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O Velho Chico em TrĂŞs tempos

z1925/1944/2010

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Edição: Carlos Diamantino Alkmim Fotos: Cleiton Lôpoda Silva e arquivo Viagem abril – 2010

EDIÇÃO - 2014




O Velho Chico em TrĂŞs tempos

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O Velho Chico em Três tempos

O Velho Chico em Três tempos Nesta edição, fotos registradas durante os 30 meses das viagens nas águas do Velho Chico nos seus portos, nos encontros com os barranqueiros e vapozeiros e durante a viagem no vapor Benjamim Guimarães, em abril de 2010, nesse navegar das letras do escritor Carlos Diamantino Alkmim, editadas no livro “O Velho Chico em Três Tempos – 1925-1944-2010 -, no ano de 2011. As fotos contemporâneas são do manguense Cleiton Lôpo da Silva na orla da cidade de Pirapora e no Benjamim Guimarães, durante os registros do escritor Carlos Diamantino Alkmim, seu conterrâneo, durante a viagem, aqui reproduzidas e intercaladas ás imagens em preto e branco dos livros “No Valle das Maravilhas”, do servidor público, Noraldino Lima, e “Ribeira do São Francisco”, do escritor M. Cavalcanti Proença, que serviram de roteiro ao manuscrito nos anos de 1925 e 1944, do século 20, assim como, as fotos de arquivo que se somaram a beleza das imagens desse majestoso rio da unidade nacional. Uma viagem com todas as suas cores e traços que marcaram o terceiro tempo desses momentos históricos durante quase cem anos do rio São Francisco no território mineiro que se consolidaram no agora com o outrora, como se não houvesse tempo nenhum na natureza desse grande rio. Um navegar que não ficou apenas nas letras, com a edição e publicação do livro impresso, mas também nas imagens fotográficas, agora editadas.

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O Velho Chico em Três tempos Nesse envolver das águas e das matas ciliares que abraçavam o rio e nos movimentos típicos dos barranqueiros, sejam na pesca em suas canoas, nas curtas viagens nas lanchas de madeira ou no simples e comovente apreciar do vapor Benjamim Guimarães nas margens coloridas do dourado sol do sertão mineiro e nas descontraídas prosas, que tanto contribuíram ao escritor, que tanto o estimulou e o inspirou, que agora se completa com esta edição o seu sonho barranqueiro. Nas imagens tão belas, nos quadros pincelados pela natureza exuberante encravada às margens das águas correntes pelo sol nascente e poente, pelos pássaros e pelos ribeirinhos nos movimentos silenciosos, envolvidos pelas águas no navegar do vapor Benjamim Guimarães que passam a navegar nas imagens ilustradas neste álbum, deixando as palavras num outro plano. Abram página a página, sem pressa, e passe a apreciar as fotos selecionadas nessa viagem dos três tempos do rio São Francisco. Retratos sem retoques, originais, que não nos deixam nunca e que nos transportam ao imaginário e aos sonhos ribeirinhos nessa viagem de movimentos de cores latentes que só esse majestoso rio pode nos proporciona!

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1- “(...) assim que deixamos a cidadezinha de Pirapora de poucos recursos e, logo na margem direita, avistamos as serras do Jenipapo e da Varginha, desenhados em escuro contra o azul claro do céu e vemos o rio (São Francisco) deslizando planície afora, com palmeiras esparsas entre serrotes de cabeça chata (...)” M. Cavalcanti – 1944

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2 -A Pirapora, no século XXI, não é mais a cidadezinha descrita pelo escritor Proença, no ano de 1944, quando embarcou no vapor São Francisco, mas é o segundo maior polo de industrialização do Norte de Minas Gerais, com aproximadamente 23.113 km2 de área e uma população superior a 50.000 habitantes. Classificada, portanto, como uma cidade de porte médio em relação a sua estrutura e funcionabilidade dentro de sua microrregião. Hoje, destaca-se na atração turística, com suas corredeiras, praias e as viagens no vapor Benjamim Guimarães.

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3- Entre suas edificações modernas destaca-se em Pirapora o moderno prédio do Centro de Convenções. Foram investidos mais de R$ 5 milhões na construção deste centro, um dos maiores de Minas Gerais. O prédio possui dois pavimentos, com 2.770 metros quadrados de área construída coberta em estrutura metálica e capacidade para mil pessoas. É totalmente climatizado e localizado na área central da cidade, junto ao comércio e à rede hoteleira. Do centro, uma vista panorâmica do Rio São Francisco.

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5- As carcaças das embarcações se encontram esparramadas pelas margens do Velho Chico, no porto de Pirapora. Algumas, jogadas nas matas ciliares, como fantasmas do rio, que não conta mais com a navegabilidade do século passado, quando mais de 40 vapores serviam à população ribeirinha, além do transporte de cargas nos 1.370 quilômetros, antes, navegável entre os portos de Pirapora, MG a Juazeiro-BA.

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6- “Assim que o vapor Wenceslau Brás deixou o porto de Pirapora, às 11 horas da manhã, já o surubim, o dourado e outros habitantes das águas fecundas estavam convenientemente em postas em ponta de área da ilha à espera do sol”. Noraldino Lima – 1925

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7 - O vapor Wenceslau Brás na época das viagens turísticas na década de 60


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8- “O mais possante meio de transporte no São Francisco, depois do vapor, é, sem dúvida, a barca – verdadeira casa fluctuante.” Noraldino – 1925

9 - Corredeiras da orla de Pirapora

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10- “O surubim é um dos mais visados pelo arpoador. Acontece na estiagem o peixe metter-se entre as pedras da corredeira de Pirapora. O pescador o vê approximar-se cauteloso, atira-lhe o arpão e começa a luta: o surubim arpoado a fugir de canal em canal e o pescador a persegui-lo, machucando-se nas rochas muitas vezes, até que o peixe, cansado e ferido, se deixa vencer.” Noraldino Lima – 1925

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11- “Vários outros meios são, porém, empregados ali, tais como – a tarrafa, a rede, o jequi, o arpão e, fora nas lagoas, até dynamite” Noraldino Lima - 1925

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12- “Ao longo do São Francisco, através das 30 léguas que vão de Pirapora a Januária, apenas observei dois processos de pescaria: a cabaça e a linha” Noraldino Lima – 1925

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13- “Para se pegar cem quilos de peixe tem-se um grande sacrifício, para não dizer sorte, ralar muito. Pesca-se de rede, joga a tarrafa, assim como o anzol. Pesca-se, até mesmo de arpão, mas é proibido. Ficamos até uma semana na pesca. Em quatro dias, na tarrafa, já peguei, com o meu parceiro, mais de cem quilos de peixe. Um bom tamanho. Agora tem a temporada da proibição, que vai do dia primeiro de novembro a 28 de fevereiro. Na época do defeso, sabe? Mas, muitas vezes, temos que ir pro rio, mesmo na proibição, porque o seguro desemprego chega atrasado”- diz Euvaldo Pinto, 46 anos, pescador, assentado no Pau da Mentira, no porto de Pirapora, local de encontros dos pescadores.

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14- “Antigamente, quase todos os peixes que chegavam das embarcações eram expostos aí, nas pontas das coroas. Era também uma forma de colocar os peixes à venda para os fregueses, mas essa tradição não se vê por aqui mais não. Antes, não muito longe, os pescadores deixavam, até mesmo, as redes aí, na areia, ninguém mexia. Deixa hoje pra você ver! Deixa aí uma tigela para tirar a água da canoa que amanhã não esta aí mais. Os ratos da beira do rio chegam lá e levam”afirma o pescador Euvaldo Pinto.

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16- Um dos pratos servidos a bordo no Benjamim Guimarães, nas suas viagens entre as cidades de Pirapora e São Romão, em abril de 2010, foi o surubim assado no espeto, em postas, acompanhado de pirão. Também foi servido o leitão à pururuca, um dos tradicionais pratos da cozinha mineira.

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17- “Ponte de ferro sobre o Rio São Francisco em Pirapora – têm 650 metros de extensão e foi construída pela E. F. Central do Brasil” Noraldino Lima – 1925

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18- A mesma ponte de ferro Marechal Hermes encontra-se no ano de 2010 enferrujada e sem a devida restauração das suas vigas de ferro e não serve mais ao tráfego dos trens da E.F. da Central do Brasil. Na foto (17) do escritor Noraldino Lima, no ano de 1925, ela tinha apenas três anos de sua inauguração (1922). Noraldino escreveu na legenda uma extensão da ponte de 650 metros, mas nos dados oficiais divulgados pela administração municipal de Pirapora, no ano de 2009, o cumprimento da Marechal Hermes é de 694 metros, ou seja, mais 44 metros de extensão. Possivelmente, ele tinha informações da ponte a ser construída no primeiro projeto, que aconteceria antes das corredeiras do Velho Chico, como se constata no texto abaixo divulgado no site da Prefeitura Municipal de Pirapora: “Nas primeiras viagens dos trens da Central do Brasil, em 1910, os vagões de carga trouxeram um considerável volume de material para a construção de uma ponte sobre o Rio São Francisco. A construção da ponte estava vinculada ao antigo projeto de ligar por ferrovia o Rio de Janeiro a Belém do Pará. Entretanto, o tempo passou, as ideias mudaram e essa ligação já não mais constava dos planos do governo, o que tornava a ponte dispensável. Se construída, serviria tão somente para ligar Pirapora a Buritizeiro. Contra tal pretensão, ergueu-se o Coronel Ramos, uma liderança política local, conseguindo que o Governo Federal abandonasse seus critérios técnicos e aprovasse a verba orçamentária para a construção, o que se deu em 1918. Em 1920, a ponte começou a ser construída em frente ao porto. Porém, por motivos técnicos, optou-se por localizá-la acima das corredeiras, mudança que acarretou o acréscimo de duas seções metálicas, além das previstas, fazendo o conjunto alcançar os 694 metros de extensão. O material era todo importado. As partes metálicas vieram da Bélgica. O cimento, em tambores, dos Estados Unidos.”

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19- A Ponte Marechal Hermes é utilizada atualmente para o tráfego de veículos, de ciclistas e de pedestres, local onde pode ser contemplada a beleza natural do Velho Chico. Não trafegam mais os trens.

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20- As carrancas, mesmo com o fim das embarcações, principalmente, em território mineiro, passaram a ser uma valiosa peça artesanal, símbolo da crença dos navegadores do Velho Chico.

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21- “(...) a barca – verdadeira casa fluctuante - com o seu toldo de palhas e a proa recurva, desenhando uma cabeça de touro, de cavalo, ou de um animal fhantástico, para afugentar o caboclo d água.” Noraldino Lima– 19

Noraldino Lima e comitiva com o presidente de Minas, Mello Vianna - 1925

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23- “A mata ciliar é muita rala, é antes uma capoeira que se está formando e que, assim mesmo, já sofreu novas devastações, com largos trechos pelados em São Romão.” M Cavalcanti Proença – 1944 Uma exuberante área verde toma conta de todo barranco das margens do município de São Romão. Um exemplo de revitalização a ser copiado como se comprova na foto de abril 2010, durante viagem no vapor Benjamim Guimarães nesse terceiro tempo da história.

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24 - Cidade de São Francisco-MG “Acha-se numa das rectas mais lindas da caudal... com a casario no alto, alvejando na orla das águas”. Noraldino – 1925

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26- “São Francisco com seu cais natural todo em calcário azul.” Cavalcanti Proença– 1944

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27- “Chegamos agora a Januária, cidade que pode rivalizar com Pirapora, exigindo um pequeno cais em degraus, construído com a rocha calcária muito comum na região e que, aqui, vão buscar na serra do Brejo, situada um pouco abaixo, dominando uma várzea de terras férteis, própria para o plantio de cana de açúcar.” Cavalcanti Proença – 1944

28- “Além da cidade de São Francisco, com mais de 20 quilômetros, rio abaixo, ainda se avista na recta luminosa e tranqüila, branca – da brancura de um lenço em carinhoso aceno - levanta-se finalmente Januária – flor do sertão, aberta à beira d’água, com seu lindo cais, suas ruas retangulares, seus magníficos prédios, o seu trato acolhedor e o sua vibração edificante de povo alegre e comunicativo”. Noraldino Lima– 1925

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31- “Jacaré tem visto muitas lutas. É a terra do Neco, chefe cangaceiro que manteve em desordem, largo tempo, a região, atacando Januária, desmoralizando autoridades, reeditando monotonamente as mesmas desordens de sempre.” Cavalcanti Proença – 1944

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32- Um vapor ancorado no porto de Itacarambi, na primeira metade do século XX. Antiga cidade de Jacaré.

33- A cidade de Itacarambi – antiga Jacaré - tem se destacado na primeira década do século XXI, como uma das mais progressistas à margem do Velho Chico.

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Rio São Francisco ao pôr do Sol.

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“Antes de cruzarmos o último da série que é a Imburana, deixamos para trás o povoado de Morrinhos, fundado pelo filho de Matias Cardoso de Almeida. Recordação dos velhos tempos, lá está à igreja de duas torres, desfalcada de suas riquezas pelo abandono, quase em ruínas, mostrando ainda sugestivas ornamentações trabalhadas em madeira, atiçando a imaginação dos caboclos que falam em subterrâneos que vão da sacristia até o rio e contam histórias de tesouros enterrados”. Cavalcanti Proença – 1944

34- Manga – última cidade mineira às margens do Velho Chico - na década de 40, época da passagem do escritor Cavalcanti Proença no vapor São Francisco. Ele assim registrou seus minutos naquele porto: “Em Manga ficamos logo sabendo que a luz elétrica da cidade é a melhor das margens do Rio S. Francisco e que também possui estação radiográfica, embora esta só funcione depois das sete horas da noite. Por falta da energia elétrica, durante o dia, ele é interrompido. Eram seis e meia e o telegrafista estava na beira do rio, pescando.” Cavalcanti Proença – 1944

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Vista aérea da cidade de Manga na primeira década do século 21

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37- “As canoas pullulam no São Francisco de cômodo manejo e fácil construção e não há casebre plantado na ribanceira, por mais humilde, que dispense a canoinha – inteiriça feita de um tronco resistente – amarrada a um pé de reentrância, sempre mal feita, que se vê no barranco, junto a casa.” Noraldino Lima – 1925

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38- “O sertanejo é assim: laborioso e sincero, cordeiro e bem humorado, corajoso e paciente, pacifico e bravo. São, em regras gerais, características do povo na sua simplicidade, na sua resignação e na sua esperança.” Noraldino Lima – 1925

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39- “O vapor Wenceslau Brás queimou de Pirapora a Januária 8.000 achas de aroeira – authentica aroeira. Em todos os portos de lenha visitados - na barra do Urucuya, no porto de Jatobá, no das Onças, Angicos e outros - vi montões dessa estupenda madeira de lei partida em achas finas (...)” Noraldino Lima – 1925

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40- A caldeira do Benjamim Guimarães é alimentada de madeira em suas viagens nos Século XXI - mas se usa eucalipto- não mais madeira de lei como antes. Na foto, o foguista do Benjamim, em abril de 2010, está sempre atento à queima do eucalipto, durante a viagem, assim como descrito pelo escritor Cavalcanti na primeira metade do século XX: “O navio manobra, vira a proa de encontro à correnteza e atraca na barranca íngreme. Um cabo em cada extremidade o mantém e logo são colocadas as pranchas por onde os marinheiros desfilarão, conduzindo feixes no ombro. Antes, porém, o encarregado mede o volume da lenha empilhada, madeira de má qualidade, revessa, lenha de cerrado, uma que outra tora mais grossa.” Cavalcanti Proença – 1944

42- “A navegação vai se tornando cada vez mais difícil. Vão surgindo as coroas de areia que mudam de lugar a cada nova enchente, ora no meio do rio formando ilhas, ora coladas a uma das margens.” Nada diferente do que se comprova nos leitos do Velho Chico, nos anos 2000, como se pode ver na foto. Cavalcanti Proença – 1944

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43- Outras carcaças de embarcações na orla de Pirapora “A navegação do São Francisco, força confessar, não tem tido até agora um cunho de serviço público de transportes, porque nella tem prevalecido interesses particulares e intuitos de lucro commercial, dando lugar a abusos conhecidos e a queixas intermináveis.” Noraldino LIma– 1925

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44- O comandante Cassiano José de Castro, 81, voltou a navegar com o Benjamim Guimarães restaurado no ano de 2004 e completou 49 anos nos vapores pelo Velho Chico, de marinheiro a capitão fluvial. Na foto, durante entrevista, no bairro Santo Antônio, em sua casa em Pirapora.

45- Mesmo com o cargo de comandante, Pedro Feitosa está sempre presente com sua experiência de 36 anos na pilotagem do vapor, como na viagem do Benjamim entre os portos de Pirapora, Barra do Guacuí, Ibiaí, Cachoeiro do Manteiga e São Romão, cidades ribeirinhas às margens do rio São Francisco em território mineiro.

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46- Com a insegurança do canal, sempre marcado pelos bancos de areia, é preciso que o marinheiro use a baliza – uma régua milimétrica - que registra a profundidade das águas da proa do Benjamim, como na viagem realizada em abril de 20 10.

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47- O barranqueiro não mede esforço para chegar até o porto e assistir ao espetáculo da chegada do Vapor. Seu Pedro Aroeira marca no calendário os dias em que o vapor ancora em Cachoeiro do Manteiga. Ele diz: “Assim como as fazes da lua, tenho na folhinha as passagens do vapor por essas águas...”

48- “Não espero nem pelo apito, ouço seu chiado e já estou no barranco. O vapor é como o rio: não cansa a vista, pois são duas belezas juntas”- afirma o barranqueiro Firmino dos Anjos, no porto de Cachoeiro do Manteiga.

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49- As feições das barranqueiras guardam a presença do sangue indígena, tão presente nas origens dos barranqueiros do Velho Chico. O vapor é o maior espetáculo do seu porto – Cachoeiro do Manteiga- no mês de abril de 2010.

50-“No horizonte do Velho Chico, ao entardecer, navegam os brilhos do pôr do sol nas águas e nas verdes matas ciliares. Uma pintura da natureza fotografada do alto do convés do Benjamim Guimarães, nas proximidades das cidades de Pirapora e Buritizeiros, em 3 de abril de 2010.

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51- O forte vendaval e a chuva marcam o horizonte do rio, momentos antes do vapor encalhar no banco de areia do Manteiga, em abril do ano de 2010.

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A grande roda de madeira envolvida pelo banco de areia no encalhe... 52- O vapor, após seu primeiro encalhe, em 2010, ao retornar, restaurado, a navegar no ano de 2004, no banco de areia de Cachoeiro do Manteiga, é arremessado pelo vendaval até o barranco.

53 e 54- A grande roda de madeira envolvida pelo banco de areia no momento do encalhe... e assim que deixa o encalhe, toca levemente as águas do velho Chico, rumo à cidade de São Romão.

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55- Na copa, copos de cristais e luz de vela no jantar dos turistas, nas viagens mais longas do Benjamim nos primeiros anos do século XXI.

56- Panorâmica do rio São Francisco observada do passadiço, logo depois do vapor navegar pela foz do Rio das Velhas

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57- Os turistas, sensibilizados pela pobreza da população presente no barranco de Cachoeiro do Manteiga, distribuem roupas e brinquedos, principalmente para as crianças.

58- No porto de São Romão, o Benjamim Guimarães pernoita. Os turistas, antes de se recolherem aos seus camarotes, são agraciados com uma seresta no bar do vapor.

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59- No terceiro convés, as poltronas e redes oferecem todo o conforto aos passageiros no Benjamim Guimarães do “terceiro tempo”, ano de 2010

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60- O comandante Manuel Mariano da Cunha, 80 anos, em mais uma viagem no Benjamim Guimarães, em abril de 2010, lê o livro “No Valle das Maravilhas”, escrito em 1925, sobre a viagem do governador de Minas, Mello Vianna, no vapor Wenceslau Brás até o porto de Januária.


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61- O comandante de honra do Benjamim Guimarães, Manuel Mariano, passa sua experiência sobre a navegabilidade do Velho Chico. Uma experiência de quase sessenta anos nos vapores. Na foto, momentos depois de conceder seu depoimento para o livro: O Velho Chico em Três Tempos.

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62- A prancha de madeira é a mesma de um século atrás. Nada mudou na sua estrutura e na sua colocação entre o convés da segunda classe e os portos para embarque e desembarque do vapor, como na noite em que ele ancorou no porto de São Romão, durante a Semana Santa de 2010.

63- Todos os 25 tripulantes, com seus uniformes de gala, jantam com os turistas no último dia da viagem turística, entre os portos de Pirapora a São Romão – na noite de 3 de abril 2010 – final da viagem no porto de Pirapora

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64- Os jovens barranqueiros tĂŞm no vapor seu maior atrativo, como no porto de Cachoeiro do Manteiga.

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65- O abandono dos portos também se retrata na tristeza da criança, assim que o vapor dá o apito da partida...

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66- O vapor, após subir o rio por mais de três horas, mesmo a noite, pernoita no porto de Ibiaí. O silêncio envolve a embarcação, sendo possível ouvir o canto dos pássaros noturnos e o deslizar suave das águas do velho Chico. Às 5 horas da manhã, os marinheiros desfazem os nós das cordas presas às grandes árvores do porto. Volta a se ouvir o chiado dos vapores que escapam do casco, próximo ao convés das máquinas.

67- A praia de Ibiaí, formada mesmo no tempo das cheias - como no mês de abril - é um atrativo com os luaus para os turistas do Benjamim Guimarães

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68- A caldeira do vapor Benjamim Guimarães queimou em cinco dias de viagem entre Pirapora e São Romão – ida e volta – cerca de 80 metros de lenha de eucalipto. Antes, nos anos 25 e 44, queimava-se madeira nobre do cerrado.

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69- No convés da primeira classe do Benjamim Guimarães, buquês de flores nas cestas ornamentam as janelas dos camarotes, nas viagens turísticas dos anos 2000.

70- Os “vaporzeiros” em suas viagens imaginárias acreditam até mesmo nos vapores “encantados” que surgem iluminados pelas águas do Velho Chico como em sonhos das águas...

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71- Viagem do vapor Benjamim Guimarães, em 1º de abril de 2010, no trecho entre Pirapora a São Romão, no Estado de Minas Gerais. Na foto, o vapor nas águas da orla da cidade de Cachoeiro do Manteiga...

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Fotos do escritor Carlos Diamantino e do fotógrafo Cleiton Lôpo durante a viagem no vapor Benjamim Guimarães, entre os dias 31 de março a 4 de abril de 2010.

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