Prêmio FCW 2016

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Prêmio Fundação Conrado Wessel

FCW Os vencedores do Prêmio de Arte, Ciência e Cultura 2016


coordenação desta edição José M. Caricati

FUNDAÇÃO CONRADO WESSEL Rua Pará, 50 - 15º andar Higienópolis - CEP 01243-020 São Paulo - SP – Brasil Tel.: +55 11 3151-2141 www.fcw.org.br


Prêmio FCW de Ciência O matemático Jacob Palis Júnior alia competência acadêmica à capacidade de articulação política

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Prêmio FCW de Cultura Edu Lobo usa rigor melódico na criação de suas composições

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Prêmio FCW de Arte Rodrigo Zeferino ganhou em primeiro lugar com O grande vizinho, Wagner Oliveira em segundo, com Luz vermelha, e Lalo de Almeida em terceiro, com Microcefalia – As vítimas do zika vírus

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Conheça os fotógrafos laureados desde 2002

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Conrado Wessel legou seu patrimônio para ações filantrópicas e prêmios

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Saiba quem compôs os júris que escolheram os ganhadores

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Veja quais são as instituições parceiras da Fundação Conrado Wessel

foto da capa Léo r amos chaves

Índice

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c i ên c i a

Um espírito inovador

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Matemático trabalha na área de sistemas dinâmicos

léo ramos chaves

A imagem de um menino atento e contestador que desde muito pequeno desafiou seus professores, apontando com astúcia deslizes ou equívocos no quadro, acompanha a trajetória do matemático mineiro Jacob Palis Júnior e traduz sua personalidade criativa e obstinada que o levou a conquistar mais de 50 premiações ao longo de toda sua carreira. Essa marca de competência é mais que conhecida – e reconhecida – no meio acadêmico: não só pelos seus trabalhos na área de sistemas dinâmicos como também pela forma inovadora de administrar instituições científicas e capacidade de articular uma política eficaz para a pesquisa científica, em particular em matemática, no país. Palis foi vencedor do prêmio FCW de Ciência 2016, no valor de R$ 300 mil, outorgado pela Fundação Conrado Wessel. Nascido em Uberaba, em 15 de março de 1940, Palis é o mais novo de oito irmãos – cinco homens e três mulheres. Ambos cristãos, seus pais imigraram para o Brasil na virada do século XIX para o XX, fugindo das perseguições dos otomanos. A mãe veio da Síria; o pai, do norte do

e agregador

Jacob Palis Júnior alia competência acadêmica à capacidade de articulação para ampliar a pesquisa no país


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Com dois professores, Maurício Peixoto (à esq.) e Steve Smale (centro)

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Ainda na graduação, flertou com a matemática e a física, fazendo cursos extras no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). O desempenho exemplar se manteve durante todo o curso de engenharia, que culminou, ao se formar, em 1962, com o prêmio de melhor estudante de graduação da Universidade do Brasil. Decidido a seguir uma carreira acadêmica de qualidade, perguntou a dois de seus professores, os matemáticos Maurício Matos Peixoto e Elon Lages Lima (1929-2017), qual era o melhor matemático estrangeiro que havia visitado o Brasil recentemente. Os dois coincidiram na indicação: o norte-americano Steve Smale. O passo seguinte foi escrever para Smale, perguntando se ele consideraria recebê-lo na Universidade Columbia, em Nova York, Estados Unidos, como pós-graduando. A resposta positiva veio junto com o golpe militar no Brasil, em 1964, momento em que o financiamento para educação e ciência ficou prejudicado. Palis inscreveu-se então na Comissão Fulbright-Brasil, que lhe concedeu uma bolsa de estudos. Nesse intervalo, Smale mudou-se para a Universidade da Califórnia, em Berkeley. O convite foi man-

Com Elon Lages (centro) e o matemático alemão Jürgen Moser (à dir.), em 1989

Arquivo pessoal Jacob Palis Júnior

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Líbano – primeiro, para São Paulo, depois para o interior de Minas. Ao formar família, o jovem mascate libanês – que abrira mais tarde, em Uberaba, uma loja grande de roupas, tecidos e correlatos – tinha uma certeza para seus filhos: todos fariam cursos universitários. O desejo foi realizado. A paixão pelo conhecimento – e a propensão para os cálculos, em particular – apareceu cedo na vida de Palis. No colégio marista onde estudou havia muitos professores estrangeiros que tinham fugido da Segunda Guerra Mundial, proporcionando uma educação aberta e de boa qualidade. Palis mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do país, aos 16 anos, incentivado por seu irmão Wilmar, jovem engenheiro, que morava num apartamento no morro da Viúva, no Flamengo. Ainda cursando o ensino médio, prestou vestibular para engenharia na então Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Passou em primeiro lugar, mas, sem idade suficiente, não pôde se matricular. No ano seguinte, nova tentativa. E, mais uma vez, o primeiro lugar. Dessa vez, foi admitido. E ganhou seu primeiro prêmio: uma bolsa mensal da prefeitura do Rio.


O francês René Thom (à esq.), Palis e Peixoto (à dir.) no simpósio internacional em Salvador (1971)

tido, agora para a costa oposta do país. Após alguns ajustes institucionais, acabou indo para Berkeley, onde concluiu o mestrado e o doutorado em apenas três anos. Seu trabalho de doutorado em sistemas dinâmicos – equações que geram uma trajetória ao longo do tempo e permitem fazer previsões de como um determinado sistema vai se comportar, por exemplo, na previsão do clima – alcançou grande repercussão. Ele conseguiu mostrar que, para pequenas perturbações iniciais e em várias dimensões, essas trajetórias ficam estáveis. Os resultados, ampliados depois juntamente com Smale, que ficaram conhecidos como conjectura da estabilidade, ajudaram a amadurecer a chamada teoria da estabilidade estrutural. Vinte anos depois, seu antigo aluno de doutorado no Impa, o matemático uruguaio Ricardo Mañé (1948-1995), comprovaria essa conjectura. Entusiasmo

Palis trabalhou como professor assistente em Berkeley por um ano, quando, animado pelo apoio que as agências governamentais brasileiras começavam a dar à pesquisa, em

1968, decidiu voltar ao país. “Para grande surpresa de seus colegas – norte-americanos ou não –, o plano de vida do Jacob incluía voltar ao Brasil”, comenta o matemático Marcelo Viana, atual diretor do Impa. “Essa não era uma opção óbvia. Ele estava trabalhando em uma linha de pesquisa que, graças a Smale – que naquela época já havia ganho a Medalha Fields –, começava a se tornar importante. Mas ele voltou, cheio de entusiasmo e com vontade de fazer a diferença.” A Universidade do Brasil o recebeu oferecendo-lhe um cargo de professor bem remunerado, mas ficou apenas meses por lá. Com seu jeito “atropelador”, como ele mesmo se define, Palis logo arrumou uma bolsa para trabalhar no Impa como pesquisador e se manteve assim até 1975. Ainda em 1973, voltou a Berkeley para fazer um pós-doutorado com bolsa da Fundação Guggenheim. Durante os anos 1970, deu contribuições pioneiras para a teoria das bifurcações, que aborda como sistemas que dependem de certos parâmetros mudam sua estrutura. Em apenas dois anos no Impa, Palis já tinha formado seu primeiro doutor: Welington de Melo (1946-2016), que, mais tarde,

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atração de matemáticos na América Latina e ele teve participação especial nesse processo.” Dos vários artigos que publicou, Palis destaca alguns que lhe são caros: “Minha tese de doutorado foi muito criativa, sem falsa modéstia. Mais tarde, por volta de 1995, fiz uma série de conjecturas muito globais e ousadas que valem para a maioria dos sistemas dinâmicos. Esse conjunto de conjecturas, várias delas estão ainda em aberto, eu considero meu ponto mais alto”, afirma. “Também tenho nove importantes trabalhos com o matemático francês Jean-Christophe Yoccoz [1957-2016], Medalha Fields de 1994, feitos a partir do final dos anos 1980”, acrescenta.

Homenagem a Welington de Melo, em 2017: Palis com a mulher, Sueli Lima, Artur Ávila e Gilza de Melo, viúva do matemático

Forma de trabalho

Por onde passou, Palis cunhou uma forma inovadora de trabalhar, seja como diretor do Impa, de 1993 a 2003, como presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), de 2007 a 2016, ou mesmo em outros cargos que ocupou, como na União Matemática Internacional – onde foi recordista, ficando por 24 anos como membro do Comitê Diretor e depois como presidente. Presidiu também a Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS), de 2007 a 2012.

1 acervo impa 2 léo ramos chaves

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seria orientador de Artur Ávila, primeiro brasileiro e latino-americano a ganhar a Medalha Fields, em 2014. “Até hoje, formei 42 doutores, mas tenho cerca de 250 descendentes”, orgulha-se Palis. Por descendentes, ele se refere aos alunos de seus alunos, todos de doutorado. Em 1970, o país ainda estruturava seu sistema de ciência e tecnologia quando uma feliz coincidência mudaria os rumos da matemática brasileira. Palis voltava do Impa para casa carregando livros, em um sábado à tarde, quando encontrou o economista José Pelúcio Ferreira (1928-2002), passeando com os filhos. “Você parece um cientista maluco”, teria dito Ferreira, que havia criado anos antes, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (hoje BNDES), o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec) para apoiar projetos de pesquisa. Rapidamente, Palis apresentou uma ideia que vinha acalentando com Mauricio Peixoto, de criar uma pós-graduação forte na área de sistemas dinâmicos no Impa. A conversa não poderia ter acabado melhor: o apoio imediato de Pelúcio, à frente então do Funtec, que liberou uma verba inicial de US$ 150 mil. O passo seguinte foi a organização, junto com Peixoto e Elon Lima, do Simpósio Internacional de Sistemas Dinâmicos em 1971, em Salvador (BA), que reuniu 40 matemáticos estrangeiros – entre eles, dois premiados com a Medalha Fields, Smale e René Thom – e outros 60 brasileiros. “O encontro visava atrair a atenção externa e interna para essa área da matemática”, conta Palis, “e conseguiu; foi sensacional”. Segundo Viana, a conferência trouxe todos os que eram relevantes nas áreas de sistemas dinâmicos e geometria diferencial – alguns pesquisadores até ficaram por aqui mais tempo. “O Jacob conseguiu colocar a matemática brasileira no mapa”, conta. “O Impa transformou-se rapidamente num centro de


Segundo o atual presidente da ABC, o físico Luiz Davidovich, a marca registrada de Palis é a de produzir grandes mudanças nas organizações que preside. “Foi assim com o Impa, ao participar da evolução da instituição para uma organização social [OS, uma instituição privada contratada pelo governo federal] e com a ABC, onde ficou por três mandatos seguidos”, assinala. Palis conta que o movimento para diminuir a burocracia no Impa começou no fim dos anos 1990. “Percebi que havia dois infernos para quem dirige uma instituição de elite: para abrir um concurso, dependíamos do governo, ainda que fosse para dar a vaga a um gênio; e, mesmo quando o concurso existia, não era fácil contratar quem havia passado, pois não tínhamos garantia de nada. Então, comecei a tentar formar uma OS”, diz. “Eu corria atrás do ministro, e ele, quando me via, fugia de mim”, ri. “Finalmente deu certo.” A transformação do Impa em OS ocorreu em 2000. Viana reforça esse senso de determinação de Palis, assim como sua personalidade agregadora. “Isso mais o trabalho científico dele foram elementos cruciais para o Impa ter-se tornado um instituto mergulhado num processo de internacionalização”, observa. Palis também foi um dos responsáveis pela implantação das Olimpíadas de Matemática no país, como forma de buscar novos talentos e estimular jovens a seguir a carreira de matemática. Na ABC, a energia de Palis também se fez notar. “Nos nove anos nos quais foi presidente, ele mudou profundamente a academia: criou vice-presidências regionais, buscando a descentralização das atividades da ABC; propôs a categoria de membros afiliados, para permitir que jovens cientistas (até 40 anos) pudessem interagir com os acadêmicos e participar das atividades da academia; concedeu o título de membros

institucionais a pessoas jurídicas (empresas, fundações etc.) interessadas em apoiar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia; e fundou o conselho fiscal para fiscalizar as contas da ABC”, enumera Davidovich. “Nesse sentido, ele é um grande empreendedor, capaz de mudar a instituição que lidera, além de grande amigo e mentor.” Quando se trata de falar da vida pessoal, Palis é reservado. É casado, tem um filho, duas filhas e um casal de netos. Aos 77 anos, o matemático vai ao Impa todos os dias, onde fica das 8h30 às 17h trabalhando em suas conjecturas. Seu sonho é provar que elas são verdadeiras – “já há resultados parciais”. Indagado sobre se mudaria algo em sua vida, é categórico: “De jeito nenhum! Não tenho grandes pecados. Gosto do que faço: promover o conhecimento de pessoas competentes. I’m a happy man”. n 2

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Escrevendo em vidro do Impa: o pesquisador continua trabalhando em suas conjecturas


C u lt u r a

O apuro de um

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O músico em sua casa, no Rio: gosto também pela música clássica

léo ramos chaves

Eram 3 horas da madrugada quando o compositor Paulo César Pinheiro acordou com um telefonema em sua casa, no Rio de Janeiro. Ao atender, ouviu a voz aflita do parceiro Edu Lobo, que pedia um retoque na letra “Dos navegantes”. Edu gravava a canção em estúdio nos Estados Unidos e, meticuloso, queria mudar uma palavra. “Além de ser um dos maiores melodistas que conheço, ele faz letras melhor do que muito letrista famoso. Não precisava ter me acordado”, conta. “Não me lembro disso. Mas é bem a minha cara mesmo”, rebate Edu, vencedor do prêmio FCW de Cultura 2016, no valor de R$ 300 mil, concedido pela Fundação Conrado Wessel. Uma das faixas do álbum Corrupião, de 1993, “Dos navegantes” foi regravada e deu nome ao novo CD de Edu, lançado em maio de 2017. Em suas turnês ele tem cantado mais do que tocado violão em razão de uma lesão na mão esquerda causada por duas quedas. Quando não está na estrada, Edu gosta de passar o tempo em casa, no bairro de São Conrado, no Rio, ouvindo música clássica enquanto acompanha os compassos na partitura. Ele fala apaixonadamente de pelos menos seis compositores: Igor Stravinsky

compositor popular

Edu Lobo usa rigor melódico na criação de suas composições


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Menino no colo da mãe, Maria do Carmo Lobo

Não é coincidência que a faixa mencionada esteja no álbum O grande circo místico, uma parceria com Chico Buarque. Foi durante a criação dessa obra, originalmente um balé do Teatro Guaíra, de Curitiba, encenado em 1983, que o piano ganhou importância. Antes, entre 1969 e 1971, Edu morou em Los Angeles, Estados Unidos. Lá estudou durante alguns meses com o compositor de trilhas para cinema Lalo Schifrin, cujas aulas, admite, não foram bem aproveitadas: “Eu não estava preparado para aquele curso”. A residência de dois anos nos Estados Unidos rendeu, no entanto, outros frutos. Além de aulas de orquestração com Albert Harris (1916-2005), participou do disco From the hot afternoon (1969), do saxofonista Paul Desmond, em Nova York. “Edu Lobo foi um dos primeiros compositores brasileiros da geração dos anos 1960, portanto ligado à vertente pós-Bossa Nova, que começou a produzir música utilizando e estilizando elementos da cultura popular brasileira, vide ‘Ponteio’ ou ‘Cirandeiro’

Arquivo Pessoal edu lobo

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(1882-1971), Gustav Mahler (1860-1911), Claude Debussy (1862-1918), Maurice Ravel (1875-1937), Sergei Prokofiev (1891-1953) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que considera inovadores. Discursando sobre Mahler, cita a infância do austríaco em terras tchecas, ao som de canções folclóricas e marchas vindas de um acampamento militar perto de sua casa, que depois seriam recicladas em sinfonias. A admiração esconde um paralelo com a história do próprio Edu. Eduardo Góes Lobo, de 74 anos, é carioca filho dos pernambucanos Maria do Carmo e Fernando Lobo. Durante as férias escolares passava os verões no Recife, na casa dos tios, na qual observava os vendedores ambulantes cantando seus pregões para vender produtos nas ruas. “Cada um tinha um refrão mais lindo que o outro. Ainda me lembro de um que era: ‘Chora, menino, pra comprar pitomba’”, cantarola o músico que, como Mahler, usa em suas criações temas populares. “Quando iniciei minha vida artística, eu queria fazer a música que ouvia do Tom Jobim, do Carlos Lyra, do Baden Powell. Queria ser daquela turma da Bossa Nova, mas sabia que o que fazia não chegava perto”, conta. “Então, decidi arriscar algo diferente e comecei a criar melodias com a quinta diminuta nordestina”, diz ele, referindo-se a um elemento da escala musical usado em improvisação de vários estilos, como na música que se faz no Nordeste do Brasil, na Índia e no jazz. Foi cantarolando como os ambulantes recifenses que ele compôs “Borandá” (1963) e “No cordão da saideira” (1967), entre outras. Depois, mudou o método, passando ao piano. “Fazer a melodia usando os dedos no piano é completamente diferente do que com o violão acompanhando a voz”, explica. “Eu jamais teria conseguido fazer “Beatriz” [1982] cantando. Aqueles intervalos entre as notas é o dedo que encontra no piano. ”


Premiação de “Ponteio”, em 1967: Marília Medalha, Chico Buarque, Edu Lobo (com violão) e Roberto Carlos (da esq. para a dir.)

[ambas de 1967, com Capinam], dentre outras”, comenta o violeiro Ivan Vilela, professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. O musicólogo Ricardo Cravo Albin, autor do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, completa a análise de Vilela: “Edu trouxe para os festivais de música popular um resgate precioso da música de Pernambuco. ‘Arrastão’ [1964, com Vinicius de Moraes] é a exacerbação pernambucana da matriz baiana de Dorival Caymmi”, afirma. “A obra dele só tem paralelo com a de Tom Jobim.” BALÉS

Edu gosta de trabalhar com encomendas. Diz que precisa correr atrás das melodias, já que elas não chegam sozinhas. Um período especialmente produtivo foi quando compôs para o balé do Guaíra, nos anos 1980. “Eu acordava com os personagens na cabeça e sabia o tipo de música que cada um deveria ter. Ficava procurando a melodia até achar. Era uma delícia. Hoje acordo e não tenho música para fazer. Fazer para quê?”

O primeiro balé foi Jogos de dança, em 1981. A companhia curitibana gostou e pediu outro. O compositor sugeriu incluir canções no seguinte e ele convidou Chico Buarque para escrever as letras. Nasceu, assim, o que hoje é considerada uma obra-prima da música popular por críticos e estudiosos, O grande circo místico, encenado em 1983. Nas composições para os balés, o trabalho do músico é considerado primoroso. “Em O grande circo místico, O corsário do rei [1985] e Dança da meia lua [1988] observamos um apuro melódico que é típico de quem estudou muito”, afirma Vilela. “As notas que se sucedem na melodia são milimetradas, ou seja, cada uma delas é escolhida após ser cuidadosamente pensada. Esse apuro deixa a melodia cheia de preciosismos, com notas inusitadas que a fazem mais bonita e diferenciada.” Edu tem como aliada a tecnologia. Um bom exemplo disso ocorreu em 2010, na composição de um frevo orquestral para uma turnê internacional da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). “Recebi a encomenda e comecei a trabalhar num

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frevo-ventania. É um tipo de frevo que vai a mil por hora, com andamento mais rápido. Como não tenho técnica de piano, eu usava o programa de computador Finale para escolher nota por nota devagarzinho e depois fazia a simulação com o tempo acelerado”, conta. Quando a Osesp estreou o frevo, Arthur Nestrovski, diretor artístico da orquestra, avisou ao público que o compositor estava presente. “Achei que iriam me rejeitar, porque eu não pertencia àquele meio. Em vez disso, aplaudiram bastante. Foi uma emoção”, conta Edu. ESTREIA

As cortinas do picadeiro musical se abriram para Edu em 1961, e o mestre de cerimônias foi Vinicius de Moraes (1913-1980). O poeta encontrou o jovem de 19 anos, então estudante de direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, numa festa em Petrópolis (RJ). “Conheci o Vinicius e toquei

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para ele. Uma hora, ele me perguntou: ‘Você não teria um sambinha sem letra?’. Foi uma sorte”, relata Edu. “Eu tinha um samba legalzinho, o ‘Só me fez bem’. Ele então me perguntou, ‘Eu poderia fazer a letra agora?’. Quando acabou, guardei o papel dentro da meia, com medo de perder”, recorda-se. Apenas dois anos antes, o pai de Edu vinha se aproximado dele. Antes disso, ninguém na família sequer falava de sua existência. Fernando Lobo (1915-1996) havia se separado de Maria do Carmo antes de Edu completar 1 ano de idade e ido morar nos Estados Unidos. A possível influência musical de Fernando, jornalista, radialista e compositor – autor de sucessos como “Chuvas de verão” (1949) –, é considerada nula por Edu. “Minha vida musical começou com Vinicius e, antes disso, com as visitas quase diárias à casa do pianista Luizinho Eça”, afirma Edu, pai de Mariana, Bernardo e Isabel. Os três são fruto do casamento com a cantora Wanda Sá, de quem é separado. Edu gravou o primeiro compacto duplo em 1960 com quatro composições suas, todas ligadas à Bossa Nova. A proximidade com o Centro Popular de Cultura e a amizade com os cantores e compositores Sérgio Ricardo, João do Vale (1934-1996), Carlos Lyra e com o cineasta Ruy Guerra o levaram a canções com

No alto, com Vinicius de Moraes (centro) e o governador Adhemar de Barros na premiação de “Arrastão”, em 1965. Abaixo, com Nara Leão, no mesmo ano


Arquivo Pessoal edu lobo

Com as filhas Isabel (à esq.), Mariana e o filho Bernardo no início dos anos 1990

temáticas mais sociais. Em 1963 fez a trilha do musical Arena conta Zumbi, em parceria com Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) e Augusto Boal (1931-2009). Em 1965, ganhou o festival da TV Excelsior com “Arrastão”, interpretada por Elis Regina. Na época ele já havia abandonado o curso de direito no terceiro ano. Em 1967, venceu o festival da TV Record, com “Ponteio” (1967, com Capinam). Hoje Edu sente falta de Jobim (19271994), outro de seus grandes parceiros. “A primeira vez que vi o Tom foi no bar Esplanada, no Rio, quando ele apareceu cheio de partituras, que eram da ‘Sinfonia da alvorada’. Aquilo me impressionou: eu nunca tinha visto um compositor popular escrever sinfonia”, lembra ele, que gravou o álbum Edu & Tom, Tom & Edu, em 1981. A ideia era fazer um disco de 12 faixas, cada uma com um artista diferente. O produtor foi o Aloysio de Oliveira (1914-1995) e decidiram começar com Jobim. “A gravação foi rápida. Quando acabou, Tom falou para o Aloysio, ‘Mas é só isso? Eu queria fazer mais’”. O Aloysio percebeu o que tinha em mãos. “Ele ligou para um executivo da gravadora e avisou que o disco que haviam pedido não ia mais

acontecer, mas eles receberiam outro muito superior. Esse disco foi das melhores coisas da minha vida”, lembra. A comparação com Jobim é um lugar comum entre os admiradores e amigos de Edu. Para o letrista e parceiro Aldir Blanc, ele é o melhor compositor do país. “É vergonhoso que não tenha o reconhecimento que merece, por ter a mesma importância de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri [19071993], Radamés Gnattali [1906-1988] e Tom Jobim”, critica. O saxofonista Mauro Senise, que participa do CD Dos navegantes, destaca a “assinatura musical” de Edu, isto é, a característica que determinadas músicas têm de revelar sua autoria. “Eu, como intérprete, observo com admiração as divisões [métricas da música] que ele faz, a forma como antecipa uma nota do acorde”, diz Senise. Para Ivan Vilela, Edu demonstra rigor ao compor. “Vale observar o detalhamento de ‘Choro bandido’ [1985] ou ‘Beatriz’. Além de um grande compositor, possui um apuro técnico na elaboração de suas canções que poucos alcançaram”, conclui o músico e pesquisador de música. n

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Cotidianos

arte

urbanos

A cidade que cresceu em torno de uma das maiores siderúrgicas do mundo foi o tema do ensaio ganhador do primeiro lugar na categoria Arte do Prêmio FCW. O mineiro Rodrigo Zeferino fotografou moradores de Ipatinga (MG) nas janelas e sacadas de suas residências observando a Usiminas, no ensaio O grande vizinho. Wagner Almeida, do Pará, ganhou o segundo lugar com Luz vermelha, que retrata habitantes de Belém observando vítimas de violência. O também repórter fotográfico Lalo de Almeida, de São Paulo, levou o terceiro lugar com Microcefalia – As vítimas do zika vírus, sobre a primeira geração de crianças que nasceram com a malformação e vivem no sertão nordestino. Esta edição do Prêmio FCW de Arte recebeu 510 inscrições de quase todos os estados – a exceção foi Rondônia. A região Sudeste teve o maior número de participantes, 323, seguida pelo Nordeste, 75, Sul, 56, Centro-Oeste, 33, e Norte, 23. O vencedor do primeiro lugar receberá R$ 114,3 mil e os outros dois, R$ 42,9 mil cada um.

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1º lugar

O grande vizinho Rodrigo Zeferino


2016 finalistas e ensaios Alexandre Furcolin Filho – Coletivo BR Motels Andre Penteado Missão francesa Avener Prado Ainda lama Bruno Covello Retratos para o Haiti Daniel Pinho Retratos de família Davilym Dourado Monster Edu Simões 59 jovens negros são assassinados no Brasil todos os dias Eustaquio Neves Cartas ao mar Felipe Russo Garagem automática Gustavo Minas Rodoviária Ilana Bar Transparências de lar Márcio Vasconcelos Visões de um poema sujo Thiele Elissa Estranhos íntimos


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A Usiminas está localizada no centro geográfico de Ipatinga (MG). Os bairros da cidade se desenvolveram em torno da usina siderúrgica e seus moradores estão habituados a viver próximos de chaminés e altos-fornos. “Como ipatinguense, passei minha juventude olhando com naturalidade para essas estruturas colossais”, conta Rodrigo Zeferino. “Desde que voltei à cidade, após anos morando fora, minha atenção estacou na incongruência desse amálgama arquitetônico e de como a cidade se relaciona com tudo isso.” Para evidenciar a proximidade entre os moradores e a atividade siderúrgica, seu ensaio destacou no primeiro plano as imagens de janelas e sacadas das edificações situadas todas elas em um raio de 2 quilômetros da indústria. As fotos foram feitas à noite.

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2º lugar

Luz vermelha Wagner Almeida

O ensaio de Wagner Almeida mostra o semblante de pessoas diante da violência urbana de Belém, no Pará. “Não se trata apenas de mostrar o ambiente e todos os detalhes que o cercam, mas também observar de forma reflexiva quem o observa e imergir no mistério que cada personagem demonstra em seu olhar”, relata o repórter fotográfico. Será que diante da morte violenta o observador faz uma análise reflexiva de sua própria existência ou se trata de pura curiosidade, sem significado algum? De que forma a brutalidade interfere na rotina de quem fica frente a frente com essa situação? Almeida retratou esse cenário.

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3º lugar

Microcefalia – As vítimas do zika vírus

especial prêmio fcw  |  pesquisa fapesp

Lalo de Almeida

Lalo de Almeida viajou por cidades do Nordeste brasileiro para conhecer como vive a primeira geração de crianças que estão crescendo com microcefalia longe dos grandes centros. As famílias que moram em algumas áreas do sertão da Paraíba, por exemplo, precisam viajar às vezes um dia inteiro para levar os filhos para consultas ou fisioterapia em alguma cidade que ofereça o serviço. Vários bebês que completaram 1 ano à época em que o ensaio foi feito, no segundo semestre de 2016, não engatinhavam nem sentavam sozinhos ou seguravam objetos. A maioria toma medicação para controlar convulsões e diminuir a irritação.

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2011 ensaio fotográfico 1º lugar

Albinos, de Gustavo Lacerda

2015

ensaio fotográfico 1º lugar

Fluxos / Contrafluxos, de Luiz Baltar 2º lugar

2º lugar

Negros paroxismos, de Lucio Adeodato 3º lugar

Panoramas, de Cassio Vasconcellos

Balneário Alegria, de Tiago Coelho 3º lugar

Linha Vermelha, de Inês Bonduki

2010 ensaio fotográfico 1º lugar

2014

TV P&B, de Tadeu Vilani 2º lugar

ensaio fotográfico 1º lugar

Tropa de elite, de Gabriel Monteiro 2º lugar

Drom, o caminho cigano, de Gui Mohallem 3º lugar

Índios contemporâneos, de Kenji Arimura

Sombras, de André Hauck 3º lugar

2009

Zoo, de João Castilho

2013 ensaio fotográfico 1º lugar

O livro do Sol, de Gilvan Barreto 2º lugar

Belo Monte – Os impactos de uma megaobra, de Lalo de Almeida 3º lugar

Parque aquático, de Roberta Sant’Anna

fotografia publicitária 1º lugar

Ousadia ímpar, de Denise Wichmann

ensaio fotográfico publicado

2012

1º lugar

ensaio fotográfico

O sol no céu de nossa casa,

1º lugar

de Marcio Rodrigues e

Sufocamento,

Marco Mendes

de Pedro David

2º lugar

2º lugar

Imagens humanas,

Planos de fuga,

de João Roberto Ripper

de Mauro Restiffe

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3º lugar

ensaio fotográfico inédito

Belvedere,

1º lugar

de Bob Wolfenson

Sem título, de Ricardo Barcellos


2008

2005

fotografia publicitária

fotografia publicitária

1º lugar

1º lugar

Cantora de ópera,

Existem chances de cura...,

de José Luiz Pederneiras

de Maurício Nahas 2º lugar

Gol. Sempre fiel a você..., de Andreas Heiniger ensaio fotográfico publicado

3º lugar

1º lugar

Lonas Alpargatas: O superpoder do caminhoneiro,

A curva e o caminho,

de Gustavo Lacerda

de André François 2º lugar

Vi elas, de Francilins Castilho Leal

2004

ensaio fotográfico inédito

fotografia publicitária

1º lugar

1º lugar

Cidadão X, de Julio Bittencourt

Irado, de Ricardo Cunha 2º lugar

Borboleta, de Paulo Vainer 3º lugar

2007

Gordinha, de Felipe Hellmeister

fotografia publicitária 1º lugar

2003

Caminhos do coração, de Alexandre Salgado

fotografia publicitária

2º lugar

1º lugar

120 razões para ser cliente completo,

Campanha do produto giz,

de Gustavo Lacerda

de Bob Wolfenson ensaio fotográfico 1º lugar

Redemunho, de João Castilho 2º lugar

O homem e a terra, de Lalo de Almeida

2006

2º lugar

Píer, de Leonardo Martins Vilela, para G’Staff 3º lugar

Menino com bola, de Márcia Ramalho

2002

fotografia publicitária 1º lugar

Tim: viver sem fronteiras, de Gustavo Lacerda 2º lugar

Abraço, 2º lugar

de Ricardo de Vicq

AXE, Ensaio fotográfico

de Maurício Nahas

1º lugar

3º lugar

O chão de Graciliano,

ISA – Projeto Água Viva, de Allard

de Tiago Santana 2º lugar

fotografia publicitária

Numa janela do edifício Prestes Maia, 911,

1º lugar

de Julio Bittencourt

Colorama, de Klaus Mitteldorf

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per f i l

O legado de um inventor Conrado Wessel deixou todo o seu patrimônio para premiar a arte, a cultura e a ciência

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ventado a nova fórmula e conseguido a patente, em 1921, ele tratou de vender o papel para fotógrafos avulsos e estabelecimentos comerciais. Passou por dificuldades, mas foi bem-sucedido. Fundou sua própria fábrica de papel, que acabou por chamar a atenção da Kodak justamente pela qualidade do material produzido. Em 1930, as empresas Wessel e Kodak firmaram um acordo em que a totalidade da produção brasileira seria adquirida pelos norte-americanos, que teriam direito à patente definitivamente em 1954. Wessel nasceu em Buenos Aires e veio para o Brasil com 1 ano de idade. Não se casou nem deixou herdeiros. Optou por legar seu patrimônio para uma fundação a ser criada, com seu nome, que deveria distribuir os recursos em ações filantrópicas e premiações em favor da arte, da ciência e da cultura. A FCW foi criada em 1994 e os prêmios são atribuídos desde 2003. n

O empresário criou uma nova fórmula de papel fotográfico

Acervo FCW

O Prêmio FCW de Arte é atribuído pela Fundação Conrado Wessel à fotografia em homenagem ao seu instituidor, pioneiro da indústria do papel fotográfico no Brasil. Há 101 anos, no dia 10 de novembro de 1916, Guilherme Wessel (1862-1940), pai de Ubaldo Conrado Augusto Wessel (1891-1993), consultou o escritório carioca Moura & Wilson, especialista em patentes, e dele recebeu a resposta três dias depois. Pela correspondência trocada, sabe-se que Conrado estava desenvolvendo uma nova fórmula para banhar papel fotográfico e pretendia depositar a patente. Suas pesquisas começaram em 1908 e foram posteriormente aprimoradas por ele em laboratórios de Viena, na Áustria, e na Escola Politécnica, futura unidade da Universidade de São Paulo, criada em 1934. Wessel era também fotógrafo e desejava criar um papel fotográfico com qualidade superior aos importados. Depois de ter in-


Júri dos prêmios FCW de 2016 Ciência

parceira que indicou

Erney Plessmann de Camargo / Presidente Fcw Alfredo Martins Muradas (contra-almirante) Marinha do Brasil Cláudio Benedito Silva Furtado Confap Helena Nader SBPC José Goldemberg Fapesp José Roberto Drugovich de Felício FCW Luiz Davidovich ABC Marcio Pimentel Capes Marco Antonio Sala Minucci (coronel engenheiro) FCW Mario Neto Borges CNPq Sérgio Paulo Bydlowski ANM Roberto da Cunha Follador (coronel aviador) DCTA

cultura Carlos A. Vogt / Presidente Fcw Ana Mae Tavares Bastos Barbosa SBPC Celso Lafer ABL Diana Luz Pessoa de Barros Capes José de Souza Martins FAPESP José Murilo de Carvalho ABC Marcelo Marcos Morales CNPq Maria Zaira Turchi Confap

Arte / ensaio fotográfico Rubens Fernandes Junior / Presidente Facom-Faap Daigo Oliva Suzuki Folha de S.Paulo Gustavo Rodrigues de Lacerda Ganhador do Prêmio FCW de Arte Helouise Costa MAC-USP Joaquim Marçal Ferreira de Andrade PUC-Rio e Biblioteca Nacional José Afonso da Silva Júnior UFPE Juan Esteves Revista Fotografe Melhor Ricardo de Leone Chaves Zero Hora Ronaldo Entler Facom-Faap


Instituições Parceiras da FCW Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP Ligada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, é uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica. Desde 1962 concede auxílios à pesquisa e bolsas em todas as áreas do conhecimento, financiando atividades de apoio à investigação, ao intercâmbio e à divulgação da ciência e tecnologia em São Paulo. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes Vinculada ao Ministério da Educação, promove o desenvolvimento da pós-graduação nacional e a formação de pessoal de alto nível, no Brasil e no exterior. Subsidia a formação de recursos humanos altamente qualificados para a docência de grau superior, a pesquisa e o atendimento da demanda dos setores públicos e privados. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Fundação vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações para apoio à pesquisa brasileira, que contribui diretamente para a formação de pesquisadores (mestres, doutores e especialistas em várias áreas do conhecimento). É uma das mais sólidas estruturas públicas de apoio à ciência, tecnologia e inovação dos países em desenvolvimento. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC Fundada há mais de 60 anos, é uma entidade civil, sem fins lucrativos, voltada principalmente para a defesa do avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento educacional e cultural do Brasil. Academia Brasileira de Ciências – ABC Sociedade civil sem fins lucrativos, tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento da ciência e tecnologia, da educação e do bem-estar social do país. Reúne seus membros em 10 áreas das ciências: Matemática, Física, Química, da Terra, Biológica, Biomédica, da Saúde, Agrária, da Engenharia e Humanas. Academia Brasileira de Letras – ABL Fundada em 20 de julho de 1897 por Machado de Assis, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua nacional. É composta por 40 membros efetivos e perpétuos e 20 membros correspondentes estrangeiros. Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial Criado na década de 1950, é uma organização do Comando da Aeronáutica que tem como missão o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento de atividades aeronáuticas, espaciais e de defesa, nos setores da ciência e da tecnologia. Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa Organização sem fins lucrativos que tem por objetivo maior articular os interesses das agências estaduais de fomento à pesquisa em todo o país. Criado oficialmente em 2007, o conselho já agrega fundações de 22 estados, mais o Distrito Federal. Marinha do Brasil Integrante do Ministério da Defesa. Contribui para a defesa do país e atua na garantia dos poderes constitucionais e em apoio à política externa do país. Academia Nacional de Medicina – ANM Fundada em 1829, contribui para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e de ciências afins, além de servir como órgão de consulta do governo brasileiro sobre questões de saúde e educação médica.


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