites 588. Destas, o júri (constituído por Álvaro Siza, Carrilho da Graça, Fernando Mello Franco, Barry Bergdoll e Ângela Mingas) seleccionou 30. Concorreram arquitectos de 44 países. Os cinco vencedores serão anunciados no decurso da exposição, que terá lugar no Museu da Electricidade, entre 28 de Outubro de 2010 e 16 de Janeiro de 2011.

Por essa altura, estará também em exposição no Museu da Electricidade o resultado de um repto lançado pela Trienal às escolas de arquitectura e de arquitectura paisagista. O desafio era trabalharem respostas para uma pergunta: como é possível a arquitectura contribuir para melhorar, em concreto, as condições de vida das pessoas do bairro da Cova da Moura, realidade complexa em termos sociais e culturais, oriunda de circunstâncias históricas peculiares e com um percurso atípico? Uma exposição a não perder!

Instituto EDP abraça novas instituições CONFIRA AS ENTIDADES: São Paulo - Associação Amigos do Projeto Guri, Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável, Grupo de Assistência à Criança com Câncer; Espírito Santo - Associação Ambiental Voz da Natureza, Associação dos catadores de materiais recicláveis de Guarapari, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Vitória, Bem Brasil - Instituto de Desenvolvimento Social, Sociedade dos Amigos do Vale do Castelo, Serviço de Engajamento Comunitário, Associação Comunitária; Mato Grosso do Sul - Girassolidário - Agência em Defesa da Infância e Adolescência; Tocantins - Associação de Arteducação e Meio Ambiente Casa da Árvore, Instituto Crescer para a Cidadania (Lajeado e Peixe)

Com objetivo de manter o compromisso da responsabilidade social, o Instituto EDP, por meio do EDP Solidária, realizou no dia 21 de Junho, em São Paulo, o “Diálogos EDP Solidária”, um evento que promoveu debates e anunciou os 14 programas que receberão o apoio do Instituto em 2010. António Pita de Abreu,

presidente da EDP no Brasil, lembrou que a educação é o suporte da sustentabilidade: “Só com a educação é possível tornar o mundo mais sustentável.” Em quatro anos, mais de 70 projetos com um investimento de 5 milhões de reais já foram beneficiados. on 55


ensaio fotográfico Fe st i va i s m a i s s u ste n t á ve i s

Verão ao ritmo EDP Pelo quarto ano consecutivo, a EDP marcou presença nos principais festivais de Verão. O objectivo foi aproximar as pessoas das temáticas da sustentabilidade e do uso eficiente da energia. A animação foi uma constante. Ficam alguns dos melhores momentos...

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Jamiroquai - Sudoeste TMN

Optimus Alive

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Florence and the Machine - Optimus Alive

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Deolinda - Cool Jazz

Diana Krall - Cool Jazz

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Salomon Burke e Joss Stone - Cool Jazz


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Mike Patton - Sudoeste TMN

La Roux - Optimus Alive

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Super Bock Super Rock

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Super Bock Super Rock

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em destaque VANDA MARTINS Directora da EDP Sucursal de España/Projecto Sharedp

Em que ano começou a trabalhar no Grupo? Trabalho no Grupo EDP desde 2000. Comecei o meu percurso na EDP Comercial, onde participei no arranque da liberalização do mercado eléctrico português, que considero uma experiência muito interessante. Os desafios são uma constante quando se participa na criação de uma empresa. O que mais me fascinou foi poder trabalhar com uma equipa jovem, talentosa e ambiciosa, que desejava fazer sempre mais e melhor. Cresci muito, como pessoa e profissional.

“As pessoas são o factor diferenciador das grandes organizações”

Qual foi o maior desafio? Em 2006, aceitei o convite para ir trabalhar para a Naturgas e iniciei, assim, o maior desafio profissional até ao momento. Mudei de país, de empresa, de área e passei a viver em Bilbau. Foi, claramente, uma grande mudança. É uma experiência que recomendo vivamente apesar de ter sido muito exigente. Mas é nas situações mais intensas que nos descobrimos melhor e evoluímos como um todo, nas várias facetas da nossa vida. O mercado energético em Espanha tem um dinamismo que exige uma rápida resposta dos vários players, tendo sido um dos atractivos da minha função de Directora do Suporte Comercial. Quais são as grandes diferenças entre a EDP e outras multinacionais? Ressalto os aspectos culturais como um factor diferenciador da EDP enquanto multinacional e que pode ser potenciado através da mobilidade. Na minha opinião, a mobilidade é um agente de crescimento, enriquecimento profissional e pessoal. É essencial existir no Grupo EDP o espírito para a adaptação à mudança, uma constante dos nossos dias.

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Como é estar envolvida num dos projectos mais ambiciosos do Grupo? Voltei em 2009 para embarcar em mais um desafio, que acredito ser transformacional para o Grupo EDP – o Macro-Projecto Sharedp. É ambicioso, enfocado nas pessoas, nos sistemas, nos processos e alinhado com o espírito EDP Way. É um projecto de partilha e junção de conhecimentos para criar uma nova organização de serviços multigeográficos, que venha dar o apoio necessário aos próximos ciclos do Plano de Negócios do Grupo EDP.

O que lhe trouxeram as experiências vividas até hoje? Reconfirmam o que os “bons professores”, com quem tive a sorte de me cruzar, foram demonstrando: as pessoas são o factor diferenciador das grandes organizações. Tem algum lema de vida? Qual? Adopto como um dos meus lemas de vida uma frase de Mahatma Gandhi – “A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita”.



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University Challenge

Dia da Inovação

Concerto da Biodiversidade

A EDP lança a 4ª edição do projecto "EDP University Challenge 10". O projecto destinado a alunos universitários é também lançado em Espanha, através da EDP Renováveis.

O Grupo EDP vai apresentar, no Pavilhão de Portugal, a todos os stakeholders, os últimos projectos de inovação da empresa.

Concerto de encerramento do Ano Internacional da Biodiversidade, organizado pela Faculdade de Ciência de Lisboa e patrocinado pela EDP. Local: Aula Magna, em Lisboa.

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Universidade EDP: Configuration Workshops Workshops temáticos com interlocutores responsáveis pelas várias áreas da Universidade EDP. 18

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Expo Energia 2010

Renewable Energy Fair

Energia Inteligente - Energia Eficiente é o tema da Expo Energia 2010, que se realiza no Centro Cultural de Belém, e que se centra na eficiência energética e na gestão inteligente da energia.

A primeira Feira de Energias Renováveis a realizar-se na Andaluzia, pretende informar e sensibilizar sobre a necessidade de actuar perante as alterações climáticas.

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Apresentação de Resultados 3º Trimestre A EDP Renováveis apresenta, em Madrid, os resultados alcançados de Junho a Setembro deste ano.

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Exposição Helena Vieira da Silva

Entrega de prémios, em Madrid, aos alunos que apresentaram projectos mais criativos relacionados com energias renováveis.

Promovida em parceria entre a Fundação Gulbenkian, a Fundação Arpad Szenes/Vieira da Silva e o Instituto Tomie Ohtake, esta exposição visa promover a cultura portuguesa no Brasil.

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Uma Cortina de Fumo Mármore e Vidro

Inauguração do gasoduto Bergara-Irún

Portugal e o Mar, a Nossa Aposta no Século XXI

A dupla André Romão e Pedro Neves Marques transpõe a encenação e cenografia do oráculo para a teatralidade. Até 21 de Novembro, no Museu de Electricidade.

O gasoduto Bergara-Irún constitui a segunda fase do Euskadour, infra-estrutura que assegurará o abastecimento energético do norte de Espanha e do sudoeste francês.

Conferência que contará com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Jorge Cruz Morais, administrador da EDP, abordará o tema energia offshore. 21

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