Bando da montanha darkfall.

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A Liberdade de Brian Bando da Montanha Darkfall 09 Fel Fern Desde que o lobisomem A.J. Rogers perdeu o braço e o seu namorado, se tornou metade de um homem. Pior, é um meio lobisomem e acredita que um shifter falho não é bom para ninguém. O bando da Montanha Darkfall é a família de A.J. Os lobos são amigáveis, mas A.J. não quer piedade e simpatia. Ele quer construir uma casa com um companheiro que não se importe

com

a

sua

deficiência,

mas

duvida

que

ainda

exista

essa

possibilidade... até que conhece Brian. Finalmente livre dos humanos ansiosos em tratá-lo como um experimento científico, Brian Wells não tem certeza se a liberdade é o que realmente quer. Com cicatrizes por dentro e por fora, nada no mundo faz sentido, especialmente agora que não pode retornar à sua antiga vida. A.J. é exatamente o que Brian precisa. Conseguirá convencer o lobo dominante que apesar de serem duas almas quebradas, são perfeitos um para o outro?


Capítulo Um — Ainda estamos à espera de notícias da matilha Silverback sobre os seres humanos que criaram a sua base perto das nossas montanhas há um mês. Tenho o prazer de anunciar que já devolvemos os shifters resgatados de volta para as suas casas e famílias. — Disse Alessio, o beta da matilha Darkfall. A.J. escutou com metade de uma orelha. Quatro semanas atrás, a matilha localizou humanos que sequestravam e executavam experimentos ilegais em shifters perto do seu território. Farejando o seu companheiro, Zack, um dos seus membros da matilha, também foi ajudar com os resgates. Leis de igualdade feitas pelo Conselho paranormal e pelo governo humano cinquenta anos atrás asseguravam que nada disso aconteceria novamente. No entanto, vivendo em paz com os seres humanos se tornou difícil de lembrar que as suas espécies estavam em guerra há pouco tempo. — Estamos procurando voluntários para ir até o território de Silverback para troca de informações. — Alessio concluiu. Normalmente, A.J. seria um dos primeiros a oferecer-se para qualquer missão que gritava perigo e potencial derramamento de sangue, mas não mais. Fora da casa da matilha utilizada para reuniões, a lua cheia inchada e ameaçadora, brilhava acima da crista das árvores. Ele odiava ser impotente e inútil. Cristo. Não muito tempo atrás, a lua cheia, a época de acasalamento, era a favorita de A.J. no ano. O espaço vazio onde o braço esquerdo estava um mês atrás o fez afundar ainda mais no seu assento. Nestes dias, suas atividades favoritas incluíam mau humor e recordar todas as coisas que nunca faria novamente, dado o quão longe tinha caído.


Uma vez como um dos shifters mais poderosos da matilha que os lobos mais fracos aprenderam a confiar, tornou-se nada mais do que um fardo. Deixava-o doente o olhar compassivo que lhe davam agora. Todos participaram dessa luta com os humanos que Alessio estava falando. Ninguém esperava que os humanos estivessem equipados com artilharia pesada e mercenários contratados. Uma bomba explodiu e pedaços de prata se alojaram no seu braço. Era o fim dos seus sonhos. No momento em que os feridos foram enviados para uma clínica shifter, o veneno dos cacos tinha ido muito profundamente. Era sua vida ou o seu braço. Sabia que deveria ser grato. A matilha tinha lhe dado apoio, assim como o seu namorado humano, Kyle. Não deveria ser propenso a pensamentos suicidas ou desejar ter morrido no local. Melhor sair com um estrondo, uma morte nobre, do que ser um aleijado, um lobisomem deficiente. Nascido do lado errado da sociedade pensava que equivalia a nada. Quando recebeu a mordida pelo gama da matilha Darkfall, pensou que a sua antiga vida tinha terminado e uma nova começava. Tornando-se um lobisomem foi a melhor coisa que já aconteceu com ele. A matilha tornou-se a família que nunca teve. Não teria conhecido Kyle, ou salvo o seu humano, se não possuísse a força sobrenatural e a velocidade para arrastar Kyle de debaixo de um caminhão. — A.J.? A reunião terminou há quinze minutos. — Disse uma voz suave, interrompendo a sua linha de pensamento. Normalmente, diria a pessoa para se foder e deixá-lo sozinho, mas, vendo quem era, segurou a língua. Michella, a gama da matilha e aquela que lhe deu a mordida todos esses anos atrás, tomou o lugar vazio ao lado dele. Lá fora, podia ouvir os outros lobisomens brincando, torcendo e conversando. A maioria deles provavelmente estava mudando, ansiosos para correr para os vastos bosques que rodeiam a cidade da Montanha Darkfall. A época de

acasalamento

era

o

único

momento

em

que

lobisomens

solteiros


encontravam parceiros de acasalamento temporários para a noite, uma oportunidade para os mais jovens abraçar o seu lado selvagem. Inveja o bateu no intestino. Apertou a sua mão, respirando com dificuldade. Permaneceu em silêncio, esquecendo que Michella ainda estava ao seu lado. Ela sempre possuiu essa capacidade de permanecer invisível até ser necessário. Embora fosse mais jovem do que ele alguns anos, a alma espiando através daqueles olhos era velha. Ao contrário dos outros, não o julgava ou demonstrava pena dele. — Vá para casa, para Kyle, A.J. Não há nada para você aqui. A.J. rosnou com suas palavras. — Eu sei. — Soltou um riso amargo. — Já não sou bom para ninguém, você ou a matilha. — Isso não é verdade. — Você não entende como é. — Nenhum de nós entende. A.J cerrou os dentes, sentindo-se culpado. Olhou para a manga vazia, onde o seu braço deveria estar e para o toco como se carne e osso pudessem voltar a crescer. Um lobisomem necessitava de todos os quatro membros para correr, para perseguir a presa, mas agora não poderia caçar alimentos para si mesmo e muito menos proteger ninguém. Encolheu os ombros. — Desculpa. Você está certa. Estou indo de volta para casa. Kyle deve estar preocupado. — A.J. — Ela hesitou. — Já considerou a oferta do Doc? A.J. rosnou. Sabia que ela estava tentando ser útil, como todo mundo, mas ela o estava empurrando. O que aconteceu com as pessoas cuidando do seu próprio negócio nos dias de hoje? — Uma pata artificial como os cães feridos usam? Uma opção do caralho. Ela não recuou com a sua explosão, só lhe deu um olhar


contemplativo. Finalmente, assentiu, roçando a mão no ombro dele, aquela em que o toco começava. Era uma das poucas pessoas que A.J. sabia que não fez um hábito evitar a sua lesão. Se não fosse gay, já teria se apaixonado por ela. Então, novamente, Michella tinha irmãos super protetores, irmãos que eram o Alfa e Beta da matilha. Não havia muitos homens que teriam coragem de enfrentar Sergio ou Alessio. — Não vou insistir, mas no caso de mudar de ideia, estamos sempre aqui. A.J. deu um breve aceno de cabeça. — Vou manter isso em mente. Ela acompanhou-o para fora da casa em direção ao estacionamento. Felizmente, parou de falar sobre a sua deficiência e perguntou coisas cotidianas. — Como está Kyle? Não o vi por perto. — Está bem. Outra mentira, mas não poderia despejar os seus problemas em Michella.

Como

uma

empata

e

gama

da

matilha,

ela

tinha

muita

responsabilidade nos seus ombros. A maioria dos lobos a procurava com os seus problemas, uma vez que era mais acessível e fácil de lidar em comparação com os seus irmãos. — Conseguiu encontrar os anéis perfeitos? Assustado, A.J fez uma pausa na procura das chaves do carro. Muitas coisas passaram na sua mente. Michella não era apenas sua mentora ou Gama, era sua amiga. A.J excluiu todos após o acidente, mas talvez hoje devesse fazer uma exceção. Michella sabia que ele estava prestes a propor, mas A.J desistiu do casamento depois que perdeu o braço. — Consegui, mas não estou pronto. — Entendo. Dê a si mesmo algum tempo. Você é muito duro consigo


mesmo — Para sua surpresa, ela deu-lhe um rápido beijo fraternal na bochecha. — Obrigado. Eu vou. — Murmurou, um pouco envergonhado. Observando-a recuar por um momento, entrou no seu carro e foi para casa. Rosnados brincalhões ecoaram da floresta, fazendo a dor dentro dele aumentar. Nunca mais sentiria a terra debaixo das suas quatro patas, ou o vento na sua pele, enquanto corria e continuava correndo, como se pudesse esquecer o mundo e os seus problemas. — A realidade ficou um pouco mais difícil. — Murmurou com desgosto. Ainda não estava acostumado a fazer as coisas com apenas uma mão, mas estava se ajustando lentamente. Olhou para o seu telefone celular no painel, franzindo a testa. Normalmente Kyle o bombardeava com uma dúzia de textos quando não se comunicava com ele. Ia enviar uma mensagem para ele, mas depois lembrou que só possuía uma mão; a que estava no volante. — Foda-se. — Sabia que estava com um humor horrível na maioria dos dias, mas não conseguia se conter. Talvez precisasse usar o poder do pensamento positivo, ou começar a ler os livros estúpidos de autoajuda que alguns membros da matilha lhe ofereceram. Michella mencionando o casamento o fez perceber o quanto de um jumento tinha sido ao longo das últimas quatro semanas. Foi um pau, não apenas para as pessoas que considerava sua família, mas para o seu namorado. Verificou a hora. Nove e meia. Kyle provavelmente estaria assistindo TV na sala de estar, depois do jantar. Fez uma rápida parada no restaurante favorito de Kyle e comprou uma torta de cereja antes de dirigir de volta para casa. Por alguma razão, sentia-se nervoso. Estacionou o carro no meio-fio em frente ao seu apartamento e esfregou a mão suada no seu jeans. Antes de partir para a reunião da matilha, Kyle e ele tiveram uma briga, uma das piores


e saiu sem ouvir Kyle. — Perdoe-me, bebê, mas as coisas estão prestes a mudar. — Dizer as palavras em voz alta ajudou. Com a torta de cereja na mão, saiu do carro e dirigiu-se para o elevador. Depois que saiu, cheirou o ar. Depois do acidente, o lobo de A.J esteve na maior parte silencioso, muito silencioso. A.J começou a entrar em pânico e pensou que tinha perdido o seu lobo juntamente com o seu braço. Agora, no entanto, seu lobo sentou-se, farejando o ar como se sentisse uma ameaça. Que diabos? Kyle. Deixando cair a torta, praticamente correu para o apartamento no final do corredor. Medo irracional se arrastou por sua espinha. Alguns dos seus companheiros da matilha eram contra A.J tomar um ser humano como companheiro. Por um lado, os seres humanos eram frágeis e não podiam defenderse contra um ataque sobrenatural. Não poderia viver consigo mesmo sabendo que Kyle foi ferido na sua casa. Tinha muito inimigos, afinal. Deixou cair suas chaves e amaldiçoou. Ouviu um gemido de dentro, definitivamente Kyle. Pressionando o ombro contra a madeira, empurrou contra a porta com toda a força. Satisfeito, quando a abriu, correu para dentro, dentes arreganhados. Podia ser um lobisomem de um braço só, mas ainda tinha uma mão boa e os seus dentes. Alguém soltou um grito; não era Kyle. A preocupação de A.J desapareceu. Seus olhos fixos na cena horrível Kyle estava de joelhos, chupando o pau de outro homem na sua própria casa. Um homem que não era A.J. De repente, todas as peças do quebra-cabeça se encaixaram. Muito preocupado e incapaz de aceitar a sua lesão, notou, mas não se importou que Kyle muitas vezes chegasse tarde em casa, trabalhando muito mais do que antes, mesmo nos fins de semana. Kyle começou a cheirar


diferente, também, seu perfume misturado com algo ou outra pessoa. Há quanto tempo isso está acontecendo? Alguma parte dele sabia que Kyle o traía, mas resistiu por tanto tempo quanto podia, porque estava apavorado que ninguém mais iria querer um... Inferno... Metade de um lobo. — A.J — Kyle teve a decência de parecer envergonhado ao levantarse. O estranho não pareceu, mas deu a A.J um olhar envergonhado. Se A.J estivesse no lugar do filho da puta, teria começado a suar. Identificou-o como humano, como presa. Seu lobo arranhou dentro dele. Este filho da puta teve a coragem de tomar o que por direito lhes pertencia. Vendo vermelho, avançou para o estranho, seus dedos transformados em garras. — A.J, espere... Jack. — Kyle vacilou no rosnado ameaçador de A.J. — E aí cara? Fica frio. Uau. Kyle, você disse que o seu namorado era um aleijado, mas não mencionou que era um shifter. Um aleijado? A.J sabia o que era, mas Jack e Kyle podem ter convenientemente esquecido que ainda poderia rasgá-los em pedaços. — Tenho algo para você, bastardo. — Seus dentes afiados e rosnando para Jack. Sabia que Kyle iria odiá-lo por isso, por agir de forma tão irracional, mas de que outra forma poderia reagir? Viu os anéis de casamento na sua mente. Lembrou como esvaziou a sua conta bancária para comprá-los para um homem que iria jogar fora o seu amor tão facilmente. Agarrou um punhado da camisa de Jack até que o humano insignificante pendia no seu braço. — A.J deixe-o ir. — Kyle gritou. Solte. A.J tinha problemas segurando coisas que agora escorregavam das suas mãos. Apesar de querer rasgar Jack, não valia a pena. — Sai fora. Os dois. — Rosnou. Jack puxou o braço de Kyle. Sempre acreditou que nunca machucaria


Kyle nem em um milhão de anos, mas vendo Kyle chupando o pau de outro homem cruzou a linha. Se os seres humanos não saíssem, iria recorrer a algo que viria a lamentar. — A.J, vamos falar sobre isso. — Pediu Kyle. — Não há nada para falar. Saia. Não quero ver o seu rosto esta noite, porra. Pegue as suas coisas amanhã. Kyle recuou, parecendo irritado. — É isso, então? Estamos terminando? — Você fez isso. — Não. — Kyle soltou uma risada oca. — As coisas começaram a ficar ruim entre nós, mesmo antes do acidente. Foi muito cego para ver isso. Jack... Vamos embora. Ouvindo a porta da frente bater atrás deles, olhou para o espaço onde Kyle esteve por um par de segundos. Não era tarde demais para correr para Kyle, implorar o seu perdão e começar de novo. Cerrou o punho. Nenhum ponto em negar a verdade: Comprou as alianças de casamento como um último recurso, uma solução rápida para salvar o seu relacionamento da ruína. Acalmar-se foi uma das coisas mais difíceis que já fez, ainda pior do que acordar em uma cama de hospital e perceber que a sua vida se acabara. A traição de Kyle foi o último prego no seu caixão e confirmou que não tinha mais nada para si. Primeiro, seu braço garantiu que perdesse a sua utilidade para a matilha. Depois, perdeu Kyle, também. Morte realmente começou a soar como a melhor alternativa. Caindo no sofá, fechou os olhos, incapaz de lidar com a escuridão e o silêncio do apartamento. No passado, teria se acalmado, mudando para a forma de lobo e corrido na floresta. Ainda poderia correr sobre duas pernas, mas isso era diferente. Terminar o seu relacionamento com Kyle era o melhor. Apesar de Kyle o trair, ainda assim, ele merecia algo melhor do que um shifter falho incapaz


de mudar e muito menos proteger alguém.

Capítulo Dois Brian Wells pulou ao som do telefone. Se desenrolando da sua manta de segunda mão, olhou para o número e nome piscando na tela. Era a sua mãe novamente. Não era nenhuma surpresa, mas o que esperava? Com relutância, atendeu. — Olá mãe. Brian olhou para a tela de TV piscando enquanto a sua mãe falava. Às vezes achava que ela só gostava de ouvir-se falar. Seis meses atrás, tinha sido sequestrado, juntamente com um grupo de shifters, por cientistas humanos ansiosos para estudá-los e descobrir a dinâmica de um shifter. Um mês atrás, o bando da Montanha Darkfall atacou a instalação onde Brian e os outros cativos eram mantidos, e os libertaram. A maioria voltou para os seus amigos e familiares. Brian tentou. Voltou para a sua cidade natal Northfield, tentou reconectar-se com seus amigos e familiares, mas parecia que o seu antigo eu tinha morrido no dia em que foi sequestrado, e um fantasma o tinha substituído. O homem no espelho parecia e falava como o seu antigo eu, mas viver atrás das grades havia roubado qualquer faísca de vida nele. Aos vinte e três anos, finalmente encontrou um emprego estável como gerente de uma grande cadeia de restaurantes. Tinha um ótimo emprego, um namorado maravilhoso e o seu próprio apartamento, e a vida tinha sido perfeita, até o incidente. Nas últimas quatro semanas, Brian tentou voltar para a rotina regular


da sua vida. Todos se esforçaram para dar-lhe apoio no início, mas o chefe de Brian finalmente o dispensou. Seus amigos pararam de falar com ele, e a sua família manteve distância. O pior golpe tinha sido de Brad. Um dia, Brian encontrou o apartamento que tinham compartilhado vazio dos seus pertences e a chave reserva de Brad na mesa da cozinha. Brad sequer deixou uma nota ou respondeu a qualquer das suas mensagens ou ligações. Sabendo que foi parcialmente sua culpa por ser insensível, Brian deixou Brad ir. Sem um emprego estável, não podia pagar o apartamento caro, também. Mudou-se para um pequeno estúdio na parte ruim da cidade, mas depois do que passou, não estava preocupado com a elevada taxa de criminalidade na cidade. Quase nada poderia prejudicar um shifter. Jonathan, seu melhor amigo e a alma única vida que tinha teimosamente ficado ao seu lado, chamou Brian de suicida. — Como você está realmente, filho? A verdadeira preocupação na voz da sua mãe fez Brian piscar. — Estou bem. Estou indo a um terapeuta, e tenho trabalhado meio período em casa. Uma mentira. Brian recusou-se a ver um terapeuta. Eles não tinham nada para falar e era um desperdício de dinheiro. Neste momento, trabalhar meio período em casa com trabalhos contábeis o mantinha, e lhe causava horror pedir dinheiro aos seus pais. Não precisava da pena de ninguém. — Isso não é suficiente, Brian. — O que mais quer que eu faça? — Sei que precisa de tempo, mas precisa sair. Encontrar seus amigos para uma bebida. Socializar. Encontrar um companheiro. Brian apertou a mandíbula e, silenciosamente, contou até dez. Ela não entendeu. Ninguém entendia. Como poderia sair, fingir que estava tudo normal, quando carregava as cicatrizes do seu cativeiro dentro e fora? Brad


mal podia suportar vê-lo sem camisa. Encontrar um companheiro? Isso era certamente uma piada. Brian pode ser um Ômega masculino capaz de ficar grávido, mas quem aceitaria um produto defeituoso? Desligando, Brian ignorou o telefone quando este vibrou novamente. Olhou para os seus braços nus. As velhas marcas de agulha haviam desaparecido, mas ainda podia vê-las na sua cabeça. Inferno, à noite, Brian tinha pesadelos da sua gaiola de aço e os cientistas e guardas com os seus olhos frios e impiedosos. Eles não o tinham visto ou aos outros shifters como seres humanos, tratando-os como animais. Brian fechou os olhos. Talvez a sua mãe tivesse razão. Sair e estar perto de outras pessoas poderia ajudá-lo a esquecer a sua dor, mesmo por pouco tempo. Discou o número de Jonathan. Seu melhor amigo atendeu no segundo toque. — Jon — Brian hesitou. — Há alguns dias, me perguntou se eu queria sair para uma bebida. Será que a oferta ainda está de pé? Jon soltou um grito. — Estarei aí em quinze minutos. Atordoado, Brian esfregou as palmas das mãos suadas. Realmente estava fazendo isso? Não era tarde demais para telefonar para Jon e dizer que cometeu um erro. Afinal, Brian não estava pronto, e não estaria por um longo tempo. Poderia realmente estar em torno de tantas pessoas de novo? Após o seu sequestro, tinha desenvolvido ansiedade social 1, mas isso não era uma surpresa. A batida na sua porta fez Brian saltar. Como é que quinze minutos se passaram sem Brian perceber? Seu lobo se desenrolou dentro dele, mas não sentiu o cheiro de perigo. — Brian, sou eu. 1 Ansiedade social pode ser caracterizada pelo medo, nervosismo ou apreensão que algumas pessoas sentem na interação com outras pessoas.


Brian abriu a porta para Jon entrar. O amigo franziu a testa para o seu agasalho e camisa. — Cara, você não está pronto ainda. Passou a mão pelo cabelo castanho desgrenhado. — Jon, acho que mudei de ideia. Jon apontou um dedo ameaçador para ele. — Não, você não mudou. Tome um banho e se vista. Não o deixarei até que o faça. Brian olhou para Jon por alguns momentos. Não tinha dúvidas de que falava sério. Se conheciam desde a infância, e Brian sabia o quão teimoso o shifter pantera poderia ser. — Tudo bem, mas não se queixe se eu for uma companhia horrível. — Brian tomou um banho e encontrou um bom jeans e uma camisa. Ao vê-lo, Jon suspirou. — Isso vai servir, eu acho. Desceram as escadas até o carro de Jon. Entrando, Brian afivelou o cinto de segurança com mãos trêmulas. Antes que pudesse dizer novamente que esta era uma má ideia, Jon ligou o motor. Passaram por bairros residenciais familiares e o centro da cidade de Northfield. — Espere, onde está me levando? — Brian não conseguiu conter o nervosismo na sua voz. Confiava em Jon com a sua vida, mas sair da cidade para uma noite era um pouco demais. — Para o lugar mais seguro na terra, Darkfall. — Jon deu-lhe uma piscadela. — Eu reservei um fim de semana na pousada local. — O mais seguro? Jon, o bando de lobos locais que residem lá não são apaixonados por forasteiros. — Você deve a sua liberdade a matilha da Montanha Darkfall. Como isso pode ser ruim? — Eu acho. — Brian mordeu o lábio. — Quando você teve tempo


para reservar uma pousada? — Um bom amigo me deve um favor. Jon tinha razão. Brian e os seus companheiros de prisão haviam sido empurrados em um comboio de transporte uma noite há quatro meses sem explicação. A razão logo se tornou clara. O bando queria os seres humanos mortos. Brian lembrou como aterrorizado esteve. Nunca tinha visto qualquer bando se mobilizar assim, como uma força militar mortal e treinada. Brian pensou que queriam todos mortos, mas os membros do bando tinham tratado cada cativo com nada além de bondade. Rodeada por bosques e montanhas, Darkfall era há apenas algumas horas de carro de Northfield. Ao passarem pela placa de “Bem vindos a Montanha Darkfall” Brian relaxou. Nada iria acontecer a ele aqui. Jon estava certo. No momento, Darkfall era o lugar mais seguro da Terra. Jon dirigiu para a periferia da cidade e seguiu até um bar solitário no lado da estrada. — Feliz e os Sete Lobos? — Brian ceticamente perguntou. — Melhor peixe, batatas fritas e cerveja artesanal da cidade. Aceitando a palavra de Jon, Brian abriu a porta do carro e seguiu o seu melhor amigo. Música country e conversa agrediram os ouvidos de Brian no momento em que entrou. Esfregou as mãos sobre o seu jeans. Ninguém o estava olhando, se lembrou. Ninguém deu a mínima por ele estar aqui. Brian era um ninguém, apenas um na multidão. Recitando as palavras na sua cabeça não acalmaram Brian, porque alguns caras e algumas mulheres lançaram lhe olhares curiosos. Provavelmente sentiram o seu cheiro. Já tinham dito a Brian que a maioria dos Ômegas masculinos não acasalados exalavam um perfume único. Mantendo o seu olho no bar, Brian endureceu quando sentiu alguém deslizar a mão sobre o seu braço. — Procurando por alguma companhia hoje à noite, pequeno Ômega? Deixe-me pagar uma bebida. — O cara corpulento deveria ter mais de 1,80m e


era praticamente o dobro do seu tamanho. Ostentava uma barriga de cerveja e tatuagens mal feitas. — Desculpe, não estou interessado —, Brian murmurou. Onde diabos estava Jon? Dizer a mesma coisa a um outro cara que poderia literalmente rasgalo ao meio drenou a maioria da sua energia. Brian queria uma bebida, não, várias garrafas para que pudesse se embebedar. Embora o álcool não funcionasse bem em shifters, Brian ainda podia ficar bêbado. Uma grande mão se fechou no seu pulso novamente. Brian puxou, mas o cara que o abordou antes não o soltou. — Quem diabos você pensa que é, pequeno Ômega? — Disse o homem, sarcástico. — Me solta. Eu disse não. O pânico brotou dentro de Brian. Jesus, este não era um bom começo para a noite. Deveria apenas ter ficado no seu apartamento minúsculo, pedido sua comida chinesa favorita, e ficar acordado a noite toda assistindo Suits 2. — Você não o ouviu? Ele disse que não, então vá se foder, Hansen — disse outra voz, rouca e profunda. Brian desviou o olhar para o seu misterioso salvador. Engoliu em seco. Este cara poderia dar ao outro uma surra sem o menor esforço. Ao contrário de Hansen, o misterioso salvador de Brian era feito de puro músculo. O olhar de Brian o esquadrinhou de cima para baixo. Pernas poderosas e musculosas em uma cintura estreita, os músculos tensos alinhados na parte superior do corpo. Este homem quase gritou predador, mas o olhar de Brian se fixou na manga esquerda tremulando, onde deveria ter um braço. Ele olhou para cima, vendo um rosto bonito maliciosamente cortado com cicatrizes antigas, um nariz quebrado e olhos duros, aço-cinza que o fizeram estremecer. 2 Série americana.


Seu salvador de um braço só era claramente perigoso. O instinto deveria ter dito a Brian para correr, mas tudo o que queria fazer era remexer os dedos sobre o cabelo castanho espesso do outro homem. Brian perguntou como seria, ser tomado por aqueles lábios tentadores, mas cruéis, ou estar envolto por ele em um abraço. — O que vai fazer sobre isso, aleijado? — Hansen zombou. — Eu já não tenho uma porra de medo de você, A.J. Ninguém tem. A.J. Finalmente, Brian tinha um nome. Engasgou quando Hansen puxou-o para perto e quase tropeçou. Seu rosto

queimou

de

vergonha.

Todo

o

bar

tinha

ficado

em

silêncio,

provavelmente assistindo o seu pequeno show, e Brian não gostava disso. Desde o seu cativeiro, tinha desenvolvido ansiedade social e tudo o que queria fazer era rastejar sob uma rocha e nunca mais sair, mas não podia deixar A.J. lutar esta batalha para ele, também. A.J. parecia ser capaz de cuidar de si mesmo, mas só um braço o deixava em desvantagem, especialmente se Hansen escolhesse mudar. O que poderia um Ômega fraco como ele fazer?

Jarvis Paine, um humano mercenário contratado, estava observando o seu alvo incansavelmente durante semanas. Ele era um dos caras contratados pelas Indústrias Alpine, uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, para trabalhos como este. Seu currículo incluía chantagem, assédio, rapto e assassinato, sendo os dois últimos mais caros. Jarvis se orgulhava de ser um profissional. Pensou que este trabalho seria fácil de executar, mas estava muito enganado.


Dois meses atrás, um dos secretamente financiados laboratórios experimentais das Indústrias Alpine tinha sido atacado por uma matilha de lobos locais. O trabalho de Jarvis era simples, recolher o maior número de espécimes que pôde, mas conseguir Brian Wells tinha sido sua prioridade número um. Os empregadores de Jarvis queriam muito este Ômega especial e tinham prometido pagar duas vezes a sua taxa usual. O único problema? Desde que adquiriu a sua liberdade recémdescoberta, Brian nunca deixou a sua casa. Fez tudo on-line, inclusive pedir seus mantimentos. Jarvis mal podia acreditar quando ouviu Brian no telefone que tinha grampeado, dizendo ao seu amigo que estava disposto a sair para uma bebida. — Perfeito —, Jarvis assobiou baixinho. Saindo do apartamento que ele alugou para espionar o prédio de Brian em frente, Jarvis deu ao espaço pequeno e feio o dedo. Finalmente, poderia sair de lá e obter dinheiro na sua conta. Quem imaginaria que caçar animais daria tanto trabalho? Os superiores na empresa multibilionária cometeram o erro de ficarem convencidos. Tornaram-se arrogantes e confiantes que nenhum grupo sobrenatural

iria

descobrir

que

estavam

sequestrando

paranormais

e

experimentando novas drogas neles. Indústrias Alpine cometeu o grave erro de abrir uma fábrica na periferia da Montanha Darkfall, um território que pertencia a um grupo particularmente sanguinário, mas eficaz de lobos. Não que Jarvis estivesse reclamando, pois isso significava mais trabalho e lucro para ele. Desceu as escadas. Jarvis estava com a sua mochila de costume, equipada com o seu equipamento básico, sobre um ombro. Entrou no seu carro, esperando. O amigo de Brian chegou em tempo recorde. Vendo-o desligar o carro e subir as escadas, Jarvis estalou os dedos em antecipação. Uma vez que os dois estivessem em um beco escuro, viria por trás do carro do


amigo e fingiria algum tipo de acidente. A partir daí, seria fácil agarrar Brian, matar o amigo, e esconder o Ômega no seu caminhão. Jarvis tinha capturado todos os tipos de paranormais perigosos para as Indústrias Alpine, mas previu que não teria nenhuma dificuldade com Brian. O

que

poderia

um

Ômega

fraco

fazer?

Um

tiro

de

dardo

tranquilizante, potente o suficiente para derrubar um enorme garanhão, iria nocautear o Ômega. Brian e o seu amigo entraram no carro. Jarvis franziu a testa quando passaram pelo centro da cidade de Northfield. Para ele, era agora ou nunca, mas os dois começaram a entrar no território da Montanha Darkfall. — Foda-se. — Jarvis assobiou baixinho. Recordou as histórias de como esses monstros de Darkfall rasgaram os cientistas e guardas que trabalhavam para as Indústrias Alpine. Lembrando dos rumores que cercavam a matilha misteriosa não ajudou nem um pouco. De acordo com os boatos, eles não toleravam pessoas de fora, os seres humanos, especialmente pessoas perigosas carregando munição pesada. Jarvis tinha a sensação de que nunca poderia ter a sua oportunidade. Rangendo os dentes, seguiu Brian e o seu amigo de uma distância segura. Cedo ou tarde, iria obter o Ômega. Jarvis era nada além de um profissional.

Capítulo Três A.J não conseguiu entender o que aconteceu. Em um momento estava tomando uma cerveja no bar, tentando afogar todas as suas dores e talvez esquecer Kyle por uma noite, e no próximo? O cheiro mais incrível flutuava pelas suas narinas. Seu lobo, normalmente calmo desde o acidente, acordou e prestou atenção. A.J girou no seu banco, estreitando os olhos quando traçou a origem daquele cheiro


intrigante. Um jovem magro, com cabelo loiro e olhos castanhos nos seus vinte anos, conscientemente tentou puxar para cima o capuz da sua jaqueta, como se quisesse desaparecer. Não havia razão para se esconder, na opinião de A.J, porque ao contrário do seu braço perdido, o estranho sexy, o Ômega do sexo masculino, era o sonho molhado de qualquer lobo dominante. A.J cheirou outra vez, queria chegar perto, mas o Ômega parecia assustado por estar lá. O que diabos estava fazendo em um lugar como este? Shifters vinham aqui por uma razão, para obter uma foda rápida com um estranho. A.J disse a si mesmo para ignorar o lindo Ômega e se concentrar na sua bebida, mas perdeu a calma no momento que Todd Hansen, um morador da cidade e urso shifter bêbado e solitário, tentou obter o que era dele. Espere um segundo danado. A.J não poderia ter previsto que o Ômega era seu, mas ele tinha. Que diabos? A.J não estava em condições de reivindicar qualquer um, muito menos oferecer-lhe proteção. Ainda assim, o corpo de A.J se moveu por sua própria vontade. Seu lobo queria rastejar debaixo da sua pele e afundar as presas no urso irritante, que não recuou no momento que o jovem Ômega disse não. Algo sobre o belo e jovem estranho parecia familiar. A.J já o tinha visto antes? Tinha certeza de que o Ômega não era da Montanha Darkfall. A próxima coisa que A.J sabia era que estava confrontando Hansen. Não gostou quando Hansen agarrou o braço do Ômega em um aperto de deixar contusões. A.J decidiu rasgar o urso shifter, mas o Ômega de repente pisou no pé esquerdo de Hansen. O homem uivou. — Volte aqui, você porra de moleque. Para choque e divertimento de A.J, o Ômega correu até ele e escondeu-se atrás, usando-o como um escudo humano. A.J congelou quando o estranho inclinou a cabeça contra a curva das suas costas, e manteve-o como


se pudesse oferecer-lhe a salvação. Sua mente o levou de volta algumas semanas atrás, quando a matilha atacou os cientistas e guardas humanos. A.J e os seus irmãos de matilha pararam um comboio militar transportando prisioneiros, e um jovem magro tinha se agarrado a ele, da mesma forma, e sentiu o mesmo, também. O shifter poderia estar cheirando a sangue e medo, mas por baixo de tudo era um aroma distinto e maravilhoso. Oh inferno. Seria possível que este era o mesmo cativo magro, que tinha salvado? A.J precisava enfrentar um problema de cada vez. Hansen deu um passo ameaçador na sua direção, mostrando seus caninos. — Entregue-me o Ômega para que possa ensinar a porra do nanico algumas maneiras, A.J Vou te perdoar por interferir por ser um aleijado. Hansen era só resmungos e nenhuma ação. A.J sabia exatamente o que o shifter urso fazia durante o dia. Hansen vendia panelas na loja de utilidades domésticas no shopping, e provavelmente teve a sua cota de brigas de bar, mas o urso tinha convenientemente esquecido quem A.J era. Ele já tinha derrubado uma abundância de monstros e ameaças reais na sua vida. Não tinha medo de Hansen, mas o urso parecia não querer recuar. Hansen precisava aprender uma lição. — Eu sinto muito — o Ômega sussurrou atrás dele, a voz cheia de medo. Ouvir o terror na voz do Ômega enfureceu A.J Se era o mesmo Ômega prisioneiro que foi liberto pela matilha semanas atrás, então poderia estar revivendo memórias ruins de abuso durante o seu tempo no cativeiro. — Fique aqui — A.J disse. Se moveu, contando com a sua velocidade sobrenatural e reflexos. Hansen não foi capaz de reagir. Em momentos, A.J envolveu o seu braço bom em torno do pescoço de Hansen em um


estrangulamento. Hansen engasgou, arregalando os olhos com medo quando A.J apertou ainda mais. — A.J, relaxe — uma voz interrompeu. Jared, um dos membros da sua matilha, apareceu na sua linha de visão. — Viu o que esse filho da puta fez? — A.J exigiu. Acenou para o Ômega, ainda de pé, onde A.J disse a ele para ficar. — O Ômega disse 'não'. Ele é um dos sobreviventes daquele ataque de semanas atrás. Jared franziu a testa, balançando a cabeça. — Entendi. Dê-lhe uma contusão, mas não o mate, ou não saberei o que dizer para Sergio. À menção do nome do Alfa, A.J se conteve. Soltou Hansen, que tentou dar-lhe um soco fraco. Em silêncio, A.J pegou o braço do shifter urso e torceu-o atrás das costas. — Você tem algo a dizer ao meu amigo ali? — A.J sussurrou no seu ouvido. —

Amigo?

Hansen

conseguiu

ranger,

sua

garganta,

aparentemente, ainda dolorida do estrangulamento de A.J. — É isso mesmo, filho da puta. Ele está sob minha proteção. Peça desculpas ou volto a asfixiar você. — Seu Alfa não vai gostar disso. — Acha que me importo? — A.J encontrou o olhar de Hansen e o outro baixou os olhos pela primeira vez. — Eu sinto Muito. A.J deu-lhe um soco rápido e chute antes de liberá-lo. Hansen imediatamente correu para fora do bar. A música e as conversas retomaram. — Você tem isso sob controle? — Perguntou Jared. — Enquanto mantivermos isso entre nós. Jared assentiu e bateu nas suas costas. Havia um olhar malicioso nos


olhos do outro homem. A.J gostava de Jared. Embora jovem, Jared era um dos executores do bando e fácil de conversar. Apesar da disposição alegre de Jared, A.J sabia que o homem tinha ido ao inferno e voltado para se reunir com o seu companheiro. — Vá para o seu Ômega, A.J, antes que alguém bata nele. Seu Ômega. A.J gostava imensamente do som disso. A.J se aproximou do Ômega, que estava conversando com um cara que parecia conhecer. — Jon, eu estou bem, realmente — o Ômega estava dizendo. — Brian, você não está bem — Jon insistiu. — Quer voltar para a pousada e deitar-se? — Ou deixe-me pagar uma bebida — A.J interrompeu. O olhar de Brian se virou na sua direção. A.J decidiu que com certeza gostou da forma como o Ômega o olhou, cheio de desejo indisfarçável e saudade, apesar de tudo o que tinha passado. Inferno, se A.J estivesse no lugar de Brian, teria dificuldades de confiar nas pessoas novamente. A.J não sabia nada sobre Brian, mas encontrou-se querendo entender o Ômega. Era uma sensação estranha, pensando em um outro indivíduo além de Kyle. Jon surgiu entre eles, as mãos nos quadris e os olhos apertados. A.J viu o modo como Jon se posicionou. Deu um suspiro de alívio. Jon era amigo ou irmão de Brian, então, mas não seu amante, o que significava que A.J tinha uma chance, mas chance de que? A.J ainda não sabia a resposta para essa pergunta, mas precisava descobrir. — Você, o que você quer com Brian? — Jon perguntou, embora A.J pudesse ver que precisou de muita coragem para enfrentar um cara grande como ele. Como Brian, Jon estava nos seus vinte e poucos anos e tinha um corpo esbelto. — Jon — Brian começou, tocando o braço de Jon. — Está bem. Eu reconheço esse cara. É um dos lobos do bando da Montanha Darkfall.


Jon relaxou com isso. — Oh, isso é bom, então. A.J só tinha olhos para Brian. — Você me reconhece? — Sim.— As bochechas de Brian viraram uma sombra agradável de rosa. — Eu te abracei e você disse que o seu namorado poderia se incomodar. — Namorado? — A.J bufou. — Ele correu no momento que descobriu que eu tornei-me metade de um homem. Brian fez uma coisa inesperada. Kyle sempre se retraiu e evitou olhar para o coto ao menos que fosse absolutamente necessário, mas Brian estendeu a mão, os dedos empurrando na manga para tocar a carne curada. — Eu não me importo. A.J bufou. — Você está dizendo isso por pena. — Pena? Não. Você perdeu o seu braço salvando os outros. Por que você se envergonha disso? Sem sua coragem, os outros e eu ainda estaríamos presos em alguma gaiola e tratados como animais. — Brian estremeceu e tudo que A.J queria fazer era estender a mão e dar-lhe um abraço. Que porra é essa? Por que A.J queria tocar Brian, especialmente quando estava por perto? Seu lobo não conseguir nem ficar sentado dizia algo claro para A.J. Mesmo com Kyle, sua besta não reagiu assim. — Deixe-me pagar-lhe uma bebida — A.J repetiu. Cristo, soou como um disco quebrado. Tinha estado fora do jogo do namoro por tanto tempo, que não tinha certeza se estava fazendo a coisa certa. Flertando com Brian... estava sendo redundante? A.J certamente não queria dormir com Brian e não ter nada a ver com o Ômega no dia seguinte. Não, o que A.J queria era mais letal. Quando viu Brian, viu um possível futuro com o Ômega. Era uma loucura A.J pensar dessa forma, porque eram praticamente desconhecidos, mas não. Isso não era certo, também. Se


conheceram em um lugar estranho e ocasião, e Brian tinha feito o primeiro movimento sem perceber, agarrando-se a A.J quando em necessidade, como se A.J fosse capaz de segurá-lo. Além disso, o que um Ômega bonito como Brian iria querer com um lobo deficiente? A.J mentalmente preparou-se para a rejeição de Brian, mas nunca veio. — Eu gostaria muito. — Brian deu um sorriso tímido. — Mas, podemos sair daqui? Não suporto multidões. — Brian, você tem certeza? — Jon perguntou, preocupado. — Não se preocupe, ele está seguro comigo — A.J disse. Bastante confiante ao dizer aquelas palavras, mas queria mais tempo com Brian, longe da multidão. — Vou cobrar isso de você, — disse Jon, e depois deu um suspiro exasperado. — Chame-me se alguma coisa acontecer, Brian. Jon os deixou. No momento seguinte, um silêncio desconfortável se estendeu entre eles. A.J foi para o simples e ofereceu a Brian sua mão. Com um suspiro de alívio, Brian fechou os dedos finos sobre os grandes. A.J o puxou. — Vamos. Vamos para o meu apartamento. Vamos beber, conversar e assistir a um filme, e nada mais. Não há más intenções, prometo. Cristo, mas o sorriso que Brian lhe deu parecia como um raio de luz no mundo de escuridão que A.J tinha vivido desde o seu acidente. — Parece bom. Brian não o soltou quando A.J levou-o até as portas do clube. Saindo, A.J sentiu o olhar de Jared e acenou. Lá fora, A.J podia respirar mais fácil. Saiu esta noite esperando esquecer Kyle, e não tinha pensado uma vez sequer no seu ex com a mão quente de Brian na sua. — Não o vi por aqui antes, mora aqui perto? — A.J perguntou, abrindo a porta do passageiro para Brian.


— Moro em Northfield. — Brian entrou e A.J tomou o assento do motorista. Cada músculo no seu corpo estava tenso. A qualquer momento Brian poderia mudar de ideia. Inferno, o Ômega mostrou muita confiança ao vir com ele, um estranho. Será que Brian confiava nele porque A.J tinha feito parte da missão de resgate semanas atrás? A.J não era o cavaleiro branco de ninguém, mas por Deus, não queria decepcionar Brian. No bar, Brian parecia com medo de estar perto das pessoas, mas A.J o viu se soltar em torno dele. Brian não parecia importar-se com A.J fazendolhe perguntas. A.J não se intrometeu, mas a verdade veio à tona, no entanto. — Posso estar livre daquele inferno, mas parece que o mundo seguiu adiante sem mim, sabe? — Entendo, eu acho. Depois que perdi o meu braço, me senti como um estranho no meu bando. Odeio ser incapaz de me juntar aos meus irmãos e irmãs da matilha quando vão para uma corrida. Preciso me ajustar a essa minha nova condição. — Estou feliz por ter encontrado você, A.J A.J deu-lhe um olhar contemplativo. — Por que isso? Brian abriu um sorriso, que de alguma forma conseguiu iluminar todo o seu rosto. — Não me sinto mais sozinho. A.J não sabia como responder a isso. Quanto mais tempo passava com Brian, mais chegava à conclusão de que um Ômega doce e sexy como Brian merecia algo melhor. Poderia A.J ser alguém que poderia dar a Brian o que ele precisava, e protegê-lo, se necessário?


Capítulo Quatro Chegaram a casa de A.J mais cedo do que Brian tinha previsto. A.J estacionou o carro no estacionamento de vários andares ligado ao complexo de apartamentos. Desligando o motor, A.J olhou para ele com o que parecia ser apreensão. Algo havia mudado durante a viagem, mas Brian não conseguia identificar exatamente o que ainda. ― Desculpe, eu não tenho certeza se esta é uma boa ideia ― A.J murmurou, não encontrando o seu olhar. ― Que diabos? Você me convidou para vir, e agora está mudando de ideia? Um grunhido escorregou dos lábios de A.J, mas Brian não estava intimidado ou com medo. Parte dele sabia que A.J nunca iria machucá-lo. O shifter dominante não o salvou só uma, mas duas vezes. Levou um segundo para perceber que não era o único que estava nervoso. Brian não gostou de saber que possuía o poder de ferir A.J com um gesto ou palavra. O que deveria fazer? Dizer a A.J que também mudou de ideias? Isso seria mentir, entretanto. Brian não se lembrava de estar com outro homem com quem se sentia tão confortável antes de A.J. Estar tanto tempo preso numa gaiola arruinou a sua capacidade de confiar, mas tinha a sensação de que A.J poderia ajudá-lo a restaurar essa confiança. Afinal, ambos eram almas quebradas, com muito medo de dar o primeiro passo para frente.


― Eu preciso saber uma coisa primeiro ― disse A.J ― O quê? A.J respondeu-lhe com um beijo. Inclinando-se, A.J agarrou-lhe o queixo, erguendo-o, e Brian retesou-se, mas foi impotente para impedir a invasão dos seus lábios exigentes. Línguas e dentes enrolados. Brian abriu mais a boca, permitindo a A.J deslizar a sua língua dentro. Calor saltou da boca de A.J para a dele. A.J abraçou-o apertado e Brian pressionou uma mão contra o peito largo, ansioso para rasgar a camisa de A.J para que ele pudesse sentir o seu coração batendo contra o seu peito. Um beijo foi suficiente para acordar o pênis de Brian, e ele estava contente com a escuridão do interior do carro, assim A.J não seria capaz de ver a protuberância no seu jeans. A.J se afastou, e deslizou os lábios puxando a orelha esquerda de Brian. ― Eu posso cheirar a sua excitação, pequeno Ômega. Brian engoliu, seu olhar deslizando para baixo para ver o cume da ereção de A.J. Seguindo o seu olhar, A.J sorriu. ― Gosta do que está vendo? ― Você sabe que sim. Deus. Brian estava realmente flertando? Brian soltou uma risada histérica. A.J franziu a testa. Antes que A.J o interpretasse mal, Brian explicou. ― Eu nunca pensei que poderia fazer isso de novo. ― Fazer o quê? ― Flertar com um cara lindo como você como se fosse a coisa mais normal do mundo. Algo vital em mim morreu durante o meu breve tempo dentro de uma gaiola, parte da minha alma, talvez. Mas eu estou recuperando aos poucos. ― Isso é bom.


Brian sorriu. ― Sim, é. A.J saiu do carro e Brian o seguiu. Surpreso, A.J estendeu a mão para ele. Brian fechou os dedos ao longo da mão de A.J e seguiu-o até o elevador. Até mesmo o simples gesto de andar de mãos dadas parecia absurdamente certo de alguma forma. Era estranho, porque eles só se encontraram hoje, no entanto, o lobo de Brian discordava. Parecia que conhecia A.J por toda a vida dele. Brian começou a acreditar que veio para a montanha Darkfall não por acaso, mas pela simples razão de poder se encontrar com A.J ― Tendo pensamentos profundos? ― perguntou A.J ― Beije-me outra vez, ― Brian respondeu, sentindo-se imprudente e tendo necessidade de ter certeza. ― Fácil o suficiente. ― A.J o puxou para perto para outro beijo que derreteu as suas entranhas. Quando ele afastou a boca, Brian gemeu, querendo ir mais longe. Como era possível que A.J pudesse acender o fogo e paixão no seu corpo com um só beijo? Brian nunca tinha reagido assim com qualquer outra pessoa. Sabia que a atração não era unilateral. Os olhos de A.J queimavam com o fogo da paixão, mas o que Brian queria não era um simples gancho com A.J Dizer a verdade, porém, poderia afugentar o grande lobo, assim ele acalmou a sua língua. ― Nós já chegamos, ― disse A.J com uma voz rouca. Levou Brian para o apartamento no fim do corredor. O coração de Brian começou a palpitar quando A.J fechou a porta atrás de si. O estúdio era inesperadamente limpo e organizado. Tinha uma pequena mesa de jantar para dois lugares, uma sala de estar, uma porta que levava para o banheiro, mas Brian continuava a olhar para a cama. Ela estava perto da janela, a peça


central do lugar. Sua mente entrou na ultrapassagem. Não era difícil imaginar A.J empurrando-o contra os lençóis macios, pretos, e despindo-o com os seus dedos longos com Brian ajudando. Com as bochechas rubras de vergonha, Brian lembrou a si mesmo para pôr a sua mente fora da calha. Para sua vergonha, seu estômago roncou, lembrando-lhe que não tinha comido o jantar. A.J riu, provavelmente, ouvindo o som. ― Vamos jantar. Estou morrendo de fome também. Pode ser uma pizza? ― Isso soa bem. ― Você tem alguma preferência? ― A.J perguntou, pegando o telefone sem fio ao lado do sofá. ― Qualquer coisa com carne está bem. ― Você é o meu tipo de cara. Enquanto A.J telefonava para a pizzaria, Brian tomou o seu tempo, explorando o apartamento. Ele passou a mão sobre as superfícies, a decoração minimalista, tentando ter uma ideia do homem que vivia nestas paredes. Uma foto se destacava pendurada na parede na sala de estar, ao lado do sofá. Era em preto e branco e, era uma foto casual de um grupo de pessoas, com cerca de cinquenta anos, num churrasco. Parecia que estavam tendo o tempo das suas vidas. ― Minha matilha ― A.J afirmou, vindo por trás dele. Brian tremeu, não resistindo quando A.J passou um braço em volta da sua cintura para puxá-lo para perto. Sentia-se tão quente. Brian inclinou-se contra o seu ombro. Por que seus corpos se encaixavam tão bem juntos? Certamente, esta não era a forma de duas pessoas reagiram num primeiro momento. O que havia sobre A.J que dava a Brian tanta segurança? Jon poderia chamá-lo de louco por colocar o seu destino nas mãos de um estranho, e Brian sabia que era algo que o seu amigo não faria. Se isto


fosse mais longe, Brian sabia que não iria parar. Ele queria tudo, o sexo incrível com A.J, e como poderia não ser alucinante? E, também, o que aconteceria depois. Brian queria mais conversas como a que eles tiveram no carro de A.J, e precisava saber o que fazia A.J surtar. Será que Brian podia chamar esta queda por alguém duro e rápido possivelmente de amor? Brian pestanejou. Ele estava muito à frente. Jesus. Se A.J soubesse o que ele estava pensando, correria para as montanhas. Brian precisava se concentrar na conversa, não fantasiar sobre o futuro incerto. ― Vocês parecem... ― Brian procurou por uma palavra. Ele estudou a imagem novamente. Para um bando de lobisomens mais temidos na região, cada membro do bando da montanha de Darkfall parecia relaxado e à vontade. O fotógrafo tinha-os apanhado de surpresa, rindo,

conversando,

como

se

não

houvesse

uma

única

preocupação

atormentando suas mentes. Brian os invejava, e percebeu um segundo mais tarde, que assim fazia A.J Brian não conseguia esquecer o ciúme na voz de A.J quando falou sobre não ser capaz de correr com a sua matilha. Brian podia pertencer a matilha do seu pai, mas nunca tinha formado laços estreitos com qualquer um dos lobos lá antes, ou depois do seu cativeiro. Estabelecer qualquer tipo de relação com qualquer shifter era inútil quando Brian sabia que eles só o viam como um meio para um fim. Para eles, era um parceiro de criação. Pelo menos os lobos não bateriam nele, agora que estava danificado. A.J, porém, não só o fazia se sentir como uma pessoa, mas como ele próprio. ― Sente-se e relaxe, ― A.J disse, apontando para o sofá. Sem mais nada a fazer senão esperar, Brian sentou. A.J ligou a TV e se juntou a ele. Com A.J tão perto, Brian teve dificuldade para se concentrar nas notícias e mal tinha consciência do tempo passando.


Brian estremeceu quando A.J esfregou o seu pescoço. ― A pizza já está aqui. Relutantemente Brian separou-se de A.J, observando o outro homem atender a porta. ― Vamos comer no sofá. Veja se há alguns shows decentes na Tv ― falou A.J com as caixas de pizza na mão quando acenou para a TV. Isso soou bastante simples. Brian sempre foi tímido e desajeitado. Ele era chamado de moderado, mas acabava perdendo todos os homens com que tinha saído com algum interesse, mesmo Brad, seu ex-namorado antes do sequestro. Brian não poderia culpá-los. Não havia nada remotamente interessante sobre ele, e parecia que dizia sempre as coisas erradas. Mas A.J não parecia chateado com ele. Brian acomodou-se no sofá. No momento em que A.J abriu a caixa, Brian pegou uma fatia ao mesmo tempo que ele. A.J sorriu, deixando-o pegar primeiro na pizza. ― Um filhote bem alimentado é um filhote feliz ― comentou A.J ― Um filhote satisfeito tem energia suficiente para o que acontece depois, ― Brian brincou. ― E o que seria isso? As bochechas de Brian queimaram de embaraço. Dissera realmente essas palavras? Por que reagia de forma tão diferente em torno de A.J? Não era ruim, mas parecia que estava vendo um lado de si mesmo que nunca soube que existia. Este novo ele, ousado e destemido... ele estava começando a gostar. Nunca em um milhão de anos ele teria flertado de volta na sua antiga vida. Não era isso que Jon queria que ele fizesse, ir buscar alguns parceiros e começar a viver novamente? ― Você realmente vai me fazer dizer isso? ― Brian perguntou, depois que eles comeram em silêncio pensativo por um tempo. Ele não tinha percebido como estava faminto, até que viu que havia dizimado a maioria dos


alimentos. ― Claro. ― A.J sorriu, meneando suas sobrancelhas sugestivamente para Brian e fazendo-o rir. ― Você sabe, sexo. ― Sexo está no menu, então? ― A.J riu quando Brian olhou para ele. ― Deus, filhote. Não amue, ou você vai me enlouquecer. ― O quê? ― Eu estou tão perto de perder o controle... Brian respirou, esquecendo as caixas de pizza descartadas e garrafas vazias de Pepsi na mesa de café na frente deles. De repente ele estava consciente de que apenas meras polegadas o separava de A.J. Normalmente, quando se tratava de assuntos de intimidade, Brian exigiria que o seu parceiro abrandasse. Ritmo era bom, mas não neste caso. Se havia uma coisa que o seu cativeiro lhe ensinou, era que a vida era muito curta e Brian precisava agarrá-la pelas bolas. ― Por que não? A.J rosnou. ― Mesmo um desafio soa doce em você, filhote. Desafio? Brian sempre jogou pelas regras, toda a sua vida. Seus pais e a sua matilha fizeram uma lavagem cerebral nele dizendo que o seu valor como um macho Ômega estava em sua capacidade de dar filhotes a um outro homem. Ele foi para a escola que queriam, aceitou os postos de trabalho que eles recomendaram, e saia com quem eles mandavam – mesmo com o mesmo cara que tentou matá-lo. Brian se esforçou e lutou para ser um bom filho, um membro leal a sua matilha. Ele confiava que iriam protegê-lo, mas não fizeram merda nenhuma quando ele foi sequestrado. Foi a matilha de A.J, que entrou em ação e libertou a ele e aos outros prisioneiros de uma vida atrás das grades. Aquele lugar deixou cicatrizes que não podiam ser apagadas


facilmente. Seus pais não entendiam como ele não poderia facilmente sair de algo parecido. A.J entendia, porque ele estava preso num inferno da sua própria criação. Onde é que ser bom e cuidadoso o levou? A lugar algum. Brian provou a sua imprudência selvagem no momento em que A.J esmagou os seus lábios com os seus, e ele queria essa dose inebriante de coragem. ― Tem toda a conversa e nenhuma ação, grande lobo? ― Brian insistiu, maravilhado com o estranho que usava o seu rosto e falava com a sua voz. A.J puxou um punhado da sua camisa, aproximando-os. Uma inspiração ofegante escapou dos lábios de Brian. O sangue subiu direto para o seu pau com a visão dos olhos dourados de A.J, tão feroz e faminto por ele. ― Você está brincando com fogo, pequeno Ômega. ― Não se preocupe. Eu quero ser queimado. A.J balançou a cabeça. ― Eu não quero te machucar. Brian soltou uma risada sem alegria. ― Eu me machuquei muito nos últimos meses. Acredite, isso, nós, é puro prazer. ― Eu acho que não temos mais nada para discutir, então.

Ver Brian Wells escapar das suas mãos, mais uma vez frustrou Jarvis. Pior, Brian voltou para casa com um homem de um braço só com uma tatuagem do bando da montanha Darkfall. Aleijado ou não, Jarvis tinha visto o shifter aleijado assustar outro homem que batia em Brian. Seu dia foi de mal a merda.


Jarvis resmungou baixinho. Fervendo, ele seguiu Brian e o shifter de um braço até um bairro residencial. Jarvis achava que era um homem de sorte porque não tinha encontrado qualquer outro shifter ainda, pronto para interrogá-lo sobre o seu propósito na cidade. Era paranoia da parte dele, talvez, mas nunca era demais ter cuidado. Ele não costumava ligar para o conselho, mas estava numa encruzilhada. Podia ser um inferno de um mercenário, mas não gostaria que Brian fosse dilacerado por lobos. Jarvis gostava de estar vivo, muito obrigado. Abrindo o celular, ligou para um número que servia apenas para ligar em caso de emergências. Nunca, nem uma vez considerou pedir ajuda, mas ele não queria acabar sendo morto, tampouco. A linha foi conectada e uma voz feminina respondeu do outro lado. Jarvis normalmente flertava com uma voz sexy no telefone, mas foi direto ao ponto desta vez. ― Ligue-me ao Dr. Adkins. ― Jarvis deu ao secretário seu certificado de segurança. ― Sr. Paine, eu espero que você tenha uma boa notícia para mim. ― É mau. Brian Wells está com um lobo de Darkfall ― Jarvis podia ouvir quando o médico, Adkins, um psicopata que tinha um prazer sádico em cortar paranormais, poderia ser chamado assim, soltou um suspiro pesado. ― Isto é inaceitável, Sr. Paine. Francamente, é uma decepção, uma vez que você foi recomendado inúmeras vezes pelos meus colegas. De acordo com nossos testes, este Ômega particular é muito fértil, perfeito para as experimentações de acasalamento forçado. A maioria dos Ômegas masculinos que testamos não sobreviveu à primeira rodada. Eu acho que este se sairá melhor. Enfurecido, Jarvis endureceu a sua mandíbula. ― Eu só estou atualizando sobre a situação. Eu sei o quanto o Ômega significa para você. Dê-me outra chance. Vou levá-lo para você.


Fez-se silêncio na outra extremidade. Jarvis começou a pensar que ele estava ferrado. As Indústrias Alpine era o seu maior cliente, e ele não podia se dar ao luxo de perdê-los. Ele recorreria a todos os meios para capturar essa porra de Ômega e receber o dinheiro da sua recompensa. ― Muito bem, Sr. Paine. Eu vou lhe dar mais uma chance, mas vou enviar alguém da minha confiança para trabalhar junto com você. Jarvis encarou as últimas notícias. Um parceiro significava uma divisão dos seus lucros, mas lembrando-se de onde estava, cercado numa cidade que odiava as Indústrias Alpine e tudo o que a empresa representava, Jarvis poderia jogar essa bola. ― Ok. ― Minha secretária, Julia, vai lhe dar todos os detalhes. Oh, e eu tenho algo que pode vir a ser útil para você. ― O quê? ― A fórmula mais recente do laboratório. Tome e você vai ser capaz de possuir pontos fortes e as habilidades de um shifter por uma ou duas horas, dependendo da dosagem. Jarvis fez uma careta. ― Parece bom demais para ser verdade, e por que você está dando isso para mim de graça? ― Vamos apenas dizer que é uma amostra, um brinde. Jarvis apertou a mandíbula. ― Você está me usando como cobaia? ― Vou deixar isso para você, quer opte por usar a fórmula ou não. Boa sorte, Sr. Paine. Jarvis desligou. Ele rolou para baixo as suas janelas para olhar para o prédio de apartamentos onde Brian e o shifter provavelmente estavam transando como animais. Talvez devesse obter um sabor de Brian para ver porque diabos havia tanto barulho em torno dele. Não tinha certamente ganho


nada nesta tarefa. Com um parceiro, as coisas só poderiam ficar mais fáceis depois de tudo. Se Brian ficasse no apartamento do lobisomem, Jarvis e o seu novo parceiro esperariam no esconderijo numa casa abandonada na periferia da cidade. Usava esse lugar quando as Indústrias Alpine ainda tinha seus laboratórios aqui, porque ele não podia ficar exatamente numa pousada. Com um sorriso, Jarvis se encostou no seu assento e esperou que a longa noite passasse.

Capítulo Cinco ― Beije-me outra vez, A.J, ― pediu Brian. ― Por favor. Eu quero a sua boca na minha de novo. Brian nunca tinha tomado a iniciativa na sua vida. Era emocionante, pensar sobre as coisas impertinentes que A.J poderia fazer com o seu corpo. A.J alegou que se sentia como metade de um homem, mas nenhum monte de homens viria em socorro de um estranho aleatório, ou seriam capazes de ser atenciosos e doces. A.J não respondeu. Agarrando a parte de trás do pescoço de Brian, reivindicou a sua boca e, mais uma vez, Brian se rendeu aos lábios exigentes. Era como fogo, com o calor capaz de incinerar tudo no seu caminho. O que quer que acontecesse depois desta noite, mesmo se as coisas não dessem certo, Brian poderia morrer feliz. A.J começou a desfazer os botões da camisa de Brian. Brian ajudouo, com a boca ainda mantida em cativeiro por A.J que afastou a boca de Brian e começou a beijar o seu caminho até o pescoço, demorando-se num determinado local, onde Brian sabia que ele poderia colocar a sua marca de companheiro e uni-los, até que a morte os separasse. Lobisomens acasalavam para a vida, e uma vez que A.J ligasse a sua alma, a ligação entre companheiros era mais sagrada e profunda do que quaisquer laços de


casamento. A espinha de Brian vibrou com entusiasmo. Sentia-se tão bem com a sensação dos lábios de A.J no lado do seu pescoço, lambendo e chupando o local. Apesar da parte lógica do seu cérebro estar gritando com ele para o empurrar para o lado, a outra metade dele, o lado primal, ousou instigar A.J. para fazê-lo, para ligá-los para a vida. Naqueles poucos momentos, enjoativos, Brian podia imaginar como seria estar com um protetor feroz, mas doce como A.J. Eles seriam perfeitos um para o outro, danificados por um incidente singular nas suas vidas, mas sendo tudo um para o outro. A.J podia ser um estranho com quem tinha se encontrado, mas Brian podia se imaginar acordando ao lado de A.J todas as manhãs encostado contra ele satisfeito. Ele poderia viver aqui, em Darkfall, encontrar um emprego, e eles poderiam mudar para um apartamento maior, ter um cão, e fazer todas as coisas normais que os casais felizes faziam. ― Eu não vou fazer isso com você, ― A.J sussurrou, provavelmente, mais para si do que Brian, mas ele ouviu mesmo assim. Brian recusou-se a mostrar a sua decepção, porém, quando A.J se afastou do local. Ele esqueceu tudo sobre a sua frustração quando A.J tomou o seu mamilo esquerdo na sua boca e aplicou sucção enquanto o broto endurecia. Sentindo os seus dentes sobre a pele sensível, Brian espetou os dedos no cabelo de A.J, não para impedi-lo, mas para encorajá-lo. Ele nunca pensou que gostaria de um pouco de dor junto com o seu prazer, mas gostou. Era assim tão estranho, uma vez que ele passou os últimos meses preso? A.J não julgou ou comentou, ele mordeu o seu mamilo até que Brian gritou. A.J lambeu a marca, e Brian sentiu as bochechas vermelhas. Ele adoraria ter a mordida de A.J sob as suas roupas, como seu próprio pequeno segredo íntimo. Com a marca, que tornava mais fácil imaginar como seria, pertencer a A.J.


O coração de Brian bateu quando a mão de A.J atingiu o botão da calça jeans. Ele agarrou a mão de A.J ― Espere, por favor. Eu quero fazer algo para você. A.J levantou uma sobrancelha, mas sua expressão virou-se para surpresa e, em seguida, prazer quando Brian ajoelhou-se entre as suas pernas. Brian olhou para a protuberância enorme nos jeans de A.J. Ele nunca tinha dado um boquete em toda a sua vida, mas ia fazer o seu melhor. ― Eu nunca fiz nada como isso antes, então me diga se estou fazendo algo errado, ― Brian murmurou, estendendo a mão para a ereção de A.J. Engoliu em seco quando A.J agarrou os seus dedos, levantou-os para a sua boca e os beijou. ― Eu vou. Sorrindo timidamente, Brian abriu o zíper da calça de A.J e tirou o seu pau. Seus olhos se arregalaram com o perímetro maciço. Brian nunca tinha visto nada tão grande na sua vida. ― Brian... Recuperando-se do seu choque inicial, Brian começou a trabalhar. Enrolando a mão sobre a base de A.J, ele colocou a boca perto da ponta do pénis e passou a língua sobre o pré-sêmen lá. Então este era o gosto de A.J. Girando a língua sobre a glande ouviu o gemido de A.J. Brian nunca tinha ouvido um som mais erótico em toda a sua vida. Quem diria que dar um boquete lhe daria tal poder inesperado? Abrindo mais a sua mandíbula, Brian tomou o pau de A.J entre os lábios. Engasgou num primeiro momento, não acostumado a ter um pau na sua boca, mas conseguiu continuar. Movendo a mão para baixo, Brian apertou as bolas de A.J ouvindo os seus gemidos de prazer, e continuou aplicando pressão nas suas bolas enquanto balançava a cabeça para cima e para baixo. A.J teceu seus dedos nos cabelos de Brian, e ele gostou disso também.


― Brian, preciso assumir. Brian puxou a boca do pau de A.J e assentiu. Manteve a boca aberta enquanto A.J fodia a sua boca com movimentos cuidadosos e firmes. Ouvir os sons vindos de A.J fez o seu próprio pau engrossar com necessidade. ― Toque-se, ― ordenou A.J Alcançando o seu eixo, Brian começou a bombear o seu pau. A.J soltou um arrepio e Brian percebeu que ele estava na borda. Empurrando o pau uma última vez, ele explodiu, esguichando cordas de gozo morno na garganta de Brian que engoliu tudo, não derramando uma gota. A.J atingir o clímax desencadeou o de Brian que choramingou redor do pau de A.J enquanto o seu sêmen revestia a sua mão. Torcido, mas sentindo-se satisfeito, Brian adotou uma posição sentada mais confortável, com as costas pressionadas contra as pernas de A.J que acariciou seus cabelos e inclinou a cabeça dando-lhe um beijo na bochecha. A voz de A.J era quente contra o seu ouvido. ― Eu não quero te foder aqui, filhote. ― Onde? ― Cama. A.J ajudou-o a levantar-se e levou-o a sentar-se na beira da cama. ― Eu vou buscar um pano para nos limpar, ― disse A.J Desaparecendo na no banheiro, A.J voltou com um pano e limpou-os. O gesto parecia íntimo de alguma forma, e até A.J terminar, o pênis de Brian estava acordado de novo, ansioso por mais. Vendo o seu pênis a meio mastro, A.J riu. ― Parece que o meu filhote tem alguma energia extra. Meu filhote. Oh, Brian não queria nada mais do que pertencer a A.J, mas ele não se atreveu a dizer isso em voz alta, por medo de assustá-lo e o afastar. ― Dispa-se, eu quero ver o resto de você, ― A.J disse acenando


para a sua roupa. Brian tirou os sapatos e não conseguia sair do seu jeans e boxer rápido o suficiente. Foi então que ficou ciente de A.J, ainda meio vestido, olhando para ele como se fosse a coisa mais desejável na terra. A pele de Brian estava quente de novo, e mal podia esperar que A.J colocasse as suas mãos e boca no seu corpo novamente. ― Posso vê-lo, também? ― Perguntou Brian. A.J tirou a calça jeans em tempo recorde, impressionante para um cara com um só braço. Andando até Brian, deu um empurrão suave no seu peito. O mamilo de Brian queimava com dor da sua mordida apenas momentos antes. Deitado de costas, Brian olhou para A.J. Algum temor deve ter aparecido nos seus olhos, porque ele disse. ― Relaxe, filhote. Machucar você é a última coisa que vou fazer. ― Eu sei, ― Brian sussurrou. ― É por isso que eu estou com medo. A.J franziu a testa ao ouvir suas palavras. ― O que isso significa? ― Nada. ― Brian balançou a cabeça, amaldiçoando-se por ser tão indeciso. ― Você não vai me montar? ― Droga, Brian. Você é realmente um tipo. A.J foi até a gaveta ao lado da cama e tirou um tubo de lubrificante. Shifters não pegavam doenças, e Brian queria sentir A.J levando-o sem camisinha. ― Isso é uma coisa boa ou ruim? ― Brian perguntou. A.J retornou para a borda da cama. ― Definitivamente boa. Separando as pernas de Brian, A.J levantou-as sobre os ombros. Brian ficou ciente de como era íntima esta posição. Ele não era virgem. Tinha estado com um homem, Tom, um ex-namorado que perdeu o interesse depois que admitiu sua preferência para ficar dentro de casa depois do seu cativeiro.


Perder Tom não doeu como Brian inicialmente pensou, e, além disso, sua relação tinha ido ladeira abaixo, mesmo antes de ser capturado. Ele não fazia o seu corpo reagir e o coração disparar como A.J, no entanto. Brian sabia que estava em perigo de se apaixonar duro e rápido por A.J, mas não se importou. ― A.J, por favor. ― O que você quer, filhote? ― A.J perguntou, divertido. A.J aplicou o lubrificante nos seus dedos, e mais abaixo no buraco de Brian. Brian gemeu quando ele deslizou um dedo para dentro e, em seguida, um segundo, esticando-o para o seu acesso. ― Eu quero o seu pau na minha bunda. A.J retirou os dedos e, em seguida, colocou um, enroscando-o. Brian engasgou quando A.J chegou ao seu ponto doce. ― Rápido e direto. Eu gosto disso, filhote. ― Se você gosta tanto, então venha e me reivindique. ― Ainda estava chocado por ser capaz de ser tão ousado com A.J. Levaria tempo para se acostumar, mas Brian gostava de ser esta nova pessoa que sabia exatamente o que queria, e queria A.J. A.J tirou os dedos. Depois de aplicar mais lubrificante na sua abertura, A.J posicionou o seu pênis no seu buraco enrugado. ― Pronto? Brian assentiu. A.J agarrou o seu quadril, e começou a martelar com ele, lento e fácil, sem dúvida, até que Brian se acostumou ao seu tamanho. ― Deus, ― Brian sussurrou. Sentindo cada polegada do pênis dentro dele apertou os músculos internos em torno de pau de A.J ― Porra. Você é tão apertado, filhote. Relaxe. Eu vou fazer você se sentir bem em breve. Brian respirou dentro e fora até A.J embainhar-se todo o caminho,


suas bolas roçando o traseiro de Brian. ― Está bem, filhote? ― perguntou A.J ― Você é tão grande, eu posso sentir você dentro de mim, ― Brian disse, sorrindo. A.J inclinou o seu corpo sobre Brian e beijou-o rapidamente nos lábios. ― Você está pronto para me levar? ― Sim. A.J começou a mover-se dentro e fora dele,

eventualmente,

encontrando um ritmo constante. O ardor inicial desapareceu e logo deu lugar ao prazer. A.J era incrível. Brian sentiu o seu lobo e o lobo de A.J se esfregarem ao mesmo tempo que os dois. Cada vez que os seus corpos se uniam, parecia que as suas almas eram conectadas também. ― A.J, ― Brian murmurou. ― Mais rápido, por favor. A.J pegou velocidade, seus impulsos indo mais fundo, rompendo lugares que ninguém havia tocado antes reduzindo-os a massas ofegantes. Precisando de algo para se agarrar, Brian passou os braços em volta do pescoço de A.J, mas ele não pareceu se importar. A.J mudou o ângulo dos seus impulsos e atingiu a próstata de Brian. Jogando a cabeça para trás, Brian arqueou as costas e soltou um suspiro. Sorrindo, A.J apontou para o local várias vezes, quase conduzindo Brian para a borda. A.J foi para trás, Brian agarrado a ele a cada estocada. Ele estendeu a mão para o pênis de Brian e começou a deslizar o punho para cima e para baixo. ― goze para mim, filhote. Goze agora, nos meus dedos. Brian choramingou. Com a cabeça girando, soltou um grito e explodiu, revestindo os dedos de A.J sentindo sua mente voar. A.J empurrou nele várias vezes antes de deixar escapar um rosnado triunfante e jogar a sua carga no traseiro de Brian.


― Foda-se, ― disse A.J depois, caindo contra ele. ― Sim, foi incrível, ― Brian sussurrou. Sentiu-se lânguido e completamente satisfeito. Ele estendeu a mão, acariciando A.J e as suas costas musculosas. ― Nós devemos fazer isso de novo, em breve. ― Conte com isso, filhote, ― disse A.J no seu ouvido. Ficaram assim por um par de minutos antes de A.J se levantar. ― Vamos para o chuveiro. Brian pegou na sua mão estendida e deixou A.J levá-lo para o chuveiro. O sexo alucinante realmente aconteceu? Sentindo-se lento, Brian sentiu a mão ensaboada de A.J lavá-lo. A próxima coisa que percebeu é que A.J enxugou-os e que estavam de volta a sua cama, felizes e aconchegados. A.J

puxou-o

automaticamente

num

abraço,

como

se

Brian

pertencesse ali. ― Isso parece bom, ― Brian murmurou. Suas pálpebras caíram, mas pela primeira vez, não tinha medo de dormir. Hoje à noite, Brian sabia que não teria pesadelos, não com A.J tão perto. ― Eu não quero que esta noite termine. ― Não precisa. Brian não discutiu. Às vezes, era bom fingir.

Capítulo Seis A.J acordou com o um som de um gemido estranho. Este som era desconhecido. Abrindo os olhos, sua respiração ficou suspensa na garganta


com a visão de Brian aconchegado ao seu lado, tão perto de A.J, que poderia inclinar-se e beijar o sexy Ômega. A.J, não queria acordar Brian, que parecia tão adorável. Durante a noite, A.J percebeu que ele manteve o braço em torno de Brian, como estivesse aterrorizado que escapasse das suas mãos. Recordando a paixão de ontem à noite, A.J começou a sorri. Quando ouviu a vibração do celular no armário, ele gemeu. Ele poderia ficar assim durante todo o dia, com Brian aconchegado ao lado dele e segurando-o como uma tábua de salvação, mas tanto A.J e Brian precisavam de mais. Brian tinha ficado hesitante da última vez, recusando-se a acreditar no que eles tinham juntos e pesava que eles não poderiam ir além de um caso de uma noite, mas A.J sabia a diferença. Na noite passada, ele percebeu que Brian era o único homem para completá-lo. O telefone de A.J soou novamente. Relutantes em se separa de Brian, A.J queria ignorar o celular, mas poderia ser alguma coisa importante. Cuidadosamente, A.J retirou o braço de Brian, na sua ausência, A.J deu a Brian um travesseiro para abraçar. Sorrindo com a visão de Brian envolvendo os braços e as pernas em torno desse travesseiro, desejando que fosse ele, A.J. Quando tirou a atenção de Brian, começou a verificar o seu celular. Havia uma abundância de chamadas não atendidas de um número que A.J pensava que nunca iria ver novamente. A.J respirou fundo, mas quase perdeu o controle quando viu o resto de textos de Kyle. Kyle queria pegar o resto dos seus pertences agora, e A.J tinha dito para ele tirar há uma semana atrás. Que porra e essa? A.J tinha-o esperado, mas Kyle só teve a coragem de responder a sua mensagem agora. Seu coração apertou na última linha. Chegando ai em quinze minutos. ― Merda. A.J murmurou mais algumas maldições em voz baixa antes de colocar alguma roupa e calmamente fechar a porta atrás de si, aliviado que Brian não tinha acordado. Com o seu telefone no ouvido, A.J tentou ligar para Kyle, na


esperança de convencer o seu ex a vir mais tarde ou outro dia. A última coisa que A.J queria era perturbar Brian, especialmente quando ele se assustava tão facilmente. Não que A.J poderia culpar Brian, depois de tudo o que tinha passado. A noite passada tinha sido incrível. Isso significava que hoje tinha que ser uma merda? ― merda ― A.J murmurou. Quando isso não funcionou, ele mandou uma mensagem para Kyle, mas o filho-da-puta não respondeu. Quando a campainha tocou A.J fervia de ódio. Seu lobo queria destruir alguma coisa, mas ele não queria que Brian acordasse com a visão dele socando o seu ex. Abrindo a porta com um rosnado. Antes de conhece Brian, ele não tinha nada, estava infeliz desde que Kyle o tinha deixado. Inferno, nos seus dias ruins, ele quase quis deixar o seu orgulho de lado e pedir para Kyle dar-lhes outra chance. Vendo o rosto arrogante de Kyle agora, A.J queria torcer o pescoço do humano. ― Que porra, Kyle? Por que não atende o telefone? Você deveria ter me dito que estava vindo mais cedo. A.J encarou Kyle quando Kyle passou por ele. ― Por quê? Você tem planos? A.J não mordeu a isca. Ele caminhou até o armário e arrastou para fora as caixas que continham o material de Kyle. ― vai embora agora. Fazendo Beicinho, Kyle olhou-o por um par de segundos. ― Não seja assim, A.J Nós estivemos juntos por um longo tempo. Não podemos ser amigos? A.J queria dizer a Kyle para ir se foder, em vez disso disse ― não. Não entendendo o ponto, Kyle revirou os olhos e aproximou-se dele. A.J o empurrou quando Kyle colocou a mão sobre o peito. Kyle fez uma careta. ― Vamos, A.J Certamente nós estamos além de brigas mesquinhas. Havia apenas uma razão para Kyle agir dessa maneira. ― O que? Sua última conquista terminou com você? ― A.J


perguntou, sem se preocupar em esconder o frio na sua voz. Kyle o olhou com um olhar magoado, mas ele sabia que o ser humano gostava de atuar. E A.J aprendeu da maneira mais difícil que Kyle só ficou com ele porque o ser humano gostava de ostentar que tinha um lobisomem poderoso como seu namorado. Ninguém iria mexer com Kyle, depois disso, e dado que A.J tinha descoberto que Kyle devia muito dinheiro para pessoas, ele adivinhou que Kyle estava usando-o. ― Você nunca foi cruel, A.J. ― Engraçado. Lembro-me de que você que me feriu primeiro. Além disso, eu segui em frente e assim como você. Pegue suas coisas e saia antes que eu chute o seu traseiro para fora. Kyle estreitou seus olhos, e olhou para a porta. ― Vejo que você encontrou alguém para me substituir. A.J virou-se ao som de um suspiro. Brian estava ali, vestindo uma das suas camisas e nada mais, segurando a moldura da porta com tanta força, que os dedos ficaram brancos. ― Lembro-me de que você gosta deles jovens ― disse Kyle, zombando. ― Dá o fora antes de eu arranque a sua garganta ― A.J avisou. Kyle rapidamente pegou as suas coisas e saiu correndo, deixando A.J com Brian. Ele se virou, não gostando do olhar que Brian lhe deu. ― Parece que você faz isso muitas vezes. ― Brian disse, levantando o queixo. A.J deu um passo em direção a ele, mas Brian balançou a cabeça, com a expressão furiosa no rosto. ― Não chegue mais perto ― Brian sussurrou. ― Eu não vou te machucar. ― Fisicamente, não, mas você é capaz de ferir o meu coração. A.J fechou a sua mão em um punho. ― Brian, eu não sei o que você


está pensando, mas isso e um mal-entendido sobre alguma coisa. ― Eu sabia que ontem à noite não poderia ser real. O que eu estava esperando? Um cara como você não sai com uma pessoa feito eu, magro, inábil. ― Não fale assim de você. Brian zombou. ― Eu sabia que após o incidente, ninguém me queria. Por que eu iria assumir que você queria me manter? ― Brian, espere. Brian não ficou tempo suficiente para ouvir. A.J resmungou sob a sua respiração quando Brian recuou de volta para o quarto, apenas para sair na sua calça jeans e sapatos. ― Esse cara é o meu ex. Ele estava aqui para pegar as suas coisas. Não entenda mal. ― A noite passada não deveria ter acontecido. Palavras que saíram da boca de Brian fizeram A.J ficar sem palavras por alguns momentos. A.J começou a explicar novamente, e decidiu, cala-se. Não importa o que ele dissesse, Brian não queria ouvir o que ele estava dizendo. O Ômega tinha feito suas próprias suposições e não iria mudar de ideia. Embora o seu lobo argumentasse com A.J para fazê-lo ouvir, A.J sabia que Brian merecia o melhor - certamente não um lobisomem de um braço só. O que ele estava pensando, fazendo sexo com Brian na noite passada? Mas A.J mereceria a felicidade, também? Ele não tinha imaginado a química entre eles na noite anterior, ou a forma com os seus lobos estavam se sentindo ao ficar juntos. Se ele recordou as últimas horas, A.J percebeu que ele não iria se arrepender nem um pouco, porque na noite passada eram duas almas solitárias que procuravam conforto um no outro. Nada errado com isso, mas por que A.J estava se sentido tão culpado?


Sem outra palavra, Brian saiu pela porta. ― Que porra é essa? ― A.J murmurou Ele não estava correndo atrás de Brian, mas mesmo assim, olhou para fora das janelas do apartamento para ver Brian no andar de baixo, telefonando para alguém, provavelmente um amigo. Não estava tarde para A.J ir atrás dele. O que estava errado? Ele esfregou o seu rosto. O sexo alucinante, ele amava, mas tinha o lado emocional que vinha com qualquer novo relacionamento, A.J poderia ficar sem isso. A.J poderia chamar o que eles tinham feito como um relacionamento? A.J franziu a testa quando ele avistou o sedan preto sem marcação do outro lado da rua com placas desconhecidas. Seu lobo acordou dentro dele, alarmado. A.J agarrou as molduras das janelas, se perguntando por que diabos aquele carro parecia familiar. Ontem à noite ele se lembrava de ver um carro semelhante atrás dele. A.J pensou que tinha sido um produto da sua imaginação, mas seus instintos estavam alertando que Brian estava em perigo. Dois homens saíram do carro. Um vislumbre dos revólveres que estava debaixo das suas jaquetas, enviou A.J para fora do seu apartamento. Lembrou-se de pegar o seu telefone celular e enviar um texto rápido para Michella. Que porra estava acontecendo? Quem eram esses homens, e o que eles querem com Brian? Esta era a sua cidade, ou, mais apropriadamente, este lugar era dos lobos da montanha Darkfall. Aqueles que eram tolos o suficiente para mexer com eles mereciam a morte certa. Todo mundo sabia disso, mas esses bastardos não. Depois de descobrir sobre os testes secretos, que matavam os seres humanos, os líderes da matilha tinham reforçado a segurança. A.J também sabia que a matilha tinha começado a relaxar a guarda depois de tantas semanas de paz. ― Merda. Brian, eu sinto muito por não correr atrás de você imediatamente.


A.J ofegava quando ele chegou ao elevador. As portas mal tinham aberto antes dele correr, o seu coração disparado e a sua respiração apertada. Ele nunca havia sentido tanto medo em toda a sua vida. A.J havia enfrentado vários desafios, e ficou com medo em algumas vezes, mas ele nunca tinha sentido medo assim. Deus. Este terror comeu-o de dentro para fora, e ele sabia que nunca se perdoaria se algo acontecesse com Brian. Até o momento quando chegou lá fora, já era tarde demais.

Capítulo Sete O lobo de Brian começou a fica inquieto dentro dele logo depois que ele ligou para Jon para pegá-lo. Ele sabia que Jon estaria em Northfield agora, mas Brian sabia que podia contar com o seu melhor amigo. Graças a Deus que ele tinha pegado a sua carteira quando saiu da casa do A.J. Toda a sua atenção tinha ido para um carro parado e dois homens que saíram dele. Tempo congelou. E por um segundo, Brian não poderia fazer nada, pois a sua mente o estava levando para o passado. Tinha sido em uma manhã brilhante e ensolarada como esta, há seis meses, que tinha acontecido o seu sequestro. Brian estava no seu caminho para o trabalho quando dois homens, vestidos iguais a estes, tinham levado para longe e para o inferno. ― Fique bem longe de mim ― Brian conseguiu dizer. O mais alto riu, riu, com suas ameaças, mas ele não estava errado. Brian poderia ser um shifter, mas até que tinha acontecido o seu sequestro, ele não tinha pensado que a sua espécie era vulnerável ao nível de dor que ele tinha experimentado. ― Não faça isso difícil para nós, Ômega. Venha em silêncio ― disse o segundo, o careca. Brian finalmente conseguiu se mover. Ele poderia fazê-lo, correr de volta para o apartamento de A.J e chamar por socorro. Mas um deles retirou


da jaqueta uma arma. Brian mal desviou da bala a tempo. Ele tropeçou, raspando os seus joelhos sobre o cascalho, mas ele estava de volta aos seus pés em segundos. Brian se recusou a ser levado vivo novamente. Nunca mais ele iria ser fraco novamente. No entanto, ali estava ele, agindo como uma presa. O mundo não podia deixá-lo em paz? Ele não podaria confiar na sua mudança, pois eles matariam antes que ele pudesse terminar. O careca disparou novamente, e Brian silenciosamente desejou que os seus pés pudessem andar. A dor rasgou através do seu ombro. A agonia quase o distraiu, mas Brian forçou-se a andar. Levou um segundo para perceber que o Careca estava atirando de propósito, levando-o para longe do apartamento de A.J e dentro de um beco onde ninguém poderia ver, o que acontecia em seguida. Ele tentou voltar para a segurança do apartamento onde A.J esperava por ele. Deus! Brian tinha pensado que essa cidade era o lugar mais seguro da Terra. Brian correu para o beco, esperando para fazer a sua fuga de lá. Seus pulmões ardiam por ar, lembrando-lhe que ele precisava começar a se exercitar, se ele conseguisse sair fora de lá vivo. Vendo o beco sem saída, Brian respirou, chegando a um impasse. Os dois homens bloquearam o corredor, armas apontadas para ele. Brian deu vários passos para trás até que as suas costas bateram na parede de tijolo. ― Não há nenhum lugar para você ir, Ômega. Brian olhou para a esquerda e para a direita, com olhos selvagens. Ele abriu a boca para gritar. Certamente alguém pudesse ouvi-lo. A.J poderia mesmo vir em seu socorro, ou alguém poderia ajudar, mas não teve tempo, pois eles atiram um dado tranquilidade. ― Um agente paralisante, cortesia dos laboratórios das Indústrias Alpine ― o Careca disse com orgulho. Sentindo as pernas paralisadas, Brian caiu contra a parede. Ele lutou para permanecer acordado, mas a sua visão começou a ficar embaçada, um


cenário familiar. Não muito tempo atrás, um casal de homens de preto o havia agarrado e espetou uma seringa no lado do seu pescoço. A próxima coisa que Brian sabia, ele tinha acordado em um veículo de transporte acorrentado. Lembrou-se do suor frio que tinha passando por todo o seu corpo. O pânico se estabeleceu, e ele começou a bater nas paredes do veículo até que um dos guardas o silenciou. Brian lutou para permanecer acordado. Ele não poderia suportar ser sequestrado e acordar dentro de um veículo de novo, porque ele sabia que, no fundo, ele não iria viver através da experiência duas vezes. Além disso, esses seres humanos não eram burros. Eles provavelmente iriam montar um novo laboratório longe de Darkfall e a sua cidade natal, em algum lugar aonde A.J não seria capaz de encontrá-lo. A.J... Droga, Brian tinha muito a dizer para A.J Se Brian saísse disso, ele diria a A.J tudo, incluindo a razão pela qual ele correu. Que ele estava com medo de enfrentar a verdade, que eles eram companheiros, perfeitos um para o outro em todos os sentidos. Talvez por isso Brian tinha abraçado A.J, instintivamente, quando A.J o tinha resgatado e os outros em primeiro lugar. Vendo uma figura familiar segurando uma espingarda com uma mão atrás dos dois mercenários o prendeu, Brian gritou. Ele tentou avisar A.J para se manter afastado, mas tudo o que conseguiu foi um suspiro. Sua visão começou a falhar, mas ele não poderia ficar inconsciente ainda. O que A.J estava pensando? A.J empunhou a arma com experiência, mesmo com uma mão, e disparou no careca primeiro. O cara caiu, uivando e agarrando a sua perna. Brian tinha que dar crédito ao parceiro por tentar atirar em A.J novamente, mas A.J. chutou a arma. O careca girou, os olhos apertados, mas ele não era tão inexperiente quanto o seu parceiro. ― Um shifter aleijado acha que pode ajudar? ― o careca zombou. Ele tirou uma seringa do bolso. Será que isso continha o agente


paralisante, também? O estômago de Brian apertou. Não A.J, também. Para sua surpresa, O Careca mergulhou-a ao lado do seu próprio pescoço e, em seguida, jogou para o lado. Ele parecia sofrer algum tipo de apreensão estranha. Rosnando, A.J se virou, prestes a dar outro tiro. Brian sabia que seria difícil, dado que A.J podia acabar atirando nele, também. O Careca sacou a arma com velocidade semelhante. Ele se esquivou do tiro, em seguida com cuidado mirou em A.J com velocidade incrível, e ele deu um tiro, batendo A.J diretamente no peito. Não, Deus, não o leve para longe de mim, logo depois que eu o encontrei. Tempo abrandou para um rastreamento. Tudo parecia se mover em câmera lenta, como nos filmes, mas era a vida real. A.J tropeçou, mas O Careca atirou novamente, desta vez apontando para o estômago. Mais manchas de sangue apareceram na camisa de A.J. ― Foda-se, eu não tenho tempo para isso ― disse O Careca, para grande alívio de Brian. Ele encontrou o olhar de A.J do outro lado do beco. Seja forte, Brian teria dito se ele tivesse pleno uso da sua boca. Era sua imaginação, ou A.J moveu os lábios, tentando lhe dizer alguma coisa? Por que O Careca não matou A.J? Por que as balas não eram de prata? O pensamento fez o interior de Brian torcer. Se fosse de prata, o veneno iria infiltrar-se no sangue de A.J e matá-lo. Não se preocupe comigo. Essas foram as palavras que A.J havia dito, para Brian. De que jeito ele não se preocuparia com ele? Ele precisava confiar em A.J agora mais do que nunca, apesar de tudo. O Careca caminhou até ele. Sem outra palavra, O Careca jogou-o sobre um ombro e levou-o para fora de lá. Que diabos era esse cara? Nenhum ser humano se movia igual a ele. Seu olhar se deslizou para a seringa abandonada. O logótipo das Indústrias Alpine estava impresso no vidro. Uma realização terrível bateu em Brian. Esta


foi a razão pela qual eles estavam experimentando em shifter, para criar esta monstruosidade que deu aos humanos as suas capacidades? O medo real finalmente chegou. Com uma arma igual a essa, e sendo utilizada em seres humanos, o que poderia acontecer com a frágil paz entre os seres humanos e sobrenaturais

normais?

Com

esse

pensamento

persistente,

Brian

caiu

inconsciente. A.J permaneceu lá, caído no beco sujo enquanto o humano armado levava o seu companheiro. Seu companheiro, e A.J tinha falhado. Que tipo de shifter era ele? O mínimo que ele poderia ter feito era evitar que Brian abandonasse o seu apartamento, mas isso teria sido inútil. Esses homens provavelmente teriam emboscado Brian e o levado no momento em que A.J não estivesse olhando. Um grunhido escorria da sua boca. A.J tossiu mais sangue. Ele não podia ficar aqui, fervendo e se afogando em auto aversão e piedade. Apesar dos seus ferimentos, ele conseguiu puxar o celular do bolso e discar o número de Michella. ― A.J, eu recebi o seu texto, Dino e eu estamos a caminho ― veio a voz de Michella na outra extremidade. A.J conseguiu apenas um suspiro doloroso. ― A.J? Foda-se, fale comigo. Você está ferido? Onde está você? Ainda está no seu apartamento? A.J embalou o telefone ao ouvido e olhou para a parede de tijolos na frente dele. Foda-se, ele não poderia mesmo proteger a única pessoa que importava para ele. Ele passou a maior parte da sua vida à espera da sua alma gêmea, e quando Brian apareceu, A.J não poderia mesmo lutar tempo suficiente para mantê-lo. Uma parte dele tinha morrido quando ele se tornou um aleijado. ― Sim, no beco ao lado do meu prédio. Eu levei um tiro ―, A.J respondeu, a voz tremendo de raiva. ― Eu encontrei ele e perdi, Michella.


― Quem? ― Meu companheiro. Ele é uns daqueles que salvamos, mas eu o perdi de novo ― A.J sabia que ele balbuciava, mas ele não se importou. ―Na verdade, esqueça que eu liguei. Eu sou inútil para Brian, para a matilha. Você deve apenas me deixar morrer na miséria. ― A.J... A.J desligou e olhou para as manchas de sangue na sua camisa. Ele poderia ter sofrido ferimentos pior ao longo dos anos, mas ele sempre curava. Bem, exceto o braço, mas mesmo perder o seu membro não se comparava com a dor de perder Brian. Sua visão piorou. Quanto tempo tinha passado? À distância, poderia ouvir um carro parar e passos. Lembrou-se de ver o rosto preocupado de Michella e o seu cabelo loiro, dobrando-se sobre ele, mãos pequenas, tocando ao lado do seu pescoço para sentir a sua pulsação ― Ele está vivo ― ela murmurou com alívio visível. Por que eles não deixavam ele morrer? Certamente não merecia viver depois de tudo que aconteceu, mas talvez pudesse convencê-los a A.Judar Brian.

Capítulo Oito ― Michella, o curador está a caminho ― disse Dino em uma voz profunda. ― A.J, ouviu isso? A ajuda está vindo ― disse ela, sentada ao lado dele. Michella tocou os seus dedos, seu calor era reconfortante. Ele podia


sentir sua manipulação dos laços do bando para manter a sua força de vida. A.J lembrou de todas as vezes que a Gama tinham vindo até o seu apartamento nas primeiras semanas depois que ele perdeu o seu membro. Ele estava inconsolável, um pé no saco. Antes do acidente, ele nunca tinha estado perto de Michella, mas ela eventualmente tornou-se sua amiga. Sentia-se culpado por chamá-la quando ela poderia tê-lo deixado para morrer. ― Vá embora ― ele murmurou. ― Eu quero morrer. Para uma mulher pequena e tal, ela apertou os seus dedos ao ponto de dor, fazendo-o ofegar. Apesar de ter vinte e poucos anos, a maioria dos membros do bando a via como uma espécie de mãe, irmã e amiga. Ela sempre tinha olhos bondosos, mas foi a primeira vez que A.J tinha visto os olhos normalmente castanhos virar ouro de raiva. O olhar lembrou A.J dos seus enormes e poderosos irmãos, o pacote de Alfa e Beta. Sua voz saiu como aço. ― Você disse que encontrou o seu companheiro, A.J Viva, para que você possa vê-lo novamente. ― Eu não pude salvá-lo. Olhe para mim. Eu sou uma porra de uma bagunça, o que pode um shifter de um braço só fazer? O tapa o chocou. ― Ouch. ― Superar a si mesmo. Você disse que o salvou uma vez. Você pode fazê-lo novamente. ― Havia aço na sua voz. ― Eu não posso nem me salvar ― A.J sussurrou. Ela persuadiu a história dele e A.J percebeu que ela manteve-o falando para que ele permanecesse consciente. A próxima coisa que A.J percebeu, o curador do bando, Doc, veio correndo para o beco com o seu kit médico nas mãos. Michella deu ao Doc algum espaço, mas não foi longe, e A.J ficou aliviado. Michella, e até mesmo Dino, o observavam com cautela. Ao longo dos meses, A.J tinha esquecido que tinha uma família, que


se preocupava com ele. Michella fez o esforço para deixar tudo e conversar, apesar

dos

seus

deveres

como

Gama.

Outros

membros

do

bando

constantemente davam desculpas para fazê-lo sair, e A.J recusou-os a cada vez. Ao contrário de Brian, ele não estava sozinho. Mas, com essa lógica, Brian tinha ele, também. A.J grunhiu quando Doc extraiu as balas de prata, mas ele recusou-se a gritar. Ele pensou em Brian, assustado e sozinho, trancado dentro do portamalas mínimo do carro do caçador de recompensas. Com a cabeça firmemente de volta no lugar, A.J lembrou a forma como o homem se movia, quase como um shifter, apesar de cheirar distintamente a humano. Doc terminou o curativo. ― Ele precisa de descanso, e muito, ― Doc estava dizendo para Michella. ― Eu vou dar-lhe analgésicos para dormir. ― Não! ― A.J disse bruscamente. ― Eu não posso me dar ao luxo de descansar. Foda-se, eu tenho coisas para fazer, lugares para ir. Doc empurrou para cima os óculos na ponta do nariz e deu-lhe um olhar severo. ― Com licença? A.J olhou para a Gama, ou melhor, encarou-a. Parecia que ela o entendeu. Michella sorriu. ― A.J, você tem um olhar diferente agora. ― Eu era um babaca, ― A.J concordou. ― Ainda é ― Dino murmurou, olhares de punhais na sua direção. Como executor pessoal de Michella, A.J supôs que ele tinha o direito. Dino ou Raul, o outro executor, iriam dar-lhe olhares de reprovação a cada vez que pegou Michella indo ao seu apartamento, como se A.J de alguma forma fosse roubá-la para si. Os membros do bando sempre faziam apostas de quando Dino e Raul iriam criar coragem de finalmente tomar Michella como sua companheira. Dino e Michella ajudaram-no a ficar de pé.


― O homem que sequestrou Brian, ele injetou-se com algum tipo de fórmula que o fez mais rápido e mais forte, como nós. Michella franziu a testa, mas não parecia tão chocada quanto A.J pensou que ela estaria. ― Você sabia que os seres humanos estavam desenvolvendo isso? ― A.J perguntou. ― Sergio, Alessio, e eu não passamos nossas suspeitas para o bando. Nós temos tido alguns relatórios e fofocas, mas nenhuma prova física. ― Dino e Michella colocaram A.J no banco de trás do caminhão de Dino. Doc juntou-se a A.J na parte de trás, verificando as suas ataduras e A.J. murmurou baixinho. ― É real. É melhor acreditar. Doc, me ajude a sentar, ― A.J murmurou, estremecendo enquanto Doc ajudou a sustentá-lo. Dino assumiu o volante e Michella pegou o rifle. ― Mas nós precisamos chegar a Brian primeiro. Por favor. A.J adicionou a última palavra como uma reflexão tardia. ― Você não está em condições de lutar, ― Doc interrompeu. ― Especialmente se o que você disse sobre estes seres humanos e a sua arma secreta é verdade. ― Acho que o humano que foi embora não tem um monte de ajudantes. Eles teriam que manter sua pequena equipe, caso contrário um dos nossos lobos ou aliados iriam notar um humano suspeito, carregando munições passeando pela cidade. Michella assentiu. ― Eu estou chamando meus contatos. Dino, dirija. ― Pra onde? ― Perguntou Dino. ― Baixe os vidros, eu ainda posso sentir o cheiro de Brian. ― O lobo do A.J disse a ele que não estavam muito longe. Se o careca tinha estado perseguindo Brian por um tempo, ele deve ter algum tipo de refúgio em Darkfall. Após o bando destruir os laboratórios


experimentais das Indústrias Alpine, os seres humanos devem ter aprendido a lição e se estabelecido em outros lugares. A.J esperava que o cara que ele atingiu no beco ainda estaria vivo para interrogatório. Infelizmente, o cara tinha morrido e A.J teve de chamar alguns seus membros do bando para ajudar a limpar a bagunça. Os sequestradores restantes devem ser algum tipo de mercenário, contratado pelas Indústrias Alpine. Que lugar melhor para se esconder do que diretamente sob seus narizes? ― Vocês são loucos, ― Doc murmurou. ― Gama, eu esperava mais de você. Michella colocou o telefone em espera para responder ao Doc. ― Doutor, eu vi um par dos nossos membros do bando encontrar os seus companheiros ao longo dos últimos meses, incluindo os meus irmãos. Nós lobisomens fazemos coisas loucas quando nossos companheiros estão em apuros. Acredite, isso é abrandar os danos. Ela fez algumas chamadas. A.J tentou pegar o cheiro do seu companheiro de novo, mas ele tinha desaparecido. ― De acordo com o nosso contato were corvo, ele viu uma atividade suspeita em uma das casas abandonadas na Lavender Street. A.J franziu a testa. ― Se me lembro, toda essa rua está fechada, prestes a ser transformada em um novo empreendimento. ― É na periferia da cidade, também ― acrescentou Dino. ― Nossas patrulhas raramente chegam nessa área. ― Há dois outros locais ― disse Michella. Era um risco, A.J sabia, porque se eles cometessem um erro, ele poderia acabar perdendo Brian. Uma vez que Brian estava fora do território Darkfall, seria muito mais difícil encontrá-lo. O instinto de A.J lhe disse que era aquela casa. ― Vamos para a Lavender Street ― ele interrompeu.


― Vou mandar outros lobos para as demais localidades, apenas para verificação ― disse Michella. Depois que ela terminou de organizar as outras equipes, A.J ficou impressionado e um pouco humilhado. Ele teve de perguntar ― Por que você está me ajudando? Por que os outros? ― Você se esqueceu, A.J? Nós cuidamos dos nossos. Você teria feito o mesmo por qualquer um de nós, mesmo que você tenha sido... difícil ― disse ela. ― Sim, eu tenho estado preso no meu próprio inferno particular por tanto tempo, precisou um Ômega sexy e um tiro para me acordar de novo ― A.J resmungou. ― Este ômega deve ser alguma coisa. Mesmo que A.J. não pudesse ver a sua expressão de costas, ele sabia que ela estava sorrindo. ― Você sabe, Alessio e Sergio me disseram que eu estava perdendo o meu tempo, tentando traze-lo de volta à terra dos vivos ― ela meditou. ― Você não perdeu, no entanto, ― A.J apontou. ― Não, toda a vida vale a pena salvar ― ela parecia melancólica, um pouco triste. Através do espelho retrovisor, A.J notou Dino dando-lhe um olhar. ― De qualquer forma ― continuou ela. ― Uma vez que chegar lá, A.J, você vai ficar. ― O que? Eu preciso ir. Brian não conhece qualquer um de vocês ― A.J protestou. Ele sabia que a sua lógica era boa. Ele foi ferido e incapaz de mudar. A.J confiava na sua família, mas ele era o rosto que queria que Brian visse. ― Doc vai ficar para ter certeza de que você vai ficar parado ― Michella continuou. Ela virou a cabeça para olhar para ele. ― A.J, que uso tem se você estiver morto e Brian salvar-se? A.J não gostou nem um pouco, mas ela tinha um ponto.


― Tudo bem, mas eu vou entrar se vocês demorarem muito. Dino resmungou. ― Michella, você não deve ir. O bando não pode correr o risco de perder você. ― Eu não sou impotente, Dino ― ela respondeu, parecendo irritada. ― Eu sei mas... ― Direito de Dino ― disse Doc para surpresa de todos. ― Fique com A.J Eu vou com Dino. Eles chegaram ao bairro, casas em ruínas vazias e grama não aparada olhava de volta para eles. O lugar parecia estranhamente calmo, como uma cidade fantasma. Dino desligou o motor duas casas de distância de onde eles suspeitavam que o mercenário estava escondido com Brian. O carro permaneceu estacionado na garagem de uma casa, por isso, o mercenário não iria vê-los chegando. ― Uau, eu agradeço a todos vocês sendo tão atenciosos ― A.J não poderia manter a mordida fora da sua voz. ― Mas, doutor, você não é um lutador. Doc endureceu. ― Eu posso lutar. Deixe para mim. Michella soltou um suspiro de frustração. ― Bem. A.J e eu permaneceremos aqui no caso do mercenário fazer uma fuga precipitada. Dino e Doc saíram do carro. A.J assistiu-os pegar as armas. Ele não se surpreendeu que Dino mantivesse algumas peças de reposição. Todos os aplicadores do bando tinham, no caso de uma emergência. Dino deu a A.J e Michella dois rifles e revólveres. Ao vê-los correr em direção à casa, A.J verificou suas armas e viu Michella fazendo o mesmo. ― Michella ― A.J disse. Ele precisava falar para colocar a sua mente fora da sua preocupação. Deixar outro salvar o seu companheiro não era ideal, mas ele não tinha escolha. A.J podia simplesmente acabar estragando a operação.


― Agora, você disse que toda vida valia a pena salvar. Você parecia que estava falando de experiência pessoal. ― Será que eu? Eu acho que eu fiz. ― Ela não parecia interessada em elaborar, pela primeira vez. ― Por que você não aceita Dino e Raul como seus companheiros? Quero dizer, é claro para todos que vocês três pertencem um ao outro. Para sua surpresa, Michella soltou o cinto de segurança e apertou-se através dos bancos para se sentar ao lado dele. Ela olhou pelas janelas para verificar se a rua estava em silêncio antes de responder-lhe. A.J sabia que ela A.Judava a certificar-se que outros membros do bando encontrassem e mantivessem seus companheiros também. ― Lembra-te do meu dom? ― Perguntou ela. ― Como eu posso esquecer? Diferentemente da maioria dos lobisomens, você pode sentir as emoções dos outros. Essa é a principal razão pela qual eu tentei mantê-la fora do meu apartamento, em primeiro lugar, porque eu estava com medo que você veria através de mim. ― Bem, ele não era meu, para começar. Ele pertencia a outra pessoa. Quando ele morreu, ele passou para mim. ― Ele? Um velho amante? ― A.J ficou intrigado. Michella raramente falava sobre a sua história pessoal a ninguém. ― David. Ele não era um shifter, mas um ser humano dotado. Psíquico, alguns chamariam assim. Ele era o irmão mais velho de Dino. David e os pais de Dino morreram quando eles eram muito jovens. David levantou Dino, e em alguns aspectos, Raul, também, porque eles estavam sempre juntos. A.J piscou, finalmente entendendo. ― Oh, espere, Dino é dez anos mais velho do que você. Isto faz... Ela bateu no seu ombro. ― Ouch ― A.J murmurou. Quando eles se tornaram amigos, ele


começou

a

vê-la

como

a

irmã

mais

nova

que

ele

nunca

teve,

e,

ocasionalmente, esquecia que ela ainda era sua Gama. ― Eu estava tentando aliviar o clima. Ela sorriu, ainda enigmática como sempre. ― Você está se sentindo melhor? Eu confio que Dino e Doc terão Brian em segurança. A.J soltou um suspiro. ― Eu sei que eles vão. Ambos pularam ao som de tiros da casa onde o mercenário estava supostamente segurando Brian. Ouvindo um arranque do motor do carro, A.J olhou da janela para ver um carro preto abaixo da estrada. Avistando o mercenário careca e um Brian com medo amarrado e amordaçado no banco de trás, A.J amaldiçoou. Michella se mexeu de volta para o banco do motorista, coração acelerado, A.J pegou a sua arma e quase foi jogado de lado quando Michella ligou o motor e saiu da garagem para ir atrás do mercenário. Um olhar rápido atrás dele mostrou a A.J a varanda e porta da frente do esconderijo do mercenário, fumaça subia de alguns lugares. Parecia que o mercenário tinha montado bombas em torno da propriedade. ― Ele deve ter estado a nossa espera e colocado algum tipo de armadilha ― A.J murmurou. ― Doc e Dino devem estar bem, certo? ― Lobisomens são muito difíceis de matar. Espere um segundo, meu telefone está vibrando. ― Michella agarrou o telefone para atender. A.J podia ouvir a voz de Dino na outra extremidade. ― Doc está um pouco amassado, mas estamos bem. Não faça nada estu... Michella desligou. ― Dino tem um tempo difícil se recuperando de você, não é? ― A.J perguntou. ― Obrigado mesmo assim. ― Não me agradeça até que você tenha Brian de volta ― ela o


lembrou. A.J baixou o vidro do carro e empurrou para fora o seu rifle. Ele começou a disparar. As balas desfiado a parte de trás do carro do mercenário, e o mercenário desviando para evitá-las. ― Você pode chegar mais perto? ― Ainda melhor, eu acho que posso alcançá-lo. O carro de Dino pode ir muito rápido. ― Michella acelerou. A.J respirou afiado, as costas batendo no assento. ― Onde diabos você aprendeu a dirigir assim? ― Fiel à sua palavra, eles estavam lado a lado com o carro do mercenário agora. O rosto pálido de Brian no banco de trás alimentou a sua raiva. Vendo A.J, o rosto de Brian virou de medo para alívio. A.J olhou para fora e apontou a arma para as janelas. Ele resmungou quando a bala ricocheteou no vidro. ― Porra! ― Calma ― Michella lembrou. A.J respirou fundo e tentou novamente. Desta vez, ele apontou para as rodas. A terceira bala atingiu, enviando o carro virando para a direita, até que finalmente parou. Michella desligou o motor. ― Obtenha Brian a salvo, eu vou pegar o filho da puta ― A.J gritou, abrindo a porta e pegando o rifle. Ele não esperou ela responder. A.J sabia que Dino e Doc chegariam à cena em breve. Vendo o rosto de Brian injetou adrenalina nas suas veias, e apesar de cada movimento doloroso que ele fazia, A.J estava determinado a ver isso até o fim. A porta do carro se abriu, revelando o raptor de Brian. Seus olhos se encontraram e segurou. A.J não se preocupou com a mini-Uzi que o mercenário tinha em uma mão. Tudo o que importava era o fato que o homem pareceu esquecer tudo sobre o seu cativo, e A.J confiava em Michella para tirar Brian do carro. ― Você porra aleijado, você estragou tudo ― brigou o mercenário. Eles miraram suas armas uns sobre os outros.


― Estraguei? Bastardo, você entrou na nossa cidade e tomou o meu companheiro. O que você esperava, uma faixa de boas-vindas? ― A partir do canto do olho, A.J viu que Michella tinha chegado a Brian com segurança e estava tirando as restrições. ― Cale-se. Eu vou matar todos vocês cães. Droga ― reclamou o mercenário. Seus olhares se cruzaram e A.J sabia que esse homem iria fazer exatamente isso. Ele queria todos eles mortos, e era matar ou ser morto.

Capítulo Nove A.J segurou a sua arma firme com a mão boa. Todos os seus ferimentos frescos doíam, e ele sabia que tinha que agir logo. Com a sua força diminuindo, era apenas uma questão de tempo antes que o seu braço tremesse e já não seria capaz de manter apontando para a cabeça do mercenário. Lembrando o quão rápido o bastardo se moveu antes, ele tinha que manter a sua guarda para cima, também. A.J estava em grande desvantagem, mas ele não tinha a intenção de perder. Michella estava certa.

Que

uso A.J

tinha para Brian

morto?

Companheiros veem em pares. Se ele ou Brian morressem, a outra metade iria viver uma vida miserável, ou optar por seguir logo depois. — Olhe para você, vira-lata patético. Você mal consegue ficar em pé. Você ainda acha que pode ter de volta o seu companheiro? — O mercenário zombou. — Este bebê que estou segurando pode disparar centenas de tiros por


minuto. Eu usei isso contra o seu tipo, e eles não podiam se esquivar de todas as balas. Você está com defeito e ferido. Você acha que pode sobreviver á isso? — A.J, não! — Brian gritou. Parecia que Michella finalmente conseguiu tirar a mordaça da sua boca. Graças a Deus Michella segurou o Ômega de correr de volta em direção a eles. — Deixe-me ir até ele, — Brian estava dizendo. — Quão fodidamente doce. É quase nauseante — o mercenário zombou. — Haverá apenas uma morte hoje, e será a sua — A.J disse-lhe calmamente. Quanto mais irritado o mercenário se tornou, mais imprevisível que ele seria, e A.J precisava dele em pânico. Eventualmente, o bastardo iria cometer um erro. — Sim? Bem, foda-se. Veja o seu Ômega morrer, aleijado. — O mercenário virou a arma para o lado com uma velocidade desumana. A.J usou essa oportunidade para disparar. Tiros rugiram, mas A.J não podia se dar ao luxo de desperdiçar um segundo para verificar se Brian e Michella estavam bem. Ele puxou o gatilho, esvaziando a sua arma. A primeira rodada não bateu em nada, mas o segundo e o terceiro pegaram o mercenário na coxa e no abdômen, fazendo-o largar a arma. A.J virou a cabeça para ver um rastro de sangue no chão. Embora feridos, parecia que Michella e Brian conseguiram se abrigar. Ouviu rosnados e grunhidos atrás dele e A.J sabia que os seus irmãos de matilha estavam perto. Andou até o homem que gritava, A.J se ajoelhou. Ao vê-lo, o mercenário zombou. — Você ficou sem balas, aleijado. E sou apenas um pistoleiro contratado. Vai ter mais. — Vou me livrar deles a cada vez — disse A.J. Ele alongou seus caninos para mostrar ao mercenário que ainda tinha


algumas das suas armas intactas. O mercenário usou essa oportunidade para chutar a perna de A.J, fazendo-o cair no chão. A arma caiu ruidosamente sobre o cascalho. Recusando-se a deixar que o bastardo obtenha a vantagem, se emaranharam e rolaram no chão, socos e arranhando um ao outro. O bastardo se manteve apontando para as lesões ainda curando de A.J, mas A.J não podia desmaiar agora. Empurrando o mercenário para longe, A.J e o bastardo viram a arma de A.J caída. Foram para ela ao mesmo tempo. A.J bateu com o cotovelo direito em todo o nariz do mercenário, quebrando-o. O homem uivou. Isso tinha ido longe demais. Era hora de A.J terminar esta dança. Sem hesitar, A.J arrastou o homem para cima com a mão boa e arrancou a sua garganta com os seus caninos alongados. O corpo do mercenário parou de contrair. Cuspindo um pedaço de carne e sangue, A.J limpou os lábios com as costas da sua mão e levantou-se. — A.J!— Brian veio correndo na sua direção, provavelmente, um dos pontos turísticos mais doces que ele já tinha visto. A.J grunhiu quando Brian chegou até ele e o puxou para perto para um abraço esmagador. — Seu idiota, — Brian disse fracamente, e A.J podia sentir as lágrimas de Brian contra a sua pele. Ele começou a se sentir um pouco tonto. Por cima do ombro, viu Michella, Dino, e o Doc em forma de lobo. Havia sangue no seu jeans e ela inclinou-se um pouco sobre Dino, mas apesar de ser baleada, ela sorriu para ele. Dino olhou para ele, claramente infeliz, mas A.J iria lidar com ele mais tarde. Tudo o que importava era Brian, seguro e quente em seus braços. — Você voltou para mim —, Brian sussurrou contra o seu ouvido. O Ômega beijou-o e, em seguida, se afastou, fazendo uma careta. — Você tem gosto de carne sangrenta. — Humana — A.J sorriu enquanto Brian parecia horrorizado. Ele


começou a balançar ligeiramente em seus pés. Brian resmungou, levando o seu peso, e A.J não era exatamente leve. — A.J? Você está bem? —, Brian perguntou, em pânico. — Não se preocupe. Ele teve um longo dia, e isso está tomando um pedágio no seu corpo. Ele vai ficar bem com abundância de descanso — disse Michella. — Você vai ficar para se certificar de que ele está curado, certo? A pequena Gama astuta. A.J não estava preocupado, apesar de tudo. Brian olhou para ele. — Malditamente certo que vou ficar. Com a garantia de Brian, A.J caiu inconsciente.

Três Dias Depois Brian se sentou onde geralmente ficava, na poltrona ao lado da cama de A.J. A luz do sol através das janelas do apartamento. Brian fez com que A.J sentisse o sol no seu rosto, mesmo que ele ainda não tivesse acordado depois de três dias. Apesar das garantias do Doc que A.J acordaria, Brian não estava tão certo. Ele chamou Jon no momento em que pôde, e o seu melhor amigo trouxe algumas das suas coisas. A próxima coisa que Brian sabia, era que estava morando temporariamente com o seu companheiro. Deveria ter sido uma coisa alegre, algo para comemorar, mas não se A.J estivesse perdido no reino dos sonhos. Deus. Isso era culpa dele, mas se A.J e os seus amigos não tivesse intervindo, Brian estaria de volta atrás das grades.


Brian levantou-se para puxar o cobertor até o peito de A.J. Uma verificação rápida debaixo da camisa de A.J disse a Brian que as lesões físicas de A.J estavam curadas, pelo menos. A campainha tocou e Brian saiu do quarto para atender. Ao longo dos últimos dias, ele recebeu inúmeros visitantes. E tinha chegado a conhecer alguns membros do bando da montanha Darkfall. A visita de Sergio Esteban o assustava mais. Felizmente, Michella estava com o Alfa, e conduziu-o para fora depois de ter certeza que A.J estaria bem. Olhando pelo olho mágico, Brian deu um suspiro de alívio, vendo que era Michella e o Doc, aqui para o check-up normal de A.J. Ele tinha encontrado hostilidade, desconfiança e, ocasionalmente, a curiosidade dos visitantes de A.J, mas a partir de Michella, ele só tinha visto o calor. E abriu a porta. — Comeu? Tenho um café da manhã — Michella disse a ele. — Obrigado — disse Brian com alívio. Queria ficar ao lado de A.J na maioria das vezes, no caso que A.J acordasse. Percebendo que Michella estava mancando menos do que o habitual, ele perguntou — Como está sua perna? Surpreendeu Brian num primeiro momento, como uma mulher tão esbelta poderia ser a Gama da matilha Darkfall, mas quanto mais tempo a observou, ele decidiu que ela fez um bom trabalho. Não doeu que ela era uma das amigas mais próximas de A.J. Durante as vezes que ela veio, ela felizmente respondeu às suas perguntas

sobre

A.J,

ou

disse-lhe

histórias

engraçadas

sobre

o

seu

companheiro. De certa forma, A.J e ele ainda eram estranhos, mas o destino os reuniu. Ambos tinham fugido da verdade, mas Brian não estava se afastando por mais tempo. — Melhor. Como está A.J? Algum progresso? — Perguntou ela. Eles se moveram de volta para o quarto, e Doc resmungou sobre eles estarem no seu caminho enquanto ele verificava A.J, Brian gostava do Doc, também, apesar de ser todo irritado e agindo como um homem de meia-idade, mesmo


que ele estava nos seus vinte e tantos anos. — Ele ainda está no mesmo. — Brian mastigou o seu burrito com tristeza. Ela deu um tapinha no seu ombro. — Ele vai acordar em breve. Você verá. — Eu não tenho certeza. Brian não se importava se ela ouviu o medo na sua voz. Ele já disse a Jon e aos seus pais. O que iria acontecer a partir daqui, ele ficaria ao lado de A.J, mesmo que A.J nunca mais acordasse. A.J arriscou a sua vida para salvar Brian. Brian não poderia pedir um melhor ou mais fiel companheiro. — Ele vai. O lobo teimoso insistiu em ir atrás de você, mesmo que ele estava quase morto. A.J é forte e vai voltar, sabendo que você está esperando por ele. — Odeio atrapalhar a conversa estimulante. Os sinais vitais são fortes e as suas feridas estão cicatrizando, mas ele está no mesmo, — Doc informou, arrumando o seu equipamento. — Eu estou saindo. — Obrigado, Doc. Por tudo. Quer dizer, sem você, A.J estaria morto —, Brian deixou escapar. Doc parecia envergonhado por alguma razão antes de sair. — Olhe para isso, Doc envergonhado — Michella meditou. — Oh, certo. Eu não apenas vim aqui para ver A.J e você. Queria dar-lhe a boa notícia. Você se lembra de Sergio? — Como posso esquecer? — Brian perguntou com cautela. O Alfa o assustou, mas ele sabia que Sergio estava apenas cuidando de um dos seus lobos, e Brian era essencialmente ainda um estranho. — Acho que você vai estar ao lado de A.J, não importa o que aconteça? — Claro, ele é meu companheiro. Não tivemos essa discussão antes? — Eu tive de pedir a título oficial. — Michella estendeu a mão, que


Brian

hesitante

balançou.

Parabéns,

Brian.

Você

está

oficialmente

reconhecido pela matilha como companheiro de A.J. Quero dizer, você tem que vir para uma reunião e apresentar-se, mas vamos lidar com todas as coisas administrativas mais tarde. Você é bem-vindo para ficar aqui o tempo que quiser. Brian olhou para ela. Ele sabia, como um estranho, qualquer um dos lobos de Darkfall poderia levá-lo para fora, ou emitir um desafio. — Eu sou? Quero dizer, obrigado. Você interveio em meu nome, não é? A maioria dos visitantes de A.J perguntou que diabos eu estava fazendo aqui. — Você tem todo o direito de cuidar dele. De qualquer forma, estou atrasada para uma reunião e importunar Dino. Deixe-me saber se você precisar de alguma coisa, ou se há qualquer progresso. Ela levantou-se e Brian a acompanhou para fora. — Michella, obrigado por tudo, e quero dizer isso. Quando vi Sergio, estava apavorado que ele realmente me expulsaria. — Sergio é agradável, uma vez que você comece a conhecê-lo. Assim são os outros membros do bando. Todo mundo está tenso por causa do que tem acontecido ultimamente, mas eles vêm por aí. — Você está dizendo isso só porque Sergio é seu irmão. E posso ver isso, porém, o quão próximo todo mundo é. Às vezes posso sentir seus vínculos através de A.J nunca senti nada assim, mesmo com a matilha dos meus pais. Agora você está dizendo que posso ser parte disso, também. Eu só preciso que A.J acorde. —Brian furiosamente esfregou as lágrimas nos olhos. — Qual é a citação sobre a paciência? A paciência é amarga, mas o fruto é doce. Brian soltou uma risada inesperada. — Você continua falando assim e as pessoas vão começar a pensar em você como sua avó sábia. Ela sorriu para ele.


— Estou contente por A.J encontrar você, Brian. Meus irmãos disseram que não havia esperança para ele, que eles tinham visto lobos quebrados que acabam no chão, de uma forma ou de outra. — A.J não está quebrado. Se ele está, estou, também, — Brian insistiu. — Não quebrado, só precisava de algo que faltava — Michella corrigiu. — Acredite nele, Brian. Brian abriu a porta, sem surpresa para ver Dino esperando lá fora. — Há quanto tempo você tem estado ai escutando? Dino resmungou. O executor parecia um maldito gigante em comparação com Michella, e Brian tinha visto Raul também. Ainda assim, os três pareciam bem juntos. — Não ouvi. Brian e Michella trocaram olhares. Michella suspirou. — Vejo você mais tarde, Brian. Brian fechou a porta atrás deles, olhando para fora para ver Dino conversando com Michella e a Gama distraidamente balançando a cabeça, ocasionalmente roçando o braço sobre o seu. Eles agiam como um casal, mesmo que não estavam acasalados. Brian se perguntou se ele já tinha chegado a esse lugar confortável com A.J. Paciência nunca tinha sido a sua virtude, mas com as boas notícias de Michella, Brian poderia finalmente relaxar. Recuando para o quarto, Brian pegou o seu romance e começou a ler de novo, ocasionalmente espiando A.J. O homem realmente parecia sexy, mesmo dormindo. — Espero que você acorde logo, bebê. Temos muitas coisas para falar e fazer. Sinto falta de você —, Brian sussurrou.


Capítulo Dez A.J acordou com algo quente e se aconchegou contra ele - não, alguém. Deus, por que sentia como se tivesse dormido durante cem anos? Ele começou a se espreguiçar quando viu a forma a esbelta de Brian dobrada contra ele, o abraçando como se fosse seu travesseiro favorito. A.J sorriu. A última lembrança que ele tinha foi ele caindo inconsciente nos braços de Brian. O calendário na sua parede à direita marcava alguns Xs vermelhos nele, dizendo que ele estava dormindo durante quatro dias. Quatro? Brian ficou observando ele durante todo este tempo? Ele cheirou, inalando uma golfada maravilhosa de Brian e os aromas dos outros. Michella e o aroma do Doc eram cheiros mais proeminentes, e outros membros do bando. Ele tinha uma camisa limpa e boxer, e ele se perguntou se Brian cuidou dele esse tempo todo. Qualquer outro homem teria deixado um homem em coma, mas não Brian. Calor imundo seus membros e vísceras. Brian tinha esperado por ele. A.J tinha sonhado em encontrar o caminho de casa, de volta ao seu companheiro e a sua família, e parecia que esses sonhos se transformaram em realidade. Brian se mexeu e A.J fechou os olhos, querendo surpreender o seu companheiro paciente, mas Brian cheirava tão bem, e ele estava tão perto. A.J decidiu esperar mesmo assim. ― Droga, eu adormeci com você novamente. Eu deveria parar de


fazer isso, e ficar falando sozinho, também, ― Brian murmurou, prestes a se afastar. A.J apertou o seu braço em torno de Brian. Mesmo no escuro, viu seus olhos aumentarem. Brian tocou-lhe o rosto com as mãos e A.J abriu os olhos para olhar para ele. ― Você está acordado. ― Brian respirou fundo e, em seguida, sacudiu a cabeça. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Brian o apertou com mais força. A força nos seus braços magros eram surpreendentes. A.J olhou para suas feridas, mas ele percebeu que elas estavam quase curadas. ― A.J, diga alguma coisa, por favor. ― Obrigado por ser paciente, bebê ― A.J disse. Finalmente, ele se aproximou e tomou os lábios do seu homem. Brian se agarrou a ele, respondendo com paixão. Quando A.J o soltou, Brian disse ― Parece que eu estive esperando por um longo tempo. A.J imediatamente ficou apalpando entre seus corpos. Brian gritou quando A.J encontrou o seu pênis na sua calça e deu-lhe um aperto. Gemendo, Brian se moveu um pouco e, em seguida, olhou para A.J quando ele tirou a mão. ― Mais tarde ― ele beijou Brian na bochecha. Para irritação de A.J, seu estômago roncou. ― Vamos saciar esse estômago primeiro, ― Brian disse, se afastando para sair da cama. ― Vou ligar para a entrega. A.J bocejou, se esticando. Percebendo o saco de dormir de Brian perto da sua cômoda, seu sorriso se alargou. Vendo o que ele estava olhando, Brian corou. ― É apenas temporário. Quer dizer, Michella disse que a matilha não vai se importar se eu ficar por um tempo. ― Um tempo? Bebê, o que você está dizendo? Você tem que morar


comigo agora. Brian mordeu o lábio. A.J pensou que Brian teria mais a dizer, ou iria precisar de mais persuasão, mas parecia que ele estava errado. ― Eu estive pensando muito enquanto você estava dormindo. ― Oh? Bons pensamentos? ― A.J perguntou. ― Quero dizer, eu gostaria de mudar para cá. Posso encontrar um trabalho e podemos pensar em nosso futuro juntos, finalmente, me mudar em uma data adequada. Mesmo sem as luzes acesas, A.J podia ver o rosto de Brian ficando vermelho. ― Você teve a iniciativa. Eu gosto disso. Parece que eu caindo em um coma ajudou. ― A.J grunhiu quando Brian caminhou até ele e lhe deu um soco. ― Nunca mais faça uma coisa tão louca de novo ― Brian murmurou, olhando em seus olhos. ― A.J, eu não sei o que vou fazer se eu perder você depois de encontrá-lo. ― Não posso garantir isso. Bem, eu posso ter mais cuidado da próxima vez, ― A.J mudou de assunto. ― Comida? Ele seguiu Brian para fora, maravilhado como o Ômega assumiu o comando e parecia saber onde tudo estava no seu apartamento. Nosso apartamento, A.J se corrigiu. Ele se sentou na mesa de jantar. Brian se mudando para seu apartamento iria finalmente colocar um fim a todas as noites solitárias de auto aversão e inveja. Brian terminou de encomendar a comida pelo telefone. O Ômega tirou duas cervejas da geladeira e se juntou a ele. ― Diga-me o que aconteceu enquanto eu estava dormindo ― A.J perguntou. Brian estava na metade de lhe contar sobre o seu encontro com Sergio quando a campainha tocou.


― Eu atendo ― A.J se ofereceu, caminhando para a porta. Ele pegou o dinheiro na bacia de fruta perto da porta e pagou a comida. Quando ele voltou, ele notou Brian olhando para ele. ― Algo está errado? Brian esfregou o que parecia com lágrimas. ― Você está acordado. Eu pensei

que

você

nunca

iria

acordar,

mas

Michella

disse

que

iria,

eventualmente, voltar para mim. ― Eu lhe contei sobre o meu sonho? ― A.J perguntou. Isso era bom, quase perfeito, conversar e jantar com Brian, mesmo que o relógio marcava meia-noite. No momento em que terminou de falar, era quase duas da manhã, mas nenhum deles estava com sono. A.J tinha muito disso, e Brian era um pacote animado de energia. A.J decidiu tomar um banho para limpar a cabeça. Brian e ele tinham acabado de se reunir, mas não conseguia parar de pensar no seu companheiro. Quando ele saiu, ele encontrou Brian sentado na cama, olhando para ele. ― Senti sua falta, ― Brian disse timidamente. O Ômega cavou o pé no carpete do chão. A.J não parou de olhar para o seu companheiro mesmo quando ele caminhou até a gaveta para pegar uma camisa. ― Você não tem ideia do quanto eu senti sua falta, também, bebê. ― Não se preocupe com uma camisa. Por favor. ― As bochechas de Brian ficaram aquecidas com embaraçado e, porra, ele nunca pareceu tão doce. A.J cruzou os braços. ― Por que você não me diz exatamente o que você quer, bebê, e talvez eu possa atender às suas necessidades?

― Você precisa disso também, ― Brian apontou. A.J não tinha ideia


de como ele estava lindo quando saiu do chuveiro, apenas vestido com uma toalha, gotículas de água ainda agarradas aos seus músculos? Brian quase teve um ataque cardíaco. Ele tinha ficado com A.J quase todas as horas do dia, no entanto, ele tinha esquecido como o seu companheiro era assassino. A.J exigiu claramente uma resposta, e apesar do seu tom de provocação, Brian estava pronto. Limpando a garganta, Brian se levantou e olhou em seus olhos. ― Eu quero você. A.J, eu preciso que você esteja dentro de mim, para me foder. Pense nisso como um novo começo para nós. Lembra-me a quem eu pertenço... Você. ― Meu ― A.J concordou. ― Deixe-me ver tudo de você, Brian. Mostre o que eu estava perdendo. Sentindo-se corajoso, Brian deixou a timidez de lado. Ele queria ficar desejável para A.J. Constrangimento e vergonha não tinha lugar aqui. Afinal, A.J tinha arriscado a sua vida para salvá-lo. Onde é que Brian iria encontrar um companheiro com boa aparência e carinhoso como A.J mais uma vez? Vestido com uma das camisas de A.J, que era muito grande para ele, Brian certamente não se sentia atraente, mas um vislumbre do olhar faminto e dourado de A.J foi o empurrão que ele precisava. Brian tirou a camisa e baixou a calça, notando a mudança na respiração de A.J. Se ele tirasse a toalha em volta dos quadris de A.J, Brian sabia que ele iria encontrar o seu companheiro duro. Uma vez que ele tirou a roupa, ele olhou para A.J para obter mais instruções. A.J chegou perto, puxando Brian para ele. Eles selaram seus lábios mais uma vez o calor e o sabor de A.J inundou a garganta de Brian. Quando A.J se afastou, ele disse ― Você tem um gosto tão doce, bebê. Brian envolveu seus braços em volta do pescoço de A.J como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ele gemeu quando A.J encontrou o seu pau de


novo e começou a acariciá-lo da cabeça a raiz. Brian engasgou, e, em seguida, seu companheiro encontrou as suas bolas e deu um aperto em cada uma. Seu companheiro começou a dar beijos em cada lado do seu pescoço, tomando o seu tempo para chupar e beliscar em um ponto sensível particular. Era como se A.J já soubesse onde ele iria colocar a sua marca em Brian, a marca que ia dizer ao mundo que Brian pertencia somente ao seu companheiro. A.J bombeou o seu pênis mais rápido, passando o seu pré-sêmen para lubrificar o seu comprimento. Brian gemeu, empurrando o seu pau na mão do A.J. Inclinando-se perto da sua orelha, A.J sussurrou, ― assuma para mim. ― O que? A.J guiou uma das mãos de Brian para o seu pau. Concordando, Brian obedeceu, ligado quando A.J pegou o seu traseiro com a mão, erguendo as suas nádegas abertas com os dedos. Ele gemeu quando A.J encontrou o seu ânus e começou a provocá-lo, tudo isso enquanto Brian acariciava o seu pau. ― É isso aí, bebê. Eu quero ouvir você gozando para mim ― A.J ordenou. Brian deslizou a mão para cima e para baixo no seu membro mais rápido. A.J empurrou um dedo dentro dele, e os músculos da bunda de Brian apertaram o dedo. Incapaz de evitar, Brian começou a imaginar que era o pênis de A.J na sua bunda e não apenas o seu dedo. Isso quase o empurrou sobre a borda. ― A.J, eu não posso mais segurar. ― Vá em frente, querido. A.J tomou a sua boca antes que Brian fizesse outro som. Com o dedo dentro de Brian, A.J achou o feixe de nervos sensíveis. Brian gritou, o som abafado. Sua cabeça girou e a pressão dentro dele se abriu. Brian gozou duro e rápido. Quando A.J largou a sua boca e puxou o dedo, Brian estava ofegante.


― Deixe-me retribuir o favor. ― Você quer o meu pau na sua boca, Pet? ― A.J andou até a borda da cama, sentou-se, e a toalha ao redor da cintura, finalmente caiu, revelando a sua ereção massiva. Brian lambeu os lábios. Foda-se, mas o seu companheiro parecia magnífico, sentando como uma espécie de rei ou imperador, à espera de ser satisfeito. O pênis de Brian se contraiu entre as suas coxas, e ele sabia que ele ia ficar duro novamente em breve. ― Ah sim. ― Venha e obtenha algum, filhote.

Capítulo Onze Brian não podia chegar até A.J rápido o suficiente. Ajoelhou-se entre as pernas dele, com o coração batendo forte contra o peito. Quando A.J enfiou a mão no seu cabelo, Brian percebeu que tinha sentido falta disso, e queria um mil, não, um milhão de momentos íntimos como esse com A.J. Alcançando o pênis de A.J, Brian lambeu a cabeça, a língua passeando sobre o pré-sêmen. Ao ouvir o gemido de prazer de A.J, Brian poderia ter sorrido, se a sua boca não estivesse cheia com o eixo dele. Tomou o seu tempo, apreciando o sabor salgado de A.J na sua língua. Sem descuidar das bolas de A.J, Brian sugou a da esquerda antes de se mover para a direita. A.J devia a ele, afinal de contas, por se preocupar tanto.


Eventualmente, A.J deu ao seu cabelo um puxão e empurrou o seu pau entre os lábios de Brian, numa mensagem clara. Abrindo a boca, Brian engoliu o seu membro. Engasgando se afastou, mas estava determinado a retomar. Ele conseguiu na segunda vez. Brian tinha quase esquecido quão grande A.J era, mas isso era bom. Hoje à noite, ele planejava se reconectar com cada polegada do delicioso corpo de A.J. — Foda-se, bebê. Senti saudades dessa sua boca talentosa — A.J murmurou. As bochechas de Brian se aqueceram com o elogio. Balançando a cabeça para cima e para baixo, Brian continuou, maravilhado com a rapidez com que A.J engrossou sob os seus cuidados. Outro puxão no seu cabelo e Brian soube que A.J queria assumir. Ele deixou A.J foder a sua boca um par de vezes. — Estou perto, engole tudo bebê — A.J instruiu. Feliz por cumprir a ordem, Brian esperou estremecendo. A mão de A.J permaneceu na parte de trás do seu pescoço, e Brian avidamente engoliu o sêmen quente e pegajoso de A.J. Quando A.J terminou, puxou o seu pau da boca de Brian, parecendo muito satisfeito. Piscando, Brian ficou surpreso quando A.J enxugou com o dedo uma gota de sêmen dos seus lábios e a lambeu. Brian corou. A.J ofereceu-lhe a mão para ajudá-lo a se levantar e Brian agarrou seus dedos. — Nós não terminamos ainda — A.J o lembrou. — Bebê, me ajude pegando o lubrificante. Está na gaveta. Tendo bisbilhotado ao redor do apartamento muitas vezes, Brian deulhe um aceno atrevido. — Eu sei. — Por isso quero que você pegue o brinquedo que está ao lado do


lubrificante. Lembrando o que era, o pescoço e bochechas de Brian se aqueceram novamente. — Brian, eu não gosto de esperar. Esse tom de comando colocou Brian em movimento. Ele foi até a gaveta e pegou o lubrificante e o plugue anal. A.J deu um tapinha no seu colo. Engolindo em seco, Brian deixou os itens na cama antes de se envolver ao redor do seu companheiro. Ele manteve os braços em torno de A.J para que não escorregasse. — Você vai levar isso para mim, bebê? — A.J perguntou, lubrificando os dedos. — Sim — Brian sussurrou. Excitação se arrastou por sua espinha. A.J aplicou uma quantidade generosa de lubrificante dentro da bunda de Brian antes de inserir o brinquedo. Brian balançou, sentindo a cabeça do plugue na sua entrada. — Este brinquedo esta longe de ser tão grande quanto eu, bebê — A.J o lembrou. — Eu sei. A.J empurrou o brinquedo até que estava completamente dentro de Brian. Gemendo com a intrusão e incrivelmente excitado ao mesmo tempo, Brian corajosamente beijou A.J, que correspondeu. — Muito bem, filhote — A.J disse. Ele fez um caminho de beijos pelo pescoço de Brian, segurando o seu mamilo esquerdo na boca. Gemendo, Brian sentiu A.J sugar até que o broto endureceu, e quando A.J o mordeu, reverberou através do seu corpo. A dor foi breve, e a picada fez o seu pênis doer ainda mais, mas Brian sabia que ele não poderia gozar sem a permissão de A.J. A.J continuou a provocá-lo com beijos e mordidas, deixando Brian quase sobre a borda. Não ajudou que Brian sentia o plugue se movendo dentro


dele constantemente. Ele empurrou os seus quadris, o seu pau se esfregando no abdômen definido de A.J. — Por favor, — Brian implorou. — Eu não posso segurar por mais tempo. — Você pode e vai. — Preciso do seu pênis dentro de mim. — Bom. Quero transar com você agora. — A.J puxou o plugue para fora, mas fez isso dolorosamente lento. Ao sentir a cabeça molhada do pau de A.J provocando o seu ânus, Brian quase chorou de alívio. Ele mentalmente fez uma nota para não provocar A.J novamente para que ele não prolongasse o seu tormento. Com quem Brian estava brincando? Ele gostou da gratificação adiada e, sem dúvida, o orgasmo alucinante que se seguiria. — Pronto? — A.J sussurrou contra o seu ouvido. — Me fode, amor. Percebendo o que acabou de dizer, Brian paralisou. Felizmente parecia que A.J não tinha ouvido. Segurando o seu quadril, A.J empurrou para o seu ânus a espera. Lubrificado e pronto, A. J entrou nele sem problemas. Gemendo, Brian segurou firme até que A.J estava totalmente encaixado dentro dele, suas bolas roçando o traseiro de Brian. — Porra, filhote. Você está apertado e tão quente. — Deus. Senti falta disso, — Brian sussurrou. A queimação inicial da entrada de A.J iria desaparecer em breve, ele sabia, e nada mais do que prazer viria depois. — Maldição, bebê. — A.J começou a martelar dentro e fora dele. Cada vez que empurrava dentro de Brian, ele ia um pouco mais rápido e mais profundo, tocando os lugares mais íntimos de Brian. Pensar que A.J seria o único que possuiria o seu corpo e, eventualmente, o seu coração e alma, deixou Brian tonto de emoção.


A.J bombeava dentro e fora dele com golpes implacáveis. Seu companheiro deve ter mudado o ângulo do seu impulso, porque ele atingiu a próstata de Brian no próximo movimento. Brian gritou, choramingando, quando A.J acertou o local várias vezes. Eles ofegavam, não se atrevendo a afastar seus olhos um do outro. Quem diria que o homem perfeito estava bem na frente de Brian o tempo todo? A.J pegou o seu membro e começou a acariciá-lo. Perto de explodir, Brian mal se conteve, não querendo estragar o momento, mas sabia que ia perder o controle em breve. — Vamos gozar juntos, Pet. Brian só precisava do comando firme de A.J. O quarto desapareceu e apenas ele e A.J unidos era tudo o que restava. Seus lobos se esfregavam um contra o outro em harmonia. A.J empurrou para ele mais uma vez, e Brian alcançou o clímax, pulverizando o seu sêmen sobre o corpo A.J. Com um grunhido, A.J explodiu também. Com a mão na parte de trás do pescoço de Brian, A.J o trouxe para mais perto. Sabendo o que em breve iria começar, Brian ofereceu o seu pescoço para A.J. Ele sentiu A.J afundar seus caninos na sua pele um segundo mais tarde, mas ainda montando o rescaldo do seu orgasmo, Brian mal podia sentir a dor. Através da picada, Brian podia sentir os seus lobos se ligando, se entrelaçando em torno um do outro, perfeitamente unidos como uma só entidade, uma só alma. A.J se afastou segundos depois. Brian suspirou contra ele, com as pálpebras pesadas, mas as palavras de A.J logo o despertaram novamente. — Bebê, eu te amo pra caralho. Brian olhou para ele.


— Você me ouviu? — Brian perguntou corando. — Sim, mas deixe-me te ouvir novamente. — Eu te amo. — Brian sorriu. Ficaram assim por um tempo, com a grande e calejada mão de A.J acariciando suas costas. — Temos que nos levantar, Pet. Eu preciso cuidar da sua ferida em breve — A.J disse. — Quero ficar aconchegado assim para sempre. — Nós teremos todo o tempo do mundo. Vamos. A pedido de A.J, Brian deixou o seu companheiro levá-lo até o banheiro. A.J o fez se sentar sobre a tampa do vaso sanitário quando encontrou o kit de primeiros socorros. — Como você está se sentindo? Dói? — A.J perguntou sério, ao contrário de como normalmente era. — Dói um pouco, mas menos do que eu esperava. — Brian o observou trabalhar por um par de segundos. Ele ajudou A.J com a última atadura, visto que não era fácil com apenas uma mão. — Você não se importa de estar acasalado a um lobo com defeito, então? — A.J brincou. Brian fez uma careta. — Nunca se chame assim de novo. A.J e ele voltaram para o quarto novamente. Como A.J prometeu, Brian se aconchegou perto dele na cama, amando o seu calor. — Alguém me disse uma vez que nunca estamos completamente quebrados. Ser capturado me mudou, assim como te mudou perder o seu braço, mas apenas nos faltava algo. —E o que seria isso, pequeno lobo? — Um ao outro. E nós estamos inteiros agora, não estamos?


— Definitivamente, bebê. — A.J o beijou de novo, e eles adormeceram satisfeitos nos braços um do outro. Brian sabia que o dia seguinte iria trazer novas promessas.

FIM


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