Arte no Feminino

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Alexandra Mesquita

Manuela Cristóvão

Clara Afonso

Manuela Justino

Clara Martins

Maria João Fernandes

Carmo Pólvora

Mariana Gillot

Daniela Ribeiro

Teresa Cortez

Emília Nadal

Teresa Gonçalves Lobo

Eva Alves

Teresa Magalhães

Inês Curto


DEUSA DA TRANSPARÊNCIA

Deitada és a deusa do olhar e da claridade, sobre ti caem as pétalas do sol, os teus seios acendem o dia, pequenos astros da terra, voluptuosidade macia, reclinada e feliz, no instante maravilhoso, presença viva.

Tu és todo o real, em ti o pólen é mel dos beijos do ar, dás-te ao alvor da madrugada e às trevas do seu regaço, imóvel, em ti ondula todo o mar e a obscuridade do espaço.

Nada sabes além da espuma, mágica orla do ser, apareces com o fulgor da nudez cristalina da palavra, verdadeiro corpo do amor.

Maria João Fernandes Do livro de poesia a publicar: Lettera Amorosa, Iluminações e Sombras


Arte no

A Câmara Municipal de Castelo Branco ao promover exposições de grande qualidade, como é o caso de A Arte no Feminino, prossegue a sua estratégia de afirmação enquanto pólo cultural de excelência. É uma aposta qualificadora da oferta, procurando apresentar nomes consagrados e artistas emergentes e salvaguardando a diversidade de abordagens

Feminino

artísticas e técnicas.

Esta mostra é particularmente interessante pelo facto de se constituir como um olhar feminino pleno de intensidade e de poder sugestivo. Convida-nos para uma visita demorada e a desfrutar da possibilidade de numa só exposição podermos aceder a tantos e tão heterogéneos universos criativos, unidos pela perspectiva de género, não faltando um simbólico contraponto masculino. Agradeço a todas as artistas participantes, às Galerias que colaboraram cedendo peças e a todos os que contribuíram, através do seu trabalho, para que esta exposição fosse possível. Joaquim Morão Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco

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A Arte de Emília Nadal Um Universo Feminino

“Apariciones que a los sueños dan Cuerpo real” Jorge Guillen “Otoños” - Cántico Emília Nadal representa na arte contemporânea portuguesa um expoente de uma estética feminina, considerando esta não como um atributo da mulher, mas como uma vertente, a mais nobre, da sensibilidade voltada para uma interioridade musical que bem podemos associar à “anima”, de que tanto e tão bem falou Gaston Bachelard. A “anima”, desvelar da vertente oculta dos aspectos, luz que atravessa o rosto alado das coisas, devolvendo-lhes a sua pureza e beleza originais. A artista consolidou na Escola António Arroio e na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, uma formação cultural abrangente e a mestria no domínio dos meios plásticos que utiliza, uma forte componente de desenho em diálogo com a pintura que desde o início da década de 70 se tem vindo a caracterizar por um misto de classicismo e de fascínio pelos temas e abordagens da modernidade. As suas primeiras preocupações relacionam-se com a tentativa de reinventar um espaço tridimensional, regido pelas leis da perspectiva, mas invadido ao bom modo magritteano pelas imagens de um subconsciente cheio de brilhantes metáforas evocadoras não apenas das fantasias pessoais, mas, por vezes citando Bosch, de toda uma plêiade de fantasmas produzidos pelo mal-estar da civilização já diagnosticado por Freud. As suas emblemáticas caixas (surgidas nos anos 70) cuja presença, muito embora diluída, até hoje se mantém, marcam precisamente o espaço de uma

metáfora pessoal, a de um inconsciente fértil e criador que se vai alimentando ao correr dos anos com as marcas da sociedade de consumo, chegando a transformar-se (nos anos 70 e 80) por influência pop em verdadeiras “embalagens de ideias e de imagens”, ícones desmitificadores das mitologias mo­ dernas catalogadas por Roland Barthes. A pintura segue no entanto o seu fluxo libertador sob a influência regeneradora da cor-luz em ritmos oblíquos já nos anos 70 e nas paisagens dos anos 80, matéria transparente de sonhos coloridos, céus onde estremecem as asas da manhã, oásis luminosos onde se misturam e encantam vastos mares, íntimos tecidos de horizontes imensos. Evocação de uma luz e de um espaço primordiais evadindo-se das encenações do visível, demanda visionária de um além que parece situar-se bem no cerne de um universo que oscila entre o ovo, símbolo cosmogónico por excelência e a memória antecipada do Apoca­ lipse. Até à pura atracção pela figuração da luz que o cavalo apolíneo, tal como o anjo, dócil mensageiro do divino, sintetizam, já na década de 90. O pórtico de uma paisagem imaginary, numa gravura de 1977, é o limiar de um jogo, no conjunto da sua obra, entre os vários tempos e espaços de memórias que são antes de mais os da própria criação. Ironia e prestidigitação, no ilusionístico diálogo entre imagens e objectos, negam o aparente estatismo do real e de um tempo que parece sempre recomeçar. Rupturas no espaço das paisagens dos anos 80 abrem sobre os “jardins impenetráveis”, uma referência ao Cântico dos Cânticos que desde 1982 se prolonga até 2009, na peça com o mesmo título presente nesta exposição.


O mais recente trabalho de Emília Nadal, está actualmente representado nas soberbas séries com o título “Vanitas”, que reproduzem os ciclos de vida, morte e renascimento da romã (2011) e da “Medinilla magnífica” (2011), (desenhos a tinta-da-china s/tela). A artista desenvolve aí toda uma meditação sobre o tempo, de um espírito em diálogo com o mistério das mais ínfimas criaturas da natureza, as folhas, os frutos e as plantas, seguindo o calendário do coração. Uma meditação igualmente patente nas séries (apresentadas na exposição da Fundação D. Luís I em Cascais), dos seus auto-retratos (acrílicos e desenhos s/ tela de 2011) e do ciclo da glicínia (desenhos a tinta s/tela, 2011) e em outros trabalhos, no conjunto dos seus calendários e nas paisagens (desenhos a tinta s/tela) de 2010 e de 2011 respectivamente). A delicadeza e o soberbo requinte do lápis ou do pincel, reflectem o ciclo de vida e morte das plantas, numa imitação da beleza e do sofrimento, os mesmos que o rosto da artista nos seus auto-retratos deixa transparecer. UM HORIZONTE DO POSSÍVEL A obra de Emília Nadal convida-nos à reflexão sobre o feminino como horizonte da sensibilidade e do possível, abertura à musical sensorialidade, às íntimas ressonâncias do mundo e da alma conciliando os extremos de uma condição humana, cósmica e transcendental. O seu universo, no que tem de profundamente original inspira-se na pintura de Piero della Francesca evocado justamente em “Homenagem a Piero della Francesca” de 1973. A referência ao enigmático “Retábulo de Brera”, com a sua Madona e o Menino sob a concha de onde pende um ovo, visualmente e de um modo muito íntimo inaugura nos anos 70 o espaço plástico e simbólico da sua pintura sob o signo do ovo e da caixa, que à estética do grande mestre do quattrocento, acrescentou as coordenadas da convulsiva beleza do século XX que a actualidade prolonga. Em 1978, e depois de uma surpreendente incursão em 1976 pelo universo de Bosch, Emília Nadal, tal como o Mestre da pintura holandesa, precursor da arte fantástica, promove o diálogo entre o social e o imaginário com as suas embalagens de produtos inventados, herdadas da Pop Americana, mas que além de serem ícones da sociedade de consumo pretendem apontar as suas grandes mitologias. Esta vertente da sua criação nesse período e na actualidade (afirma-se na actual mostra em trabalhos de 1977/78 e de 2009), questiona a massificação, quer das ideias, nas pinturas que aludem aos produtos “mysticil”, “radicol” e “ideol”, quer dos produtos da cultura (literatura e artes plásticas) vistos sob uma óptica nacionalista, quer de todos os lugares comuns de que é feito o nosso dia-a-dia. Ao enlatar os produtos, reais ou ima­ ginários, da civilização sua contemporânea, com uma hiper lucidez carregada de humor que facilita a comunicação, a artista guliveriza-os, ora aumentandoos ora reduzindo-os, ora apresentando-os numa escala normal, pretendendo chamar a atenção para o papel do humano, simultaneamente sujeito e destinatário impotente desta massificação planetária, desta invasão de slogans e panfletos castradores da sua liberdade.

A cor-luz em ritmos oblíquos está representada em “Le paysage envolé” (1977) e em “Paisagem oblíqua” de 1984, afirmando um espaço translúcido, simultaneamente fechado e aberto que se associa à caixa, marcado pela presença do ovo conotando o nascimento e o começo ou o recomeço (cf. “O tempo”, “Imponderáveis”, “O centro” de 1973 e o objecto-instalação: “O ovo” de 2011) e da romã, motivo recorrente simbolizando a fecundidade (cf.“Decomposição I - O Retrato” de 1974 e o objecto-instalação: “A romã” de 2011). Na série que intitulou “Canção da Terra” (2004) (representada nas pinturas “Aimez-vous Brahms” e “Sonata – Solo”), esta é finalmente devolvida no ima­ ginário da pintora, à luz que é sua vocação primeira. A realidade pode unir-se ao sonho, bodas de sentido alquímico que presidem ao élan de todo o grande criador e onde o amado e a amada do Cântico dos Cânticos que inspirou o seu trabalho, são a metáfora de uma união de contrários de sentido alquímico. A artista criou a nova dimensão de uma sensibilidade que se exprime na caleidoscópica metamorfose das formas e de um espaço interior e aberto, inicialmente marcado pela perspectiva e que evolui no sentido da ruptura e da abstracção em superfícies luminosas, pura metáfora da liberdade, do maravilhoso e do divino. Esse conteúdo visionário inspirado pelo amor e que revela a saudade de um paraíso perdido e sempre presente identifica no seu trabalho linhas estruturantes da arte e da cultura portuguesas já estudadas por Leonardo Coimbra, Pinharanda Gomes, Rui Mário Gonçalves e por Eduardo Lourenço no Labirinto da Saudade. Este trabalho a solo sob o signo da música parece ser o resultado de um longo périplo pelas vicissitudes da vida e surge carregado da beleza inaudita do Mito que enforma todos os mitos, a criação do mundo, na série que intitulou “Os 7 dias da Criação”, de 2003. A arte de Emília Nadal alimenta-se de uma ausência (cf. “Decomposição X - A ausência”), da nostalgia do paraíso, persegue um conhecimento e uma verdade originais. Citando Eduardo Lourenço, na sua reflexão sobre a visão do sagrado na modernidade, também esta arte “se transforma no seu próprio paraíso”1, modo de aceder a um esplendor ausente que a imagem corporiza. Luz e música fluem na pincelada incomparável da artista, simples e clara como a dos mestres do Oriente. Entre esmeraldas verdes e laranjas das árvores do paraíso, perpassam folhas que são já vestígios de uma alegria breve. Breve e mágica, puríssima como a vida, como a vida destas ima­gens. Maria João Fernandes

1 Lourenço, Eduardo – “Imagem e Sagrado”, Prefácio do Catálogo da exposição colectiva de pintura: “Imagens do Sagrado”, Lisboa, Abril, 1989.

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Emília Nadal é natural de Lisboa licenciou-se em Pintura pela Escola

Projectou o novo espaço litúrgico da Sé de Faro e realizou peças sacras

de Arte Moderna, Colecção Berardo; Núcleo de Arte Contemporânea-

Superior de Belas Artes de Lisboa em 1960.

de pintura, mobiliário e ourivesaria. Expôs pela primeira vez em 1957 e a

Colecção José-Augusto França, Tomar; Museu Nacional do Teatro e em

partir de 1973 realizou numerosas exposições individuais e de grupo em

colecções particulares.

Actividade de artista plástica nas áreas da pintura, desenho, gravura,

Portugal e no estrangeiro. Em 1986 foi publicada a monografia Emília

objectualismo e da vídeo-performance. Em 1976 foi bolseira da Fundação

Nadal, de Manuel Rio-Carvalho, pela IN/CM na Colecção Arte e Artistas.

C. Gulbenkian para a realização de “Embalagens para Produtos Naturais e

Em 2009 foi-lhe dedicada a homenagem Plast&Cine 09, em Lamego, com

Imaginários Liofilizados”.

a realização de um colóquio e a edição de um DVD e do livro “Emília Nadal. Pintura de Memórias”, iniciativas de Cão Menor Editor.

Como cenógrafa e figurinista trabalhou para o Ballet Gulbenkian, Teatro Nacional D. Maria II e ACARTE. Com o Departamento Audiovisual da

Expõe actualmente no Centro Cultural de Cascais “Tudo o que Acontece”.

Universidade de Aveiro, criou um projecto multimédia sobre a composição

Está representada nas colecções do Centro de Arte Moderna-CAM,

“Iris”, de João Pedro Oliveira, para o Festival de Música de Leiria, 2001.

Fundação Gulbenkian; do Museu de Arte Moderna-Serralves; Museu

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Preside à Direcção da Sociedade Nacional de Belas Artes.


Emília Nadal “Cântico” Acrílico s/ tela 2009


Metáforas do Feminino Na Arte de Alexandra Mesquita, Carmo Pólvora, Clara Afonso, Manuela Cristóvão, Manuela Justino, Teresa Cortez, Teresa Gonçalves Lobo e Teresa Magalhães. “Que abismos são esses/em que a simples palavra insinua a angústia/ precipitando pura a fúria esplêndida da forma e da figura?” Ana Hatherly “A Metáfora do Coração e Outros Escritos de Maria Zambrano” A Idade da Escrita. Há muito que venho pensando, na sequência dos meus estudos sobre as obras de artistas mulheres, em dar forma ao que desses estudos emerge como o paradigma de uma sensibilidade, não feminina, mas sob o signo do feminino. Segundo Gaston Bachelard, a “Anima”, pólo feminino da sensibilidade, existe em ambos os sexos e caracteriza um pensamento voltado para o sensorial, à escuta das fontes secretas da natureza e da natureza humana, enquanto “Animus” identifica as solares forças do espírito que presidem à criação1. Animus e Anima, instâncias psicológicas e alquímicas, pólos feminino e masculino da alma e do universo, Yin e Yang no pensamento taoista, são energias com uma forte carga simbólica e um sentido de ordem poética. A minha forma de considerar a arte que tem como sujeito a mulher releva deste posicionamento, de que o feminino é apenas uma vertente da sensibilidade, existente em ambos os sexos, mas que nela terá maior visibilidade e talvez, em alguns casos pelo menos, maior intensidade. Há muito também que idealizo uma resposta a outro Mestre do pensamento ocidental, Ortega y Gasset (que talvez não partilhasse os poéticos pontos de vista de Bachelard) quase sessenta anos depois do ensaio que ma sugeriu2. Na verdade Gasset responde à questão por ele próprio colocada: “Até que ponto

pode alojar-se na mulher a genialidade lírica?”, para concluir, depois de várias considerações a este respeito, que a expressão do íntimo no que este tem de universal e capaz de interessar um grande público, apenas assiste ao homem, enquanto a mulher quando o tenta, não ultrapassa o domínio do pessoal, caindo facilmente no trivial e no prosaico. A capacidade de atingir o impessoal e o transcendente apenas pertencendo ao homem. “Solo en el hombre es normal e espontáneo ese afán de dar al público lo más personal de su persona.”3. Os universos femininos onde há mais de trinta anos tenho vindo a descobrir um pensamento visual e mágico, revelam-se hoje uma vez mais na arte de um conjunto de artistas mulheres, ao qual poderíamos juntar num crescendo infindável, muitas outras, cujo trabalho tenho vindo a acompanhar, fonte inesgotável das metáforas, respiração essencial da poesia. Maria Zambrano desenvolve na sua obra uma reflexão sobre o sentido poético, chave da vida e da arte. No seu pensamento a metáfora do coração que deu o título a uma colectânea dos seus textos já editada em Portugal4 reúne num mesmo e mági­co élan a palavra poética e o impulso amoroso fundador do conhecimento e fonte de transcendência. Na filosofia de Maria Zambrano, pensamento no feminino enquanto imagem de uma profundidade sensível e anímica, o amor associa-se a uma revelação das virtualidades secretas da consciência entendida como “abertura sem limite, para outra vida que nos aparece como a vida da verdade.” Implica um desprendimento de si representado pela metáfora do voo, em direcção ao outro, primeiro, depois sob o impulso de um incessante desejo de transcendência rumo a um mistério que unifica a vida e a morte, abismo luminoso, fonte e centro de um conhecimento essencial.


A poesia, essência da arte segundo Heidegger, é ela mesma por excelência o terreno das metáforas, devolve-nos a metade de um paradigma perdido, totalidade possível do espírito de que o amor permanece a imagem. Alquímica conjugação de opostos, tradição iniciática conhecida e transmitida por alguns, élan para o encontro de uma realidade total, de que o amor permanece a chave. A visão é chama capaz de purificar e de iluminar. A chama que é a própria beleza, vida e visão, vida da visão, as palavras, os signos e as figuras são sementes,

rado da sua metade, o outro, o mundo? capaz de lhe revelar a plena posse dos seus sentidos, olhos e ouvidos do Cosmos e da alma. Emparedamento do ser, vazio de substâncias e de calor, como as mangas hoje imóveis, da antiga fábrica (que inspiraram a iconografia da artista), por onde corria a substância da vida. Metáforas da mulher, receptáculo da vida, e desta como vaso do espírito fecundante, seiva que alimenta a natureza e dela brota de novo num caudal de água, de fogo e de estrelas.

“germes de uma razão que se esconde para dar sinais de vida, para atrair”, “razão fecundante”, promessa de vida. O pensamento é revelação e a vida, o conhecimento da vida, aparição de uma luz que alimenta a profundidade do coração e as clareiras da alma, metáfora do nascimento do Ser. Como se de um magnífico “puzzle” se tratasse , ou de uma espiral sem começo nem fim para o entendimento da qual nos faltassem muitos elos, procuramos aqui e uma vez mais juntar fragmentos de uma totalidade assombrosa que nos permitiriam reconstituir o traçado de uma ancestral consciência dos prodígios, antes da cisão da consciência nas metades herdadas de toda uma tradição ocidental. Labirinto no feminino, mas onde o feminino não é mais do que a imagem perdida de uma andrógina condição, original, como o paraíso. Limiar do sonho e do possível na pintura de Clara Afonso a quem o poema “Horizonte” de Fernando Pessoa forneceu as coordenadas da representação de uma tempestade onde deflagram as ondas da ruptura que anuncia os mágicos pórticos do Ser, ondas de uma profundidade anímica e solar nas soberbas imagens de Carmo Pólvora, oceanos sem barcos onde navega solitária a soberania de uma “Anima” devolvida a si mesma e ao esplendor da sua inocente condição essencial.

Metáforas do coração, na obra única de Alexandra Mesquita, que ao contrário de Duchamp fabrica ela própria o objecto encontrado à exacta medida dos seus sonhos e fantasias, e negando à realidade esse poder, descobre uma nova realidade muito mais verdadeira e que sem dúvida alguma é a da poesia que os seus livros transportam, escorrendo em tiras insubmissas, mas sem se “entornar”. Poesia de uma linguagem palpável como os seus objectos com problemas essenciais, apta a “desconfigurar” o irreal quotidiano atribuindo-lhe a simples lógica do desejo e da fantasia.

A pintura no feminino faz-nos descobrir a razão do sonho e o sonho da razão, os arcanos de um olhar que atravessa a opacidade das substâncias e lhes devolve a luz, a transparência de um universo de delícias puras, a totalidade da consciência representada nas tapeçarias de Manuela Justino, moderna Penélope fazendo e desfazendo o circuito de regresso a uma harmonia original, incessantemente recomeçado em cada trabalho. Como no “cadavre exquis” de Cruzeiro Seixas e de Mário Botas, da alquímica união de “Animus” e de “Anima”, resulta o reencontro da primitiva inocência da criança, alimento das fábulas que hoje nos deslumbram nos desenhos, onde brilha silenciosa a figura tutelar de Frida Khalo e nos mágicos painéis cerâmicos de Teresa Cortez. A fábula liga a fantasia à realidade que nela espelha os segredos e as maravilhas do visível. Maravilhoso, fonte de escritas, signos sementes unindo o humano, o Cosmos e o mistério que lhes preside, na pintura e no desenho de Teresa Gonçalves Lobo. Inteligência do sonho e mágica empatia entre o visível e o invisível não excluem a sensação dolorosa de uma ausência que os desenhos de Manuela Cristóvão reflectem, auto retratos e ícones da exploração em abismo de um universo interior que se apresenta como a noite e o deserto de um ser sepa-

Desejo de aproximação dos gestos de uma cosmogonia íntima e poderosa que refaz o esplendor do Cosmos à imagem do paraíso, nos rituais de luz e transfiguração de Teresa Magalhães, mestre da abstracção contemporânea. Gestos solares com oceanos de fogo e lava dentro, rios que brotam directamente do secreto núcleo da origem e para ela fluem depois de atravessarem o coração das trevas e do mundo. Poderosas e frágeis, luminosas metáforas do feminino, da metade feminina do homem que nele habita e lhe pertence, que é seu património intemporal. Balbuciar de escritas e de um magma luminoso animado dos tons do arco-íris. Metáforas de uma natureza que é a da própria poesia, de uma atenção à sublime complexidade da vida, que já não é vida mas o seu puro desejo sem objecto, o desejo que permanece desejo de um limiar sempre inalcançável mas ao mesmo tempo próximo, pólen ao vento na Primavera. Aprendamos a sua lição e guardemo-lo hoje, na beleza e no fulgor destas imagens. Maria João Fernandes

1 Bachelard, Gaston – La Poétique de la Rêverie. Presses Universitaires de France, Paris, 1974, pp 48 a 83. 2 Gasset, Jose Ortega – “La Poesia de Ana de Noailles”, in: Goethe Desde Dentro, Revista de Occidente, Madrid, 1949. 3 Idem, pp 69 e 70. 4 Zambrano, Maria – A Metáfora do Coração, Ed. Assírio e Alvim, Lisboa, 1993.

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Alexandra Mesquita “Coração Embasbacado” Técnica mista sobre papel 2007

Alexandra Mesquita nasceu em Lisboa, 1969. Licenciada em Pintura pela

Lisboa. 1999 Escrita Arrepiada, Galeria Arte Periférica, Lisboa. 1997

Madrid. 2001 8 Pintoras Portuguesas . Deusas, Madonas, Feiticeiras,

Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, 1994.

Instalação, Galeria Arte Periférica, Lisboa. 1993 Pintura/Desenho, Galeria

Fundação Bissaya-Barreto, Coimbra. 2000 Novíssima, Galeria Quatro

Arte Periférica, Lisboa; Pintura/Desenho Galeria Clube 50, Lisboa.

Dezassete, Madrid. Marca Madeira, Stand Arte Periférica, Funchal. 1998

Exposições individuais (selecção)

A8, Museu João Fragoso, Caldas da Rainha. 1995 Bienal do Atlântico,

2011 Soluções Comprometidas, Galeria Arte Periférica, Lisboa. Livros

Exposições colectivas (selecção)

Stand Arte Periférica, Santiago de Compostela. 1992 A cada dia que

Vivos, Livraria Babel, Lisboa. 2010 Artigos Procurados, Galeria Arte

2010 Pieces and parts, Plataforma revolver, Lisboa; Século XXI - Anos

passa, Museu de Loures; Art Jonction 94, Stand Arte Periférica, Cannes;

Periférica, Lisboa. 2009 Escrita Inventada, Galeria Arte Periférica, Lisboa.

10, Centro de Arte Manuel de Brito, Algés. 2008 100 artistas à volta

Gravura da Faculdade de Belas Artes, Centro da Malaposta, Loures. Artes

2008 Corações com Mau Feitio, Galeria Arte Periférica, Lisboa. 2006 Escrita

do papel, Centro de Arte Manuel de Brito, Algés; Colectiva Loja Bric,

e Humanidades – Faculdade de Letras, Lisboa; Salão Primavera – Casino

Habitada, Galeria Arte Periférica, Lisboa. 2005 Pronto a servir de cérebros,

Porto; Caligrafias - Uma realidade inquieta, Fundação Portuguesas das

Estoril, Estoril.

Galeria Arte Periférica, Lisboa. 2003. Objectos com Pequenos Problemas

Comunicações, Lisboa; Caligrafias: um espaço, um limiar, Museu Francisco

Existenciais, Galeria Arte Periférica, Lisboa. 2002 Escrita Irrequieta, Galeria

Tavares Proença, Castelo Branco. Desde 2002 a 2010 Arte Lisboa, Stand

Arte Periférica, Lisboa. 2000 Escrita que se fia, Galeria Arte Periférica,

Arte Periférica, Lisboa. De 1995 a 2004 ARCO, Stand Arte Periférica,

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Clara Afonso “...o sonho é ver as formas invisíveis...” Acrílico s/ tela

Clara Afonso nasceu em Castelo Branco no ano de 1959. Em 1976, em

Exposição colectiva no Museu da Marinha, em Lisboa. 2005 Exposição

Lisboa, iniciou os Cursos Gerais de Artes dos tecidos e de Desenho Têxtil

Colectiva na Galeria Artelheiras, em Lisboa. 2004 Exposição individual

na Escola António Arroio. Realizou ainda o Bachalerato em Ciências da

Marés Vivas na Biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita. Edição de

Educação pela Universidade do Minho ea Licenciatura em Designer de

serigrafia (Centro Português de Serigrafia). Exposição Colectiva na Galeria

Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

Navona, em Lisboa. 2003 Exposição Colectiva na Galeria do Projeto ABC Ruben Cunha, em Lisboa. 2002 Exposição Colectiva na Galeria Art House,

Exposções (selecção)

Cascais. Exposição Colectiva na Galeria Ruben Cunha, em Lisboa.

2009 Participação no painel 35por25. XVI Galeria Aberta - Museu Jorge Vieira - Casa das Artes. Menção Honrosa - Museu Jorge Vieira - Casa das Artes. XV Exposição de Vendas Novas. Colectiva Arte Contempo. 2007 Exposição Colectiva na Galeria iF, em Lisboa. Livro de Ouro - Arte Contemporânea. 2006 Exposição Colectiva na Galeria iF, em Lisboa.

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Carmo Pólvora “Invenção da Água” Acrílico s/ tela 2009

Carmo Polvora nasceu em Leiria e vive actualmente em Lisboa.

MAC – Movimento de Arte Contemporânea, Lisboa; Unesco – Convento da

Licenciada em Pintura pela ESBAL com especialização de gravura artística

Ourada, Monsaraz. 1998 “Um olhar Azul”, Instituto Politécnico, Universidade

em metal. Co-fundadora da oficina de gravura “Grafil”, actualmente

da Beira, Castelo Branco. Exposição e lançamento do livro “Respirar pela

designada por “Diferença”. Foi professora de desenho e tecnologia de

Água”, Museu da Água. MAC Movimento de Arte Contemporânea, Lisboa.

Pintura na Fundação Ricardo Espírito Santo – Instituto de Artes e Ofícios

1999 “Natália” Arte Poesia. Galeria 57, Leiria; “Paisagens do Inconsciente”,

(1984 – 1987). Em 1984 constitui o “Grupumos” com a pintora Luísa

Galeria Arte e Manifesto, Porto; Embaixada de Portugal, Bruxelas, Bélgica;

Nogueira e o escultor João Duarte. É membro efectivo da Cooperativa

“Terra Ardente”, Galeria J. Gomes Alves, Guimarães. 2001 “As quatro

de Gravura Portuguesa e da S.N.B.A. Está representada em diversas

graças”, Galeria Arte e Manifesto, Porto. 2002 “Triangulações”, Galeria de

Colecções de Arte quer a nível nacional quer a nível internacional.

Arte de S. Bento, Lisboa. 2006 “O Mar e Homens”, Galeria Pedra do Guilhim, Nazaré. 2007 “Mar, Espaço, Tempo”, Museu Joaquim Manso, Centro

Exposições individuais (selecção)

Cultural da Nazaré, Nazaré. 2008 “Despertar dos Mares”Galeria Artur Bual,

1996 MAC Movimento de Arte Contemporânea, Lisboa. 1997 “Gupumus”

Câmara Municipal da Amadora.

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Manuela Cristóvão “S/ título (pormenor)” Grafite s/ papel 2010

Manuela Cristóvão Naturalidade: Angola, 1957. Trabalha em Évora e Lisboa.

técnicas aditivas, xilogravura, fotogravura, mezzotinta e outras técnicas

do Coração” – Ceutarte Galeria, Lisboa. 2007 Exposição Individual de

É Professora no Departamento de Artes Visuais e Design da Escola de

para calcogravura, bem como de processos não tóxicos para a execução

Fotografia “Memorias: Fábrica dos Leões” - Palácio Vimioso, Universidade

Artes da Universidade de Évora.

da gravura.

de Évora. 2010 Exposição Individual de Gravura – Associação de Gravura

Licenciatura em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade

Em paralelo com a docência, tem desenvolvido actividade artística em

Prova de Artista. Exposição Individual de Desenho e Gravura – “Analogias/

de Lisboa; Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia pela

Pintura, Fotografia, Desenho e Gravura.

desvelamentos” - Galeria Augusto Bértholo, Alhandra

da Amadora. Exposição Individual de Desenho – “Interferências” – Galeria

Universidade Aberta; Doutoramento em Artes Plásticas pela Universidade de Évora. Frequentou diversos workshops com artistas portugueses

Exposições individuais (selecção)

e estrangeiros na área da gravura (Irene Ribeiro, David de Almeida,

1989 Exposição Individual de Pintura e Desenho, Tomar; Exposição

Bartolomeu Cid dos Santos, José Rincon, Graciela Machado, Jun Shirasu,

Individual de Pintura e Desenho – Galeria JF, Cascais. 2002 Exposição

Hiroshi Maruyama, Ad Stijnman, Graciela Buratti, Paço Mora, Jorge

Individual de Gravura “Momentos do Sentir ou A Impossível Dimensão do

Noronha, Masataka Kuroyanagi), nas técnicas de serigrafia, litografia,

Ser” – Água-Forte, Lisboa. 2003 Exposição Individual de Pintura “Metáfora

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Manuela Justino “Gêmeos” Tapeçaria 2011

Manuela Justino nasceu em Castelo Branco.

Diário de Notícias, Jornal Capital, Público, Olá Semanário, Jornal do fundão,

Licenciou-se em pintura pela Escola de belas Artes de Lisboa onde foi aluna

dicionário de artes Plásticas. Escreveram sobre a sua obra: Ma. João

do Mestre Rocha de Sousa na disciplina de tapeçaria com a classificação de

Fernandes, Rocha de Sousa, Eurico Gonçalves, Edgardo Xavier, Pedro Inácio,

19 valores. Recebeu um prémio de pintura do Jornal de Notícias. Realizou

Manuela de Azevedo, Sousa Neves e António ramos Rosa entre outros.

20 exposições individuais. Participou em mais de 30 exposições colectivas. Tem 7 serigrafias editadas pelo Centro Português de Serigrafia. Está representada em Portugal no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, na Epal, na Câmara Municipal de Castelo Branco e em muitas colecções particulares, no Brasil, nos Estados Unidos, na Grécia e Tunísia. Citada entre outras nas seguintes publicações: JL por 3 vezes página inteira, Visão, Casa e Jardim, Negócios, Nova Gente, Correio da Manhã,

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Teresa Cortez “O Triunfo dos Porcos” Placa cerâmica revelada 2005

Teresa Cortez nasceu em Leiria, cidade onde viveu até vir para Lisboa,

Exposições individuais (selecção)

Beja, Centro Cultural do Alvito; Galeria de Exposições da Praça, Almodôvar;

matriculando-se na Escola António Arroio e fez o seguinte percurso

Galeria Quadrum, Lisboa - 1985 (Subsidiada pela Fundação Gulbenkian).

Igreja do Castelo de Moura; Câmara de Barrancos; Oficinas de Formação e

académico e profissional: Cursos de Formação de Cerâmica Decorativa,

Galeria Fonte Nova, Lisboa - 1985. Galeria do Turismo, Leiria - 1986. Salão

Animação Cultura, Aljustrel, Círculo das Letras, Lisboa - 2008/2009. Casa

Imagem e Desenho Têxtil, da Escola António Arroio. Curso de Complemento

de Arte Moderna - Soc. Nac. Belas Artes, Lisboa - 1990 (Subsidiada pela

do Alentejo, Lisboa - 2009. Livraria Círculo das Letras, Lisboa - 2009.

de Formação para Professores, da Universidade do Minho. Curso de

Fundação Gulbenkian). Árvore - Cooperativa de Actividades Artísticas,

Formação em Exercício para o Magistério, da Escola Superior de Educação

Porto - 1991 (Subsidiada pela Fundação Gulbenkian). Galeria de Arte -

de Setúbal. Estagiou e colaborou com Querubim Lapa, no seu atelier de

Fórum Picoas, Lisboa 1993. Galeria da Câmara Municipal, Matosinhos

cerâmica situado na Fábrica Viúva Lamego - Lisboa. Foi Professora Efectiva

- 1996. Galeria da Casa Garden, Macau - 1997 (Bolseira da Fundação

de cerâmica na Escola Secundária Josefa de Óbidos. Actualmente tem

Oriente). Galeria do Reservatório da Patriarcal (EPAL), Lisboa - 1998.

Atelier próprio em Campo de Ourique – Lisboa.

Galeria do Montepio Geral, Lisboa - 2000. Fundação Dionísio Pinheiro, Águeda - 2001. Galeria 65-A, Lisboa - 2002. Exposição Itinerante "O Imaginário das Nossas Histórias" - coordenada pelo Museu Jorge Vieira de

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Teresa Gonçalves Lobo “Sem título” Carvão sobre papel 2011

Teresa Gonçalves Lobo nasceu na Madeira (Portugal) no ano de 1968.

Escultura em bronze, troféu do Prémio João Borges, Câmara Municipal do

2010 Pinheiro d’ Olhar, Espaço Infoarte, SRTT, Funchal, Madeira. Arte

Actualmente vive e trabalha em Lisboa. Possui o Curso de Desenho,

Funchal, Madeira. 2008 Rios d'Alma, desenho, Museu da Água, Coimbra.

Lisboa , Galeria Alecrim 50, Lisboa. Summer @ my place, Galeria Alecrim

Curso de Pintura e Atelier de Gravura, Ar.Co, Lisboa. Cursos de Técnicas

Percursos, desenho e gravura, Galeria do Centro das Artes Casa das

50, Lisboa. O olhar do pintor sob a República centenária, Paula Cabral - Art

Fotográficas do Cenjor.

Mudas, Calheta, Madeira. 2007 Escrita, pintura, desenho e gravura, Clube

Gallery, Lisboa. 2009 Arte Lisboa , Galeria Alecrim 50, FIL, Lisboa. 2008

de Jornalistas, Lisboa. Finalista do XII Prémio de Grabado Contemporáneo

Horizonte Móvel–Artes Plásticas na Madeira 1960-2008, Museu de Arte

Exposições Individuais (selecção)

de la Dirección General de la Mujer - Comunidad de Madrid. Estampa 2007,

Contemporânea do Funchal, Fortaleza de São Tiago, Madeira. Caligrafias

2011 Seguindo o traço, desenho, Fundação D.Luís I, Centro Cultural

Salón Internacional del Grabado y Editiones de Arte Contemporáneo,

– Uma realidade Inquieta, comissariada por Maria João Fernandes, Museu

de Cascais, Cascais. 2010 Teresa Gonçalves Lobo - Zeichnungen,

Madrid. Eva e Adão, gravura, Parlamento Autónomo de la Comunidad de

da Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa. Colectiva, Galeria

KULTURREFLEX.at - "Die Verlangsamung", Linz 2010, Landesgalerie Linz,

Madrid. 2005/07 Realizou gravuras para o Pestana Casino Park Hotel, única

Alecrim 50, Lisboa Caligrafias Um espaço Um limiar, comissariada por

Vino Vitis-Die Genuss Galerie, Linz, Áustria. Silêncios, desenho, curadoria

obra em Portugal do Arquitecto Óscar Niemeyer. 2004 Presenças, pintura,

Maria João Fernandes, no Museu FranciscoTavares Proença Júnior, Castelo

de Miguel Matos, Livraria Babel - Chiado, Lisboa. 2009 Teresa Gonçalves

desenho e fotografia, Centro de Congressos de Porto Santo, Porto Santo

Branco 2006 Exposição colectiva organizada pela Câmara Municipal de

Lobo - Zeichnungen, desenho, Instituto Cultural Francês de Viena, Áustria.

Exposições Colectivas. 2011 Repouso na acção, Galeria Alecrim 50, Lisboa

Pontault-Combault, Paris.

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Teresa Magalhães Acrílico s/ tela 2003

Teresa Magalhães nasceu em Lisboa em 1944.

realizar dois Painéis de Azulejo na estação de Martin Place do City Rail de Sydney, Austrália. 2004 Foi agraciada pela Presidência da República com o

Percurso Formativo

grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

1970 Completou o curso Complementar de Pintura (Licenciatura) da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. 1976 Pertenceu ao grupo “5+1”

Exposições Individuais (selecção)

(João Hogan, Júlio Pereira, Guilherme Parente, Sérgio Pombo e Virgílio

1990 Galeria Nasoni, Lisboa. 1991 Galeria do Leal Senado, Macau. 1991

Domingues). 1988 Foi Autora de Cartaz e Catálogo dos “12.º Encontros

Galeria Nasoni, Porto. 1992 Galeria Trem, Faro. 1994 Galeria Nasoni, Porto

Gulbenkian de Música Contemporánea”. 1990 Foi Comissária da Exposição

1996 Galeria Martin Browne Fine Arts, Sydney. 1997 Galeria São Mamede,

“Pintoras Portuguesas do Séc.XX, no Leal Senado de Macau. 1992 Imagem

Lisboa. 1999 Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna,

da capa do livro “Teatro Completo” de Alfredo Cortez. 1996 Imagem da

Lisboa. 2005 Pintura - Instalação, Salão Nobre da Sociedade Nacional de

capa de “Diccionário da Música” Tomás Borba e Fernando Lopes Graça (2ª

Belas Artes, Lisboa. 2006 Espaço + , Aljezur. 2007 Galeria Valbom, Lisboa.

Edição, 2ª Tiragem). 1996 Foi Artista Convidada pelo Metro de Lisboa para

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O Feminino Sem Objecto


“Ela construía o reconhecimento de uma aparição que fosse a evidência do seu olhar aberto e livre.” António Ramos Rosa “O que não pode ser dito” Cinco jovens artistas definem hoje o espaço do feminino através de uma linguagem de objectos, aqueles mesmos que o quotidiano fornece ou um ima­ ginário por eles determinado, se é que o imaginário se deixa determinar por alguma coisa que não sejam as poderosas e abissais forças de um mundo arquetipal que alimenta os sonhos. Estes sonhos, jovens sonhos de transmutação de uma realidade tantas vezes hostil, ligam-se ao mundo dos artefactos humano, mesmo quando certas imagens do corpo ou seus equivalentes parecem iludir a pesada carga das aparências com o leve peso das metáforas que sabem insinuar-se nos interstícios do visível. Daniela Ribeiro tem vindo a surpreender-nos com as suas imagens de uma comunicação quase intergaláctica a partir de peças sobreviventes de telemóveis que apontam novos rumos da comunicação a partir de um objecto fetiche da civilização actual: o telemóvel. Rosáceas de catedrais desenhadas pela cor e o brilho deste aparelho que deixou de ser banal para integrar um ima­ ginário que evoca a coagulação e a dissolução da matéria, que nos assombra na beleza fria dos metais dos seus micro-organismos e onde a (autora) mulher é, neste caso, o demiurgo que oficia a cerimónia de celebração das formas de uma realidade virtual onde o homem deixou de ser o protagonista principal. Na escultura instalação de Mariana Reis Gillot o mundo reflecte uma contemporaneidade de gestos e atributos do quotidiano sem excluir as grandes emoções que lhe estão associadas, como o amor, desse coração “solitário caçador” que nos grandes centros se torna, por vezes, também, o grande ausente. Manequins cor de prata deambulam num universo de artefactos consumistas onde a vida surge em metáforas de crueldade e caótica irrisão. Abrir o coração parece ser o mágico limiar de um horizonte de rubras fantasias e pequenas delícias, ainda que esse coração não deixe nunca de ser uma imagem prisioneira da selva urbana, flutuando no abismo de solidões partilhadas.

Nas instalações-caixas, com pequenas formas biomórficas em mutação, de Clara Martins, delicadas metamorfoses, pressentimos uma piscadela de olho a Kafka. Não se trata no entanto, neste caso, de fábulas com insectos, mas de fábulas para uma infância carnívora e inocente. Infância do mundo reduzida aos fantasmas de uma feminilidade ancestral e perturbadora. Viscosidades, carícias, anseios secretos do coração das plantas. Que somos nós, no jardim da nossa solidão habitada por medos, frustrações e inconfessados desejos? Rosas púrpura, de prodígios diurnos. Florações da ausência na Primavera de uma alma menina que se esqueceu de crescer. Flores de mágoa, sortilégios férteis, diurnos. Inês Marcelo Curto tem expressado, a exemplo de uma boa parte da pintura contemporânea, da Pop Arte, à figuração narrativa e à nova figuração, uma nova imagem do corpo que inclui todas as perplexidades e angústias exis­ tenciais de um fim de milénio marcado pelo confronto entre a intimidade, os seus jogos de solidão e as suas tentativas falhadas de diálogo e de amor e uma sociedade cada vez mais conturbada e violenta. A sua pintura e a sua escultura-instalação reflectem a recusa de uma imagem estereotipada do feminino, que refaz ironizando-a subtilmente, e a incomunicabilidade e uma solidão quase claustrofóbicas, ainda que a suavidade do corpo feminino fragmentado numa assumida imagem de Caos, possa representar, no seu mundo, uma nota de doçura. Em todos estes jovens universos a imagem do feminino é recriada em função de mitologias muito pessoais vistas pela óptica da sociedade de consumo e dos seus ícones materiais, os objectos, imbuídos de um lirismo que os transfigura ou de uma ironia que os abre a novos sentidos e funções, funções de um espírito que procura a semente de emoções futuras. Emoções paradoxalmente sem objecto, puras emoções da esfera da poesia e de um imaginário sedento de presenças sonhadas, pássaros do maravilhoso, uma nova liberdade e uma ternura que sempre foram parte essencial do território do feminino. Maria João Fernandes

O espaço da cozinha é para Eva Alves a metáfora de uma imaginação e de um erotismo que se ligam uma vez mais aos gestos impostos por uma sociedade onde o feminino se associa aos rituais e estereótipos de uma vida doméstica e condicionada. Objectos com um corpo de veludo vermelho, rubros e atraentes, macios, apelando aos sentidos, na cor de uma paixão que permanece uma linguagem cristalizada e presa aos utensílios do quotidiano. Objectos para usar, que paradoxalmente, aqui, não servem para usar senão como ícones de um imaginário tão prisioneiro quanto eles.

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Clara Martins “Hug Me” Técnica mista 2003

Clara Martins nasceu em Lourenço Marques (Maputo), Moçambique em

Participação em várias exposições colectivas na Austrália em Portugal e

1973. Imigrou com os pais para Sydney, Austrália em 1976. Vive e trabalha

em Feiras como Porto Arte e Arte Lisboa.

em Portugal e Austrália desde 1997. Em 1993 tira o Bacharelato em Belas Artes pelo College of Fine Arts da University of New South Wales, Sydney,

Prémios

Austrália. Em 1996 completa o Mestrado em Arte no mesmo local. Em 1999

1993 Altshular Painting Prize, College of Fine Arts, University of New South

obtém o Graphic Art Certificate pelo Sydney Graphics College, Austrália.

Wales, Sydney, Austrália; 2000 Menção Honrosa, Concurso Ambientart Leiria; 2002 Prémio Communidades Portuguesas (Belas Artes), consulado

Tem realizado diversas exposições individuais: 1996 Arthaus Gallery, Sydney;

Português, Sydney.

1998 e 1999 Crawford Gallery, Sydney; 2001 e 2010 Galeria António Prates, Lisboa; 2003 Galeria de São Bento, Lisboa; 2006 Fundação Henrique Leote

Está representada em colecções públicas e privadas: Artbank Australia;

- Convento de São Paulo em Redondo, Galeria Cordeiros, Porto, e, Project

Valorlis, Leiria; Fundação António Prates; Fundação Henrique Leote.

Room no Salón de Arte Moderno y Contemporáneo, Art Madrid.

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Daniela Ribeiro “Olho Biónico IV” Técnica mista s/ caixa de luz 2008

Nasceu em Moçambique em 1972. Viveu em Angola e frequentou o liceu

Expõe individualmente desde 2002, em locais em Portugal e no estrangeiro,

da TVI. Em 2005 é convidada a criar quatro obras para o Restaurante

Francês. Nos anos 80 vai viver para Paris onde frequenta o liceu francês.

dos quais destacamos: Espaço Correa e Terenas, 2003; Convento do Beato,

Terreiro do Paço, Lisboa. Em 2006 cria a Associação ArtinPark que gere

Voltou novamente a viver em Angola onde frequentou a Escola Portuguesa.

2004; Galeria do Centro Cultural de Ermesinde, 2005; Galeria da Ordem

um espaço com 3000m2 com 60 ateliers para jovens artistas em início

dos Engenheiros, Lisboa, 2005; Galeria Arte Dose, 2006. Em 2006 expõe

de carreira, em diferentes áreas artísticas. Em 2006 também, é também

Em 1993 formou-se em Design, Imagem e Criação por Computador,

na Feira ARTELISBOA no stand da Galeria António Prates. Em 2007 expõe

convidada a criar dois painéis para o Grupo Rentipar e a criar o balcão de

em Portugal. Em 1998 Licenciou-se em Relações Internacionais, na

na Feira Art Madrid no stand da Galeria António Prates. Em 2008 expõe na

entrada e dois painéis para a nova sede do Banco Mais, com projecto do Arq.

Universidade Lusíada, Lisboa. Em 2000 frequentou o curso de Pintura

Galeria António Prates individualmente.Em 2009 expõe na Galeria António

Birne. No final de 2010 a artista cria a associação ArtinPark de Londres.

da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa. Em 2006 foi admitida na

Prates na coletiva “Disposable You”, com Clara Martins, Eva Alves, Inês

escola Ar-Co, no curso de Escultura. Em 2006 especializou-se em Moldes

Marcelo Curto e Mariana Gillot. Em 2010 realiza a exposição individual

de Resina e Silicone na escola Pascal Rosier, em Paris, e foi convidada pelo

“Olho Biónico” na Fundação Portuguesa das Comunicações. Expõe

Mestre Pascal Rosier a dar aulas, em Lisboa.

individualmente na Hay Hill Gallery de Londres em 2011. Em 2004 é convidada a criar uma obra para o programa “Cartaz das Artes”,

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Eva Alves “Reflexos do Desejo Feminino” Técnica s/ objecto 2008

Eva Alves nasceu em Mirandela, Portugal em 1980. É licenciada em Artes-

Lisboa. Em 2010, participa numa exposição coletiva de artistas jovens na

Plásticas Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

Galeria António Prates, comemorativa do centenário da proclamação da República, intitulada “Cem República”. Em 2011 participa numa coletiva de

Exposições coletivas (selecção)

jovens artistas, “I Feel Lucky”, na Galeria Adélia Matos no Porto.

Antecip´Arte 2005, Lisboa; 2001, Galeria Municipal de Montemor-o-Novo; 2004, Galeria Mitra; 2006, exposição do Prémio Artur Bual 2005; Galeria

Está representada em instituições públicas tais como: Centro Cultural

Sete em Coimbra; Arte Lisboa 2006 (stand Galeria António Prates);

de Macedo de Cavaleiros; Hotel Quinta das Lágrimas, Coimbra; Museu

Arte Madrid e Arte Lisboa em 2007, 2008 e 2009 (stand Galeria António

do Crucifixo, Portalegre; Fundação António Prates; e em colecções

Prates); exposição “Os Surrealistas-Reinterpretação” na Rua dos Remédios

particulares, entre as quais se destacam: Ana Vidigal; António Prates;

98, organizada pela Galeria Perve, Lisboa; “Os Surrealistas – In Situ” na

Carlos Bessa Pereira; Cruzeiro Seixas; Lourenço Lucena; Manuel Cardia; e

Rua dos Remédios 57, organizada pela Galeria Perve; Centro Cultural de

Miguel Júdice.

Macedo de Cavaleiros; Arte Lisboa 09, no stand da Galeria António Prates,

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Inês Marcelo Curto “Comboio de Corda” Técnica mista s/ tecido 2009

Inês Marcelo Curto nasceu em Lisboa, Portugal em 1980. Em 2003 termina

Fundação Portuguesa das Comunicações em Lisboa; Arte Lisboa FAC;

a licenciatura em Artes Plásticas - Pintura na FBAUL. Em 2010 termina o

2009 “Disposable You”, Galeria António Prates, Lisboa; Arte Lisboa FAC;

Mestrado em Gestão de Mercados de Arte, ISCTE-INDEG em parceria com

“In Situ” e “Revisitações”, Galeria Perve na R. dos Remédios, Lisboa; Art

a FLUL e obtém o Prémio de Melhor Aluna. Em 2008 realiza o Workshop

Madrid; 2010 Prémio D. Fernando II, Quinta Nova da Assunção, Belas; Bienal

“Shadow Curating”, com Dr. Nuno Sacramento, FBAUL. Em 2009 faz o

Jovens Valoures, Galeria Municipal de Loures; “Cem República”, Galeria

Workshop Programação e Planificação de Exposições: “O Papel do Curador”

António Prates, Lisboa; Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design

na Restart.

Industrial da Marinha Grande; “I Feel Lucky”, Galeria Adélia Matos, Porto; “Subterrâneo”, Galeria Pedro Nunes, Lisboa.

Tem participado em diversas exposições colectivas: 1995 - Galeria de Arte das Amoreiras, Lisboa; 1996 - Centro Cultural de Belém, Belém; 1997 Museu da Electricidade, Lisboa; 2002 - Prémio D. Fernando II, Sintra; 2004 Centro Cultural de Cascais; 2008 – Art Madrid; Bienal do Montijo;

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Mariana Gillot “Sold” Técnica mista 2009

Mariana Gillot nasceu em Lisboa, Portugal em 1975. Elege Sintra como

“Despertart”, Mostra Inaugural Artelection, Lisboa; Arte Lisboa – FAC; “A

local de inspiração onde trabalha e vive desde sempre. Em 1997 iniciou o

Suposição da Semelhança”, colectiva com Eva Alves e Inês Marcelo Curto

curso de Escultura, na Arco – Centro de Arte e Comunicação Visual, que

- Macedo de Cavaleiros; “1º Edição do Prémio Jovem de Artes Plásticas”,

completou em 2000. Realizou diversos workshops de artes plásticas, nas

CAE - Centro de Artes e Espectáculos - Figueira da Foz; 2010 Arte Lisboa,

áreas de pintura, desenho e modelagem. Até finais de 2005, explorou e

FAC; Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial da Marinha

dirigiu o ‘Atelier 13’, em S. Pedro de Sintra. Em 2006-07 foi professora do

Grande; “Cem República”, Galeria António Prates, Lisboa. 2011 exposição

ensino especializado artístico.

individual, “Crise Sobre Rodas”, Casino de Lisboa; exposição individual, “God save the Queens!”, Storytailors, Lisboa; exposição individual, “How fatten

Exposições (selecção)

the little pig?”, Galeria Praça das Flores, Lisboa; “I Feel Lucky”, Galeria

2000 Realização de Instalação no Porto de Lisboa, ArCo, Lisboa; Museu

Adélia Matos, Porto.

de Arte Antiga, ArCo, Lisboa; 2008 Arte Lisboa FAC; 2009 Colectiva “Disposable You”, Galeria António Prates, Lisboa; ART Madrid ‘09;

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“As suas observações argutas, informadas, a sua adesão maravilhosa aos significados e a sua capacidade de estruturá-los nas suas dominantes, nas suas secretas alianças, nas ressonâncias finas da emoção, do murmúrio, do crepúsculo (…)” Lima de Freitas a propósito de texto de Maria João Fernandes sobre a sua pintura MARIA JOÃO FERNANDES nasceu em Lisboa. Crítica de arte (A.I.C.A. Associação Internacional de Críticos de Arte), ensaísta e poeta tem desenvolvido há cerca de trinta anos um diálogo com a obra de arte, incrementado no âmbito da sua actividade na Fundação de Serralves, onde foi responsável por diversas exposições e colóquios e publicações de dimensão internacional. Colaboradora permanente do Jornal de Letras Artes e Ideias, fez parte de diversos júris de Prémios de Artes Plásticas em Portugal e em Espanha. Assistente da Professora Doutora Maria Lúcia Lepecki, foi professora universitária, nomeadamente de disciplinas como Literatura e Mito, Literatura Portuguesa Medieval, Clássica e Contemporânea, Literatura e Artes Plásticas (Faculdade de Letras de Lisboa), Língua, Literatura e Cultura Portuguesas (Universidade de Paris X – Nanterre), Crítica de Arte (Universidade de Évora) e A Mulher e a Arte (Mestrado da Universidade Aberta) tendo-se dedicado ao estudo da antropologia do imaginário, dos grandes arquétipos e dos mitos fundadores que estão na origem, tanto da literatura, como das artes plásticas, duas expressões sempre presentes na sua reflexão e na sua escrita. Em 1993, no álbum de fotografia: Cristóvam Dias os Caminhos do Olhar juntou a reflexão crítica e a poesia. Em 1996 iniciou uma vasta campanha nacional de defesa da Arte Nova em Portugal, em 2000 defendeu na Faculdade de Letras do Porto a tese: Francisco Augusto da Silva Rocha Arquitectura Arte Nova em Portugal uma Primavera Eterna e em 2001 comissariou nos cursos da Arrábida o colóquio internacional: Arte Nova em Portugal e na Europa. Em 2003 publicou o livro de poesia em versão bilingue (português-francês) Dias de Seda - Jours de Soie, com catorze originais de Júlio Resende e prefácios de Robert Bréchon e Eugénio Lisboa e em 2004 a 2ª edição revista e aumentada, do seu primeiro livro (1ª edição em 1984): Julio/Saúl Dias O Universo da Invenção, com prefácio de Perfecto Quadrado. Ainda em 2004 e em co-autoria com o poeta Gonçalo Salvado organizou o livro Cerejas uma Antologia de Poemas de Amor de Autores Portugueses Contemporâneo que prefaciou. O livro tem uma abertura de Eduardo Lourenço e um posfácio de António Ramos Rosa (o lançamento contou com uma apresentação de Agustina Bessa Luís). Em 2005 organizou, entre outras a exposição Universos Femininos - Colectiva

de Pintura e Escultura acompanhada por uma mesa-redonda sobre o tema da Mulher e da Arte. Em 2006 organizou o caderno temático: Caligrafias com a colaboração de Gonçalo Salvado, submetido ao tema da relação poesia/ pintura, escrita/imagem que reúne grandes nomes da cultura portuguesa (literatura e artes plásticas) contemporânea. Em 2006 comissariou a exposição com o mesmo tema e título: Caligrafias na Casa Fernando Pessoa de Lisboa (a exposição encerrou com uma mesa redonda que organizou). Em 2007 iniciou com Gonçalo Salvado a publicação da 2ª série de Folhas de Poesia (a 1ª série teve início em 1957 sob a direcção de António Salvado, Helder Macedo e Herberto Helder), publicando o poema de homenagem a Fiama Hasse Paes Brandão:“Fonte Encontrada. Em 2008 comissariou duas exposições temáticas, sobre a relação escrita/pintura no século XX e na actualidade, na Fundação Portuguesa das Comunicações em Lisboa: Caligrafias uma Realidade Inquieta e no Museu Francisco Tavares Proença Júnior de Castelo Branco: Caligrafias um Espaço, um Limiar. Em Outubro de 2008 foi lançado o seu livro: Caligrafias a Nascente dos Nomes, uma edição da Fundação Portuguesa das Comunicações, com um prefácio de António Ramos Rosa e um texto de abertura de Eduardo Lourenço. O livro foi apresentado em Lisboa por Tomás Paredes, escritor, crítico de arte, Presidente da Associação de Críticos de Arte de Madrid e Director do suplemento El Punto de las Artes. Em Janeiro de 2009 foi apresentada por Emília Nadal, Presidente da S. N. B. A. a sua monografia sobre o autor deste edifício, com o título: Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957) Arquitectura Arte Nova em Portugal uma Primavera Eterna. Trata-se de um livro que corresponde a uma tese de Mestrado e da primeira monografia de um autor português à luz da Arte Nova. Ao mesmo tempo inaugurou no Museu de Arte Nova de Aveiro a exposição Francisco Augusto da Silva Rocha (1864-1957), Arquitecto Artista, que comissariou. Prepara a publicação, em co-autoria com Gonçalo Salvado, do livro: O Cântico dos Cânticos na Poesia de Amor e na Cultura de Língua Portuguesa, com uma capa original de Mestre Júlio Resende e abertura de Agustina Bessa-Luís. Em 2009 foi proposta para o Prémio Pessoa por Emília Nadal em nome da Sociedade Nacional de Belas Artes e por Eduardo Lourenço. Está prevista para 2011 a publicação de dois livros de poesia de sua autoria com prefácios do crítico francês Robert Bréchon: Lettera Amorosa Iluminações e Sombras e Deusa da Transparência e de Em Busca do Amor Perdido Cartas de Amor de Desconhecidos no Bilhete Postal do Fim do Século XX aos anos 20, com prefácios de Eduardo Lourenço e de Fernando Guimarães.

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AGRADECIMENTOS A Câmara Municipal de Castelo Branco agradece a todas as artistas presentes na actual exposição, a sua participação. À Galeria António Prates de Lisboa, agradece a sua colaboração na organização da exposição de jovens artistas: Feminino sem Objecto. Agradece igualmente a colaboração da Galeria Valbom e da Galeria Arte Periférica de Lisboa.

CATÁLOGO DE EXPOSIÇÃO Arte no Feminino e o Feminino na Arte Antigo edifício dos CTT em Castelo Branco 5 de Outubro a 11 de Novembro de 2011 Edição Câmara Municipal de Castelo Branco Presidente Joaquim Morão Coordenação Geral Cristina Granada, Maria João Fernandes e Paula Lisboa Textos Maria João Fernandes Design Gráfico Play Me .. www.playme.pt Impressão Gráfica Maiadouro

ISBN (inserir número) Depósito Legal (inserir número)




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