Edição Especial - Vitrais

Page 1

A MENSAgEM DOS VITRAIS

05

A MENSAgEM DOS VITRAIS maio 2014

a mensagem Muito mais que a estética, uma mensagem de salvação para todos | p. 02

A técnica

Conheça um pouco sobre o desafio da construção das janelas da Primeira Igreja Batista de Curitiba | p. 04

REFLEXÃO Uma oportunidade de meditar sobre aquilo que a Bíblia nos ensina a respeito da salvação. | p. 23


02

A MENSAgEM DOS VITRAIS

Janelas que falam

muito mais que vidro e tinta, as janelas da primeira igreja batista de curitiba contam a maior hist贸ria de amor de todos os tempos.


A MENSAgEM DOS VITRAIS

Ao adentrar um grande templo, uma antiga Catedral ou uma pequena igreja, o visitante o faz, em geral, em silêncio e respeito porque reconhece que aquele é um ambiente consagrado ao louvor e adoração a Deus.

03

Os vitrais servem, assim, na sua característica de arte plástica, como veiculadores da Palavra de Deus. Esse é o objetivo maior que a Primeira Igreja Batista de Curitiba quer alcançar com os vitrais do seu templo. Nada além de Este é, talvez, o motivo maior que leva uma linguagem visual que auxilie a comos idealizadores dessas construções a preensão da narrativa bíblica e o deslançar mão de recursos arquitetônicos frutar da mensagem aí revelada, numa que propiciam a criação de um espaço dimensão mais detalhada. Não são, de inspirador de solenidade, reflexão, med- maneira nenhuma, objetos de culto, pois “Deus é Espírito e importa que seus itação e oração. adoradores o adorem em espírito e em Assim, além das arcadas, das naves verdade.” e das colunas, os vitrais representam Vale ainda ressaltar que a arte é dom um significativo elemento de destaque na ambiência geral. O jogo de sombra e de Deus e está na mente e no coração luz, a variação e combinação das cores do artista, mas está também na mente e o conteúdo espiritual representado e nos olhos de quem a vê. através de uma elaborada criação artísO Senhor, pois, abençoe a cada um tica contribui, sem dúvida, para inspirar a perceber a mensagem pessoal que a o visitante, frequentador ou membro da Sagrada Escritura quer revelar para salcomunidade a uma atitude de medi- vação e edificação. tação sobre as verdades bíblicas.


04

A MENSAgEM DOS VITRAIS

Do papel ao vidr o desafio de unir a ténica milenar do vitral ao conforto e exigência térmicO-acústica num projeto inovador.

As exigências municipais e para os confortos dos que participam dos cultos, as janelas precisavam corresponder a demandas acústicas e térmicas. Evitar interferências sonoras ou variações de temperatura foram demandas que após muita pesquisa se resolveria com a utilização do estructural glazing, um sistema na forma de sanduíche de 5 lâminas de vidro, películas anti-raios UVA e UVB separadas por gás argônio.


ro

A MENSAgEM DOS VITRAIS

Foram quase 3 anos de pesquisa, planejamento e execução dessa que seria uma das partes mais desafiadoras da construção da Primeira Igreja Batista de Curitiba. A opção foi pelo estructural glazing, uma espécie de sanduíche de vidro com cinco lâminas, películas resistentes aos raios solares mais uma camada de gás argônio, tudo encap-

05

sulado a vácuo, para cada módulo das janelas. Estes módulos com tamanhos aproximados de 2 x 1,5m pesam quase 300kg cada. O outro problema seria como aplicar as artes sonhadas nas janelas. Como solução, a proposta escolhida foi a impressão direta sobre uma das camadas internas de vidro utilizando-se uma tinta especial, com nano-pigmentos que aderem melhor à superfície do vidro, garantindo maior durabilidade e visibilidade da arte. O próximo passo foi representar cenas bíblicas e principalmente a vida de Jesus em imagens que simulam vitrais. Foram dezenas de artes e variações até que as 19 janelas fossem definidas. Com uma equipe de profissionais e designers, membros da igreja, começaram os primeiros rascunhos que passaram por exaustivas versões e reuniões. Iniciado com o designer, formado em Belas Artes, José Fernandes, as janelas tiveram ainda o envolvimento direto e finalização de mais dois talentosos profissionais: Ronam Bonfin e Luccas Schimgel. O processo consistia na seleção e análise de passagens bíblicas significativas que se tornavam rascunhos nas mãos desses artistas. Após aprovação dos traços iniciais, o desenho passava então para uma forma de vitral. Nessa etapa se imaginavam as seções de vidros bem como suas texturas, linhas de chumbo, simulações de tonalidades e texturas de vidro, tudo criado digitalmente para representar da melhor forma possível a antiga técnica do vitral. Com as artes definidas, a empresa RISSI Vidros e fachadas desenvolveu o processo de produção e instalação das janelas, concluindo uma parceria desafiadora e que trouxe excelentes resultados à obra da Primeira Igreja Batista de Curitiba.


06

A MENSAgEM DOS VITRAIS

“Eu quero ser, Senhor Amado Como o vaso nas mãos do oleiro Quebra minha vida e faze-a de novo Eu quero ser, eu quero ser um vaso novo”

ideal do oleiro, é desfeito e retrabalhado até que o artesão fique satisfeito.

As palavras desse conhecido cântico, inspiradas no texto de Jeremias 18, expressam com muito sentimento o desejo de quem quer ser moldado à luz dos ensinamentos bíblicos, pois, reconhece que os descaminhos da vida forjam nele um vaso imperfeito, sem nenhuma beleza. Jeremias, seguindo a ordem que de Deus recebera, vai à casa do oleiro e fica a observar-lhe o trabalho: o vaso, não correspondendo ao

O oleiro

Jeremias 18.1-6

Essa é a lição que Jeremias devia comunicar ao povo: o pecado torna o homem desfigurado, o pecado destrói a beleza da criação. Mas Deus é amor e quer restaurar a beleza da vida, a comunhão entre Criador e criatura. E aquele que ouve a voz divina e se deixa moldar por suas mãos perfeitas, esse estará seguindo o propósito para o qual foi criado: viver para a glória do Senhor. Nisto consiste a beleza da vida e a alegria de viver. O vaso não reclama ao ser corrigido pelo oleiro. Assim, o desejo de ser feliz, inerente no ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, corresponde ao próprio desejo do Senhor em restaurar a criatura e fazê-lo vaso de bênção.


A MENSAgEM DOS VITRAIS

Lava-pés JOão 13.1-20

Após as longas caminhadas pelas estradas pedregosas e poeirentas da Palestina, nada melhor e mais necessário do que lavar os pés. Segundo a cultura da época, um escravo devia praticar esse ato de lavar os pés dos convidados e visitantes para que se sentissem mais confortáveis. Era um sinal de consideração, respeito e boa acolhida. Esse é o cenário representado neste vitral. Aproximava-se a festa da Páscoa dos judeus. Jesus, à mesa com os discípulos, participava da ceia. Momento de íntima comunhão, momento propício para ensinar-lhes, de maneira bem concreta, a lição de humildade e falar de sua missão: levanta-se da mesa, toma uma toalha, uma bacia com água e começa a lavar os pés aos discípulos. Eles se espantam. O Senhor, o Mestre lavando os pés dos discípulos? Mas esta não é tarefa para um escravo? Jesus, então, toma a palavra e explica. Sim, Ele é Mestre e Senhor, mas é também o enviado de Deus e, como tal, um servo. Ele deixara sua glória para vir a este mundo e dar sua vida em resgate da Humanidade. Fez isso em humildade e obediência para revelar o grande amor do Pai. A água fresca alivia os pés cansados; Ele, a Água da Vida purifica e renova a alma. Assim deve ser o discípulo: um servo humilde. Lavar os pés uns dos outros é símbolo de aceitação, de acolhimento, de serviço. Jesus é o modelo, ELE deu o exemplo. A vida cristã só tem sentido se estiver fundamentada no espírito de serviço. O discípulo, assim como foi Jesus, é enviado para servir e, através do serviço, na verdadeira humildade de servo, manifestar o amor do Pai.

07


08

A MENSAgEM DOS VITRAIS

o milagre da transformação João 2.1 - 12.

C

asamento, entre os antigos, era um acontecimento muito especial e importante não só para os nubentes como para a sociedade em geral. Por isso, a festa, na qual não podia faltar o vinho, como símbolo da alegria, era também um evento tão especial que durava três a quatro dias. Mas, narra o apóstolo João, naquelas bodas de Caná, o vinho acabara antes de terminar a festa. Entra em cena Jesus, que também fora convidado, juntamente com seus discípulos e sua mãe. Ele manda que os serviçais encham de água as talhas de pedra que por ali estavam. O encarregado da festa, ao provar a água transformada em vinho, surpreende-se com a excelente qualidade daquela bebida e pergunta ao noivo por que só agora mandara servir o melhor vinho. Há, na narrativa deste primeiro milagre de Jesus, um profundo simbolismo: *a água: elemento vital, limpa, purifica, hidrata, mantém a vida. Jesus é a água da vida; sem Ele não há purificação da alma. Ele sacia a nossa sede espiritual: “quem beber da água que eu lhe der jamais terá sede.” ( Jo 4. 14)

* *

o vinho: simboliza o sangue de Cristo, na sua morte, vertido em expiação pelos pecados da Humanidade.

água e vinho: vida e morte, paradoxalmente, se completam. Não há vida verdadeira sem Jesus, a água purificadora. Não há vida eterna sem o sangue de Jesus, em sua morte expiatória. O detalhe do vitral sugere ainda que a transformação é um processo contínuo: a graça de Deus vai sendo derramada ao longo da vida a todos que bebem da água que Jesus oferece. Água e vinho se misturam para trazer a verdadeira alegria, que só acontece no milagre da transformação.


A MENSAgEM DOS VITRAIS

pesca

maravilhosa

Cenário marinho e atividades de pesca é pano de fundo muito comum nas narrativas dos evangelhos. Jesus se utiliza da metáfora da pesca para chamar os discípulos e dizer que faria deles pescadores de homens. O cenário deste vitral nos remete a João 21. 1 – 14, quando Jesus, após sua ressurreição, aparece pela terceira vez aos discípulos. É madrugada, o grupo havia passado a noite pescando sem resultado algum. Jesus está na praia e observa, sem ainda ser reconhecido pelos discípulos. Sob o pretexto de que gostaria de comer algo, Jesus manda que lancem as redes à direita do barco. Eles obedecem e acontece, então, o milagre: a quantidade de peixes é tão grande que se tornava difícil puxar as redes. Agora reconhecem que é Jesus ao lado deles. À beira da praia, brasas e peixes assando; há também pão. Jesus os convida a esse banquete inusitado. Assim é Jesus: Ele vai ao encontro dos seus, revela seu divino poder, supre as necessidades, multiplica as bênçãos e nos convida ao banquete celestial. Assim deve ser a atividade dos discípulos: obedecer a ordem de Jesus e lançar a rede ao mar da incredulidade para recolher vidas salvas, que repetirão o processo: redes milagrosamente cheias para toda a eternidade. Leia João 21.1-14.

09


10

A MENSAEM DOS VITRAIS

Jesus anda sobre as águas Marcos 6.45 - 50.

O milagre da multiplicação dos pães acabara de acontecer. Jesus despede a multidão que o seguia, orienta os discípulos a levar o barco para o outro lado do lago e afasta-se para orar sozinho.

T

udo parece calmo. À noite, entretanto, lá pela quarta vigília, ou seja, madrugada, eis que estando o barco já distante da terra, sobrevém um forte vento que açoita o barco, ondas se levantam e o temor começa a tomar conta dos discípulos. Mas Jesus, imediatamente vem em socorro deles, andando sobre o mar. Agora, o temor que já é tanto por causa dos ventos e das fortes ondas, aumenta ainda mais pela cena que presenciam: um fantasma sobre as águas? Calma! Não é fantasma! É Jesus! Eles reconhecem-lhe a voz: “Não temais, sou eu...” Vento e ondas se aquietam e o barco chega ao seu destino. Na mente e coração dos discípulos, um sentimento: quem é este que anda sobre as águas e a cuja voz a tempestade se acalma? Esse é Jesus, filho do Deus Altíssimo, capaz de sossegar toda e qualquer tempestade que se levante no coração humano. Só Ele nos traz paz e alegria e nos conduz ao destino certo.


A MENSAgEM DOS VITRAIS

11

A

ntes de batizar Jesus, João Batista pergunta a ele: “por que vens tu a mim, se eu é que preciso ser batizado por ti?” Jesus, que viera da Galileia para ser batizado por João no Jordão, responde que “importa cumprir toda a justiça”. O cenário deste vitral está descrito nos evangelhos e registra um momento significativo, de profunda solenidade: ao sair Jesus da água, os céus se abrem, o Espírito Santo desce sobre ele, em forma de pomba e ouve-se então a eterna declaração: -”Este é o meu Filho amado...” Deus quer identificá-lo perante o mundo; é o próprio Deus quem o declara, que ninguém tenha dúvida quanto à identidade de Jesus como o Filho de Deus. Assim também o cristão que, convicta e sinceramente se submete ao ato do batismo, está declarando a sua comunidade, de maneira simbólica e visível a sua própria identidade: é alguém que crê em Cristo e o reconhece como seu Salvador e Senhor. Esse simbolismo corresponde à necessidade mais íntima do ser humano: encontrar sua verdadeira identidade. E ela só é encontrada quando há uma perfeita identificação com Jesus, quando pelos ouvidos da fé, pode-se ouvir a declaração transformadora: “Você é meu filho amado...”

o batismo de jesus


12

A MENSAgEM DOS VITRAIS

A multiplicação dos pães e peixes Mateus 14.31-21 | Mateus 15.32-39 O milagre da multiplicação dos pães ocorre duas vezes. Embora os dados numéricos não sejam o elemento mais importante, vale lembrar: na primeira multiplicação, cinco pães e dois peixes alimentaram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças e restaram doze cestos cheios. Na segunda, sete pães e alguns peixinhos para cerca de quatro mil homens, tendo restado sete cestos cheios. Em ambas as narrativas, uma referência citada inúmeras vezes nos evangelhos: multidões seguem a Jesus. Seguir ou acompanhar a multidão é um fato social comum; um pequeno ajuntamento desperta a atenção; todos querem saber o motivo e o grupo vai crescendo No caso de Jesus, a fama de seus milagres e de seus ensinos corria por toda parte. Com certeza, as multidões que o seguiam tinham seus motivos particulares, mas em cada pessoa, um motivo comum: a busca de cura. Cura do físico e cura da alma; em uma palavra, as multidões estavam sedentas e famintas e Jesus era movido de íntima compaixão por elas. Então, ensinava, alimentava, curava, provando sua identidade de Filho de Deus e revelando o amor maior, o amor do Pai. No detalhe do vitral, Jesus oferece o alimento. Ele mesmo é o alimento, o pão da vida que se oferece para a salvação de quem nele crer. Milagres de Jesus continuam acontecendo ainda hoje, não apenas em ‘multiplicação de pães’, mas o milagre da transformação de vida àqueles que ouvem, seguem e creem, pois “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos”.

Mateus 5. 6


A MENSAgEM DOS VITRAIS

o sermão da

montanha mateus 5, 6 e 7.

Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando entre o povo e curando enfermidades.

Sua fama correu por toda a circunvizinhança; numerosas multidões acorriam a ele e o seguiam. Mas, em dado momento, Jesus sobe ao monte, num lugar à parte e, mais particularmente, começa a ensinar os seus discípulos. Essa é a cena representada no vitral e que nos inspira a também ouvir atentamente o que o Mestre quer ensinar a seus discípulos. Jesus profere aí seu mais longo discurso, conhecido como o Sermão da Montanha. Por abranger os mais variados temas, o conteúdo desse sermão é praticamente o resumo de todos os ensinamentos de Cristo. Inicia-se com as bem-aventuranças, um dos trechos mais conhecidos e repetidos. Utilizandose de uma técnica discursiva e didática toda especial, Jesus vai ao encontro das mais íntimas necessidades do ser humano, com promessas consoladoras. Assim, serão felizes os humildes, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores, os perseguidos... Para estes há uma recompensa eterna: grande é o seu galardão nos céus. São oito bem-aventuranças que se completam umas às outras; elas são inseparáveis, uma não existe sem a outra, pois constituem a unidade do caráter que todos nós, cristãos, devemos buscar.

13


14

A MENSAgEM DOS VITRAIS

o bom Uma das mais expressivas figuras bíblicas para traduzir o amor de Deus é a figura do pastor de ovelhas, tão comum na paisagem palestina. Essa analogia perpassa a Bíblia toda. Por exemplo: em Gênesis, Deus tira Abraão de sua terra e o conduz a novas paragens; em Êxodo, o Senhor guia e liberta seu povo da escravidão; em Jeremias 34, o Pastor apascenta e cura; em João 10, Jesus se revela como o bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas; em

Apocalipse 2, Jesus é o Cordeiro que leva às fontes de águas vivas... Mas, o texto mais universalmente conhecido, apreciado, repetido e amado é o Salmo 23. A riqueza das imagens do cenário pastoril inicia-se com uma atitude de louvor em reconhecimento de que o Supremo Pastor nada deixará faltar a suas ovelhas: a água fresca e tranquila, o pasto verdejante, a direção segura


A MENSAgEM DOS VITRAIS

pastor salmo 23

no caminho da justiça, o consolo e a bondade, o óleo e o banquete simbolizando a receptividade e, o livramento nos perigos; finalmente, o habitar seguro e eterno na casa do Pai. Nesses dois vitrais, o destaque é o cuidado do pastor, que se inclina amorosamente para tratar a ovelha ferida e a carrega nos ombros. Assim é o amor do Deus-Pastor: Ele cuida do rebanho como um todo mas trata também a ovelha ferida ou a desgarrada que se perdeu nos des-

caminhos da vida e que reconheceu a voz do seu pastor, deixando-se levar por ele. Note-se a postura amorosa do pastor e a atitude de entrega confiante da ovelha, a sugerir o recíproco desejo de comunhão entre a ovelha e pastor.

15


16

A MENSAgEM DOS VITRAIS

A entrada triunfal de

jesus

em Jerusalem

A cena representada nesses três vitrais é como um acontecimento apoteótico. Jesus caminha para Jerusalém.

Durante o percurso, ensina, cura, abençoa. Fala das coisas que aconteceriam em breve: como seria entregue aos líderes das sinagogas, como seria condenado, escarnecido, crucificado. Mas, depois de três dias, ressuscitaria. Esse contexto é fundamental para a compreensão da cena em destaque. Jerusalém é a meta final. Aí seu ministério terreno chegaria ao fim. E Jesus chega à cidade montado em um jumentinho. Um contraste incompreensível para quem esperava um rei, com pompas e glória; um rei que traria a libertação do jugo político que dominava sobre Israel. Entretanto, a multidão que o seguia, aclama: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino de nosso pai Davi.! Hosana nas maiores alturas!” E estendiam suas vestes para Ele passar e o saudavam com ramos de palmeira. Este é o Rei, o Messias profetizado e aguardado. Sua entrada em jumentinho, na grande cidade revela mais uma vez o caráter espiritual de seu reinado. Ele não vem como líder político, mas como o filho do Deus vivo, trazendo salvação para toda a Humanidade. Não em potentes cavalos, trazendo guerra mas em um pequeno animal, simbolizando a paz. E os ramos de palmeira, simbolizando a vitória, apontam para a vitória final do Rei Jesus e do seu reino eterno. Vitória que todo cristão autêntico pode experimentar e esperar, desde agora e para sempre.


A MENSAgEM DOS VITRAIS

17

jesus carrega a

cruz

“Tomaram eles, pois, a Jesus e ele próprio carregando a sua cruz saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota, em hebraico.” A representação nesse vitral – Jesus carregando a cruz – fala por si só, dispensa explicações e inspira uma profunda e introspectiva reflexão: Jesus cumpriu seu ministério passo a passo, até o final. Até carregar o madeiro no qual seria crucificado e morto para que nós tivéssemos vida. No detalhe da cena, o peso da cruz, ou seja, o pecado de toda a Humanidade gera a dor e o sofrimento atroz, lembrando-nos de imediato a profecia de Isaías 53 . 4- 5: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si ...Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Haveria, acaso, prova maior do amor de Deus para com a Humanidade? Se, humanamente pensando, é difícil entender tão grande amor, é possível abrirmos mente, coração e alma e nos deixarmos inundar da amorosa graça de Deus, que, pelo sacrifício de Cristo na cruz, nos liberta do peso do pecado e nos dá vida eterna. A cena lembra ainda a advertência de Jesus a seus discípulos, em Lucas 9.23 “ Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia, tome a sua cruz e siga-me”. Seguir a Cristo significa obedecer continua e espontaneamente, sem murmurações. Inspirado, então, na obediência absoluta de Jesus em cumprir o plano eterno do Pai, carregando na cruz o peso do pecado de toda a Humanidade, o cristão deve também carregar a sua cruz pessoal.


18

A MENSAGEM DOS VITRAIS

a ascensão

voluptatem. Ut enim ad minima veniam, quis nostru laboriosam, nisi ut aliquid ex ea commodi consequa

ATOS 1.9-10 Se a cena do vitral anterior nos fala da tristeza e vergonha, do peso da cruz, da morte, os dois seguintes nos falam da glorificação, da vitória final, da volta de Jesus ao seio do Pai. Muito significativa a representação de continuidade da Cruz Vazia para a Ascensão do Senhor, diante dos discípulos. As narrativas dos evangelhos são a prova histórica e contundente da verdade da ressurreição de Jesus. Ele aparece a Maria Madalena, mostra ao incrédulo Tomé as feridas da cruz, aparece a dois discípulos no caminho para Emaús... Assim como havia anunciado aos discípulos, assim aconteceu. A narrativa de Atos 1 dá conta que Jesus, após a sua ressurreição, está reunido com os discípulos à mesa e lhes dá as últimas instruções. Logo após, é elevado aos céus, diante dos discípulos atônitos. Pode-se imaginar a sua emoção, misto


A MENSAgEM DOS VITRAIS

de jesus

um exercitationem ullam corporis suscipit atur?

de alegria e até o temor deles diante do magnífico espetáculo. Enfim, o plano eterno de Deus para a redenção da Humanidade está absolutamente completo. Não há mais motivo de dor ou tristeza. Os Evangelhos narram que trevas cobriram a terra no momento da morte de Jesus. Agora, porém, as trevas se dissipam pela presença maravilhosa da luz. Nasce a esperança, a fé e a certeza da eternidade. A ressurreição de Jesus é o fato maior que distingue o Cristianismo das demais religiões: o Mestre Jesus não ficou na sepultura, Ele continua vivo nos céus e vivo está na mente e coração daqueles que nele creem.

at

19


20

A MENSAgEM DOS VITRAIS

A cruz está vazia Quanto significado implícito na representação desse vitral! Ao olhar a cruz vazia, que sentimentos vêm ao coração? Que lembranças? Que lições? Jesus aí esteve pregado, sofrendo as dores da crucificação, aí derramou seu sangue para nos perdoar de nossas iniquidades. Vem à lembrança a trajetória do Senhor, ao longo de três anos, ensinando, abençoando, perdoando, chamando ao arrependimento. Tantos milagres! Vem à memória a palavra do anjo falando às mulheres, à entrada do túmulo: “Por que buscais entre os mortos o que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou...” Vale perceber o significativo detalhe da faixa que, partindo do túmulo vazio, envolve a cruz vazia, passa pelos discípulos maravilhados diante da ascensão e termina no Cristo glorificado. A cruz vazia é o símbolo da vitória da vida sobre a morte, da luz sobre as trevas, do bem sobre o mal. A cruz vazia, presente nos templos de muitas igrejas cristãs, é o símbolo maior do Cristianismo. Jesus venceu a morte e está vivo para interceder por nós. Essa verdade é a esperança de todo cristão: assim como Jesus ressuscitou e está à direita do Pai, nós também haveremos de estar para sempre na morada eterna.


A MENSAEM DOS VITRAIS

21


22

A MENSAgEM DOS VITRAIS

A CEIA Lucas 22.14-20

A narrativa bíblica fala do desejo de Jesus estar com os discípulos, naqueles momentos finais, antes de ser preso. A hora crucial está bem próxima. Estar à mesa com eles, celebrar a última Páscoa juntos era uma espécie de despedida, um momento de solene intimidade. É nessa ocasião que Jesus institui a Ceia como um memorial, um símbolo.

Reflete sobre o presente: Temos vivido a vida cristã dignamente, de modo a testemunhar do amor de Deus, no contexto de nossas experiências? Enquanto participamos da Ceia, lembramos que somos Corpo de Cristo, que Ele é o cabeça da igreja, que precisamos viver em amorosa união, que se um membro do corpo sofre todo o corpo sofre...

Jesus sabia da natureza humana, fácil de esquecer fatos e ensinamentos. Por isso, deixa essa ordenança: “ Fazei isto em memória de mim”. Pão e vinho simbolizando o corpo e o sangue de Cristo, oferecido em sacrifício pela Humanidade. Isso jamais poderá ser esquecido. Jesus é o pão da vida. Enquanto nos alimentamos de seus ensinos, temos vida e vida abundante.

Reflete sobre o futuro: Jesus voltará em glória para buscar a sua igreja. Que expectativas, que esperanças alimentamos em relação a essa promessa das Escrituras? Cremos nelas a ponto de vivê-las de modo a saber dizer qual é a razão da nossa esperança?

A igreja de Cristo, hoje, continua a celebrar a Ceia nesse mesmo espírito e enquanto celebra, examina-se e reflete: Sobre o passado: Jesus, um dia morreu em nosso lugar; isso nos inspira gratidão pelo infinito amor de Deus para conosco.

Ceia Memorial. Na mesa da comunhão, pão e vinho: corpo e sangue de Cristo lembrando – nos que somos Igreja do Senhor e que temos uma missão a cumprir.


A MENSAgEM DOS VITRAIS

23

Se ao ler este material você gostaria de conhecer mais sobre Jesus e como ele pode mudar sua vida de uma forma especial, entre em contato conosco. Venha participar de um dos nossos cultos ou dos grupos de estudo da bíblia que acontecem por toda a cidade! Acesse nossas mídias sociais ajornada.com.br pibcuritiba.org.br/app facebook.com/pibcuritiba twitter.com/pibcuritiba flickr.com/pibcuritiba youtube.com/pibcuritiba /diaadiacomdeustv /diaadiacomdeuslibras /altatensaotv

Inscreva-se e receba por e-mail as novidades da PIB

Todos os dias Plantão pastoral 24h “Linha da Vida” 3091-4300 06h | Alvorecer com Deus 09h | Plantão pastoral até 18h (presencial) Domingo 09h30 | Ministério Infantil (0 a 12 anos) 09h30 | Escola Bíblica 09h30 | Escola Bíblica em Inglês 09h30 | Embaixadores do Rei 09h30 | Mensageiras do Rei 10h30 | Culto Matutino 10h30 | Culto em Inglês 10h30 | Culto dos Juniores 17h | Culto em italiano (2° Domingo) 18h30 | Heróis de Oração 19h | Ministério Infantil (0 a 12 anos) 19h | Culto vespertino Segunda-feira 8h | Atendimento social 14h | Assessoria jurídica gratuita 14h | Curso de tricô e crochê 19h30 | Culto dos Advogados Cristãos 20h | Culto dos Atletas Terça-feira 14h | Mulher Cristã em Ação 14h | Curso de patchwork 18h30 | Holy Hour (encontro de homens)

Sexta-feira

18h30 | Pink Hour (encontro mensal de mulheres) 19h | Centro de Formação Ministerial 20h | Encontro de Mulheres 20h | Ensaio Conj. Feminino 20h | Amor Exigente - Grupo Conexão 20h | Grupo de apoio ao enlutado

15h

| Culto dos Cadeirantes - RPA

17h

| Discipulado para adolescentes (batismo)

18h

| Valentes de Oração

Quarta-feira

18h

| Ensino Adolescentes

10h30 | Oficinas Maturidade (Ativ. física, recreação, informática e estudo bíblico) 10h30 | Estudos Bíblicos 13h | Oficinas Maturidade (Ativ. física, recreação, informática, estudo bíblico e dança sênior) 14h30 | Culto Maturidade 15h30 | Células Maturidade 18h | Oração Adolescentes 19h30 | Celebrando a Recuperação 20h | Culto de Oração 22h30 | Oração Jovens

19h30 | Culto de Adolescentes

09h30| Amor Exigente - Grupo Conexão Um

19h30 | Culto dos Cegos 20h

| Amigos em Cristo (quinzenal)

20h

| Culto da Vitória

Sábado 9h

| MOPS (3º sábado)

14h

| Embaixadores do Rei

14h

| Mensageiras dos Rei (mensal)

16h

| Assessoria jurídica gratuita

Quinta-feira

17h

| Ensaio do Coro Celebrai

14h | Voluntariado - Hospital Evangélico 15h | MOPS (Mães de Primeira) - célula 15h | Estudo Bíblico em inglês 19h | Centro de Formação Ministerial (CFM) 19h30 | Escola Bíblica 19h30 | Montanhistas de Cristo 20h | Culto dos Surfistas de Cristo

17h

| Ensaio do Coral A. B. Deter

17h

| Culto de Surdos

18h

| Clamor Jovem

19h30 | Culto de Jovens 19h30 | Culto de Jovens Adultos 19h30 | Culto de Jovens Casais (mensal)

Direção de Comunicação: Albert Martins de Oliveira Filho Secretaria de Comunicação: Tânia Regina Machado dos Santos Diagramação: Jessica Fonseca Vieira Foto da capa: Joel Lopes Jr. Texto: Elly Claire Jansson Lopes Foto: Joel Lopes Junior Artes: José Fernandes, Ronam Bonfin e Luccas Schimgel Tiragem: Nova Gráfica, 20.000 unidades


04

A MENSAgEM DOS VITRAIS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.