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Volume

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Os Pioneiros da Habitação Social no Brasil Nabil Bonduki [coord] Ana Paula Koury [coord. adjunta]


11 O Volume 2 do livro Os primeiros da habitação social no Brasil é integralmente dedicado à apresentação do inventário dos conjuntos residenciais produzidos pelo poder público entre 1930 e 1964. Nele está reunida, pela primeira vez, a grande maioria dos projetos concebidos em todo o país pelos órgãos públicos que atuaram nesse período promovendo habitação para os trabalhadores assalariados urbanos.

tutos de Aposentadoria e Pensões: dos Industriários (IAPI), com 51 empreendimentos; dos Comerciários (IAPC), com 57 empreendimentos e dos Bancários (IAPB), com 48 empreendimentos. O capítulo 4 reúne a produção do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), com 26 empreendimentos, e o capítulo 7 reúne a produção da Fundação da Casa Popular (FCP), com 29 empreendimentos.

A concretização do inventário envolveu trabalhos de diferentes naturezas, incluindo identificação, localização, levantamentos bibliográfico, documental e de campo, documentação e ensaio fotográfico, sistematização das informações, redesenho de projetos e redação de fichas e textos descritivos de 322 empreendimentos, projetados em todo o país. Sua realização foi uma tarefa de grande dimensão, um verdadeiro desafio investigativo e de síntese, realizado por inúmeros pesquisadores, ao longo de duas décadas, em 77 cidades situadas em 24 unidades da federação.

Os demais capítulos correspondem a um agrupamento de órgãos cuja produção foi menos expressiva do ponto de vista quantitativo e que apresentam algum tipo de identidade. O capítulo 5 reúne a produção do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC), do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) e do Instituto de Aposentadoria e Pensões da Estiva (IAPE), num total de 27 empreendimentos. O capítulo 6 reúne a produção da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos (CAPFESP), do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos (IAPFESP) e das Caixas de Aposentadoria e Pensões de diferentes empresas públicas, somando 25 empreendimentos.

Os empreendimentos inventariados foram reunidos em nove capítulos, agrupados por órgãos ou conjunto de órgãos promotores. Em vez de agrupá-los por estados, regiões ou períodos, optou-se por essa forma de organização para facilitar o entendimento da concepção de projeto habitacional desenvolvida pelas principais instituições promotoras, que apresentam trajetórias específicas que merecem ser observadas de modo sequencial. Como foi mostrado no Volume 1, os principais órgãos criaram setores ou departamentos de arquitetura e engenharia que formularam concepções próprias de como enfrentar a questão da habitação, considerando aspectos como, entre outros, as estratégias de aquisição de terrenos e de localização dos empreendimentos, a criação de famílias tipológicas de blocos e unidades unifamiliares, o desenvolvimento de processos construtivos próprios. A observação detalhada dos empreendimentos revela o grau de maturidade alcançado no país em relação ao tema da habitação, além dos principais dilemas e perspectivas encontrados pelos profissionais encarregados de elaborar e implementar os projetos. O inventário está organizado em nove capítulos, dos quais cinco são dedicados integralmente a um único órgão. Os capítulos 1, 2 e 3 reúnem, respectivamente, a produção dos seguintes Insti-

O capítulo 8 reúne empreendimentos realizados por órgãos regionais pertencentes a estados e municípios que, no período, atuaram na área da habitação, com destaque para os estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. Em Pernambuco, atuaram os seguintes órgãos: Fundação A Casa Operária, Liga Social Contra o Mocambo, Serviço Social Contra o Mocambo, Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Pernambuco (IPSEP) e Caixa de Acidentes dos Servidores do Estado. Já no Rio de Janeiro, atuaram o Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Distrito Federal (DHP); Serviço de Vilas e Parques Proletários, da Prefeitura do Distrito Federal, Associação Lar Proletário, Fundação Leão XIII, Serviço Social dos Morros e Favelas do Rio de Janeiro da Prefeitura do Distrito Federal, e Cruzada São Sebastião. Em outros estados, atuaram o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo (IPESP), o Serviço Estadual de Construção de Casas Populares (do Governo do Estado do Amazonas) e o Governo do Estado do Sergipe, num total de 34 empreendimentos. O capítulo 9 reúne as áreas residenciais planejadas das cidades novas promovidos pelo governo federal ou por empresas esta-


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tais: Volta Redonda, Cidade dos Motores, Ipatinga e Brasília. Na Nova Capital, são apresentadas as realizações pioneiras, implantadas até 1964. Todos os capítulos contêm uma breve introdução, que apresenta de modo sintético as características do órgão promotor e de sua produção habitacional, seguida da documentação de cada um dos empreendimentos, que foram ordenados cronologicamente, sem muita rigidez, de modo a aproximar as tipologias semelhantes e a enfatizar as diretrizes de projeto habitacional implementadas por cada instituição. O inventário visa, sobretudo, apresentar a produção habitacional promovida pelos órgãos públicos no período estudado, descrevendo e documentando as obras realizadas, em sua grande maioria desconhecidas. O objetivo é, sobretudo, mostrar os projetos, levando em conta que a análise detalhada dos principais órgãos e de sua produção foi realizada no primeiro volume, onde pode ser encontrada uma reflexão crítica sobre o contexto institucional e político em que os empreendimentos foram produzidos. Ressalta-se que o registro e a documentação dessas obras estavam dispersos, diluídos ou eram totalmente inexistentes. Apesar dessa dificuldade, os textos descritivos foram redigidos de maneira a oferecer ao leitor um quadro básico do contexto em que os projetos foram realizados. Todos os empreendimentos incluídos no inventário contem, no mínimo, uma ficha descritiva, com informações básicas, como órgão promotor, data, local, número de unidades, tipologia habitacional utilizada e equipamentos previstos. Além dessa ficha, buscou-se garantir ainda um texto explicativo do empreendimento, documentação gráfica redesenhada do seu projeto, fotos da época e recentes. Em decorrência da dificuldade de obtenção de dados e registros iconográficos e, também, da falta de espaço na publicação (que ficou sessenta por cento maior do que o previsto originalmente), os empreendimentos foram hierarquizados de acordo com sua importância do ponto de vista arquitetônico, urbanístico, construtivo e histórico, assim como em função da disponibilidade das informações, de modo a dar destaque para os mais importantes e melhor documentados. Essa hierarquia e a preocupação em garantir maior cobertura regional, orientaram a prioridade dos levantamentos de campo, de modo que o espaço dedicado para cada obra varia significa-

tivamente ao longo do inventário. Ao final da ficha ou do texto explicativo de cada empreendimento, são apresentadas as fontes das informações e dos desenhos, assim os autores das fotografias incluídas no registro.

Etapas da pesquisa O inventário apresentado é resultado de vinte e cinco anos de estudo, pesquisas e levantamentos de campo, desde as primeiras observações e registros, que tiveram início em meados da década de 1980, quando essa produção era inteiramente desconhecida, até sua finalização, ocorrida em fevereiro de 2012. De uma maneira geral, a pesquisa – que incluiu a identificação dos empreendimentos, levantamento bibliográfico e documental em arquivo, observação in loco, levantamento arquitetônico, registro fotográfico, entrevistas, redesenho das peças gráficas originais e sistematização dos dados e informações obtidas – foi desenvolvida em três etapas. A primeira, realizada entre 1987 e 1995, corresponde ao período de elaboração da tese de doutorado “Origens da habitação social no Brasil: o caso de São Paulo” (Bonduki, 1995), momento em que foi identificado o precioso ciclo de projetos de habitação social implementado pelos institutos de aposentadoria e pensões entre 1930 e 1964. Nessa fase, foram realizados uma ampla pesquisa bibliográfica e levantamentos de campo exploratórios nas principais capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte), identificando alguns dos conjuntos residenciais mais relevantes do ponto de vista da sua arquitetura. Esse primeiro levantamento teve por base a inédita listagem de empreendimentos elaborada pela professora Marta Farah, em sua dissertação de mestrado “Estado, previdência social e habitação” (Farah, 1983). Entre 1989 e 1991, foram realizados os primeiros levantamentos arquitetônicos em alguns dos mais importantes conjuntos residenciais localizados em São Paulo, realizado com o apoio de estudantes de graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos. O material processado e analisado nessa primeira etapa da pesquisa, sistematizado de forma acabada no livro Origens da


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Tipo B1 Pavimento superior

Tipo B1 Pavimento superior 1 Cozinha 2 Quarto 3 Sala 4 Banheiro 5 Tipo ÁreaB1de serviço Pavimento 6 Despensatérreo Tipo B1 Pavimento térreo 1 Cozinha 2 Quarto 3 Sala 4 Banheiro 5 Área de serviço 6 Despensa

No alto A atmosfera gerada pelos blocos que foram efetivamente construídos aproxima este empreendimento do Passo d’Areia, comparação prejudicada pela implantação parcial do conjunto de Novo Hamburgo. Em detalhe, a escadaria entre os blocos que dá acesso à área pública no interior do quarteirão.

1:250

1 2 3 4 5 6

Cozinha Quarto Sala Banheiro Área de serviço Despensa

Escala 1:250

0

Acima Três portas em sequência dão acesso às unidades habitacionais do bloco. No centro, a porta de acesso à escadaria para os apartamentos do pavimento superior. As entradas para as unidades do térreo são individuais, abrindo-se diretamente para o espaço público.

1:250 1

5

Acima, à direita Como em outros projetos do IAPI, a coluna da escada é marcada por elementos vazados, neste caso fechados por vidro. As unidades do segundo pavimento ligam-se ao espaço público no interior do quarteirão através de uma escada exclusiva.


Conjunto Residencial da Várzea do Carmo, São Paulo, SP ÓRGÃO PROMOTOR

LOCALIZAÇÃO DATA AUTOR DO PROJETO

UNIDADES CONSTRUÍDAS

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Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários — IAPI Avenida do Estado, Cambuci 1938 Attilio Corrêa Lima, Hélio Lage Uchoa Cavalcanti, José Theodulo da Silva, Alberto de Mello Flores 552 (4.038 no projeto original)

TIPO Blocos de quatro pavimentos; não construídos: edifícios de onze

pavimentos B1/A1 — 2Q/S/C/B/AS — 67 m² / B1/A2 — 3Q/S/C/B/AS — 79 m² B1/A3 — 4Q/S/C/B/AS — 96 m² / B2/A4 — 2Q/S/C/B/AS — 63 m² E1/A5 — 1Q/S/C/B/AS — 32 m² / E1/A6 — 1Q/S/C/B/AS — 39 m² E1/A7 — 1Q/S/V/C/B/AS — 36 m² / E1/A8 — 1Q/S/V/C/B/AS — 44 m² E1/A9 — 2Q/S/C/B/AS — 42 m² / E1/A10 — 2Q/S/C/B/AS — 52 m² E1/A11 — 2Q/S/V/C/B/AS — 58 m² EQUIPAMENTOS

Reservatório de água; projetados: creche, escolas, restaurante, clube, cinema, edifícios de escritórios e serviços, hotel, estação rodoviária e posto de gasolina

O projeto original deste conjunto, elaborado a partir de 1938, sob a coordenação do arquiteto Attilio Corrêa Lima, na época funcionário do IAPI, destaca-se entre os pioneiros da habitação social por desenvolver a noção de economia sem perder a integridade e a beleza. Levando a fundo as diretrizes formuladas pelo IAPI, buscou racionalizar aspectos construtivos, sem prejudicar o dimensionamento, o conforto e a higiene das unidades, visando oferecer qualidade a baixo custo, garantindo, simultaneamente, acesso ao operário e rentabilidade para o Instituto executar a sua função previdenciária. Sua localização, junto ao centro de São Paulo, e o alto valor do terreno determinaram as diretrizes do projeto, baseadas num forte adensamento e na implantação de um programa diversificado capaz de criar uma centralidade urbana. Além do programa convencional dos conjuntos residenciais, formado por unidades habitacionais e equipamentos sociais, foram incluídos usos urbanos capazes de aumentar a rentabilidade e reforçar a centralidade, como uma estação rodoviária (até então inexistente na cidade), hotel, posto de gasolina, três edifícios comerciais, sendo um para escritórios e consultórios e outro com habitações de melhor padrão e aluguel mais alto. No setor habitacional, foram previstos 4.038 apartamentos em 43 blocos com quatro pavimentos sem pilotis e em dezesseis edifícios-lâminas com onze pavimentos sobre pilotis, em dois dos quais se previam lojas no térreo. Escola, clube, posto de gasolina, restaurante popular, cinema e centro de puericultura integrado à creche completavam o programa de equipamentos sociais. Os edifícios foram implantados como lâminas paralelas, com aberturas nas duas faces, possibilitando a ventilação cruzada, com o eixo longitudinal orientado para o norte. O edifício-lâmina, de onze pavimentos, adotou uma solução verticalizada até então inédita na produção de habitação social no Brasil. Para reduzir o custo dos elevadores, foi proposta uma parada a cada três pavimentos. O objetivo era atingir uma elevada densidade (1.250 hab./ha), com alto aproveitamento do solo e baixa taxa de ocupação (18%).

Attilio projetou uma verdadeira superquadra, criando um parque público integrado à cidade, quebrando a trama viária tradicional. O ritmo e a composição do conjunto são definidos pelos edifícios-lâminas — principal elemento de organização do espaço —, localizados no centro das quadras, enquanto que os blocos mais baixos estão dispostos nas extremidades, com um ritmo marcado de quatro edifícios menores entre dois maiores. Entre eles, foi proposto um espaçamento generoso, de cerca de 1,5 vez a altura das construções: entre os edifícios altos, o distanciamento é de 55 metros e, entre os blocos, de 23 metros. No espaço entre os edifícios, livre de barreiras físicas e interligado pela utilização dos pilotis, foram idealizadas áreas públicas destinadas ao lazer e à recreação. Os apartamentos foram concebidos considerando uma tipologia básica de dois ou três quartos, mas, para atender as diferentes composições familiares (que oscilavam entre duas e dez pessoas), foram propostos outros nove tipos de um a quatro quartos, com área entre 32 m2 e 96 m2, com ou sem varanda. A implantação integral do projeto dependia da aquisição de duas áreas situadas ao lado do terreno. Por isso, alternativamente, foi desenvolvida uma opção com 2.880 unidades e os demais edifícios. Nem isso foi feito: foram edificados apenas 22 blocos de quatro pavimentos, com 552 unidades. A ausência de Corrêa Lima — morto em 1943, num acidente de avião no Rio de Janeiro, quando voltava de São Paulo, onde havia ido tratar da implantação do projeto — contribuiu para esse resultado frustrante, pois o arquiteto certamente batalharia pela implantação integral do seu projeto. Se isso tivesse ocorrido, Várzea do Carmo teria sido um marco singular na paisagem de São Paulo e uma referência na questão da habitação social no Brasil, com boa arquitetura, sem perder de vista princípios de economia, qualidade, escala, reprodutividade e integração à cidade, essenciais à concepção moderna de habitação. Fontes: BONDUKI (1998), PEDRO (1950), IAPI (1952) e (1953), Revista Arquitetura 14 (1963), Arquitetura e Urbanismo 74 (1997), Revista dos Industriários 18 (1950), Architectural Forum 5 (1947), Revista Municipal de Engenharia 6 (1942) e 4 (1943) Fotos: NB, EPS, ASF, RM, Revista Municipal de Engenharia 6 (1942), BASE, Revista dos Industriários 18 (1950) Desenhos: Revista Municipal de Engenharia 6 (1942), PEDRO (1950), INSS-SP

Vista geral do conjunto em foto dos anos de 1990; apenas os blocos de quatro pavimentos foram construídos.


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No alto, à esquerda Perspectiva do arquiteto, mostrando as áreas públicas entre os blocos de quatro pavimentos. Corrêa Lima seguiu rigorosamente o diagrama elaborado por Gropius, para o 3º CIAM, que recomenda maior distanciamento entre edifícios mais altos. Acima Desenho original do hotel, com rodoviária nos pavimentos inferiores, elaborado pelo arquiteto Attilio Corrêa Lima, que revela sua intenção de criar, além de um conjunto habitacional, um centro urbano que se tornasse uma referência para a cidade. À esquerda Foto aérea da região onde o conjunto foi parcialmente implantado e, ao lado, implantação original do conjunto.


Conjunto Residencial da Várzea do Carmo, São Paulo, SP

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Tipo E1 2o pavimento

Tipo E1 4º, 6º, 10º e 12º Pavimentos

1:500

1 Cozinha 2 Quarto Tipo E1 31oSala pavimento 4 Banheiro 5 Área de serviço 6 Varanda Tipo E1 5º e 11º Pavimentos

1:500

1 Cozinha Tipo E1 2 Quarto Pavimento térreo 3 Sala 4 Banheiro 5 Área Tipo E1de serviço 6 Varanda térreo Pavimento

1 2 3 4 5 6

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Cozinha Quarto Sala Banheiro Área de serviço Varanda

Escala 1:500

0

5

10

1:500

1:500 Tipo B1 Pavimento-tipo

Tipo B1 Pavimento-tipo 1 Cozinha 2 Quarto 3 Sala 4 Banheiro 5 Área de serviço

1 2 3 4 5

Cozinha Quarto Sala Banheiro Área de serviço

Tipo B2 Pavimento-tipo

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0

1:500 5 10

Tipo B2 Pavimento-tipo

1 2 3 4 5

Cozinha Quarto Sala Banheiro Área de serviço

Escala 1:500

0

5

10

1:500

As plantas do pavimento-tipo não possuem parada de elevador. A circulação entre os pavimentos é Cozinha feita1por escadas internas, que dão acesso a três unidades. Os moradores desses pavimentos 2 Quarto precisam subir ou descer apenas um lance de escada para acessar suas unidades. O segundo e 3 Sala terceiro pavimentos são exceção, já que são acessados a partir do térreo pelas caixas de escadas dos 4 Banheiro elevadores, não havendo escadas internas nesses pavimentos. A disposição das escadas e unidades encontra-se 5 Área espelhada de serviçono sétimo, oitavo e nono pavimentos, em relação aos demais.


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Acima e à direita Vistas do conjunto, em fotos do início dos anos de 1950. À esquerda Sequência de blocos, em foto dos anos 1990; vista de área livre entre os blocos: na concepção original deveria ser pública, sendo posteriormente transformada em área dos condomínios. Na maior parte dos blocos a área foi transformada em estacionamento. Abaixo Fotos de 2009.


Conjunto Residencial da Mooca, São Paulo, SP ÓRGÃO PROMOTOR

LOCALIZAÇÃO DATA AUTOR DO PROJETO UNIDADES CONSTRUÍDAS TIPO

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Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários — IAPI Rua dos Trilhos, Mooca 1946 Arq. Paulo Antunes Ribeiro 576 Blocos de quatro e cinco pavimentos B1/A1 — 1Q/S/C/B — 28 m² / B1/A2 — 1Q/S/C/B — 34 m² B1/A3 — 2Q/S/V/C/B/AS — 54 m² / B1/A4 — 2Q/S/V/C/B/AS — 63 m² B2/A1 — 1Q/S/C/B — 28 m² / B2/A2 — 1Q/S/C/B — 34 m² B2/A3 — 2Q/S/V/C/B/AS — 54 m² / B2/A4 — 2Q/S/V/C/B/AS — 63 m² B2/A5 — 4Q/S/2V/C/B/AS — 108 m² (duplex)

EQUIPAMENTOS

Área verde e playground; projetados: posto de assistência médica, mercado, clube e área de esportes

ÁREA DA GLEBA

51.459 m²

ÁREA CONSTRUÍDA

41.322 m²

EMPRESA CONSTRUTORA

T. H. Marinho de Andrade Construtora S.A. (Teagasa)

O IAPI contratou um importante arquiteto carioca, Paulo Antunes Ribeiro, presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) nos anos de 1950, para elaborar este projeto situado no bairro industrial da Mooca, região já bastante consolidada na década de 1940. Ocupando um grande vazio urbano, o conjunto é formado por dezessete blocos, que foram implantados buscando obedecer a uma organização racional, embora sem o mesmo rigor geométrico que Attilio Corrêa Lima havia adotado na Várzea do Carmo. No fracionado tecido urbano da Mooca, Ribeiro introduz um projeto urbanístico moderno, que elimina o tradicional parcelamento do solo e cria um grande espaço público onde os blocos são implantados junto às áreas verdes. O desenho do bloco é original e diferenciado em relação aos modelos desenvolvidos pela equipe do IAPI. Ribeiro adotou uma solução inédita no pavimento térreo, com a utilização de pilotis apenas na sua face frontal, formando uma “colunata”, que confere uma particularidade ao conjunto. Criou-se, assim, uma galeria coberta (loggia) ao longo do edifício, que garante proteção contra o sol e a chuva, além de gerar um pequeno espaço de convívio, ampliado junto às escadas. Os pilotis redondos dão à colunata um ar imponente e ao bloco, uma monumentalidade sutil e marcante, lembrando, guardadas as devidas proporções, as ruas e avenidas implantadas na mesma época,

sob influência da arquitetura moderna, no Rio de Janeiro, especialmente a Avenida Presidente Vargas. A geometria do bloco é, ainda, levemente rompida por uma pequena saliência formada nos pavimentos superiores pelo avanço do volume formado pelas varandas e áreas de serviço. A estrutura do bloco é de concreto armado, a alvenaria em tijolos, a cobertura com telhas de cimento-amianto e as janelas de madeira, tipo veneziana. O acesso aos apartamentos se dá por colunas de escada embutidas no bloco e fechadas por elementos vazados. Para atender famílias de tamanhos diferentes, são oferecidas três alternativas de apartamentos, com um, dois e quatro dormitórios. As unidades do primeiro pavimento, menores em função do espaço ocupado pela galeria, têm apenas um quarto, além de sala, banheiro e cozinha. A maior parte das unidades tem dois quartos. No quarto andar dos blocos de cinco pavimentos, que se localizam na fileira central do conjunto, foram implantados apartamentos tipo duplex. De dimensões generosas para habitação social, essas unidades possuem quatro dormitórios, sala, duas varandas, banheiro e cozinha com serviço. Embora não seja a primeira utilização do duplex no Brasil, é uma proposta original em conjuntos de residências desse tipo no país. Além das áreas verdes e de recreação infantil, Ribeiro projetou uma gama de equipamentos formada por posto de assistência médica, mercado, clube e área de esportes. São projetos de considerável qualidade arquitetônica que, se construídos, teriam sido exemplares significativos da escola carioca em São Paulo. Com o desmanche do IAPI e a venda das unidades, os espaços públicos foram privatizados e cada bloco formou um condomínio independente, o que destruiu a proposta urbanística. Os terrenos foram cercados e os espaços livres junto aos blocos foram transformados em estacionamentos. Fontes: PEDRO (1950), BONDUKI (1994) e (1998), Architectural Forum 5 (1947), Revista dos Industriários 7 (1949), Acrópole 215 (1956) Fotos: PEDRO (1950), NB, IPB Desenhos: INSS-SP, PEDRO (1950)

Acima Vista aérea do conjunto, em foto de 1950, que foi implantado em um vazio urbano na Mooca, na época, um dos mais importantes bairros industriais de São Paulo. Nota-se a implantação moderna em contraste com o parcelamento tradicional do bairro. Abaixo A qualidade urbana e paisagística da praça no centro do conjunto é resultado do plano urbanístico e da simplicidade de sua concepção.


51 Ao lado e abaixo Elevações e plantas do clube e do mercado.

1:750 1:750

3

2

1 2 3 4 5 6

1

1 Mercado 2 Clube 3 Área de esportes

Escala 1:3.000

0 10

Clube Hall Salão Secretaria Banheiro Vestiários Depósito

Escala 1:750

0

7,5

15

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Clube

B1 B2

Escala 1:750 0

7,5

15

1:750

Mercado

1 Loja 2 Banheiro 3 Pátio

1 Hall 2 Salão 3 Secretaria 4 Banheiro 5 Vestiário 6 Depósito

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Mercado 1 Loja 2 Banheiro 3 Pátio

Posto de Assistência Médica Pavimento superior

Posto de Assistência Médica Pavimento superior

Escala 1:500

0

5

1:500

10

1:500

PLANTA DO 2º PAVIMENTO 0 1 2 3 4 5

1 Hall 2 Consultório 3 Almoxarifado 4 Banheiro 5 Administração de Assistência 6 Posto Assitência socialMédica térreo do zelador 7 Pavimento Apartamento 1 Hall

5 Administração

Posto de Assistência Médica 2 Consultório 6 Assistência social Pavimento térreo 7 Apartamento 3 Almoxarifado 4 Banheiro

do zelador

Escala 1:500 0

1 Hall 2 Consultório Ao lado e acima Elevação, perspectiva e plantas do posto 3 Almoxarifado de assistência médica e mercado. Esta versão do projeto 4 Banheiro dos equipamentos não consta da implantação localizada 5 Administração nos arquivos do INSS reproduzida à esquerda. 6 Assitência social 7 Apartamento do zelador

5

1:50010

Mercado 1 Depósito 2 Incinerador 3 Banheiro

Mercado

1 Depóstio 2 Incinerador 3 Banheiro

Escala 1:500 0

5

10

1:500


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