Sul de Minas: Excelência em café

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Edição 198

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- café

REFERÊNCIA MUNDIAL

O maior e mais moderno do mundo Estes avanços vão deixar os cafés mais competitivos, avalia o presidente. As estruturas inauguradas ampliaram a capacidade de armazenamento em 1,5 milhão de sacas. Com a nova infraestrutura, o grão passará por etapas totalmente automatizadas que vão realizar a limpeza, retirar paus e pedras, separar os grãos por tamanho até a classificação. Depois de preparado, o café segue para os silos.

Cooxupé inaugurou complexo de armazenagem e indústria de café Japy

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Matéria e fotos: Ricardo Dias

dia 18 de outubro ficará marcado nas histórias da Cooxupé e também da cafeicultura mundial. Foi inaugurada a etapa final do Complexo da Armazenagem e Indústria do Café Japy, um megaempreendimento logístico que começou sua trajetória em 2009 com uma ideia inovadora e revolucionária que pretendia mudar o rumo da história cafeeira no país, deixando o grão mais competitivo através da granelização. No ano passado, com a presença do governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Junho Anastasia, diretoria e cooperados inauguraram a primeira etapa,

ou seja, a parte de armazenagem. No último dia 18 foi a vez da chamada Indústria de Café, que prepara o café para a comercialização. Para se ter uma ideia da grandiosidade e do pioneirismo da Cooxupé, é tido como o maior e mais moderno complexo de recepção, armazenagem e

produção de café do mundo, fator que enobrece todos os 12 mil cooperados. Juntamente com a solenidade de inauguração, a Cooxupé e a Associação Brasileira de Agronegócio – ABAG – promoveram o Fórum Café e Saúde, que integrou o XXVI Fórum ABAG para o Desenvolvimento da

Liney Fleury, do Conselho de Administração, faz a leitura da placa que marca a inauguração

Cafeicultura Nacional. Duas palestras foram ministradas por dois grandes médicos brasileiros: Dr. Miguel Moretti (USP) e Dráuzio Varella. Um selo postal também foi exclusivamente confeccionado pelos Correios para marcar a data. Além disso, uma cápsula do tempo com farta documentação foi enterrada no complexo e deverá ser aberta daqui a 25 anos, no dia 19 de outubro de 2037, as 15 horas. Conforme explicou o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, depois de diversas reuniões e estudos, a cooperativa começou a executar esse projeto ousado, com investimentos na ordem de R$76 milhões. A granelização pula

uma etapa cara, demorada e artesanal do processo de ensacar o café. Além de gerar uma expressiva economia para o produtor. Já a cooperativa ganhou velocidade no armazenamento, beneficiamento e distribuição do grão, com a nova tecnologia e automatização dessas etapas.

O médico e escritor Dráuzio Varella

A cápsula do tempo com informações da Cooxupé que deverá ser aberta em 2037

Livro: Sul de Minas - Excelência em café O resgate histórico tem o objetivo de incentivar os municípios sulmineiros a se organizarem para solicitar o pedido de Indicação Geográfica, modalidade de Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO).

Excelência dos cafés do Sul de Minas é tema de resgate histórico

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Cibele Aguiar

s peculiaridades da história, modo de produção das lavouras, as características das propriedades rurais, as inovações adotadas ao logo do tempo e as curiosidades da cafeicultura do sul de Minas acabam de ganhar destaque na obra: “Sul de Minas, Excelência em Café”, de autoria do engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio José Ernesto Coelho. São 156 páginas de história, rica em informações e imagens que permitem ao leitor uma viagem no tempo, desde a introdução do café na região, passando pelas fases da escravidão e imigração, seguindo com relatos sobre as características que distinguem a região no cenário nacional e internacional. No contexto desta atividade centenária, o resgate histórico tem o objetivo de

incentivar os municípios sulmineiros a se organizarem para solicitar o pedido de Indicação Geográfica, modalidade de Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO). Os fatores huma-

nos do saber fazer, aliado à condição impar da região e à notoriedade de sua qualidade são enfatizados pelo autor como condições especiais que denotam ao café do sul de Minas características únicas.

O autor Antônio Ernesto é natural de Itajubá (MG), formado pela Escola Superior de Agricultura de Lavras, hoje Universidade Federal de Lavras (UFLA). No início da carreira, atuou como extensionista da Acar, hoje Emater. Em 1968, ingressou no Instituto Brasileiro do Café (IBC), passando a atuar em diferentes órgãos do governo federal após a extinção do Instituto em 1990, tendo Varginha como sede de seus trabalhos. Na sede da Agência Regional do IBC em Varginha,

foi idealizador do tradicional painel em sua entrada, que representa todas as fases do grão de café. O autor também idealizou a criação do Centro do Comércio do Café do Estado de Minas Gerais, onde atuou como presidente do Conselho Administrativo por mais de 10 anos. É presidente da Associação de Proteção Ambiental de Varginha e Região. Foi pela paixão ao café e experiência técnica relevante que os colegas de trabalho incentivaram Antônio Ernesto a eternizar sua experiência em um livro.


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