ECO NOT EGO
Edição moda sustentável
Danos ao meio ambiente
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prefácio Nesta edição iremos abordar temas sensíveis para a sociedade atual. A moda é uma das indústrias que mais desperta a atenção e desejo das pessoas, sendo algo presente na vida de todos. A mesma é necessária para uma maior autoexpressão como indivíduo. Apesar de ser algo que remete a leveza, criatividade e demonstração de quem somos, a
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moda esconde um lado sombrio, sendo constantemente atrelada a casos de trabalhos análogos à escravidão e questões ambientais. Nesta edição iremos abordar temas para ajudar você, leitora, a consumir de forma consciente e sustentável, além de propor práticas fáceis e criativas, que irão abrir sua visão para um estilo de vida que impacte menos o meio ambiente.
danos ao meio ambiente
Foi-se o tempo em que a sustentabilidade era apenas uma tendência. Atualmente, é cada vez mais urgente percebermos que a sustentabilidade deve ser um pilar em nossas vidas. A moda é uma das indústrias que mais poluem o planeta e cabe a nós, consumidoras, tentar reverter esse quadro. Uma forma de fazermos nossa parte é consumirmos de forma consciente e de marcas que engajadas em práticas sustentáveis.
Danos ao meio ambiente
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Por dentro da
indústria da moda A indústria da moda está entre as 5 mais poluentes do mundo. Na região do Bom Retiro são descartados inadequadamente 12 toneladas de resíduos têxteis diariamente. Estimase que o volume de resíduos urbanos deve aumentar de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas até 2025.
Apenas 58% do total do lixo têxtil coletado no Brasil segue para aterros sanitários. O restante é despejado em lixões. Somente cerca de 4% do resíduo é reciclado. A moda sustentável é necessária para contribuir com um menor impacto ambiental e para isso, a consumidora deve informar-se sobre as práticas que existem por trás da produção de suas roupas.
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Principais tecidos poluentes Algodão: Fibra natural, utiliza inseticidas agrícolas, consome muita quantidade de energia e agúa em seu processo produtivo.
químicos na produção. Consome excessivamente energia e água e apenas 0,1% dos tecidos são reciclados.
Jeans: Utiliza grandes quantidades de água, energia e corantes químicos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Poliéster: Termoplástico, também utilizado para mistura com tecidos naturais. Derivado do petróleo ou do gás natural (não renováveis e poluentes), usa grandes quantidades de água, químicos, energia. Contamina mares, oceanos e rios devido aos microplásticos.
Viscose: Fibra artificial feita de celulose, usada em larga escala, proveniente de árvores ameaçadas de extinção. Utiliza produtos Tecidos
Volume
Água
Algodão Jeans Viscose Poliester
1 camiseta 1 calça 1 kg 1kg
2.700 L 10 mil L 640 L 20 L
Fica a dica:
River Blue, documentário que retrata a produçao de jeans e seu impacto negativo nos mares e rios do planeta. Danos ao meio ambiente
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consumo consciente
Segundo a organização WWF, os recursos naturais disponíveis no planeta Terra estão se esgotando. Acredita-se que em 2030, a qualidade de vida na Terra diminuirá drasticamente. A ação humana desenfreada sobre a natureza vem causando a indisponibilidade de recursos e o uso inconsciente da matéria-prima natural.
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Segundo a Global Fashion, a indústria da moda é a segunda maior consumidora de água do mundo, utilizando cerca de 1,5 trilhões de litros de água por ano para produção de roupas. A indústria da moda cresce excessivamente numa tentativa de suprir a demanda dos consumidores por novas peças, que rapidamente as descartam, produzindo grande quantidade de lixo têxtil. Por ano, 500 bilhões de dólares são jogados fora com roupas que foram pouquíssimas vezes usadas e que quase nunca são recicladas. A indústria da moda relacionada ao consumo excessivo é representada pelo “Fast Fashion”.
O “Fast Fashion” ao longo dos anos gerou o consumo em massa, o acúmulo de peças de roupas e o descarte excessivo, bem como o esgotamento de diversos recursos naturais devido a demanda de produção proveniente dos consumidores. Surge como opção para diminuir o impacto ambiental e a compra de forma excessiva a moda “Slow Fashion”, que incentiva a compra consciente e faz o consumidor refletir sobre seus hábitos de consu-
mo. O consumo consciente promove marcas de moda sustentável, que produzem com matéria-prima natural, sem danificar o meio ambiente. Utilizam tecidos sustentáveis, como algodão cultivado de forma ôrganica e tinta natural para tingir as roupas. Pequenas empresas que se equiparam ao pensamento sustentável diminuem drasticamente os danos ambientais e pretendem, ao longo dos anos, mudar o pensamento do consumidor e incentivá-lo a prezar pelo planeta.
Consumo consciente
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O consumo consciente deve partir do indivíduo, que deve tomar consciência da situação atual dos recursos naturais do planeta. Uma vez feita a análise, deve buscar maneiras de diminuir o impacto que causa no meio ambiente, criando hábitos sustentáveis, como comprar roupas em brechós e de marcas sustentáveis.
Mão de obra
Na indústria têxtil, é comum haver denúncias de mão de obra análoga à escravidão referente à produção de suas peças. Para baratear, as fábricas pagam pouco aos funcionários e os colocam em situações de insalubridade. A Renner, por Equipes de fiscalização exemplo, foi trabalhistas flagram culpada por constantentemente autoridades trabalhadores submetidos trabalhistas à situaçoes deploravéis. pela exploração Trabalhadores tercerizados de 37 costureiros bolivianos em situação pela Zara, afirmam que só análoga à escravidão em uma oficina de eram liberados das atividades costura terceirizada na periferia de São Paulo. em casos de emergência. Esses A fiscalização responsabilizou a empresa por trabalhadores não contam com aliciamento e tráfico de pessoas. planos de saúde ou seguros.
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greenwashing
Esse termo é usado para se referir a empresas que, visando criar uma imagem positiva perante os consumidores, inserem um discurso ecologicamente correto em sua estratégia de comunicação, porém não tomam medidas sérias para minimizar problemas ambientais e sociais. Para competirem no mercado, as marcas passaram a adotar o discurso da sustentabilidade mesmo que esse não seja um pilar significativo da marca, apenas para competir no mercado e assim, buscar diferenciação. Greenwashing
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Sabe aquela marca de camiseta que se diz eco-friendly, ou seja, amigável ao meio ambiente, mas a única coisa que fez foi uma coleção com algodão reciclado de garrafa pet? Ou aquela outra que sai na mídia contando sobre a importância da valorização social no seu negócio, quando, na realidade, fez uma única ação específica com artesãs rendeiras? Esses são alguns exemplos de greenwashing. E como não cair nisso? Entre as dicas elencadas pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), está aprender a reconhecer selos e certificados. Esses rótulos ambientais têm duas finalidades: salientar a importância dos aspectos ambientais de um produto ou serviço e guiar as escolhas dos consumidores e a mudança de comportamento das marcas. Hoje, existem cerca de 400 selos com apelo sustentável – alguns já conhecidos, como o Selo FSC 100%, de matéria-prima proveniente de florestas bem-geridas e o selo Leaping Bunny, da organização Cruelty Free Internacional, que garante que nenhum teste em animal foi feito para desenvolver o produto. Outra dica é ficar atenta a empre-
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sas que fazem uma chamada tipo call to action nas embalagens, como “economize água” ou “recicle essa embalagem”. Verifique se elas condizem com as mensagens que repassam em seus produtos e se promovem práticas socioambientais em suas políticas. Se houver carência de ações ambientais, cobre por explicações e mudanças. Preste atenção também nas declarações como produto vegano, biodegradável e economia de água. Se não houver provas concretas, ligue para o Serviço de Atendimento da Empresa (SAC) e solicite informações. Por fim, fique de olho em organizações da sociedade civil, que cobram transparência e ações de responsabilidade socioambiental das empresas.
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dicas práticas pra ajudar você a NÃO cair no Greenwashing:
1- Faça perguntas. As marcas estão mais acessíveis do que nunca. Contate-as por e-mail, Facebook, Instagram, Twitter ou qualquer outro canal e faça suas perguntas. Depois preste atenção às respostas. Se uma marca não sabe responder sua pergunta ou não lhe dá a resposta certa, você tem o direito de ser cauteloso.
2- Procure por fatos e especificações.
Palavras como “sustentável”, “verde” e “ecológico” não significam nada na moda. Ou, mais precisamente, elas podem significar absolutamente qualquer coisa que uma marca queira que esses termos signifiquem. Não fique satisfeito com as generalidades – em vez disso, procure marcas que ofereçam informações verificáveis. Pesquisar antes de consumir é a chave!
3- Apoie marcas nas quais você confia.
Pode parecer muito assustador saber o que é real e o que não é nesse universo da sustentabilidade e do consumo consciente, mas tenha certeza: o aumento do greenwashing significa um aumento no desejo de produtos mais éticos e sustentáveis, o que é uma coisa excelente. Nosso trabalho agora é tentar fazer as melhores escolhas e continuar a gerar demanda para marcas de moda sustentável.
Fica a dica: Vídeo com mais dicas para não cair no Greenwashing:
Greenwashing
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ENTREVISTAS
Bruna
Deorum
Atualmente muitas marcas e pessoas aderiram a moda sustentável, entrevistamos algumas delas. A Personal Stylist Bruna Sousa, que ajuda clientes a escolherem melhor suas peças e auxilia na busca de um armário que as represente. Falamos também com Giulia formada Design de Moda e dona do Deorum Brechó, que faz customização e alteração de peças já existentes, uma técnica denominda Upcycling.
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Deorum brechó 1. Como surgiu a ideia de criar uma marca sustentável?
3. De que maneiras a marca contribui para a diminuição do impacto no meio ambiente?
Surgiu a partir do momento em que fiz a minha conclusão de curso em Design de moda e reconheci a deficiência que existe no mercado de moda em relação ao meio ambiente. A essa idéia acrescentei minha identificação por brechós.
A Deorum além de ser um brechó, contém a parte de customização e alteração de peças. Nós vendemos peças já existem e recriamos outras. Evitando o desperdício de tecidos, água, e tantas outras coisas que podem ser repensadas.
2. Quais os demais valores por trás da marca?
4. Quais são as vantagens que o consumidor tem em apoiar uma marca sustentável?
O universo da marca Deorum é construído por essa soma de individualidades que formam a pluralidade imponente e única. Resgatar, instigar, libertar e fortalecer.
No caso da Deorum, você consome de forma consciente e adquiri uma peça única e exclusiva. Usamos a força do passado como um pilar para sustentar um futuro mais consciente.
Bruna Sousa 1. Porque é importante ou urgente que o consumidor esteja ligado à pauta de moda sustentável? As roupas e a moda fazem parte do nosso cotidiano; todos precisamos nos vestir. Por isso, é imprescindível que a forma como consumimos roupas mude e se torne cada vez mais consciente A moda sustentável vem como alternativa para consumirmos roupas de uma maneira mais consciente, não só em relação ao meio ambiente mas também no que diz respeito ao quesito social Entrevistas
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1.Como consumir de maneira prática e sustentável?
2.Como encontrar roupas sustentáveis de maneira acessível?
3.Como fazer looks de forma mais versátil com peças que já possui?
Na prática, podemos exercer o consumo consciente e perceber se realmente precisamos de mais uma peça no armário. Além disso, podemos consumir roupas de segunda mão, que já existem, portanto que já consumiram recursos naturais, dando assim, uma nova vida à roupas que seriam descartadas.
Sem dúvida em brechós e projetos de troca de roupa. Existem também bibliotecas de roupa, como a Roupateca em São Paulo, onde através de uma pequena taxa por mês você tem acesso a um acervo rotativo de roupas. É sobre mudar a mentalidade de como ressignificar peças usadas, infelizmente ainda não temos esse costume.
É legal prestar atenção na proporção do seu armário. 1 parte de baixo para cada 5 partes de cima é uma proporção interessante para deixar o seu armário mais versátil. Provavelmente você não precisa de outra roupa, mas mudar o olhar, buscar novas referências e assim fica mais fácil compor looks interessantes
Extra
Fica a dica: Faça você mesma seu tingimento! Acesse:
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Tingimento natural, o que é? Uma alternativa para o agravamento dos problemas ambientais derivados do uso de corantes artificiais, é o tingimento natural. Os materiais são extraídos do meio ambiente de maneira consciente e quando descartados não são prejudiciais à natureza. Para tingir, basta selecionar algum tipo de matéria prima de origem vegetal ou animal, após isso escolha os corantes vegetais encontrados em cascas de árvores, folhas, sementes, sendo importante extrair o tanino, substância importante para a coloração fixar.
Manifesto
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