Darwin Society Magazine - Edição 07- Volume 07

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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau


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Expediente Agência Ambiental Pick-upau Caixa Postal: 42098 - CEP: 04082-970 - São Paulo - SP - Brasil E-mail: refazenda@pick-upau.org.br www.pick-upau.org.br www.refazenda.org.br www.darwin.org.br MTB: 35.491 CRBio: 10897/01 ISSN 2316-106X PRESIDÊNCIA Andrea do Nascimento

REALIZAÇÃO

DIRETORIA-EXECUTIVA COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA CIENTÍFICA J. Andrade ORGANIZAÇÃO Dra. Profa. Heloisa Candia Hollnagel ASSISTÊNCIA DE PESQUISA Gabriela Picolo Karina Spaolonzi dos Santos COLABORAÇÃO TÉCNICA Eng. Agrônomo Nelson Matheus Oliveira Junior

PARCERIA INSTITUCIONAL Terra Indígena Guarani Tenonde Porã Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – PEFI Ins tuto de Botânica de São Paulo – IBt Jardim Botânico de São Paulo – JB PARCERIA CORPORATIVA Parque de Ciência e Tecnologia da USP/CIENTEC FINANCIAMENTO

EDITOR-CHEFE DARWIN SOCIETY MAGAZINE

Sabesp

J. Andrade

Agência Ambiental Pick-upau


Expediente Projeto Gráfico

Morphina design Fotos

Pick-upau

PICK-UPAU

REFAZENDA

PICK-UPAU VOLUNTÁRIOS

Aline Sales Bezerra Andrea do Nascimento Andréia Alves Morais Celio Paulo Ferreira Gabriela Carvalho Rodrigues Tura Gabriela Picolo Heloisa Candia Hollnagel Juliana Molás dos Santos J. Andrade Karina Spaolonzi dos Santos Karine Mar ns Tartari Marina Michelin Vida Nelson Matheus Oliveira Junior Neuza Regina Oliveira Silva Pedro Isal Thais Ferreira Alves da Silva Wilson Najar Mahana

Cris ano da Silva Elicio Peralta Jeferson Honório dos Santos Juvenilio Benites Marcilio da Silva Karai Tataendy Marcos da Silva Nilson Karai Tataendy Ricardo Pires de Lima Ronaldo Karai Mirim

Adriano Marconi Bezerra Carlos A. dos Santos Junior Carolina Pereira da Cunha Celso Gustavo F. de Morais Cris an Candia Hollnagel Duylia Fayola do Nascimento Erica Candia Hollnagel Ewerton Rangel dos Santos Gustavo Henrique Leão de Mello Luciana Garcia Nogueira Luciano Leal Dias Lucila Costa Terra Cabral Mariana de Moraes Coelho Michel Bruno Oliveira de Lima Milena Yamaguishi Madeira Paula Lopes Pedro Bige Wasinger Priscila Dubois Rafael Garcia Granda Rubens Miguel de Oliveira Mar ns Leite Tainá Teixeira Furtado Ta ana Shirota Satake Thiago Yamaguishi Madeira Vanderson Cris ano de Sousa

PARQUE CIENTEC/USP Fabrício Luís de Lima Silva Josefa Hilda Mendes Varjão de Souza Marcos Antônio Milagres Maria Regina Eugênio Fernandes Patrícia Silveira dos Santos Paulo Henrique Bernardelli Massabki Prof. Dr. Fábio Ramos Dias de Andrade Profa. Dra. Marta Silvia Maria Mantovani Profa. Dra. Raquel Glezer Vera Lúcia Alexandrina Carmo de Lima

SABESP Carlos Eduardo Rodrigues Patrícia de Fá ma Goularth Edison Cas lho

AGRADECIMENTOS

IBT / JB

(TI Guarani Tenonde Porã) Timóteo Vera Popygua da Silva Guarani Maria Pires de Lima Paulo Karai

Dra. Vera Lúcia Bononi Eduardo Catarino Lilian Zaidan Marília Vazquez Aun

Agência Ambiental Pick-upau - Todos os direitos reservados


Índice 04 R ÝçÃÊ

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05 A ÝãÙ ã 01

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IÄãÙÊ ç Ê.................................................................................................13

02 M ã Ù® ½ M ãÊ ÊÝ

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Comportamento inicial de espécies arbóreas nativas na revegetação de área da Mata Atlântica degradada por incêndio no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo. Parque Estadual das Fontes do Ipiranga Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo - USP

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Comportamento inicial de espécies arbóreas naƟvas na revegetação de área da Mata AtlânƟca degradada por incêndio no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo. Agência Ambiental PICK-UPAU 1

RESUMO As áreas degradadas por incêndios e cobertas com vegetação invasora dentro de Unidades de Conservação são prioritárias nas ações de revegetação, e os estudos ainda são poucos. Os obje vos deste estudo foram verificar o crescimento, desenvolvimento e capacidade de sobrevivência de indivíduos das espécies selecionadas em um PRAD – Projeto de Recuperação de Área Degradada em um local que apresentava a predominância da samambaia invasora Pteridium aquilinum que restringe dras camente a capacidade do ambiente de se regenerar por acidificar o solo, realizado entre 2009 e 2011 no Parque CienTec, que faz parte do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, em São Paulo – SP. A metodologia empregada foi a remoção da samambaia por meio de roçada manual e plan o de mudas de espécies arbóreas na vas de mata atlân ca de acordo com a Resolução SMA – 58/06 em espaçamento 2,0 x 1,5 m u lizando espécies pioneiras e não pioneiras em solo adubado e corrigido por calagem. Foram escolhidos na área aleatoriamente três indivíduos de oito espécies diferentes, com avaliação a cada seis meses. Aspecto visual, presença de serrapilheira, altura média de plantas, diâmetro de copa e desenvolvimento das mudas verificado pela medida do diâmetro à altura do peito (DAP) foram levantados e os resultados apresentados como médias. Considerando as espécies avaliadas, os resultados indicam que, a drenagem do solo e as condições de campo não influenciaram nega vamente o desenvolvimento das mudas: a taxa de sobrevivência foi superior a 90%. Dois anos após o plan o, concluiu-se que: a área degradada por fogo está sendo recuperada e as espécies estão se desenvolvendo de forma a acompanhar a sucessão (pioneiras, clímax exigente de luz e clímax tolerantes à sombra). Em locais que existe o sombreamento pela presença da copa, não foi observado mais o crescimento da espécie de samambaia invasora, o que permite o surgimento de outras espécies pelos processos de interação com o entorno da área. Os indicadores u lizados revelam-se eficazes para a avaliação pretendida, pois podem ser ob dos com procedimentos de baixo custo, exigem pouco tempo, não requerem conhecimento técnico muito especializado e representam sa sfatoriamente o estado da área revegetada ao longo do tempo. Os resultados deste trabalho poderão subsidiar programas de recuperação de ambientes em condições similares dentro e fora do Parque CienTec. Palavras chaves: revegetação, espécies na vas de mata atlân ca, desenvolvimento de mudas, recuperação florestal, combate à espécie exó ca invasora. _____________________ 1 PICK-UPAU; HOLLNAGEL, H.C.; ANDRADE. J.; PICOLO, G.; SPAOLONZI, K. & NASCIMENTO A., Comportamento inicial de espécies arbóreas na vas na revegetação de área da Mata Atlân ca degradada por incêndio no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo. Darwin Society Magazine. São Paulo. v.7 n.7, p 41, 2013.

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IniƟal growth behavior of AtlanƟc forest species in a fire damage restored area at USPScience and Technology Park in Sao Paulo, SP PICK-UPAU Environmental Agency 1

ABSTRACT The fire damaged areas covered with weeds in conserva on Units are considered to encompass priority ac ons in revegeta on programs, nevertheless, studies are s ll few on this topic. The objec ves of this invesga on were to assess the growth, development and survivability of individuals of selected species in a Plan for Rehabilita on of Degraded Areas (PRAD) in a loca on that showed the prevalence of invasive bracken fern Pteridium aquilinum which severely restricts the ability of the environment to regenerated by acidifying the soil, carried out between 2009 and 2011 in CienTec Park, part of the State Park Fontes do Ipiranga, in Sao Paulo - SP. The methodology used was the removal of bracken fern through manual mowing and plan ng seedlings of na ve tree species of rainforest in accordance with State Resolu on SMA - 58/06 in 2,0 x 1,5 m spacing, using pioneer and not pioneers species in fer lized soil and corrected by liming. Three individuals from eight different species were randomly chosen in the area, and they were evaluated every six months a er the first year. Visual appearance, presence of li er, average plant height, crown diameter and seedling development verified by measuring the diameter at breast height (DBH) were surveyed and the results presented as averages. Whereas the species assessed, the results indicate that the soil drainage and field condi ons did not influence nega vely on plant development: the survival rate was higher than 90%. Two years a er the star of the reforesta on, it was concluded that: the fire damage area has been recovered, because the species are evolving in order to follow the succession (pioneer, demanding climax of light and shade-tolerant). In places where there is shading by the presence of tree crown, there was no more growth of invasive species of bracken fern allowing other species to come out. The indicators employed in this research were shown to be effec ve for the intended evalua on, since conclusive data may be obtained with low cost, li le specialized technical knowledge or equipment and sa sfactorily pictured the state of the recovered areas over me. The results of this study may support recovery programs in environments similar condi ons inside and outside the Park CienTec.

Keywords: revegeta on, na ve species of rainforest, developing seedlings, forest recovery, comba ng invasive alien species.

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1. INTRODUÇÃO

O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – PEFI, criado em 1893, foi o primeiro Parque dedica-

1.1. A Mata AtlânƟca e a Biodiversidade

do à preservação de nascentes. Localizado na Avenida Miguel Stéfano, 3687- Água Funda, zona sul de

Sendo um dos ecossistemas mais ameaçados

São Paulo-SP, a cerca de 10 quilômetros do centro

do planeta e com apenas 7% (AB’SABER & MARI-

de São Paulo, faz fronteira com os municípios de

GO, 2006) de sua cobertura original, a Mata Atlân-

Diadema, São Caetano, São Bernardo e Santo An-

ca possui proporcionalmente a sua degradação,

dré (MANTOVANI & GLEZER, 2009; TANUS, 2011).

uma biodiversidade dinâmica e diversificada.

Além de sua beleza cênica, abriga impor-

A chamada Floresta Atlân ca é uma região

tantes remanescentes de floresta na va e fau-

heterogênea, composta por formações dis ntas

na, representando 10% da área verde da Região

com elevada riqueza de espécies, superando em

Metropolitana de São Paulo – RMSP num total de

alguns trechos, às observadas em florestas equa-

545 hectares. Cabe também destacar sua importân-

toriais amazônicas (JOLY et al. 1991, THOMAS et al.

cia histórica, pois abriga o Riacho do Ipiranga onde

1998, TABARELLI & MANTOVANI 1999) e ainda par-

se acredita que D. Pedro I proclamou a República². Pertencendo ao PEFI encontra-se a Fundação

cialmente inves gada. No Estado de São Paulo existem alguns es-

Parque Zoológico, o Zoo Safari, o Ins tuto de

tudos descri vos fitossociológicos e levantamen-

Botânica, o Jardim Botânico de São Paulo, o Cen-

tos florís cos (LEITÃO FILHO, 1992; BARROS et al.

tro de Exposições Imigrantes, o Parque de Ciência

2002; DISLICH et al. 2001; OGATA & GOMES 2006;

e Tecnologia-CienTec, o Ins tuto Geológico – IG, o

TANUS et al., 2012) e sobre a recuperação de áreas

Centro de Esporte, Cultura e Lazer – CECL, o Centro

degradadas neste bioma (BITTAR, 1997; ALMEIDA

de Atenção Integrada de Saúde Mental – CAISM, a

& SANCHEZ, 2005; RODRIGUES et al., 2008; AQUI-

Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimen-

NO & BARBOSA, 2009).

to, o 97º Distrito da Polícia Militar e o 3º BPM e a 2ª

A Mata Atlân ca, declarada “patrimônio

Cia. de Polícia Ambiental do Estado de São Paulo¹.

nacional” pela Cons tuição Federal de 1988, é o

O Parque de Ciências e Tecnologia da USP –

bioma mais deba do e conhecido do Brasil, pos-

CienTec, foi criado no ano de 2001 através do de-

sui grande estrutura legal de proteção, nos níveis

creto GR 3.313 / 12.14.2001 e aberto às visitações

federal, estadual e municipal, dentre destas encon-

em setembro de 2002. Seu principal obje vo é di-

tram-se as Unidades de Conservação. Unidade de

fundir conhecimentos nas áreas de ciência e tec-

Conservação (UC) é a denominação u lizada no

nologia a fim de promover desenvolvimento sócio

SNUC para as áreas naturais a serem protegidas,

econômico regional.

tais como o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, uma área de Proteção Integral.

Possui uma área de 141 hectares, sendo que 120 hectares são de Mata Atlân ca². (MANTOVANI e GLEZER, 2006). Devido à ocupação urbana ir-

1.2. Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – PEFI

regular circunvizinha ao Parque, bem como o fato deste ser uma via de passagem para pedestres,

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o CienTec sofre com o despejo de lixo e esgoto, invasões e usos inadequados da mata, tais como caças aos animais e fogueiras. É sabido que na região de entorno ainda existe a prá ca criminosa de soltar balões, como consequência, em 2006 ocorreram três incêndios que

Foto 1: Pick-upau/Divulgação Vista de uma das áreas degradadas por um incêndio em 2006. Foto 2: Pick-upau/Divulgação Após o incêndio florestal, a samambaia-brava passa a dominar a paisagem das áreas incendiadas. Foto 3: Pick-upau/Divulgação Área reflorestada está localizada no ponto mais alto do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.

devastaram uma parcela considerável de mata na área do Parque2. 1.3. Influências Antrópicas: Incêndios em UC Os incêndios florestais podem acontecer devido a várias causas, as principais são: queimadas para limpeza de terrenos para plantações, criminosa, fogos, balões, acidental, ou até mesmo queimas de origem natural causadas por raios (TORRES et al., 2011), todavia, o tempo de

regeneração de

algumas florestas tropicais americanas foi es mado entre 150 e 200 anos (UNESCO/PNUMA/FAO, 1980). Esses incêndios podem ocorrer em unidades de conservação, áreas de preservação, parques, fazendas, margens de estradas, áreas de reflorestamento e em áreas urbanas causando graves perdas ambientais, relacionadas à biodiversidade, ao ciclo hidrológico e ao do carbono na atmosfera, além de diminuição dos bene cios ambientais oferecidos pela floresta. Além disso, geram prejuízos econômicos, paisagís cos e ecológicos. Como apontado em Torres e colaboradores (2011), vários fatores influenciam diretamente o grau de perigo dos incêndios, os principais são a presença de material combus vel, o po de floresta, a forma do relevo, as condições climá cas, a velocidade e direção do vento, a umidade rela va, a temperatura do ambiente, a precipitação e instabilidade atmosférica.

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Estudos mostram que a maior parte dos incêndios florestais, mais de 30%, é resultado da queda de balões, mesmo sendo esta prá ca considerada crime ambiental passível de multa, e até detenção, para quem es ver pra cando tal ato (VITALLI et al., 2009). Um exemplo é o acidente ocorrido no Parque CienTec, mencionado anteriormente, cuja causa

Foto 4: Pick-upau/Divulgação Indígenas da etnia guarani mbya fazem a abertura das ruas, após o corte da samambaia-brava. Foto 5: Pick-upau/Divulgação Material orgânico acumulado após o corte da samambaiabrava é um dos entraves da recuperação das áreas a ngidas pelo incendio. Foto 6: Pick-upau/Divulgação Biólogas fazem o georreferenciamento das mudas nas áreas de reflorestamento.

é atribuída a queda de um balão no local, como afirmaram os responsáveis pela administração do Parque. A área afetada totaliza cerca de 10 hectares e está localizada no topo de uma colina. A área queimada apresentava a predominância da espécie Pteridium aquilinum (samambaia, pica invasora) que restringe dras camente a capacidade do ambiente de se regenerar, acidificando o solo, antes da implementação deste projeto. Um ecossistema que sofreu degradação e cujos meios de regeneração natural forem lentos ou não ocorrerem por alguma razão necessitam de uma interferência antrópica para sua consecução (CARPANEZZI, et al., 1990). Para recuperação das funções ecológicas, se faz necessária em muitos casos a implantação de um Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD). 1.4. Recuperação Ambiental A recuperação ambiental deve levar em conta os aspectos ambientais, esté cos e sociais e qual será a des nação da área recuperada permi ndo um novo equilíbrio ecológico (SALVADOR & MIRANDA, 2007). O obje vo principal de um “Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas- PRAD” é garan r segurança da saúde pública por meio da reabilitação das áreas perturbadas pelas ações antrópicas,

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tornando-as com condições desejáveis e necessári-

com a escolha das espécies corretas. Além de con-

as à implantação de usos aceitáveis pós-degra-

dições ambientais adequadas, como quan dade de

dação (LIMA et al., 2006). Na prá ca, os PRADs

radiação solar e sombreamento para cada espécie,

são muito mais voltados para aspectos do solo e

umidade, formação de serrapilheira, microclima e

da vegetação, muito embora possam contemplar

mesofauna semelhantes aos processos de sucessão

também, direta e indiretamente, a reabilitação am-

secundária (VALCARCEL & SILVA 1997).

biental da água, do ar, da fauna e do ser humano.

O maior entrave para o uso de espécies flo-

Para a realização de um PRAD são encontra-

restais na vas em plan os comerciais ou na recu-

dos muitos desafios, dos quais o mais importante é

peração de áreas degradadas tem sido a falta de

conseguir conciliar a seleção de espécies e as técni-

estudos envolvendo a absorção de nutrientes e os

cas de revegetação que ajudem a acelerar e resta-

requerimentos nutricionais dessas espécies, bem

belecer os processos de sucessão ecológica devolvendo a forma e a função original da área antes de ser degradada, sempre avaliando as peculiaridades de cada região (COSTA et al., 2010). No CienTec, o planejamento de implementação do PRAD incluiu o manejo de Pteridium aquilinum (samambaia), espécie vegetal mais efe va na reprodução, de ciclo curto e com mais rápido crescimento populacional, levando à rápida ocu-

como sua sensibilidade a condições dis ntas de estresses químico ou sico, portanto o presente trabalho tem por obje vo avaliar a recuperação de uma área degradada com cerca de 2 hectares que foi incendiada, tendo como provável causa, a queda de balões, ocupada pela invasora Pteridium aquilinum com plan o de espécies na vas de Mata Atlân ca.

pação da paisagem. Também se faz necessário realizar um estudo sobre a composição florís ca das matas remanescentes da região (DAVIDE, 1999). A avaliação do sucesso de um PRAD pode ser feita através de indicadores vegetais de recuperação e é por esses indicadores que se define se

__________________________ 1

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Biodiversidade e Florestas – Departamento de Áreas Protegidas (2011). Página visitada em 20 de janeiro de 2012. 2

h p://www.parquecientec.usp.br/

o projeto necessita de novas interferências ou de um redirecionamento com o intuito de acelerar o processo de restauração das funções da vegetação implantada. O PRAD é voltado para os aspectos de solo e vegetação eles afetam posi vamente a água, o ar, a fauna e os seres humanos. (RODRIGUES & GANDOLFI, 1998; MARTINS, 2001) Por fim, para que a área que foi degradada seja considerada reabilitada é necessário que sejam criadas condições edáficas como reconstrução de solo e clivagem de nutrientes, fitossociológicas

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2. MATERIAL E MÉTODOS

Foto 7: Pick-upau/Divulgação Muda de açoita-cavalo-miúdo na área de reflorestamento. Foto 8: Pick-upau/Divulgação Bióloga faz conferência dos parâmetros das mudas, no detalhe a araucária.

2.1. Espécie de estudo As espécies u lizadas na recuperação da área degradada no PEFI atendem a Resolução SMA 21,

Foto 9: Pick-upau/Divulgação Vista geral de uma parcela, onde indígenas preparam as ruas para o plan o.

de 21 de novembro de 2001, que fixa orientação para o reflorestamento heterogêneo. Dentre estas, foram escolhidas aleatoriamente oito espécies, distribuídas nos grupos sucessionais de pioneiras, secundárias iniciais e secundárias tardias, de acordo com a classificação sucessional pelos critérios estabelecidos por Budowski (1965). •Pinheiro-brasileiro (Araucaria angus folia) A Araucaria angus folia (Bertol.) Kuntze é uma gimnosperma de ocorrência na América do Sul e predominante na Região Sul do Brasil: sua distribuição vai do Estado do Rio Grande do Sul até o Sul de Minas Gerais (REITZ & KLEIN, 1966; REITZ et al., 1978; KLEIN, 1984). Considerada uma espécie pioneira e heliófila, se estende sobre os campos formando novos capoeirões, sendo beneficiada por leve sombreamento na fase de germinação e crescimento até 2 anos (REITZ & KLEIN,1966). Popularmente conhecida como pinheirobrasileiro é uma espécie dióica, raramente monoica, anemófila e caracterís ca da Floresta Ombrófila Mista. Essa pologia florestal foi reduzida a 12,6% da área de ocorrência original (RIBEIRO et al., 2009) sendo A. angus folia bastante explorada em razão da qualidade da madeira (REITZ et al., 1978; RIZZINI, 1978). Esse cenário fez que a espécie fosse incluída como cri camente em perigo de ex nção na lista da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) (FARJON, 2006) e como vulnerável a ex nção na Lista das Espécies da Flora Ameaçada

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de Ex nção (BRASIL, 2008).

lo-miúdo, Luehea divaricata Mar us é da família

De acordo com pesquisas recentes, a es-

Malvaceae, sendo classificada como espécie se-

pécie é considerada como ameaçada pela interfer-

cundária tardia, possui crescimento lento. Ocorre

ência nos ambientes florestais e a massiva coleta

desde o estado do Pará até Sul do país, também

de sementes para consumo humano (PALUDO et

nos países como Argen na, Paraguai e Uruguai

al., 2011), pois mesmo com a existência de regu-

(LOREGIAN et al., 2012). Sua madeira é suavemente

lamentação para a coleta estes autores acreditam

pesada e dura, porém flexível e resistente. De acor-

que não esteja fundamentado no embasamento

do com Reitz et al. (1988), apresenta um tronco

ecológico necessário.

comumente tortuoso e nodoso, com base alargada e fuste habitualmente curto de 4 a 6 m de exten-

•Angico-branco (Anadenanthera colubrina)

são, estando empregado na confecção de móveis,

A Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan,

sobretudo em peças arredondadas e torneadas.

conhecida popularmente como angico-branco ou

Ela apresenta madeira de qualidade, com média

angico-liso é uma planta decídua, heliófita e cara-

retra bilidade e baixa resistência mecânica e é in-

cterís ca de mata secundária, muito u lizada em

dicada para confecção de móveis vergados e peças

relforestamento, na arborização de parques e no

torneadas (RIZZINI, 1971).

plan o de florestas mistas (LORENZI, 2000; ORTOLANI et al., 2010). É considerada uma espécie se-

•Embaúba (Cecropia pachystachya)

cundária inicial (FERRETTI et al., 1995), formando,

Cecropia pachystachya Trec., conhecida

às vezes, capões puros em vegetação secundária

como imbaúba ou embaúba, pertence a família

(CARVALHO, 1994).

Cecropiaceae e é uma árvore de comportamento

Pertencente à família Fabaceae é tolerante

pioneiro, de rápido crescimento, sele va higrófila,

ao frio e apresenta crescimento de moderado a

caracterís ca de solos úmidos, ocorrendo em ma-

rápido e suas sementes possuem alto poder germi-

tas ciliares, bordas de florestas e clareiras (BATIS-

na vo (CARVALHO, 1994), apesar disso está entre

TA et al., 2008). As espécies do gênero Cecropia

as espécies na vas que se encontram em risco de

apresentam-se largamente distribuídas na região

ex nção (ALBUQUERQUE & ANDRADE, 2002). Essa

Neotropical e são abundantes em áreas perturba-

espécie pode apresentar até 20 m de altura e pro-

das e em estágios iniciais de processos sucessio-

duz uma resina que pode subs tuir a goma arábica.

nais (SANTOS, 2000). Caracterizam-se por serem

Sua madeira é densa, de super cie lisa e lustrosa,

árvores perenifólias e heliófitas e seus frutos car-

e proporciona ó mos efeitos decora vos (CAR-

nosos são apreciados por muitas espécies de aves

VALHO, 2003). Essa espécie pode ser usada ainda

e mamíferos, responsáveis pela dispersão de suas

no controle da erosão e no melhoramento de solos

minúsculas sementes (LORENZI, 2002).

(SANTOS, 1987). •Pau-viola (Cytharexyllum myrianthum) •Açoita-cavalo-miúdo (Luehea divaricata) Conhecido popularmente como Açoita-cava-

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Citharexyllum myrianthum Cham., da família Verbenaceae, conhecida popularmente como

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tucaneira ou pau-viola, é uma espécie arbórea de

úmidos, sendo frequente em vales e pequenas

15 a 25 m de altura com tronco - reto e, às vezes,

depressões (SANTOS, 1967). Dias e colaboradores

levemente curvo - tem medidas que variam de 40

(1992) classificam esta espécie como secundária na

e 60 cen metros de diâmetro. Encontrada desde

sucessão ecológica.

a Bahia até o Rio Grande do Sul, ocorre em áreas

Na indústria, sua paina serve para enchimen-

úmidas ou capoeirões de planícies, sendo muitas

to de almofadas, cobertores e travesseiros. Sua ma-

vezes a espécie arbórea mais abundante nestes lo-

deira é u lizada na fabricação de aeromodelos, flu-

cais (REITZ et al. 1979).

tuadores, forros de móveis e, ainda, como material

É uma espécie pioneira, apresentando ex-

isolante (LORENZI, 1998).

celente regeneração natural em vários estágios da sucessão secundária e produzindo anualmente uma grande quan dade de flores e frutos. A copa

•Pitanga (Eugenia uniflora) A

pitangueira,

Eugenia

uniflora,

que

geralmente é larga e as flores, alvas e pequenas,

pertence à família Myrtaceae, é uma árvore

têm odor adocicado. Já o fruto mede cerca de 1,5

fru fera medindo cerca de 6-12 m de altura, po-

cen metro de comprimento, e varia em tons do

dendo ser u lizada no paisagismo ou cul vada em

alaranjado ao vermelho. A polpa é carnosa e mole,

pomares domés cos. A pitangueira é originária da

muito apreciada por aves (LORENZI, 2002). Pode

região que se estende desde o Brasil Central até

ser encontrada em solos úmidos ou encharcados,

o Norte da Argen na (FOUQUÉ, 1981). Pode se

como terrenos brejosos e florestas ribeirinhas

apresentar como um arbusto denso ou como uma

(SALMENA et al., 2012). Seu desenvolvimento no

pequena árvore (4 a 10 m de altura) ramificada, de

campo é considerado rápido (em condições ideais

copa arredondada, com folhagem persistente ou

a nge os 4 metros de altura aos 2 anos).

semidecídua. A pitanga é comercializada, princi-

Sua madeira é considerada leve e macia, com baixa durabilidade natural e, devido a este fato, é

palmente, na forma de polpa (LORENZI & MATOS, 2002).

empregada na confecção de artesanato, brinquedos, tábuas e caixotes. Por possuir boa ressonância pode ser usada para a confecção de instrumentos

Foto 10: Pick-upau/Divulgação Biólogas do Pick-upau observam área reflorestada, dois anos após o início dos trabalhos.

de corda e por isso também é conhecida como pauviola. •Paineira (Chorisia speciosa) Chorisia speciosa A. St.-Hil., pertence à família Bombacaceae e é uma espécie arbórea caducifólia com ampla distribuição no Brasil, ocorrendo do Estado da Paraíba até o Rio Grande do Sul. Esta espécie tem grande potencial econômico e ornamental, vivendo preferencialmente em locais

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Sua árvore é muito ornamental e fácil de ser

O Parque está localizado na região sudeste

cul vada, tornando-a frequente em jardins. Devido

do município de São Paulo, La tude: S 23°39.332’;

a sua adaptabilidade às mais dis ntas condições

Longitude: W 046°37.704’. A vegetação predomi-

de solo e clima, esta fru fera foi disseminada e é

nante é classificada como Mata Atlân ca Flo-

atualmente encontrada nas mais variadas regiões

resta Ombrófila Densa Montana Atlân ca, com

do globo (SILVA, 2002). A madeira é empregada na

elementos de Floresta Ombrófila Mista e Estacional

confecção de cabos de ferramentas e outros instru-

Semidecídua (TANUS et al., 2012). Pode ser descri-

mentos agrícolas (SCALON et al., 2001).

to como um fragmento florestal circundado por intensa urbanização, contribuindo, juntamente com

•Jerivá (Syagrus romanzoffiana)

todo o complexo do Parque Estadual Fontes do

A palmeira jerivá, Syagrus romanzoffiana

Ipiranga, com 10% de toda área verde da metró-

(Cham.) Glassman, tem distribuição em toda a

pole paulista. Além disso, é uma reserva de fauna

América do Sul. No Brasil é encontrada em florestas

e flora da bacia hidrográfica do Riacho do Ipiranga

subtropicais e de araucárias, floresta atlân ca, cer-

(PECCININI & PIVELLO, 2002).

rados, estepes, res ngas costeiras e campos sujos.

Possui clima temperado Cwb, segundo a

O grande número de interações interespecíficas en-

classificação de Köppen. O clima do local é classifi-

volvendo o jerivá salienta seu valor ecológico em

cado como úmido mesotérmico, com temperatura

comunidades florestais (GALETTI et al., 1992, SILVA

média anual de 19,1°C (SANTOS & FUNARI, 2002).

et al., 2009).

O inverno é mais brando e no verão as tempera-

S. romanzoffiana é uma palmeira de 8 a 15 m

turas são moderadamente altas. Fevereiro é con-

de altura. A reprodução é sexuada, apresentando

siderado o mês mais quente, com temperatura

inflorescência em cacho pendente e seus frutos do

média de 22,5°C e julho o mês mais frio, com 16°C

po drupa são globosos ou ovóides, de cor amarela

de temperatura em média. A temperatura média

ou alaranjada, com um fino exocarpo e um meso-

anual é de 19,1°C e precipitação média de 1.540

carpo fibroso, suculento e adocicado. O néctar flo-

mm por ano (SANTOS & FUNARI 2002). O solo de

ral, frutos e sementes do jerivá são explorados por

maior ocorrência na área é o Latossolo Vermelho-

uma larga variedade de animais, sendo uma poten-

Amarelo (TANUS et al., 2012).

cial espécie-chave em fragmentos de Mata Atlân2.3. Obtenção e análise dos dados

ca (ALVES-COSTA, 2004).

As etapas de recuperação de áreas degrada-

2.2. Área de estudo

das envolveram um pré-planejamento, estabeleci-

20

O presente trabalho foi realizado no Parque

mento de obje vos a curto e longo prazos, remoção

de Ciências e Tecnologia da USP – CienTec, que está

da cobertura vegetal, manejo de solo, preparação

inserido no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga

do local para plan o, seleção de espécies a serem

– PEFI, sendo desenvolvido por pesquisadores da

plantados, plan o e manejo regular da área após a

Agência Ambiental Pick-upau.

recuperação conforme citado na literatura. Alguns

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indivíduos de espécies selecionadas foram monitorados considerando os padrões clássicos de avaliação do desenvolvimento arbóreo.

Modelo de PlanƟo: Distribuição de Mudas O plan o de mudas de espécies arbóreas navas de mata atlân ca de acordo com a Resolução SMA – 58/06 quanto à diversidade e em espaça-

Preparo do solo para o planƟo

mento 2,0 x 1,5 m, de acordo com a metodologia

Na área do plan o u lizou-se roçada manual

descrita por Macedo (1993). Este modelo consiste

para o preparo do solo e remoção da samambaia

na implantação de uma linha de pioneiras alterna-

Pteridium aquilinum, marcação (tutores) e abertu-

da com uma linha de não pioneiras.

ra das covas (feita com enxada), 20 g de calcáreo dolomí co no berço e aplicação manual, em sem-

Localização das Mudas do PRAD CienTec

icírculo no entorno da muda, de 360 g de adubo

Durante a implantação deste projeto, todas

químico NPK (8-20-10) por planta, dosagem base-

as mudas foram georreferenciadas e localizados

ada em análise de solo. A prevenção ao ataque de

dentro da parcela através de coordenadas x e y. Os

formigas cortadeiras dos gêneros A a sp. (saúvas)

indivíduos das oito espécies selecionadas foram

e Acromyrmex sp. (quenquéns), observadas na área

iden ficados com placas coloridas para facilitar a

do projeto, foi com a u lização de iscas formicidas.

sua localização na área.

No momento do plan o, em cada cova foi adicionada uma mistura de terra vegetal (50%),

Seleção de Espécies NaƟvas para Avaliação do

terra da camada superficial da cova (10%), calcáreo

PRAD CienTec

e NPK.

Dentre todas as espécies plantadas, foram

As espécies na vas foram introduzidas na

escolhidas, para acompanhamento, oito espécies

área trinta dias depois dos procedimentos acima.

com três representantes de cada uma (triplicatas).

Depois do plan o, foi feita a irrigação do solo no

As espécies escolhidas foram: paineira, açoita-

início da manhã e/ou no final da tarde por um

cavalo-miúdo, embaúba, angico-branco, araucária,

período de trinta dias na área do projeto.

pitanga, pau-viola e jerivá (Tabela 1). Para confir-

Após três meses de implantação do PRAD

mação da iden ficação taxonômica das espécies

neste local, foi realizada a primeira manuten-

escolhidas, ramos com estruturas vegeta vas e/ou

ção; que consis u em capina manual nas ruas de

sexuais foram coletados e herborizados para iden-

plan o devido ao crescimento da samambaia (P.

ficação. As iden ficações foram confirmadas com

aquilinum), subs tuição de tutores e coroamento

o auxílio de literatura especializada ou por meio de

manual das mudas. Em todas as vistorias mensais,

comparações com amostras no herbário do Ins tu-

as mudas foram subme das à controle fitossani-

to Florestal ou do acervo da própria Agência Ambi-

tário.

ental Pick-upau além de consultas a pesquisadores taxonomistas especialistas.

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Tabela 1. Lista das espécies vegetais pioneiras, secundárias iniciais e tardias u lizadas na avaliação parcial do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas realizado no CienTec.

Monitoramento de Espécies Selecionadas: Medidas Biométricas

A análise do PRAD foi realizada através do estudo do desenvolvimento das espécies arbóreas na vas u lizadas no reflorestamento tendo como principal enfoque o crescimento em altura, circunferência e diâmetro do tronco à altura do peito (CAP e DAP – a 1,30 m do solo), diâmetro da copa e condições fitossociológicas das mudas. O crescimento foi acompanhado por medições feitas um ano após o plan o e em dois outros momentos com intervalos de seis meses deste. Com o auxílio de suta, clinômetro, paquímetro e trena, foram medidos: a altura da muda inteira, desde o colo até a gema apical do ramo principal, o DAP e na úl ma avaliação, o diâmetro da copa.

de 90% em todas as espécies (dados não mostrados), no caso das inves gadas neste estudo, todas sobreviveram ao segundo ano depois do plan o. O Quadro 1 a seguir mostra a estrutura desenvolvida neste projeto de monitoramento, onde, para cada um dos exemplares avaliados (iden ficados no campo por placas coloridas para facilitar sua localização), foi coletada amostra para herborização (Código) e os indivíduos georeferenciados e posicionados na topografia do terreno (al tude).

3. MATERIAL E MÉTODOS A sobrevivência das espécies arbóreas no PRAD CienTec apresentou percentuais acima

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Quadro 1. Localização e iden ficação (placas coloridas) dos representantes das espécies implantadas na Recuperação de Área Degradada realizada no CienTec.

Os indivíduos das oito espécies selecionadas apresentam uma média de variação de altura (em metros) conforme mostra o Quadro 2. Podemos observar que as espécies que mais cresceram foram a embaúba, a pitanga e o angico-branco, respec vamente (maior inclinação na reta). Apresentaram crescimento moderado, a paineira, o açoita-cavalo-miúdo e a araucária. Por outro lado, mesmo sendo espécies pioneiras, o jerivá e o pau-viola apresentaram uma menor variação na altura ao

longo do período avaliado (de 12 a 24 meses do plan o) no Parque CienTec.

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Quadro 2. Crescimento das Espécies Arbóreas Monitoradas no Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas considerando a altura (em metros) do experimento realizado no Parque CienTec ao longo do segundo ano de implementação. Cada ponto representa uma media entre três indivíduos.

Destacando que as espécies araucária e jerivá não foram avaliadas e considerando o valor em cen metros do DAP (diâmetro à altura do peito – 1,30 m do solo), os valores médios dos indivíduos das espécies selecionadas apresentaram a seguinte situação: a espécie que maior aumentou

Foto 11: Pick-upau/Divulgação A vistas verificam a presença de lianas em torno de uma muda, ainda no início do PRAD.

o diâmetro foi o pau-viola (exatamente aquela que nha aumentado menos em altura). Novamente as espécies que mostraram um aumento médio de diâmetro foram a paineira e o açoita-cavalo-miúdo e com valores ligeiramente menores, a embaúba, o angico e a pitanga, espécies que mostraram um maior aumento de altura no período avaliado.

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Quadro 3. Crescimento das Espécies Arbóreas Monitoradas no Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas considerando o DAP – Diâmetro à Altura do Peito (em cen metros) do experimento realizado no Parque CienTec ao longo do segundo ano de implementação. Cada ponto representa uma media entre três indivíduos.

Com relação ao Diâmetro da Copa (em metros) avaliado na úl ma medição realizada em 2011, o resultado pode ser visualizado no Quadro 4, que representa a média entre os indivíduos das

Foto 12: Pick-upau/Divulgação Mudas passam pelo processo de aclimatação antes do plano no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo.

espécies inves gadas. O jerivá não foi medido pelo fato de ser uma palmeira muito jovem. Podemos observar que a paineira fornece o maior sobreamento, seguida de pau-viola, pitanga, angicobranco, embaúba e açoita-cavalo-miúdo. O menor diâmetro de copa é propiciado pela araucária, pela própria estrutura de crescimento e morfologia desta espécie (aciculifoliadas).

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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau


Quadro 4. Avaliação do diâmetro da copa em 2011 das Espécies Arbóreas Monitoradas no Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas do experimento realizado no Parque CienTec. Cada ponto representa uma media entre três indivíduos.

4. DISCUSSÃO

(inclusive com pitanga e embaúba) cuja sobrevivência foi de 58%.

Alguns autores consideram que a germinação e o estabelecimento de plântulas são as fases mais crí cas do ciclo de vida da planta, nas quais ocorrem altas taxas de mortalidade (DUKE & POLHILL, 1981; MANTOVANI, 1983), mas isso poderia ser válido também para o plan o de mudas em PRAD de acordo com as observações da literatura (FREITAS et al., 1993; ALMEIDA & SANCHEZ, 2005). No projeto de Recuperação de Área Degradada realizado pela Agência Ambiental Pick-upau no CienTec, os resultados foram muito superiores (90% de sobrevivência) do que os encontrado por Junglos e Morais (2010), com espécies semelhantes

Após dois anos, na área de implantação do PRAD no CienTec, a presença das mudas, e consequente sombreamento, tem diminuído a ocorrência da samambaia, facilitando a recuperação do ecossistema. De acordo com Tabarelli e Mantovani (1999), “A ocorrência e/ou a dominância de espécies de Imperata e Pteridium aquilinum, por longos períodos, tem sido considerada como indicador de áreas subme das a perturbação intensa, onde a regeneração da floresta tende a ocorrer de forma lenta.” Esse fato também foi observado por outros autores (FOX et al., 1997).

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De acordo com Rodrigues e Gandolfi (1998)

realizado no PRAD CienTec propiciou as condições

e Mar ns (2001) o sucesso de um PRAD pode ser

de sobrevivência e o desenvolvimento adequado

avaliado por meio de indicadores vegetais de recu-

para a araucária.

peração, tais como o acompanhamento do cresci-

Foi observado por Lima e colaboradores

mento das mudas plantadas. No presente estudo,

(2009) que a paineira Chorisia speciosa teve um

todas as espécies avaliadas apresentaram cresci-

incremento variando de 10 a 20 mm no diâmetro

mento compa vel com o esperado, indicando o

durante os nove meses do experimento. Os autores

sucesso do projeto.

discutem que, apesar do pouco destaque no incre-

Os dados coletados em campo, especificados

mento em altura (71 cm), a planta inves u mais no

no Quadro 2, mostram que a araucária após dois

crescimento diamétrico (31,4 mm), caracterís ca

anos a ngiu um tamanho de 1,5 m em média. Para

fundamental para o estabelecimento da espécie

Paludo e colaboradores (2011), o estágio crí co

ao longo de um ano. No caso do PRAD CienTec isto

para a regeneração da espécie se mostrou logo nos

ocorreu com outras espécies: a embaúba (Cecropia

primeiros anos de desenvolvimento até os 5 m de

pachystachya); o angico-branco (Anadenanthera

altura. De acordo com estes autores (PALUDO et

colubrina) e a pitanga (Eugenia uniflora). A paineira

al., 2011), entre os possíveis fatores crí cos para a

apresentou valores proporcionais entre o aumento

regeneração de uma espécie estão a intensidade de

de tamanho e diâmetro do tronco à altura do peito.

luz, a qualidade de luz, o nível de compe ção das

A pesquisa de Sampaio e colaboradores

raízes, pulsos de nutrientes, textura do solo e efeito

(2012) mostrou que Chorisia (paineira) após 32 me-

de predadores e patógenos e, no caso da araucária.

ses de plan o, nha o tamanho de médio de 3,78

Quando adulta, a A. angus folia ocupa o

m e diâmetro de 10,98 cm; já no caso da pitanga,

estrato superior da floresta (KLEIN, 1980; KLEIN,

Eugenia uniflora, a altura média era de 1,98 m e o

1984), caracterizando a necessidade de luz solar

diâmetro de 3,58 cm. Os nossos resultados revelar-

plena. Para alcançar esse estrato, a espécie pode

am um tamanho médio de 2,5 m para a paineira de

seguir um dos modelos de regeneração proposto

e para a pitanga de 3,4 m, o que parece coerente,

por Clark e Clark (1987) no qual a espécie pode

levando-se em conta que no caso do PRAD CienTec

necessitar de uma clareira no estado juvenil para

estas espécies não foram semeadas e sim planta-

alcançar o dossel rapidamente em pulsos de cresci-

das (mudas com cerca de 30 cm).

mento antes que a clareira seja ocupada por outras espécies, ou seja, fechada pelas copas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo de Carvalho (1994) mostrou que

28

A. angus folia apresenta crescimento lento até

A revegetação nas áreas estudadas vem cum-

o terceiro ano. A par r de então, o incremento

prindo o propósito de manter a estabilidade sica.

corrente anual em altura é de 1 m, em condições

Considerando o crescimento e desenvolvimento

adequadas e, após o quinto ano, o incremento anu-

das espécies avaliadas, além da recuperação do

al em diâmetro é de 1,5 a 2,0 cm. Considerando os

estrato arbóreo, foi possível reduzir o crescimento

nossos resultados, provavelmente, o espaçamento

da samambaia Pteridium aquilinum, permi ndo a

Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau


revegetação por espécies do entorno e trazidas pela fauna local, aumentando ainda mais a biodiversidade e a funcionalidade do ecossistema. Os resultados ob dos do com o projeto, após dois anos, indicam que as medidas de recuperação descritas comprovam a adequação da seleção de

Foto 13: Pick-upau/Divulgação Indígenas trabalham na abertura dos berços. Foto 14: Pick-upau/Divulgação Um dos grupos de voluntários do Pick-upau que par ciparam do plan o de mudas na vas. Foto 15: Pick-upau/Divulgação Resultados expressivos já podem ser vistos por toda área recuperada.

espécies, modelo de distribuição e estratégias de manutenção na área impactada. Cabe destacar que todo o projeto foi realizado sem muito recurso tecnológico, o que mostra ser passível de replicar a metodologia descrita em outras áreas no mesmo parque e locais que sofreram impactos antrópicos. A realização de estudos básicos e con nuos, sobre o desenvolvimento de espécies u lizadas em reflorestamentos de áreas degradadas, é indispensável para orientar o planejamento das intervenções na composição florís ca e fitossociológica para a recuperação de ambientes. Portanto, novas pesquisas direcionadas à produzir relevantes informações considerando a seleção de espécies (sobrevivência, estabelecimento e desenvolvimento), espaçamento e arranjo de plan o e sobre a elaboração, monitoramento e avaliação de programas de recuperação de áreas degradadas estão sendo conduzidos pela Agência Ambiental Pick-upau.

Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.4 - n.4 - Setembro de 2012│Agência Ambiental Pick-upau

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau


7. Quem Somos

Sobre o Pick-upau

Sobre o Projeto Darwin

A Agência Ambiental Pick-upau é uma organi-

O Projeto Darwin tem como principais caracterís-

zação não governamental sem fins lucra vos de

cas conhecer e divulgar os atributos naturais e

caráter ambientalista 100% brasileira, fundada

culturais dos Biomas Brasileiros, com ênfase na

em 1999, por três ex-integrantes do Greenpeace-

Floresta Atlân ca Tropical, incluindo áreas

par-

Brasil. Originalmente criada no Cerrado brasileiro,

culares, Unidades de Conservação e Terras Indíge-

tem sua base, próxima a uma das úl mas e mais

nas. Além dos inventários biológicos das espécies

importantes reservas de Mata Atlân ca da cidade

predominantes da fauna e da flora (pesquisa), há

São Paulo. Por tratar-se de uma organização sobre

o compromisso de sensibilizar o maior número de

Meio Ambiente, sem uma bandeira única, o Pick-

pessoas possíveis para tornar viável o desenvolvi-

upau possui e desenvolve projetos em diversas

mento sócio-econômico das regiões inseridas no

áreas ambientais. Desde a educação e o jornalismo

projeto e a preservação do ambiente.

ambiental, através do Portal Pick-upau – Central de

Saiba mais: www.darwin.org.br

Educação e Jornalismo Ambiental, hoje com cerca de 50.000 páginas de conteúdo totalmente gratui-

Sobre a TI Tenonde Porã

to; passando por programas de produção florestal e reflorestamento, questão indígena, comércio

A aldeia Tenonde Porã está situada na região sul do

justo, polí cas públicas, neutralização de GEE até a

município de São Paulo (cerca de 60 km do centro),

pesquisa cien fica, com ênfase na biodiversidade.

Distrito de Parelheiros, com grande parte da área

Saiba mais: www.pick-upau.org.br

indígena às margens da represa Billings. A comunidade Guarani M’Bya possui apenas 26 hectares,

Sobre o Refazenda

demarcados e homologados em 1987, onde vivem atualmente 170 famílias com cerca de 900 pessoas.

O Refazenda é uma inicia va do Pick-upau, que

Apesar do crescimento acelerado e desordenado

conta com vários parceiros. O programa tem entre

da região e do contato com a sociedade do entor-

seus principais obje vos a produção de mudas na-

no, esta população vem se assegurando como um

vas da Mata Atlân ca e do Cerrado, como forma

povo. Os conhecimentos milenares são passados

de fomento da economia de comunidades tradicio-

por gerações através da oralidade dos mais velhos,

nais e o aumento da oferta de produtos florestais

seus rituais, artesanato e da valorização de sua

des nados a recuperação e ampliação da cobertu-

cultura.

ra vegetal. Saiba mais: www.refazenda.org.br

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Darwin Society Magazine│Série Cien fica v.7 - n.7 - Março de 2013│Agência Ambiental Pick-upau


Sobre o CIENTEC-USP

Sobre o IBt

O Parque CienTec é uma ins tuição que oferece en-

É uma ins tuição de pesquisas cien ficas na área

tretenimento educa vo e de qualidade para crian-

da botânica, da Secretaria do Meio Ambiente

ças, jovens a adultos. Por meio de seus diferentes

do Estado de São Paulo – SMA. O Ins tuto de

passeios, demonstrações e experiências, a ciência

Botânica tem as suas origens no Departamento de

e a tecnologia ficam muito mais próximas do visi-

Botânica do Estado criado pelo Decreto N° 9715 de

tante, que aprende enquanto se diverte e se di-

9/11/1938 e subordinado à Secretaria de Agricultura

verte enquanto aprende. Programas educacionais

e Abastecimento, pelo Decreto N° 12.499, de

orientados e um ambiente privilegiado e circunda-

7/01/1942. Em 1987, sem alterações, foi transferido

do por Mata Atlân ca permitem ao Parque CienTec

para a SMA, onde se encontra até a presente

oferecer aos seus visitantes uma alterna va mod-

data. Além de sua sede, Reserva Biológica e Jardim

erna para o aprendizado da ciência, da tecnologia

Botânico, situados dentro do Parque Estadual das

e da cultura humanís ca em geral. O CienTec-USP

Fontes do Ipiranga, bairro da Água Funda, na capital

é um órgão vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e

do Estado de São Paulo, o IBt possui duas outras

Extensão da Universidade de São Paulo.

UC, representando os biomas principais do Estado:

Saiba mais: www.usp.br/cientec/

Mata Atlân ca (Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba) e Cerrado (Reserva Biológica e Estação

Experimental

de

Moji

Guaçu).

A missão ins tucional do IBt é o desenvolvimento de pesquisas botânicas visando subsidiar a polí ca ambiental do Estado de SP, obje vando a realização de estudos botânicos nos aspectos de levantamento florís co, sistemá ca, fisiologia, bioquímica, morfologia, anatomia, ecologia e u lização, com ênfase na área do Estado de SP. Fonte: IBt. Saiba mais: www.ibot.sp.gov.br

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Sobre a Sabesp

Foto 17: Pick-upau/Divulgação Bióloga do Pick-upau observa reflorestamento durante vistoria das áreas.

A Sabesp é uma empresa de economia mista responsável pelo fornecimento de água, coleta e

Foto 18: Indígenas par cipam do plan o de mudas na vas no Parque CienTec.

tratamento de esgotos de 363 municípios do Esta-

Foto 19: Biólogas fazem a coleta de dados nas áreas de PRAD.

do de São Paulo. Desde 2002 a Sabesp possui ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova Iorque. Em número de clientes, pode ser considerada como uma das maiores empresas de saneamento do mundo. São 27,7 milhões de pessoas atendidas, quase duas vezes a população da Bélgica. Para oferecer serviços de qualidade, mantém uma gigantesca estrutura e nos úl mos cinco anos invesu aproximadamente R$ 5 bilhões. Além dos serviços de saneamento básico no Estado de São Paulo, a Sabesp está habilitada a exercer a vidades em outros Estados e países e atuar nos mercados de drenagem, serviços de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e energia. A Sabesp também ampliou sua plataforma de soluções ambientais. Assim, grandes clientes podem se beneficiar dos seus conhecimentos e da tecnologia para uso racional da água, des nação adequada dos esgotos e preservação do meio ambiente. Fonte: Sabesp Saiba mais: www.sabesp.com.br

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Darwin Society Magazine é uma publicação cien fica eletrônica da Agência Ambiental Pick-upau que tem o obje vo de divulgar a vidades e pesquisas realizadas pela equipe técnica da organização, através de seus projetos ins tucionais sobre biodiversidade e meio ambiente em geral.

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