Pesquisa: Renan Filho tem 76% de aprovação

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Prefeitura e Braskem buscam mais 'mobilidade' > A-5 Reforma encontra resistência O governo federal quer fazer uma reforma administrativa para ignorar concursos e terceirizar o serviço público, mas a reação é grande dentro e fora do Congresso. Governo fala em melhorar serviço, mas objetivo é cortar gastos com pessoal. > A-4

edição PRIMEIRA

Mega-Sena acumula novamente Ninguém ganhou a Mega-Sena deste sábado (24). Foram sorteadas as dezenas 26 - 27 28 - 32 - 38 - 51. O próximo sorteio deverá ter prêmio de R$ 7 milhões. Quem cravou a Quina vai receber R$ 80 mil. Acertador da Quadra vai levar R$ 1.355.

Ano 13 | Edição 936 | Maceió, Alagoas, 26 de julho a 1º de agosto, 2021 | R$ 2,00

Pesquisa: Renan Filho tem 76% de aprovação > A-3 "Forças Armadas não entram em aventura", afirma o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo A dura reação de Renan Calheiros e Artur Lira a versão de golpismo: "Ameaça armada à democracia", afirma o senador > A-2 e A-4

RISCO DE TRAGÉDIA

Obra irregular em prédio na orla do Trapiche deve servir de ‘grave alerta’ Uma obra física irregular, que afetou a estrutura de um edifício da orla do Trapiche, chamou a atenção para uma prática perigosa e comum: as reformas internas em residências, prédios e lojas comerciais, executadas sem acompanhamento de engenheiro e sem autorização dos órgãos de controle da Prefeitura. > A-5 Primeira Edição

Ocupação hospitalar cai, mas a pandemia está longe de acabar A ocupação de leitos e UTIs exclusivos para paciente3s de Covid-19, que atingiu 97% no pico da 3ª onda, caiu para menos de 50%, graças ao avanço da vacinação e às medidas de distanciamento social, mas a pandemia não acabou. Casos de reinfecções e novas variantes ainda são um grande desafio. > A-5

fotos: Divulgação

Uso de máscara, distanciamento social e vacinação contêm o coronavírus e reduzem internações hospitalares

Vitória sobre Vitória, de virada, exibe novo CSA de Ney Franco O CSA do técnico Ney Franco continua evoluindo e, neste sábado (14) bateu o Vitória por 2x1 no Rei Pelé. Nesta 3ª feira (27) Azulão encara o Botafogo, no Rio de Janeiro, cumprindo jogo atrasado. > ESPORTES

Com estádio vazio, Olimpíada tem grande duelo no futebol feminino: Brasil 3x3 Holanda. Marta marcou o seu de pênalti

Restrições e medo da pandemia no Japão ofuscam brilho da Olimpíada Obra irregular afetou estrutura do ‘Via Costeira’ na orla do Trapiche

Olimpíada é sinônimo de festa, show, arte e apogeu dos esportes, mas os Jogos de Tóquio, abertos na sexta-feira (23) estão

sendo marcados pelo medo da pandemia em um Japão onde há forte resistência ao chamamento para a vacinação. > B-4

CRB receberá Ponte 2ª feira no Rei Pelé Após encarar o Sampaio Corrêa, neste domingo, em São Luís, o CRB vai receber a Ponte Preta, na próxima 2ª feira no Rei Pelé. > ESPORTES

Folha com CEF rende R$ 255 milhões ao Estado > A-2 Fale conosco | Redação: (82) 9.9143-2653 | Comercial: (82) 9.8728-7819 | Assinante: (82) 9.8728-7819 | Internet: http://www.primeiraedicao.com.br | e-mail: contato@primeiraedicao.com.br


Primeira Edição | 26 de julho a 1º de agosto, 2021

A2 | Política

'PEC Pazuello' quer evitar mau uso das Forças Armadas, afirma Rebelo

S E R ITA OS' L I 'M ÍTIC POL

Político alagoano, ex-ministro da Defesa afirma que que ônus recairá sobre o presidente Bolsonaro

Entrevista a O Globo

A "PEC do Pazuello", como foi apelidada a Proposta de Emenda à Constituição que proíbe a participação de militares da ativa em cargos do governo, conta com o apoio de cinco ex-ministros da Defesa brasileiros, como Aldo Rebelo, que serviu sob a gestão Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao jornal O Globo, Rebelo classificou o fato de o Exército não ter punido o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por participar de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como um "erro" e "dá a imagem de que a indisciplina é permitida dentro dos

quartéis". A PEC "é justamente para regular e evitar o mau uso das Forças, como acontece no atual governo", disse o ex-ministro da Defesa do governo Dilma. Ele disse não acreditar que o problema esteja na participação de militares no governo, "mas o uso para finalidades político-partidárias". "O problema é termos um militar da ativa que sobe em palanque para fazer campanha de um potencial candidato à Presidência, como ocorreu no caso do ministro Pazuello", acrescenta. A falta de punição a esse ato do ex-ministro da Saúde em apoio a Bolsonaro, para Rebelo, é um "habeas corpus para

fotos: Divulgação

Para Aldo Rebelo, Forças Armadas não entrarão em aventura golpista

indisciplina". Questionado se as Forças

Armadas vão arcar com as omissões na Saúde e o descon-

trole da pandemia da covid-19, ele avaliou que os erros sobre esse tema vão recair sobre Bolsonaro. "Pazuello não estava comandando uma unidade militar, ele deve responder como ministro da Saúde. Por mais que afete a imagem das Forças Armadas, o ônus vai se abater sobre Bolsonaro", avalia Rebelo. Apesar de ser crítico à gestão do presidente e de seu exministro da Saúde, Rebelo é contra a generalização das Forças. "A CPI (da Covid) também não pode atribuir às Forças Armadas crimes de um integrante do Exército que não estava exercendo as fun-

ções no ministério em nome dos militares", afirmou. Isso porque os supostos crimes teriam ocorrido fora dos quartéis. Já a instituição militar, segundo o ex-ministro da Defesa, deve tentar se distanciar de qualquer membro que tenha ações ilegais. Sobre as falas de Bolsonaro que indicariam vontade de usar o poder militar contra a democracia, Rebelo acredita que elas são demonstrações de fraqueza e insegurança. "Não vejo a menor possibilidade e nem qualquer intenção das Forças Armadas em embarcar em uma aventura de violação da Constituição", asseverou o político alagoano.

> REFORMA FEDERAL

Servidores vão 'marcar' deputado que votar contra direitos da classe Primeira Edição

Capitaneados pelo presidente da Câmara, Artur Lira, deputados de Alagoas e do resto do País se mobilizam para reunir votos suficientes à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional da reforma administrativa, a chamada PEC 32, e fazem uma aposta que, se não vingar, vai fulminar muitos projetos de reeleição. O governo federal (leia-se ministro Paulo Guedes, da Economia), tenta em vão conseguir vender a ideia de que a reforma

tem por objetivo melhorar a prestação do serviço público, quando, na verdade, busca economizar R$ 6 bilhões de reais em 10 anos. Ou seja, não tem patriotismo nem essa de qualificar o serviço público, até porque ainda não foi concebida uma fórmula mais eficaz do que o concurso para escolher a melhor mão-de-obra. Então, publicamente, afirma-se exatamente isso: a reforma vai acabar com vícios e vai criar um sistema para melhor atender a população, por mais

Paulo Guedes quer reforma que vai, ao final, terceirizar o serviço público

risível que isso possa parecer. Nos bastidores, entretanto - e é na conversa de pé de ouvido que a coisa funciona - o papo é outro: "Olha, a reforma vai economizar muito dinheiro e, claro, parte dessa grana pode e deve ser destinada ao pagamento de nossas emendas orçamentárias. Logo, veja o que lhe serve mais: dinheiro para gastar em função da reeleição ou o apoio dos servidores". As verbas de emendas são mais convincentes, mas os deputados sabem também que

o País tem hoje mais de 11,5 milhões de servidores públicos federais, estaduais e municipais, e que cada funcionário tem pais, irmãos, filhos, sobrinhos - muitos, muitos eleitores prontos para dar respostas nas urnas. Sindicatos que representam os servidores alagoanos acompanham com atenção o andamento da PEC 32 na Câmara Federal e vão se mobilizar, na hora certa, para denunciar publicamente - com painéis nas ruas - os deputados que votarem contra o segmento.

Com eleição à vista, aprovar PEC é desafio Instalada em junho, a Comissão Especial que discutirá a reforma administrativa (PEC 32/2020) tem o desafio de lidar com lobbies poderosos no Congresso Nacional. Apesar do interesse do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em

avançar nas discussões, deputados são cautelosos ao avaliar o alcance da reforma, enquanto categorias de servidores criticam o teor do texto apresentado pelo governo e não veem a menor condição de a proposta ser aprovada, especialmente às

vésperas de ano eleitoral. Um ponto crítico na PEC 32 é a não inclusão dos chamados "intocáveis": juízes, procuradores, parlamentares e militares. Essas classes tiveram benefícios mantidos e até receberam aumentos nos subsídios. Os inte-

grantes da Comissão adotam cautela ao comentar essa questão. As entidades representativas dos servidores têm outro ponto de vista. Criticam o teor da proposta encaminhada pelo governo, temem o sucateamen-

to do serviço público não veem interesse genuíno dos parlamentares em discutir tema de notório desgaste político. Afirmam que continuam lá os terceirizados, as contratações por tempo indeterminado, não se sabe quem são as carrei-

ras de Estado e os privilégios foram mantidos. Apesar da insistência de alguns, os parlamentares estão com receio e já entenderam que não será bom para eles votar essa proposta dado o impacto que terá nas eleições de 2022.

> CAIXA VENCE

Conta única com folha salarial rende R$ 255 milhões ao governo alagoano Primeira Edição com Assessoria

O governo de Alagoas acaba de reforçar o caixa da Secretaria da Fazenda com a concessão da conta punica e a folha salarial - através da concorrência pública - operação que rendeu R$$ 255 milhões aos cofres do Estado, dinheiro que, pelo critério definido, será integralmente destinado a investimentos. Na concorrência, a Caixa Econômica Federal venceu o Banco do Brasil, sendo que as propostas foram apresentadas no prédio-sede da Secretaria da Fazenda (Sefaz-AL) na sexta-feira (23). Todo o processo foi conduzido por servidores públicos do Estado, inclusive auditores do último concurso da SefazAL. Os mais de 75 mil servidores, entre ativos e inativos, per-

manecerão recebendo pela Caixa Econômica. O prazo máximo da contratação é de cinco anos, conforme legislação vigente. O Estado terá uma economia de 60% nas tarifas bancárias de arrecadação, além de aumento concorrencial dos consignados, pois todos os bancos podem fazer esse empréstimo com prazo de até 120 meses para os servidores públicos. A superintendente do Tesouro Estadual, Karine Silva, explica que após análise financeira realizada no órgão, estipulou-se o preço mínimo para compra da conta única e folha do Estado. "Assim seria assegurada uma receita extraordinária mínima gerada a partir da venda, o que resulta em aumento da RCL [Receita Corrente Líquida], impacto sobre relação de dívida, indicadores

George Santoro comemora operação com folha e conta única que rende R$ 255 milhões para investimentos

fiscais positivos e um caixa no fim do ano". "O processo transcorreu com toda transparência e lisura. Os dois bancos tiveram acesso a todas as informações.

A Caixa Econômica tem parceria com o Estado desde 1999, então são mais de 20 anos sendo a responsável pela folha pública de Alagoas. Apresentamos uma proposta superior

à mínima e nos tornamos vencedores. Agradecer e parabenizar o Governo do Estado pela condução do processo e dizer que vamos continuar fomentando a economia de Alagoas",

superintendente de Rede da CEF, Fares Haum Junior. O secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, enfatiza o quão positivo é essa parceria com o banco por possibilitar novos investimentos, fortalecendo o caixa do Estado. Há ainda vantagem para o banco responsável pelo pagamento da folha do poder público que é a possibilidade de ampliação de negócios, com a oferta de serviços aos servidores. "Por um lado, viabiliza uma reserva no caixa. Por outro, temos funcionários públicos que vão demandar serviços bancários em praticamente todas as cidades alagoanas. Então, para esse banco que ganhou a folha é como se ele levasse em cada uma dessas cidades um grupo de clientes que são os servidores públicos", ressalta.


Primeira Edição | 26 de julho a 1º de agosto, 2021

Política |A3

> IBRAPE Romero Vieira Belo

Enfoque Político Jornalismo é, antes de tudo, a busca da verdade

Nem Jair Bolsonaro sai, nem Artur Lira assume A recente internação hospitalar do presidente Jair Bolsonaro fez emergir com força uma questão crucial ainda não definida: se Bolsonaro se licenciar e, circunstancialmente, o vice Hamilton Mourão não puder assumir (poderia estar doente ou viajando) quem ocupará a presidência da República? Em situação de normalidade, a resposta seria 'Artur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e, portanto, o segundo na linha sucessória presidencial, vindo logo após o vice-presidente', mas há um óbice a considerar: no Supremo Tribunal Federal existe decisão que impede a posse na presidência da República de alguém que esteja, na condição de réu, respondendo a processo perante a Suprema Corte, a exemplo do deputado alagoano. Mas, como a Justiça não é o mesmo que a matemática, e o Supremo é uma instituição multicor - ou seja, pode mudar seu matiz decisório a qualquer momento, inclusive sob influência de interesses políticos e institucionais - a Corte Maior de repente pode autorizar Artur Lira a se investir no cargo de presidente. Situação resolvida? Não, porque depois da solução judicial vem algo mais complicado no terreno político. E aí se pode dizer que Lira não assumirá a presidência, por uma hora sequer, considerando o risco político que isso representaria para Bolsonaro, hoje totalmente fragilizado e sem nenhuma condição de conter um processo contra ele dentro do Parlamento. Como assim? Se o capitão se licenciar do cargo - para se tratar ou viajar - e, na ausência do vice Hamilton Mourão, Artur Lira assumir o Palácio do Planalto, o deputado Marcelo Ramos, do PL do Amazonas, assume a presidência da Câmara e, pelo que já andou sinalizando, atende um dos 127 pedidos de abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro. Simples assim. Claro que, se isso acontecesse, tanto Artur Lira como o bloco do Centrao - que hoje dá sustentação política ao presidente esqueceriam Bolsonaro e já passariam a 'conversar' com o 'presidente Hamilton Mourão', isso, por motivo elementar: na situação em que se encontra, a chance de Jair Messias reverter o seu impedimento seria, com toda certeza - nenhuma. RELATÓRIO DA CPI SERÁ UMA PEÇA TÉCNICA Anote para conferir ao término dos trabalhos da CPI da Pandemia: o relatório do senador Renan Calheiros será uma peça essencialmente técnica baseada em documentos e provas robustas de desvios de recursos e jogo de propina dentro e no entorno do Ministério da Saúde. Lembrando: Renan é formado em Direito.

Renan Filho é aprovado por 76% dos alagoanos, segundo pesquisa Já Bolsonaro tem reprovação de 61% dos entrevistados, de acordo com instituto fotos: Divulgação

Primeira Edição

Assim como revelado em pesquisas de opinião e intenção de voto divulgadas nos últimos anos, o governador Renan Filho permanece com alto nível de aprovação popular, o que atesta o reconhecimento da grande maioria dos alagoanos ao trabalho que vem sendo realizado também no seu segundo mandato. De acordo com a mais nova pesquisa do Instituto Ibrape, divulgada na quintafeira, 22 de julho, 76% dos alagoanos aprovam a forma como Renan Filho está governando e administrando os negócios do Estado. Trata-se de um índice altíssimo, considerando que ficam apenas 24% para os que reprovam o governo e para os que não quiseram responder. Conforme o levantamento do Ibrape, 7% dos alagoanos consideram o governo de Renan Filho ótimo, 58% reconhecem como bom, 17% acham re-

Com recorde de aprovação popular, Renan Filho tem nome cogitado para oSenado e até sucessão presidencial

gular e 9% consideram ruim, segundo os números divulgados pelo site 'Cadaminuto'. A pesquisa ouviu 2 mil eleitores (somente pessoas com 16 anos ou mais) nas regiões Agreste, Zona da Mata, Sertão, Litoral Sul, Litoral Norte e Grande Maceió.

BOLSONARO

A mesma sondagem constatou que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro vem caindo entre os alagoanos, principalmente com relação à maneira como ele está conduzindo o país. Segundo o Ibrape, 61% dos alagoanos rejeitam a forma e as

decisões tomadas pelo presidente na condução da administração do país, sendo que a rejeição ao presidente também aumentou: 35% dos eleitores consideram péssimo o comportamento do presidente, enquanto 20% acham ruim, 10% regular e 6% ótimo.

Os três caminhos do governador Com aprovação popular recorde ao governo e à maneira como conduz o Estado desde janeiro de 2015, Renan Filho tem capital político para disputar qualquer cargo em Alagoas, mas também já foi lembrado até para concorrer à presidência da República. Seu segundo mandato termina no dia 31 de dezembro do próximo, mas, se quiser concor-

rer às próximas eleições, ele terá de renunciar ao cargo até 31 de março, cumprindo assim o que prescreve a lei da desincompatibilização. Pelo cenário que se desenha com vistas às urnas de 2022, analistas e observadores políticos acreditam que Renan Filho sairá candidato ao Senado - disputando a vaga hoje ocupada pelo senador Fernando Collor -

, mas seu nome também tem sido cogitado para compor, como vice, a chapa de Lula na disputa da presidência da República. Uma outra hipótese, o terceiro caminho aberto para Renan Filho seria prosseguir no cargo e cumprir integralmente o mandato. Assim, ele está diante de três opções: seguir no mandato, disputar o Senado ou

concorrer à sucessão presidencial como vice de Lula. Recordista em obras que contemplam a saúde, educação e segurança - e elogiado até pelos críticos pela forma como lidera o enfrentamento à pandemia de Covid-19, Renan Filho está livre para decidir seu futuro político com amplo apoio da maioria dos eleitores alagoanos.

> CENÁRIO

Sucessão em Alagoas deverá confrontar blocos poderosos Editoria de Política

Vice de Lira, Marcelo Ramos abrirá impeachment, se assumir a Câmara

CONTRA A SANGRIA DO FUNDÃO ELEITORAL Contrário ao 'pulo do gato' do fundão eleitoral, cujo valor astronômico o Congresso, sorrateiramente, triplicou, o senador Renan Calheiros disparou: "E por falar em facadas e hemorragias, o presidente tem a prerrogativa de vetar a facada do fundão eleitoral que vai sangrar o Brasil em R$ 5,7bi.". RENAN FILHO É A BOLA DA VEZ PARA 2022 Com obras inauguradas ou em andamento em todas as regiões do Estado, com avanços históricos na Segurança, Saúde e Educação - e com extraordinária ampliação da malha rodoviária estadual - Renan Filho é avaliado hoje como opção natural para concorrer à vaga de senador ocupada atualmente por Fernando Collor. DE GOVERNADOR A VICE-PRESIDENTE? Mas, como o momento é de 'especulação' em todos os escaninhos do cenário político nacional, Renan Filho também está tendo o nome cogitado para compor, como vice, a chapa que deverá ser encabeçada pelo ex-presidente Lula, hoje o nome mais forte para disputar a sucessão de Jair Bolsonaro em 2022. RONALDO LESSA E UMA HIPÓTESE COGITADA O 'ex-quase-tudo' (só não exerceu ainda o mandato de senador), Ronaldo Lessa tem cacife para concorrer ao governo, ao Senado e a deputado federal. Mas, se não disputar nenhum mandato e o prefeito JHC sair para governador - e se der bem - Lessa assumirá pela segunda vez o cargo de prefeito de Maceió. UMA PERGUNTA PARA CALAR O PRESIDENTE Quando diz que houve fraude no 1º turno da eleição presidencial de 2018, Bolsonaro comete um erro primário de raciocínio ao provocar uma indagação crucial: por que será que fraudaram a eleição que não decidia, mas não fraudaram a que decidiu?

Mesmo com discretíssima atuação no Congresso Nacional, o senador Rodrigo Cunha (PSDB) deverá concorrer ao governo de Alagoas na sucessão do próximo ano e, como todo mundo sabe, contará com o apoio do prefeito João Henrique Caldas, o JHC, que teve o respaldo do representante de Arapiraca para conquistar a Prefeitura de Maceió no ano passado. Cunha representará, dessa forma, o bloco político que reúne o PSDB e o PSB, partidos que não se confrontaram na sucessão municipal de 2020, aqui em Maceió, uma vez que o tucanato preferiu não apresentar concorrente. Por isso, o senador arapiraquense terá de trabalhar mais no Congresso, buscando carrear recursos para obras na capital, de modo a ajudar JHC a fazer uma gestão operosa, capaz de motivar o eleitorado na hora em que pedir voto para Rodrigo Cunha. Outro grupo que se prenuncia fortíssimo para disputar a reeleição de Renan Filho é o liderado pelo deputado Artur Lira, do PP, partido que elegeu o maior número de prefeitos

Rodrigo Cunha poderá disputar o governo em 2022

em Alagoas, em 2020, perdendo apenas para o MDB do senador Renan Calheiros. Oportuno destacar que o poderio do bloco liderado por Lira ganhou musculatura - e muita influência junto ao governo federal - com a eleição do deputado alagoano para presidência da Câmara Federal. Candidato do Planalto, Lira ganhou cacife para reivindicar o que quiser ao presidente Jair Bolsonaro, sobretudo porque depende dele colocar em pauta ou manter engavetados deze-

Prefeito JHC será forte aliado de Cunha nas eleições

nas de pedidos de abertura de processo de impeachment contra o chefe do governo. O outro bloco muito poderoso reunirá os partidos e lideranças que apoiam o governador Renan Filho (MDB), cuja gestão é aprovada pela grande maioria dos alagoanos, segundo todas as pesquisas de opinião divulgadas até agora. Analistas políticos avaliam que, ao contrário da campanha do ano passado em Maceió, a continuidade da obra desenvolvida por Renan Filho, no

plano estadual, tem tudo para receber o apoio do eleitorado menos preocupado com disputas políticas e mais voltado para ações que continuam a desenvolver o estado. O grupo governista ainda não tem nome para a corrida sucessória, mas observadores da cena política alagoana lembram Alfredo Gaspar (atual secretário de Segurança Pública) e Maurício Quintela, secretário do governo Renan Filho, ex-deputado federal e ex-ministro dos Transportes do governo Michel Temer.


Primeira Edição | 26 de julho a 1º de agosto, 2021

A4 | Nacional

AO A T L O V SADO PAS

Bolsonaro se agarra ao Centrão e se defende: "Pela governabilidade" Presidente afirma que é ‘obrigado e fazer isso’ e lembra que povo foi quem elegeu atuais deputados fotos: Divulgação

Bolsonaro esquece campanha e assume de uma vez: “Sou Centrão”

Discreto, Mourão diz que eleitor se sentirá confuso com Centrão no poder

> MAIS TURBULÊNCIA

Senador Renan rebate "ameaça armada à democracia brasileira" PE com IstoÉ

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) comentou a ameaça que o ministro da Defesa, Braga Netto - segundo matéria publicada e reiterada pelo jornal O Estado de S. Paulo - teria feito às eleições de 2022: conforme o Estadão, o ministro da Defesa teria dito ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, se não houver a implementação do voto impresso, o pleito não será realizado. No Twitter, o senador Renan afirmou que a suposta declaração de Braga Netto é uma "ameaça ar-

Renan Calheiros vê ‘ameaça armada’ contra a democracia brasileira

mada" à democracia. "A democracia brasileira

é alvo de uma gravíssima ameaça, agora revelada.

Ameaça armada, tentativa de amedrontar pelo terror. Braga Netto se revela: foi colocado onde está exatamente para isso, para ameaçar as instituições democráticas". Em uma outra publicação, o senador do MDB alagoano criticou o presidente Jair Bolsonaro. "Bolsonaro quer manter a sociedade refém de sua obsessão continuísta. A população não o quer mais, mostram as pesquisas. O Congresso não deve admitir isso. O Senado, a Câmara dos Deputados e o Judiciário não podem ser ameaçados".

Lira diz a Bolsonaro que não conte com seu apoio a golpe Após o Estadão revelar a ameaça que um interlocutor do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, levou ao presidente da Câmara, Arthur Lira, condicionando a realização das eleições de 2022 à adoção do voto impresso, o líder da Câmara se manifestou para garantir que o pleito ocorrerá no ano que vem e que as eleições serão realizadas normalmente, por meio do "voto popular, secreto e soberano". Já o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou a informação afirmando que

"não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores" e tratase de uma "desinformação que gera instabilidade entre os Poderes da República, em um momento que exige a união nacional", mas o Estadão manteve as informações publicadas. Segundo o Estadão, no último dia 8, uma quinta-feira, Artur Lira recebeu um duro recado de Braga Netto, por meio de um interlocutor político. O general pediu para comunicar, a quem interessasse,

que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Ao receber a ameaça, Lira considerou o recado grave e procurou o presidente Jair Bolsonaro. Teve uma longa conversa com ele, no Palácio da Alvorada. De acordo com relatos obtidos pelo Estadão, o presidente da Câmara disse ao chefe do Executivo que não contasse com ele para qual-

quer ato de ruptura institucional. Pelo Twitter, Arthur Lira procurou não se manifestar sobre a ameaça que recebeu. "A despeito do que sai ou não na imprensa, o fato é: o brasileiro quer vacina, quer trabalho e vai julgar seus representantes em outubro do ano que vem através do voto popular, secreto e soberano", escreveu. "A últimas decisões do governo foram pelo reconhecimento da política e da articulação como único meio de fazer o País avançar".

Ministro defende voto impresso mas nega 'movimento golpista' Na manhã de quinta-feira (22) o ministro Braga Netto chegou a classificar as informações como "invenção" ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto. Depois, por meio de nota oficial, declarou que "o Ministério da Defesa reitera que as Forças Armadas atuam e sempre atuarão dentro dos limites previstos na

Constituição". Ao comentar especificamente do voto impresso, tema que foi levado por seu interlocutor a Arthur Lira, o ministro da Defesa defendeu a proposta, que é pauta central nos planos do presidente Jair Bolsonaro. "Acredito que todo cidadão deseja a maior transparência e legitimidade no processo

de escolha de seus representantes no Executivo e no Legislativo em todas as instâncias", afirmou. "A discussão sobre o voto eletrônico auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo Governo Federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema."

A nota afirma ainda que a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira "são instituições nacionais, regulares e permanentes, comprometidas com a sociedade, com a estabilidade institucional do País e com a manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro".

Correio Braziliense

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, nesta sextafeira (23) sua aliança com o Centrão. Segundo o mandatário, a aproximação como o bloco é necessária por conta da "governabilidade". Ele destacou ainda que é "obrigado" a formar a coalizão e que, "com apenas 150 deputados, não iria a lugar nenhum". As declarações foram concedida à Rádio Grande FM. "Quando coloco aqui um político ou militar, sempre existe crítica. Tenho que arrumar uma maneira de melhor organizar o ministério e fazê-lo mais proativo para a gente aprovar nossas propostas. É como eu tenho dito, a palavra Centrão é pejorativa. Eu fui do PP por aproximadamente 20 anos e o Centrão ou partidos de centro têm na ordem de 200 deputados federais. Se eu rejeitar esses 200, fico com 300. Desses 300 que sobram, tem metade que é do PT, PCdoB, PSOL, Rede, Cidadania, que não têm realmente nada em afinidade conosco e sempre votaram contra a gente", alegou. "Tirando os partidos e centro e de esquerda, sobrariam 150 deputados. Com 150, não vou a lugar nenhum. Então, a minha aproximação com os partidos de centro é pela governabilidade. Eu sou obrigado a

fazer isso daí. Como eu disse lá atrás, se alguém tem alguma bronca contra algum parlamentar, foram vocês que colocaram eles aqui dentro", justificou. Bolsonaro também afirmou que sua filiação ao Progressistas é uma "possibilidade". Ontem, ele acenou ao bloco dizendo "eu sou do Centrão".

"CONFUSÃO"

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, na manhã desta sexta-feira (23/7), que os eleitores do presidente Jair Bolsonaro podem se sentir "confusos" com a aliança cada vez mais profunda entre o mandatário e os blocos de centro. O general também comentou a declaração de ontem do mandatário que afirmou: "Eu sou do Centrão". "O eleitor que é o eleitor do presidente Bolsonaro, vamos dizer assim, que é uma parcela de 25%, 30% da população, ele olha a pessoa, independentemente do partido em que ele está. Agora, a outra parte dos eleitores que também votaram no presidente e, aí foi uma questão mais programática e, vamos dizer assim, de visão de futuro para o país, esses podem até se sentir um pouco confundidos. Isso vai depender obviamente, então, das ações daqui para lá", ressaltou.

> EM BRASÍLIA

O estranho episódio da deputada que apareceu espancada em sua casa Correio Braziliense

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) descartou a possibilidade de que o marido dela, Daniel França, tenha sido o responsável pelas agressões que a parlamentar diz ter sofrido na madrugada de quintafeira (22) e que a deixaram com traumas em diferentes partes do corpo, além de cinco fraturas na face e uma na coluna. A congressista criticou quem está acusando o marido dela de violência doméstica e disse que ele nunca seria capaz de uma atitude dessas. "O que foi feito aqui foi coisa de profissionais, não de amadores. Eu não tenho o perfil mocinha indefesa que sofre violência doméstica. Eu enfrentaria e denunciaria. Ademais, é fácil eu dar uma sova nele caso tentasse algo", garantiu Hasselmann, em uma publicação

nas redes sociais. A parlamentar ainda disse que "esse tipo de ilação só ajuda os criminosos" e afirmou que seria a primeira a denunciar se fosse vítima de algum episódio de violência doméstica. "Que irresponsabilidade. Uma ilação dessas é criminosa. Não sou mulher de malandro e seria a primeira a denunciar qualquer agressão, seja de marido, irmão, pai ou quem quer que seja", escreveu. Além de isentar o marido de qualquer culpa, Hasselmann destacou que foi ele quem a salvou. "Meu marido, médico, foi quem me socorreu. Se estou viva e não afogada numa poça de sangue é por ele. Não vou permitir injustiças e calúnias em cima de gente decente, honesta, nobre. Em cima de um homem que daria a vida por mim. Isso é pura canalhice especulatória."

Deputada Joice Hasselmann acordo ‘espancada’, e na própria residência


Primeira Edição | 26 de julho a 1º de agosto, 2021

EM S A ÃO R B S O S I M PER Primeira Edição O caso da 'obra mal sucedida' numa das três torres localizadas na Av. Assis Chateaubriand, na orla do Trapiche, é só a ponta do iceberg, pois as reformas de residências, lojas comerciais e apartamentos ocorrem incessantemente - em ambientes internos, fechados e 'invisíveis' - sem conhecimento dos órgãos de controle da Prefeitura, Defesa Civil e Conselho de Engenharia. No edifício em questão, que integra um residencial com três blocos de 12 andares ocupados há cerca de seis anos, a dona de um dos apartamentos contratou mão-de-obra para reformar a cozinha, sem nenhuma licença, e o 'quebra-quebra' acabou por atingir um pilar causando danos à estrutura.

Geral | A5

Risco de tragédia em torre na orla do Trapiche deve servir de ' grave alerta' Reforma atingiu pilar de apartamento em prédio de 12 andares e provocou ordem de evacuação Primeira Edição

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (CREA-AL) notificou e autuou a proprietária do apartamento responsável pela obra irregular e chegou a recomendar a evacuação do prédio, o que não aconteceu. PEDREIRO NA OBRA Rosa Tenório, presidente do CREA-AL, informou que parte do pilar da cozinha foi retirada sem que houvesse autorização e nem alvará com liberação da Prefeitura. "Um pedreiro é que estava na reforma, quando o certo seria um engenheiro", disse acrescentando que engenheiros recomendaram o imediato escoramento do pilar no apartamento, bem como no andar inferior. Embora moradores do conjunto afirmem que "já está tudo

Com obra irregular, edifício chegou a receber ordem de total evacuação

normalizado", uma equipe enviada pela Defesa Civil de Maceió também chegou a recomendar a desocupação do edifício após constatar 'risco de colapso na estrutura'. SECRETARIA EM AÇÃO O problema foi levado ao conhecimento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas e ainda ao Corpo de Bombeiros Militar da capital. A direção do CREA informou que vai lavrar auto de infração contra o casal que mandou executar a obra irregular, salientando que o condomínio, através do síndico, que seria corresponsável, também será notificado e autuado em face da ocorrência.

TRAGÉDIAS

Esse episódio, que poderia ter provocado uma tragédia como tantas outras que já aconteceram em edifícios reformados de maneira irregular, deve servir de advertência, chamando atenção para algumas questão essenciais: 1 - reforma na estrutura física de imóveis - seja residência, loja comercial ou apartamento só pode ser realizada sob autorização da Prefeitura e com obra executada por engenheiro; 2 - conjuntamente, Prefeitura, Defesa Civil Municipal e Corpo de Bombeiros devem responsabilizar os síndicos dos edifícios, a quem cabe acompanhar, nos limites dos prédios, toda e qualquer movimentação visando reformas na estrutura física.

> COVID EM ALAGOAS

Ocupação hospitalar é inferior a 50%, mas fim da pandemia ainda está longe PE com Agência Alagoas A combinação de dois fatores - vacinação em massa e medidas de distanciamento social, com fechamento parcial da economia no auge da terceira onda - produziu em Alagoas o efeito que o governo esperava: diminuição de contágios, redução da taxa de mortalidade e queda no percentual de ocupação hospitalar. Os dados mais recentes não deixam dúvida: a taxa de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exclusivos para o tratamento da da Covid-19, voltou a registrar queda em toda rede hospitalar do Estado pública e particular. O último boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesau), na quinta-feira (22), o percentual de ocupação das UTIs para Covid, que che-

gou a atingir 97%, é de 49%. Um índice abaixo dos 50% não era visto na Rede Pública de Saúde desde o dia 31 de janeiro deste ano, de acordo com informações da Central de Regulação de Leitos de Alagoas. Na semana retrasada, a taxa de ocupação de leitos de UTI foi menor do que 60%, o que não se via em Alagoas desde o mês de fevereiro. Na quinta-feira (22), das 400 vagas de UTI destinadas para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 194 estavam ocupadas. Para Alexandre Ayres, secretário da Saúde, a redução na taxa de ocupação de leitos de UTI se repete pelo avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19. "Mais uma vez Alagoas é exemplo para o Brasil no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Com a ampliação de leitos hospitalares, o

Primeira Edição

coronavírus, evitando as aglomerações, higienizando as mãos e usando máscara ao sair de casa.

MAIS LEITOS

Uso de máscara, medidas restritivas e vacinação reduzem ocupação hospitalar e ajuda retomada da economia

avanço da campanha de vacinação e, seguindo sempre a ciência, estamos reduzindo a

ocupação dos leitos exclusivos para Covid-19 na Rede Pública de Saúde", ressaltou Ayres, ao

apelar para que a população continue mantendo as medidas de prevenção contra o novo

Uma das principais medidas implementadas pelo Governo de Alagoas, por meio da Sesau, foi a ampliação de leitos exclusivos para o tratamento de pacientes contaminados pela Covid-19. Os maiores esforços foram para abrir as vagas em UTI para garantir assistência aos pacientes com a forma mais grave da doença. Durante a pandemia, foram abertos 400 leitos públicos de UTI em 20 hospitais, que estão localizados nos municípios de Porto Calvo, Arapiraca, União dos Palmares, Santana do Ipanema, Penedo, Coruripe Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Delmiro Gouveia e Maceió.

> REGIÃO DO PINHEIRO

Prefeitura e Braskem discutem como melhorar mobilidade na área instável PE com Assessoria Representantes da Prefeitura de Maceió e da petroquímica Braskem se na quinta-feira (22), na sede da gestão municipal, em Jaraguá, para discutir providências no sentido de melhorar a mobilidade nas áreas afetadas pela instabilidade do solo na região do bairro do Pinheiro. O coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros), Ronnie Mota, disse que as soluções devem superar o isolamento de um trecho da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, nas imediações do Mutange, levando em consideração o planejamento para o futuro da ca-

pital. Ele entende que a instabilidade geológica ocasionou isolamento de uma das três vias de transporte e trânsito da capital que cortavam a cidade no sentido Norte/Sul. - Além disso -p observou houve uma interrupção abrupta no serviço do VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], que perdeu um trecho do seu trilho em decorrência do problema. Então, esses projetos têm que considerar a sobrecarga gerada em vias como a Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, mas tem que considerar também o planejamento para o futuro de Maceió". As soluções, que ainda estão na fase de planejamento, consideram dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de

Divulgação

Reunião discutiu medidas para melhorar mobilidade nas áreas atingidas pelos efeitos da instabilidade do solo

Geografia e Estatística (IBGE), mapeamento telefônico, informações de origem e destino e mapas socioeconômicos de Maceió. Entre as propostas, estão a modernização da rede

semafórica, duplicação de vias, requalificação de vias estruturantes e a construção de uma nova via que ligue diversos bairros. Para Gardênia Nascimen-

to, secretária-adjunta de Estratégia e Projetos Estruturantes da Secretaria de Governo, as propostas são uma primeira etapa na reparação, mas ainda deverão passar pelo crivo da

Prefeitura e atender a legislação. "A ideia inicial é trabalhar em cinco etapas, que terão que ter a aprovação do município e devem cumprir com todas as obrigações de licenças ambientais", destacou Gardênia. O superintendente municipal de Transporte e Trânsito, André Costa, destacou o benefício da modernização da semaforização e que é preciso investir no monitoramento das principais vias de trânsito. - A semaforização irá contribuir com a redução do tempo de viagem e de deslocamento, mas é preciso destacar que ainda há dúvidas sobre a migração da população e esse monitoramento por vídeo poderá nos indicar quais pontos necessitam de intervenção em tempo real - concluiu.


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A6 | Cotidiano

P Í LU L A S D O O U V I D O R Geraldo Câmara

Ouvidor Geral geraldocamara@gmail.com

CRIANÇAS NA ESCOLA Vamos pensar rápido e bem. Não dá mais para deixar nossas crianças sem escola. Não dá mais para atrasar ainda mais a educação neste país como não dá mais para desacostumar as crianças do convívio social com outras e nem com professores que presencialmente são bem diferentes de suas aparições virtuais. Não dá mais para imaginar que todas as crianças tenham acesso tranqüilo à internet quando sabemos que essa ainda é uma grande deficiência em nosso país, em nosso estado principalmente no interior. As prefeituras têm esse problema imaginem os moradores, em sua maioria com baixíssima renda. Enquanto isso, a despeito do perigo que o coronavírus implantou, meninos e meninas ficam a mercê de um decepcionante ensino. Claro que era preciso fazer isso, claro que era necessário afastar as crianças do convívio perigoso, mas agora, acho que já podemos recomeçar as atividades escolares com todas as precauções que o governo possa ter, que cada escola possa aplicar e que cada família também possa ensinar a suas crianças. Mas, não podemos mais continuar atrasando o país de maneira cruel e sem planejamento na educação. O vírus está diminuindo e a educação também. Vamos pensar nisso.

D E S TA C Ô M E T R O

O destaque vai para o nosso vice-prefeito Ronaldo Lessa que não está trabalhando nas sombras, mas debaixo do sol, manifestando seu total interesse e mostrando que vice também pode trabalhar. E muito.

Estamos em plena "Olimpíadas de Tokyo" passando as madrugadas frente às TVs e assistindo as participações do Brasil nesse que é um dos mais importantes eventos esportivos do mundo. Interessante foi a maneira como o Japão resolveu fazer o evento na sua capital, sem público, mas com toda a garra que poderia para que o público de casa não perdesse os espetáculos e nem se sentisse em acontecimento menor. E, como sempre as possibilidades de medalhas do Brasil em várias modalidades esportivas são bastante otimistas. Nossos atletas sempre foram muito bem treinados e sempre saíram com muitos ouros, pratas e bronzes. É o que esperamos que aconteça com o vôlei, com as lutas, com futebol tanto masculino como feminino e que no final obtenhamos uma boa pontuação e classificação entre os países mais avançados. Maceió está dando um salto na vacinação bastante grande. Até escrevermos essa coluna já estava vacinando os acima de 32 anos e, com certeza se a coisa continuar nesse ritmo deveremos entra rapidamente na dezena dos vinte.

Em outras muitas cidades do interior quem está atrasando a vacinação é a própria população que está recusando a vacina por medo. Medo? Quem implantou esse medo? Isso é terrível! Talvez os próprios meios de comunicação que espalham interrogações sobre os efeitos da vacina X ou da vacina Z. Uma coisa sem sentido e que deveria ser apenas estudo de cientistas, mas é discutido pelo povo. Estupidez que a bebida faz foi o acidente que tirou vidas e deixou a população de Maceió perplexa. Na última sexta-feira o cidadão que passou do canteiro da Fernandes Lima e atropelou quatro pessoas foi preso em flagrante. Segundo o advogado do motorista que é um bancário, ele continua preso e vai subir para o sistema prisional. "No entanto, ainda não sabemos para qual unidade". Prisão para ele. Mesmo! Tive um enorme prazer de rever um amigo, Saulo Freire, um dos expoentes da medicina oftalmológica no Brasil. Saulo, na foto entre o presidente da Câmara de João Pessoa, meu filho Dinho e este colunista durante um grande e elucidativo papo.

ABRAÇOS IMPRESSOS

Os abraços impressos da semana vão para alguém deveria estar recebendo abraços de todos os alagoanos sempre. Por conta do seu trabalho junto com o governador do estado e colocando Alagoas em situação fiscal de primeira linha.


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Esportes

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> 2X1

Azulão derrota o Vitória no apagar da luz Em noite de lances bonitos em Maceió, Azulão ganha com gols do meia Gabriel e do zagueiro Lucão aos 44 da etapa final Redação com web CSA e Vitória animaram a noite de sábado na Série B. A partida em Maceió teve jogadas especiais, três gols e até finalização do meio-campo, de Renato Cajá. Melhor para o Azulão, que fez o segundo gol aos 44 minutos da etapa final, com o zagueiro Lucão, e garantiu a vitória por 2 a 1 no Rei Pelé. Antes, Gabriel também marcou para o CSA, e Eduardo, de pênalti, fez o dele para o time baiano.

1º TEMPO

O CSA começou o jogo mais presente no ataque. Aos nove, Dudu Beberibe arriscou de longe e levou certo perigo. Aos 16, a polêmica. Beberibe recebeu na área, foi empurrado por Marcelo e o árbitro marcou falta do atacante do CSA. Não faltou reclamação. O Vitória melhorou depois dos 20 e criou duas chances na sequência, em finalizações de Eduardo e Mateus. O goleiro Thiago Rodrigues fez boas defesas. Aos 30, a melhor oportunidade do primeiro tempo. Dudu

fotos: Divulgação

Beberibe cruzou da esquerda e Bruno Mota apareceu livre na área para cabecear. Errou o alvo por pouco. Aos 40, Bruno foi lançado pela direita, avançou, mas demorou para finalizar e parou na defesa do Vitória.

Aos 22 do segundo tempo, Renato Cajá tentou fazer o gol que Pelé não fez. Acertou um lindíssimo chute do meio-campo e deu um susto no goleiro do Vitória.

FALA, LUCÃO!

2º TEMPO

O CSA perdeu uma grande oportunidade antes do primeiro minuto. Bruno Mota deixou Beberibe na cara do gol, mas o atacante, livre, chutou para fora. Parecia impedido, só que o assistente deixou passar. O Vitória segurou a pressão inicial e levou perigo num chutaço de fora da área de Cedric. Aos 22, Renato Cajá tentou do meio-campo e quase fez um gol de placa. O goleiro do Vitória ficou desesperado no lance, saltou para conferir, mas a bola não entrou. Aos 28, o CSA abriu o placar. Ernandes lançou na área e Gabriel apareceu nas costas de Pedrinho para fazer de cabeça. Não deu nem para comemorar. Na sequência, Cajá colocou o braço na bola dentro da área do CSA, e o árbitro marcou pênalti. Eduardo cobrou com imensa

LANCE MÁGICO

- Fico feliz pelo gol, por ajudar meus companheiros. Nossa equipe tem feito boas partidas, mesmo as que peremos. Esse é o nosso ritmo, esse é o nosso time. Hoje, saímos com a vitória, que era o que estava faltando. Estou muito feliz por esse gol. Estou feliz e honrado - afirmou o autor do gol da vitória do CSA.

FALA, RONALDO!

O Azulão voltam a jogar nesta terça, às 21h30, para cumprir jogo atrasado contra o Botafogo no Engenhão

categoria e deixou tudo igual, aos 34. Não parou por aí. O CSA foi para cima e teve boas chances aos 39 e aos 40, com Gabriel, o grande destaque da partida. Ronaldo espalmou na primeira, e Pedrinho aliviou na segunda. Aos 44, no abafa, o Azulão fez o gol da vitória. Gabriel cruzou

da esquerda, Yuri arrumou e Lucão apareceu no meio da defesa para marcar de cabeça.

CENTRAL DO APITO

O árbitro André Luiz de Freitas Castro (GO) protagonizou um lance polêmico no primeiro tempo. Aos16 minutos, Marcelo empurrou o atacante

Dudu Beberibe na área do Vitória. O juiz não marcou pênalti e, na Central do Apito, Janette Mara Arcanjo disse que ele poderia ter assinalado. Segundo a comentarista, houve uma infração no lance. - O braço do Marcelo vai nas costas. Deveria ter sido marcado o pênalti.

- Momento muito chato. Jogo muito difícil, conseguimos empatar. A gente tem perdido muitas pelas. Mas a gente tem comete muitos erros que não pode. Temos que nos cobrar mais. A gente tem que acordar muito mais cedo, porque cada jogo é uma decisão. A gente tem que se cobrar mais. Já estamos na 14ª rodada, e o campeonato está passando afirmou o goleiro do Vitória.

> 1X0

Botafogo conquista vitória mesmo sem jogar bem GE Foi no sufoco, foi com chances do adversário no finzinho e foi sem convencer. Mas, o que importa para o Botafogo, hoje, é que foi. A vitória por 1 a 0 em cima do Confiança, lanterna da Série B, deixa um monte de preocupação na cabeça do botafoguense e evidencia a dificuldade que Enderson Moreira terá à frente da equipe. Só que a única coisa que importava para o Botafogo no sábado era vencer, fosse como fosse. E a missão foi cumprida. Anunciado depois da derrota para o Goiás em casa, na última terça-feira, Enderson Moreira não teve muito tempo para trabalhar em campo com os jogadores e colocar as ideias dele em prática no 1 a 0 de sábado. Por isso a vitória era tão importante. Como também

quase não vai ter tempo para o próximo jogo, que já é na terça, Enderson vai resolver muito mais na conversa as coisas a ajeitar. Diante do jogo contra o Confiança, o Botafogo ficou longe de exibir um futebol interessante. Apesar de começar com um volume bom e ter cinco finalizações nos 20 primeiros minutos, a consistência caiu demais. Como de praxe nos últimos jogos, o time perdeu uma chance clara, dessa vez com Diego Gonçalves (que havia desperdiçado contra o Brusque), mas conseguiu evitar o roteiro das outras vezes e abriu o placar alguns minutos depois. Esse é um dos principais pontos que Enderson Moreira vai ter trabalhar. Não fosse a mira calibrada de Romildo, o Botafogo corria o risco de ver o

Contra o Confiança, o Botafogo ficou longe de exibir um bom futebol

problema na finalização comprometer mais uma partida.

Quando tiver um tempo, o técnico precisará dar treinos inten-

sivos para fazer com que o time não perca mais chances fáceis. Outra coisa que ele precisará focar é na bola aérea defensiva. Contra o Confiança, o Botafogo sofreu até o fim e, como disse o próprio técnico, soube sofrer. Mas convenhamos que o time não precisa passar por isso. É necessário treinar posicionamento e a efetividade nos cruzamentos em direção à área alvinegra. Porém, é de se destacar que a terceira pior defesa da competição conseguiu passar ilesa pela primeira vez desde que venceu o Vitória por 1 a 0 naquele gol meio sem querer de Chay. Por ser o primeiro jogo de Enderson Moreira à frente do Botafogo, pouco dá para analisar taticamente do que já é dedo do treinador. Ele mesmo não quis prever em qual partida o rosto do treinador começa-

rá a ser visto no time que atua em campo. Apesar de não colocar um prazo e dizer que a adaptação vai ser passo a passo, ele também concorda que o que importava, hoje, era vencer. - O mais importante, hoje, era conseguir os três pontos e a vitória, em função de todas as dificuldades e tudo aquilo que o Botafogo está passando neste momento. É importante a gente conquistar esse resultado. A gente sabia que era um jogo difícil, foi um time que treinou muito pouco. Precisar quando a equipe vai estar realmente executando aquilo que eu penso para futebol é difícil de prever. Mas eu falo que algumas coisas hoje já funcionaram. O Fogão tem pela frente o Azulão nesta terça, jogo que promete muito pela necessidade de vitória das equipes.


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> NONA SEGUIDA

Gol contra: Palmeiras bate o Fluminense Gol contra de Manoel quebra boa atuação do Fluminense e garante mais um triunfo ao Verdão, que segue liderando folgado GE O Palmeiras contou com um gol contra do zagueiro Manoel para bater o Fluminense por 1 a 0 na noite do último sábado, no Allianz Parque, e referendar o ótimo momento na temporada. Agora são nove vitórias seguidas para o Verdão, sete delas no Campeonato Brasileiro. A consequência aparece na tabela, com a liderança garantida em mais uma rodada. O Fluminense, em contrapartida, lamenta a segunda derrota seguida – e em especial o azar no lance do gol. Até aquele momento, os tricolores faziam boa partida e tinham as melhores chances.

PRIMEIRO TEMPO

O Fluminense não se intimidou com o líder do Campeonato Brasileiro e começou o jogo com postura ousada, trabalhando a bola e buscando forçar tramas ofensivas. As primeiras finalizações foram tricolores: uma de Martinelli, para fora, e outra em linda jogada trabalhada de pé em pé – e encerrada com dois chutes sequenciais de

fotos: Divulgação

Gabriel Teixeira, ambos bloqueados por Zé Rafael. O Palmeiras, com o tempo, conseguiu avançar o time em campo, aproveitando o recuo adversário. Só que teve dificuldades em transformar essa mudança de panorama em chances de gol. Zé Rafael, em desvio de cabeça, até poderia ter marcado, mas quem chegou com mais perigo, mais uma vez, foi o Fluminense. Após reposição de Weverton, os visitantes retomaram a bola, que chegou a Fred. Ele acionou Nenê, que teve o chute defendido pelo goleiro palmeirense. A jogada acabou anulada por impedimento, mas a posição era legal – se tivesse saído o gol, o VAR validaria.

O LANCE DECISIVO

De Marcos Rocha para Raphael Veiga, de Raphael Veiga para a área, de Manoel para a própria meta. O gol contra do zagueiro, após erro de Egídio na marcação, foi o lance capital da partida.

PRÓXIMOS JOGOS

SEGUNDO TEMPO

A largada do segundo tempo não trouxe grandes novidades à partida. O Palmeiras continuava com dificuldades para vencer a marcação tricolor. E o Fluminense tentava uma ou outra saída. Até que um lance quase ocasional, aos oito minutos, colocou o Verdão na frente. Raphael Veiga recebeu de Marcos Rocha na direita, às costas

um gol contra.

Com a nova vitória, o Palmeiras subiu para 31 pontos, agora três à frente do segundo colocado, o Atlético-MG

da marcação de Egídio, e cruzou para a área. Manoel tentou cortar a mandou contra: 1 a 0. Logo depois do gol, João Martins (auxiliar de Abel Ferreira, suspenso) mudou três peças do ataque: saíram Deyverson, Gustavo Scarpa e Wesley, entraram Willian, Dudu e Breno

Lopes. Com Raphael Veiga crescendo em campo, o Palmeiras cresceu junto. Aí Roger Machado também resolveu fazer trocas, sacando os veteranos Nenê e Fred – que deram lugar a Cazares e Abel Hernández. O Palmeiras seguiu melhor. Aos 28, Dudu acionou

Willian, que limpou a marcação e mandou o chute. Marcos Felipe defendeu. Mas então, na reta final, o Fluminense cresceu. Tentou o empate em finalizações de Samuel Xavier e de Yago Felipe. Mas não conseguiu o gol. Teve que lamentar uma derrota doída, nascida de

O Palmeiras tem a semana livre. Volta a campo apenas no domingo, contra o São Paulo, pelo Brasileirão, em prévia do clássico pelas quartas de final da Libertadores, dias 10 e 17 de agosto. O Fluminense joga já nesta terça-feira, fora de casa, contra o Criciúma, pela Copa do Brasil. E volta a enfrentar os catarinenses no sábado, dia 31. Por isso, o Tricolor só volta a atuar pelo Brasileirão no dia 8 de agosto, como visitante, diante do América-MG. O Verdão lidera a competição com folga, agora vai tentar manter o ritmo de vitórias para ampliar a vantagem, já o Fluminense terá de rever suas ações na competição para se recuperar.

> HABILIDADE

Futebol Freestyle: alagoano Marcos Paulo é um dos grandes destaques que envolve manobras especiais Márcio Ândrei Repórter

Nascido em Maceió no dia 22 de outubro de 1992, Marcos Paulo de Ximendes é um dos grandes destaques nacionais em manobras do Futebol Freestyle. Proeminência alagoana vem conquistando o público com manobras relevantes.

HISTÓRIA

Durante a infância seus pais o levaram para morar em São Paulo, em 1996, ao chegar na cidade começou a praticar o esporte aos 15 anos, mas antes jogava futebol de campo e quadra na própria cidade, onde foi contemplado com convites para atuar em grandes clubes de São Paulo, mas por estar focado em atribuições que lhe garantiam recursos financeiros, não aceitou visando o melhor para família, justamente por ser uma atividade certa que garantia o sustento de todos.

QUANDO COMEÇOU

Ao iniciar treinos na própria casa e na rua com os amigos, neste tempo começou a perceber que tinha muita habilidade para as manobrar. Na mesma época se escreveu no campeonato de Street Soccer, onde ficou sabendo por amigos. Nas premiações em equipe não chegou se quer às fases eliminatórias, já nas individuais a história foi totalmente diferente, venceu todas, sendo aclamado como o melhor da artilharia, também o melhor jogar do campeonato e o cobiçado título do gol mais bonito. Estes fatos foram registrados em 2005 no campeonato regional da cidade de Praia Grande em São Paulo.

O DESCOBRIR DA ARTE

Tentando fazer igual aos

Nascido em Maceió, Marcos Paulo é um dos grandes destaques nacionais em manobras do Futebol Freestyle

vídeos da internet, dos jogadores nacionais Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, e Robinho por volta de 2005, Marcos Paulo começou a gravar os vídeos do próprio celular e ia publicando na internet, desta forma passou a perceber que as pessoas gostavam, com isso, continuou gravando, hoje possui um canal no You Tube, com 34 vídeos fazendo manobrar e, mais 50 dando entrevistas em programas de TVs e rádios, além de apresentações. Marcos Paulo teve parte do processo de aprendizagem espelhado em Ronaldinho Gaúcho, o principal espelho, afirmando que ainda hoje ele é o melhor do mundo. Além de Ronaldinho, Roberto Carlos também foi um grande espelho entre os jogadores do Brasil, se tratando dos internacionais citou o craque da seleção portuguesa Crstiano Ronaldo, jogador da Juventus, e Zlatan Ibrahimovic, excelente jogador da seleção sueca que atua no Milan.

HISTÓRIA MARCANTE

Uma das histórias mais marcantes foi justamente no primeiro campeonato, onde arrastou tudo individualmente, o atleta tinha noção da grande habilidade, mas não sabia que seria assim, ressaltou que a competição foi muito acirrada, pra se ter uma ideia a artilharia entre o segundo colocado estava “pau a pau” como se diz no dito popular, com diferença de um a dois gols. Ao terminar o campeonato, além da grande felicidade, o atleta recebeu a primeira proposta para jogar em um time de futsal, da própria cidade de Praia Grande, o Colorado.

E HOJE EM DIA?

Atualmente Marcos Paulo faz grandes apresentações em eventos esportivos, aberturas de jogos com mais ou menos uma hora de apresentação, exibindo desafios para interagir com o público, lançando desafios tipo: fazer embaixadinha, acertar o bola em objetos, entre outros. As apresentações fazem

parte do complemento da renda familiar.

QUAIS AS PROJEÇÕES?

Marcos Paulo já tem um projeto de organizar um campeonato local, nacional ou até mesmo internacional, a depender do momento, outro detalhe fica para ensinar e continuar ganhando todos os prêmios possíveis, para o atleta hoje não possui rival, simplesmente observa outros profissionais para aprimorar suas qualidades.

RECADO PARA INICIANTES

Para quem pretende iniciar no esporte, Marcos Paulo destaca as visibilidades em vídeos do You Tube, para que os interessados possam assistir bastante e, se esforçar, dedicar, impor metas e chegar no topo para ser reconhecido pelo que faz. -Deus deu o dom para cada um, seja em qualquer área, basta saber lidar e ser reconhecido pelo dom que tem, disse Marcos Paulo.


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> COM PANDEMIA

Medo ofusca brilho da Olimpíada de Tóquio Jogos começaram na quarta-feira com show de abertura na sexta, em meio a estado de emergência para conterá Cofid-19 Agência Brasil Não foi a primeira vez que Tóquio teve que lidar com incertezas quanto à realização da Olimpíada. A edição que deveria ser realizada no país em 1940 foi transferida para Helsinque, na Finlândia, por conta de guerra e instabilidade política. Oitenta anos depois, em 2020, a pandemia de covid-19 trouxe um novo clima de insegurança e medo, com a doença tomando conta do mundo e ameaçando a realização da competição. Após muita pressão, em março de 2020, logo após a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) elevando o estado de contaminação pelo novo coronavírus como pandemia, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou o adiamento da 32ª edição do evento para 2021. Depois de mais de um ano, a covid-19 continua a matar milhares de pessoas por dia, as vacinas são escassas - principalmente nos países mais pobres enquanto a pandemia perdurasse, mas os Jogos Olímpicos foram confirmados e estão ocorrendo com protocolos e medidas duras de segurança desde quarta-feira (21), com a cerimônia de abertura realizada na sexta (23). A chama olímpica, que chegou ao país no dia 20 de março de 2020, permaneceu no Japão durante todo o ano. O revezamento da tocha foi adaptado às exigências sanitárias e retomado em 25 de março de 2021, culminando no acendimento da pira durante a abertura oficial.

Apesar de ser em 2021, o nome oficial dos Jogos continuou como Tóquio 2020, já que cada ciclo olímpico, que são as Olimpíadas, dura quatro anos. Mesmo suspenso pela pandemia, a competição representa o fim do ciclo olímpico que resultou no 32º Jogos Olímpicos de verão, subsequente ao Rio 2016. Também pesa o lado comercial, uma vez que não seria viável lançar outra marca, que já era licenciada para venda de produtos e afins. De acordo com o presidente do COI, Thomas Bach, há simbolismo na manutenção do nome, como uma "celebração da humanidade, que superou esse desafio sem precedentes do coronavírus": "Com essa decisão, estamos demonstrando nosso compromisso com os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e com o sucesso do evento, e também nossa gratidão ao povo japonês, ao Comitê Organizador, às autoridades governamentais e a todos que prepararam esses Jogos Olímpicos tão bem", afirmou, em entrevista. A medida mais rígida é a ausência do público. Apenas atletas, comissão técnica e equipe organizadora estarão nas arenas e instalações de competição. A organização ainda planejou que os atletas sejam submetidos a testagem constante, restrição de deslocamento pela cidade, necessidade de distanciamento social e utilização obrigatória de máscaras - com exceção durante as competições. O técnico da seleção masculina de vôlei, Renan Dal Zotto,

fotos: Divulgação

Tóquio sedia Jogos Olímpicos sob clima de muito medo por causa da onda de Covid-19 que atinge o Japão

em coletiva no Japão, disse que "os protocolos estão bastante rígidos, o que impediu até a realização de jogos amistosos para preparação". Renan ficou internado no Brasil durante 40 dias em consequência da covid19, mas conseguiu se recuperar a tempo dos Jogos de Tóquio.

MONITORAMENTO

Até o pódio será diferente. Não haverá mais a tradicional entrega de medalhas aos vencedores. Os próprios atletas terão que pegar as medalhas e colocar no peito. Se alguém tiver um teste confirmado para a covid-19, será isolado e não pode-

rá competir. O não cumprimento dos protocolos poderá levar à exclusão dos Jogos Olímpicos e até a deportação do Japão. Nem mesmo a iminência da cerimônia de abertura e as primeiras partidas disputadas no beisebol/softbol e futebol afastam totalmente o risco de um cancelamento de última hora. É o que assegurou o chefe do comitê organizador dos Jogos, Toshiro Muto. Em en-

trevista coletiva concedida nesta terça (20), ele afirmou que a organização está atenta ao número de infecções pelo novo coronavírus e segue mantendo discussões. O governo japonês ainda ampliou a fase de emergência da pandemia até o dia 22 de agosto para evitar a proliferação da covid-19, com ampliação das proibições de circulação e funcionamento de atividades co-

merciais na capital. No site oficial dos Jogos, os organizadores disponibilizam uma relação diariamente atualizada de casos confirmados de covid-19 entre credenciados (atletas, membros de delegações e entidades esportivas, imprensa, funcionários, prestadores de serviços e voluntários). A contagem foi inaugurada no dia 1º de julho e, até o dia 21, somavam-se 75 positivos - sendo seis atletas. Mesmo com a cidade passando por uma onda de contaminações pela covid-19, Bach afirmou que "o risco para outros moradores da Vila Olímpica e o risco para o povo japonês é zero". O médico Julival Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que a maior preocupação é com a variante delta do novo coronavírus, que surgiu na Índia e já está presente no Brasil. "A Olimpíada é importante, mas não houve um consenso mundial de que ela poderia ter sido realizada, porque a pandemia ainda está ativa. Nós temos várias variantes - inclusive a Delta, que é altamente transmissível, sobretudo em aglomerações", disse. O infectologista espera que as medidas adotadas pelo governo japonês sejam eficazes, mas que não existe 100% de garantia que as pessoas não serão contaminadas.

> HISTÓRIA

Guerra cancelou Olimpíada do Japão na década 1930 Tóquio viveu um clima parecido com o da década de 1930: em setembro de 1940, a cidade receberia a Olimpíada. Mas, em 1938, o Comitê Olímpico Japonês renunciou à organização dos Jogos. A invasão à China, no que ficou conhecida como Segunda Guerra Sino-Japonesa, e as ameaças de boicote inviabilizaram os Jogos em solo japonês e fizeram com que o COI levasse a competição para a Finlândia - em edição que não aconteceu, desta vez em decorrência da Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra mundial, o Japão compunha o Eixo, com Alemanha e Itália, que seria derrotado pelos aliados em 1945. A tragédia da guerra deixou ao império japonês as consequências da explosão de duas bombas atômicas em seu território, lançadas pelos Estados Unidos. No seu processo de reconstrução em um novo cenário mundial, a capital japonesa recebeu a 18ª Olimpíada em 1964. Foi então a primeira vez que a competição

Muitos japoneses foram contra atual edição dos Jogos Olímpicos

ocorreu em um país asiático. Em 1964, a seleção masculina de basquete conquistou sua terceira medalha olímpica de bronze (já tinha ficado em terceiro lugar em Londres 1948 e Roma 1960). Foi a única medalha que a delegação brasileira faturou naquela edição. Mas há feitos que entraram para a história mesmo sem a condecoração: Aída dos Santos, única mulher entre os 68 brasileiros que competiram, conquistou,

praticamente sem apoio, o quarto lugar no salto em altura. Neste ano, nenhuma mulher brasileira conseguiu vaga para o salto em altura. Mas o Brasil vai contar com Eliane Martins, no salto em distância, e Núbia Soares, no salto triplo, para as provas do atletismo, que serão disputadas no Estádio Olímpico. Já as equipes de basquete masculino e feminino brasileiro ficaram de fora dos Jogos de 2020.


Primeira Edição | 26 de julho a 1º de agosto, 2021

Opinião |B5

A foto do fato

Editorial

É tudo papo furado

No Brasil, quando a economia degringola - é o que vem ocorrendo de 2015 para cá os gênios da política e da gestão entoam o velho coro: "Precisamos de reformas". Mas todos, sem exceção, afirmam e juram que as mudanças virão, sempre, para o bem da população e do País. Tudo, entretanto, converge para um único interesse: dinheiro. Primeiro, as reforças visam invariavelmente robustecer o caixa do governo. Depois, se 'sobrar algum', pensase na coletividade. O que foi a recente reforma da Previdência, senão uma fórmula concebida pelos técnicos do governo, os auxiliares tolinhos do Paulo Guedes, para gerar economia aos cofres públicos ao custo de mais contribuições de trabalhadores e funcionários públicos? O que mudou até agora? Absolutamente, nada. O que mudou foi que os gastos do governo continuam aumentando - e não apenas devido à pandemia - mas -porque os políticos que dão sustentação ao presidente da República, no Congresso Nacional, enfiaram no Orçamento algumas dezenas de bilhões de reais para - isso mesmo - bancar suas 'emendas orçamentárias'. Contudo, tal como uma máquina insaciável de engolir dinheiro, o governo quer agora a reforma tributária, com os argumentos de sempre: mudar para melhorar o sistema tributário. O Paulo Maldade jura, como já fez, que não haverá aumento de impostos. E os brasileiros inocentes perguntam: "Senão vai haver aumento de tributação, para que mexer no que está aí?". Mas o governo não é tolo - não quando se trata de produzir mais fonte de arrecadação - por isso em paralelo à tributária, já se movimenta para aprovar a reforma administrativa. A cantilena é a mesma: "Vamos melhorar a eficiência do serviço público e prestar um serviço de qualidade à população". Quem acredita nesse papo? O governo quer, isto sim, acabar com o serviço público tradicional, extinguir concursos e terceirizar tudo. Com isso, espera economizar aí por volta de oito bilhões de reais. Mas, e a reforma passa no Congresso? Ora, se o Paulo Maldade garantir que parte da 'economia' vai para os deputados e senadores, o que provavelmente deverá É uma 'guerra ' de protestos. Em Maceió, neste domingo (25) houve grande 'motociata' de apoiadores do presidente Bolsonaro, mas no sábado acontecer?... (24) aconteceram manifestações em todos os estados, contra o governo de Bolsonaro. A foto mostra manifestantes na Av. Paulista (São Paulo).

Sombras no espelho

Voo de águia ou de galinha?

pois ele sabe como ninLembro-me haver desde cedo guém, usar gostado de escrever. Certo dia c i r u r g i c a Ana, minha eterna namorada, mente o poao ler um dos meus textos, der dos terquestionou o motivo pelo qual mos retratanão concebia poesias, mas do dos em suas que depressa lhe respondi: - "eu estrofes, paqueria ser poeta, mas poeta ra movimennão posso ser, pois poeta pensa tar todas as emoções que não muito e eu só penso em você." podem mais ficar paradas denE assim o tempo passou, ainda tro de cada um de nós. arrisquei-me a preparar alguns Os versos de Arnaldo, leva as versos, os quais jamais esqueci, pessoas à uma rara meditação, mas nunca me senti preparado fazendo-as agradecer por cada para estruturar estrofes cujo anoitecer, a cantar e amar cada teor viessem a acalentar o meu minuto vivido, a acordar desecoração... jos adormecidos, colher diariaPorém sempre admirei tal seg- mente os frutos da paixão, ter o mento literário, por entender passado como futuro tão preque ser poeta é fazer de cada sente, fazer da existência semdespedida uma saudade, é ter pre uma oração. nas mãos os sonhos, vive-los de Em "Sombras no Espelho", enverdade, chorar, sorrir, sem contrei no poema "Jornada", medo de ser duas estrofes feliz. E lendoque encantaram os, sinto semo meu pensar: pre acordar pa"se olho para “Arnaldo Paiva ra uma realidatrás, pouco vecaracteriza-se por jo, senão poeira de que alegra a alma, muitas devastada" e ser um poeta vezes levandomais adiante: nato, um verda- "resoluto, tiro o me a sorrir para mim mespapel da gavedeiro caçador mo. ta, enquanto tide rimas”... Outro dia, chever tinta na cagou às minhas neta, continuo mãos, devidao meu rumo na mente autoestrada"; verdadeiras palavras grafado pelo autor, o título de incentivo, que deixam claro "Sombras no Espelho", mais re- termos de viver esbanjando cente livro do ocupante da ca- muita disposição e altruísmo, deira número quatro da Aca- ao nos depararmos com percurdemia Alagoana de Letras, Ar- sos estranhos, repletos de retas naldo Paiva Filho. Ao conhecer sem fim e curvas intermináveis. cada uma das pérolas ali im- Apesar de nunca haver consepressas, facilmente entendi ser guido ser um poeta, mesmo a sua poesia, não somente um possuindo uma musa para me êxtase para o corpo, mas acima inspirar constantemente, alede tudo um lenitivo que hidrata gro-me por conviver com pesa alma de quem a interpreta. soas brilhantes que dominam a Apesar de aventurar-se em poética, e como Arnaldo Paiva vários estilos literários, Arnaldo Filho, através dos seus escritos, caracteriza-se por ser um poeta nos fazem sentir da rosa murnato, um verdadeiro caçador cha o perfume, ver a beleza e rimas, um alquimista das letras claridade no negrume e princicuja inspiração nasce dos mais palmente pintar o cotidiano em simples acontecimentos. uma tela colorida de amizade. A poesia de Arnaldo Paiva Filho, no leva a aceitar que interpre(*) Presidente da Academia tando-a, melhor compreendeAlagoana de Letras mos nossos próprios sentimentos, e os dos outros também,

Marcus Pestana (*)

Alberto Rostand Lanverly (*)

Certa vez um grande líder político, observando a crise da socialdemocracia alemã no início do século 20 e o papel de Rosa Luxemburgo, comentou: "As águias podem momentaneamente voar abaixo das galinhas, as galinhas, porém, jamais alcançarão a altura do voo das águias". O crescimento econômico é essencial para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Isto depende de muitas variáveis: recursos naturais, recursos humanos qualificados, capacidade empresarial, qualidade na educação, integração com as cadeias produtivas globais, ambiente inovador, estabilidade institucional. A política econômica pode muito, mas não pode tudo. O Estado, a partir dos anos de 1930, assumiu grande protagonismo no Brasil e no mundo. E seu papel se expressa através da política econômica combinando ferramentas fiscais, monetárias, creditícias e cambiais. O Brasil teve, a partir dos anos 30, o maior crescimento entre todos os países do mundo. Até a crise de 1979, quando houve o segundo choque do petróleo e a crise da dívida externa levando à moratória. A partir daí mergulhamos na "armadilha do baixo crescimento", o já tristemente famoso "voo de galinha". A política econômica persegue três objetivos essenciais: i. crescimento econômico, tentando potencializar a criação de riqueza e a expansão do PIB; ii. a estabilidade macroeconômica, com inflação sob controle e equilíbrio cambial e nas contas externas; e, a redistri-

buição de renda, para que haja justiça social. O Brasil enfrentou crises permanentes inflacionárias e de Balanço de Pagamentos e recessões contínuas, inibindo o crescimento. De 2011 a 2020, tivemos mais uma "década perdida" com as recessões do governo Dilma e agora, da pandemia. A renda por habitante teve um crescimento negativo de 0,6% por ano em média, ou seja, empobrecemos. A concentração de renda piorou no primeiro ano da pandemia segundo estudo da FGV/Social.

“O Brasil teve, a partir dos anos 30, o maior crescimento entre todos os países do mundo, até a crise do petróleo”... A inflação, domada pelo Plano Real, se assanhou em 2021 e ameaça sair de controle. No front externo, o câmbio flutuante tem assegurado estabilidade, mas nunca se sabe o que ocorreria se houver uma crise de confiança sobre a capacidade do país honrar sua dívida. As reservas costumam, neste caso,

virar pó em poucas semanas. A taxa de juros, que alcançou seus menores patamares recentemente, voltou a subir. O PIB brasileiro teve uma queda de 4,1% em 2020, pior resultado da série e a recuperação esboçada é ainda frágil. A situação fiscal do setor público é grave e um grande entrave ao crescimento, aliviada, em 2020 e 2021, pelo endividamento autorizado para financiar o chamado "orçamento de guerra" no enfrentamento à pandemia e as transferências de renda e receitas ocorridas e pelos efeitos do novo boom das comodities e pelo impacto da inflação nas finanças públicas. O Brasil precisa urgentemente de um governo que garanta reformas profundas no quadro fiscal, na competitividade da economia, no estimulo ao desenvolvimento tecnológico, no sistema tributário e de um ambiente de confiança no país para estimular investimentos. Só um novo governo com uma agenda que combine um novo modelo de crescimento eficiente e inclusivo comprometido com o desenvolvimento sustentável, com a reforma do Estado e com o combate às iniquidades sociais, pode nos acenar de forma duradoura com algo parecido com o "voo das águias". (*) Ex-deputado federal

De volta para o passado: urna eletrônica x voto impresso Luiz Carlos de Barros Figueirêdo Frequentemente sou instado a me pronunciar sobre as urnas eletrônicas, provavelmente por ter sido presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) durante o biênio 2016-2018. O principal argumento é no sentido de que se os computadores da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), da The International Criminal Police Organization (Interpol), do Facebook, do Google e da Aplle já foram invadidos, portanto, seria possível invadir as urnas eletrônicas brasileiras. Constam, ainda, invasões aos sites do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Falso silogismo. As instituições, as empresas e os tribunais citados, como muitos sabem, e as autoridades públicas têm obrigação de saber, trabalham conectadas à web, permitindo que um hacker entre, acesse e modifique dados digitais. As urnas eletrônicas brasileiras trabalham "stand-alone", com programa autossuficiente. A fraude teria de acontecer uma a uma, em cada "flash card". No contexto citado, a programação única nos cartões de memória é inviável para tal desonestidade, pois nossas eleições são casadas - presidente com governador, senadores e deputados federais e estaduais; e prefeitos com vereadores - e seria impossível fazer "flash cards", um a um, respeitando as peculiaridades de cada município, bairro, comunidade e locais de votação, por exemplo. A inseminação da urna, que, em tese, seria a única oportunidade vulnerável, se faz com a presença dos partidos políticos, do Ministério Público Eleitoral (MPE), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da imprensa em

geral. A transmissão dos dados, sim, é feita via web, mas dura um átimo de segundos, além de se fazer a publicação dos boletins de urnas no local de votação, o que permite um confronto de dados, não dando tempo para entrar em cada urna e fraudar o resultado, durante a transmissão. Todos os anos, desde o final da década de noventa do século passado, o TSE oferece prêmios a hackers para quem conseguir entrar na máquina, e nunca ninguém conseguiu. São mais de 30 barreiras. Alguns gênios da informática quebraram três barreiras. Um quase chega ao quarto estágio. Mas, mesmo que um dia alguém consiga entrar, vai ter de superar a questão

“Em todas as eleições são sorteadas urnas, no decorrer da votação, de cada região, para serem auditadas” das eleições casadas às quais me referi. Em todas as eleições são sorteadas urnas, no decorrer da votação, de cada região e de cada estado, para serem auditadas à vista de todos. Nunca se detectou qualquer indício de violação, ou discrepância dos votos e candidatos impressos com aqueles dos boletins.

No mais, apenas narrativa de desculpa de alguém que deve estar se achando um provável derrotado, estranhamente eleito em várias eleições via sistema eletrônico, várias vezes instado a apresentar prova do que alega, e, como sempre, se esquiva, postura típica de divulgadores de factoides. Boa parte dos seus eleitores entram na onda, sem parar para pensar na ausência de verossimilhança da narrativa. São iguais a eleitores adversários que dizem que o seu antagonista é inocente, porque razões processuais tardiamente acatadas determinaram o recomeçar processual. Incapazes de aceitar a verdade, porque essa não condiz com sua própria narrativa e têm vergonha de admitir e publicizar que estavam errados. Um cidadão comum pode até insistir com tal postura, lamentavelmente, assumindo publicamente o papel de despreparo ou de má-fé. Alguém que ocupa um cargo público de relevância, uma autoridade de qualquer dos três Poderes da República, jamais. Isso será uma pecha que mancha qualquer biografia. Definitivamente alguns brasileiros não amam o Brasil. Uma das poucas coisas aqui criadas, que é vanguarda no mundo, é colocada em xeque por essas pessoas, que ainda dizem que o fazem por amar o Brasil. Mas parece ser impossível convencer alguém que agride os fatos para sobrepor uma narrativa desconectada da realidade. (*) Desembargador

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