Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
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INSTITUCIONAL
Julio Andrade ORGANIZAÇÃO & PESQUISA Julio Andrade Viviane Rodrigues Reis COLABORAÇÃO TÉCNICA Profa. Dra. Heloisa Candia Hollnagel Eng. Agrônomo Nelson Matheus Oliveira Junior PICK-UPAU Neuza Regina Oliveira Silva
PESQUISA
Pedro Isal Wilson Najar Mahana REFAZENDA Marcílio da Silva Karai Tataendy Vinicius Kuray dos Santos Marcos da Silva Maurílio Tibes Dionísio Mirim Renato Mar ns dos Santos Cris ano da Silva Ronaldo Karai Mirim Ambrósio Mar ns dos Santos Agência Ambiental Pick-upau - Todos os direitos reservados
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APOIO Programa Ecomudança Itaú-Unibanco PARCERIA Carteira Indígena Ministério do Meio Ambiente – MMA Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas – PNUD/ONU INSTITUCIONAL Terra Indígena Guarani Tenonde Porã AGRADECIMENTOS (Banco Itaú-Unibanco / Programa Ecomudança)
(PNUD)
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Larisa Ho Bech Gaivizzo
Joelma Gomes Pereira (Tenonde Porã) (InsƟtuto Ekos)
Marisa Pires de Lima
Ana Cris na Moeri
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Gabriel Braga Martone
Priscila Poty Silva
Camila Dinat
Timoteo Vera Popygua da Silva Guarani
Ricardo Scache (Pick-upau) (Carteira Indígena / Ministério do Meio Ambiente)
Gabriela Picolo
Luis Gustavo de Oliveira Galvão
Gilmar Ogawa
Márcia Catarina David Maria Paula de Freitas Vanucci Rita de Cássia Correa Jânio Oliveira Cou nho Agência Ambiental Pick-upau - Todos os direitos reservados
Índice 04 R ÝçÃÊ
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.............................................................................................................
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01
IÄãÙÊ ç Ê................................................................................................11
02 M ã Ù® ½ M ãÊ ÊÝ
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03 R Ýç½ã ÊÝ D®Ý çÝÝ Ê 04 CÊÄ ½çÝ Ê
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Recuperação de Áreas Degradadas às Margens da Represa Billings com Espécies Tolerantes a Encharcamento. Terra Indígena Guarani Tenonde Porã RELATÓRIO TÉCNICO
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Recuperação de Áreas Degradadas às Margens da Represa Billings com Espécies Tolerantes a Encharcamento.
Agência Ambiental PICK-UPAU 1
RESUMO As florestas ou outros pos de cobertura vegetal na va ao redor de rios, igarapés, lagos, olhos d’água e represas cons tuem as matas ciliares, são matas sujeitas a inundações temporárias, são extremamente importantes, pois garantem diversos bene cios como a estabilidade do solo; previnem contra a contaminação e o assoreamento dos cursos de água ao barrar par culas sólidas, poluentes e resíduos; contribuem para a manutenção da temperatura das águas; conecta fragmentos florestais, formando corredores que servem de refúgio para os animais silvestres; garante alimentação para a fauna aquá ca e evita a escassez da água para consumo. Diante deste problema fica premente a importância da preservação da cobertura vegetal ainda intacta, especialmente das florestas ciliares e a necessidade de atuar na recuperação de áreas que foram degradadas. Neste sen do este projeto tem como obje vo promover a recuperação vegetal de um trecho às margens da Represa Billings, situado dentro da Terra Indígena Guarani Tenonde Porã. Para a ngir esse obje vo, 20 espécies na vas produzidas no Viveiro Refazenda, localizado naquela área, foram u lizadas. A seleção das espécies foi baseada tanto em suas caracterís cas ecológicas e fisiológicas quanto na sua disponibilidade de estoque do viveiro, com decisões compar lhadas com a comunidade indígena. Espera-se que as espécies possam promover o retorno da biodiversidade e a melhoria nas condições hidrológicas locais. Palavras chaves: Recuperação de Áreas Degradadas, Represa Billings, Mata Ciliar, Mananciais, Restauração Ecológica.
_____________________ 1 PICK-UPAU; REIS, V. R.; ANDRADE, J.; HOLLNAGEL, H. C. Recuperação de Áreas Degradadas às Margens da Represa Billings com Espécies Tolerantes a Encharcamento. Terra Indígena Guarani Tenonde Porã. Relatório Técnico. Edição Especial Programa Ecomudança. Darwin Society Magazine. São Paulo. v.11 n.11, p 41, 2014.
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Recovery of Degraded Areas to the margins of the Billings with Wet Soil Tolerant Species
PICK-UPAU Environmental Agency 1
ABSTRACT Forests or other na ve vegeta on around rivers, streams, lakes, water holes and dams are the riparian forests, whose plants are subject to temporary flooding, are extremely important because they provide many benefits such as soil stability; contamina on preven on and silta on of waterways due to its property to stop solid par cles, pollutants and waste. Furthermore, they contributes to maintaining the water temperature; connec ng forest fragments, forming corridors that serve as a refuge for wild animals; food for aqua c fauna also avoiding the shortage of drinking water. This shortage affects the Metropolitan Region of Sao Paulo – MRSP (RMSP in portuguese), for example, the Cantareira System, the one that supplies 8.1 million inhabitants, is opera ng nowadays with the use of its technical reserves, also called dead volume, which is water le in the bo om of reservoirs. Facing this problem lead us to reinforce the importance of preserving the vegeta on cover s ll intact, especially riparian forests and the need to act in the restora on of areas that have been degraded. In this direc on this project aims to promote plant recovery of a stretch on the shores of Billings Dam, located within the Indigenous Guarani Tenonde Pora. To achieve that goal, 20 na ve species produced in the Nursery located in that area – Refazenda – were used. The selec on of species was based on both their ecological and physiological characteris cs as their availability of nursery stock, with shared decisions with the indigenous community. It is expected that these species can promote the return of biodiversity and the improvement in local hydrological condi ons. Keywords: Recovery of Degraded Areas, Billings Dam, Riparian Vegeta on, Watersheds, Ecological Restoraon.
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1. INTRODUÇÃO
Os sistemas de águas con nentais, sejam os de super cie ou os de reserva subterrânea pos de cobertura
(aquíferos) têm sofrido pressão permanente como
vegetal na va ao redor de rios, igarapés, lagos,
desmatamento, despejo de esgotos domés cos,
olhos d’água e represas cons tuem as matas cili-
escoamento de resíduos agrícolas, canalização de
ares, são matas sujeitas a inundações temporárias
rios e construção de barragens, erosão e descarga
(WWF, 2014; FERREIRA, et al., 2007).
de substâncias tóxicas, todos estes impactos atuam
As florestas ou outros
Elas são extremamente importantes, pois
na redução da biodiversidade aquá ca, compro-
garantem a estabilidade do solo, evitando a sua
metem o abastecimento público e aumentam os
erosão e o deslizamento de terra; previnem con-
custos de tratamento, tornando o gerenciamento
tra a contaminação e o assoreamento dos cursos
das águas muito complexo (CLARKE & KING, 2005).
de água, ao barrar par culas sólidas, poluentes e
Estes impactos, sobretudo, a poluição de-
resíduos; as copas das árvores amortecem os im-
senfreada e o desmatamento, contribuem para
pactos das águas pluviais sobre o solo evitando sua
o aumento dos gases de efeito estufa contribuin-
compactação; contribuem para a manutenção da
do fortemente para o aumento da temperatura.
temperatura das águas; conectam fragmentos flo-
Já em 2001, segundo o Terceiro Relatório de
restais, formando corredores que servem de refú-
Avaliação – TAR, do Painel Intergovernamental de
gio para os animais silvestres; garante alimentação
Mudanças Climá cas, (IPCC, na sigla em inglês para
para a fauna aquá ca e evita a escassez da água
Intergovernmental Panel on Climate Change), a
para consumo (CURY & CARVALHO, 2011).
temperatura média do ar havia sofrido um aumen-
Sobre os recursos hídricos, es ma-se que
to de 0,6°C durante o século XX e que entre 1990
o Brasil concentre entre 12% e 16% do volume
e 2100 a temperatura global poderá aquecer entre
total de água do planeta Terra, entretanto, estes
1,4°C e 5,8°C, aquecimento este mais rápido do que
recursos não estão distribuídos de forma ho-
o detectado no século XX, esta mudança de clima
mogênea e encontram-se ameaçados por fatores
causa diversos impactos ambientais como derre -
socioeconômicos diversos (CLARKE & KING, 2005).
mento das geleiras e calotas polares alterando tam-
Segundo Clarke & King (2005) a maior con-
bém processos biológicos como datas de floração e
centração de água está na região Norte do país,
fru ficação das espécies (MARENGO & DIAS, 2006).
cuja densidade populacional é a mais reduzida,
Já o Quinto Relatório de Avaliação realizado
nas regiões Sul e Sudeste os recursos hídricos são
pelos cien stas do IPCC em 2013, no pior cenário
rela vamente abundantes, no entanto, já em 2005
a es ma va é que a temperatura do planeta possa
com a urbanização intensa, o crescimento popu-
aumentar em até 4,8°C neste século, caso as emis-
lacional e os usos múl plos da água causaram a
sões de gases do efeito estufa (GEE) con nuem
escassez em alguns pontos, isto devido à poluição
crescendo às taxas atuais durantes os próximos
desenfreada comprometendo a disponibilidade e
anos, este aumento causará uma elevação de até
aumentando os custos de tratamento.
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cen metros no nível do mar causando sérios
danos na maior parte das regiões costeiras do globo
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(FAPESP, 2013). Esta pressão antropogênica sobre os recursos hídricos cresce a passos alarmantes. No século XX, enquanto a população da Terra aumentou quatro vezes, o uso da água aumentou 7,7 vezes e a previsão para 2025 é de que mais de três bilhões de pessoas possam viver em países sob estresse hídri-
Pick-upau/Divulgação Margens da Represa Billings, na Terra Indígena Guarani Tenonde Porã, Região Metropolitana de São Paulo. Pick-upau/Divulgação Área escolhida para restauração ecológica na região da APA Capivari-Monos. Pick-upau/Divulgação Indígena trabalha na perfuração mecânica dos berços na área de reflorestamento.
co e que 14 países possam passar da situação de estresse para a de escassez (BICUDO et al., 2013). A consequência disso será a queda na produção de alimentos, o que causará doenças, um desastre ecológico e um êxodo em massa (CLARKE & KING, 2005). A Região Metropolitana de São Paulo – RMSP já enfrenta um momento bastante crí co, pois as represas do Sistema Cantareira que abastece 8,1 milhões de habitantes está operando com a u lização da sua reserva técnica, também chamado de volume morto, ou seja, a água que fica no fundo dos reservatórios (SABESP, 2014). Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, do dia 10 de agosto para o dia 11, de 2014, o volume disponível diminuiu de 13,9% para 13,8%, ou seja, no prazo de seis meses, o reservatório poderia reduzir 18% deste total, que já passa de qualquer limite aceitável, o índice registrado em agosto, por exemplo, indica que a capacidade armazenada é pra camente a metade da registrada no úlmo dia 16 de maio (26,7%), quando começou a ser bombeada a água abaixo da super cie, local onde era feita a captação (AGÊNCIA BRASIL, 2014). Esta es agem pela qual a RMSP passa interfere também na economia, segundo levantamento recente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos – Depecon, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, a
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possibilidade de falta de água preocupa 67,6% das empresas – metade das de grande porte teria que parar a produção diante de um corte no fornecimento (FIESP, 2014). Segundo reportagem publicada no IG São Paulo, Caderno Úl mo Segundo, a represa apontada como a solução para este problema é a Billings,
Pick-upau/Divulgação Equipe trabalha na área de reflorestamento às margens da Represa Billings. Pick-upau/Divulgação Indígenas fazem a seleção e o transporte de mudas no Viveiro Refazenda. Pick-upau/Divulgação Indígenas fazem o transporte de mudas naƟvas tolerantes à encharcamentos.
que ocupa uma extensão de 106,6 km² e tem capacidade de armazenamento de 995 milhões de m³ de água, a represa tem capacidade equivalente a todo sistema Cantareira, alimentado por seis represas (IG, 2014). No entanto, parte da solução é inves r no sistema de abastecimento iden ficando e reparando problemas de perdas ao longo da tubulação; ampliação ou criação de novos reservatórios; despoluição de rios e represas e criação de campanhas educa vas a fim de evitar o desperdício por parte da população e não transferir simplesmente a demanda para outro reservatório, já em declínio. A Billings é um dos maiores e mais importantes reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo, a oeste faz limite com a Bacia Hidrográfica de Guarapiranga e ao sul com a Serra do Mar, contudo, tanto a Billings quanto a Guarapiranga sofrem impactos de uma densa e desorganizada ocupação urbana, este fato alterou o cenário de matas na vas que a caracterizavam até 40 ou 50 anos atrás, enquanto, os territórios próximos à Serra do Mar seguem tomados por grande e densa cobertura vegetal (SOLIA, M.; FARIA, O. M.; ARAUJO, R., 2007). O problema da escassez de água nos remete a importância de se preservar a cobertura vegetal ainda intacta, sobretudo, as matas ciliares e a necessidade de atuar na restauração das áreas que se encontram degradadas. A degradação dos
ecossistemas
terrestres
frequentemente
causa a redução do conteúdo de nutrientes para a fauna edáfica (micro e macrofauna do solo)
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e compromete os mecanismos de conservação
feminino, da mesma flor ou de uma outra flor da
destes nutrientes, como a densa malha de raízes
mesma espécie, realizada por animais pouco exi-
que ocupa os horizontes superficiais do solo (ROD-
gentes, com hábitos alimentares variados, altas
RIGUES, 2013 a).
taxas de crescimento e alto potencial de dispersão)
O aumento de nutrientes proporciona uma
e alta herbivoria (dano causado nas plantas por
maior produção de biomassa, e ao se decompor, con-
consumidores de vários grupos animais) etc.
some Oxigênio dos ambientes aquá cos, limitando
é importante, pois, conduz a mudanças básicas na
sua capacidade de sustentar a vida aquá ca, por
área degradada, gerando núcleos funcionais (REIS
provocar anoxia, em um processo chamado eutrofi-
& TRÊS, 2009).
zação (RODRIGUES, 2013 a). Os despejos de esgotos
Para a seleção das espécies, deve-se pensar
domés cos e industriais, as a vidades agrícolas e o
nas condições iniciais da área, é importante u lizar
desmatamento são as principais causas da eutrofi-
espécies que sejam tolerantes à condição atual
zação no mundo moderno (BICUDO et al., 2013).
para que criem um ambiente propício à ocupação
Controlando e evitando estes problemas
de outras espécies posteriormente (RODRIGUES,
e aplicando o princípio da restauração ecológi-
2013 a).
ca é possível retornar e conservar os serviços
Outro fator a ser verificado durante a es-
ecossistêmicos proporcionados pelas matas cili-
colha das espécies é a inclusão da biodiversidade,
ares. De acordo com a Sociedade Internacional
visando a ngir o equilíbrio do ecossistema (KAGEY-
para a Restauração Ecológica (SER, na sigla em in-
AMA, 2009).
glês para Society for Ecological Restora on Interna-
Através dos diferentes grupos da fauna e
onal) a restauração ecológica consiste no processo
de suas interações pode-se restabelecer os pro-
de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema
cessos ecológicos necessários ao alcance deste
que foi degradado, danificado ou destruído (SER,
equilíbrio (CASTRO et al., 2012) notadamente a avi-
2004).
fauna, assume um papel decisivo nos processos de
Este ecossistema deve apresentar um con-
regeneração natural. A dispersão de sementes por
junto representa vo de espécies de acordo com
animais pode ocorrer em 50 a 90% das espécies ar-
um ecossistema de referência, as espécies u liza-
bóreas nas florestas tropicais e cons tuem-se em
das devem ser capazes de prover uma estrutura de
um importante serviço ambiental, é importante
comunidade e grupos funcionais são necessários
privilegiar as “Espécies-chave”, pois estas são as
para que haja um desenvolvimento con nuo e a
mais procuradas pelos animais, por representarem
estabilidade do ecossistema seja assegurada (SER,
as principais fontes de alimentos dentro das comu-
2004).
nidades (DAVIDE, 2013).
A seleção prévia de espécies com funções altamente energé cas como bagueiras (fruto pequeno, carnudo e comes vel), com polinização generalizada (transferência de grãos de pólen das anteras de uma flor para o es gma, parte do aparelho reprodutor
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2. MATERIAL E MÉTODOS
de subsolo, com 30% de composto orgânico, NPK 4-14-8 (4 partes de nitrogênio, 14 partes de fós-
2.1 Área de Estudo
foro e 8 partes de potássio) e 3 % de calcário. As mudas também foram produzidas em tubetes
O Projeto de Recuperação de Áreas Degra-
de plás co cônico jumbo, com 190 mm de altura
dadas – PRAD foi implantado em uma área situada
de fundo vazado, diâmetro superior com 63 mm,
dentro da Terra Indígena Guarani Tenonde Porã, às
volume interno de substrato de 280 cm³, e 8 es-
margens da Represa Billings. A aldeia faz parte da
trias internas salientes no sen do ver cal. Confec-
Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, Uni-
cionado em polipropileno atóxico, preto, fotoesta-
dade de Conservação localizada no extremo sul da
bilizado, com adi vo an ultravioleta, EPDM. As
capital paulista, nas coordenadas S 23°52.085’, O
bandejas de transporte confeccionadas em poli-
46°39.069’.
propileno atóxico, de cor preta, fotoestabilizada com adi vo an ultravioleta, medindo 582 mm de
2.2 Materiais e Equipamentos
comprimento superior, largura de 410 mm e 165
Para a realização do PRAD foram u lizados os seguintes equipamentos manuais: foice, enxada, rastelo, ancinho, pá de jardineiro, carrinho de mão com capacidade para 65 litros, carro plataforma com assoalho de madeira e com capacidade de 400 kg. Equipamentos mecânicos também foram u lizados como: roçadeira modelo HBC52SB, potência 1,9CV e capacidade para 1,2 litros, roçadeira L45, potência 1,7CV com capacidade de 1,2 litros, com lâminas variadas, perfurador mecânico modelo ED43, potência 1,7HP@12.000RPM e capacidade de 1,1 litros, com broca de 150 mm de diâmetro por 800 mm de altura. O registro fotográfico foi realizado com uma câmera fotográfica Nikon Coolpix L23. O georreferenciamento da área foi feito através de um aparelho GPS Garmim Etrex 10.
As mudas foram produzidas em sacos po san-
fonado, com material 100% reciclado e adi vo an -UV. 13 x 13 cm / 500 mL (12 micras). Para a produção u lizou-se 70% de substrato de terra
16
bete 290 cm³ com capacidade de 54 células. Para a produção das mudas em tubetes u lizou-se como substrato 30% de vermiculita expandida fina, 10% de terra de subsolo, 60% de composto orgânico, NPK 4-14-8 (4 partes de nitrogênio, 14 partes de fósforo e 8 partes de potássio) e 2,3% de calcário. O composto orgânico u lizado para a produção das mudas foi produzido no próprio Viveiro Refazenda, localizado na Terra Indígena Tenonde Porã, sob o RENASEM n° SP-02900/2011, o composto foi feito através da adição de cascas de árvores e materiais orgânicos decompostos. As espécies foram selecionadas conforme a disponibilidade de estoque do viveiro pelos técnicos da Agência Ambiental Pickupau em conjunto com a comunidade indígena. Espécies selecionadas:
Produção de mudas: plás cos para plan o e cul vo do
mm de altura, bandeja caixa compa vel com tu-
Foram u lizadas no PRAD 20 espécies florestais na vas: Luehea divaricata Mart. (Açoitacavalo);
Anadenanthera
macrocarpa
(Benth.)
Brenan (Angico-vermelho); Psidium caƩleianum Sabine (Araçá-amarelo); Cordia ecalyculata Vell.
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(Café-de-bugre); Nectandra lanceolata Nees et
correspondendo a 40% e 60% respec vamente.
Mart. (Canela-amarela); Rapanea ferruginea (Ruiz
O padrão das mudas variou de 0,40 m a 1,60 m, a
& Pav.) Mez. (Capororoca); Lafoensia pacari A.
maioria de interesse indígena.
St.-Hil. (Dedaleiro); Calophyllum brasiliense Cam-
O controle fitossanitário e a aclimatação ao
bess. (Guanandi); Hymenaea courbaril var. sƟl-
sol pleno foram realizados no setor de expedição
bocarpa (Hayne) Lee et Lang. (Jatobá); Genipa
do Refazenda. Para a distribuição das mudas nos
americana L. (Jenipapo); Persea pyrifolia Nees
locais de plan o, foram u lizados carrinhos de mão
& Mart. (Maçaranduba); Acacia polyphylla DC.
(65 litros) e carro-plataforma. Em seguida as mudas
(Monjoleiro); HelieƩa apiculata Benth. (Osso-de-
foram distribuídas intercalando-se pioneiras e não
burro); Triplaris brasiliana Cham. (Pau-formiga);
pioneiras, as embalagens plás cas foram re radas
Cytharexyllum myrianthum Cham. (Pau-viola);
preservando-se o torrão, logo após foi realizado o
Croton urucurana Baill. (Sangra-d’água); Erytrina
plan o pelos guaranis com auxílio de pás de jardi-
fusca Lour. (Suinã); Maclura Ɵnctoria (L.) D. Don.
neiro e enxadas. As mudas foram estaqueadas com
ex Steud. (Taiuva); Enterolobium contorƟsiliquum
bambus, cujo comprimento foi de 1,50 m, fixou-os
(Vell.) Morong (Tamboril); Bixa orellana L. (Urucum).
próximo ao caule sem danificar o sistema radicular e foram amarrados com barbante de algodão.
2.3 Métodos Primeiramente foi realizada a limpeza da
Pick-upau/Divulgação Bióloga faz o georreferenciamento das áreas de reflorestamento às margens da Represa Billings.
área des nada à recuperação, u lizando ferramentas manuais (foices) e roçadeiras mecânicas. Nas áreas sem a presença de árvores ou arbustos, os guaranis u lizaram aceiros e fogo controlado para a re rada da vegetação rasteira, após o corte. Posteriormente, realizou-se a busca de formigueiros pelos indígenas, no entanto, nenhum foi localizado. O alinhamento e a demarcação para a abertura dos berços (covas) na área determinada foi realizado por meio de aparelho GPS em linhas matrizes. Após o georreferenciamento, os indígenas perfuraram a área abrindo os berços com 2 metros entre as plantas e 1,5 entre as linhas ou ruas. Para a demarcação da área u lizou-se linha de nylon e bambus nas medidas respec vas. Os berços foram abertos através de um perfurador mecânico com 0,25 m de diâmetro por 0,40 m de profundidade. Em relação às espécies selecionadas, 08 são consideradas não pioneiras e 12 pioneiras,
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pick-upau/Divulgação Guarani uƟliza perfurador mecânico para abertura dos berços na área de planƟo às margens da Represa Billings.
O desenvolvimento da ciência e tecnologia para a restauração de áreas degradadas no Brasil, a par r da década de 80, teve resultados muito importantes, tanto para a valorização das espécies na-
Pick-upau/Divulgação Bióloga faz a Locação de Mudas antes do planƟo definiƟvo. Pick-upau/Divulgação Guaranis limpam área para planƟo de mudas em área de mata ciliar.
vas, como para a recuperação das matas ciliares, sobretudo, no sul e sudeste do Brasil (KAGEYAMA, 2007). A restauração de áreas degradadas é essencial, uma vez que a degradação causada pelas
a vidades
antrópicas
destroem
habi-
tats causando uma perda significa va da variabilidade gené ca, limitando o potencial evolu vo futuro da biodiversidade (MARTINS, 1987). A diversidade biológica é um dos termos empregados para designar todos os níveis de variação gené ca e ecológica, desde a variabilidade, a estrutura de comunidades, as relações nos fluxos de energia e nutrientes (MANTOVANI, 2007). Ainda segundo Mantovani (1996) a diversidade contempla as formas de vida, a quan dade de habitats, a quan dade e a largura do nicho das espécies, a sazonalidade, que se refere no ciclo de vida de plantas e de animais, incluindo seu comportamento, as substâncias u lizadas como defesas químicas pela fauna e flora e a sucessão ecológica. Todos estes níveis de diversidade são necessários para a sobrevivência con nua das espécies e das comunidades naturais e importantes para o ser humano, por fornecerem recursos vitais, uma floresta tropical com muitas espécies produz uma ampla variedade de plantas e produtos animais que podem ser usados para alimentação, abrigo e medicamentos (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). A Biodiversidade e os recursos naturais possuem valores que são divididos em diretos e indiretos,
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os valores diretos se referem aos produtos ob dos
etc. (GANDOLFI & RODRIGUES, 2007).
pelas pessoas, enquanto, que os indiretos estão
Para a restauração da área analisou-se a situ-
relacionados aos bene cios fornecidos pela diver-
ação ambiental atual visando à seleção das espé-
sidade biológica, mas que não implicam no uso ou
cies mais adequadas (FRISON, 2013; RODRIGUES,
destruição do recurso, como a qualidade da água,
2013 (a); RODRIGUES, 2013 (b); MORAES, 2013).
proteção do solo, recreação, educação, pesquisa
O trecho às margens da Represa Billings, cuja
cien fica, controle climá co e a provisão de futur-
restauração foi aplicada é cons tuído por um solo
as opções para a sociedade humana (PRIMACK &
mais argiloso em comparação com as áreas mais
RODRIGUES, 2001).
distantes da margem, verificou-se também que
Apesar de não ser objeto de inves gação
este solo apresenta maior fer lidade e em alguns
do presente relatório, cabe destacar que a es-
trechos é possível verificar o solo mais enchar-
agem que RMSP vem passando contribui para
cado, neste sen do optou-se por u lizar espécies
o aumento da poluição da água, segundo Luiz
tolerantes a encharcamento como: Luehea divari-
Rogério Mantelli, professor da Universidade Me-
cata, Parapiptadenia rígida, Psidium caƩleianum,
todista de São Paulo, esta falta de chuvas acar-
Cordia ecalyculata, Nectandra lanceolata, Rapa-
reta problemas maiores para a Represa Billings, a
nea ferruginea, Lafoensia pacari, Calophyllum
poluição fica mais concentrada diminuindo a taxa
brasiliense, Hymenaea Courbaril, Genipa ameri-
de oxigênio dissolvido ocasionando a morte de pei-
cana, Persea pyrifolia, Acacia polyphylla, HelieƩa
xes e de toda a fauna associada (MADRID, 2014).
apiculata, Triplaris brasiliana, Cytharexyllum myri-
As incursões à campo ao longo da represa
anthum, Croton urucurana, Erytrina fusca, Maclu-
para definição das espécies e locais de plan o
ra Ɵnctoria, Enterolobium contorƟsiliquum e Bixa
mostraram que a área localizada é denominada
orellana, todas elas são recomendadas para a res-
de zona ripária e a vegetação que ocorre natu-
tauração de áreas com inundações periódicas tem-
ralmente nesta área tem a mesma denominação,
porariamente ou permanentemente (CARVALHO,
independente de serem lenhosas ou herbáceas
2003, 2006, 2008).
(SMA, 2011). Do ponto de vista ecológico estas áreas têm sido consideradas como corredores ecológicos extremamente importantes para o fluxo de
Pick-upau/Divulgação Berço é aberto em área às margens da Represa Billings, com períodos de encharcamento.
fauna e para a dispersão vegetal (NIN et al., 2007). Cada espécie vegetal presente numa floresta fornece alimentos para os animais, compete com outras espécies pelos recursos disponíveis, sofre e determina alterações no ambiente, a existência de uma comunidade florestal permanente depende de interações entre indivíduos da mesma espécie (reprodução sexual) ou de diferentes espécies como os processos de polinização, dispersão, compe ção
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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
Para a recuperação de áreas degradadas deve-se pensar nas interações entre animais e plantas como os processos de dispersão e polinização, por serem alvos prioritários para a conservação da biodiversidade, estes processos são importantes para promoverem a estrutura da comuni-
Pick-upau/Divulgação Setor da área de reflorestamento com mudas plantadas. Pick-upau/Divulgação EsƟagem faz a represa secar os braços de água espalhados pelo reservatório. Pick-upau/Divulgação Vista geral da restauração ecológica em área de mata ciliar, na Aldeia Tenonde Porã.
dade, a manutenção da diversidade e das funções ecossistêmicas (JULES & RATHCKE, 1999; KREMEN, 2005 APUD VALE et al, 2011; CORDEIRO & HOWE, 2001). Uma estratégia u lizada pelas plantas para a dispersão de suas sementes consiste na produção de frutos e as aves são importantes agentes dispersores, as cores vivas de muitos frutos anunciam a sua presença ou estado de maturação e atraem as aves para comê-los (POUGH; JANIS; HEISER, 2003). As sementes contendo a energia e os nutrientes que as plantas inves ram na reprodução sofrem ações químicas ou mecânicas durante a passagem pelo tubo digestório da ave, o que facilita a sua subsequente germinação
(POUGH;
JANIS;
HEISER,
2003).
A APA Capivari – Monos contém uma elevada diversidade de aves, muitas delas frequentando a área de estudo, entre as inse voras verifica-se a ocorrência de andorinhas (Progne chalybea e Progne tapera), andorinhões (Chaetura cinereiventris e Chaetura meridionalis), pica-pau (Celeus flavescens) e suiriri (Machetornis rixosa). As aves frugívoras cons tuem uma ferramenta na restauração de áreas degradadas, estas aves podem ser as principais responsáveis pela movimentação natural de propágulos de espécies pioneiras com crescimento rápido, contribuindo para o aumento da cobertura vegetal e o sombreamento do solo, permi ndo o estabelecimento de espécies secundárias iniciais e tardias (VOLPATO, et al., 2012).
Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
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Algumas das aves frugívoras com ocorrência
beija-flores e Hymenaea Courbaril por morcegos.
na APA é a araponga (Procnias Nudicollis), o pavão-
A atração da fauna em áreas degradadas
do-mato (Pyroderus scutatus) e o jacu (Penelope
apresenta relação também com os períodos de
obscura) (SVMA, 2011).
fru ficação e floração, com períodos mais longos
Há espécies nectarívoras como os beija-flo-
as espécies têm mais valor como estruturadoras,
res (Amazilia versicolor), (Amazilia lactea), (Anthra-
acarretando em um período maior de oferta de
cothorax nigricollis) e (Eupetomena macroura).
recursos (BLASKESLEY et al., 2002).
As espécies florestais u lizadas neste projeto
A maioria das espécies u lizadas neste pro-
fornecem alimento para diversas aves como Psidium
jeto floresce e fru fica durante um período supe-
caƩleianum (Araçá-amarelo) que serve de alimen-
rior a três meses e em seu conjunto a produção
to para jacus, periquitos, sanhaços, sabiás, saíras,
de flores e frutos contemplará todos os meses
ês, macucos, inhambus, jacu ngas e beija-flores.
do ano. Com exceção da espécie Nectandra lan-
Cordia ecalyculata interage com jacus, jacut-
ceolata, todas são heliófilas, ou seja, são exigen-
ingas, pombas e sanhaços. Nectandra lanceolata
tes em luz, caracterís ca de áreas degradadas e
com jacus, arapongas, urus, tesouras, bem-te-vis,
a maioria delas apresentam crescimento rápido
sabiás, sanhaços, suiriris e tucanos. A espécie Rap-
(CARVALHO, 2003, 2006, 2008; LORENZI, 2008,
anea ferruginea (Capororoca) interatua com sabiás,
2009).
arapongas, saíras, ês, maitacas e periquitos. Estes
Pick-upau/Divulgação Muda de Urucum plantada em área de mata ciliar.
também se alimentam dos frutos do Jatobá (Hymenaea Courbaril). Todas as aves mencionadas possuem ocorrência na APA. Além da zoocoria como síndrome de dispersão, algumas espécies são anemocóricas, ou seja, são dispersas com auxílio do vento, como Luehea divaricata, Lafoensia pacari, Acacia polyphylla e Parapiptadenia rigida, esta úl ma também possui dispersão através da água assim como Calophyllum brasiliense, são espécies hidrocóricas. Em relação à síndrome de polinização, as espécies u lizadas, em sua maioria são entomófilas, ou seja, são polinizadas por mariposas, abelhas, borboletas e diversos insetos pequenos, Luehea divaricata também é polinizada por
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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
Pick-upau/Divulgação Guarani uƟliza aceiros para limpeza da área de reflorestamento. Organização estuda uƟlizaçõo de fogo pelos indígenas. Pick-upau/Divulgação Muda de Maçaranduba plantada em área às margens da Represa Billings. Pick-upau/Divulgação Bióloga faz a contagem dos berços em área de planƟo.
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4. CONCLUSÃO
conservação deste recurso, evitando o seu desperdício e atuando na preservação dos rios, res-
A recuperação de matas ciliares é um tema
ervatórios, lagos e das áreas ciliares.
recorrente entre as prá cas ou modalidades de restauração ecológica, contudo, poucos autores inves gam aspectos como as variações de microclima, solos e mesmo a vegetação remanescente
Pick-upau/Divulgação Muda de Pau-viola plantada em área de mata ciliar.
encontrada às margens dos mais variados corpos d´água. Ao longo do desenvolvimento desse projeto verificou-se que em pequenos trechos das áreas descritas como ciliares as caracterís cas são bem dis ntas e necessitam de métodos específicos, incluindo os grupos de espécies a serem u lizadas. Verificou-se que o processo de movimento das águas nessas áreas mais alagadiças, mesmo que temporariamente, criam sulcos no solo que tem influência direta no porte das mudas a serem plantadas, inclusive, na manutenção dessas áreas, portanto, a u lização de mudas com porte acima de 50 cm é mais adequada. Durante a restauração do trecho às margens da Represa Billings verificou-se ainda uma redução do número de aves se alimentando no local, devido à seca causada pela es agem, a área será monitorada pelos pesquisadores da organização a fim de verificar a situação do local e o retorno da biodiversidade. A escassez de água que atualmente assola a Região Metropolitana de São Paulo – RMSP é um problema grave e sua resolução deve ser realizada através de polí cas públicas comprome das com o abastecimento da população e também com a qualidade dos recursos hídricos, para isso é necessário que a sociedade atue em prol da
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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.4 - n.4 - Setembro de 2012│Agência Ambiental Pick-upau
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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
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6. Anexo
FAMÍLIA / Espécie BIXACEAE Bixa orellana L.
Nome Popular
Classificação Ecológica
(Urucum)
Pioneira
BORAGINACEAE Cordia ecalyculata Vell.
(Café-de-bugre)
Pioneira
CLUSIACEAE Calophyllum brasiliense Cambess.
(Guanandi)
Pioneira
EUPHORBIACEAE Croton urucurana Baill.
(Sangra-d´água)
Pioneira
FABACEAE – CAESALPINIOIDEAE Hymenaea courbaril var. sƟlbocarpa (Hayne) Y.T. Lee & Langenh.
(Jatobá)
Não Pioneira
Erytrina fusca Lour.
(Suinã)
Pioneira
FABACEAE – MIMOSOIDEAE Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Acacia polyphylla DC. Enterolobium contorƟsiliquum (Vell.) Morong
(Angico-vermelho) (Monjoleiro) (Tamboril)
Pioneira Pioneira Pioneira
LAURACEAE Persea pyrifolia Nees & Mart. Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees
(Maçaranduba) (Canela-amarela)
Não Pioneira Pioneira
LYTHRACEAE Lafoensia pacari A. St.-Hil.
(Dedaleiro)
Não Pioneira
MALVACEAE Luehea divaricata Mart. & Zucc.
(Açoita-cavalo)
Não Pioneira
MYRTACEAE Psidium caƩleianum Sabine
(Araçá-amarelo)
Não Pioneira
MORACEAE Maclura Ɵnctoria (L.) D. Don. ex Steud.
(Taiuva)
Não Pioneira
FABACEA – FABOIDEAE
Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
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FAMÍLIA / Espécie MYRSINACEAE Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez.
Nome Popular
Classificação Ecológica
(Capororoca)
Pioneira
POLYGONACEAE Triplaris brasiliana Cham.
(Pau-formiga)
Pioneira
RUBIACEAE Genipa americana L.
(Jenipapo)
Não Pioneira
RUTACEAE HelieƩa apiculata Benth.
(Osso-de-burro)
Pioneira
VERBENACEAE Cytharexyllum myrianthum Cham.
(Pau-viola)
Pioneira
Nota: Acacia polyphylla DC., Sinonímia: Senegalia polyphylla DC ); HelieƩa apiculata Benth., Sinonímia: Esenbeckia cuspidata Engl.; Prunus sellowii Koehne, Sinonímia: Prunus myrƟfolia (L.) Urb.; Triplaris brasiliana Cham., Sinonímia: Triplaris americana L.
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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
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7. Quem Somos
Sobre o Pick-upau
Sobre o Refazenda
A Agência Ambiental Pick-upau é uma or-
O Projeto Refazenda é uma inicia va da
ganização não governamental sem fins lucra vos
Agência Ambiental Pick-upau e tem entre seus
de caráter ambientalista 100% brasileira, fundada
principais obje vos, a produção de mudas flo-
em 1999, por três ex-integrantes do Greenpeace-
restais, como forma de fomento à economia de
Brasil. Originalmente criada no Cerrado brasileiro,
comunidades tradicionais e a ampliação da oferta
tem sua base, próxima a uma das úl mas e mais
de produtos florestais des nados à recuperação e
importantes reservas de Mata Atlân ca da cidade
ampliação da cobertura vegetal dos biomas mais
São Paulo, o Parque Estadual das Fontes do Ipiran-
ameaçados do país.
ga. Por tratar-se de uma organização sobre meio
Saiba mais: www.refazenda.org.br
ambiente, sem uma bandeira única, a Agência Ambiental Pick-upau possui e desenvolve projetos em
Sobre o Projeto Darwin
diversas áreas. Desde a educação e o jornalismo ambiental, através do Portal Pick-upau – Central de
O Projeto Darwin tem como principais cara-
Educação e Jornalismo Ambiental; passando por
cterís cas conhecer e divulgar os atributos naturais
programas de produção de espécies florestais; re-
e culturais dos biomas brasileiros, incluindo áreas
florestamento de áreas degradadas e recuperação
par culares, Unidades de Conservação e Terras In-
de fragmentos florestais; questão indígena, com
dígenas. Lançado em 2009, durante as comemo-
ênfase na perpetuação de culturas tradicionais; co-
rações de 200 anos do nascimento de Charles
mércio justo voltado à comunidades tradicionais e
Robert Darwin, o projeto de pesquisa cien fica da
de vulnerabilidade social; polí cas públicas, através
Agência Ambiental Pick-upau realiza inventários
da atuação em conselhos; neutralização de gases
biológicos de espécies predominantes da fauna e
de efeito estufa e mi gação às mudanças climá -
da flora, mantém coleções cien ficas, desenvolve
cas através de projetos REDD, plan o de mudas e
estudos sobre produção florestal, recuperação
créditos de carbono; até a pesquisa cien fica, com
de áreas degradadas, mudanças climá cas entre
ênfase na biodiversidade da fauna e flora de bio-
outras áreas. O projeto tem o compromisso de sen-
mas brasileiros.
sibilizar o maior número de pessoas possíveis para
Saiba mais: www.pick-upau.org.br
tornar viável o desenvolvimento socioeconômico e a preservação do ambiente das regiões pesquisadas. Saiba mais: www.darwin.org.br
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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
Sobre o Atmosfera
aplicar seus recursos financeiros e de obter um retorno adicional: o fortalecimento de projetos que
Atmosfera é um projeto socioambiental vol-
transformam a sociedade. Os Fundos Itaú Ecomu-
tado à neutralização e a compensação de emis-
dança revertem 30% (trinta por cento) da sua taxa
sões de gases do efeito estufa (GEE), sobretudo, o
de administração para projetos de organizações
dióxido de carbono (CO2), geradas por a vidades
sem fins lucra vos com foco na redução de emis-
antrópicas. Através do Programa Atmosfera estas
sões de gases de efeito estufa (GEE), fomentando
ações – ou pelo menos, parte delas – podem ser
dessa maneira inicia vas voltadas à mi gação das
neutralizadas por pessoas sicas ou jurídicas, por
mudanças climá cas. Fonte: Itaú
meio de recuperação da cobertura vegetal com
Saiba mais: www.itau.com.br
plan o de árvores na vas brasileiras, iden ficadas por georreferenciamento e monitoradas ao longo
Sobre a Carteira Indígena
de seu desenvolvimento. Saiba mais: www.atmosfera.org.br
A Carteira de Projetos Fome Zero e Desenvolvimento Sustentável em Comunidades Indíge-
Sobre o Itaú-Unibanco
nas – Carteira Indígena – é uma ação do governo federal, resultado de parceria entre o Ministério do
Banco Itaú S.A. é um banco brasileiro ligado
Meio Ambiente – MMA, através da sua Secretaria
ao Itaú Unibanco Holding S.A. com a vidades vol-
de Extra vismo e Desenvolvimento Rural Susten-
tadas ao setor de varejo e múl plo, que oferece
tável – SEDR, e o Ministério do Desenvolvimento
serviços de finanças e seguros a milhões de cli-
Social e Combate à Fome – MDS, através da sua
entes. Atua em 20 países. O Itaú Unibanco é parte
Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nu-
do Grupo Itaúsa. O banco se tornou o maior ban-
tricional – SESAN, com o obje vo de contribuir para
co do hemisfério sul em 3 de novembro de 2008
a gestão ambiental das terras indígenas e a segu-
após anunciar a fusão com o Unibanco, ultrapas-
rança alimentar e nutricional dessas comunidades,
sando seu rival histórico, Bradesco. Possui qua-
em todo o território nacional. A Carteira apoia pro-
tro mil agências no Brasil, cerca de 28 mil caixas
jetos com foco na produção de alimentos, agroex-
eletrônicos, 33 mil pontos de atendimento, em
tra vismo, artesanato, gestão ambiental e revitali-
2012, o banco faturou R$ 14 bilhões, cerca de 97
zação de prá cas e saberes tradicionais associados
mil pessoas fazem parte do corpo de colabora-
às a vidades de auto-sustentação das comuni-
dores.
dades indígenas, de acordo com as suas demandas, respeitando suas iden dades culturais, es mulan-
Sobre o Programa Ecomudança
do sua autonomia e preservando e recuperando o ambiente das terras indígenas. Fonte: MMA
Em uma a tude pioneira, iniciada em 2007, o Itaú oferece aos seus clientes a possibilidade de
Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.11 - n.11 - Agosto de 2014│Agência Ambiental Pick-upau
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Sobre o MMA
Desenvolvimento Sustentável; Departamento de Apoio ao Conselho Nacional do Meio Ambiente;
O Ministério do Meio Ambiente – MMA,
Secretaria de Mudanças Climá cas e Qualidade
criado em novembro de 1992, tem como missão
Ambiental; Departamento de Mudanças Climá -
promover a adoção de princípios e estratégias
cas; Departamento de Licenciamento e Avaliação
para o conhecimento, a proteção e a recuperação
Ambiental; Departamento de Qualidade Ambien-
do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos
tal na Indústria; Departamento de Conservação
naturais, a valorização dos serviços ambientais e a
da Biodiversidade; Departamento de Florestas;
inserção do desenvolvimento sustentável na for-
Departamento de Áreas Protegidas; Departamen-
mulação e na implementação de polí cas públicas,
to do Patrimônio Gené co; Departamento de Re-
de forma transversal e compar lhada, par cipa va
vitalização de Bacias Hidrográficas; Secretaria de
e democrá ca, em todos os níveis e instâncias de
Extra vismo e Desenvolvimento Rural Sustentável;
governo e sociedade. A Lei nº 10.683, de 28 de
Secretaria de Ar culação Ins tucional e Cidadania
maio de 2003, que dispõe sobre a organização da
Ambiental; Conselho Nacional do Meio Ambiente
Presidência da República e dos ministérios, cons -
(Conama); Conselho Nacional da Amazônia Legal
tuiu como área de competência do Ministério do
(Conamaz); Conselho Nacional de Recursos Hídri-
Meio Ambiente os seguintes assuntos: polí ca na-
cos; Conselho Delibera vo do Fundo Nacional do
cional do meio ambiente e dos recursos hídricos;
Meio Ambiente; Conselho de Gestão do Patrimônio
polí ca de preservação, conservação e u lização
Gené co; Comissão de Gestão de Florestas Públi-
sustentável de ecossistemas, e biodiversidade
cas; Comissão Nacional de Florestas (Conaflor);
e florestas; proposição de estratégias, mecanis-
Serviço Florestal Brasileiro (SFB); além da Agên-
mos e instrumentos econômicos e sociais para a
cia Nacional de Águas (ANA); do Ins tuto Bra-
melhoria da qualidade ambiental e o uso susten-
sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
tável dos recursos naturais; polí cas para a inte-
Renováveis (IBAMA); do Ins tuto Chico Mendes
gração do meio ambiente e produção; polí cas e
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); e do
programas ambientais para a Amazônia Legal; e
Ins tuto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
zoneamento ecológico-econômico. O MMA teve a
Janeiro (JBRJ). Fonte: MMA
sua estrutura regimental regulamentada pelo De-
Saiba mais: www.mma.gov.br
creto nº 6.101, de 26 de abril de 2007 que estabeleceu uma nova estrutura organizacional com a
Sobre a TI Tenonde Porã
criação e a manutenção de importantes e estratégi-
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cos órgãos, secretarias, departamentos, conselhos,
A Aldeia Tenonde Porã está situada na região
autarquias e agências, como Departamento de Ar-
sul do município de São Paulo (cerca de 60 km do
culação de Polí cas para a Amazônia e Controle
centro), no distrito de Parelheiros, com grande parte
do Desmatamento; Departamento de Economia
da área indígena às margens da represa Billings.
e Meio Ambiente; Departamento de Fomento ao
A comunidade Guarani MBya possui cerca de 24
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hectares, demarcados e homologados em 1987,
Ambiente/Desenvolvimento Sustentável e HIV/
onde vivem atualmente 170 famílias com cerca de
Aids. Em 1990, introduziu universalmente o concei-
900 pessoas, segundo suas lideranças. Apesar do
to de Desenvolvimento Humano, que parte do pres-
crescimento acelerado e desordenado da região
suposto de que para aferir o avanço na qualidade
e do contato com a sociedade do entorno, esta
de vida de uma população é preciso ir além do viés
população vem se assegurando como um povo.
puramente econômico e considerar três dimensões
Os conhecimentos milenares são passados por
básicas: renda, saúde e educação. Esse conceito é
gerações através da oralidade dos mais velhos, seus
a base do Índice de Desenvolvimento Humano
rituais, artesanato e da valorização de sua cultura.
(IDH) e do Relatório de Desenvolvimento Humano
Fonte: Pick-upau
(RDH), publicado anualmente. O PNUD está no Brasil desde a década de 60, criando e implemen-
Sobre o PNUD
tando projetos, procurando responder aos desafios e às demandas específicas do país.Diante do atual
O Programa das Nações Unidas para o De-
contexto brasileiro, o trabalho do PNUD Brasil deu
senvolvimento – PNUD é a rede de desenvolvi-
enfoque especial para quatro áreas-chave: Alcance
mento global da Organização das Nações Unidas.
dos Obje vos de Desenvolvimento do Milênio –
O PNUD faz parcerias com pessoas em todas as
com foco par cular na redução de desigualdades
instâncias da sociedade para ajudar na construção
e nos grupos sociais mais vulneráveis, além de con-
de nações que possam resis r a crises, sustentando
nuar fortalecendo as capacidades da sociedade
e conduzindo um crescimento capaz de melhorar
civil e incen vando uma maior par cipação da
a qualidade de vida para todos. Presente em mais
mesma na construção das polí cas e cumprimento
de 170 países e territórios, o PNUD oferece uma
dos direitos. Desenvolvimento Sustentável e In-
perspec va global aliada à visão local do desen-
clusão Produ va – com enfoque no fortalecimento
volvimento humano para contribuir com o em-
de capacidades para mi gação e adaptação aos
poderamento de vidas e com a construção de
efeitos das mudanças climá cas visando a erradi-
nações mais fortes e resilientes. Em 2000, os líderes
cação da pobreza, a redução de desigualdades e a
mundiais assumiram o compromisso de alcan-
inclusão produ va. Segurança Cidadã – Redução
çar os Obje vos de Desenvolvimento do Milênio,
da vulnerabilidade a todas as formas de violên-
um conjunto de oito metas cujo obje vo é tornar
cia. Cooperação Sul-Sul – Contribuir para a agenda
o mundo um lugar mais justo, solidário e melhor
global de desenvolvimento, fortalecendo a agenda
para se
viver, incluindo o obje vo maior de re-
de triangulação de cooperação e a transferência de
duzir a pobreza extrema pela metade até 2015. O
conhecimento. Em todas as suas ações, incen va
PNUD trabalha mundialmente para ajudar e co-
a par cipação do setor privado nas a vidades de
ordenar os esforços de cada país no alcance dess-
desenvolvimento, ressaltando a importância da re-
es obje vos, focando-se nos seguintes desafios:
sponsabilidade social corpora va nas plataformas
Governança Democrá ca; Redução da Pobreza;
do Pacto Global. Fonte: PNUD
Prevenção de Crises e Recuperação; Energia e Meio
Saiba mais: www.pnud.org.br
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Darwin Society Magazine é uma publicação cien fica da Agência Ambiental Pick-upau que tem o obje vo de divulgar a vidades e pesquisas realizadas pela equipe técnica da organização, através de seus projetos ins tucionais sobre conservação da biodiversidade e meio ambiente em geral.
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